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1 LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS. Língua Portuguesa III Professor Humberto Silva de Lima (Organizador) C.E. HISPANO BRASILEIRO JOÃO CABRAL DE MELO NETO Material de Integração TEXTOS VÍDEOS EXERCÍCIOS AVALIAÇÕES 2016 – RIO DE JANEIRO

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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS.

Língua Portuguesa III

Professor Humberto Silva de Lima

(Organizador)

C.E. HISPANO BRASILEIRO JOÃO CABRAL DE MELO NETO

Material de Integração

TEXTOS

VÍDEOS

EXERCÍCIOS

AVALIAÇÕES

2016 – RIO DE JANEIRO

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AVALIAÇÃO BIMESTRAL

Avaliação Integrada: 3.0

Avaliação Bimestral: 3.0

Avaliação Externa (SAERJ): 2.0

Apropriação de conteúdos e participação: 0.5

Teste (folha destacável deste livro): 1.0

Fluência verbal: 0.5

Preencha a ficha abaixo:

ALUNO (A)

TURMA TURNO Integral (Dupla Escola)

HORÁRIO DAS AULAS

SEGUNDA TERÇA QUARTA QUINTA SEXTA

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UNIDADE 1PRIMEIROS PASSOS

PRATICANDO PRIMEIRAS LEITURAS

U1.1 - O contexto não é necessariamente o ambiente físico, o momento e o

lugar da enunciação. Identifique os referentes da palavra “local” nos textos

abaixo.

1. O agente secreto OSS 117 dirige-se ao bar languidamente. O local é um

espaço reservado a não-fumantes.

2. OSS 117 sai da sala e se dirige ao bar languidamente. O local é um

espaço reservado a não-fumantes e faz uma hora que ele está com

vontade de fumar e de tomar um bom uísque.

3. OSS 117 pega seu maço de cigarros, sai de sala e se dirige ao bar. O local

é um espaço reservado a não-fumantes: ele precisa voltar à sala.

U1.2 – Leia o texto abaixo:

(...) Desde que a família se mudou para essa casa de campo que eles estão arrumando, Carolina se sente muito cansada. Todas as manhãs ela se levanta às 6 horas para ajudar seu marido (...).

a) Interprete os elementos em negrito.

b) No segmento (...) seu marido (...), existe a possibilidade de dupla

interpretação? Explique, com base nos dados abaixo em espanhol.

Andrés: ¿Con quién están Jorge y Paloma?

Estela: Están con sus amigos.

U1.3 – En el diálogo en español de la cuestión anterior, Estela usa sus. Fíjate que

sus, en este caso, puede referirse a usted, si los amigos son de Andrés; a él, si los

amigos son de Jorge; a ella, si los amigos son de Paloma; a ellos, si los amigos son

de Jorge y Paloma.

Ahora observa que en estas frases no hay ambiguedad:

a) Jorge y Paloma están con los amigos de _______________.

b) Jorge y Paloma están con los amigos de _______________.

c) Jorge y Paloma están con los amigos de _______________.

U1.4 – Qual é a condição para que o sentido da frase Este local é um espaço

reservado a não-fumantes seja adequadamente interpretado?

U1.5 - Que gênero textual geralmente tem início com estes traços linguísticos?

a) E, aí, beleza?

b) Boa noite.

c) Alô, quem fala?

d) Conhece aquela do papagaio?

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e) Atenciosamente,

f) [...] pegue duas xícaras de açúcar e adicione [...]

U1.6 - Retextualização é a refacção ou a reescrita de um texto para outro texto. Trata-

se de um processo de transformação de uma modalidade textual em outra,

envolvendo operações específicas, de acordo com o funcionamento da linguagem.

Observe o esquema abaixo.

Identifique os vários textos gerados por um debate acontecido em uma reunião

de condomínio. Escreva o que representam R1, R2, R3, R4 e R5 nesse esquema.

U1.7 – Leia o texto abaixo.

Considerando os fatores de textualidades presentes neste texto, julgue as

assertivas abaixo.

( ) É coerente a relação entre o título e a ilustração dessa matéria jornalística.

( )O trecho é informativo, pois o enunciador defende questões conflitantes a respeito da fé e da razão.

( )Uma das intenções do enunciador desse texto é levar o leitor a entender o assunto tratado na

reportagem.

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( )Pode-se considerar que, entre outras, é do enunciado da reportagem conduzir o leitor a tirar conclusões.

( ) A situacionalidade é determinada por fatores tais como o tipo de revista (Revista Galileu) e a época em

que a matéria circulou (2005).

( ) Não há intertextualidade nessa reportagem, pois o texto não estabelece relação com o outro texto.

U1.8 – Leia o texto abaixo.

a) A construção de sentidos de um texto, seja oral ou escrito, pode ser afetada por quem o

diz/escreve. No caso desse texto, isso ocorre? Justifique sua resposta.

b) Quem é (são) o(s) destinatário (s) desse texto?

c) Na sua opinião, o suporte em que esse texto foi veiculado é adequado? Justifique a sua resposta.

d) Se você lesse a frase “Fumar causa câncer de boca e perda dos dentes.”, isoladamente, sem a

imagem que a acompanha, ela teria o mesmo impacto sobre você? Justifique a sua resposta.

U1.9 – Julgue as assertivas abaixo:

( ) A leitura é atividade que depende exclusivamente dos conhecimentos do leitor.

( ) Ler é um processo cognitivo em que se compartilham diversos saberes.

( ) Leitura é atividade em que se consideram experiências do leitor.

( ) Ler é habilidade que envolve decodificação de elementos linguísticos.

( ) Durante a leitura, o leitor avalia as hipóteses por ele levantadas, segue algumas pistas para entender o

texto e interage com o que é lido.

( ) Durante a leitura,o leitor recebe passivamente informações do texto.

U1.10 – Leia o texto abaixo.

Deveríamos estar discutindo a maioridade?

Na Colômbia, um adolescente só é tratado como adulto após os 18 anos. Na Inglaterra, aos 10. São países

que adotam medidas opostas para lidar com seus jovens criminosos. Na Colômbia, os jovens menores de 18 anos

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são responsáveis por 14% dos homicídios que acontecem no país. Na Inglaterra, essa mesma faixa etária comete 12

% dos assassinatos. Nos EUA, onde a idade da maioridade varia de estado para estado, 10,9% dos homicídios são

cometidos por menores de 18 anos. Moral da história: os países têm legislações bastante diferentes, mas índices de

criminalidade juvenil muito parecidos. Sinal de que a lei em si não tem impacto direto na redução da violência.

SUPER INTERESSANTE. São Paulo, Abril, Ed. 239, p.86, abril. 2007 (fragmento). Grifos nossos.

1. A respeito da frase-título, assinale a afirmativa incorreta.

(a) Pressupõe que uma coletividade, da qual fazem parte o locutor e seus interlocutores, discute ou pensa

discutir o tema da maioridade.

(b) Sinaliza, com sua entoação interrogativa, que o parágrafo, subsequente traz uma possível resposta à

questão proposta.

(c) Aceita a substituição de deveríamos por devíamos, sem prejuízo do comprometimento do locutor com

o que diz.

(d) Permite a anteposição do advérbio não ao verbo (Não deveríamos estar discutindo...?) sem que se

altere seu objetivo comunicativo.

2. Em todas as alternativas, a segunda versão dos enunciados preenche adequadamente elipses da

primeira, exceto em:

(a) Na Colômbia, um adolescente só é tratado como adulto após os 18 anos. Na Inglaterra, aos 10. Na

Colômbia, um adolescente só é tratado como adulto após os 18 anos. Na Inglaterra, um adolescente só

é tratado como adulto aos 10.

(b) São países que adotam medidas opostas para lidar com seus jovens criminosos. A Colômbia e a

Inglaterra são países que adotam medidas opostas para lidar com seus jovens criminosos.

(c) Moral da história: os países têm legislações bastante diferentes, mas índices de criminalidade juvenil

muito parecidos.Moral da história: os países têm legislações bastante diferentes, mas não têm índices

de criminalidade juvenil muito parecidos.

(d) Sinal de que a lei em si não tem impacto direto na redução da violência. Isso é sinal de que a lei em si

não tem impacto direto na redução da violência.

3. Repetição e substituição lexicais são recursos de coesão. Que palavras ou expressões do texto são

retomadas por aqueles destacadas nas passagens abaixo?

a) São países que adotam medidas opostas para lidar com seus jovens criminosos.

b) Na Inglaterra, essa mesma faixa etária comete 12% dos assassinatos.

c) ... os países têm legislações bastante diferentes, mas índices de criminalidade juvenil muito

parecidos.

U1.11 - Identifique a que fazem referência os termos em destaque nos textos das alternativas, adaptados de

diferentes revistas de circulação nacional.

a) Após o desfecho inesperado e doloroso, o antropólogo começou a ser fustigado por críticas de seus

colegas. Agora, GLOBO CIÊNCIA conta a verdadeira história de Good e Larima, desde que se

conheceram, nos anos 70, até sua penosa separação, às margens do Rio Orenoco, em 1993 – e traz,

com exsclusividade, a versão do antropólogo.

b) A sociedade de massa é alvo de sérias críticas, provenientes de diversas fontes. Entre essas críticas, destacam-se três

fundamentais: a da massificação, a da manipulação e a da alienação. No primeiro caso, a crítica partia de início, das antigas

elites.

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EN ESPAÑOL Agora você vai ler a sinopse do filme Homem de Ferro 3, em espanhol. É um filme atual e sucesso de bilheteria. El Hombre De Hierro 3 Titulo Original:

Iron Man 3

Género: Acción | Ciencia Ficción

Fecha: 2013 Duración: 130 min

Sinopse: El descarado pero brillante empresario Tony Stark/IronMan (Robert Downey Jr.) se enfrentará

a un enemigo cuyo poder no conoce límites. Cuando Stark comprende que su enemigo ha destruido su universo personal, se embarca en una angustiosa búsqueda para encontrar a los responsables. Este viaje pondrá a prueba su entereza una y otra vez.

Acorralado, Stark tendrá que sobrevivir por sus propios medios, confiando en su ingenio y su instinto para proteger a las personas que quiere. Durante su lucha, Stark conocerá la respuesta a la pregunta que le atormenta en secreto: ¿El hábito hace al monje o es al contrario?

http://www.peliculasaudiolatino.tv/movies/El_Hombre_De_Hierro_3.html

A partir da leitura da sinopse do filme Homem de Ferro 3, responda às seguintes questões: 1. Que informações traz o texto que você leu?

2. Há na sinopse informações que requerem um conhecimento prévio do leitor? Caso haja, quais são?

3. Para que serve o texto?

4. A quem se destina a sinopse?

5. Quando uma pessoa pode ter a necessidade de ler uma sinopse?

6. Onde podemos encontrar esse tipo de sinopse?

7. O texto conta o final do filme? Por quê?

8. Como se chama esse tipo de texto?

9. O que você acha que a expressão “El hábito hace al monje o es al contrario” quer dizer no contexto da sinopse?

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UNIDADE 2 MANIFESTOS E PANFLETOS

PRIMEIROS CONCEITOS

O manifesto é uma declaração pública de estilo formal, construída em interlocução

direta com seu público-alvo, na qual um governo, um partido político, um sindicato, um grupo de pessoas ou uma pessoa expõe determinada decisão, posição, programa ou concepção. Pode vir seguido de uma lista de assinaturas, como no abaixo-assinado.

PARA PENSAR

U2.1 - Ouça a música interpretada por Marília Barbosa. O nome da música é

“Manifesto”, de Guto Graça Mello e Mariozinho Rocha. Justifique esse título com base

na reprodução da música.

O panfleto é um texto publicitário curto, impresso em folha avulsa, com distribuição corpo a corpo feita em locais de grande circulação. Como texto de conteúdo político, usado para convidar / convocar a população ou determinados grupos sociais para alguma manifestação / ato / contestação pública, circula também em folha avulsa e o texto é e estilo veemente e sensacionalista. O panfleto também pode veicular conteúdos de propaganda de um determinado produto ou serviço.

PARA PENSAR

U2.2 - Atualmente, há vários programas televisivos de cunho sensacionalista.

O que esses programas dialogam ou não com o sensacionalismo panfletário?

U2.3 – Explique o traço panfletário na música “Pra não dizer que não falei de

flores”, de Geraldo Vandré.

U2.4 – A música de Mercedes Sosa pode ser considerada panfletária? Ouça

a música “Campana de Palo”e explique.

CONHECENDO OS GÊNEROS

Exemplo de manifesto:

O Manifesto 2000 pela paz

Reconhecendo a minha cota de responsabilidade com o futuro da humanidade, especialmente com

as crianças de hoje e as das gerações futuras, eu me comprometo em minha vida diária, na minha

família, no meu trabalho, na minha comunidade, no meu país e na minha região – a:

Respeitar a vida e a dignidade de cada pessoa, sem discriminação ou preconceito;

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Praticar a não violência ativa, rejeitando a violência sob todas as suas formas: física, sexual,

psicológica, econômica e social, em particular contra os grupos mais desprovidos e vulneráveis

como as crianças e os adolescentes;

Compartilhar o meu tempo e meus recursos materiais em um espírito de generosidade visando o

fim da exclusão, da injustiça e da opressão política e econômica; Defender a liberdade de

expressão e a diversidade cultural, dando sempre preferência ao diálogo e a escuta do que ao

fanatismo, a difamação e a rejeição do outro;

Promover um comportamento de consumo que seja responsável e práticas de desenvolvimento

que respeitem todas as formas de vida e preservem o equilíbrio da natureza no planeta;

Contribuir para o desenvolvimento da minha comunidade, com a ampla participação da mulher e

o respeito pelos princípios democráticos, de modo a construir novas formas de solidariedade.

Manifesto disponível em www.unesco.org.br/noticias/noticias2000/nu200/nu200e/mostra¬_documento

EN ESPAÑOL (MANIFIESTO)

Manifiesto de John Perry Barlow (español)

Declaración de independencia del ciberespacio

Gobiernos del Mundo Industrial, vosotros, cansados gigantes de carne y acero,

vengo del Ciberespacio, el nuevo hogar de la Mente. En nombre del futuro, os pido en

el pasado que nos dejéis en paz. No sois bienvenidos entre nosotros. No ejercéis

ninguna soberanía sobre el lugar donde nos reunimos. No hemos elegido ningún

gobierno, ni pretendemos tenerlo, así que me dirijo a vosotros sin más autoridad que

aquella con la que la libertad siempre habla.

Declaro el espacio social global que estamos construyendo independiente por

naturaleza de las tiranías que estáis buscando imponernos. No tenéis ningún derecho

moral a gobernarnos ni poseéis métodos para hacernos cumplir vuestra ley que

debamos temer verdaderamente.

Los gobiernos derivan sus justos poderes del consentimiento de los que son

gobernados. No habeis pedido ni recibido el nuestro. No os hemos invitado.

No nos conocéis, ni conocéis nuestro mundo. El Ciberespacio no se halla dentro

de vuestras fronteras. No penséis que podéis construirlo, como si fuera un proyecto

público de construcción. No podéis. Es un acto natural que crece de nuestras acciones

colectivas.

(Fuente: http://nomadasyrebeldes.filesWORDPRESS .com/2012/05/manifiesto_de_john_perry_barlow-1.pdf

(fragmento))

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Praticando U2.5 - Os textos em análise são exemplos de manifestos. Aponte as diferenças e as semelhanças quanto ao gênero em questão. __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ U2.6 - Como se verifica linguisticamente a progressão temática da ideias nos textos em análise? Contextualize sua resposta segundo os conceitos de frase, oração e período. __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ U2.7 – Releia o fragmento do primeiro manifesto: Promover um comportamento de consumo que seja responsável e práticas de desenvolvimento que respeitem todas as formas de vida e preservem o equilíbrio da natureza no planeta. Enuncie uma regra de concordância verbal a respeito do verbo em destaque. __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ __________________________________________ U2.8 – A regra proposta na questão anterior se enquadra na oração em espanhol Los gobiernos derivan sus justos poderes ? Justifique. _______________________________________________ _______________________________________________

O QUE É CONCORDÂNCIA?

