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Evolução e aspeto atual

Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

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Page 1: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Evolução e aspeto atual

Page 2: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

CARATERÍSTICAS GEOGRÁFICAS

A dinâmica marinha está intimamente relacionada com o interface Litosfera-Hidrosfera-Atmosfera. As variações do nível do mar, os processos de erosão e a deposição de sedimentos no litoral traduzem, por isso, a evolução da linha de costa.

Pela sua localização, entre os 37º N e os 42º N, Portugal sofre duas influências principais, a:

Atlântica, predominante na parte Norte do território continental;

Mediterrânea, predominante na parte Sul do país.

Esta posição em latitude justifica o contraste entre a circulação das:

Perturbações da Frente Polar de Oeste (fluxo zonal), principalmente, no inverno e mais frequentes na parte Norte;

Altas pressões subtropicais (anticiclone dos Açores e anticiclone Subsaariano), principalmente, no verão e em todo o país.

2

Page 3: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Em termos de relevo, a dualidade persiste. A …

N do vale do Tejo, 95,4% do território está acima dos 400 metros e com várias elevações acima dos 1 000 metros;

Sul do vale do Tejo, 61,5% do território encontram-se abaixo dos 200 metros (peneplanície alentejana, planícies …).

Já no que respeita à linha de costa – 850 Km da foz do Rio Minho à foz do Rio Guadiana – encontram-se:

Arribas e cabos (rochas duras e resistentes à erosão)

Areais e alguns acidentes associadas a forte sedimentação:

Laguna de Aveiro e sistema de ilhas-barreira de Faro.

Estuários dos rios Tejo e Sado

Lagoas

3

Page 4: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

clima temperado com Verão seco e suave

clima temperado com Verão quente e seco

clima de estepe fria da latitude média

Formas de relevo

litoral resultantes da :

Erosão

marinha/abrasão:

Plataforma de

abrasão

Arriba

Arriba Fóssil

Baías/Enseadas

Acumulação de

sedimentos:

Praia

Cordão

litoral/Restinga

Laguna

Tômbolo4

Page 5: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Costa baixa e arenosa predominante

Costa alta e rochosa predominante

Como é notório pela análise dos mapas dos diapositivos 4 e 5, à escala local, o tipo de costa é o

resultado do tipo de rocha com que o mar contacta. Tal implica lembrar

a unidade geológica a que pertence a rocha e a sua idade de formação. Daqui, depende o grau

resistência à abrasão.

Acrescem os movimentos de

oscilação do nível do mar

como, também, os movimentos

de subida e descida dos continentes.

5

Page 6: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

De acordo com a reconstituição feita por João Alveirinha Dias et al. (1997), em relação ao atual nível médio do mar na nossa costa, o nível do mar estava, há …

18 000 anos B.P. a -120 a -140 m 16 000 anos B.P. a -100m 12 000 anos B.P. a -40m 11 000 anos B.P. a -60m 8 000 anos B.P. a -30m.

Nos últimos 3 500 anos, o nível do mar tem-se mantido praticamente estável.Estas variações são o reflexo das glaciações ocorridas no período Quaternário e as interglaciações a que correspondem, respetivamente, descidas e subidas do nível do mar.

Extraído de “Variações do Nível Médio do Mar no Algarve ao longo do Quaternário Superior. (…)” de Luís José de Sousa AlbardeiroExtraído e adaptado da obra citada 6

Page 7: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

7

Page 8: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Início da fronteira

natural, a Noroeste , entre

Portugal e Espanha.

A Sul da foz, uma plataforma

litoral já colonizada por

uma densa mata.

Ao longo do mar, uma

estreita faixa arenosa de

direção N/S.

8

Rio Minho - foz

Page 9: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Caminha – foz do rio Minho, vista de Norte para Sul

9

Uma situação que se repete ao

longo do litoral norte. Fruto do

recuo do mar, há estreitas faixas

arenosas e o testemunho das arribas fósseis. Entre estas e o

atual nível do mar a ocupação

do território é notória.

