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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DO SERTÃO CENTRAL FECLESC CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA SARA RIBEIRO DOS SANTOS QUIXADÁ/CE JULHO/2012.

INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

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O dengue é uma doença viral, febril, aguda que afeta milhões de pessoas em todo o mundo por ano, sendo transmitida pela picada de fêmeas de Aedes aegypti. Com o desenvolvimento desorganizado das cidades ambientes propícios para a proliferação do vetor foram criados e hoje ele é totalmente urbanizado. Nas condições atuais não tem se levado mais em conta a hipótese de erradicar o A. aegypti, apenas controlá-lo para evitar epidemias e diante da resistência que tem sido desenvolvida contra os principais inseticidas aplicados em campo à educação em saúde tem se configurado como uma importante ferramenta na prevenção. Neste trabalho avaliou-se o conhecimento dos alunos do 1° ano do Liceu Alfredo Almeida Machado de Quixeramobim CE no ano de 2012, para tal aplicou-se um questionário com os alunos. Como resultados observamos que a maioria dos alunos apresentaram um bom conhecimento sobre a sintomatologia da doença, como também nas ações de prevenção apesar que em um grau menor. A maioria afirmou que obtêm as informações a partir da televisão. Concluímos com este trabalho que as ações educativas precisam ser voltadas para a realidade local enfatizando as peculiaridades que cada comunidade possui e que para conseguir resultados mais efetivos a comunidade precisa participar das ações educativas ativamente. PALAVRAS-CHAVE: Dengue, Proliferação, Erradicar, Educação em Saúde.

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Page 1: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DO SERTÃO

CENTRAL – FECLESC

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE

ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

SARA RIBEIRO DOS SANTOS

QUIXADÁ/CE

JULHO/2012.

Page 2: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

SARA RIBEIRO DOS SANTOS

INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS

DE ESCOLA PÚLICA

Monografia apresentada ao curso de Ciências

Biológicas como pré-requisito para conclusão do

curso de graduação em Licenciatura Plena em

Ciências Biológicas.

Orientador: Prof° Ms. Clemilson Nogueira Paiva.

Quixadá - Ceará

2012

Page 3: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

Santos, Sara Ribeiro dos

Avaliação do nível de conhecimento sobre dengue de

alunos de uma escola pública de Quixeramobim – CE/

Sara Ribeiro dos Santos. — Quixadá, 2012.

. 40 p.

Orientador: Prof. Ms. Clemilson Nogueira Paiva.

.

Monografia (Graduação em Ciências Biológicas) –

Universidade Estadual do Ceará, Faculdade de Educação,

Ciências e Letras do Sertão Central.

1. Dengue 2.Proliferação. 3.Erradicar 4.Educação

em Saúde. Universidade Estadual

do Ceará, Faculdade de Educação, Ciências e Letras do

Sertão Central.

CDD: 574

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SARA RIBEIRO DOS SANTOS

INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS

DE ESCOLA PÚLICA

Monografia apresentada ao Curso de Graduação em

Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e

Letras do Sertão Central da Universidade Estadual do

Ceará, como requisito parcial para a obtenção da

Graduação em Ciências Biológicas.

Aprovada em: ____/____/______.

BANCA EXAMINADORA

Orientador Prof. Esp. Clemilson Nogueira Paiva.

Universidade Estadual do Ceará – UECE.

__________________________________________________________

Profª. Dra. Liliam Mara Trevisan Tavares.

Universidade Estadual do Ceará – UECE

Page 5: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

Dedico este trabalho

A Deus e aos meus pais Valzimar e Paula, pelo apoio,

força, confiança incondicional e dedicação que me deram.

Sem eles nada seria possível.

Page 6: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ter sido meu refúgio e me amparado nos momentos difíceis, ter me guiado

e ter mostrado o caminho certo a ser seguido.

Ao meu orientador, Prof° Ms. Clemilson Nogueira Paiva que contribuiu de forma

significativa para minha formação e para o desenvolvimento desse trabalho, com suas críticas

e sugestões.

À Profª Dra. Theresa Christine Filgueiras Russo Aragão, que me concedeu a

oportunidade de estagiar em seu projeto sob sua orientação e que me encaminhou com

sabedoria ao caminho da pesquisa científica.

À Profª M.Sc. Karla Deisy Gomes, pelo apoio, amizade e por ter me orientado durante

a bolsa de monitoria de Microbiologia que me conduziu a docência.

Ao Prof° Esp. Evanginaldo Silva Saldanha, por não ter colocado obstáculo para o

desenvolvimento da pesquisa e ter disponibilizado uma turma para aplicação do questionário.

Aos meus Best Friends, Dayana Oliveira e Jozineudo Pinheiro pelo companheirismo

durante esses anos, por toda amizade, incentivo e por todos os momentos compartilhados.

Aos meus amigos e colegas pela torcida e amizade: Clécio Dutra, Jandy Esdras, Tiago

Alves, Antônio de Jesus, Antônio Cristiano, Elidiana Mendes, Willyana Rodrigues, Tarciana

Paula, Lucilene Ferreira, Nilza Alves, Ana Karine, Marta Gomes, Rafaela do Carmo, Priscila

Santos, Marcos Moreno, Evely Saldanha, Lorena Nascimento, Junior Dantas, Alane Mara,

Julyanne Santos, Fabrícia Lopes, Érica Lima, Jessé Galvão e Josiel Gomes, entre outros, não

menos importantes, mas que seria impossível mencioná-los na lista.

Aos meus queridos pais, Valzimar e Paula, por confiarem, apoiarem e incentivarem

meus sonhos e conquistas. Meus avós, Francisca e José e Ercilia e Pedro, por serem exemplos

de vida e força. As minhas tias, em especial, Elieige Pereira, Edlene Saldanha, Elza

Nascimento, Elzenir Carmo, Elzimar Santos, Cleuma Ribeiro, Célia Paz, Selma Nascimento,

Telma Barros e Conceição Lemos. Aos meus irmãos, Debora Ribeiro e Saulo Santos pelo

carinho. Amo todos vocês!

