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Maria benguela

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Era uma vez, uma menina chamada Maria Benguela, ela era castanha como o café, e como o chocolate. Escura e bonita como a noite.

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Era uma vez, um menino chamado Pascoal, ele era branco, tão branco como o algodão, branco como a farinha e como as chaminés das casas pintadas de novo.

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O Pascoal não tinha muitos amigos com quem pudesse brincar. Tinha bonecos de trapo, que a mãe cosia, com restinhos de pano que costumava arranjar.

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A Maria Benguela tinha alguns amigos. Mas já eram crescidos e iam trabalhar, o que ela queria era um amigo como ela. Assim pequenino, com quem pudesse brincar. Mas onde encontrar?

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Um dia o Pascoal, cansado de brincar com os bonecos de pano que não sabiam falar, atirou-os para o canto e foi procurar. Queria um amigo de verdade!!!

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A Maria Benguela de olhos pretos, como o carvão, um dia pôs-se à porta de casa, à espreita esperando, talvez, um amigo encontrar.

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A mãe do menino precisava de café para o jantar.- Desce a rua, olhas os sinais da estrada e compra o café no supermercado do Joaquim.Vai com cuidado Pascoal.

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E quando descia a rua Pascoal parou. Viu uma menina de tranças muito grandes virou a cabeça e com ele falou.

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- Que pele tão branca que tu tens da cor dos meus dentes e como as palmas das mãos que batem de contentes. - E que bonita és tu da cor do café que vou agora comprar, da cor dos caracóis dos meus cabelos.E Pascoal deixou-se estar a brincar com a amiga que acabara de encontrar.

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Passado muito tempo Pascoal lembrou-se do recado que a mãe lhe mandara fazer. Pegou a menina pela mão e saiu a correr.

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Não chegou a tempo para comprar o café porque a loja já tinha fechado.Mas Maria, com a cabeça cheia de tranças e trancinhas teve uma ideia.

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Então, Pascoal chegou a casa e disse: “Não trouxe o café que tu me pediste, mas trouxe uma amiga que é da cor do café e tão linda que é, não é?”. Os três sorriram. Finalmente tinha uma amiga com quem brincar. Uma amiga de verdade…

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Depois disto tudo, Benguela seguiu para casa a pensar.- Agora já tenha um amigo, da minha idade, com quem posso crescer, falar e brincar.Era um menino branco como os seus dentes, como o algodão, como as palmas das mãos e como o açúcar que estava no meio do bolo que a sua mãe acabara de cozinhar.