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Memórias de Margarete Freitas Falceti

Memórias de margarete freitas falceti

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Livro realizado em parceira com o Projeto Memória Local, confeccionado com os alunos do quarto ano, com o tema sobre a vida da professora Margarete Freitas Falceti.

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Memórias de Margarete Freitas Falceti

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Margarete Freitas Falceti, é professora na cidade de Indaiatuba, nasceu em São Paulo em 04/12/1970, tem 2 irmãs e um irmão que já faleceu. Quando era criança com 2 anos foi morar com seus avós e uma tia, pois seus pais não tiveram condições de cuidar dela. Os avós moravam

num sítio em Santa Fé do Sul, no interior de São Paulo.A vida no sítio era difícil, não tinha energia elétrica, era uma casa simples feita de tijolos e com piso de cimento onde passavam uma cera vermelha, ela tinha que esfregar bastante o chão com um esfregão e palha de aço para dar brilho, depois de um tempo compraram uma

enceradeira para dar brilho no chão, chamado de vermelhão. O fogão da casa era de lenha e sempre estava muito limpo e encerado porque sua avó era muito caprichosa, Margarete ajudava sua avó a lavar as panelas com sabão de soda e areia na beira do rio, as roupas também

eram lavadas no rio e estendidas na grama para secar. Não havia água encanada e nem chuveiro elétrico, o banheiro ficava do lado de fora da casa e foi feito de madeira pelo seu avô, as frestas foram tapadas com cera de abelha, tomavam banho com um regador onde colocavam a

água que era esquentada no fogão a lenha, não havia vaso sanitário, era um buraco no chão onde faziam suas necessidades, depois tudo ia para uma fossa que ficava longe da casa. Também não tinham televisão, somente um rádio a pilha onde ouviam os programas. O meio de

transporte que usavam no sítio era comunitário, seu avô tinha uma charrete e o vizinho tinha um cavalo, então um emprestava do outro para usarem o cavalo com a charrete e assim poderem ir para a cidade.

  

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Como Margarete morava com seus avós e uma tia solteira que viajava muito para São Paulo para vender bordados ela não convivia com crianças para brincar, também não tinha brinquedos porque eram muito caros, seus brinquedos eram feitos com o que tinha no sítio, ela

espetava palitos em mangas ou batatas para transformar em animais e bonecos, gostava de brincar com bola, mas os cachorros do sítio sempre furavam sua bola, também gostava de subir em árvores e tinha um bicho que era seu preferido no sítio, era um papagaio com quem

gostava de brincar e conversar, principalmente quando apanhava do avô. Margarete não tinha muito tempo para brincar porque tinha que ajudar os avós nos trabalhos que havia no sítio. Tinha algumas primas que moravam na cidade e as vezes iam no sítio para fazer uma visita, mas elas não gostavam das brincadeiras que a Margarete gostava, a vivência das primas da cidade era bem diferente da realidade do sítio.

  

   

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Ela conta que sua vida escolar foram os melhores anos de que se lembra, Margarete era a poetiza da escola e quando tinha concursos ela representava sua escola com muito carinho, duas professoras marcaram essa época da sua vida, dona Dionirce, de matemática, que cobrava

dos alunos que soubessem a tabuada, ela era muito brava, porém muito cheirosa, bem arrumada, estava sempre de sapato de salto alto e como o chão da escola era de madeira fazia barulho quando ela andava com seu salto alto, a outra professora foi a dona Alzira, ela era muito

meiga, pegava as crianças no colo, era bastante carinhosa e foi na bicicleta da filha da professora Alzira que Margarete aprendeu a andar. 

  

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Margarete estudava numa escola que ficava a 2 quilômetros do sítio onde morava, ela tinha que ir andando pelo pasto para chegar até lá, por isso chegava cheirando cocô de vaca e as outras crianças não queriam ficar perto dela. Depois da escola ela tinha que trabalhar, seu avô fez

um carrinho de madeira com algumas latas de tinta e Margarete tinha que passar nas casas recolhendo lavagem para os porcos do sítio. Acontecia que sempre quando saia para buscar as lavagens acabava perdendo a hora de voltar e dar a comida para os porcos porque quando passava em alguma casa e via uma televisão ligada ficava assistindo ou então quando encontrava com algumas crianças ficava brincando e

se atrasava em seu serviço. Quando voltava para o sítio acabava apanhando do seu avô com cinta porque demorou demais para trazer a comida dos porcos.

 

     

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Seus avós eram evangélicos e no sítio eles só comiam o que produziam ali mesmo, uma vez por semana os colegas dos avós iam até o sítio para realizarem um culto, ela fala que esse dia era muito legal, porque iam outras crianças para brincar e também cada convidado levava um prato diferente e gostoso como bolo, biscoito de polvilho e também levavam guaraná para tomarem um lanche após o culto. Como eles não

compravam alimentos diferentes no mercado nesse dia ela comia um monte de coisas muito gostosas e ainda podia brincar com as crianças.  

    

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A adolescência da professora Margarete foi muito restrita, como morava com seus avôs no sítio que ficava longe da cidade não tinha muita diversão, tudo demorava muito para chegar até lá, seus avôs não deixavam ela sair com os colegas, como não tinha outras diversões ela

brincou de esconde-esconde até seus dezessete anos, não tinha diversão como os adolescentes de hoje em dia.  

