38
Escola Técnica Geração Turma: E214B Educadora: Psicóloga Ana Eixo: Saúde mental Alunos: Ana Paula, Amanda Carneiro, Claci Leticia, Merlei Mara, Ricardo Pereira. Itajai, Fevereiro de 2016.

Maconha apres

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Maconha apres

Escola Técnica GeraçãoTurma: E214B

Educadora: Psicóloga AnaEixo: Saúde mental

Alunos: Ana Paula, Amanda Carneiro, Claci Leticia, Merlei Mara, Ricardo Pereira.

Itajai, Fevereiro de 2016.

Page 2: Maconha apres

Maconha

Page 3: Maconha apres

• A maconha é originária da África. No entanto, talvez a mais antiga referência à planta e a seu uso como medicamento esteja no primeiro herbário construído no mundo, uma coleção de plantas de um imperador chinês, e num livro de Medicina escrito na China no ano 7000 A.C.

• Na época das Cruzadas, espalhou-se a crença de que a maconha ou haxixe que os muçulmanos fumavam geraria a agressividade com que combatiam os cristãos que queriam libertar Jerusalém.

• O primeiro registro sobre o uso da maconha em nossa língua data de 1564 e foi escrito por um português. Um sultão, parece que amigo de Martin Afonso de Souza, contou-lhe que, quando queria ir à Pérsia, à China ou ao Brasil, fumava um pouco dessa droga.

Page 4: Maconha apres

• Embora do ponto de vista científico não esteja claro que a maconha  possa provocar dependência química, não existe consenso popular da existência ou não dessa dependência. Muitos defendem tratar-se de uma droga que não vicia e que a dependência é meramente psicológica. Outros asseguram que vicia sim e, por isso, deve ser mantida na ilegalidade.

Page 5: Maconha apres

• É importante, então, esclarecer como a maconha age no organismo. Assim que a fumaça é aspirada, cai nos pulmões que a absorvem rapidamente. De seis a dez segundos depois, levados pela circulação, seus componentes chegam ao cérebro e agem sobre os mecanismos de transmissão do estímulo entre os neurônios, células básicas do sistema nervoso central. Os neurônios não se comunicam como os fios elétricos, encostados uns nos outros. Há um espaço livre entre eles, a sinapse, onde ocorrem a liberação e a captação de mediadores químicos. Essa transmissão de sinais regula a intensidade do estímulo nervoso: dor, prazer, angústia, tranquilidade.

Page 6: Maconha apres

• As drogas chamadas de psicoativas interferem na liberação desses mediadores químicos, modulam a quantidade liberada ou fazem com que eles permaneçam mais tempo na conexão entre os neurônios. Isso gera uma série de mecanismos que modificam a forma de enxergar o mundo.

Page 7: Maconha apres

Qual a capacidade de a maconha causar dependência?

Page 8: Maconha apres

• Quanto ao problema da dependência, é importante considerar as conclusões de alguns estudos sobre o fenômeno da dependência. Pode parecer incrível, mas há trabalhos descritos na literatura sobre a dependência, por exemplo, da cenoura. As pessoas comem tanta cenoura que ficam com a pele amarelada e, por alguma razão, impedidas de comer, entram em crise de abstinência. Há também descrição de dependência, inclusive com síndrome de abstinência, entre pessoas que tomam placebo, substância inócua que não deveria causar alteração nenhuma nesse mecanismo.Em relação à maconha, há casos registrados de dependência, mas eles não são frequentes, se considerarmos a imensa população mundial de usuários. Além disso, comparada com outras drogas, a maconha é muito menos indutora de dependência química.

Page 9: Maconha apres

Fala-se que a maconha não induz dependência porque se compara com outras drogas

mais indutoras?

Page 10: Maconha apres

• Pode ser o ponto, mas se colocarmos a maconha no mesmo saco que as outras drogas, corremos o risco de desacreditar as mensagens de alerta em relação à cocaína, heroína, etc. “Ah, já fumei maconha várias vezes e está tudo bem comigo. Se é tudo igual, posso usar as outras sem preocupação”.

Page 11: Maconha apres

AÇÃO DA MACONHA NO SISTEMA NERVOSO

CENTRAL

Page 12: Maconha apres

•  Como age a maconha no sistema nervoso central? O que explica que algumas pessoas experimentem uma sensação de paz e tranquilidade, enquanto outras se queixem de delírios persecutórios?

Page 13: Maconha apres

• Até 1964, quando foi encontrado e isolado o tetraidrocanabinol (THC), sequer se conhecia o princípio ativo dessa planta. Tal descoberta deu lugar a dois questionamentos. Primeiro: se existe o THC, uma substância pura que age no cérebro, nele deve existir um receptor programado para recebê-la. Segundo: se esse receptor existe, nós devemos produzir espontaneamente uma espécie de maconha interna para atuar sobre ele. O passo seguinte foi descobrir que todos os cérebros fabricam uma substância endógena, uma espécie de maconha interna que foi chamada de anandamida, palavra que em sânscrito quer dizer bem-aventurança. Disso resultou uma série enorme de cogitações científicas. Por exemplo: se todos têm um sistema canabinoide que age no cérebro, será que doenças mentais não poderiam resultar de alterações no funcionamento desse sistema?