Page 7: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

“O futuro mais brilhante é baseado num passado

intensamente vivido. Você só terá sucesso na vida quando

perdoar os erros e as decepções do passado. A vida é

curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma

eternidade.”

Clarice Lispector

Page 8: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

RESUMO

O dengue é uma doença viral, febril, aguda que afeta milhões de pessoas em todo o mundo

por ano, sendo transmitida pela picada de fêmeas de Aedes aegypti. Com o desenvolvimento

desorganizado das cidades ambientes propícios para a proliferação do vetor foram criados e

hoje ele é totalmente urbanizado. Nas condições atuais não tem se levado mais em conta a

hipótese de erradicar o A. aegypti, apenas controlá-lo para evitar epidemias e diante da

resistência que tem sido desenvolvida contra os principais inseticidas aplicados em campo à

educação em saúde tem se configurado como uma importante ferramenta na prevenção. Neste

trabalho avaliou-se o conhecimento dos alunos do 1° ano do Liceu Alfredo Almeida Machado

de Quixeramobim CE no ano de 2012, para tal aplicou-se um questionário com os alunos.

Como resultados observamos que a maioria dos alunos apresentaram um bom conhecimento

sobre a sintomatologia da doença, como também nas ações de prevenção apesar que em um

grau menor. A maioria afirmou que obtêm as informações a partir da televisão. Concluímos

com este trabalho que as ações educativas precisam ser voltadas para a realidade local

enfatizando as peculiaridades que cada comunidade possui e que para conseguir resultados

mais efetivos a comunidade precisa participar das ações educativas ativamente.

Palavras-chave: Dengue, proliferação, erradicar, educação em Saúde.

Page 9: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

ABSTRACT

Dengue is a viral disease, fever, acute that affects millions of people worldwide each year,

being transmitted by the bite of female Aedes aegypti. With the development of cities

disorganized environments for the proliferation of vectors were created and today it is

completely urbanized. Under current conditions has not taken more into account the

possibility of eradicating A. aegypti, just control it to prevent epidemics and before the

resistance that has been developed against the major insecticides applied in the health

education field has been configured as an important tool in prevention. In this study we

assessed the knowledge of students of 1st year of College Alfredo Machado de Almeida

Quixeramobim CE in 2012, applied for such a questionnaire with students. The results found

that most students had a good knowledge about the symptoms of the disease, but also in

prevention that although to a lesser degree. Most said they get their information from

television. We conclude this work that education must be geared to reality site emphasizing

the peculiarities that each community has and to achieve more effective results the community

needs to actively participate in educational activities.

Key Words: Dengue, Proliferation, Eradication, Health Education

Page 10: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

LISTA DE TABELA

TABELA 1: Perguntas e Respostas de alunos sobre dengue em amostra única, Quixeramobim, 2012.

.........................................................................................................................................................31

Page 11: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Os Ovos do Aedes aegypti no momento da postura. ............................................. 19

Figura 2: Ovos do Aedes aegypti após a postura. ................................................................. 20

Figura 3: Larva do Aedes aegypti. ....................................................................................... 20

Figura 4: Pupa do Aedes aegypti, vivem em ambientes onde contém água estagnada. ......... 21

Figura 5: Principal Mosquito Vetor do Dengue Aedes aegypti. ............................................ 21

Figura 6: Distribuição do principal mosquito vetor do dengue Aedes aegypti no mundo. ..... 22

Figura 7: Ocorrência de Dengue no Brasil em 2011. ........................................................... 24

Figura 8: Classificação de Áreas de Vulnerabilidade para ocorrência de Dengue por

municípios, Ceará, 2011/2012. ............................................................................................. 26

Page 12: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1: Número de casos de dengue notificados a Secretaria de Saúde do município de

Quixeramobim, do ano de 2007 a 2011. ............................................................................... 27

GRÁFICO 2: Porcentagens dos sintomas mais citados pelos alunos no questionário. .......... 32

GRÁFICO 3: Porcentagem dos criadouros/recipientes mais citados pelos alunos. ............... 33

GRÁFICO 4: Respostas corretas sobre medidas de controle do mosquito, quanto aos

criadouros mais citados. ....................................................................................................... 34

Page 13: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13

2. JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 16

3. OBJETIVOS ................................................................................................................. 17

3.1 Objetivo Geral: .......................................................................................................... 17

3.2 Objetivos Específicos: ............................................................................................... 17

4. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 18

4.1 Aspectos Epidemiológicos......................................................................................... 18

4.1.1.Características Gerais .................................................................................................. 18

4.1.2.Ciclo de Vida ............................................................................................................... 19

4.1.3. Histórico Epidemiológico do Dengue no Mundo e nas Américas ................................ 21

4.1.4. Histórico Epidemiológico do Dengue no Brasil .......................................................... 23

4.1.5.Histórico Epidemiológico do Dengue no Ceará. .......................................................... 24

4.1.6.Histórico Epidemiológico do Dengue no município de Quixeramobim. ....................... 26

4.2 Histórico de Ações Governamentais .......................................................................... 27

5. METODOLOGIA ......................................................................................................... 30

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................. 31

7. CONCLUSÃO .............................................................................................................. 35

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 36

ANEXO ............................................................................................................................... 40

Page 14: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

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1. INTRODUÇÃO

O dengue não se apresenta apenas como um problema virológico, entomológico e

médico, mas como um caso sério de saúde pública (PENNA, 2003). Segundo, a Organização

Mundial de Saúde (OMS) calcula-se que a cada ano acontecem 50 milhões de casos, causando

550 mil internações e cerca de 20 mil óbitos, a nível mundial.

O dengue caracteriza-se como uma das doenças mais infecciosas, que é

transmitida por artrópodes através da picada do mosquito vetor Aedes aegypti, ocorre em

maior infestação e/ou incidência em países tropicais e subtropicais (CAMARA et al, 2006).

