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Machado de assis vida e obra

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Aula sobre Machado de Assis preparada pela Professora Mônica A. Neves

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O NASCIMENTO

DE

MACHADO DE ASSIS

E O

MOMENTO HISTÓRICO

BRASIL - 1839

TEMPO DE MUDANÇAS

AUTO-AFIRMAÇÃO DE UM PAÍS

RECÉM-INDEPENDENTE

CRISES POLÍTICAS:

-Abdicação de D. Pedro I

-Instabilidade do período regencial

-Movimento pela maioridade de

Pedro II

O BRASIL DO SÉCULO XIX

E A

LITERATURA:

Sob o signo do nacionalismo, nascia no

Brasil o Romantismo, movimento

estético-literário que refletia a ascensão

da burguesia ao poder, opondo-se aos

conceitos clássicos da Arte e

procurando alinhar o país às conquistas

e tendêcias européias pós- Revolução

Francesa.

Joaquim Maria Machado nasceu em

21 de junho de 1839, no Rio de

Janeiro, no Morro do Livramento,

na modesta casa de agregados da

chácara de dona Maria José de

Mendonça Barroso, viúva do

senador Bento Barroso. Sob a

proteção da viúva viviam a

lavadeira Maria Leopoldina

Machado e seu marido Francisco

de Assis, mulato carioca e pintor,

pais do menino.

Aos dez anos de idade, Joaquim

Maria fica órfão de mãe e muda-se

com o pai para um bairro mais

pobre. O pequeno garoto passa a

dividir seu tempo entre a humilde

casa do pai e o casarão do Morro do

Livramento, morada de sua

madrinha dona Maria que nunca o

desamparou. Esses dois mundos de

contrastes deixaram marcas

profundas em sua maneira de

observar o mundo:

“Sua infância passara assim, entre

o sobrado e a casa do pai. Desde

cedo, o menino compreendeu as

diferenças da vida e desse

contraste nascera a inclinação e o

gosto pela fidalguia e o desprezo à

miséria.”

( Renard Pérez)

O ESTREANTE NAS LETRAS E

LITERATURAS:

Aos quatorze anos, o jovem José Maria já

entrara em contato com Gonçalves Dias e

seus poemas; A moreninha, de Macedo;

Lira dos vinte anos, de Álvares de

Azevedo e O Guarani, de Alencar.

Aos quinze, era assíduo frequentador da

Biblioteca Nacional; das reuniões da

Sociedade Petalógica e do Café Procópio,

lugares onde políticos e intelectuais

reuniam-se para conversar sobre tudo.

Em 12 de janeiro de 1855, aos dezesseis anos,

publicava, sob a influência do Romantismo,

seu primeiro poema: “Ela”

Ela

Seus olhos que brilham tanto

Que prendem tão doce encanto,

Onde com rara beleza,

Se esmerou a natureza

Com meiguice e com primor

(...)Vem, ó anjo de candura,

Fazer a dita, a ventura

De minh’alma, sem vigor.

Donzela, vem dar-lhe alento,

Faz-lhe gozar teu portento,

“Dá-lhe um suspiro de amor!”

Em 1856, consegue vaga como tipógrafo

na Imprensa nacional, dirigida por Manuel

Antônio de Almeida.

Durante dez anos produziu e publicou

críticas literárias, contos, crônicas e

poemas para o jornal.

Conheceu Carolina, em 1868, seu grande

amor, paixão e delírio

“Carolina, tu pertences ao pequeno

número de mulheres que ainda sabem

amar, sentir e pensar.”

( M. de A .)

“(...) Obrigado pela flor que mandaste, dei-lhe

beijos como se fosse em ti mesma, pois apesar

de seca e sem perfume, trouxe-me um

pouco de ti. Por ora, precisamos de todas essas

precauções. Depois, querida, queimaremos o

mundo, porque só é verdadeiramente senhor do

mundo quem ama.

Estamos nesse caso, amamo-nos e eu

vivo e morro por ti.

Escreve-me e crê no coração do teu

Machadinho.

Apesar de toda a oposição, Carolina e

Machado casaram-se no dia 12/11/1869.

Ecos de mocidade e fé ingenua

O fim da Guerra do Paraguai, em

1870, marca o início da agonia do

regime monárquico no Brasil.

Os militares, fortalecidos pela

vitória no Paraguai, difundem o

ideal republicano e a luta

abolicionista acumula leis e

poesias – Castro Alves provoca

furor.

Por outro lado, a França dividia-se

quanto ao julgamento de Gustave

Flaubert, autor de Madame Pomery,

romance que tratava do delicado

tema do adultério, na realidade,

mais do que as cenas eróticas e o

tema tratado, estava sendo julgada

a nítida postura anti-romântica de

Flaubert.

Gustave Flaubert (1821 – 1880)

Romancista francês, ainda adolescente,

conheceu Madame Schiesinger, onze

anos mais velha, por quem se

apaixonou e cujo amor o acompanhou

pela vida inteira.

