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LEI ELEITORAL DA GUINÉ- BISSAU

Lei eleitoral e Criminalidade Eleitoral - GUINÉ-BISSAU

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LEI ELEITORAL DA GUINÉ-

BISSAU

Background - Sistematização

Princípios Fundamentais

Capacidade Eleitoral

Estatuto dos Candidatos

Verificação e Publicidade de Candidaturas

Campanha e Propoganda Eleitoral

Financiamento Eleitoral

Processo Eleitoral

Eleição

Apuramento

Sistema Eleitoral

Tipologia Eleitoral: Art.º 2

- Eleição Presidencial

- Eleição para a ANP

LEGISLATIVAS

Princípios Fundamentais

• Direito ao Voto;

• Liberdade, Igualdade e Imparcialidade;

• Tutela Jurisdicional;

Princípio da Tutela Jurisdicional

Principio segundo a qual determinados actos eleitorais são

passiveis de serem apreciados por instâncias jurisdicionais,

nomeadamente Tribunais Judiciais para efeitos de apreciação,

verificação, confirmação, rectificação, publicação etc

Actos do Recenseamento Eleitoral;

Actos do Processo Eleitoral (strictu sensu)

Princípios

ARTIGO 6.º

Tutela Jurisdicional

1. A apreciação da conformidade dos actos do recenseamento eleitoral, compete ao

Tribunal Judicial Regional da área onde a irregularidade se verificar.

2. A apreciação da conformidade dos restantes actos do processo eleitoral compete à

secção eleitoral do Supremo Tribunal de Justiça, de cujas decisões cabe recurso

para o plenário, podendo o requerimento de recurso ser apresentado junto do

Tribunal Regional ou de sector mais próximo.

3. A legitimidade para arguir as irregularidades previstas no número anterior, compete

aos partidos políticos ou coligações destes através dos seus mandatários, Ministério

Público, CNE e a qualquer interessado.

Princípios

ARTIGO 5.º

Liberdade, Igualdade e Imparcialidade

O processo eleitoral implica liberdade de propaganda, a igualdade das candidaturas e

imparcialidade das entidades públicas e privadas

Principio da Liberdade

Liberdade de Expressão: Implica que os candidatos ou seus mandatários assim

como os órgãos da comunicação social e seus agentes expressem livremente.

Art.º30 ;

Liberdade de Reuniões e Manifestações: Dentro dos limites da ordem publica os

candidatos , partidos, suas estruturas, núcleos de apoiantes podem efectuar

reuniões e manifestações. Art.31

ARTIGO 31.º

Liberdade de Reuniões e Manifestações

1. As reuniões e manifestações podem ser realizadas a qualquer dia

e hora, dentro dos limites da Ordem Pública estabelecida para a

manutenção regular do trânsito e descanso dos cidadãos.

2. Os mandatários dos candidatos devem solicitar a presença de

agentes da Polícia de Ordem Pública, em reuniões e manifestações

por eles organizados, ficando a entidade organizadora como

responsável pela manutenção da ordem quando se abstenham

dessa solicitação.

3. No período da campanha eleitoral e para fins eleitorais a liberdade

de reuniões e de manifestações rege-se pelo disposto na Lei n.º 3/92

de 6 de Abril, com as especialidades constantes dos números

seguintes do presente artigo.

4. Os prazos de solicitação da presença da polícia de ordem

pública, da objecção e alteração de trajectos para

manifestações são de 24 horas.

Principio da Igualdade

Igualdade de Tratamento : Implica que aos concorrentes assiste o direito de

tratamento igual perante situações iguais e tratamento diferente quando a situação é

diferente.

ARTIGO 29.º

«Igualdade do tratamento »

1. A campanha eleitoral é desenvolvida em todo o território nacional em igualdade de

circunstância e tratamento para todos os concorrentes.

2. A campanha eleitoral é levada a cabo pelos candidatos e seus proponentes sem

prejuízo da participação dos cidadãos.

3. As entidades públicas e as pessoas colectivas privadas devem prestar aos candidatos

igual tratamento, para que estes efectuem livremente e nas melhores condições a sua

campanha.

Capacidade Eleitoral

• Capacidade Eleitoral: entende-se o

preenchimento de todos os requisitos

legais que conferem ao cidadão o

direito de ser eleito e o direito de votar.

- Activa

- Passiva

Capacidade eleitoral

ARTIGO 8.º

Capacidade Eleitoral Activa

• 1. São eleitores, os cidadãos Guineenses, em pleno gozo dos seus

direitos civis e políticos, maiores ou que completem os 18 anos de

idade até a data das eleições, desde que estejam recenseados e

não abrangidos por qualquer das incapacidades previstas na

presente lei.

• 2. Os Guineenses residentes no estrangeiro têm capacidade

eleitoral activa nas eleições legislativas e presidenciais.