Nos últimos anos o Brasil apresentou um comportamento cíclico: anos de baixa

incidência e outros de alta incidência, isso foi verificado nos anos de 2001 e 2005, sendo 56%

dos casos de dengue na América responsável pelo Brasil (MONDINI et al, 2005).

O principal mosquito vetor Aedes aegypti responsável pela doença é nativo da

África. Foi introduzido no Brasil no século XX e encontrou o ambiente propício para sua

proliferação e sobrevivência, se apresentando totalmente adaptado as condições ambientais

(PENNA, 2003).

Segundo as Diretrizes Nacionais para a Prevenção e Controle de Epidemias de

Dengue (2009) o quadro epidemiológico atual da dengue no país apresenta uma ampla

distribuição do Aedes Aegypti em todas as regiões, com uma complexa dinâmica de dispersão

do seu vírus, circulação simultânea de três sorotipos virais (DEN-1, DEN-2 e DEN-3) e

vulnerabilidade para a introdução do sorotipo DEN-4.

Para Tauil (2001) e Mondini (2007), ambos destacam fatores fundamentais além

do fluxo migratório, como, o crescimento populacional, urbanização inadequada, precariedade

do serviço de saúde e densidade populacional influenciam para o crescimento de incidência de

dengue. Para Gómez-Dantés (1995), a densidade da população é o fator fundamental para

definir o padrão de transmissão, pois em cidades médias e grandes portes ocorre uma maior

possibilidade de possíveis infestação e transmissão devido a essa transição. Neto e Rebêlo

(2004) num estudo realizado em São Luís, Maranhão, Brasil, apontam outras causas que

ascendeu a incidência de dengue no município entre 1997-2002, como escoamento de

produtos e/ou mercadorias; umidade e a temperatura que propiciaram à propagação do

mosquito vetor; e a falta de intensa efetividade de práticas existentes de ações de controle

vetorial implantadas.

Page 15: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

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Atualmente não se fala em erradicação do mosquito vetor, apenas no controle

populacional do mosquito, sem elevar o risco aos seres humanos. Ao longo dos anos, as

medidas de controle têm apresentado inúmeras restrições, sendo necessário o envolvimento da

comunidade (STEFFLER et al, 2011).

Para Vasconcelos (1998, p.3) “[...] a educação em saúde é o campo de prática e

conhecimento do setor saúde que tem se ocupado mais diretamente com a criação de vínculos

entre a ação médica e o pensar e fazer cotidiano da população”.

Nos problemas relacionados à saúde pública, as intervenções educativas e sociais

têm se tornado de grande importância. Dada essa crescente importância do desempenho do

papel educativo e social no controle da dengue e de outras doenças tropicais, verificam-se que

iniciativas educativas e sociais não devem estar limitadas à transmissão de informações sobre

a doença e o vetor, como na distribuição de folhetos, faixas, cartazes e painéis, mas deve ter

como objetivo “uma eliminação significativa de criadouros dos vetores no ambiente. No

controle de endemias o poder público conta com diversas atividades. As formas tradicionais

de controle do dengue vêm se tornando ineficientes, afetando a saúde da população e

agredindo o meio ambiente (BROSSOLATTI e ANDRADE, 2002).

A maioria dos criadouros em potencial de infestação está nas residências e/ou

próximos as suas imediações que torna necessário a participação e mobilização social para a

erradicação ou controle do vetor (CHIARAVALLOTI, 1997b).

Winch et al. (1991, apud CHIARAVALLOTI, 1997b, pag 448) e Gordon (1988,

apud CHIARAVALLOTI, 1997b, pag 448), proferem sobre a importância do desenvolvimento

de campanhas educativas voltadas a proporcionar conhecimento sobre dengue e, apesar de

alcançar o numero maior de ouvintes não influencia significativamente na mudança de hábitos

e/ou comportamentos.

Uma fragilidade de ações educativas é que se limitam apenas a transmissão de

conhecimento ou avaliação do nível de conhecimento que a população dispunha, não se

preocupando em trabalhar com a visão que a população tem em relação ao dengue e esta não é

incentivada a participar da elaboração dessas intervenções educativas (CHIARAVALLOTI et

al, 1998).

Chiaravalloti Neto et al (2007) relata em seus estudos, que o programa

desenvolvido em São José do Rio Preto, São Paulo de acordo com as diretrizes do Plano

Nacional de Controle do Dengue proporciona a população a difundir o conhecimento sobre

dengue, mas que não altera a incidência do Ae. Aegypti e sua transmissão no município, o que

Page 16: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

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conclui que o conhecimento não modificou necessariamente o comportamento da

comunidade.

Para Brassolatti e Andrade (2002) não adianta apenas determinar o nível de

conhecimento da população, presumindo que este por si só irá promover a mudanças de

comportamento sobre a doença, sem observar o conhecimento prévio da comunidade,

sugerindo como alternativa a união das atividades da vigilância epidemiológica e a

participação da população na eliminação dos criadouros.

Donalisio et al (2001) verificou em uma investigação realizada em Santa Bárbara

D´Oeste, São Paulo, a contrapartida entre o nível de conhecimento e a mudança de hábitos, já

que a comunidade apresentou um certo grau de conhecimento sobre dengue. Expôs a

importância de trabalhar iniciativas educacionais e mobilização social em redes de ensino, por

se apresentar como uma alternativa viável.

Rangel (2008) em sua pesquisa relata sobre os problemas relativos às práticas de

educação, comunicação e participação comunitária no controle do dengue. Apresentando

modelos centralizados, verticalizados e unidirecional, sem se preocupar com a cultura dos

cidadãos as quais essas iniciativas sociais estão sendo direcionadas.

Para Reis (2011) já que historicamente as políticas de saúde e atividades de

combate ao dengue estão voltadas para o controle, propõe que as intervenções educativas e

sociais de controle do dengue sejam multidirecional, abrangendo o diagnóstico, tratamento e a

prevenção, impedindo que o mosquito vetor propague o vírus da dengue.