Page 14: Maconha apres

• Outro aspecto que está sendo muito discutido é a relação entre esquizofrenia e os grandes usuários de maconha. Muitos estudiosos levantam a hipótese de que não são as pessoas comuns que se tornam dependentes. Seriam as portadoras dessa doença que desenvolveriam extrema dependência da droga na tentativa de automedicar-se sem ter o conhecimento exato do que estão fazendo.

Page 15: Maconha apres

• Na esquizofrenia, existem algumas características chamadas de sintomas negativos. Os pacientes apresentam grande achatamento do afeto. Não vibram com nada. Morrer a mãe ou ganhar um prêmio na loteria dá no mesmo, pois são incapazes de serem tocados pelas emoções e isso faz falta para o ser humano que precisa estabelecer relacionamentos afetivos e experimentar alegrias e tristezas. Parece que a maconha estimula a evocação de sentimentos e sensações que essas pessoas desconheciam e disso decorreria enorme dependência. Com base nesses dados, está sendo estabelecida nova teoria sobre os efeitos da maconha.

Page 16: Maconha apres

GRAU DE DEPENDÊNCIA DA DROGA

Page 17: Maconha apres

• Os usuários costumam queixar-se da qualidade da maconha atual. Será que a droga perdeu realmente a qualidade ou, à medida que vai sendo usada, induz tolerância e são necessárias doses cada vez mais altas para produzir o mesmo efeito????

Page 18: Maconha apres

• É verdade que há indivíduos que ficam dependentes da maconha, não é o que mais preocupa. Um grupo da Organização Mundial de Saúde que estudou o problema do uso cultural da maconha e deu a oportunidade de verificar que grande número de pessoas não se torna dependente, por exemplo, em Atenas, na Grécia, estivadores saírem do porto no final da tarde e se reunirem nos bares para fumar haxixe, uma forma concentrada de maconha, como se estivessem tomando o chá das cinco. Os psiquiatras gregos que os acompanhavam comentaram que se tratava de um encontro meramente social repetido todos os dias e que não havia indicação de dependência da droga nessas pessoas.

Page 19: Maconha apres

• Além disso, a maconha foi considerada um medicamento valioso no século XIX e nos primeiros 30 ou 40 anos do século XX. Nas farmacopeias americana, inglesa, brasileira, e nos livros de medicina dessa época, é possível encontrar receitas de maconha para uma série de distúrbios. A maconha tem esse lado contraditório. A literatura está repleta de trabalhos sobre as misérias humanas e sobre os benefícios terapêuticos, que não são poucos, que essa droga produz. Por exemplo, nos casos de esclerose múltipla e de dores neuropáticas, seu efeito não é desprezível.

Page 20: Maconha apres

APLICAÇÃO TERAPÊUTICA DA DROGA

Page 21: Maconha apres

• Os grandes usos médicos da maconha são inibir o vômito na quimioterapia, reduzir a pressão intraocular nos casos de glaucoma e melhorar o apetite de doentes com AIDS em estágio avançado. Com exceção da esclerose múltipla, para todas essas outras situações existem drogas muito melhores do que a maconha, mais potentes e com eficácia comprovada.

Page 22: Maconha apres

• Isso confirma as observações do passado e abre novas perspectivas. A Holanda, por exemplo, já comunicou à ONU que está admitindo a plantação de maconha para fins comerciais e terapêuticos em fazendas monitoradas pelo governo, uma vez que doze mil pessoas dependem dela para tratamento médico e que o país pretende exportar o cigarro no futuro. Em 1905, a Gazeta Médica de São Paulo publicava um encarte de propaganda a respeito de cigarros de maconha importados da França: “Cigarros Índios (outro nome da maconha)”

Page 23: Maconha apres

RELAÇÃO ENTRE MACONHA E VIOLÊNCIA

Page 24: Maconha apres

•  A imprensa tem falado muito sobre o assunto e, às vezes refere-se à maconha, às vezes, à cocaína. No entanto, sob hipótese alguma essas drogas sejam capazes de gerar violência patológica, violência assassina, se a tendência já não existir dentro do usuário. A droga irá possibilitar, apenas, que determinadas características pessoais aflorem e se manifestem.

• No livro “Casa Grande e Senzala”, que comenta a formação socioeconômica do nordeste, o autor Gilberto Freire relata que os donos de engenho davam bastante maconha para os escravos porque sob sua ação a senzala ficava em paz. Isso não vai contra o que sabemos hoje sobre maconha e violência: aparentemente a relação, se houver, é negativa, isto é, as pessoas não se tornam mais agressivas do que naturalmente são.