Concordância é a

adaptação formal entre

sintagmas ou partes de

sintagmas, ou seja, uma marca

da relação estabelecida por um

locutor entre o verbo e o

substantivo-sujeito

(concordância verbal), entre

determinantes e modificadores

de substantivo (artigo, adjetivo

pronomes e numerais

adjetivos, particípios) e o

substantivo modificado por

eles (concordância nominal). A

concordância é, assim, um

mecanismo de coesão que nos

permite reconhecer e indicar

termos correlacionados em

uma mesma oração ou frase,

ou em orações ou frases

diferentes.

Indique o tópico

discursivo no texto abaixo,

tendo em vista o mecanismo de

concordância:

Embora tenha potencial

para se tornar agressivo,

o pastor alemão pode ser

muito companheiro de

seus donos se for bem

treinado. Além disso,

mesmo manso, impõe

respeito e ajuda na

segurança da casa.

ÉPOCA, São Paulo, Globo,

n.457, p.87, 19 fev. 2007

(fragmento)

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Exemplos de panfleto:

U2.11 – Leia o panfleto (folleto) em espanhol a seguir. Os panfletos são multifacetados dependendo da situação comunicativa em que são produzidos. Categorize os textos “Adote um copo de água” e “Fuerza joven” de acordo com as descrições sobre panfleto feitas ao início desta unidade.

Olá, galera! Vamos todos juntos

reduzir o uso de copos plásticos

descartáveis para água utilizados

no campus I das FIPA.

Praticando

U2.9 – Qual é o nível de

formalidade do panfleto ao

lado? Justifique.

____________________________

____________________________

____________________________

U2.10 – Considerando o

registro da variante padrão,

entende-se que se observa o

tipo de concordância

(A) formal, gramatical ou

lógica.

(B) atrativa.

(C) ideológica ou silepse.

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EN ESPAÑOL (PANFLETO / FOLLETO)

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ATIVIDADES

U2.12 – Leia o texto a seguir, fragmento de uma matéria jornalística.

a) O que é voto de cabresto? Se você nunca ouviu essa expressão, infira o

significado dela considerando o verbete a seguir:

_________________________________________________________________________

b) O enunciado A GENTE NÃO SABEMOS VOTAR, em destaque no texto,

realiza uma concordância muito comum em variedades do português

não-padrão. Explique essa concordância.

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

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c) Usando o enunciado A GENTE NÃO SABEMOS VOTAR junto ao título da

reportagem, o enunciado-autor do texto parece visar a um determinado

efeito de sentido. Qual?

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________

d) Transparece, no texto Voto de cabresto, um preconceito sociolinguístico,

que pode ser atribuído ao enunciador. Oralmente, explicite e comente

esse preconceito.

U2.13 – O balão abaixo apareceu como destaque em uma entrevista

concedida pelo linguista e crítico da política americana Noam Chomski.

TEXTOS SELECIONADOS

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Manifesto Pau-Brasil

(Oswald de Andrade – fragmentos)

"A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul

cabralino, são fatos estéticos.

(...) A Poesia para os poetas. Alegria dos que não sabem e descobrem. (...)

A Poesia Pau-Brasil. Ágil e cândida. Como uma criança. (...)

A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os

erros. Como falamos. Como somos.

(...) Só não se inventou uma máquina de fazer versos - já havia o poeta parnasiano. (...)

A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida

das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No

jornal anda todo o presente.

Nenhuma fórmula para a contemporânea expressão do mundo. Ver com olhos livres."

Mar portuguez (Fernando Pessoa) Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram!

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Quantas noivas ficaram por casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem quere passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abysmo deu, Mas nelle é que espelhou o céu PESSOA, Fernando. In: Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.16.

EN ESPAÑOL

Rubén Darío (1867-1916)

TEORIA DA ESTÉTICA MODERNISTA Leia o texto abaixo, de Manuel Bandeira.

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Pesquisando e resumindo... Escreva no quadro abaixo o esquema das três fases do Modernismo no Brasil.

FASES

CARACTERÍSTICAS

PRINCIPAIS AUTORES

PRIMEIRA FASE

SEGUNDA FASE

TERCEIRA FASE

ENEM / VESTIBULARES

1.

2.

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O primitivismo observável no poema acima, de Oswald de Andrade, caracteriza de forma marcante (A) o regionalismo do Nordeste (B) o concretismo paulista (C) a poesia Pau-Brasil (D) o simbolismo pré-modernista (E) o tropicalismo baiano.

3. A leitura do poema Descrição da guerra em Guernica traz à lembrança o famoso

quadro de Picasso.

Entra pela janela

o anjo camponês;

com a terceira luz na mão;

minucioso, habituado

aos interiores de cereal,

aos utensílios que dormem na fuligem;

os seus olhos rurais

não compreendem bem os símbolos

desta colheita: hélices,

motores furiosos;

e estende mais o braço; planta

no ar, como uma árvore

a chama do candeeiro.

(...) Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.

Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos trechos do poema.

Podem ser relacionadas ao texto lido as partes: (A) a1, a2, a3

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(B) f1, e1, d1 (C) e1, d1, c1 (D) c1, c2, c3 (E) e1, e2, e3

4. Vários compositores se dedicaram ao tema da seca, como é o caso de Luís Gonzaga e José Dantas com “Vozes da seca”, João do Vale com “Carcará”, Djavan com “Seca”. Logo depois o compositor baiano Carlinhos Brown retomou o tema na canção “Segue o seco”, que ficou conhecida na voz de Marisa Monte. Veja um trecho da canção:

Segue o seco sem sacar que o caminho é seco Sem sacar que o espinho é seco

Sem sacar que o seco é o Ser Sol Sem sacar que algum espinho seco secará

E a água que sacar será um tiro seco E secará o seu destino seca

Ó chuva vem me dizer Se posso ir lá em cima pra derramar você

Ó chuva presta atenção Se o povo lá de cima vive na solidão

(Marisa Monte. CD Verde anil amarelo cor-de-rosa e carvão. 1994)

Com base nessa música e na audição das que foram citadas no enunciado desta questão, redija um pequeno comentário sobre a temática da seca no movimento modernista, tendo como referência a obra Vidas Secas, de Graciliano Ramos.

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Leia os textos a seguir.

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5.

6.

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8.

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Leia o texto abaixo.

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16.

17.

Leia os textos a seguir.

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Leia o texto abaixo.

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30.

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Literatura

QUESTÃO 01 (Descritor: identificar diálogo intertextual.)

Assunto: A virada do século na literatura. Leia atentamente os dois textos abaixo. Texto I As armas e os barões assinalados Que, da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca de antes navegados Passaram ainda além da Taprobana Em perigos e guerras esforçados, Mais do que prometia a força humana... (Luís Vaz de Camões em Os Lusíadas) Texto II Os homens de pulmões martirizados, Que, de uma simples tosse renitente, Por contínuos acessos torturados, Passaram inda além da febre ardente... ( Manuel Bastos Tigre em revista Dom Quixote) Assinale a alternativa que apresenta uma consideração adequada em relação aos textos lidos.

a) O autor II visa comparar escritores que se imortalizam pela escrita com outros que são ignorados em função dela.

b) O texto I tem como finalidade básica mostrar que os portugueses venceram desafios que outros povos não haviam superado.

c) O autor II apresenta estrutura semelhante à do texto de Camões, mas rompe com a finalidade do poema original.

d) O número de sílabas poéticas do texto II é diferente do texto I para que o leitor não possa comparar a sua competência artística.

e) Tanto no texto I quanto no II, o eu-lírico se refere às moléstias que acometiam a humanidade na época moderna.

QUESTÃO 02 (Descritor: reconhecer tipo de diálogo intertextual.) Assunto: A virada do século na literatura A estrutura do texto II prova que o autor pretende, principalmente,

a) copiar o autor classicista. b) parodiar o poeta português. c) parafrasear Camões. d) citar versos do texto I. e) dialogar com o texto original.

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QUESTÃO 03 (Descritor: apontar finalidade da paródia.) Assunto: A virada do século na literatura Os versos de Manuel Bastos Tigre foram criados para

a) enfatizar as qualidades de um medicamento. b) repetir estrutura melódica de texto famoso. c) alertar leitor para os sintomas de doença pulmonar. d) convencer o consumidor a adquirir um produto.

QUESTÃO 04 (Descritor: reconhecer texto de intenção publicitária.) Assunto: A virada do século na literatura Assinale o texto que se aproxima de um reclame, o antecessor das propagandas.

a) Sente-se diante da vitrola Esqueça-se das vicissitudes da vida Na dura labuta de todos os dias Não deve ninguém que se preze Descuidar dos prazeres da alma Discos a todos os preços. (Oswald de Andrade)

b) Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina... Não faças poesia com o corpo... (Carlos Drummond de Andrade)

c) Se eu puder, algum dia, quando houver mais poesia, mandarei escrever seu nome JACY num letreiro de lâmpadas elétricas de todas as cores... (Cassiano Ricardo)

d) Está de malas prontas? Aproveite bastante Leia jornais; não ouça rádio de jeito nenhum Tudo de bom Não volte nunca (Francisco Alvim)

QUESTÃO 05 (Descritor: contextualizar as transformações artísticas no século XX.)

Assunto: A virada do século Várias correntes de pensamento são fatores preponderantes na postura estética do artista do século XX. Todas as informações abaixo influenciam o artista modernista, EXCETO

a) A revolução comunista de 1.917 defende o princípio de que as ações do homem dependem das relações de produção e da infra-estrutura da sociedade.

b) A teoria psicanalítica de Sigmund Freud considera que o homem é fruto da mistura de consciente e inconsciente.

c) Albert Einstein derruba os conceitos newtonianos de analisar o mundo e rompe com o que pregavam as leis da mecânica.

d) A filosofia da intuição se sobrepõe ao primado da racionalidade: desbanca os conceitos mecanicistas do século XIX.

e) Engels e Marx renegam a teoria de que as condições históricas interferem na formação da consciência humana.

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QUESTÃO 06 (Descritor: conceituar movimentos de vanguarda europeia.) Assunto: Vanguarda Europeia A respeito dos movimentos de vanguarda europeia, é INCORRETA a afirmativa

a) O termo “vanguarda” significa conjunto de tendências que rompe com o estilo vigente em uma época histórica e/ou artística. b) Vanguarda artística europeia foi um movimento estético que alterou, no campo das artes, a forma tradicional de representar a realidade. c) As diversas vertentes estéticas do início do século XX refletem a inquietação, o dinamismo e contradições do homem moderno. d) Os artistas de vanguarda, por desprezarem os novos rumos do mundo, criaram obras que valorizavam os autores consagrados até o fim do século XIX.

QUESTÃO 07 (Descritor: apontar a principal consequência dos movimentos de vanguarda europeia.) Assunto: Vanguarda Europeia O principal reflexo dos movimentos de vanguarda na revolução modernista é a visão estética de que arte é ____________________ da realidade. O substantivo que completa CORRETAMENTE a frase acima é

a) imitação. b) representação. c) transformação. d) substituição. e) reprodução.

QUESTÃO 08 (Descritor: distinguir os ideais dos diversos movimentos de vanguarda em textos.) Assunto: Movimentos de Vanguarda Europeia Todos os trechos transcritos abaixo traduzem CORRETAMENTE os ideais do movimento de vanguarda citado entre parênteses, EXCETO a) As confidências dos loucos, eu passaria a vida a provocá-las. São pessoas de uma honestidade escrupulosa e cuja inocência só é comparável à minha. (...) os processos lógicos, de nossos dias, só se aplicam à resolução de problemas de interesse secundário. (SURREALISMO) b) O princípio: “ama teu próximo” é uma hipocrisia. “Conhece-te” é uma utopia, porém mais aceitável porque contém maldade. Nada de piedade. Após a carnificina, resta-nos a esperança de uma humanidade purificada. (DADAÍSMO) c) Nós declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma beleza nova: a beleza da velocidade. O tempo e o espaço morreram ontem. Nós vivemos já no absoluto... (FUTURISMO) d) Surgido na pintura, o termo designa uma técnica de expressão em que o artista fraciona o elemento da realidade e, em seguida, recria-o através de planos geométricos superpostos. (CUBISMO) QUESTÃO 09 (Descritor: reconhecer ideais futuristas em textos poéticos.) Assunto: Futurismo Identifique, nos versos da relação abaixo, aqueles que enfatizam o culto à modernidade, ao progresso.

a) Riscando o céu na minha queda brusca Rápida e precisa, Cortando o ar em êxtase no espaço Meu corpo cantaria Sibilando A sinfonia da velocidade E eu tombaria Entre os braços abertos na cidade... Ser aviador para voar bem alto! (Luís Aranha)

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b) Amar,

O rádio de pilha, o fogão jacaré, A marmita, o domingo, O bar, Onde tantos iguais se reúnem Contando mentiras pra poder suportar... Ai, são pais-de-santo, Paus-de-arara, são passistas, são flagelados, São pingentes, balconistas, Palhaços, marcianos, Canibais, lírios pirados... (João Bosco e Aldir Blanc)

c) Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênesis da infância, A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

Que se escapa da boca de um cardíaco... (Augusto dos Anjos)

d) Era uma vez uma realidade com suas ovelhas de lã real a filha do rei passou por ali E as ovelhas baliam que linda que está A re a re a realidade. (Louis Aragon)

e) A vida não me chegava pelos jornais nem pelos livros

Vinha da boca do povo na língua errada do povo Língua certa do povo Porque ele é que fala gostoso o português do Brasil. Ao passo que nós O que fazemos É macaquear A sintaxe lusíada. (Manuel Bandeira)

QUESTÃO 10 (Descritor: classificar as especificidades dos movimentos de vanguarda europeia.) Assunto: Movimentos de Vanguarda Europeia Todas as correntes artísticas enumeradas abaixo foram corretamente caracterizadas, EXCETO

a) Expressionismo: deformação da realidade por causa da inquietação provocada pelos males da guerra e da fome.

b) Surrealismo: preconização da escrita automática e do sonho, porque, assim, poderia se alcançar a expressão poética pura e livre.

c) Cubismo: fragmentação e fracionamento da realidade para se desintegrar a realidade caótica e ilógica.

d) Dadaísmo: combinação entre o niilismo e a ingenuidade para que se pudesse vislumbrar um futuro equilibrado e harmônico.

QUESTÃO 11 (Descritor: aplicar conceitos teóricos a textos surrealistas.) Assunto: Surrealismo Todos os textos abaixo apresentam características do Surrealismo, EXCETO

a) Eu quisera dormir, para poder me entregar aos que dormem, como me entrego aos que me lêem, com os olhos abertos; para deixar de fazer prevalecer nesta matéria o ritmo consciente do meu pensamento. (André Breton)

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b) Sou um trem

Um navio Um aeroplano Sou a força centrífuga e centrípeta Todas as forças da terra (Luís Aranha)

c) A estátua de Álvares de Azevedo é devorada com paciência pela paisagem de morfina a praça leva pontes aplicadas no centro de seu corpo e crianças brincando Na Tarde de esterco Praça da República dos meus Sonhos Onde tudo se fez febre e pombas crucificadas (Roberto Piva)

d) A brasa do cigarro não perturba o teu sono Nem o resfolegar surdo da cidade Não perturbam o teu sono o relógio E o bêbados na rua Penso em tirar do silêncio A coragem para não te acordar (João Carlos Pádua)

QUESTÃO 12 (Descritor: contextualizar a Semana de Arte Moderna.)

Assunto: Antecedentes da Semana de 1.922

Assinale a alternativa que NÃO apresenta fato ou comentário inserido no contexto sociocultural

antecedente da Semana de Arte Moderna:

a) Publicação do artigo “Paranoia ou Mistificação”, de Monteiro Lobato. b) Adoção dos ideais surrealistas de 1.924. c) Exposição de pintura de Anita Malfatti. d) Fundação de revista francesa em homenagem a Apollinaire.