Incentivar a participação efetiva e a mobilização da população sobre o controle

de endemias é o motivo pelo qual a dengue tem se tornado um caso sério de saúde pública no

mundo inteiro, apesar dos esforços do governo em campanhas e/ou programas utilizando

todos os meios de comunicação para informar a população sobre o dengue, enfatizando as

medidas de controle (CHIARAVALLOTI et al, 1998).

Page 17: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

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2. JUSTIFICATIVA

Tendo em vista, os altos índices de infestação de dengue, que são proporcionados

devido à falta e/ou deficiência da mobilização social, a re-circulação dos sorotipos (DENV-1,

DENV-2, DENV-3 e DENV-4) causando as formas mais graves da doença, aonde casos

chegam ao óbito, às limitações da efetividade das campanhas de controle vetorial, e etc.

Faz-se necessário e de grande importância a utilização do espaço escolar e da

influência que esta mesma exerce na sociedade contemporânea e na educação e formação de

cidadãos para o desenvolvimento de atividades educacionais voltadas à educação em saúde.

A partir de então, sensibilizar a comunidade escolar a participar efetivamente e em

conjunto com o poder público de campanhas e/ou programas de controle do dengue e de

atividades educacionais sobre dengue voltados a sociedade e ser uma fonte estimuladora para

a participação da população na promoção de saúde.

Page 18: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

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3. OBJETIVOS

3.1 Objetivo Geral:

Diagnosticar o nível de conhecimento dos alunos do 1° ano do ensino médio de uma

escola pública do município de Quixeramobim sobre o dengue.

3.2 Objetivos Específicos:

Contribuir para o desenvolvimento da cidadania.

Demonstrar se os alunos estão sendo educados sobre dengue.

Identificar as deficiências e/ou carências dos alunos sobre dengue.

Promover habilidades cognitivas e criticidade sobre dengue.

Page 19: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

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4. REVISÃO DE LITERATURA

4.1 Aspectos Epidemiológicos

4.1.1.Características Gerais

Atualmente, a dengue é a principal arbovirose que está associado com os seres

humanos, constituindo-se um problema sério de saúde coletiva no mundo. Ocorre e

dissemina-se facilmente nos países tropicais devido às condições ambientais contribuírem

para o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, principal mosquito vetor do vírus

da Dengue e da Febre Amarela Urbana das Américas (CAMARA et al, 2006).

O agente etiológico é um vírus do genoma RNA, arbovírus pertencente à família

Flaviviridae do gênero Flavivírus formando um complexo, e são conhecidos quatro sorotipos:

DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. Todos produzem infecção e se manifestam, inicialmente,

de forma semelhante. Seus sintomas dependem da forma como se apresenta, tendo duas

formas principais: Dengue Clássico (DC) e a Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), às vezes

com Síndrome do Choque da Dengue (SCD) (BRAGA & VALLE, 2007).

Os sintomas da dengue são semelhantes a outras doenças podendo induzir a erros

de diagnósticos. O diagnóstico inicial do dengue é clínico através do histórico do paciente e

exame físico, havendo a comprovação pelo o exame laboratorial que apresenta resultados

seguros (BRASIL, 2002b).

Os vetores são mosquitos do gênero Aedes. A espécie Aedes aegypti é o principal

vetor de transmissão da doença. Outras espécies também podem atuar como vetores

secundários, como é o caso do Aedes albopictus está amplamente disperso nas Américas e

presente em todas as regiões do Brasil, mas não está vinculado aos casos de dengue nas

Américas (VASCONCELOS, 1999).

O processo de transmissão esta compreendido em dois ciclos: intrínseco e

extrínseco. O primeiro se caracteriza quando as fêmeas adultas infectadas se alimentam do

sangue humano, que é indispensável para o desenvolvimento dos ovos. Enquanto que no ciclo

extrínseco a transmissão ocorre do ser humano para o mosquito a partir do repasto sanguíneo

infectado isso durante o período de viremia, após o repasto o vírus se localiza nas glândulas

salivares da fêmea, onde se multiplica (MINAS GERAIS, Cap. 9).

Os vetores Ae. aegypti e Ae. albopictus possuem criadouros artificiais como

naturais. Nos recipientes artificiais, ambos apresentam características semelhantes, como

criadouros que contenham água que são essências para o desenvolvimento das formas larvais.

Page 20: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

19

Nos recipientes naturais o Ae. aegypti é encontrado em flores ornamentais como bromélias,

cavidade de árvores, buracos em rocha e internódios de bambu. E o Ae. albopictus, aproveita-

se de tocos de bambus, ocos de árvores, axilas de plantas e tanques de bromélias (ROSSI &

SILVA).

4.1.2.Ciclo de Vida

O desenvolvimento do Aedes aegypti se concede em quatros fases distintas: ovo,

larva (compreendida em quatro estágios), pupa e adulto. Os ovos mede em torno de 1 mm de

comprimento, de formato alongado e fusiforme, são depositados nas paredes dos criadouros e

no instante em que ocorre a postura os ovos se apresentam brancos (Figura 1) e logo após os

ovos obtêm uma cor negra (Figura 2). Para o desenvolvimento do embrião é necessário que

fatores como a umidade e temperatura estejam favorável. Os ovos possuem uma grande

capacidade de resistência, já foram identificados casos onde a eclosão ocorreu após 450 dias

sendo possível devido ao contato com a água, esse é o obstáculo que se encontra para a

promoção da erradicação (COSTA, 2005; FUNASA, 2001).

Fonte: IOC/Fiocruz

Figura 1: Os Ovos do Aedes aegypti no momento da postura.

Page 21: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

20

Fonte: IOC/Fiocruz Figura 2: Ovos do Aedes aegypti após a postura.

