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Literatura: Romantismo - Prosa

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Romantismo - prosa -

Professora: Eliane MelloROMANTISMO- PROSA -

A narrativa romnticaAlguns fatos que explicam o aparecimento e o desenvolvimento do romance no Brasil : urbanizao da cidade do Rio de Janeiro, gerou uma sociedade consumidora, formada de jovens estudantes e profissionais liberais, todos em busca de entretenimento; o esprito nacionalista exige uma cor local e no a mera impostao ou traduo de obras; o jornalismo vivendo seu primeiro grande impulso e a divulgao em massa de folhetins com o crescimento da imprensa, formou-se um pblico leitor que incentivou uma grande quantidade de divulgaes em folhetins, molde que proporcionou o aparecimento e crescimento da prosa romntica; o avano do teatro nacional;

O ROMANCE NO BRASIL

ROMANCE INDIANISTA

ROMANCE INDIANISTAPROJETO LITERRIO: fornecer aos leitores brasileiros obras em que o passado histrico do pas fosse reconstitudo, quando possvel, ou inventado, quando necessrio.

Narrativas que remetem ao passado histrico e ao processo de constituio do povo brasileiro

Escolha do ndio como representante do povo brasileiro nosso heri nacional

Protagonistas apresentam caractersticas da natureza exuberante

O principal autor dessa fase da prosa romntica no Brasil Jos de Alencar(1829-1877).

Em O GUARANI (1857), o processo de colonizao j est adiantado e o escritor procura mostrar como os nobres portugueses enfrentavam os desafios apresentados pela natureza virgem, alm de enfatizar a importncia do ndio verdadeiro heri americano na superao desses desafios. A narrativa conta a histria de Peri, ndio que se apaixona pela bela Ceclia, filha do fidalgo portugus D. Antnio de Mariz. tpico agente colonizador portugus, o fidalgo abriga, em sua fortaleza na Serra dos rgos, ilustres portugueses e tambm bandos de mercenrios, homens sedentos de ouro e prata, como o aventureiro Loredano. Quando Diogo, irmo de Ceclia, mata acidentalmente uma indiazinha aimor, inicia-se um cerco casa de D. Antnio. Os aimors desejam vingana e os portugueses veem-se em desvantagem diante dos raivosos ndios. Peri, a pedido de Ceclia, torna-se cristo e foge com a moa para salv-la. O fidalgo portugus explode sua fortaleza, matando ndios e portugueses. Na cena final, Peri e Ceci rumam para um destino indefinido, que sugeri a unio dos dois povos por eles representados.

IRACEMA trata do perodo inicial de ocupao das terras conquistadas, quando comearam a acontecer os contatos entre ndios e europeus e teve incio o processo de miscigenao das duas raas.

Com Iracema, Alencar apresenta a lenda da fundao do Cear, simbolizada pelo relacionamento amoroso de Iracema, jovem da tribo dos tabajaras, e Martim, um dos colonizadores portugueses que aportam na regio. Martim enamora-se de Iracema. Como guardi do segredo da jurema, a jovem tabajara deve permanecer virgem. O amor entre a ndia e o portugus, porm, supera os obstculos e Iracema abandona sua tribo para viver com Martim. Dessa unio, nasce Moacir (nome que significa filho da dor), que representa a formao do povo brasileiro, fruto da miscigenao do ndio com o portugus.

Ubirajara aborda o momento que antecedeu a chegada dos colonizadores portugueses. Nessa obra, o leitor introduzido a uma srie de lendas e mitos da terra selvagem e do povo que nela habitava. Ondio, protagonista da histria, representa a base da formao do povo brasileiro, na visodo nacionalismo romntico. O romance reconstria imagem dondio, defende sua cultura e tentam evidenciar as diferenas entre ele e os europeus.