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Ela conta que gostaria de ter estudado para ser advogada ou veterinária, pois no sítio tinha muitos animais e ela gostava muito de lidar com os bichos mas, como em sua cidade não havia faculdade para essas profissões e ela não podia estudar em outra cidade porque não tinha

dinheiro, resolveu fazer o curso de Magistério (para ser professora) porque era de graça e o único curso que existia em sua cidade.Casou-se cedo com 18 anos com seu primeiro namorado, de quem gostava muito, teve um filho chamado Esley que hoje tem 23 anos, seu

filho nasceu poucos dias antes da formatura do Magistério, mas seu casamento não deu certo e se separou. Quando veio morar em Indaiatuba conheceu seu atual marido com quem teve dois filhos, Igor de 14 anos e Emily de 6 anos.

     

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Em 1997 já estava formada como professora, mas estava passando por dificuldades porque onde morava não havia aulas, ela vendia queijo e lingüiça, então sua amiga Madalena que já morava em Indaiatuba disse que aqui havia muitas aulas por isso Margarete resolveu se mudar para Indaiatuba para trabalhar. Quando estava vindo para Indaiatuba sofreu um acidente de carro porque estava havendo um conserto na

estrada, chovia e sua amiga que estava dirigindo não conseguiu frear o carro e entraram com o carro debaixo de um a carreta, com ela não aconteceu nada, porém suas colegas se machucaram bastante e Margarete precisou voltar para Santa Fé do Sul, mas ela não desistiu, depois

de uma semana veio para Indaiatuba. Quando chegou aqui achou a cidade acolhedora e ficou muito feliz por estar trabalhando, mas triste porque teve que ficar longe se seu filho Esley. Logo que veio para cá foi morar numa pensão somente para moças que ficava ao lado da Igreja São Benedito, em frente a Praça Rui Barbosa. Nessa época a cidade já estava progredindo muito e Margarete se sentiu muito bem acolhida.

     

        

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Margarete é professora a aproximadamente 16 anos, gosta muito de trabalhar com crianças de 6 e 7 anos, pois acha que nessa fase elas ainda não foram contaminadas pelas impurezas do mundo. Já pensou em mudar de profissão a tempos atrás, mas não pensa mais nisso,

acredita que já investiu muito na carreira e não vale a pena tentar mudar de profissão agora. Além de professora também exerce um trabalho fora da escola, como vendedora de produtos de catálogo.

 

   

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Possui um desejo a ser realizado que é viajar por muitos lugares pelo Brasil e fora do nosso país, quer muito ir conhecer o Pantanal e depois fazer outras viagens pelo mundo. No dia de sua entrevista quis deixar uma mensagem a todos presentes, especialmente para os alunos:

“Olhem para mim e pensem em uma criança que precisou andar por 2 km em um pasto para estudar e quando chegava na escola ninguém queria sentar perto dela, mesmo assim essa criança não desistiu e correu atrás dos seus sonhos. Nós podemos ser tudo que quisermos, só

precisamos lutar para que isso aconteça.”

 

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Projeto Ler Faz Bem 2012Ficha Técnica Do Livro Virtual

*Nome da Unidade Escolar: Professora Yolanda Steffen*Nome do Professor(a): Elainy Borges Rancura Appendino

*Ano/Série – Turma – Turno: 4º ano C – tarde

*Título do Livro: Memórias de Margaerete Freitas Falceti*Autoria: (x) produção própria, baseada na vida do depoente ou ( ) reescrita

*Recursos Tecnológicos Disponíveis e Utilizados na Unidade Escolar*( x) Computador;

*( ) Notebook Escolar;*( ) Max Câmera;*( ) Lousa Digital;

*( x) Scanner; *( ) Mesa Educacional;

*(x) Filmadora;*( x) Câmera Fotográfica Digital;

*( x) Microsoft Office 2010 (Power Point, Word, entre outros);*( ) Paint;

*( ) BrOffice (Impress, Writer);*( ) Windows Movie Maker.

Recursos Gratuitos Disponíveis na internet : Não utilizados.

Número de páginas: 12 * Obervação: Alguns dos equipamentos digitais aqui anotados

não foram utilizados na escola, utilizados na UE apenas a câmera digital e a filmadora.

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Alunos participantes do projeto

Coautores e ilustradores 

Alison Lucas Marques RochaAna Beatriz Santos de Oliveira

Ana Beatriz LopesAna Caroline Silva Nucitelli

Barbara Guerra SantiniBruna Ferraz de Sousa

Camille Zanandrea GuimarãesDiogo Chimenes Recaldi

Eduarda Cristina Vieira MarcianoEduardo Oliveira Lucio

Filipe Nathan Lima de OliveiraGiovani Fagionato

Guilherme Campos BortolettoGustavo Castilho de Souza

Gustavo de OliveiraIsabela Lourenço Rocha

João Everton do Lago JanuarioLaila Caroline Araujo dos Santos

Leonardo Gonzaga BortolatoMariana Akemi Batista Katsurayama

Matheus Cardoso RosaMatheus de Andrade Mamedes da Silva

Maysa Pascoal BrescansinMiqueias Henrique dos Santos

Monique Oliveira GavioliNicolas Martins Queiroz

 Pedro Lucas Vieira VilelaPeterson José Franco

Roberta aparecida Alves SemeonatoVanessa Gomes

Walter Gottfried Werchmuller NetoYasmim Stephanie Elias da Silva

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Fotos do dia da entrevista:

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Obrigada!