Na sua fase larvária colonizam recipientes artificiais como pneus, caçambas,

vasos, bebedouros de animais, latas, etc., isto é, objetos que armazenem água, pois se

alimentam da matéria orgânica que se encontram nas paredes e/ou no fundo dos criadouros, é

uma fase de crescimento e alimentação (Figura 3). Durante essa fase é evidenciando quatro

estágios larvários. Em condições favoráveis, essa fase dura em torno de quatro dias, mas para

isso irá depender da temperatura, acessibilidade a alimento e a densidade de larvas no

recipiente (COSTA, 2005; FUNASA, 2001).

Fonte: IOC/Fiocruz Figura 3: Larva do Aedes aegypti.

Page 22: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

21

A pupa é a fase que intercede ao desenvolvimento do estágio larval para o adulto,

não necessitam de alimentos, esse estado ocorre durante dois a três dias e quando inativas

ficam suspensa na superfície da água (Figura 4) (COSTA, 2005; FUNASA, 2001).

Fonte: IOC/Fiocruz

Figura 4: Pupa do Aedes aegypti, vivem em ambientes onde contém água estagnada.

\ Os mosquitos adultos são identificados por apresentarem linhas prateadas no

tórax e nos segmentos tarsais listras brancas e representam a parte reprodutora da espécie,

apesar da maior incidência em dispersão passiva através dos recipientes, esta fase também

pode ser representada pela dispersão ativa (Figura 5) (COSTA, 2005; FUNASA, 2001).

Fonte: IOC/Fiocruz

Figura 5: Principal Mosquito Vetor do Dengue Aedes aegypti.

4.1.3. Histórico Epidemiológico do Dengue no Mundo e nas Américas

Page 23: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

22

Há registro da incidência de dengue no mundo inteiro a mais de três séculos,

sendo mencionada nas Américas, África, Ásia, Europa e Austrália com a ocorrência de

pandemias e epidemias. Desde a década de 20 vem se verificando a predominância do DENV-

1 nas Filipinas que intensificou até a Segunda Guerra Mundial, onde a partir de então, foi

relatada a febre hemorrágica nas Filipinas, Bangcoc e Tailândia. Nos últimos anos da década

de 20, na Grécia, a partir de vestígios sorológicos de sobreviventes foi possível confirmar um

surto epidêmico de dengue hemorrágica dos sorotipos DENV-1 e DENV-2. Nas décadas de

60, 70 e 80, outros países asiáticos apresentaram epidemias de dengue hemorrágica, e nesta

última década a situação aumentou drasticamente atingindo países como a Índia e a China

(TEIXEIRA, BARRETO & GUERRA, 1999).

A circulação do vírus da dengue disseminou-se nas Américas após a década de 60,

havendo a confirmação dos sorotipos 2 e 3, em vários países. A Jamaica foi o primeiro país

das Américas a apresentar o sorotipo 1. A partir da década de 80, foram notificadas epidemias

em vários países, aumentando significativamente o problema. A epidemia FHD que afetou

Cuba, em 1981, é considerada como evento que marca a história da dengue nas Américas,

sendo causada pelo sorotipo 2, tendo sido o primeiro relato de febre hemorrágica da dengue,

ocorrido fora do Continente Asiático e Oceania (MINAS GERAIS, Cad. 9).

Fonte: Julita Nascimento Câmara De Castro, 2004. Figura 6: Distribuição do principal mosquito vetor do dengue Aedes aegypti no mundo.

Page 24: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

23

4.1.4. Histórico Epidemiológico do Dengue no Brasil

Existem algumas evidências sobre a incidência de epidemias de dengue em 1846,

nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, acontecendo outros aparecimentos repentinos em

São Paulo em 1851 e 1853 (TEIXEIRA, BARRETO & GUERRA, 1999). Mas o primeiro

registro médico de dengue no Brasil aconteceu em 1920 (CLARO et al, 2004).

Através de pesquisas realizadas na Amazônia entre 1953 e 1954, foi encontrado

focos de dengue no estado, mas o último foco no Brasil foi em 1955 no estado da Bahia,

sendo após o vetor considerado erradicado em 1958. Após a erradicação do mosquito, houve

duas reintroduções a primeira em 1967, nesta houve a eliminação do foco e a segunda em

1976, tendo encontrado o primeiro foco em Salvador (CHIARAVALLOTI, 1997b).

Na segunda metade do século XX, a partir da década de 80, quando ocorreu a

epidemia no Estado do Rio de Janeiro e a circulação do sorotipo 1, que logo alcançou a

Região Nordeste adquirindo importância entomológica. Desde então, a dengue vem ocorrendo

no Brasil de forma contínua, intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente

associadas com a introdução de novos sorotipos. No período entre 1986 e 1990, as epidemias

de dengue se limitaram a alguns Estados do Brasil, apenas nas Regiões Sudeste e Nordeste

(BRAGA & VALLE, 2007).

Em 1990, houve a introdução de um novo sorotipo DEN-2, sendo notificados

1.952 casos de dengue hemorrágica, com 24 mortes (CLARO et al, 2004). Nos anos seguintes

com a rápida intensificação da circulação do DENV-1 e o aparecimento de um novo sorotipo

DENV-2, difundiu-se rapidamente a outros estados do Brasil, ocorrendo no Ceará em 1994,

uma epidemia de dengue com mais de 40.000 notificações (TEIXEIRA, BARRETO &

GUERRA, 1999).

. Em 2000, um novo sorotipo começa a circular no Rio de Janeiro o DEN-3, é o

vírus mais agressivo entre os três primeiros, isso ocasionou nos anos seguintes a ocorrência de

epidemias que se expandiu a outros Estados e provocou a morte de mais de 30 pessoas por

FDH (CLARO et al, 2004).

Já se tem registros confirmados de casos de dengue do tipo 4 disseminando o

Ceará e outros Estados do Brasil, havendo a circulação momentânea de todos os vírus da

Page 25: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

24

dengue (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4) no país (COMBATE A DENGUE, 2011;

CLIPPING SVS, 2012).