QUESTÃO 13 (Descritor: interpretar texto com ideais dadaístas.) Assunto: Dadaísmo Leia atentamente o excerto abaixo. Ode ao burguês Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem feita de São Paulo! O homem-curva! O homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! Eu insulto as aristocracias cautelosas! Os barões lampeões! Os condes Joões! Os duques zurros que vivem dentro de muros sem pulos; e gemem sangue de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam o “Printemps” com as unhas! (...) Morte à gordura! Morte às adiposidades cerebrais! Morte ao burguês-mensal! ao burguês-cinema! Ao burguês-tílburi! Padaria Suíssa! Morte viva ao Adriano! “ – Ai, filha, que te darei pelos teus anos? - Um colar... – Conto e quinhentos!!!”

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Mas nós morremos de fome! Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma! Oh! purée de batatas morais! Oh! cabelos nas ventas! Oh! carecas! Ódio aos temperamentos regulares! Ódio aos relógios musculares! Morte e infâmia! Ódio à soma!(...) Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!(...) Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico! Ódio fundamento, sem perdão! Fora! Fu! Fora o bom burguês! (Mário de Andrade) O teor do texto lido permite enquadrá-lo nos moldes do movimento de vanguarda europeia classificado

como

a) Dadaísmo. b) Futurismo. c) Surrealismo. d) Expressionismo. e) Cubismo.

QUESTÃO 14 (Descritor: interpretar texto modernista.)

Assunto: Semana de Arte Moderna

O texto “Ode ao Burguês”, publicado em 1.922, apresenta todas as características do Modernismo,

EXCETO

a) Destruição da retórica artificial e do sentimentalismo desgastado. b) Integração às correntes vanguardistas da Europa. c) Descobrimento de um Brasil sufocado pela imitação de modelos europeus. d) Uso de irreverência, ironia e aversão ao status quo da sociedade burguesa.

QUESTÃO 15 (Descritor: interpretar recursos formais de texto.)

Assunto: Semana de Arte Moderna

A crítica à burguesia pode ser percebida por meios de todos os recursos citados abaixo, EXCETO

a) o emprego recorrente do ponto de exclamação. b) o uso dos adjetivos pejorativos. c) a transcrição de diálogo entre pai e filha. d) a identificação da cidade natal do burguês típico.

QUESTÃO 16 (Descritor: interpretar texto sobre modernismo brasileiro.)

Assunto: Semana de Arte Moderna

O texto de Ítalo Moriconi, transcrito a seguir, é ponto de partida para resposta à questão 16.

Na poesia e nas artes plásticas, o modernismo brasileiro representava um esforço de atualização de

nosso ambiente cultural em relação às vanguardas europeias. O modernismo foi, nos anos 20, entre tardio

e antenado, nossa vanguarda tupiniquim.

A partir de seus conhecimentos sobre o modernismo brasileiro e tomando como referência o texto acima,

marque a afirmativa CORRETA.

a) A Semana de 22 copiou de maneira subserviente os artistas de vanguarda. b) As inovações artísticas brasileiras são frutos de adequação daquelas ocorridas na Europa. c) O teórico ridiculariza o movimento ocorrido no Brasil no início dos anos 20. d) As mudanças estéticas no Brasil ocorreram anacronicamente.

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QUESTÃO 17(Descritor: enumerar traços da sociedade brasileira no início do século XX.)

Assunto: Semana de Arte Moderna

O Brasil, no início do século XX, apresentava todas as características abaixo, EXCETO

a) chegada de inovações tecnológicas. b) participação na 1ª. Guerra Mundial. c) concentração da população na área dos cafezais. d) progresso das indústrias e do comércio em São Paulo.

QUESTÃO 18 (Descritor: comparar visões nacionalistas do modernismo.)

Assunto: Grupos modernistas

Marque a alternativa que contém texto típico de nacionalismo ufanista.

a) Nossa época anuncia a volta ao sentido puro. Um quadro são linhas e cores. A estatuária são volumes sob a luz. A poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal está todo o presente. (Oswald de Andrade)

b) Tarsila acordando para o pesadelo de assombrações pré-colombianas tão vivas como outrora abaporu das noites na fazenda bichos que não existem? Mas existentes cactos-animais, pedras-árvores, monstros a expulsar de nossa mente ou a recolher para melhor seguir nosso traçado preternatural. Tarsila mágica, meu Deus, tão simples, alheia às técnicas analíticas de Freud e desvendando as grutas, os alçapões, as pirambeiras... (Carlos Drummond de Andrade)

c) Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras, idealismos, motores,

chaminés de fábricas, sangue, velocidade, sonho, na nossa Arte. E que o rufo de um automóvel,

nos trilhos de dois versos, espante da poesia o último deus homérico, que ficou, anacronicamente

a dormir e a sonhar, na era do jazz band e do cinema com a frauta dos pastores da Arcádia e os

seios divinos de Helena. (Menotti Del Picchia)

d) ... Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis... (Manuel Bandeira)

e) Mas o marujo português havia casado com a Uiara

E pronto! Nasceram os Gigantes de Botas Que a princípio eram três. Heróis geográficos coloridos irão cruzar o chão da América inculta, ainda oculta, em todos os sentidos. Gigante tostado no Sol da manhã; Gigante marcado com o fogo do Dia; Gigante mais preto que a Noite; Todos três, Cada um valendo por três(...) (Cassiano Ricardo)

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Leia atentamente o texto abaixo para responder às questões 19 e 20.

Antropofagia só, não. Ornitofagia também.

A Antropofagia venceu. Não há restaurante que se preze que não faça figurar em seu menu a saborosa carne humana. O Matadouro da Academia de Letras está deserto. Os acadêmicos foram quase todos devorados. E, para não haver falta de comida, arranjemos um sucedâneo à carne humana Que seja, por exemplo, a ornitofagia. E a comida, que vinha pulando, virá voando. Vamos comer esse Sabiá que canta nas palmeiras... Vamos comer as pombas do pombal... Vamos comer “Albatroz, Albatroz, águia do oceano...” E viva a ornitofagia. Sabiá, pomba, juriti, albatroz, e tudo mais, só para comida. Para voar há o aeroplano... E para rei do oceano, chega Lindenberg, até o dia em que seja devorado também. João do Presente

QUESTÃO 19 (Descritor: interpretar texto modernista.)

Assunto: Grupos modernistas A respeito do poema acima são corretas todas as afirmativas abaixo,

EXCETO

a) Diálogo intertextual com obras literárias tradicionais do Romantismo e do Parnasianismo. b) Defesa de um conceito estético progressista, aberto para os avanços tecnológicos. c) Consciência de que a literatura havia encontrado caminho definitivo de criação artística. d) Enumeração de comportamentos esperados do autor anti passadista ligado à realidade.

QUESTÃO 20

Nos versos lidos há referência metafórica de que o autor modernista deveria fazer uma reavaliação de

todos os conceitos literários presentes na literatura brasileira até o início do século XX, EXCETO

a) idealização da terra brasileira defendida em “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias. b) respeito aos ideais parnasianos e românticos de composição literária no Brasil. c) crença no papel condoreiro representado em “Albatroz, Albatroz, águia do oceano”...

d) presença do indígena brasileiro na obra Iracema, de José de Alencar

e) culto aos padrões lusófilos da elaboração de poemas com forma fixa: o soneto.

QUESTÃO 21 (Fuvest) (Descritor: refletir a respeito das intenções do narrador a partir de pistas textuais.)

Assunto: Prosa modernista de 3ª. fase

Será que eu enriqueceria este relato se usasse alguns difíceis termos técnicos? Mas aí é que está: esta

história não tem nenhuma técnica, nem de estilo, ela é ao deus-dará. Eu que também não mancharia por

nada deste mundo com palavras brilhantes e falsas uma vida parca como a da datilógrafa.

(Clarice Lispector, A hora da estrela)

Em A hora da estrela, o narrador questiona-se quanto ao modo e, até, à possibilidade de narrar a história.

De acordo com o trecho acima, isso deriva do fato de ser ele um narrador

a) iniciante, que não domina as técnicas necessárias ao relato literário. b) pós-moderno, para quem as preocupações de estilo são ultrapassadas. c) impessoal, que aspira a um grau de objetividade máxima no relato. d) objetivista, que se preocupa apenas com a precisão técnica do relato. e) autocrítico, que percebe a inadequação de um estilo sofisticado para narrar a vida popular.

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QUESTÃO 22 (Descritor: justificar emprego de vocábulo classificatório para romance modernista.)

(UFMG)

Assunto: Prosa modernista de 1ª. fase

As histórias de Macunaíma foram contadas pelo papagaio ao narrador, que vai continuar contando-as:

“...ponteei na violinha e em toque rasgado botei a boca no mundo cantando na fala impura as frases e os

casos de Macunaíma, herói de nossa gente”.

Sabe-se que o livro Macunaíma foi considerado, por seu autor, uma rapsódia.

Com relação a esse fato, é CORRETO afirmar que

a) rapsódia é o nome que se dá às narrativas orais recuperadas por escritores. b) a palavra rapsódia significa narrativa acompanhada de viola. c) as histórias populares, tradicionalmente chamadas de rapsódia, são moralizadoras. d) o narrador “alinhava”, na rapsódia, histórias da tradição oral.

QUESTÃO 23 (Descritor: Interpretar texto modernista.)

(FEI)

Assunto: Prosa modernista de 3ª. fase

O bonde se sacudia nos trilhos e o cego mascando goma ficara atrás para sempre. Mas o mal estava feito.

A rede de tricô era áspera contra os dedos, não íntima como quando a tricotara. A rede perdera o sentido

e estar num bonde era um fio partido; não sabia o que fazer com as compras no colo. E como uma

estranha música, o mundo recomeçava ao redor. O mal estava feito. Por quê? Teria esquecido de que

havia cegos? A piedade a sufocava. O mundo se tornara de novo um mal-estar.

(Clarice Lispector, Laços de Família)

O fragmento acima caracteriza

a) uma narrativa tensa, surrealista de denúncia social explícita da insensibilidade dos seres humanos dos grandes centros.

b) um estilo despojado, um assunto do cotidiano, com nenhum conteúdo doutrinário-ideológico. c) uma narrativa a partir de situações do dia-a-dia, por meio das quais são questionados a existência

e o universo humano. d) uma tendência literária voltada para as raízes econômicas dos problemas que angustiam o

homem. e) um texto cuja secura estilística e situação opressiva em que vive a personagem não constituem

preocupações para a autora.

QUESTÃO 24 (Descritor: caracterizar prosa modernista de 3ª. Fase.)

Assunto: Narrativa de cunho psicológico

Todas as características enumeradas abaixo podem ser identificadas no texto da questão 23, EXCETO

a) reflexões sobre o papel rotineiro da dona-de-casa. b) exposição de estado psicológico da narradora. c) monólogo interior da personagem angustiada.

d) utilização sugestiva de discurso indireto livre.

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Língua Portuguesa

LEIA O TEXTO I PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES DE 01 A 05.

TEXTO I

Retrato

Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios,

nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,

tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração

que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida a minha face?

Cecília Meireles

QUESTÃO 01

No poema “Retrato”, pode-se afirmar que o eu-lírico retrata

A) o presente sem se preocupar com o passado. B) o presente demonstrando saudosismo em relação ao passado. C) o passado, reconstruindo-o no presente. D) o passado e o presente, evidenciando suas diferenças. E) o passado, configurando a sua permanência.

QUESTÃO 02

Na última estrofe do texto, o eu-poético faz uma reflexão acerca do tempo. Nota-se que o eu-lírico

A) conseguiu lidar com ele ao longo da vida. B) sofreu em função da certeza de que ele passaria. C) conformou-se com o fato de ele passar lentamente. D) não teve consciência de que ele passaria. E) esperava que ele parasse e eternizasse a juventude.

QUESTÃO 03

Só NÃO foi um recurso expressivo empregado na construção do texto

A) coordenação de termos. B) intensificação de adjetivos. C) oposição temporal. D) referência a elementos externos ao discurso. E) gradação ascendente de orações.

QUESTÃO 04

O último verso da primeira estrofe deve ser interpretado metaforicamente pelo leitor. Nele, o eu-lírico se

projeta de forma metalinguística. Assinale a opção que melhor interpreta a expressão “lábio amargo”,

contida no referido verso:

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A) escrita melancólica e saudosista. B) lábios velhos e sem graça. C) linguagem incipiente. D) escrita espontânea. E) linguagem arcaica.

QUESTÃO 05

No texto, a autora faz uso de uma construção típica da oralidade para evidenciar/construir o sentimento do

eu-poético. Assinale-a.

A) “Eu não tinha este rosto de hoje,” B) “Eu não tinha estas mãos sem força,” C) “Eu não dei por esta mudança,” D) “Em que espelho ficou perdida a minha face? E) “Eu não tinha este coração,”

LEIA O TEXTO II PARA RESPONDER ÀS QUESTÕES DE 06 A 15.

TEXTO II - DEDO NO GATILHO

Lya Luft

"Entre nós, cidadãos que usamos a canga, puxamos a carroça e pagamos as contas, o valor da vida pode ser uma bala, o mínimo movimento de um dedo no gatilho"

Da primeira vez em que estive nos Estados Unidos, a trabalho, no começo da década de 80, hospedada com minha tradutora e amiga, comentei com ela e suas filhas adolescentes que estranhava que lá, bairro residencial bastante isolado em Athens, na Geórgia, praticamente no meio de um bosque, nem ao menos trancavam a porta a chave. Minha casa no Brasil tinha grades nas janelas. Uma das meninas me olhou, espantada: "Nossa! Eu teria medo de ficar numa casa gradeada. Ia pensar: de que tenho de me proteger dessa maneira?".

Não sei como andam as coisas por lá. Aqui, estão inimagináveis. Não existe segurança nas ruas, não há bairros tranquilos nem condomínios ou edifícios à prova de assalto. Quem pode investe em proteção particular, cara, melancólica e também duvidosa. Antigamente, narcotráfico e bandidagem eram coisa remota, aconteciam em outros estados, em grandes cidades. Meus filhos, há trinta e poucos anos, no bairro onde ainda moro aqui no Sul, jogavam bola com a meninada da vila próxima até o escurecer, e ninguém se preocupava. Eram amigos: pobres e remediados, brancos, pretos e pardos, os filhos do verdureiro ou do professor, como os meus. Eram apenas "a turma". Entre outras razões, os movimentos contra a discriminação racial ainda não tinham começado a promover o ódio racial, e a politicagem ainda não fomentava o rancor de classes como se faz agora – pelos piores motivos. Bandos de jovens desempregados, drogados e bandidos não vagavam por nossas ruas, crianças pedintes não rolavam em nossas esquinas, nossa meninada brincava na calçada e as casas não tinham cerca. Os primeiros que botaram cerca ou muro em torno de sua casa, no meu bairro, foram considerados antipáticos. Compramos a nossa já com janelas gradeadas. Plantamos uma sebe florida anos depois, por razões de privacidade. Hoje, eu possivelmente teria cerca, e eletrificada. Com mais grana, até um guarda no portão. Que tristeza.

Vivemos numa Idade Média higienizada e cibernética: os feudos são os edifícios e condomínios fechados, guardas nas cabines, bandidagem rondando. Cada dia mais gente com carros blindados, crianças com motorista que tem curso de direção defensiva, gente armada sempre por perto. Nós que não temos dinheiro para esses recursos andamos mais do que inquietos. Outro dia, o neto de uma amiga foi assaltado. Seu carrinho foi fechado por um carrão (roubado, claro): três homens armados saltaram, revólver na cabeça dele e de seus dois amigos. As vítimas eram estudantes tranquilos, saudáveis, tipo "família". Os bandidos levaram carro, celulares, carteiras. (A vida, ah, essa lhes deixaram. A gente ainda tem de agradecer?) No almoço do dia seguinte, na casa deles, tensos e tristes comentaram o assunto, e alguém disse: "Bastava um deles ter dobrado um pouco o dedo, apertado o gatilho, e em lugar de almoço

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em família estaríamos num velório". É verdade. Teria bastado um pequeno movimento de um dedo indicador na noite para que tudo fosse destroçado.