Capacidade Eleitoral

ARTIGO 10.º

Capacidade Eleitoral Passiva

• 1. Todos os cidadãos eleitores guineenses de origem, filhos de pais

guineenses de origem, maiores de 35 anos de idade em pleno

gozo dos seus direitos civis e políticos são elegíveis para o cargo

do Presidente da República.

• 2. Todos os cidadãos eleitores maiores de 21 anos de idade em

pleno gozo dos seus direitos cívicos e políticos são elegíveis ao

cargo de Deputado para Assembleia Nacional Popular.

Limites Legais ao Exercício do Direito ao

Voto

Configuram situações objectivas que incidem

sobre determinados sujeitos e que sem serem

supridas obstam ao exercício do direito ao voto.

São à luz da Lei n.º3/98 :

Incapacidade eleitoral

Inelegibilidades

Absolutas

Relativas

ARTIGO 9.º

Incapacidade Eleitoral

• Não gozam de capacidade eleitoral activa:

a) Os interditos em virtude de anomalia psíquica, por sentença com

trânsito em julgado;

b) Os notoriamente reconhecidos como dementes, ainda que não

estejam interditos por sentença quando se encontram internados em

estabelecimento psiquiátrico ou como tais declarados por uma juntam

médica que pode ser constituída apenas por três médicos;

c) Os que se encontram definitivamente condenados a pena de prisão

por crime doloso, enquanto não hajam cumprido a respectiva pena,

excepto, os libertos condicionalmente nos termos da lei.

Limites Legais ao Exercício do Direito ao

Voto

ARTIGO 11.º

Inelegibilidades Gerais

São inelegíveis para a Assembleia Nacional Popular:

a) O Presidente da República;

b) Os Governadores de Região em exercício de funções;

c) Os Magistrados Judiciais e do Ministério Público em efectividade de

funções;

d) Os Juízes em exercício de funções não abrangidos pela alínea anterior;

e) Os militares e os paramilitares pertencentes aos quadros permanentes no

activo e na reserva;

f) Os diplomatas de carreira em efectividade de serviço;

g) Aqueles que exercem funções diplomáticas à data da apresentação das

candidaturas, desde que não incluídas na alínea anterior;

h) Os membros permanentes da Comissão Nacional de Eleições.

Limites Legais ao Exercício do Direito ao

Voto

ARTIGO 12.º

Inelegibilidades Especiais

Não podem candidatar – se pelo círculo onde exerçam a sua actividade as

seguintes autoridades administrativas:

a) Governadores de Região, seus substitutos e Secretários;

b) Administradores de Sector, seus substitutos e Secretários;

c) Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal.

Limites Legais ao Exercício do Direito ao

Voto - Candidaturas

OBS: Um facto como a candidatura plurima também gera

inelegibilidade. Art.º 131º C.E

Consequências Jurídica dos Limites ao

Direito ao Voto - Candidaturas

Incapacidades Eleitoral Inelegibilidades Eleitoral

Rejeição de

candidatura

Substituição do

candidato ou candidatos

Publicação das

(decisões) Listas

Reclamações

Contra Admissão

Não Admissão

Plenário do

STJ Decisão Irrecorrível

ARTIGO 12.º

Passagem a reforma

• 1. Os militares e paramilitares no activo, carecem de apresentação de

prova documental da passagem à reforma no momento da apresentação

da candidatura para poderem candidatar-se a Presidente da República ou

Deputado à Assembleia Nacional Popular.

• 2. Os órgãos de que dependem os militares e paramilitares referidos no

número anterior devem conceder a respectiva autorização sempre que para

tal sejam solicitados.

Mecanismos de supressão de limites para

as forças de defesa e segurança

ARTIGO 16.º

Imunidades

1. Nenhum candidato pode ser sujeito a prisão preventiva, salvo no caso de

flagrante delito por crimes puníveis com pena de prisão cujo limite máximo seja

superior a 3 anos.

2. Movido o procedimento criminal contra algum candidato que não estejam

em regime de prisão preventiva, a marcha do processo só continua após a

proclamação dos resultados das eleições.

Interrupção de Procedimento Criminal

SISTEMA ELEITORAL – MANDATOS

102 Deputados

29 Círculos

Eleitorais

27 Território 02 Exterior

Sufrágio Livre, Universal, Igual, Directo, Secreto e

periódico

SISTEMA ELEITORAL – MANDATOS

SISTEMA ELEITORAL – MANDATOS

SISTEMA ELEITORAL – MANDATOS

SISTEMA ELEITORAL – MANDATOS

Processo de Votação – Assembleias de Voto/

Locais de Funcionamento

ARTIGO 51.º

Locais do funcionamento

1. O número e o local de funcionamento das assembleias de voto são

determinados pela Comissão Nacional de Eleições.

2. As assembleias de voto funcionam em edifícios públicos de preferências

escolares. Na falta ou insuficiência destes, em edifícios particulares,

requisitados para o efeito, devendo oferecer condições adequadas de acesso

e de segurança dos eleitores.