Em janeiro de 2011, o Ministério da Saúde atualizou e divulgou o novo mapa de

risco da ocorrência de dengue no Brasil pelo Aedes aegypti (Figura 5) (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2011).

Fonte: Ministério da Saúde, 2011.

Figura 7: Ocorrência de Dengue no Brasil em 2011.

4.1.5.Histórico Epidemiológico do Dengue no Ceará.

No ano de 1986, ocorreu o primeiro registro médico de casos de dengue no Ceará,

com o isolamento do tipo viral DENV-1. Desde então, a dengue tem se apresentado como um

fator endêmico, e têm relatado cinco epidemias ao longo dos anos em 1987, 1994, 2001, 2008

e 2011. Destas, três se destacam, são as de: 1994, 2008 e 2011. Nesta primeira, se

caracterizou pela introdução de um novo sorotipo o DENV-2 que foi o grande responsável

pelo os primeiros casos de dengue hemorrágica no Estado. Em 2008, foi notificado o maior

número de casos graves de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), com 448 casos

confirmados e 23 óbitos, e Dengue com Complicações (DCC), 639 casos confirmados e 21

óbitos. Já em 2011, pela maior incidência de casos clássicos comprovados, e ainda neste

mesmo ano foi evidenciado o isolamento do sorotipo DENV-4, nos municípios de Fortaleza

(Capital) e Morada Nova. E a presença do sorotipo DENV-3 foi confirmada em 2002. Com a

propagação dos quatro sorotipos do dengue e um número significativo e crescente de

Page 26: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

25

municípios que são infestados pelo Aedes aegypti principal vetor, ambos são fatores que

influenciam no aumento da ocorrência de notificações dos casos de dengue. Outra

característica típica da dengue no Brasil, que já vem sendo observada nos últimos dez anos no

Ceará, é a confirmação de casos em todos os meses do ano, mas havendo um acréscimo nos

meses iniciais, sendo justificado devido a fatores que propicia a proliferação do mosquito

vetor como, aumento da pluviosidade, umidade e temperatura (CEARÁ, 2012a).

Analisando os últimos anos é possível perceber o aumento brusco que ocorreu,

desde de 2010 a 2012. Em 2010, dos 184 municípios do Estado do Ceará, 155 (84,2%)

municípios apresentaram infestação pelo vetor Aedes aegypti e 125 (67,9%) municípios

apresentaram transmissão confirmada de dengue. Foram comunicado 198 casos suspeitos de

Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), destes 26 foram confirmados em Fortaleza e 37 nos

municípios do interior e dos casos ratificados houve sete óbitos. No mesmo ano também

ocorreu 105 casos de Dengue com Complicações (DCC) e a letalidade foi de 22,0% (23/105).

Essa circunstância de aumento na incidência no número de casos de dengue se deve

principalmente à re-circulação do sorotipo DENV-1 (CEARÁ, 2012b).

Em 2011, a situação se agravou ainda mais, havendo uma incidência

significativa quando comparado com o ano anterior (2010), onde, 161 municípios

apresentaram infestação pelo Aedes aegypti e 177 municípios apresentaram transmissão

autóctone de dengue. Foram ratificados 174 casos de FHD, ambos confirmados, dos quais,

102 ocorreram na capital e os outros 72 no interior com 7,5% (13 dos 174) dos casos levado a

óbito. 457 foram identificados como DCC, havendo a letalidade de 10,7%, ou seja, 49 óbitos

dos 457 casos confirmados. Neste ano, a dengue se caracterizou pelo aumento de casos graves

por dois fatores essenciais, primeiro a circulação de três sorotipos e uma re-circulação

considerável do DENV-1 (CEARÁ, 2012b).

Já em 2012, desde o início do ano até o mês de junho, dos 43.092 casos de dengue

notificados em todos os municípios do Estado de Ceará, 20.551 foram confirmados em 137

municípios (CEARÁ, 2012c).

Page 27: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

26

Fonte: Informe Semanal Dengue 2012.

Figura 8: Classificação de Áreas de Vulnerabilidade para ocorrência de Dengue por municípios, Ceará,

2011/2012.

4.1.6.Histórico Epidemiológico do Dengue no município de Quixeramobim.

Os dados e registros disponíveis pela Secretaria de Saúde do município de

Quixeramobim – CE são apenas do ano de 2007 em diante, pois a mesma passou por uma

reformulação e no momento são esses os registros disponibilizados.

Na Tabela 1, mostra os casos notificados a Secretaria de Saúde contabilizada por

mês e ano.

Page 28: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

27

GRÁFICO 1: Número de casos de dengue notificados a Secretaria de Saúde do município de

Quixeramobim, do ano de 2007 a 2011.

Fonte: Secretaria de Saúde de Quixeramobim, 2012.

Em 2007, foram confirmados 54 casos de Dengue Clássico e nenhum caso

identificado de Dengue Hemorrágica e Dengue com Complicação. Em 2008, ocorreu a maior

incidência da doença no município, apresentando casos confirmados de Dengue Clássico

(96,93%) durante todo ano, Dengue Hemorrágica com 1,84% e Dengue com Complicações

1,22%, ocorrendo 1 óbito (QUIXERAMOBIM, 2012).

No ano seguinte (2009), dos 247 casos notificados a Secretaria de Saúde apenas 7

casos foram confirmados de Dengue Clássico e 1 de Dengue com Complicações. Em 2010,

foi identificado o menor número de casos dos anos registrados, sendo confirmados apenas 9

casos de Dengue Clássico durante todo o ano e em 2011, foram notificados 314 casos e

confirmados 120, sendo 119 casos de Dengue Clássico e 1 de Dengue com Complicações

(QUIXERAMOBIM, 2012).

4.2 Histórico de Ações Governamentais

As ações de combate ao mosquito vêm sendo desenvolvidas desde 1902 a 1907,

pois o mesmo também é responsável pela Febre Amarela Urbana (FAU) (REIS et al, 2011).

