Laboratório de Comunicação Popular - Aula 4

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  • 1. O textojornalstico

2. Matria / ArtigoMatria ou reportagem: um texto jornalsticocom um fato de interesse pblico transformado emuma narrativa que apresenta em seu contedoeventos importantes do mesmo. Para sertransformado em matria, o fato deve ser realmentede interesse geral e novo, e ter algumaspropriedades como credibilidade, preciso,consistncia e clareza;Artigo: um tipo de texto jornalstico que prioriza aopinio, mas pode tambm conter informaes.Geralmente so de autoria de personalidades queno so necessariamente funcionrios do jornal,mas podem ser convidados para abordar com suaviso temas especficos do cotidiano. 3. Estrutura dotextojornalstico 4. Pirmide invertida a forma de estrutura mais tradicional do texto noticioso.Caracteriza-se pelo agrupamento hierarquizado dasinformaes bsicas do fato. Existe uma ordem consagrada depirmide invertida que utilizada por praticamente todos osjornais no mundo:Ttulo > Lide > Sub-lide > Corpo da matria < / > InterttulosLembrando que a organizao de pirmide invertida no relataos fatos de uma notcia em sua ordem cronolgica, nem ainverte. Ela existe para priorizar as informaes maisimportantes de um fato. 5. Ttulo (parte 1)Tem como objetivo principal chamar a ateno do leitor.Na construo de uma reportagem, a ltima etapa a serrealizada, pois resume de forma direta e em poucaspalavras o fato noticioso.Dependendo da publicao, o ttulo pode ser livre, queoferece a possibilidade de ter menos caracteres, oucontado, que de acordo com a fonte utilizada e disposiona pgina tem um nmero padro de toques (Ex: um ttulode 20 toques pode ter no mximo dois caracteres a maisou a menos);Algumas publicaes utilizam tambm subttulos, quepode aprofundar resumidamente a matria em uma ouduas linhas. 6. Exemplos de bons ttulos:Ttulo (parte 2) 7. Lide / lead (parte 1) o primeiro pargrafo do texto noticioso. Ele sintetiza o fatotransformado em notcia, e contm a maioria das informaesrelevantes para o pblico.No lide so respondidas as principais perguntas sobre a notciaproduzida:- Quem?: O sujeito ativo ou passivo do fato;- O que?: A ao executada ou sofrida pelo sujeito principal do fato;- Como?: O modo ou a forma como a ao foi executada ou sofrida;- Quando?: A circunstncia ou o contexto temporal do fato;- Onde?: O local ou circunstncia espacial da ao;- Por que?: O motivo que provocou ou desencadeou o fatoexecutado ou sofrido. 8. Existem vrios tipos de lide que podem ser usados de acordo coma publicao e o impacto que o jornalista deseja provocar nopblico-alvo:Lide simples: Se refere a apenas um fato principal;Lide composto: Abre a notcia anunciando vrios fatos importantesque se interligam em uma grande matria principal;Lide integral: Relaciona todas as informaes objetivas sobre ofato, geralmente respondendo todas as principais perguntas sobreo mesmo (Quem? O que? Como? Quando? Onde? Por que?);Lide suspense ou dramtico: Elaborado com o objetivo deprovocar emoes no pblico;Lide / lead (parte 2a) 9. Lide relmpago: Anuncia o fato de uma forma extremamenteresumida, geralmente em uma ou duas frases no mximo;Lide citao: Anuncia o fato usando como recurso o discursodireto;Lide contraste: O fato apresentado atravs de uma situaoantagnica;Lide documentrio: Faz uma contextualizao histrica do fato;Lide pessoal: Utiliza o fato para interagir diretamente com o leitor,geralmente por meio de uma pergunta retrica.Lide / lead (parte 2b) 10. Lide / lead (parte 3)Exemplo de um bom lide: 11. Sub-lide uma inveno do jornalismobrasileiro, que tem como finalidadeaprofundar o lide e lig-lo ao corpo damatria. Ele equivale ao segundopargrafo do texto e contminformaes acessrias quepossibilitam o desdobramento dofato.Geralmente o lide e o sub-lidecontm de trs a cinco linhas cadaum, com mdia de 70 toques(caracteres). 12. Corpo da matria o desenvolvimento da notcia como umtodo, e o aprofundamento do lide e do sub-lide. No corpo da matria podem serapresentados os elementos acessrioscomo dados, nmeros, e a descrio dofato em seus pormenores.Quando o lide no consegue respondertodas as perguntas relacionadas notcia,o corpo da matria deve conter asrespostas para as perguntas Como? ePor que?, alm de se possvel oferecerdesdobramentos respondendo uma dasquestes que no aparece no lide: Paraque?. 13. Interttulo um ttulo curto aplicado dentroda matria, usado para destacardeterminado tema sem retir-lo docorpo principal do texto. Nomximo so utilizadas trspalavras para redigir um interttulo;Alm de servir para recortar umtema acessrio que merea certodestaque, tambm usado paradar movimento e leveza noprocesso de diagramao. 