Alguma coisa mudou nessa família, e mais uma vez se acendeu em mim o doloroso alerta: não podemos colocar filhos e netos debaixo de nossa asa protetora. Não há como erguer uma cerca, nem metafórica, de amor e cuidados. Não podemos – nem devemos – tentar impedir que vivam, cresçam, saiam pelo mundo, batalhem suas batalhas, construam sua família. É bom que façam isso. Mas, ao mesmo tempo, ficamos mais vulneráveis diante deste mundo nosso.

Mundo besta: por um lado produz esses jovens que fazem a vida valer mais a pena, por outro lado cria uma sociedade na qual não valemos nada. Quer dizer: às vezes temos um preço. No cenário (e no Senado) brasileiro, neste momento em que escrevo, um homem pode valer 40 bilhões, pode valer a CPMF (que só para os muito bobos é imposto de rico). Entre nós, cidadãos que usamos a canga, puxamos a carroça e pagamos as contas, o valor da vida pode ser uma bala, o mínimo movimento de um dedo no gatilho. É a total banalização da morte, que se tornou um mero incidente cotidiano.

E ninguém faz nada? (VEJA, sábado, dezembro - 01, 2007.)

QUESTÃO 06

Em relação ao texto, é CORRETO afirmar que a autora

a) tece considerações sobre o passado comparando-o ao presente. b) justifica a violência no Brasil como reflexo da política nacional. c) reflete sobre a realidade brasileira em diversas dimensões sociais. d) evidencia que a modernidade pode ser negativa para o homem. e) mostra a banalização dos direitos sociais e políticos diante da violência.

QUESTÃO 07

Em relação às estratégias discursivas empregadas na construção do texto, assinale a alternativa

INCORRETA.

A) A autora faz uso da primeira pessoa do singular para retratar um universo particular e, posteriormente, expandi-lo.

B) A autora usa expressões coloquiais na construção do texto, aproximando a produção do leitor. C) O uso da primeira pessoa do plural revela a incorporação do alocutário no texto, e, ao mesmo

tempo, mostra que a autora se iguala ao leitor. D) Ao longo do texto, de natureza dissertativa, a autora entremeia pequenas narrativas com o

objetivo de ratificar a tese. E) Ao longo do texto, a autora faz uso de estratégias comparativas com o objetivo de ressaltar a

violência, no Brasil, como um problema sem solução.

QUESTÃO 08

Assinale o recurso expressivo empregado na construção da frase:

“Vivemos numa Idade Média higienizada e cibernética.”

A) Ironia B) Ambiguidade C) Analogia D) Gradação E) Eufemismo

QUESTÃO 09

É INCORRETO afirmar, sobre as ideias defendidas no texto, que

A) hoje, promove-se mais o preconceito racial que em outras épocas. B) antigamente, narcotráfico e bandidagem estavam associados aos grandes centros urbanos. C) atualmente, a morte se tornou um incidente normal. D) antigamente, as pessoas não investiam em segurança porque a violência não existia. E) é comum ver nas ruas, hoje em dia, jovens desempregados, drogados e bandidos.

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QUESTÃO 10

Em relação à pergunta que fecha o texto, é CORRETO afirmar que

A) se limita à questão da violência. B) dirige-se aos governantes do país. C) faz referência às diversas questões abordadas no texto. D) não se dirige propriamente ao leitor do texto. E) evidencia que o governo deve fazer algo.

QUESTÃO 11 Em todas as alternativas, percebe-se o posicionamento da autora ao longo de sua produção, EXCETO em

A) “Não sei como andam as coisas por lá. Aqui, estão inimagináveis. Não existe segurança nas ruas, não há bairros tranquilos nem condomínios ou edifícios à prova de assalto.”

B) “Quem pode investe em proteção particular, cara, melancólica e também duvidosa. Antigamente, narcotráfico e bandidagem eram coisa remota, aconteciam em outros estados, em grandes cidades.”

C) “Os primeiros que botaram cerca ou muro em torno de sua casa, no meu bairro, foram considerados antipáticos.”

D) “Alguma coisa mudou nessa família, e mais uma vez se acendeu em mim o doloroso alerta: não podemos colocar filhos e netos debaixo de nossa asa protetora.”

E) “É bom que façam isso. Mas, ao mesmo tempo, ficamos mais vulneráveis diante deste mundo nosso.”

QUESTÃO 12

Em relação ao uso das aspas nas frases abaixo, assinale a alternativa CORRETA.

As vítimas eram estudantes tranquilos, saudáveis, tipo “família”.

Eram apenas “a turma”.

A) Marcam o uso de vocábulos ironizados. B) Evidenciam desvios da língua culta. C) Assinalam a posição da autora em relação ao tema. D) Servem para destacar expressões do senso comum. E) Confirmam a existência de falas ao longo do texto.

QUESTÃO 13

Em todas as alternativas, o termo destacado refere-se a um antecedente, EXCETO em

A) “É a total banalização da morte, que se tornou um mero incidente cotidiano.” B) “Entre nós, cidadãos que usamos a canga, puxamos a carroça e pagamos as contas (...).” C) “(...) pode valer a CPMF (que só para os muito bobos é imposto de rico.).” D) “Mundo besta: por um lado produz esses jovens que fazem a vida valer a pena (...).” E) “(...)suas filhas adolescentes que estranhavam que lá (...) nem ao menos trancavam as casas.”

QUESTÃO

Em todas as alternativas, as alterações propostas para os enunciados extraídos do texto não foram

significativas para alterar o sentido, EXCETO em

A) “Nós que não temos dinheiro para esses recursos andamos mais do que inquietos.” / Nós que não temos dinheiro para esses recursos, andamos mais do que inquietos.

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B) “Mundo besta: por um lado produz esses jovens que fazem a vida valer a pena (...).” / Mundo besta: por um lado produz esses jovens, que fazem a vida valer a pena (...).

C) “Alguma coisa mudou nessa família, e mais uma vez se acendeu em mim o doloroso alerta.” / Alguma coisa mudou nessa família, e, mais uma vez, acendeu-se em mim o doloroso alerta.

D) “Outro dia, o neto de uma amiga foi assaltado.” / Outro dia o neto de uma amiga foi assaltado. E) “Hoje, eu possivelmente teria cerca, e eletrificada.” / Hoje, eu, possivelmente, teria cerca, e

eletrificada.

QUESTÃO 15

Leia o período abaixo extraído do texto.

“Teria bastado um pequeno movimento de um dedo indicador na noite para que tudo fosse destroçado.”

As orações que compõem o período guardam entre si uma relação de

A) causalidade. B) finalidade. C) concessão. D) conformidade. E) proporção.

AS QUESTÕES DE 16 A 23 DEVEM SER RESPONDIDAS COM BASE NO TEXTO III.

( As questões de 16 a 23 foram aplicadas no vestibular da PUC-BH no primeiro semestre de 2006.)

TEXTO III

Rio +10 discute formas de salvar o planeta

Líderes mundiais se reúnem na África do Sul para levar a teoria à prática

(Eliane Cantanhêde, Folha de São Paulo, 02/09/2002)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23

Apesar de parecer óbvio, muita gente ainda não entendeu por que a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável se chama Rio +10. Então, vamos lá. A Eco-92, que se realizou no Rio de Janeiro em 1992, estabeleceu conceitos e princípios para salvar o planeta. Dez anos depois, é hora de traduzir tudo isso em metas, direitos e deveres. A Rio +10 vem para transformar o teórico em prático.

É aí que a porca torce o rabo. Enquanto todo mundo discutia a importância de salvar as florestas, os rios, o ar, a terra e as pessoas, quem iria discordar? Mas, agora, é preciso dizer como, onde e com que recursos. Porque tudo isso custa uma grana!

Foi assim que os países ricos ficaram de um lado, os países pobres ficaram do outro, todos com maquininhas de somar e diminuir à mão. O líder dos ricos, claro, são os Estados Unidos, que têm um velho discurso preservacionista e uma prática nem tanto – são responsáveis, por exemplo, por quase um quarto de dióxido de carbono que polui e mata o ar do planeta todo dia um pouco.

E o líder dos pobres – ou “em desenvolvimento”, como diplomatas e chiques preferem chamar – é o Brasil. O país pode não ter muita importância quando as reuniões são sobre finanças, comércio. Mas é importantíssimo quando o tema é biodiversidade.

O motivo é simples: trata-se do país com maior diversidade do planeta. Ninguém bate o Brasil em espécies de plantas, bichos e microorganismos. Só a Amazônia já diz tudo. E acrescentou dois triunfos a esse, digamos, natural: tem o nariz em pé de quem sediou a Eco-92 no Rio, com sucesso, e desde então tem evoluído muito na defesa do ambiente.

Sei que você vai dizer: “Como?!” Mas é verdade. A Amazônia queima, os rios estão poluídos e há muita coisa para fazer – especialmente contra a miséria. Mas os ambientalistas brasileiros são respeitados no mundo todo. Além de termos talentos individuais, o governo federal vem caprichando na implementação de políticas preservacionistas. Alguns governos estaduais, como o do Acre,

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também. O resultado desse movimento, que envolve governo e organizações não-governamentais, reflete-

se em outros setores: a própria sociedade está ligada em temas ambientais. Ou, pelo menos, muito mais do que há dez anos. E os empresários sempre privilegiaram os lucros, como a gente sabe, mas hoje é crescente o número deles, de empresas e de setores que se dedicam seriamente à defesa do ambiente. Até porque é também uma questão econômica.

“Environment is business” é o que dizem por aqui. Significa que cuidar do ambiente também é negócio. Pode significar perder um pouco de dinheiro em investimentos de conservação a curto prazo e ganhar muito quando eles começam a fazer efeito. E o mundo lucra!

Exemplo: um empresário pode cortar sua madeira toda de forma predatória e lucrar muito agora, mas, daqui a algum tempo, cadê a madeira? Ou pode fazer um planejamento de desenvolvimento sustentável, com reflorestamento, seleção de espécies, cotas, etc.

E o que os EUA querem? Que os países “em desenvolvimento” não façam a mesma coisa, não usem nada, preservem tudo. Ótimo! Mas como irão desenvolver-se? A chave é: com o desenvolvimento sustentável, dosando, medindo consequências, pensando no futuro.

Para isso, precisam de recursos e de tecnologia. Essa é a grande discussão aqui em Johannesburgo, África do Sul, onde os ricos tentam fechar a mão para os grandes programas e dourar a pílula despejando verbas para programas pontuais.

Para o Brasil, isso não passa de “filantropia” e a responsabilidade pela preservação do planeta é muito mais sofisticada e séria do que isso. Pena que George W. Bush não esteja nem vá estar por aqui. Ele não gosta desses assuntinhos chatos e menores, sabe, gente?

QUESTÃO 16

Assinale a alternativa que descreve de forma INADEQUADA o modo como a autora trata o assunto ao longo de seu texto.

A) Enquanto o 1º parágrafo tem a função de situar o tema do texto, o 2º parágrafo traz a avaliação da autora sobre a principal dificuldade vivenciada na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável. B) No 3º e no 4º parágrafos, a autora apresenta os pontos de vista que se opõem na Cúpula Mundial Rio +10, vinculando-os aos seus países líderes. C) Entre o 5º e o 7º parágrafos, a autora discute as razões da importância do Brasil para o encontro, comentando, ainda, as mudanças pelas quais o País passou desde a Eco-92. D) Do 8º ao último parágrafo, a autora trata das vantagens de se assumir uma atitude de defesa e preservação do ambiente. E) No penúltimo parágrafo, a autora aponta o que é necessário na resolução do problema exposto em parágrafos anteriores.

QUESTÃO 17

Dentre os objetivos da Rio +10 salientados pela autora, estão os seguintes, EXCETO: A) transformar as projeções feitas pela ECO 92 em ações efetivas. B) encontrar soluções para que organizações, governamentais ou não, possam beneficiar-se financeiramente dos procedimentos adotados em defesa do ambiente. C) possibilitar que o Brasil mostre sua importância para que se encontrem caminhos para a defesa e preservação do planeta. D) possibilitar a discussão de diferentes formas de solucionar questões ligadas ao tema da Cúpula. E) discutir aspectos relacionados à ECO 92 evidenciando os pontos que ainda não foram efetivamente trabalhados e/ou resolvidos. QUESTÃO 18

Frequentemente, quando produz um texto, o autor, além de fornecer seu ponto de vista, deixa que se manifestem as perspectivas de outros enunciadores. Esse fenômeno – a presença, em um texto, de outras vozes além da voz do próprio autor – é conhecido pelo nome de polifonia.

Assinale a alternativa em que NÃO se manifesta a polifonia. A) A Rio + 10 vem para transformar o teórico em prático. (linha 4) B) Enquanto todo mundo discutia a importância de salvar as florestas [...] (linha 5) C) [...] ou “em desenvolvimento”, como diplomatas e chiques preferem chamar [...] (linha 12) D) E os EUA o que querem? Que os países “em desenvolvimento “ não façam a mesma coisa [...] (linha 34) E) Pena que George W. Bush não esteja nem vá estar por aqui. Ele não gosta desses assuntinhos [...] (linha 41)

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QUESTÃO 19

Uma das estratégias frequentemente utilizadas para manter uma relação de proximidade com o leitor é estabelecer um diálogo direto com ele. Assinale a alternativa em que o trecho extraído do texto tenha essa função.

A) Porque tudo isso custa uma grana! (linhas 6 e 7)

B) Sei que você vai dizer: “Como?! “(linha 19)

C) Até porque é também uma questão econômica. (linhas 26 e 27)

D) E o mundo lucra! (linha 30)

E) Para isso, precisam de recursos e de tecnologia. (linha 37)

QUESTÃO 20

Nos estudos sobre as diferentes línguas, a equivalência de sentido é compreendida, genericamente, como a possibilidade de um vocábulo ou uma expressão substituir outro(s) elemento(s) do texto. Todas as alternativas apresentam trechos em que autora utiliza expressão ou segmentos que mantêm equivalência de sentido com um elemento ou enunciado precedente, EXCETO:

A) E o líder dos pobres – ou “em desenvolvimento”, como diplomatas e chiques preferem chamar [...] (linha 12) B) Significa que cuidar do ambiente também é negócio [...] (linha 28) C) [...] dosando, medindo consequências, pensando no futuro. (linhas 35 e 36) D) [...] onde os ricos tentam fechar a mão para os grandes programas [...] (linha 38) E) Para isso, precisam de recursos e de tecnologia. (linha 37) QUESTÃO 21

Em todas as alternativas apresentadas a seguir encontram-se trechos em que a autora avalia aquilo que disse imediatamente antes ou o que dirá em seguida, EXCETO em:

A) Apesar de parecer óbvio [...] (linha 1) B) Então vamos lá. (linha 2) C) É ai que a porca torce o rabo. (linha 5) D) O motivo é simples [...] (linha 15) E) Ele não gosta desses assuntinhos chatos e menores [...] (linha 43)

QUESTÃO 22 Em artigos de jornais e revistas, o recurso a expressões populares, além de possibilitar um tom informal para o texto, tem a função de aproximar autor e leitor. Assinale a alternativa em que esse fenômeno NÃO ocorre.

A) E o líder dos pobres [...] (linha 12)

B) Ninguém bate o Brasil em espécies de plantas [...] (linhas 15 e 16)

C) [...] tem o nariz em pé de quem sediou a Eco-92 [...] (linha 17)

D) [...] onde os ricos tentam fechar a mão para os grandes programas [...] (linha 38)

E) Ele não gosta desses assuntinhos chatos e menores [...]

QUESTÃO 23

Assinale a alternativa que apresenta análise INADEQUADA do texto. Nele, a autora A) concorda com os países ricos com relação ao fato de que os países pobres ou em desenvolvimento devem preservar suas riquezas, mas acreditar que isso só é possível com investimentos vindos, inclusive, dos países ricos. B) acredita que as ações de defesa e preservação ambiental são muito mais do que filantropia, são uma necessidade e têm efeitos sociais e econômicos para o planeta. C) dá exemplos de que os órgãos governamentais e não governamentais dos diferentes países envolvidos na Cúpula estão limitados a discutir mais do que agir quando se trata da preservação ambiental.