Page 10: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Forte da Ínsua

10

Uma ilhota de rochas e areias no estuário do rio Minho que,

por diversas ocasiões, já

pode ser alcançado a

pé. As rochas são

de origem paleozoica.

É um antigo convento.

Page 11: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Praia de Moledo

11

Localizada a Sul da foz do Rio Minho, a

praia de Moledo tem

um areal que, nos últimos

anos, tem sofrido uma

redução.Em dois

decénios, a linha de costa

terá recuado 200 metros.

Page 12: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Viana do CasteloVista do Monte de

Stª Luzia (uma arriba fóssil) e da plataforma litoral

atual, uma superfície plana

que se estende até ao nível da maré

baixa.Em primeiro plano, o curso terminal do

Rio Lima (discordante com a linha de costa) e a

cidade localizada na margem Norte.

12

Page 13: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Esposende - Foz do Rio Cávado.

13

A mistura das águas fluviais

com o mar faz-se depois

da restinga de areia.

A Norte, a estreita faixa

arenosa.A Este, a

arriba fóssil de direção

paralela à costa.

Page 14: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Aguçadora – município da Póvoa de Varzim

14

Um relevo plano a testemunhar

de novo o recuo do mar. Um

extenso areal condenado a

desaparecer se o nível do mar persistir. Forte

presença humana.

Ao fundo, a arriba fóssil.

Page 15: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Espinho – contacto com a Orla Sedimentar Ocidental

15

Um areal que

“emagrece” de ano para

ano refletindo

um desequilíbrio

dinâmico fruto da

interação dos fatores

físicos e antrópicos

Page 16: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

A INTERAÇÃO LITORAL NAS COSTAS BAIXAS E ARENOSAS

16

Os areais, devido à movimentação dos seus sedimentos soltos, as areias, podem ser considerados sistemas. Como qualquer sistema, um areal está sujeito a um processo evolutivo dependente da interação de diversos fatores. No caso de haver uma redução do areal, pode-se falar de fatores:

Físicos, tais como:

Vento, predominante do quadrante Oeste ao longo da costa ocidental

Ondulação, dependente do vento e originando agitação marinha mais ou menos intensa

Transgressão marinha por força da elevação do nível médio das águas oceânicas

Humanos, tais como:

Construção de barragens, com consequente diminuição da quantidade de sedimentos que chegam à foz dos rios

Construção de obras de defesa local do litoral, com alterações no litoral

Degradação das defesas naturais pelo homem, por exemplo, das dunas.

Page 17: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Esmoriz

17

A deriva litoral é a

quantidade de

sedimentos que as

ondas podem

transportar. Quando

há deficiências de

abastecimento, as

ondas só

transportam uma

parte da quantidade

que poderiam

transportar

verificando-se

erosão costeira. A

construção de um

esporão é uma

solução adotada

para combater a

erosão.Nesta imagem vê-se a retenção de areias a barlamar e o avanço da erosão a sotomar.

Page 18: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Litoral de Espinho – campo de esporões

Os esporões são estruturas rígidas construídas para impedir a erosão costeira através da retenção da deriva litoral, a barlamar do esporão. Numa fase inicial, a proteção consegue-se mas, a sotomar, o processo erosivo é agravado. Para combater esse efeito negativo, constrói-se novo esporão. Estes campos de esporões têm motivado diversas críticas, tanto por razões estéticas como pelos custos de construção e manutenção. Muitos desses críticos defendem a aplicação de técnicas menos agressivas para a paisagem como, por exemplo, os processos de reposição de areia através de realimentações, uma solução igualmente custosa financeiramente e temporária.

18Google Earth

Barlamar

Sotomar

Page 19: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Laguna de Aveiro

Formou-se pela acumulação de sedimentos

- de origem marinha, depositados por correntes

marítimas

- de origem fluvial, transportados pelo rio Vouga

os quais formaram um cordão litoral (restinga) paralelo

à costa, impedindo o contacto do rio com o mar e

acelerando o seu assoreamento (depósito de areia).