Page 25: Maconha apres

THC MIMETIZA A ANANDAMIDA

Page 26: Maconha apres

•  O que acontece quando os componentes ativos da maconha chegam ao cérebro?

Page 27: Maconha apres

• Em várias áreas do nosso cérebro existem os chamados receptores para a maconha, localizados na superfície dos neurônios sobre os quais a droga irá atuar.

• Quando se processa o estímulo nervoso, as moléculas dos neurotransmissores são liberadas e vão atuar no neurônio receptor . Se substituirmos a dopamina citada como exemplo pelo neurotransmissor anandamida, teremos ideia do processo de funcionamento dos componentes ativos da maconha no cérebro, pois o THC existente no cigarro de maconha faz as vezes da anandamida e age diretamente sobre seus receptores em diferentes áreas cerebrais. No sistema límbico, que controla a emoção e funções psíquicas superiores, pode provocar sonhos, alucinações ou sensação de paz e de angústia.

Page 28: Maconha apres

Quero parar de usar drogas!!!locais de Tratamento.

Page 29: Maconha apres

• Centros de Atenção Psicossocial – CAPS AD

• TRATAMENTO GRATUITO : CAPS ad - é o local indicado para o tratamento gratuito da dependência química no Brasil, pois é obrigatório ter uma equipe multiprofissional para atender o usuário/dependente e seus familiares.

• Equipe multiprofissional obrigatória em um CAPS ad: clínico geral, psiquiatra, psicóloga, enfermeira, terapeuta ocupacional, assistente social, educador físico e auxiliar de enfermagem.   

Page 30: Maconha apres

• Para o atendimento na maioria dos CAPS ad não é necessário encaminhamento, basta procurar o CAPS ad mais perto da sua residência ou site.

Todos os endereços dos Centros de Atenção Psicossocial - CAPS -Saúde Mental Infantil e Adulto e os CAPS ad do Brasil estão nesse site do Ministério da Saúde.

Page 31: Maconha apres

serviços oferecidos pelo SUS para dependentes químicos:

Page 32: Maconha apres

• Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) – atendimento a pacientes com transtornos mentais ou dependentes de álcool e drogas

• Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASFs) – grupo de profissionais de saúde de várias especialidades que auxiliam as equipes de Saúde da Família no atendimento aos dependentes de álcool e drogas

• Consultórios de Rua – equipes móveis multiprofissionais (assistentes sociais, auxiliares de enfermagem, profissionais de saúde mental) que atuam onde usuários de drogas se reúnem

• Casas de Acolhimento Transitório (CATs) – são os espaços transitórios que acolhem o dependente durante o processo de estabilização clínica, com atividades pedagógicas

• Você também pode encontrar ajuda pelo telefone VIVA VOZ (de segunda à sexta das 8 às 22hrs), central telefônica grátis para informar e orientar sobre álcool e outras drogas:

• 132

Page 33: Maconha apres

Modo de Tratamento

Page 34: Maconha apres

•  Nenhum tratamento funciona para todos. O programa deve ser adaptado para atender as necessidades de cada viciado. Essas necessidades também pode mudar com o tempo, por isso o plano deve ser reavaliado ao longo do tempo.

• • Terapias deve se concentrar nas necessidades mentais, físicas e emocionais do viciado. O vício constitui apenas uma parte dessa pessoa, e todos os outros aspectos da saúde do viciado também devem ser abordadas. Viciados em maconha, por exemplo, pode precisar de terapias para ajudar a curar seus pulmões.

• • O viciado deve ser monitorada regularmente, assim que os profissionais médicos podem detectar uma recaída e lidar com ela assim que ocorre. Muitas vezes, os viciados devem submeter a testes de urina periódica, apenas para garantir que eles não tenham retornado ao uso de drogas.

Page 35: Maconha apres

Medicação

Page 36: Maconha apres

• Duas convicções em relação à maconha vêm caindo por terra nos últimos 30 anos. A primeira é de que o abuso dessa droga não acontecia como um problema primário. A segunda é de que ela não provocaria uma verdadeira síndrome de dependência. Desde os anos 80 está comprovada a síndrome de abstinência da maconha, com sintomas que se iniciam nas primeiras 24 horas após a interrupção do uso, com sintomas de ansiedade, irritabilidade, agitação, alterações do sono, diminuição do apetite, pesadelos, dores musculares, taquicardia e cefaleia. A necessidade de tratamento para pacientes com problemas relacionados à maconha tem aumentado em todo o mundo.

Page 37: Maconha apres

• O manejo medicamentoso para usuários de maconha permanece focado nos estados de intoxicação aguda, nas psicoses induzidas por maconha (psicose cannabínica) e na busca por comorbidades psiquiátricas. São boas opções para controle de depressão e ansiedade o uso da medicação antidepressiva FLUOXETINA (Prozac, Daforin, Fluxene) e do ansiolítico BUSPIRONA (Ansitec, Buspar), ambos com estudos comparativos mostrando diminuição do consumo nos grupos tratados em relação aos grupos que receberam placebo.