14. A linguagemjornalstica 15. Caractersticas gerais (parte 1) Tem como caracterstica principal aobjetividade, utilizando muito mais alinguagem denotativa (quando a palavra utilizada com seu sentido comum) do que aconotativa (Quando utilizada com um sentidodiferente daquele que lhe comum, porexemplo no sentido figurado ou metforas); Foca na informao como principal referencialno texto para atingir o pblico; Busca o ideal de imparcialidade, evitandoexpresses que denunciem a opinio do autorda matria; 16. Caractersticas gerais (parte 2) Constri uma narrativa, usando o modelosujeito verbo predicado (objetos,complementos e adjuntos adverbiais),utilizando-se sempre de verbos que exprimamao, e pode ser escrita tanto na voz ativaquanto na voz passiva, dependendo dodestaque que se queira dar a ao ou aopersonagem da matria; Sempre busca criar uma empatia com opblico, na maioria das vezes projetando nopblico os sentimentos envolvidos na notcia. 17. Como escrever um bom texto:regras bsicas Use frases curtas e simples, sem oraes ouintercalaes complexas (apostos, travesses eparnteses), sempre na ordem direta da lngua (sujeito -verbo - complementos); Evite locues com mais de dois verbos (ex.: vinhadeixando de fazer); Utilize palavras, expresses e variantes conhecidas naforma coloquial, mas que so aceitas no registro formalda lngua portuguesa; Evite repeties excessivas e ambiguidades, visandofacilitar a percepo e a memorizao das informaesdo texto. 18. Critrios ecuidadosextras 19. Critrios e cuidados extras:geral (parte 1)Periodicidade o perodo determinado em que o veculo jornalstico distribui ou veiculasua produo para o pblico-alvo.Toda a produo jornalstica norteada levando em considerao o tempoexistente entre suas edies para a elaborao de matrias.Dead-lineNo jornalismo, significa o prazo final para o fechamento de uma edio. Ojornalista deve estar com o material redigido, revisado e com todas asindicaes de fotos, recursos artsticos, boxes e outros efeitos textuais nomomento determinado para este fechamento.O atraso na entrega do material prejudica a veiculao da matria emRdio e TV, e a impresso e distribuio do jornal impresso. 20. Critrios e cuidados extras:geral (parte 2)FactualidadeDe acordo com a factualidade do assunto, a matria jornalstica pode serclassificada como quente ou fria:Matria quente: Aquela que contm informaes inditas e que requerpublicao imediata.Matria fria: Aquela que a maioria das informaes so atemporais, e porconta disso no tem a necessidade de publicao imediata. Veja gaveta.Quando a matria fria e pode ser guardada, o termo usado para dizerque ela pode ser reaproveitada em um momento posterior que ela estengavetada. 21. Critrios e cuidados extras:ImpressoLimite de espaoExistem algumas medidas pr-determinadas de materiais impressos,principalmente jornais, que so utilizadas por quase todos os jornais dopas, salvo raras excees. As mais comuns so: Standard:Altura: 540 mm / Largura: 297 mm / Nmero de colunas: 06; Tablide simples:Altura: 297 mm / Largura: 260 mm / Nmero de colunas: 05; Tablide americano:Altura: 350 mm / Largura: 260 mm / Nmero de colunas: 05; Berliner (formato alemo):Altura: 400 mm / Largura: 260 mm / Nmero de colunas: 05. 22. Critrios e cuidados extras:texto para rdio (parte 1)FormataoPadro: Fonte Arial Black, tamanho 14, espaamento 1,5;Vrgula ( , ): Alm da funo gramatical, serve para criar uma pequenapausa para variao na entonao e rpida renovao do ar. Suamarcao no texto representada por uma barra ( / );Deve-se tomar o cuidado de no colocar virgula demais no texto (criandomuitos obstculos e dificultando uma locuo natural) ou de menos(deixando o locutor sem flego para apresentar o texto);Ponto ( . ): Significa o final de uma unidade fnica e gramatical e servepara a renovao completa do ar. Sua marcao no texto representadapor trs barras ( /// ). Quando o texto totalmente finalizado, ademarcao representada por vrias barras ( /////////////////////////////////// ). 23. Critrios e cuidados extras:texto para rdio (parte 2a)Outras especificaesNumerais Cardinais: Do nmero zero ( 0 ) at o nmero nove ( 9 ), onumeral escrito por extenso. Aps o nmero dez ( 10 ), ele escrito daforma convencional. Sempre que um nmero for grande e quebrado, possvel aproxim-lo para um valor redondo usando um conectivo (ex.:2.978 > cerca de trs mil / 8012 > pouco mais de oito mil);Numerais Ordinais, Romanos e Fraes: Sempre so escritos porextenso (ex.: primeiro, dcimo sexto, quinquagsimo oitavo, um tero, umquinze avos, etc);Smbolos ( R$, % ): Seguem a regra dos numerais cardinais, mas adenominao dos smbolos sempre escrita por extenso (ex: oito porcento, 25 reais, 100 por cento, etc); 24. Critrios e cuidados extras:texto para rdio (parte 2b)Sinais de expresso ( ! / ? ): Podem ser usados para que o locutor dnfase na sentena, mas este uso deve ter moderao (ex.: At quando?/// At quando o buraco desta rua vai continuar aberto? /// um absurdo!);Nomes estrangeiros: Escrever da forma fontica aportuguesada maisprxima do que ele pode ser lido e compreendido (ex.: Hollywood >Rolide / Google > Ggol);Rimas, cacofonias e repeties de palavras: Evite-as, e no caso de tera necessidade de usar uma palavra por muitas vezes, procure sinnimosou expresses conhecidas que identifiquem com clareza a mesma (ex.:deputado = parlamentar = congressista).