ROMANCE URBANORomance urbano: retrato da vida na corteRepresentao dos costumes da elite brasileira Projeto literrio:Divulgao de valores morais Consolidao da identidade nacional

Joaquim Manuel de Macedo A Moreninha

Anos mais tarde, j cursando Medicina no Rio de Janeiro, Augusto, que tem fama de inconstante, faz uma aposta com os amigos: se permanecer apaixonado pela mesma moa durante um ms, escrever um romance. Ao visitar a casa da av de um colega, conhece a irm do rapaz, chamada de a Moreninha. Ela a Carolina de sua infncia, mas ele no reconhece.A Moreninha conta a histria de dois jovens, Augusto e Carolina, que se conhecem ainda crianas em uma praia. Nesse 1 encontro, juram amor eterno e, como prova de fidelidade, trocam dois breves.

Tendo como pano de fundo a histria de amor dos protagonistas, A moreninha traz uma srie de cenas que retratam a sociedade carioca do sc. XIX, revelando seus costumes e discutindo seus valores.

O retrato da elite brasileira da corte, que surge das pginas de seus romances, conta com alguns tipos inconfundveis: os estudantes, a moa namoradeira, a criada intrometida, a senhora fofoqueira e inconveniente, a av carinhosa, todos eles envolvidos em cenas que se desenrolam em espaos claramente brasileiros (a ilha de Paquet, as matas da Tijuca, os espaos urbanos do Rio de Janeiro).

Jos de Alencar

Heris e heronas criados por Alencar apresentam alguns aspectos bastante humanizados, sendo vtimas das presses econmicas e sociais.

A histria, porm, sempre d aos protagonistas a oportunidade da redeno final, que ser alcanada quando se entregarem a sentimentos nobres, como o amor e a compaixo. nesse sentido que o contexto em que vivem torna-se uma fora dentro da narrativa, porque provoca comportamentos muitas vezes condenveis.

Manuel Antnio de AlmeidaMemrias de um sargento de milciasA esttica da malandragemO Rio de Janeiro que aparece nas pginas de Memrias de um sargento de milcias no o d elite burguesa, mas o das camadas mais baixas da populao. Memrias de um sargento de milcias conta as aventuras de um certo Leonardo, filho de Leonardo Pataca e de Maria da Hortalia. Criado pelos padrinhos, um barbeiro e uma parteira, Leonardinho mete-se em mil peripcias, comportando-se como um verdadeiro anti-heri que aprecia a malandragem e envolve-se com vrias mulheres.

ROMANCE REGIONALISTA

Jos de Alencar

O gacho (1870), O tronco do Ip (1871) , O sertanejo (1872)O regionalismo traz para o centro do romance romntico as paisagens e os tipos de um Brasil desconhecido, como os vaqueiros dos pampas e os sertanejos do Nordeste. Nessas obras, apresentada uma sociedade rural de comportamentos e valores bem diferentes daqueles da corte.Nos romances regionalistas, as personagens masculinas se destacam, apresentadas em toda a sua ignorncia e rudeza, enfrentando os desafios da vida. As mulheres assumem papis submissos.

Visconde de Taunay Inocncia Em Inocncia, o espao regional o interior do Mato Grosso e sua apresentao sugere uma retomada romntica do locus amoenus da tradio clssica; local harmonioso, pacfico, ideal. A diferena que aqui o espao o do serto.Inocncia a histria do amor de Inocncia e Cirino, um jovem que se apresenta como mdico nas viagens que empreende pelo serto. Conhece, em uma de suas andanas, o sertanejo Pereira, pai de Inocncia. O fazendeiro lhe oferece hospitalidade em troca da cura para sua filha acometida pela malria. Inocncia e Cirino se apaixonam, mas o destino desse amor no ser feliz, pois ela j est prometida a Maneco, um sertanejo violento, que por fim histria dos dois jovens.

Em suas obras, Tvora procurou exemplificar o que seria uma abordagem digna de se qualificar como nacional. lanou a teoria de uma literatura do norte, defendendo o argumento de que os elementos brasileiros somente poderiam ser encontrados naquela regio.Franklin TvoraO casamento no arrabalde (1869), O cabeleira (1876), O matuto (1878) e Loureno (1881) Suas narrativas situam-se em Pernambuco, no sculo XVIII. Nelas a questo regional aparece sempre vinculada reconstituio de algum acontecimento histrico.