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D) faz abordagem crítica do assunto, uma vez que, mais do que relatar os fatos, comenta-os segundo seu modo de compreendê-los. E) demonstra conhecimento sobre o tema abordando-o de forma crítica e consciente, além de evidenciar sua opinião a respeito das variáveis discutidas no texto.

QUESTÃO 24

Indique a opção que NÃO está de acordo com o texto abaixo.

“À medida que se intensifica a expansão da grande lavoura sob as condições econômicas, sociais e

políticas possibilitadas pela organização de um Estado nacional, gradualmente uma parcela em aumento

crescente de „senhores rurais‟ é extraída do isolamento do engenho ou da fazenda e projetada no cenário

econômico das cidades.”

(Adaptado de Florestan Fernandes. A revolução Burguesas no Brasil, p.1538.)

A) A locução “À medida que” tem a mesma função sintática e semântica de à proporção que. B) A palavra “projetada” está relacionada à ideia de planejamento, projeto. C) A palavra “extraída” está sendo utilizada no texto com o significado de deslocada, retirada. D) A estrutura sintática “se intensifica” admite correta substituição por é intensificada. E) As palavras “extraída” e “projetada” concordam em gênero e número com “uma parcela”.

LIÇÕES DE ARTICULAÇÃO TEXTUAL

(RESPONDA NO SEU CADERNO)

1. É possível compreender o conceito de coordenação por meio da frase Você investe agora e já sai ganhando? Justifique.

2. Qual é o valor semântico que a segunda oração apresenta em relação a anterior? Havendo inversão entre as orações, o valor semântico seria o mesmo? Justifique.

3. Qual é o argumento implícito existente no texto abaixo? Segundo os estudiosos, o governo não tem competência para resgatar nas pessoas o orgulho de trabalhar pelo país. É preciso, então, promover um intenso programa de desenvolvimento em parceria com empresas privadas.

4. A partir do modernismo, a frase nominal foi muito explorada e valorizada nos textos literários. Na passagem abaixo, Autran Dourado emprega várias frases nominais. Identifique-as e, considerando o texto, explique seu efeito expressivo.

De novo o engulho. Agora premente, incontrolável. Não podia sujar a cama. Levantou-se rápida, tonta, cambaleante. Não deu dois passos, caiu.

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O vômito no assoalho, o vômito negro, azedo. Limpou a boca. O suor frio, o corpo mais aliviado.

5. Na língua escrita, a frase oracional tem, em geral, um sintagma nominal-sujeito e um verbo, que pode aparecer acompanhado de argumentos que lhe completam ou modificam o sentido. Na passagem a seguir, a delimitação das frases determinou a fragmentação das ideias e a formação e a formação de sequências sem encadeamento semântico. Identifique as sequências mal estruturadas e reescreva o texto de forma adequada. Faça as adaptações necessárias.

Um apartamento que ao mesmo tempo é local de trabalho e moradia quando se tem pouco espaço e muitos pertences. Nem sempre é sinônimo de desconforto.

A proprietária desse apartamento de 60m2 é uma profissional liberal. Optou por trabalhar em casa em tempo integral. Um dos dois quartos do apartamento transformado em escritório e sala de lazer. Ao lado do computador, impressora, aparelho de fax e telefone. Convivem com a TV, vídeo e aparelho de som.

Ajuda profissional. Quando o espaço é pequeno não pode ser dispensada.

6. Usando uma variedade culta de linguagem, reestruture os períodos simples abaixo em períodos compostos. Faça as adaptações necessárias para manter a progressão temática: introduza palavras de transição entre frases, modifique estruturas e os sinais de pontuação, elimine repetições desnecessárias.

A dignidade do Brasil ainda não pereceu. A dignidade do Brasil está cronicamente doente. A dignidade do Brasil deu sinais inequívocos de vida no congresso sobre a AIDS. O congresso sobre a AIDS foi promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU). No encontro, o programa nacional de combate à AIDS foi ressaltado como exemplo. O exemplo deverá ser seguido.

7. Assim como não devemos fragmentar excessivamente as ideias em períodos

simples, também não devemos acumular muitas informações em um mesmo período. Quanto mais longas as frases, mais fácil é “perder o fim da meada”. A falta de concordância ou de correlação entre as formas verbais e as incoerências lógicas costumam acontecer, com mais frequência, em períodos longos. Reescreva o texto abaixo, organizando as informações em três períodos. Faça as correções e adaptações necessárias.

Hoje em dia, todos nós preocupamos com o problema ecológico, pois o desequilíbrio ambiental, embora sua conservação seja virtual para a sobrevivência humana e o próprio homem atualmente já tem provocado muitos desequilíbrios no meio ambiente, encontra-se em crise, com a população aumentando, atingimos uma situação de angústia.

8. Represente os períodos abaixo em esquemas sintáticos.

a) O menino gemeu, Teresa estremeceu e curvou-se. b) “Só quero que você me aqueça neste inverno e que tudo mais vá pro inferno

(...)” (Roberto Carlos e Erasmo Carlos). c) Estou certa de que ele virá e garanto que resolverá o problema. d) Noto que o senhor não se admira da minha existência, mas estou tranquilo.

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9. Justifique a topologia pronominal no textos abaixo. a) Lá se concentram pousadas, restaurantes, campings e barcos para

mergulhadores. b) Deus te ajude! c) Em se tratando dela, como recusar o convite? d) Apresse-se, meu amigo, que o senhor deve estar com sessenta anos. e) Nesse mergulho interior, elas conseguem olhar para seus sentimentos e falar

sobre eles, o que as ajuda a superá-los. f) De repente, ei-lo de braços abertos e olhos fechados, aspirando o espaço.

10. A remissão textual ou cotextual refere-se ao processo de referência a palavras

que fazem parte do próprio texto. Quando retomamos palavras anteriormente citadas, o processo recebe o nome de anáfora; quando apontamos para palavras que aparecem a seguir, é denominado catáfora. Já a remissão situacional consiste em relacionar o enunciado à enunciação, usando vocábulos gramaticais que indicam os interlocutores(falante e ouvinte) ou situam os seres e os processos, tomando como ponto de referência o tempo e o espaço da enunciação. Leia o texto abaixo. Indique os referenciais, de acordo com as palavras em destaque.

Estamos na cidade do México. O americano havia sido assaltado num ônibus. Sua mulher me pergunta: “No Brasil é assim?!” E eu corei de vergonha cívica. Despedi-me indo para o aeroporto. Lá três senhoras, sabendo-me brasileiro, perguntaram-me sobre assaltos e roubos no Rio. Digo: é como aqui. Aí, ficam mais tranquilas. É que conhecem os códigos. E passam a me contar histórias de assaltos até no Japão. Mas o que mais me comoveu foi o caso de um amigo delas, na Itália: os ladrões deixaram-no nu na rua e ainda levaram-lhe a dentadura.

11. Comente os diálogos abaixo.

DIÁLOGO 1 A – Você sabe que horas são? B – Eu me atrasei, desculpe. DIÁLOGO 2 A – Você sabe que horas são? B – São seis e meia. DIÁLOGO 3 A – Você sabe que horas são? B – Também estou sem relógio. DIÁLOGO 4 A – Você sabe que horas são? B – Sim. Vamos embora?

12. Transforme os períodos simples propostos a seguir em períodos compostos que expressem as relações semântico-sintáticas indicadas. Escolha os articuladores adequados e faça as modificações necessárias. Se necessário, consulte uma gramática normativa.

ESTAVA MUITO ESCURO. NINGUÉM CONSEGUIA VER NADA.

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a) Subordinação consecutiva b) Coordenação explicativa. c) Subordinação causal.

13. Pontue o texto a seguir, empregando os sinais adequados. Use maiúscula após empregar ponto.

Pneu recauchutado é proibido em motos. O Conselho Nacional de Trânsito Contran proibiu o uso de pneus reformados em ciclomotores motonetas motocicletas e triciclos assim como rodas que apresentem quebras trincas e deformações a proibição do uso de pneus reformados que estava suspensa por outra resolução do Contran voltou a vigorar desde o primeiro dia deste ano a suspensão da proibição não foi prorrogada devido à inexistência de regulamento técnico que comprove a segurança do uso de pneu reformado em moto quem descumprir a lei poderá ser multado e perder pontos na carteira nacional de habilitação e ainda ter seu veículo retido pela regularização.

PRO TESTE, Rio de Janeiro. Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, ano V, n. 46, p.7 abr. 2006 (adaptação).

14. Complete as lacunas dos textos abaixo com articuladores adequados para expressar as relações semânticas indicadas ao início de cada alternativa. TEXTO A – proporção, ressalva, justificativa. O consumo de bebidas alcoólicas causa vários tipos de câncer, afirmam pesquisadores da Agência Internacional para a Pesquisa sobre o Câncer (Iarc), na França. _________álcool se consome, _______os riscos de câncer de boca, laringe, esôfago, fígado, cólon e mama, além de pâncreas e pulmão. _______, os pesquisadores também não recomendam a abstinência total do álcool, _________ ele pode evitar doenças do coração. O segredo, então, é a moderação em tudo, sempre!

PRO TESTE, Rio de Janeiro. Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, ano V, n. 46, p.7 abr. 2006.

TEXTO B – condição, oposição, adição, justificativa. A região do Cariri é habitada por seres fantásticos, desconhecidos no Sul. Quem estava satisfeito com seus sacis, lobisomens, curupiras, mulas-sem-cabeça e chupa-cabras há de se surpreender com o repertório de novos monstros e as variações dos já conhecidos que ouvimos no Cariri. (...) - “Folclore!”, dirá um leitor. “Crendices!”, berrará outro. E, ________ houver entre os leitores algum estudante de ciências sociais, este sairá por aí a divulgar a beleza de nossas crenças populares, em vozes e teses. _________com esses seres não se brinca. ________ devem eles ser explicados. Devem ser temidos e merecem a grandeza de nosso espanto. _______ eles vivem é disso, do espanto que somos condicionados a perder ao longo da vida.

PRATA, Antônio et al. Cabras: caderno de viagem. Edição dos autores. 1999, p.34 (Fragmento).

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TEXTO C – consequência, tempo, comparação, condição. O lento café foi acompanhado pela sinfonia verbal de Dona Maria. Força da natureza, ímpeto incontrolável, sua voz tomou conta da cozinha de uma maneira _______ definitiva _______fomos ficando receosos de tentar interrompê-la. Também nem havia necessidade: seu monólogo era autônomo, livre, ladainha caótica que misturava água encanada com sobrinhos paulistanos, o problema das receitas, a arrumação dos quartos, novela de televisão. Dias depois, ________ tentávamos comer buchada, percebi que Dona Maria construía seu raciocínio _______preparava a iguaria, acúmulo descuidado de restos, sílabas e migalhas. Depois era embalar tudo e pronto, a voz ou o saco de tripa conferindo aparente uniformidade ao amontoado de fragmentos. Toda refeição era assim, a cadência de Dona Maria a dar ritmo à nossa mastigação. Ela se encostava no fogão e ali ficava, palavreando, alheio às coisas do mundo de uma _______ maneira_______, tenho certeza, se entenderia eternamente _______ alguém não resolvesse olhar no relógio e perceber qualquer atraso.

PRATA, Antônio et al. Cabras: caderno de viagem. Edição dos autores. 1999, p.68 (Fragmento).

15. Enuncie o tópico discursivo da gravação em espanhol proposta.

DE OLHO NA REDAÇÃO

Com a ajuda do professor, estude os problemas redacionais presentes no

texto abaixo, coletado em um dos diversos exames vestibulares.

A JUVENTUDE

Recente estudo revelou que a maior parte dos jovens que tem acesso a boas escolas

não leem livros que não são cobrados pela escola.

Este é um dado preocupante pois a leitura é o que estimula a pessoa a ampliar seus

conhecimentos e também conseguir enxergar o que há envolvido nas questões.

O resultado são jovens violentos que ver apenas um lado da questão.

Existe a necessidade de inculcar nesses jovens a importância de leituras

paradidáticas, talvez com ampliação de áreas para leitura, e bibliotecas.

Também existe a necessidade dos meios de comunicação enfatizarem a importância

da leitura na formação não apenas acadêmica mas também humana.

A falta de leitura tem levado jovens a ter uma visão restritiva de assuntos de

importância nacional, mas o problema pode ser invertido com investimento na informação

geral do jovem ele estará mais preparado para ter uma visão abrangente do globo.

PENSANDO UM POUCO MAIS . . .

1. Como o simplismo compromete o raciocínio? Explique com dados do texto.

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2. Pode-se dizer que a conclusão parece “automática”. Justifique essa assertiva propondo um novo encaminhamento.

3. Há no texto vários exemplos de imprecisão vocabular. Cite DOIS exemplos e explique-os.

4. Reescreva o texto analisado, propondo correções e modificações.

UM POUCO DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Texto I Salustiano era um bom garfo. Mas o jantar que lhe haviam oferecido nada teve de abundante. - Quando voltará a jantar conosco? - perguntou-lhe a dona da casa. - Agora mesmo, se quiser.

(Barão de Itararé, in Máximas e Mínimas do Barão de Itararé)

1) A figura de linguagem presente no primeiro período do texto é: a) hipérbole b) eufemismo c) prosopopeia d) metonímia e) antítese 2) Deduz-se do texto que Salustiano: a) come pouco. b) é uma pessoa educada. c) não ficou satisfeito com o jantar. d) é um grande amigo da dona da casa. e) decidiu que não mais comeria naquela casa. 3) O adjetivo que não substitui sem alteração de sentido a palavra “abundante” é: a) copiosa b) frugal c) opípara

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d) lauta e) abundosa

Texto II A mulher foi passear na capital. Dias depois o marido dela recebeu um telegrama: “Envie quinhentos cruzeiros. Preciso comprar uma capa de chuva. Aqui está chovendo sem parar”. E ele respondeu: “Regresse. Aqui chove mais barato”.

(Ziraldo, in As Anedotas do Pasquim)

1) A resposta do homem se deu por razões: a) econômicas b) sentimentais c) lúdicas d) de segurança e) de machismo 2) Com relação à tipologia textual, pode-se afirmar que: a) se trata de uma dissertação. b) se trata de uma descrição com alguns traços narrativos. c) o autor preferiu o discurso direto. d) o segundo período é exemplo de discurso indireto livre. e) não se detecta a presença de personagens. 3) Com relação aos elementos conectores do texto, não se pode dizer que: a) dela tem como referente mulher. b) o referente do pronome ele é marido. c) a preposição de tem valor semântico de finalidade. d) A oração “Aqui está chovendo sem parar” poderia ligar-se à anterior, sem alteração de sentido, pela conjunção conquanto. e) O advérbio aqui, em seus dois empregos, não possui os mesmos referentes.

Texto III “Uma nação já não é bárbara quando tem historiadores.”

(Marquês de Maricá, in Máximas) 1) O texto é: a) uma apologia à barbárie b) um tributo ao desenvolvimento das nações c) uma valorização dos historiadores d) uma reprovação da selvageria e) um canto de louvor à liberdade 2) Só não constitui paráfrase do texto: a) Um país já não é bárbaro, desde que nele existem historiadores. b) Quando tem historiadores, uma nação já é civilizada. c) Uma nação deixa de ser bárbara quando há nela historiadores. d) Quando possui historiadores, uma nação não mais pode ser

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considerada bárbara. e) Desde que tenha historiadores, uma nação já não é mais bárbara.

Texto IV “A maior alegria do brasileiro é hospedar alguém, mesmo um desconhecido que lhe peça pouso, numa noite de chuva.”