Oswaldo Cruz esteve à frente da primeira campanha pública, com as brigadas sanitárias com o

Page 29: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

28

objetivo de detectar caso de FAU e eliminar o vetor (Ae. aegypti). No Rio de Janeiro com

disseminação em outros municípios, em 1928 a 1929, houve epidemia de febre amarela, com

738 casos notificados e 478 óbitos. Na década de 30 e 40 a Fundação Rockefeller

desenvolveu e efetivou campanhas em vários países da América buscando a erradicação do

vetor (BRAGA & VALLE, 2007).

Em 1942, através do Decreto 8647 o Serviço de Combate à febre amarela tinha

por objetivo a erradicação do Aedes aegypti no Brasil. Os países membros da Organização

Pan-Americana de Saúde em 1947 decidiram erradicar o Ae. aegypti do Hemisfério Ocidental

(CHIARAVALLOTI, 1997a).

O Brasil participou efetivamente dessas campanhas e teve bom resultado, o vetor

foi erradicado em 1955, com uma reintrodução em 1967 e sua erradicação apenas em 1973,

mas devido a falhas da vigilância sanitária e a mudanças socioeconômicas houve a última

reintrodução em 1976 (BRAGA & VALLE, 2007).

Em 1996, o Ministério da Saúde em busca por uma solução mais eficaz contra a

dengue, decidiu rever a estratégia de combate, até então centralizada na Funasa. Os métodos

utilizados concentraram-se no combate químico, sem nenhuma ou pouquíssima participação

da comunidade, sendo pequeno o emprego de instrumentos epidemiológicos. Ainda no

mesmo ano, o Ministério da Saúde lançou o Programa de Erradicação do Aedes aegypti

(PEAa). Apesar da descentralização das ações na área de controle de endemias, e com os

repasses de recursos federais diretamente a estados e municípios, mesmo assim, as ações de

prevenção continuaram centradas nas atividades de campo com o uso de inseticidas contra o

vetor transmissor da dengue (BRASIL, 2002b).

Em 2001, diante do aumento da incidência e a introdução de um novo sorotipo

(DEN-3), que anunciava uma situação de risco de epidemias de dengue e de aumento nos

casos de Febre Hemorrágica da Dengue (FHD), o Ministério da Saúde, em parceria com a

Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), desenvolveram ações mais eficazes contra a

doença. Em agosto de 2001, o Ministério da Saúde implantou o Plano de Intensificação das

Ações de Controle da Dengue (PIACD), que, além de aumentar o repasse dos recursos

federais e manter a descentralização, introduziu métodos como a mobilização social e a

participação comunitária, iniciativas que se tornam relevantes no controle e prevenção do

dengue (BRASIL, 2002b).

O Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), instituído em 2002, está

fundamentada em aspectos essenciais:

Page 30: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

29

1) a elaboração de programas permanentes, uma vez que não existe qualquer

evidência técnica de que erradicação do mosquito seja possível, a curto prazo; 2) o

desenvolvimento de campanhas de informação e de mobilização das pessoas, de

maneira a se criar uma maior responsabilização de cada família na manutenção de

seu ambiente doméstico livre de potenciais criadouros do vetor; 3) o fortalecimento

da vigilância epidemiológica e entomológica para ampliar a capacidade de predição

e de detecção precoce de surtos da doença; 4) a melhoria da qualidade do trabalho de

campo de combate ao vetor; 5) a integração das ações de controle da dengue na

atenção básica, com a mobilização do Programa de Agentes Comunitários de Saúde

(Pacs) e Programa de Saúde da Família (PSF); 6) a utilização de instrumentos legais

que facilitem o trabalho do poder público na eliminação de criadouros em imóveis comerciais, casas abandonadas, etc.; 7) a atuação multissetorial por meio do fomento

à destinação adequada de resíduos sólidos e a utilização de recipientes seguros para

armazenagem de água; e 8) o desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de

acompanhamento e supervisão das ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde,

estados e municípios (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002, pag. 4).

O programa poderá passar por adequações específicas de acordo com os locais

onde será implantado além, do planejamento de novos planos que possa atuar em harmonia

com o Plano Nacional de Controle da Dengue, dentro dos objetivos, metas e componentes

(MINISTÉRIO, 2002).

Page 31: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

30

5. METODOLOGIA

Com a finalidade de analisar o nível de conhecimento prévio sobre dengue de

alunos do 1º Ano do Ensino Médio que se faz necessário para possível desenvolvimento de

estratégias educacionais e sociais, buscou-se o apoio da escola, por meio da aplicação de um

questionário.

Sendo, o questionário o instrumento utilizado para a coleta e análise de dados, por

apresentar as características necessárias para alcançar os objetivos propostos neste trabalho.

As perguntas elaboradas (Anexo) pela autora foram baseadas na literatura referente ao

dengue, contendo 8 perguntas (manifestações clínicas, criadouros, profilaxias, sintomas e

etc.).

Os questionários foram aplicados à turma do 1º Ano “A”, do turno da Manhã da

Escola Pública de Quixeramobim, Liceu Alfredo Almeida Machado. Inicialmente, foi

explicado a aplicação e o objetivo do questionário a turma, logo após li com eles cada

pergunta, mas sem expor nenhuma informação a respeito para não influenciar os alunos

durante a resolução do questionário.

Page 32: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

31

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

O questionário foi aplicado a 35 alunos, sendo 20 do sexo feminino com faixa

etária entre 14 a 17 anos e 15 alunos do sexo masculino tendo de 14 a 16 anos. As

informações coletadas passaram por análise proporcional para então ser tabulada. Houve

porcentagens significativas de respostas corretas sobre sintomas, transmissão da dengue e

características morfológicas do mosquito.

TABELA 1: Perguntas e Respostas de alunos sobre dengue em amostra única,

Quixeramobim, 2012.

Perguntas e Respostas Fase Única (%)

O que é dengue?