O assoreamento, muito intenso e rápido, acabou por

aproximar as duas restingas (de sentido norte-sul e sul-

norte); a comunicação das águas da laguna e do

Atlântico fazia-se por uma passagem estreita – a

BARRA - que acabou por se fechar no século XVIII.

Para evitar prejuízos decorrentes desta situação,

rasgou-se uma abertura definitiva para facilitar o

desassoreamento.

Page 20: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

“Ria” ou “Haff-delta” designações cientificamente erradas. Na realidade, atualmente, trata-se de uma LAGUNA que reúnetrês características: O sistema de ilhas entrecortadas por canais na zona central, associado à foz do rio Vouga;

Os canais de Mira, de Ílhavo e de S. Jacinto/Ovar, que divergem a partir da zona central para sul e para

norte, paralelos à linha de costa;

Comunicação com o mar (através de uma única barra, mantida artificialmente).

Há 5 000 BP Finais do

séc. XIV

Hoje

Page 21: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Laguna de Aveiro – ao fundo o Maciço Antigo O resultado de um

recuo do mar e a

acumulação numa

baía pouco profunda.

Não é uma ria pois

não se trata de um

braço de mar.

Tradicionalmente, as

populações

ribeirinhas usavam

os moliceiros para

transportarem o

moliço (espécie e

algas) recolhido das

águas e usado como

fertilizante das terras

agrícolas.

Page 22: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Pormenor dos molhes construídos na

Barra. Em 2012 foram

intervencionados para melhorarem a

navegabilidade do canal da barra e o

acesso ao porto. O porto de Aveiro

tem uma implantação importante nas

atividades e na economia da região

e do país. Foto aérea de 1995http://www.lnec.pt/organizacao/dha/nec/estudos_id/emera

Page 23: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Praia da Barra

23

Paisagem lagunar de

Aveiro.A praia da

Barra localiza-se na restinga a

Sul.Na imagem vê-

se o extenso cordão a Norte.

Page 24: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Buarcos, a N da Figueira da Foz

24

O extenso areal da Figueira da

Foz formou-se a Sul do Cabo

Mondego.Está-se perante

o contacto do mar com a Orla

Sedimentar Ocidental

(mesocenozóica)

Page 25: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

25

Praia da Nazaré

Promontório da Nazaré (arriba)

O resultado da

erosão diferencial:

costa baixa e

arenosa a Norte e

a Sul do

promontório da

Nazaré.

Constituída por

argilas, arenitos, e

calcários, a arriba

é uma costa alta e

escarpada

fortemente

atacada pela

abrasão. Daí, a

instabilidade da

escarpa e o perigo

de derrocada.

Litoral da Nazaré

Page 26: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Promontório da NazaréEntre S. Pedro de Muel e a Nazaré, as

arribas vivas talhadas em rochas

mesozóicas são frequentes apresentando

… na base, acumulações de blocos

provenientes do desmantelamento das

arribas.

Como exemplos destas arribas podem

referir-se as de S. Pedro de Muel … e as

do promontório da Nazaré. A acumulação

de areias de encontro a este promontório

promove a existência de praia

relativamente larga, a norte da Nazaré,

denominada por Praia do Norte

http://w3.ualg.pt/~jdias/JAD/ebooks/EsaminAveiro/3_Caract.pdf

Page 27: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Concha de S. Martinho do PortoO que resta de uma

vasta laguna

costeira, que, há

apenas alguns

milénios, se estendia

muito para o interior.

São as

consequências das

fases transgressivas

e regressivas …

causadas,

respetivamente, por

aumentos e

descidas da

temperatura do ar.

Acresce a

intensidade dos

assoreamentos.