(Cassiano Ricardo, in O Homem Cordial)

1) Segundo as ideias contidas no texto, o brasileiro: a) põe a hospitalidade acima da prudência. b) hospeda qualquer um, mas somente em noites chuvosas. c) dá preferência a hospedar pessoas desconhecidas. d) não tem outra alegria senão a de hospedar pessoas, conhecidas ou não. e) não é prudente, por aceitar hóspedes no período da noite. 2) A palavra mesmo pode ser trocada no texto, sem alteração de sentido, por: a) certamente b) até c) talvez d) como e) não 3) A expressão “A maior alegria do brasileiro” pode ser entendida como: a) uma personificação b) uma ironia c) uma metáfora d) uma hipérbole e) uma catacrese 4) O trecho que poderia dar sequência lógica e coesa ao texto é: a) Não obstante isso, ele é uma pessoa gentil. b) Dessa forma, qualquer um que o procurar será atendido. c) A solidariedade, pois, ainda precisa ser conquistada. d) E o brasileiro ganhou fama de intolerante. e) Por conseguinte, se chover, ele dará h

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EN ESPAÑOL

1. Enuncie o tópico discursivo do texto.

2. Retire do texto UM articulador textual.

3. Retire do texto DOIS pronomes relativos.

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TREINAMENTO

I - Efetue a concordância, escolhendo a forma verbal adequada.

1. Naquele dia _________ dez alunos. (faltou / faltaram)

2. __________naquela época fatos terríveis. (Aconteceu / Aconteceram)

3. Ainda __________ quarenta blocos. (resta / restam)

4. ____________cinco minutos para começar a aula. (Falta / Faltam)

5. Um bando ______________. (chegou / chegaram)

6. Um bando de alunos ____________. (chegou/chegaram)

7. Minas Gerais ____________grandes escritores. (revelou / revelaram)

8. As Minas Gerais ____________ grandes escritores. (revelou / revelaram)

9. O Amazonas ____________longe. (fica / ficam)

10. Doze por cento ____________em branco. (votou / votaram)

11. Doze por cento dos eleitores ______________o voto. (anulou / anularam)

12. Vossa Majestade ____________à reunião. (compareceu / compareceste)

13. Fui eu que __________ o problema. (resolvi / resolveu)

14. Fomos nós que _____________ a dívida. (pagamos / pagou)

15. Fui eu quem _____________ o exercício. (resolveu / resolvi)

16. Fomos nós quem ___________ a conta. (pagou / pagamos)

17. Mais de um clube __________o campeonato. (ganhou / ganharam)

18. Mais de duas pessoas ___________à reunião. (faltou / faltaram)

19. Perto de trinta soldados ____________. (morreu / morreram)

20. Alguns de nós _____________o exercício. (resolveremos / resolverão)

21. Quais de vós ___________o candidato? (apoiastes / apoiaram)

22. Poucos de nós ____________. (viajamos / viajaram)

23. Qual de nós _____________ a decisão? (aceitará / aceitaremos)

24. A torre da igreja ___________ quatro horas. (bateu / bateram)

25. _________ casas. (Aluga-se / Alugam-se)

26. ___________ de operários na fábrica. (Precisa-se / Precisam-se)

27. A previsão e os resultados ___________. (falhou/ falharam)

28. ____________ a previsão e os resultados. (Falhou / Falharam)

29. Primos, tios, sobrinhos, todos _________à festa de casamento. (foi / foram)

30. Porto Alegre ou Curitiba ____________o torneio de futsal. (sediará / sediarão)

31. Que ________ sinônimos? (é / são)

32. __________muitos alunos no pátio. (Havia / Haviam)

33. _____________muitos alunos na escola. (Devem haver / Deve haver)

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34. _____________muitos problemas naquela empresa. (Devem existir / Deve existir)

35. Luciana _______as alegrias da casa. (era / eram)

36. Quinze metros de fio ________ suficiente para fazer a instalação. (é / são)

37. O compositor daquela música __________ eu. (é / sou)

38. Aquilo _________tolices. (era / eram)

39. Isto ______ preocupações sem sentido. (é / são)

40. Cem milhões de dólares ______ muito dinheiro. (é / são)

II – Faça a concordância com a palavra entre parênteses.

1. Aqueles fatos eram _________ para a resolução. (importante)

2. Escolheu __________ hora e momento. (péssimo)

3. Escolheu ____________momento e hora para falar. (péssimo)

4. Escolheu o momento e a hora ___________. (adequado)

5. Aguardava ocasião e momento ___________. (oportuno)

6. Manteiga é ________. (bom)

7. A manteiga é ________. (bom)

8. A receita segue ________. (anexo)

9. As receitas seguem __________. (anexo)

10. O contrato vai ___________. (incluso)

11. Os contratos vão _________. (incluso)

12. Ela __________ entregou o requerimento. (mesmo)

13. Nós __________ fizemos o pedido. (próprio)

14. “Muito ___________”, respondeu a menina. (obrigado)

15. “Muito ___________”, responderam as meninas. (obrigado)

16. Eles estavam __________ com a tesouraria. (quite)

17. Havia __________ pessoas na reunião. (menos)

18. Havia __________razões para ele faltar. (bastante)

19. ____________motivos obrigaram-no a faltar. (bastante)

20. Ele faltou ____________ vezes. (bastante)

21. Ela andava _______ preocupada com o resultado. (meio)

22. A porta se encontrava ________ aberta. (meio)

23. São pessoas ___________agradáveis. (bastante)

24. Aqueles relógios custaram muito ____________. (caro)

25. Pensando bem, essa viagem não será __________. (caro)

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UNIDADE 2 TRABALHO

ALUNO (A): ______________________________________TURMA: _____NOTA: ____ T2.1(VUNESP – SP, adaptada) – Esta questão serve-se do parágrafo inicial de um artigo do jornalista Clóvis Rossi.

SAUNA BRASIL

Os brasileiros fomos informados ontem do caráter de pelo menos uma parcela da base parlamentar governista. É gente com a qual só se pode conversar na sauna e pelado, avisa quem entende de base parlamentar governista, o ministro das comunicações, Sérgio Motta.

Folha de S. Paulo, 8 de maio 1997, p1-2

O princípio básico da concordância verbal em nosso idioma prevê que o verbo deva ser flexionado em número e pessoa de acordo com o sujeito da oração. Em alguns casos, devido a circunstâncias do contexto, esse princípio pode ser transgredido. Ocorre nesses casos a chamada concordância ideológica. Tomando por base este comentário:

a) Aponte uma passagem do texto em análise em que o verbo não segue uma das flexões impostas pelo sujeito. _________________________________________________________________

b) Redija uma frase em espanhol (não traduza a passagem transcrita do texto) que segue o mesmo padrão sintático apontado na questão anterior. _________________________________________________________________

c) Interprete, com base no contexto, as razões estilísticas que levaram o autor a preferir tal forma de concordância. _________________________________________________________________ _________________________________________________________________ _________________________________________________________________

T2.2. Com base na leitura da obra A hora da estrela”, de Clarice Lispector (1977), assista no Youtube a entrevista dessa escritora concedida ao jornalista Júlio Lerner (TV Cultura, 1977). Em seguida, redija um parágrafo expositivo relacionando a temática da obra e a entrevista em questão, no que se refere à liberdade da escrita. Contextualize sua explanação com características da

estética modernista. Link: https://www.youtube.com/watch?v=sNHo90p61qs

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T2.3 – No texto abaixo, NÃO é possível inverter a ordem dos termos correlacionados.

Não apenas como alguém apaixonado pelos nossos veículos, pelo design, pela tecnologia e

pela velocidade. Mas também como cidadão.

Considerando a argumentação usada no texto e o efeito de sentido da estrutura

correlativa, explique por que a inversão é INADEQUADA. Na sua explanação, cite um exemplo comparativo da língua espanhola, explicando-o.

T2.4 – Explique o que a vírgula pode representar nas frases dos pares abaixo:

a) I – Não, espere. / II – Não espere.

___________________________________________________________________

b) I – Isso só, ele resolve. / II – Isso, só ele resolve.

___________________________________________________________________

c) I – Aceito, obrigado. / II – Aceito obrigado.

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d) I – Não quero ler. / II – Não, quero ler.

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UNIDADE 3 NARRATIVAS E OPINIÕES

Construindo o conhecimento

TEXTO 01 Proponha um conceito de crônica por meio do texto abaixo.

Sobre a crônica

Ivan Ângelo

Uma leitora se refere aos textos aqui publicados como "reportagens". Um

leitor os chama de "artigos". Um estudante fala deles como "contos". Há os que

dizem: "seus comentários". Outros os chamam de "críticas". Para alguns, é "sua

coluna".

Estão errados? Tecnicamente, sim – são crônicas –, mas... Fernando

Sabino, vacilando diante do campo aberto, escreveu que "crônica é tudo que o

autor chama de crônica".

A dificuldade é que a crônica não é um formato, como o soneto, e muitos

duvidam que seja um gênero literário, como o conto, a poesia lírica ou as

meditações à maneira de Pascal. Leitores, indiferentes ao nome da rosa, dão à

crônica prestígio, permanência e força. Mas vem cá: é literatura ou é

jornalismo? Se o objetivo do autor é fazer literatura e ele sabe fazer...

Há crônicas que são dissertações, como em Machado de Assis; outras são

poemas em prosa, como em Paulo Mendes Campos; outras são pequenos

contos, como em Nelson Rodrigues; ou casos, como os de Fernando Sabino;

outras são evocações, como em Drummond e Rubem Braga; ou memórias e

reflexões, como em tantos. A crônica tem a mobilidade de aparências e de

discursos que a poesia tem – e facilidades que a melhor poesia não se permite.

Está em toda a imprensa brasileira, de 150 anos para cá. O professor

Antonio Candido observa: "Até se poderia dizer que sob vários aspectos é um

gênero brasileiro, pela naturalidade com que se aclimatou aqui e pela

originalidade com que aqui se desenvolveu".

Alexandre Eulálio, um sábio, explicou essa origem estrangeira: "É nosso

familiar essay, possui tradição de primeira ordem, cultivada desde o amanhecer

do periodismo nacional pelos maiores poetas e prosistas da época". Veio, pois,

de um tipo de texto comum na imprensa inglesa do século XIX, afável, pessoal,

sem cerimônia e no entanto pertinente.

Por que deu certo no Brasil? Mistérios do leitor. Talvez por ser a obra curta e

o clima, quente.

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A crônica é frágil e íntima, uma relação pessoal. Como se fosse escrita

para um leitor, como se só com ele o narrador pudesse se expor tanto.

Conversam sobre o momento, cúmplices: nós vimos isto, não é leitor?, vivemos

isto, não é?, sentimos isto, não é? O narrador da crônica procura sensibilidades

irmãs.

Se é tão antiga e íntima, por que muitos leitores não aprenderam a

chamá-la pelo nome? É que ela tem muitas máscaras. Recorro a Eça de

Queirós, mestre do estilo antigo. Ela "não tem a voz grossa da política, nem a voz

indolente do poeta, nem a voz doutoral do crítico; tem uma pequena voz

serena, leve e clara, com que conta aos seus amigos tudo o que andou

ouvindo, perguntando, esmiuçando".

A crônica mudou, tudo muda. Como a própria sociedade que ela

observa com olhos atentos. Não é preciso comparar grandezas, botar Rubem

Braga diante de Machado de Assis. É mais exato apreciá-la desdobrando-se no

tempo, como fez Antonio Candido em "A vida ao rés-do-chão": "Creio que a

fórmula moderna, na qual entram um fato miúdo e um toque humorístico, com o

seu quantum satis de poesia, representa o amadurecimento e o encontro mais

puro da crônica consigo mesma". Ainda ele: "Em lugar de oferecer um cenário

excelso, numa revoada de adjetivos e períodos candentes, pega o miúdo e

mostra nele uma grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitadas".

Elementos que não funcionam na crônica: grandiloquência, sectarismo,

enrolação, arrogância, prolixidade. Elementos que funcionam: humor,

intimidade, lirismo, surpresa, estilo, elegância, solidariedade.

Cronista mesmo não "se acha". As crônicas de Rubem Braga foram vistas

pelo sagaz professor Davi Arrigucci como "forma complexa e única de uma

relação do Eu com o mundo". Muito bem. Mas Rubem Braga não se achava o

tal. Respondeu assim a um jornalista que lhe havia perguntado o que é crônica:

– Se não é aguda, é crônica.

Disponível em: http://vejasp.abril.com.br/materia/sobre-cronica. Acesso: 18.11.15

TEXTO 02 Peladas

Esta pracinha sem aquela pelada virou uma chatice completa: agora, é uma babá que passa, empurrando, sem afeto, um bebê de carrinho, é um par de velhos que troca silêncios num banco sem encosto. E, no entanto, ainda ontem, isso aqui fervia de menino, de sol, de bola, de sonho: "eu jogo na linha! eu sou o Lula!; no gol, eu não jogo, tô com o joelho ralado de ontem; vou ficar aqui atrás: entrou aqui, já sabe." Uma gritaria, todo mundo se escalando, todo mundo querendo tirar o selo da bola, bendito fruto de uma suada vaquinha. Oito de cada lado e, para não confundir, um time fica como está; o outro jogo sem camisa. Já reparei uma coisa: bola de futebol, seja nova, seja velha, é um ser muito compreensivo que dança conforme a música: se está no Maracanã, numa decisão de título, ela rola e quiçá com um ar dramático, mantendo sempre a mesma pose adulta, esteja nos pés de Gérson ou nas mãos de um gandula. Em compensação, num racha de menino ninguém é mais sapeca: ela corre para cá, corre para lá, quiçá no meio-fio, pára de estalo no canteiro, lambe a canela de um, deixa-se espremer entre mil canelas, depois escapa, rolando, doida, pela calçada. Parece um bichinho.

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Aqui, nessa pelada inocente é que se pode sentir a pureza de uma bola. Afinal, trata-se No entanto, aí está ela, correndo para cima e para baixo, na maior farra do mundo, disputada, maltratada até, pois, de quando em quando, acertam-lhe um bico, ela sai zarolha, vendo estrelas, coitadinha. Racha é assim mesmo: tem bico, mas tem também sem-pulo de craque como aquele do Tona, que empatou a pelada e que lava a alma de qualquer bola. Uma pintura. Nova saída. Entra na praça batendo palmas como quem enxota galinha no quintal. É um velho com de uma bola profissional, uma número cinco, cheia de carimbos ilustres: "Copa Rio-Oficial", "FIFA - Especial." Uma bola assim, toda de branco, coberta de condecorações por todos os gomos (gomos hexagonais!) jamais seria barrada em recepção do Itamarati. cara de guarda-livros que, sem pedir licença, invade o universo infantil de uma pelada e vai expulsando todo mundo. Num instante, o campo está vazio, o mundo está vazio. Não deu tempo nem de desfazer as traves feitas de camisas. O espantalho-gente pega a bola, viva, ainda, tira do bolso um canivete e dá-lhe a primeira espetada. No segundo golpe, a bola começa a sangrar. Em cada gomo o coração de uma criança. (Armando Nogueira) Do livro "Os melhores da crônica brasileira", José Olympio Editora - Rio de

Janeiro, 1977, pág. 29, extraímos o texto acima.

Vamos discutir um pouco sobre o gênero artigo de opinião

TEXTO 03

Internet e eleições

Joaquim Falcão

Especial para a Folha de S. Paulo

Nas últimas eleições, a Justiça não permitiu internet na campanha eleitoral. Agora, o Senado

permitiu. A Câmara dará a palavra final até o dia 3 de outubro. As eleições nunca mais serão

as mesmas. Por múltiplas razões. Primeiro, o eleitor estará mais mobilizado e proativo.

Jornais, revistas, rádio e televisão estabelecem comunicações de mão única. Deles para os

eleitores. A internet é comunicação de mão dupla. Ou tripla. Dos eleitores com os candidatos,

com os meios de comunicações e sobretudo entre si. Aliás, todos entre si. E, como o projeto

não estabeleceu qualquer restrição às redes sociais — Orkut, Facebook, MySpace, UolK,

Twitter —, nessas redes a campanha já começou. Não é preciso o cidadão esperar convenções de partidos ou escolha de candidatos.

Uma consequência do cidadão mais proativo (sic) é que deverão aumentar as denúncias

infundadas contra candidatos e partidos, bem como as defesas apaixonadas. Aumentarão as

mentiras e os desmentidos. Todos ficarão mais expostos. Como a difusão é imediata, podem

chegar a milhares e milhões de eleitores, o dano ou benefício é também imediato.