Mosquito

Doença contagiosa e/ou transmissível

Doença transmitida pelo mosquito

14,28

5,71

80

Quais são os sintomas da dengue? Um a dois sintomas

Três a mais sintomas

31,42

65,71

Como ocorre a transmissão da dengue?

Picada do mosquito

Água parada ou contaminada

88,57

11,42

O que é dengue hemorrágica? Fase aguda da doença

Dengue com sangramento

42,85

51,42

Quais as características morfológicas do mosquito da dengue?

Pernilongo e Mosquito rajado

85,71

Quais os criadouros do mosquito?

Um recipiente

Dois ou mais recipientes

Objetos com água limpa e parada

17,14

48,57

31,42

Você conhece alguma medida de controle do mosquito? Qual? Uma medida

Duas ou mais medidas

51,42

42,85

Qual foi a principal fonte de informação sobre o dengue?

Mídia (Televisão, Jornais, Noticiários, Internet e Rádio)

Palestras/Teatros em escolas

Campanhas/Panfletos/Vigilância Sanitária

Outras Fontes

85,7

48,55

39,99

17,14

Page 33: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

32

Na Tabela 1, está exposto em porcentagem algumas perguntas e respostas

sobre a doença, sintomas, transmissão, características morfológicas, criadouros, medidas de

controle, dengue hemorrágica e fonte de informação sobre dengue.

Nota-se certo conhecimento dos alunos quando perguntado sobre a definição de

dengue, sintomas, transmissão e características morfológicas. Dos alunos que participaram do

questionário 80% afirmaram ser dengue uma doença transmitida pelo o mosquito (Tabela 1).

Sobre os sintomas, 60% conheciam pelo menos quatro a mais sintomas

característica da doença (Tabela 1), entre eles se destacam febre, dor de cabeça/atrás dos

olhos, dores no corpo, vômitos e manchas vermelhas no corpo, sendo os sintomas mais

citados pelos alunos (Gráfico 2).

GRÁFICO 2: Porcentagens dos sintomas mais citados pelos alunos no questionário.

Sobre a transmissão da doença 88, 57% e as características morfológicas 85,

71%, que alcançaram níveis satisfatórios de respostas corretas, através da picada do mosquito

e pernilongo ou mosquito rajado, respectivamente (Tabela 1).

Por outro lado, deve-se destacar a existência de confusão entre os alunos quando

perguntado: “O que é dengue hemorrágica?”, pois 42,85% afirmaram ser a fase aguda da

doença, ou seja, o estágio avançado da doença (Tabela 1).

Page 34: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

33

Quanto aos criadouros 48,57% identificaram e citaram dois ou mais

recipientes, reconhecendo a água como fator fundamental para a postura dos ovos e

desenvolvimento dos A. aegypti (Tabela 1). Entre os recipientes e/ou criadouros do mosquito

mais citados estão: Pneus, garrafas/vidros, vasos/jarros de plantas e caixas d’agua (Gráfico 3).

Estes resultados nos mostram que a população está muito melhor informada na

parte de sintomatologia da doença do que na de prevenção, isto reflete muito a forma como

foi obtido estas informações, em que a maioria afirma ter recebido por meio da televisão,

sendo que a maioria das campanhas educativas a nível nacional enfatizam a realidade do Sul e

Sudeste.

Chiaravolloti Neto; Morais e Fernandes (1998) observaram que o ganho de

conhecimento sobre a dengue não é diretamente proporcional a atitudes preventivas tal como

observamos neste trabalho, pois mesmo tendo um bom nível de conhecimento sobre a doença

a infestação do mosquito e a transmissão da doença continua elevada no município.

GRÁFICO 3: Porcentagem dos criadouros/recipientes mais citados pelos alunos.

No Gráfico 4, estão apresentadas as porcentagens de respostas corretas, sobre as

medidas de controle do vetor e prevenção do dengue, de acordo, com os recipientes mais

citados e na Tabela 1, o conhecimento prévio dos alunos quanto a quantidade de medidas,

Page 35: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

34

42,85% citaram duas ou mais medidas e 51, 42% referiram-se apenas uma medida de controle

do dengue.

GRÁFICO 4: Respostas corretas sobre medidas de controle do mosquito, quanto aos

criadouros mais citados.

Quanto às informações prévias pelas quais os alunos receberam esse

conhecimento sobre dengue (Tabela 1). 85,7% dos alunos mencionaram a mídia, seguidos

com Palestras/Teatros em escola por 48,55%, Campanhas/Panfletos/Vigilância Sanitária 39,99% e

Outras Fontes 17, 14%.

Page 36: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

35

7. CONCLUSÃO

O nível de conhecimento dos alunos sobre vetores do dengue, infestação,

criadouros, medidas de controle doméstico e etc., foi considerado satisfatório. No entanto,

devo alertar sobre as deficiências existentes e/ou respostas incertas, demonstrando a

insegurança ou dúvidas que os alunos possuem a respeito do tema, principalmente quando se

fala em Dengue Hemorrágica.

A escola é um espaço adequado e ideal para se trabalhar com Educação em Saúde,

pois contribui para o desenvolvimento de conhecimento significativo, além de apresentar

influência nas mudanças de hábitos e/ou comportamentos na sociedade.

É preciso haver um direcionamento das atividades educativas de prevenção a

dengue, procurando enfatizar a realidade local, pois não faz sentido destacar que vasos de

plantas são um risco para dengue se a nossa população não tem o hábito de ter vasos de planta

em casa, mas armazena água em potes.

Page 37: INQUÉRITO DO NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE DENGUE DE ALUNOS DE ESCOLA PÚBLICA

36

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ANEXO

Questionário sobre DENGUE

1. O que é dengue?

2. Quais são os sintomas da dengue?

3. Como ocorre a transmissão da dengue?

4. O que é dengue hemorrágica?

5. Quais as características morfológicas do mosquito da dengue?

6. Quais os criadouros do mosquito?

7. Você conhece alguma medida de controle do mosquito? Qual?

8. Qual foi a principal fonte de informação sobre o dengue?