Page 28: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

28

Depois da última grande glaciação, que terminou há

cerca de 20.000 anos, o mar subiu entre 120 a 140 m,

invadindo uma grande parte do vale (vale … das Caldas da

Rainha), formando vastas lagunas com máxima

extensão há cerca de 7.000 anos … Depois do mar

estabilizado, as lagunas foram sendo assoreadas pelos

sedimentos trazidos pelos rios, mas em quantidades

que refletem as atividades humanas nas bacias de

drenagem – de notar que a deflorestação e a

agricultura aumentam imenso a erosão dos solos. A

laguna de S. Martinho do Porto é um destes casos

sendo a “concha” atual o remanescente de uma vasta

laguna que se estendia ainda na Idade Média por mais

5 km até Alfeizerão. Já a várzea a sul de Nazaré e

Valado dos Frades corresponde à colmatação total da

antiga laguna da Pederneira. Parte da Laguna de

Óbidos também ocupava espaços deste vale …

Texto e figura extraídos de “Há mares e mares: antigos e

dobrados, modernos e espraiados”, de Jorge L. Dinis (27 de

julho de 2013)

Page 29: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Uma zona húmida de:

valor económico local significativo,

ambiental e paisagístico -

apanha de marisco e pesca,

abastecimento de água e praias

são algumas das ofertas disponíveis.

As suas potencialidades têm

atraído uma população

crescente que se tem fixado na área

da bacia hidrográfica29

Lagoa de Óbidos

Page 30: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Tômbolo de Peniche

30

O Tômbolo visto de Oeste para

Este.

Observa-se o istmo arenoso

que liga a antiga ilha ao

continente.

Um formação resultante da

forte sedimentação.

Page 31: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

O Tômbolo de Peniche fotografado do mar em toda a sua extensão

31

Cabo Carvoeiro e Berlengas ao fundo

Page 32: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

O arquipélago das

Berlengas (cerca de 15

km de Peniche) inclui a

Berlenga Grande, as

Estelas e os Farilhões. A

Berlenga Grande ocupa

2/3 da superfície do

arquipélago, sendo a

única ilha habitada.

A Berlenga Grande e as

Estelas são constituídas

basicamente por granitos

enquanto os Farilhões

são constituídos por

rochas metamórficas,

nomeadamente,

gnaisses e xistos (Era

Paleozóica).32

Ilhéus das Berlengas

Page 33: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Formação do Tômbolo de Peniche

Século XII Século XIV Século XV

Século XVI Século XXI

PenichePeniche

PenichePenichePeniche

Baleal

Peniche

Baleal

Peniche

Peniche

AtouguiaAtouguia

Atouguia

AtouguiaAtouguiaa

Embora haja contributo de

sedimentos de origem fluvial e

continental, são os sedimentos

marinhos os principais

responsáveis pela formação do

istmo que ligou a antiga ilha de

Peniche ao continente.

Atouguia já não é porto marítimo

Page 34: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

As Berlengas e os Farilhões são a prova de que, o Maciço Antigo, se estendia mais para Oeste do que hoje se observa. Os geólogos falam de uma bacia sedimentar – Bacia Lusitaniana – que se terá desenvolvido na Margem Ocidental Ibérica, no Mesozóico, quando da fragmentação da Pangeia e da abertura do Oceano Atlântico. Os sedimentos depositados nesta bacia vieram a submergir com o enrugamento alpino dando origem à Orla mesocenozóica ocidental.

A Bacia Lusitaniana está separada de uma zona externa pelo horst da Berlenga (ver esquema). Um horst é uma estrutura geológica resultante de um processo de fratura e falha a que corresponde uma morfologia de relevo elevado.

A grande maioria das nossas serras localizadas no Maciço Antigo são estruturas de fratura e falha tal como sucede com o horst da Berlenga. Nesta estrutura geológica têm-se realizado vários trabalhos de investigação, muitos deles ligados à indústria do petróleo.

34

Page 35: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Baleal, um outro tômbolo

35

Localizada a norte de

Peniche, a península do

Baleal formou-se pela

deposição de sedimentos que

originaram um “corredor” de

areias que une a antiga ilha ao

continente,

Page 36: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Azenhas do Mar - Sintra

36

Uma arriba fortemente atacada

na sua base onde se acumulam os

produtos da abrasão.

A ação do mar degradou a piscina

natural que se observa junto ao mar, entretanto,

alvo de reabilitação.

Page 37: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Cabo da Roca

37

A ponta mais ocidental do

continente europeu –

38º 47´ Norte, 9º 30´ Oeste.