Para os casos de injúria, calúnia e difamação haverá sempre o recurso da ida à Justiça. Que

será sempre insuficiente. Porque é sempre a posterior. Quem terá que distinguir a mentira da verdade eletrônica será o próprio eleitor. A disputa ocorrerá na própria internet.

De blogs contra blogs. De site contra site. De rede contra rede. A internet é uma arena. Um

longo aprendizado da cidadania responsável está apenas começando. É verdade que rádio e

televisão atingem mais brasileiros do que a internet. E que ainda é pequeno o uso da internet

em casa. Mas o crescimento da internet é o maior de todas as mídias. A tendência é

crescente e inevitável. Em julho, o número de usuários cresceu cerca de 10% em relação a

junho. De 33 milhões para mais de 36 milhões.

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Sem contar as lan houses. A liberação da internet terá consequência de mão dupla:

aumentará a participação dos cidadãos nas eleições e ao mesmo tempo estimulará mais

usuários no dia a dia da internet. Segundo, é que o voto do eleitor jovem vai crescer em importância. Eles são quem mais usa internet. Representam mais do que 20% dos eleitores.

A internet deve estimular a inclusão do jovem na política. Seus valores e interesses

referentes, por exemplo, a sexo, família, ecologia e cultura são diferentes. Os jovens são

mais atingidos na oferta e redução de emprego. Partidos e candidatos terão que ter propostas específicas para eles.

Terceiro, o uso da internet como infraestrutura para o financiamento popular do candidato e

do partido também deve crescer. Não instantaneamente, é claro. Mas a internet agiliza a

doação individual eletrônica através de transações bancárias, contas de telefone e cartões de créditos. São doações mais fáceis, rápidas, legais e de maior controle pela Justiça.

Esse foi o diferencial decisivo na campanha de Obama. Sua campanha custou US$ 744,9 milhões, dos quais US$ 500 milhões arrecadados via internet.

A contribuição média foi de US$ 77 por cidadão. Ou seja, R$ 145. O peso relativo das

doações de campanha das empresas deve cair. Com microdoações pulverizadas, os

candidatos estarão menos dependentes de um grupo, ou daquela empreiteira.

Sem falar que será difícil a Justiça controlar a interferência ilegal de sites localizados em

outros países. A internet é global. O risco, pequeno talvez, é de exportar a campanha eleitoral, para sites globais onde a lei brasileira não chega.

Até agora o Senado manteve a liberdade mais ampla, a não ser para sites empresariais,

onde, em nome da imparcialidade, limitou a propaganda em sites de pessoas jurídicas, que

não sejam provedores de internet e de informações ou sites de pesquisa, e em sites de órgãos governamentais. E regulou também o acesso aos debates.

O desafio maior da lei ao regular os meios de comunicação na campanha eleitoral é

justamente este: por um lado, manter a experiência brasileira de sucesso de controlar a

participação excessiva do poder econômico e do poder dos governos nas campanhas. De

outro, assegurar voto livre e liberdade de expressão a todos.

Folha de S. Paulo, Brasil, 17/9/2009. Disponível em <www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc1709200913.htm>. Joaquim Falcão é professor de direito.

TEXTO 04

Corrupção cultural ou organizada?

Renato Janine Ribeiro

Precisamos evitar que a necessária indignação com as microcorrupções “culturais” nos leve a ignorar a grande corrupção.

Ficamos muito atentos, nos últimos anos, a um tipo de corrupção que é muito frequente em

nossa sociedade: o pequeno ato, que muitos praticam, de pedir um favor, corromper um

guarda ou, mesmo, violar a lei e o bem comum para obter uma vantagem pessoal. Foi e é

importante prestar atenção a essa responsabilidade que temos, quase todos, pela corrupção política — por sinal, praticada por gente eleita por nós.

Esclareço que, por corrupção, não entendo sua definição legal, mas ética. Corrupção é o que

existe de mais antirrepublicano, isto é, mais contrário ao bem comum e à coisa pública. Por

isso, pertence à mesma família que trafegar pelo acostamento, furar a fila, passar na frente dos outros. Às vezes é proibida por lei, outras, não.

Mas, aqui, o que conta é seu lado ético, não legal. Deputados brasileiros e britânicos fizeram

despesas legais, mas não éticas. É desse universo que trato. O problema é que a corrupção

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“cultural”, pequena, disseminada — que mencionei acima — não é a única que existe. Aliás,

sua existência nos poderes públicos tem sido devassada por inúmeras iniciativas da

sociedade, do Ministério Público, da Controladoria Geral da União (órgão do Executivo) e do Tribunal de Contas da União (que serve ao Legislativo).

Chamei-a de “corrupção cultural” pois expressa uma cultura forte em nosso país, que é a

busca do privilégio pessoal somada a uma relação com o outro permeada pelo favor. É, sim,

antirrepublicana. Dissolve ou impede a criação de laços importantes. Mas não faz sistema, não faz estrutura.

Porque há outra corrupção que, essa, sim, organiza-se sob a forma de complô para pilhar os

cofres públicos — e mal deixa rastros. A corrupção “cultural” é visível para qualquer um. Suas

pegadas são evidentes. Bastou colocar as contas do governo na internet para saltarem aos olhos vários gastos indevidos, os quais a mídia apontou no ano passado.

Mas nem a tapioca de R$ 8 de um ministro nem o apartamento de um reitor — gastos não

republicanos — montam um complô. Não fazem parte de um sistema que vise a desviar

vultosas somas dos cofres públicos. Quem desvia essas grandes somas não aparece, a não

ser depois de investigações demoradas, que requerem talentos bem aprimorados — da polícia, de auditores de crimes financeiros ou mesmo de jornalistas muito especializados.

O problema é que, ao darmos tanta atenção ao que é fácil de enxergar (a corrupção

“cultural”), acabamos esquecendo a enorme dimensão da corrupção estrutural, estruturada ou, como eu a chamaria, organizada.

Ora, podemos ter certeza de uma coisa: um grande corrupto não usa cartão corporativo nem

gasta dinheiro da Câmara com a faxineira. Para que vai se expor com migalhas? Ele ataca somas enormes. E só pode ser pego com dificuldade.

Se lembrarmos que Al Capone acabou na cadeia por ter fraudado o Imposto de Renda, crime

bem menor do que as chacinas que promoveu, é de imaginar que um megacorrupto tome

cuidado com suas contas, com os detalhes que possam levá-lo à cadeia — e trate de

esconder bem os caminhos que levam a seus negócios.

Penso que devemos combater os dois tipos de corrupção. A corrupção enquanto cultura nos

desmoraliza como povo. Ela nos torna “blasé”. Faz-nos perder o empenho em cultivar valores

éticos. Porque a república é o regime por excelência da ética na política: aquele que educa as

pessoas para que prefiram o bem geral à vantagem individual. Daí a importância dos

exemplos, altamente pedagógicos.

Valorizar o laço social exige o fim da corrupção cultural, e isso só se consegue pela educação.

Temos de fazer que as novas gerações sintam pela corrupção a mesma ojeriza que uma formação ética nos faz sentir pelo crime em geral.

Mas falar só na corrupção cultural acaba nos indignando com o pequeno criminoso e

poupando o macrocorrupto. Mesmo uma sociedade como a norte-americana, em que

corromper o fiscal da prefeitura é bem mais raro, teve há pouco um governo cujo vice-presidente favoreceu, antieticamente, uma empresa de suas relações na ocupação do Iraque.

A corrupção secreta e organizada não é privilégio de país pobre, “atrasado”. Porém, se

pensarmos que corrupção mata — porque desvia dinheiro de hospitais, de escolas, da

segurança —, então a mais homicida é a corrupção estruturada. Precisamos evitar que a

necessária indignação com as microcorrupções “culturais” nos leve a ignorar a grande corrupção. É mais difícil de descobrir. Mas é ela que mata mais gente.

Folha de S. Paulo, 28/6/2009. Renato Janine Ribeiro, 59, é professor titular de ética e filosofia política do Departamento de Filosofia da USP. É autor,

entre outras obras, de República (Publifolha. Coleção Folha Explica).

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TEXTO 05

O que é essencial para todos?

Gustavo Barreto

“O homem é essencialmente um ser de cultura”, argumenta o professor Denys Cuche, da

Universidade Paris V. A cultura é um campo do conhecimento humano que nos permite

pensar a diferença, o outro e dar um fim às explicações naturalizantes dos comportamentos

humanos. As questões étnica, nacional e de gênero, por exemplo, não podem em hipótese

alguma ser observadas em seu “estado bruto”. É o caso da relação homem-mulher, cujas implicações culturais são mais importantes do que as explicações biológicas.

E por que se faz importante fazer esta breve introdução, na questão da ideia do Vale-Cultura,

lançada pelo Governo Federal e atualmente em discussão com os atores sociais da área?

Porque urge que nossa legislação passe por uma transformação, dado que a principal lei do setor está defasada (é de 1991) e é insuficiente para os desafios atualmente expostos.

O conceito de “cultura” é tão reivindicado quanto controverso. Ouvimos esta palavra

diariamente, para os mais diversos usos: cultura política, cultura religiosa, cultura

empresarial. Também serve para complexificar e ampliar um debate sobre um tema difícil

(“isso é cultural”), para finalizá-lo (“não tem jeito, isso é cultural”) ou gerar preconceito contra um grupo social (“o povo não tem cultura”). São múltiplos os usos.

Está claro que incentivar as manifestações culturais de um povo é condição indispensável

para seu desenvolvimento. É certo que este instrumento deve atingir um de seus principais

objetivos: a desconcentração regional e a democratização do acesso a produtos culturais. A

simples injeção de R$ 600 milhões por mês no mercado cultural, podendo atingir até 12 milhões de brasileiros, já é um grande benefício.

O curioso na iniciativa do Governo, que já tramitava no Congresso desde 2006, é a questão

tardiamente (e fatalmente) gerada para reflexão: o que é essencial para todos? Se o

trabalhador possui o Vale-Transporte e o Vale-Alimentação, por que não o Vale-Cultura? Este

debate — e o debate é justamente este — gera reações ainda mais curiosas.

A mais risível é a que ataca a proposta como “dirigista”, afirmando que o tempo do dirigismo

cultural já acabou em todo o mundo. Uma simplificação melancólica e uma inverdade:

governos de países que alcançaram bons índices de desenvolvimento humano investem

muito mais na cultura do que o Brasil. Os ataques têm nome: são os mesmos que falam em

“alta cultura” e compõem as velhas oligarquias deste setor, pois concentraram por muito

tempo a exclusividade dos “negócios” da cultura. Alguns chegam a duvidar da “qualidade estética” dos produtos culturais a serem consumidos.

Estão claros os inimigos deste discurso conservador: o trabalhador, que passa a ser

progressivamente um crítico de cultura, e as manifestações da cultura popular — ora atacada, por exemplo, por meio da restrição à cultura do funk carioca.

A aprovação do Vale-Cultura será um passo importante, dentro de uma longa caminhada,

para a inserção de milhões de brasileiros no universo privilegiado da cultura local, regional e nacional.

Jornal do Brasil, 18/7/2009; site jornalístico Fazendo Média (www.fazendomedia.com/?p=268), 26/7/2009. Gustavo Barreto é produtor cultural no Rio de Janeiro e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura na UFRJ.

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TEXTO 06

Só há notícia se for muito ruim

Carlos Brickmann

Elio Gaspari costuma dizer que, nas redações, a notícia chega devagarzinho, abre a porta de

leve, põe a cabeça para dentro e entra correndo para esconder-se. Se alguém a notar, será

imediatamente chutada para fora.

E, se a notícia for boa, suas chances de sobrevivência são ainda menores. Notícia que o

pessoal gosta é corrupção, é escândalo, é miséria, é tudo aquilo que deu errado. Nas

ocasiões em que o Brasil dá certo, aí não é notícia (e não vale nem a regra de que boa notícia é o inusitado). Lugar de notícia boa é a cesta do lixo.

Jundiaí, no interior de São Paulo, atingiu 100% no fornecimento de água tratada e chegou

muito perto disso no tratamento de esgotos (só não atingiu 100% por um problema judicial).

Notícias? Só nos jornais da região, e olhe lá. A capital de São Paulo, onde o programa de

água e esgotos caminha bem mas ainda está longe da universalização, ignorou o tema. O

Brasil, onde água tratada e esgoto são coisas de gente rica, preferiu investigar se tem

ministro comendo tapioca com cartão corporativo (tema que até vale investigação, mas não

pode substituir outros assuntos de importância, que se referem à vida e à morte dos cidadãos).

São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, é um exemplo ainda mais claro de que as boas

notícias são desprezadas pelos meios de comunicação. De acordo com os números da

respeitadíssima Fundação Seade, o índice de mortalidade infantil de São Caetano é o menor

do país; equipara-se aos da Bélgica e do Japão, quatro mortes por mil nascimentos. É índice que ocorre no Primeiro Mundo.

A derrubada dos índices de mortalidade infantil não ocorre, em lugar nenhum, apenas pela

boa atenção à saúde: exige tempo, trabalho coordenado, que envolve planejamento,

engenharia (tratamento de esgotos e água), meio ambiente (plantio de árvores, limpeza de

rios e córregos), coleta de lixo, de preferência seletiva, assistência social (há em São Caetano

um programa tipo bolsa-família, mais completo que o federal, mantido com recursos

municipais), aleitamento materno, cuidados com as gestantes, educação em sentido amplo,

higiene, empregos. E envolve, o que é raro, continuidade administrativa: não é porque um

prefeito é adversário do antecessor que deve abandonar seus planos. O atual prefeito, José

Auricchio, reeleito com 70% dos votos, tem na oposição boa parte do grupo político de seu

antecessor. E daí? Neste processo todo, a cidade de 150 mil habitantes atingiu o maior Índice

de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. E, fora da região do Grande ABC, o fato foi olimpicamente ignorado pelos meios de comunicação.

Dizem que Ribeirão Preto vai muito bem na área social (mas como encontrar dados, se não

há reportagens?). E, o que aparece às vezes na TV (mas rarissimamente na imprensa

escrita), a cidade se transformou em área de tecnologia de ponta no uso do raio laser em

auxílio a transplantes. Há belas experiências de sustentabilidade ambiental no Rio Grande do

Sul, há o hospital de referência no tratamento de câncer de Barretos, há as experiências em

Campinas da Unicamp em energia alternativa e cirurgia para diabetes, há excelentes

pesquisas em Campina Grande, na Paraíba, há um belo trabalho da Embrapa e da Escola de

Agricultura Luiz de Queiroz, há a agricultura irrigada de ótima qualidade no semiarido

nordestino. E quem sabe, por ter sido informado pelos meios de comunicação, que as hélices

dos geradores de vento da Europa são, em grande parte, fabricadas no Brasil?

Vale matéria? De vez em quando, a TV mostra, em horários alternativos, em programas

especializados, alguns aspectos dessas experiências positivas. De muita coisa este colunista

tomou conhecimento ao integrar o júri do último Prêmio Esso de Jornalismo, com belíssimas

matérias nos jornais da região sobre os bons fatos que também ocorrem.

Vale matéria? Deveria valer. Mas, além da volúpia por más notícias, há um problema extra,

que assusta pauteiros e repórteres: o medo da patrulha. Fazer matéria a favor pode dar a

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impressão de que há alguma coisa esquisita além da reportagem. Mas é preciso vencer

também este preconceito — ou ficaremos restritos ao noticiário policial fingindo que é cobertura política.

Observatório da Imprensa. Coluna Boas Novas, 18/8/2009. Disponível em <www.observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=5551CIR001>.