3. Não é permitido o funcionamento de assembleia de voto em:

a) Unidades policiais;

b) Unidades militares;

c) Residências de chefes tradicionais e religiosos;

d) Edifícios de partidos políticos ou de quaisquer organizações;

e) Locais onde se vendem bebidas alcoólicas;

f) Locais de culto ou destinados ao culto.

Processo de Votação – Assembleias de Voto/

Forças de Defesa e Segurança

ARTIGO 71.º

Proibição da presença de forças armadas e policiais

1. É proibida a presença de forças armadas nas assembleias de voto, até um

raio de quinhentos metros de distância.

2. O presidente da assembleia de voto, sempre que for necessário, e depois

de consultada a mesa, pode requisitar a presença de força armada ou policial

sempre que possível por escrito, ou em caso de impossibilidade, fará menção

do facto, da requisição e do período da presença na acta eleitoral.

CRIMINALIDADE ELEITORAL

Conceito

Crimes Eleitorais: Configuram infracções

tipificadas em Lei Eleitoral e leis extravagantes,

punidas com pena de multa, detenção,

objectivando lisura na formação do corpo eleitoral,

a normalidade do processo electivo e a

regularidade na indicação dos representantes do

povo para o exercício do mandato.

Natureza Jurídica

Os crimes eleitorais afectam de forma imediata o

povo no seu poder natural de participar da

constituição e da administração da Nação, e as

instituições representativas, as estruturas básicas

da organização politica democrática do Estado de

Direito.

Nesta essência o Crime Eleitoral é pois um Delito

Politico, porque alem de atentar ou violar o direito

do cidadão, é uma forma de ameaça ou lesão ao

próprio Estado democrático de Direito.

Natureza Jurídica

Sendo portanto um delito politico o crime/fraude eleitoral é

Acção Publica, isto é, configura na sua mais pura essência

um crime publico cujo o procedimento criminal não

depende de queixa.

É importante pois notar que o bem juridico tutelado não diz

respeito ao interesse individual do candidato ou da

formação politico-partidaria. A protecção priorizada pelo

legislador é a:

- Normalidade da Escolha dos representantes do Povo;

- Regularidade do Processo

Sujeitos do Crime Eleitoral

O Sujeito activo do Crime Eleitoral é aquele que pratica a

conduta objecto da norma penal incriminadora, descrita ou

proibida pela lei penal e ou eleitoral.

O Sujeito passivo é o titular de um determinado bem ou

interesse tutelado ou protegido pela norma penal que é

violado ou ameaçado pelo facto punível.

Por essa via Sujeito Activo seria o próprio infractor eleitoral

dependo da acção cometida e o sujeito passivo imediato o

Estado, a chamada Administração Eleitoral, e de forma

mediata os candidatos ou partidos.

Aplicação Subsidiária do Código Penal

e Processual Penal

ARTIGO 164.º

Concorrência com infracções mais graves

As penalidades previstas na presente lei, não excluem a

cominação de outras mais graves em caso de

concorrência com infracções com a Lei Penal em vigor.

Classificação Criminal

Pelo critério de divisão sistemática decorrente da redacção

normativa as infracções criminais podem ser classificadas

relativamente:

I - Apresentação das Candidaturas;

II - Campanha Eleitoral;

III - Eleição (strictu sensu);

Apresentação de Candidaturas

Candidatura de cidadão inelegível Art.152º

Campanha Eleitoral

Violação de deveres de neutralidade e imparcialidade Art.153º

Utilização indevida de denominação, sigla ou símbolo Art. 154º

Violação do direito de reunião e de manifestação Art. 155º

Reuniões e manifestações ilegais Art. 156º

Desvio de correspondência Art. 157º

Propaganda depois de encerrada a campanha eleitoral Art. 158º

Divulgação dos resultados das sondagens Art. 159º

Abuso de autoridade no sufragio Art. 160º

Eleição

Voto Plurimo Art.161º

Despedimento ou ameaça de despedimento Art.162º

Corrupção Eleitoral Art. 164º

Não Exibição da Urna Art. 165º

Introdução do Boletim de voto, desvio de Urna ou do Boletim de voto

Art. 166º

Fraude de mesas de Assembleia de voto e da Assembleia de apuramento parcial

Art. 167º

Obstrução a actividade da Mesa da Assembleia de voto e dos Delegados de Lista

Art. 168º

Recusa de receber reclamações Art. 169º

Obstrução da Assembleia de voto por candidatos ou delegados de lista

Art. 170º

Eleição

Perturbação nas Assembleias de voto Art.171º

Não comparência de Forças Armadas e Policia Art.172º

Não cumprimento do dever de participação no processo Eleitoral

Art. 173º

Falsificação Art. 174º

Denuncia Caluniosa Art. 175º

Reclamação e recurso de má fé Art. 176º

Não apresentação de Contas Art. 177º

Incumprimento das Obrigações Art. 178º

QUESTÕES?

OBRIGADO