“Onde a terra se acaba e o mar começa”

(in Os Lusíadas, Canto III),

assim o imortalizou Luís Vaz de Camões

Page 38: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

38

gere a navegação

dento da área de

jurisdição da

Administração do

Porto de Lisboa,

tendo como limite

montante a Ponte

Vasco da Gama.

Fornece informação

e aconselha os

navios que

naveguem no

estuário do Tejo e na

aproximação a este,

até um raio de 16,5

milhas náuticas

Torre do Centro de Controlo de Tráfego Marítimo, VTS – Lisboa …

Page 39: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Estuário do Rio Tejo – Farol do Bugio

39

Aqui se encontram as águas do Tejo

com as do Oceano.Dada a

extensão do estuário, esta

pequena ilhota é usada como

limite da foz do Rio Tejo

Page 40: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Costa Caparica e arriba fóssil …

40

… insere-se na unidade

morfoestrutural da Bacia

Sedimentar do Tejo e

Sado. No início do

Terciário, aquela unidade

foi uma vasta depressão

tectónica, aberta às

influências oceânicas,

sendo, progressivamente,

preenchida por estratos

sedimentares Os

sedimentos tiveram

origem nas sucessivas e

alternadas transgressões

e regressões marinhas,

com uma idade de cerca

de 15 milhões de anos

(MA).http://www.icnf.pt/portal/ap/p-prot/ppafcc/geo

Page 41: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Sª da Arrábida - Cabo Espichel visto do lado Norte

41

Pertencente à Orla

Ocidental, a Arrábida é uma dobra

alpina deitada sobre o mar. Os estratos

sedimentares são bem

evidentes.

Page 42: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Sª da Arrábida

42

As formações geológicas que constituem esta serra tiveram

origem entre o Mesozóico e o Cenozóico.

Os sedimentos que as

compõem depositaram-se na

designada Bacia

Lusitaniana, sobre o soco do

Maciço Antigo, quando

ocorreu um

primeiro impulso tectónico de

abertura do Atlântico Norte.

Sucedeu, então, um

alongamento da crusta, uma

fragmentação da Pangea, e

a constituição da bacia

sedimentar na margem

ocidental ibérica que serviu

de recetáculo à deposição

dos sedimentos entre o início

e o fim do Mesozóico.

Page 43: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

43

Estuário do Rio Sado

Em primeiro plano, a forte

sedimentação no contacto

das águas do rio com as do

oceano. Em segundo plano, a península de

Tróia e, ao fundo, a cidade

de Setúbal, cujo porto é um

dos principais portos do país.

Page 44: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Alimentada pela água doce de

ribeiras que nela desaguam e pela água salgada do

mar, quando o cordão dunar é

aberto oficialmente na primavera, a

lagoa de Albufeira é constítuida por três

lagoas: a Grande, a Pequena e a da

Estacada. Localizada em

Sesimbra, é considerada a

lagoa mais funda das existentes no

país, cerca de 15 m de profundidade.44

Lagoa de Albufeira

Page 45: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

LAGOA DE ALBUFEIRA É HOJE REABERTA AO MAR

A reabertura da ligação ao mar da Lagoa de Albufeira … para garantir a qualidade da água … "deverá ter lugar hoje à tarde cerca das 16h00“ ...Este ano é já a terceira vez que a autarquia procede à reabertura da ligação ao mar devido ao assoreamento cada vez maior …No passado dia 23 de Junho, o delegado de saúde proibiu a prática balnear no local, mas a interdição foi levantada quatro dias depois, após a realização de novas análises que revelaram já não haver qualquer perigo para a saúde pública.A Câmara ... defende a necessidade de uma grande obra de desassoreamento da lagoa para garantir uma abertura prolongada às águas do mar, de forma a evitar novas interdições …

45

http://www.publico.pt/local/noticia/lagoa-de-albufeira-e-hoje-reaberta-ao-

mar-1662353

10/07/2014

Page 46: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

46

Lagoa de Melides, Grândola, costa alentejana As lagunas surgem em

costas baixas de forte

acumulação de

sedimentos. Têm forma

alongada, concordantes

com o litoral e são

isoladas do mar por

cordões litorais ou por

restingas.