Linguagem literária no cinema Confira por meio deste link: https://www.youtube.com/watch?v=RGiro2f7LGw

Um pouco de prática Para responder às questões U3.1 a U3.7, leia o texto abaixo,

Álbum de figurinhas

A figurinha retém tempos e pessoas. É, portanto, como a pipa, uma das primeiras manifestações (alegorizadas) da angústia existencial; mito, portanto. Ela nos faz, por momentos, donos do que amamos ou idealizamos, o que nem sempre (ou quase nunca) nos pertence, exceto se o retivermos na fantasia. A figurinha colecionada é uma forma de tornar objetivo e material tudo o que tentamos reter na fantasia, os símbolos, signos, emblemas ou alegorias de mitos preponderantes a cada fase da vida. Se a pipa é brinquedo tradutor dos rudimentos da ânsia de se comunicar com o transcendente e, por isso, voa presa a uma linha controlada pela criança, o álbum de figurinhas, no momento de colar o fugidio fetiche, tenta eternizar o fugaz, portanto – na fantasia – livrar-se da ideia de morte.

TÁVOLA , Artur da. Comunicação é mito: televisão em leitura crítica. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1985. P.158. (Fragmento)

U3.1 – Portanto é um articulador conclusivo, isto é, marca oração, frase, parágrafo ou até partes maiores do texto como conclusão. Conclusão é o resultado a que se chega raciocinando a partir de argumentos. Geralmente, um dos argumentos é deixado implícito. Identifique os argumentos relacionados pelo locutor do texto anterior para chegar à conclusão de que a figurinha é, portanto, uma manifestação alegorizada da angústia existencial. ARGUMENTO DITO OU EXPLÍCITO: _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ARGUMENTO IMPLÍCITO: _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ U3.2 – Agora, identifique os argumentos que permitiriam ao locutor concluir que o álbum de figurinhas é um mito, portanto.

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ARGUMENTO DITO OU EXPLÍCITO: _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ARGUMENTO IMPLÍCITO: _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ U3.3 – (...) o álbum de figurinhas, no momento de colar o fugidio fetiche, tenta eternizar o fugaz, portanto – na fantasia – livrar-se da ideia de morte. A respeito do álbum de figurinhas, identifique os argumentos e a conclusão do locutor na passagem acima. ARGUMENTO DITO OU EXPLÍCITO: _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________ ARGUMENTO IMPLÍCITO: _______________________________________________________________________ _______________________________________________________________________

O contexto da crônica na literatura pós-modernista

A descoberta do mundo (Clarice Lispector) O que eu quero contar é tão delicado é tão delicado quanto a própria vida. E eu queria

poder usar delicadeza que também tenho em mim, ao lado da grossura de camponesa que é o que

me salva.

Quando criança, e depois adolescente, fui precoce em muitas coisas. Em sentir um

ambiente, por exemplo, em aprender a atmosfera íntima de uma pessoa. Por outro lado, longe de

precoce, estava em incrível atraso em relação a outras coisas importantes. Continuo aliás atrasada

em muitos terrenos. Nada posso fazer: parece que há em mim um lado infantil que não cresce

jamais.

Até mais que treze anos, por exemplo, eu estava em atraso quanto ao que os americanos

chamam de fatos da vida. Essa expressão se refere à relação profunda de amor entre um homem e

uma mulher, da qual nascem os filhos. (...) As minhas colegas de ginásio sabiam de tudo e

inclusive contavam anedotas a respeito. Eu não entendia, mas fingia compreender para que elas

não me desprezassem e à minha ignorância. (...)

Até que um dia, já passados os treze anos, como se só então eu me sentisse madura para

receber alguma realidade que me chocasse, contei a uma amiga íntima o meu segredo: que eu era

ignorante e fingira de sabida. Ela mal acreditou, tão bem eu havia fingido. Mas terminou sentindo

minha sinceridade e ela própria encarregou-se ali mesmo na esquina de me esclarecer o mistério

da vida. (...) Antes de me reconciliar com o processo da vida, no entanto, sofri muito, o que

poderia ter sido evitado se um adulto responsável se tivesse encarregado de me contar como era o

amor. Esse adulto saberia como lidar com uma alma infantil sem martirizá-la com a surpresa, sem

obrigá-la a ter toda sozinha que se refazer para de novo aceitar a vida e os seus mistérios.

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Porque o mais surpreendente é que, mesmo depois de saber de tudo, o mistério continua

intacto. Embora eu saiba que de uma planta brotar uma flor, continuo surpreendida com os

caminhos secretos da natureza. E se continuo até hoje com pudor não é porque ache vergonhoso, é

pudor apenas feminino.

Pois juro que a vida é bonita. Fonte: LISPECTOR, Clarice. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro, Rocco. p. 113-115.

U3.4 – Explique o sentido do título.

U3.5 - Leia as frases abaixo retiradas do texto “A descoberta do mundo”, observando as palavras em destaque, depois assinale a alternativa que contenha, respectivamente, os sinônimos. I – Fui precoce em muitas coisas.(2º parágrafo) II O mais surpreendente é que, mesmo depois de saber tudo, o mistério continuou intacto. (7º parágrafo) III – Seria minha Ignorância em modo sonso de me manter ingênua? (3º parágrafo) a) atrasada/insuportável/ dissimulado. b) adiantada/admirável/ atrevido. c) prematura/admirável/dissimulado d) nenhuma das alternativas

Pesquisando e resumindo . . .

TIPOS DE ORAÇÕES

CONECTIVOS EXEMPLOS

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EN ESPAÑOL

TIPOS DE ORACIONES

CONECTIVOS EJEMPLOS

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UNIDADE 3 TESTES

ALUNO(A): _____________________________TURMA: _____NOTA: ___

ATENÇÃO

PREENCHA A CARTELA, DESTAQUE APENAS ESTA PÁGINA E ENTREGUE-A AO PROFESSOR

QUESTÃO RESPOSTA QUESTÃO RESPOSTA

01

27

02

28

03

29

04

30

05

31

06

32

07

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08

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09

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EEXTRA! EXTRA!

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Exemplo de discurso direto

Uma atividade ...

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UNIDADE 4 RAÇAS

Discutindo raças no ENEM

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“Povo da Raça Brasil” (Milton Nascimento / Fernando Brant), música interpretada por Simone.

Discutindo um pouco mais . . .

O conhecimento de diversas culturas é importante nos dias hoje. Comprove isso.

Atividades

PARTE I Responda no seu caderno

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PARTE II

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EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES

Conheça a seguir o texto Lenda do Dilúvio e alguns provérbios Texto referente às atividade 1,2 e 3. LENDA DO DILÚVIO (lenda indígena) Há muito tempo atrás existiu um venerando homem chamado Tamandaré que ouvira dizer pela própria boca de Tupã (Deus) que o mundo ia ser inundado. Começou então a chover torrencialmente e as águas já alcançavam os mais altos montes. No cume de um deles ostentava uma alterosa palmeira. No olho dela, procuraram refúgio. Tamandaré e a sua família alimentaram-se durante o domínio das águas com os seus saborosos frutos. Quando as águas baixaram. Desceram e repovoaram a terra. Disponível em: http://www.velhobruxo.tns.ufsc.br/Lenda010.html QUESTÃO 01 Há muito tempo atrás (...) Esta oração expressa a noção de tempo. Em relação ao momento é possível dizermos que é: a) anterior e determinado b) anterior e indeterminado c) posterior e indeterminado d) simultâneo e indeterminado QUESTÃO 02 Se pensarmos que as lendas tentam explicar determinados mistérios que são, na verdade, do próprio ser humano. Desse modo, podemos observar que os textos se relacionam. Assim, a lenda acima se relaciona com um mito: a) grego b) egípcio c) africano d) bíblico Questão 03 No cume de um deles ostentava uma alterosa palmeira. (3ª linha) a) Reescreva o trecho, substituindo as palavras destacadas por outras equivalentes. Observe o contexto. b) O pronome demonstrativo deles substitui que palavra mencionada anteriormente?

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QUESTÃO 04 Explique o sentido dos provérbios africanos abaixo. a) Aquele que não sabe dançar irá dizer: as batidas dos tambores estão ruins. b) Sem vingança, os males do mundo um dia serão extintos. c) O macaco mesmo coberto com pelo dum carneiro, é sempre macaco. Questão 05 Da lista abaixo, indique as palavras que resumem os provérbios. (1) Paciência (2) Equilíbrio (3) Prudência a) Não pise no rabo do cachorro e ele não o morderá. b) Pouco a pouco a lagarta consegue devorar a folha da árvore. c) Coisa madura demora a crescer, coisas frágeis morrem.

Pesquisando e resumindo . . . Responda no seu caderno Escreva no quadro abaixo uma síntese sobre as características das literaturas indígena e africana. Tome por base alguns textos abaixo. TEXTO 01

TEXTO 02

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OPERADORES ARGUMENTATIVOS

Operadores que introduzem argumentos que se somam a outro, tendo em vista a mesma conclusão: e, nem, também, não só... mas também, além disso etc.

Operadores que introduzem enunciados que exprimem conclusão ao que foi expresso anteriormente: logo, portanto, então, consequentemente etc.

Operadores que introduzem argumentos que se contrapõe a outro visando a uma conclusão contrária: mas, porém, todavia, embora, ainda que, apesar de etc.

Operadores que introduzem argumentos que trazem uma ilustração, um esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás.

Operadores que introduzem argumentos resumitivos: com isso, assim sendo, visto isso, considerando isso, isso posto, desse modo, dessa maneira, assim sendo etc.

Operadores que estabelecem relações de comparação: mais que, menos que, tão... quanto, tão... como, como etc.

Operadores que estabelecem relação de justificativa, explicação em relação a enunciado anterior: pois, porque, que etc.

Operadores cuja função é introduzir enunciados pressupostos: agora, ainda, já, até etc. Operadores cuja função é introduzir enunciados, que visa esclarecer um enunciado anterior: isto é,

em outras palavras, seja, etc. Operadores cuja função é orientar a conclusão para uma afirmação ou negação: quase, apenas só,

somente, etc.

Praticando . . .

Responda no seu caderno

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Responda logo a seguir no seu material de estudo

PRIMEIRO EQUÍVOCO: O ÍNDIO GENÉRICO A maioria das pessoas imagina que os índios têm uma única cultura, que compartilham das mesmas crenças e língua. Esse pensamento não é verdadeiro. Se fosse, os índios TUKANO, DESANA, MUNDURUKU, WAIMIRI-ATROARI deixariam de ser eles mesmos para se transformarem no “índio genérico”. Cada povo tem língua, religião, arte e ciência próprias. Hoje, vivem no Brasil mais de 200 etnias, que falam mais de 180 línguas, com grau de comunicação variável. A diferença que pode existir, por exemplo, entre a língua macuxi e a ingaricó (ambas do tronco linguístico karib) é comparável às diferenças entre o português e o espanhol. Mas quando as línguas são de troncos diferentes, a comunicação fica bem mais difícil. Como se conversassem um alemão e um brasileiro. Complicado... SEGUNDO EQUÍVOCO: CULTURAS ATRASADAS Quem considera as culturas indígenas como atrasadas e primitivas esquece que os índios produziram saberes, literatura, poesia, religião etc. As línguas indígenas foram consideradas pelos colonizadores como inferiores. Ora, todo linguista afirma que qualquer língua é capaz de transmitir qualquer ideia e sentimento. Isso significa dizer que não existe língua melhor que a outra. O que existe é a confusão entre a língua e o seu falante, que nas estruturas sociais podem ocupar posições mais ou menos privilegiadas. As religiões eram consideradas apenas conjuntos de superstições. Basta entrar em contato com a cultura indígena para saber que esta opinião é preconceituosa e etnocêntrica, ou seja, que leva em consideração e se baseia apenas na cultura e nos valores de quem está observando os ritos religiosos. Os índios Guarani Mbyá, que têm aldeias em Angra dos Reis e Paraty, são considerados os “teólogos da floresta”. A religião é um dos traços mais marcantes dessa tribo. (...) A literatura também foi menosprezada. Os diferentes povos produziram uma literatura sofisticada, que foi menosprezada porque as línguas eram ágrafas, ou seja, sem escrita. Ela foi passada de geração a geração através da tradição oral. Mas, a partir do século passado, vários estudiosos recolheram no Pará e no Amazonas literatura oral de qualidade. Um deles foi o General Couto de Magalhães. Curioso, ele aprendeu a língua nheengatu só para conhecer as histórias dos índios. Por isso, certa vez ele comentou: “um povo que ensina que a inteligência vence a força é um povo altamente civilizado, é um povo altamente sofisticado”. TERCEIRO EQUÍVOCO: CULTURAS CONGELADAS A maioria dos brasileiros criou a imagem de como deveria ser o índio: nu ou de tanga, no meio da floresta, de arco e flecha. Aquele que foi descrito por Pero Vaz de Caminha. Essa imagem foi congelada até os dias de hoje. Quando o índio não se enquadra nessa imagem a reação das pessoas é dizer: “ah, ele não é mais índio!”. Com isso cria-se uma nova categoria, a dos ex-índios. Aquele que usa calça jeans e fala português. Mas a calça jeans, tão usada no Brasil, não foi inventada por um brasileiro! Assim como a tecnologia do telefone e do computador também não. E nem por isso a sociedade consumidora desses produtos deixa de ser brasileira... Se o índio fizer o mesmo, ele deixa de ser índio? Por quê? Isso mostra que não concedemos à cultura indígena aquilo que queremos para a nossa: entrar em contato com outras culturas e, consequentemente, mudar. QUARTO EQUÍVOCO: ÍNDIOS FAZEM PARTE DO PASSADO Existe um texto sobre a biodiversidade, escrito em 1997, do ponto de vista de um índio, que Jorge Terena escreveu: sobre as consequências graves do colonialismo. O grande problema está em taxar a cultura indígena de primitiva.

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“Eles veem a tradição viva como primitiva porque não segue o paradigma ocidental. Tudo aquilo que não é do âmbito do ocidente é considerado do passado, desenvolvendo uma noção equivocada em relação aos povos tradicionais, sobre o seu espaço na história.” (...) QUINTO EQUÍVOCO: O BRASILEIRO NÃO É ÍNDIO Outro grande erro do brasileiro é não considerar a existência do índio na formação da sua identidade. O povo brasileiro foi formado nos últimos cinco séculos com a contribuição das matrizes: 1 - Europeias: representadas pelos portugueses, espanhóis, franceses, italianos, alemães, poloneses etc. 2 - Africanas: representadas pelos sudaneses, yorubás, nagôs, gegês, ewes, haussá, bantos etc. 3 - Indígenas: representadas pelas famílias linguísticas como o tupi, o karib, o aruak, o jê etc. A tendência do brasileiro é se identificar com o vencedor, ou seja, a matriz europeia. E deixar de lado as influências africanas e indígenas. O índio permanece vivo em cada um de nós, mesmo que não saibamos disso. É uma questão cultural. Quando aquele descendente de alemão lá de Santa Catarina, louro, de olhos azuis, começa a rir, do que ele vai rir? Do que vai sentir medo? Com quem ele sonha? Ao fazer suas opções de culinária, música, dança e poesia, quais são os seus critérios de seleção? É aí que afloram as heranças culturais, incluindo a indígena e a negra. José Ribamar Bessa, Coordenador do Programa de Estudos dos Povos Indígenas da UERJ.

Disponível em: http://www.conexaoaluno.rj.gov.br/especiais-19f.asp

EQUÍVOCOS OPERADORES E CLASSIFICAÇÃO

PRIMEIRO

SEGUNDO

TERCEIRO

QUARTO

QUINTO

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UNIDADE 4 PRODUÇÃO TEXTUAL

ALUNO (A): _____________________________TURMA: _________NOTA ______

Escreva um texto dissertativo-argumentativo (20-25) sobre a participação do

negro e do indígena na formação do Brasil, considerando aspectos do passado

e do presente. Dê um título sugestivo.

_______________________________________________________________________________

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ROTEIRO DE IDEIAS

FICHA DE AVALIAÇÃO

TIPO

PROPOSTO

TEMA

DIVISÃO

TRIPARTIDA

COESÃO

E

COERÊNCIA

NORMA

CULTA

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UNIDADE 5 NORMAS E NORMAS

De olho nas redações . . . Acompanhe a análise das redações em aula. No seu caderno, reescreva-as.

REDAÇÃO 01

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REDAÇÃO 02

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REDAÇÃO 03

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UNIDADE 5 TRABALHO

AALUNO(A): ______________________________TURMA: _____ NOTA: _____

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