Em 1856, publicou Madame Bovary,

romance que lhe acarretou um processo

por ofensa à moral.

Sua obra exerceu grande influência

universal pela perfeição estilista,

situando-se na transição do Realismo ao

Naturalismo

“Hoje à tarde, reli uma página da

biografia de Flaubert, achei a

mesma solidão e tristeza e até o

mesmo mal ...”

(Machado de Assis)

Portugal, na segunda metade do século

XIX, começa a receber as influências das

novas tendências políticas, científicas

e culturais. Tais modificações acabaram

acarretando uma grande polêmica em

torna da Questão Coimbrã:

O escritor romântico Castilho acusou um

grupo de jovens de Coimbra de

exibicionismo e cultivo de temas

impróprios à poesia. Entre esses jovens

escritores estavam Antero de Quental,

Eça de Queirós e outros.

Éça de Queirós (1845 – 1900)

Um dos maiores romancistas de Portugal,

participou ativamente das conferências do

Cassino Lisboense.

O conjunto de sua obra traça um panorama

crítico da cultura de seu tempo. Seu estilo, que

modernizou a Literatura Portuguesa, é límpido

e preciso, seu tom é cáustico e mordaz, sempre

pronto a desnudar as mazelas da sociedade

portuguesa.

O primo Basílio, O crime do padre Amaro,

A cidade e as serras, Os Maias, A ilustre casa

de Ramires.

“(...) Eça de Queirós tem em mim um

grande admirador de seus talentos,

adversário de suas doutrinas, desejoso

de o ver aplicar, por modo diferente, as

fortes qualidades que possui.”

(Machado de Assis)

Alheia a essas novidades que

corriam o mundo, a Literatura

Brasileira ainda navegava nos

verdes mares bravios de Alencar e

sua corte de nativos liderados por

Peri, em O Guarani, e Iracema, a

virgem dos lábios de mel.

Sob esse quadro de ingenuidade,

Machado, em 1872, estréia no

gênero Romance com Ressurreição.

São romances da 1ª fase de

Machado:

A mão e a luva (1874);

Helena (1876);

Iaiá Garcia (1878).

São romances que ainda se baseiam no

estilo do Romantismo, mas já

modificados pela particular concepção

da prosa de Machado:

introspecção;

•desenvolvimento não linear da intriga;

•monólogo interior;

•espírito de análise;

•Penetração psicológica na vida das

personagens.

“Melhor é ouvir ao passaredo que

canta no arvoredo e os insetos que

zumbem, o trem da linha do

Corcovado que sobe e ver o sol que

desce por estas montanhas

abaixo...”

(Machado de Assis)

MUDANÇAS RADICAIS:

1881 – período fértil da Literatura

Brasileira com a publicação de

romances fundamentais para a

nossa literatura, entre eles:

- O mulato, de Aluísio de Azevedo

- Memórias póstumas de Brás

Cubas, de Machado de Assis

Machado de Assis:

fase Realista

Memórias póstumas de Brás Cubas –

primeiro romance machadiano da fase

realista, causou perplexidades por ser

um livro de memórias póstumas escritas

pelo próprio autor defunto.

O que faz do meu Brás Cubas um autor

particular é o que ele chama ‘rabugices

do pessimismo’.

Há na alma deste livro, por mais risonho

que pareça, um sentimento amargo e

áspero que está longe de vir dos seus

modelos. É taça que pode ter lavores de

igual escola, mas leva outro vinho. Não

digo mais para não entrar na crítica de

um defunto, que pintou a si e aos outros,

conforme lhe pareceu melhor e mais

certo. (Machado de Assis).

Essa segunda fase da produção

machadiana prosseguiu com as

publicações de:

•Quincas Borba (1880);

•Dom Casmurro (1891);

•Esaú e Jacó (1904);

•Memorial de Aires (1908)

“Capitu refletia.

A reflexão não era coisa rara nela, e

conheciam-se as ocasiões pelo

apertado dos olhos.”

(Dom Casmurro)

Essas são as principais

características dos textos realistas,

ao lado da análise da sociedade e

da crítica aos valores românticos:

- análise psicológica;

- o pessimismo;

- a criação de personagens marcantes;

- a linguagem correta: norma culta;

- constantes intervenções irônicas do

narrador, dialogando e chamando a

atenção do leitor desatento.

Faça seus comentários;

Assista novamente;

Pesquise outros sites e livros sobre

Machado de Assis;

Aprenda mais sobre um dos maiores

autores da Literatura Brasileira.

Professora Mônica

Agora é com você!

REFERÊNCIAS

FARACO & MOURA. Literatura brasileira. 10ª ed. . São

Paulo: Ática, 2000.

Amaral, Emília, et al. Novas palavras. 2ª ed. . São Paulo:

FTD, 2003.

Imagens: https://www.google.com.br/search?hl=pt-

BR&authuser=0&site=imghp&tbm=isch&source=hp&biw=1

517&bih=714&q=machado+de+assis&oq=mach&gs_l=img.

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