A comunicação com o mar

pode exigir, como sucede

com a laguna de Aveiro, a

construção de uma saída

definitiva. Noutros casos,

aproveitam-se as datas

equinociais e a ocorrência

das marés vivas e abre-se

a saída para o mar.

Page 47: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

O litoral português é muito … resultado de diversos fatores, naturais e antrópicos, e inclui arribas e plataformas de abrasão, praias, tômbolos, restingas e ilhas-barreira, formações dunares, estuários e lagunas … Os sistemas lagunares ocorrem em Portugal nas fachadas ocidental e sul, nos troços correspondentes às bacias meso-cenozóicas. As lagunas … possuem uma barreira, construída por ação das ondas e das correntes de deriva litoral que as isola do oceano … Lagoa de Óbidos, S. Martinho do Porto (com barreira rochosa), lagoas de Albufeira, de Melides e de Sto. André. Algumas delas funcionam como lagunas fechadas, sem contacto com o mar durante uma boa parte do tempo. À exceção de S. Martinho do Porto, tiveram origem em estuários formados durante a última transgressão … http://omelhoralentejodomundo.blogspot.pt/search/label/Melides

47

Page 48: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

A maior lagoa do litoral alentejano,

tem uma relevante importância

biológicaA área envolvente à

lagoa encontra-se sujeita a múltiplos

fatores de pressão sobre o meio

natural, sob a forma da emissão de

efluentes, caça, pesca, turismo e construção, que

impõem medidas de conservação

adequadas

48

Lagoa de Stº André, costa alentejana, a norte de Sines

Page 49: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Sendo historicamente referenciada desde tempos

remotos, primeiro como porto natural … e

posteriormente como lagoa, após a formação do

cordão dunar que a separa do Oceano Atlântico, a

lagoa de Santo André é alimentada por seis ribeiras

…, a ligação com o mar é temporária e permite a

limpeza dos sedimentos, renovação da sua de massa

de água e a entrada de espécies piscícolas oriundas

do Oceano … As enguias da Lagoa de Santo André

são ainda hoje consideradas das melhores do país …

A Lagoa de Santo André constitui um ponto

estratégico para a estadia, passagem e nidificação de

muitas espécies de aves migratórias tendo sido

declarada pela Comunidade Europeia como Zona de

Proteção Especial para a avifauna e sítio RAMSAR

sobre zonas húmidas de importância internacional,

integrando também a Rede Natura 2000.

Devido à sua excecional importância ornitológica,

faunística e florística foi declarada pelo estado

Português a Reserva Natural das Lagoas de Santo

André e da Sancha pelo Decreto Regulamentar

10/2000 de 22 de Agosto. http://litoral-alentejano.com/pt/patrimonio-natural/lagoa-de-santo-andre/lagoa-de-st-andre-ocupacao-humana/

https://youtu.be/PA-ag4srq84

http://mw2.google.com/mw-panoramio/photos/medium/11687729.jpg

Page 50: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Zambujeira do Mar - Azenha do mar (costa alentejana)

50

“Quem chega ao

Sw de Portugal

pelo mar, encontra

uma falésia

elevada, de rocha

muito antiga,

escura na costa

alentejana (xisto e

grauvaque) e clara

na costa algarvia

(calcário). Sobre

esta rocha do

planalto costeiro,

descansa uma fina

camada de

sedimentos,

repleta de habitats

e espécies

singulares …

Page 51: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Cabo S. Vicente, ponta SW

51

Do Cabo de S. Vicente para Norte, a costa é

talhada em rochas paleozoicas. Para Este

do cabo, a costa apresenta rochas meso-

cenozoicas e quaternárias atuais.

Exposta à abrasão , a costa a barlavento sofre

intensa erosão originando sedimentos

que se vão depositar na costa a sotavento

contribuindo para a formação do sistema de

ilhas-barreira.

Page 52: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Cabo S. Vicente

Destruição da base da arriba: são

notórias as entradas já cavadas no

contacto do mar com a rocha. A

ondulação é forte impulsionada pela

orientação dominante do

vento do quadrante oeste (NW, W e SW).

52

Page 53: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Ponta de Sagres

é notório o

resultado da

abrasão: destruição

da arriba, recuo e

formação de praia

entre parte da arriba

e o mar. Dada a

natureza geológica

das rochas

dominantes, as

arribas são muito

instáveis ruindo

com facilidade.

Page 54: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

O avanço do mar

não se faz sentir

somente no litoral

entre a foz do Douro

e até à Marinha

Grande . A forte

erosão marca,

também, a costa sul

onde as falésias

predominam. as

rochas sedimentares

pouco resistentes à

abrasão conduz à

sua fácil destruição

Algarve - Barlavento

Praia do Lourenço. Foto de Ricardo Neves - http://miseenplace7.blogspot.pt/

A instabilidade das falésias tem obrigado a intervenções locais onde o seu

desmoronamento pode ocasionar perigo letal para os frequentadores das praias.

Page 55: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

BP = before present, escala de tempo usada em geologia para datar o tempo em que determinado acontecimento teve lugar na escala geológica. O início desta escala é o dia 1 de janeiro de 1950, ano em que se passou a usar a datação por radiocarbono

Reconstituição da linha de costa de Portugal a partir

de 18.000 BP, o último máximo glaciar (adaptado de Dias et al.,

1997)

Extraído de

“Variações do Nível

Médio do Mar no

Algarve ao longo do

Quaternário Superior.

O Sector Praia da

Galé – Praia de S.

Rafael” de Luís José

de Sousa Albardeiro

55

Page 56: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

56

Abundam os exemplos do

desrespeito pelo ambiente, fruto de uma ausência de políticas efetivas de ordenamento

do território durante décadas.

A ocupação desenfreada da

faixa litoral contribui para a destruição das arribas. Com o

avanço do mar, o problema é cada vez mais grave.

Costa algarvia

Page 57: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Albufeira

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Localizada no

Barlavento, esta

região do litoral

meridional

apresenta uma

paisagem

rochosa de

falésias de

arenitos e

diversas

variedades de

calcário e praias

“escondidas” em

pequenas baías.

Page 58: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Albufeira

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Uma imagem bem expressiva da

apetência humana pelo

litoral onde vive a maioria da população

mundial.O número de

habitantes nas freguesias do país que confinam com a costa

aumentou cerca de 68% entre 1970 e

2011 … Na prática, um em cada nove

portugueses vive na costa.

.

Page 59: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

PORTUGUESES VIVEM CADA VEZ MAIS PERTO DO MAR …

Portugal tem cada vez mais pessoas e edifícios junto ao mar, apesar dos problemas atuais de erosão costeira e dos riscos futuros das alterações climáticas. O número de habitantes nas freguesias do país que confinam com a costa aumentou cerca 68% entre 1970 e 2011, de 738 mil para 1,2 milhões de habitantes. Na prática, um em cada nove portugueses vive na costa.

A presença de edifícios saltou de 254 mil unidades em 1970 para 855 mil em 2011. Mais da metade – 490 mil – está desocupada.

É o fenómeno da “costerização” (Luísa Schmidt)… Esta tendência vem do passado, acentuou-se a partir da década de 1970 e não dá sinais de abrandar. Entre os dois últimos censos – 2001 e 2011 – a população junto à costa aumentou 10%.

Para exemplificar o que é que este movimento significa, em termos de riscos, o estudo abordou três situações particulares: Vagueira, na região de Aveiro; Costa da Caparica, na Área Metropolitana de Lisboa; e Quarteira, no Algarve. Todas enfrentam fortes problemas de erosão. Na Vagueira, o mar avançou 26 metros entre 2002 e 2010. Ainda assim, a população cresceu 20% desde 1991 e o número de edifícios subiu 28%.

59Extraído e adaptado de “Portugueses vivem cada vez mais perto do mar”, de Ricardo Garcia, no jornal Público

Page 60: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Cabanas de Tavira

Sotavento, a parte mais a

leste da faixa meridional, onde

o trabalho da acumulação se

evidencia com a criação das

ilhas-barreira. Na imagem

identificam-se as três áreas da

região do Algarve – serra,

barrocal e planície60

Page 61: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Cacela Velha

Cordões dunares no

limite oriental do sistema de

ilhas-barreira da Ria Formosa.

É visível a reduzida largura

das ilhas e a fragilidade da

sua existência se se agravar o

processo de transgressão

marinha.

61

Page 62: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

As areias que constituem as ilhas-

barreira são transportadas, ao longo

da costa, de Oeste para Leste de

acordo com o sentido imprimido pela

deriva litoral. As características do

sistema de ilhas-barreira são, por

força das migrações das areias,

incompatíveis com uma ocupação

intensa e permanente. Contudo,

desde a década de 60 do séc.XX,

tem-se assistido a uma ocupação

com tendência para se intensificar,

tornar-se permanente e localizar-se

nas zonas mais frágeis e de maior

risco. Tal situação fragiliza amplas

áreas e induz impactes negativos na

globalidade do sistema, podendo

mesmo pôr em causa a existência

das ilhas-barreira. 62

Adaptado de “O SISTEMA DE ILHAS – BARREIRA DA RIA FORMOSA”J. A. DIAS, Ó. FERREIRA e D. MOURA (2004)

Page 63: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

O sistema de ilhas-barreira da Ria

Formosa é constituído por:

duas penínsulas (Ancão e Cacela)

que constituem, respecivamente, os

limites ocidental e oriental do

sistema

cinco ilhas-barreira (de Oeste para

Este: Barreta ou Deserta, Culatra,

Armona, Tavira e Cabanas), e por

um vasto corpo lagunar.

As ilhas e penínsulas são

separadas por 6 canais de maré,

também designados barras (Ancão,

Faro-Olhão, Armona, Fuzeta,

Tavira e Cacela), que viabilizam

trocas hídricas, sedimentares,

químicas e de nutrientes entre o

meio lagunar e o oceano. 63

Imagem de satélite da Ria Formosa. Penínsulas, ilhas-barreira e barras que a

constituem (adaptado de Google Earth 4.2, 2007)

Filipe Ceia - http://www.aprh.pt/rgci/pdf/rgci-159_Ceia.pdf

“Como a maioria dos sistemas deste tipo, a Ria Formosa

apresenta um carácter extremamente dinâmico, tanto na

evolução das ilhas como das barras. A ocorrência de

temporais e a elevação do nível médio do mar são os

principais fatores que conduzem a uma elevada

suscetibilidade a galgamentos oceânicos, neste sistema”.

Page 64: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Castro Marim – salinas, o resultado de uma simbiose perfeita entre o rio (Guadiana), o oceano e o homem

64

O Algarve é a principal

fonte de produção de

sal marinho, 95% do

total nacional segundo

as “Estatísticas das

Pescas 2013”. Uma

produção

essencialmente

artesanal para manter a

qualidade do produto.

Page 65: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

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http://cafecomfoto22.blogspot.pt/2013/09/salinas-de-castro-marim.html#.VWHu7U9Viko

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Page 66: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Estruturas geradas por fenómenos de ABRASÃO MARINHA

Page 67: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

ArribaPlataforma de abrasão

Recuo da arriba por desgaste da base de sustentação: a abrasão é

acelerada pelo choque dos sedimentos transportados pelas ondas contra o

substrato rochoso fazendo aumentar o seu desgaste ao atuarem como lixas.

Page 68: Litoral de Portugal Continental, evolução e aspeto atual

Pm – preia-mar

Bm – baixa-mar Ar – arriba;

Pam – plataforma de abrasão

B - blocos;

C - calhaus;

A - areias

Recuo da linha de costa

(1 →2 →3)

Aumento da plataforma

de abrasão(forma-se uma praia entre a arriba fóssil e

o mar)