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Conjunto de diapositivos sobre a organização dos conteúdos de Gramática de acordo com as Metas Curriculares de Português para o Ensino Básico.
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Articulação entre anos de escolaridade
Cristina Fontes©
2
Despacho n.º 15971/2012, de 14 de dezembro. 2013/2014: 1.º, 3.º, 4.º, 5.º, 7.º e 9.º anos
2014/2015: 2.º, 6.º e 8.º anos
3
Ponto 2, artigo 2.º do Despacho n.º 15971/2012, de 14 de dezembro: «As Metas Curriculares de uma dada disciplina são o referencial primordial da respetiva avaliação externa dos alunos a partir do ano escolar em que se tornem obrigatórias.»
4.º e 9.º (2013/2014)
4
Alínea b), Ponto 2 do ANEXO ao Decreto-Lei n.º 258-A/2012, de 5 de dezembro. «Em caso de conflito entre o programa ou orientações curriculares e as metas curriculares existentes, deve prevalecer o documento recentemente homologado.»
Definição dos conteúdos fundamentais a ensinar e dos conhecimentos e capacidades a desenvolver;
Ordenação sequencial e hierárquica dos conteúdos ao longo dos anos de escolaridade ;
Estabelecimento de descritores de desempenho que permitam avaliar a consecução dos objetivos.
5
6
Ensináveis e avaliáveis!
7
• Oralidade
• Leitura e Escrita
• Educação Literária
• Gramática
1.º Ciclo
• Oralidade
• Leitura e Escrita
• Educação Literária
• Gramática
2.º Ciclo
• Oralidade
• Leitura
• Escrita
• Educação Literária
• Gramática
3.º Ciclo
8
Há ainda: ANEXO – LISTA DE OBRAS E TEXTOS Lista de obras e textos para Iniciação à Educação Literária – 1.º Ano Lista de obras e textos para Iniciação à Educação Literária – 2.º Ano Lista de obras e textos para Educação Literária – 3.º Ano Lista de obras e textos para Educação Literária – 4.º Ano Lista de obras e textos para Educação Literária – 5.º Ano Lista de obras e textos para Educação Literária – 6.º Ano Lista de obras e textos para Educação Literária – 7.º Ano Lista de obras e textos para Educação Literária – 8.º Ano Lista de obras e textos para Educação Literária – 9.º Ano
9
1. Domínios (O7, L7, E7, EL7,G7) 1.1. Objetivos (indicados por um número, a negrito) 1.1.1. Descritores de desempenho (indicados por um número, subordinados a cada objetivo)
Exemplo: Gramática G7 21. Explicitar aspetos fundamentais da morfologia. 1. Identificar e conjugar verbos em todos os tempos (simples e compostos) e
modos. 2. Sistematizar paradigmas flexionais dos verbos regulares da 1.ª, da 2.ª e da 3.ª
conjugação. 3. Identificar as formas dos verbos irregulares e dos verbos defetivos
(impessoais e unipessoais). 4. (…)
10
Objetivos
Capacidades gerais
a adquirir
Descritores de desempenho
O que o aluno deve
ser capaz de fazer, como
resultado de uma
aprendizagem.
Permitem avaliar a
consecução dos
objetivos.
11
“Em muitos casos, os objetivos e respetivos descritores foram nas Metas Curriculares retomados ipsis verbis, outros foram objeto de especificação, outros, ainda, foram considerados como não integrando os conteúdos essenciais (….). “ (Metas, p.4) “Os objetivos e descritores de desempenho indicados em cada ano de escolaridade são todos eles obrigatórios, sendo, naturalmente, mobilizáveis em anos posteriores.” (Metas, p.6)
12
GRAMÁTICA
Funcionamento da Língua
Conhecimento Explícito da
Língua
13
Benefícios do ensino da gramática demonstradas em inúmeros trabalhos (Duarte (1992, 1997, 2000), Sim-Sim (1995), Hudson (2001), entre outros.
Outros trabalhos reconhecem que que a gramática não tem sido ensinada/aprendida nas escolas portuguesas, apontando causas e consequências desta situação (Delgado Martins et al. 1987, Duarte 1996, Costa 2007, entre outros).
14
“[Compete à escola] contribuir para o crescimento linguístico de todos os alunos, estimulando-lhes o desenvolvimento da linguagem e promovendo a aprendizagem das competências que não decorrem do processo natural de aquisição”. (Sim-Sim, Duarte e Ferraz (1997), p.35) O ensino dos conteúdos gramaticais deve ser realizado em estreita sintonia com atividades inerentes à consecução dos objetivos dos restantes domínios. “ (Metas, p. 6)
15
Gramática
Fonologia
3.º e 9.º
Semântica e Lexicologia
1.º ao 5.º
8.º e 9.º
Sintaxe
3.º ao 9.º
Classes de palavras
2.º ao 8.º
Morfologia
1.º
3.º ao 7.º
Morfologia: distribuição dos descritores por anos de escolaridade:
16
1.º 2.º 3.º 4.º
• Formar femininos e masculinos de nomes e adjetivos de flexão regular (de índice temático -o ou -a).
• Formar singulares e plurais de nomes e
adjetivos que seguem a regra geral (acrescentar -s ao singular), incluindo os que terminam em -m e fazem o plural em -ns (fim, bom, etc.).
NÃ
O H
Á C
ON
TEÚD
OS N
OV
OS
• Distinguir palavras variáveis de invariáveis.
• Identificar radicais de palavras de uso
mais frequente. • Reconhecer masculinos e femininos de
radical diferente. • Formar o feminino de nomes e adjetivos
terminados em -ão.
• Formar o plural dos nomes e adjetivos terminados em -ão.
• Flexionar pronomes pessoais (número,
género e pessoa).
• Identificar as três conjugações verbais. • Conjugar os verbos regulares e verbos
irregulares mais frequentes (por exemplo, dizer, estar, fazer, ir, poder, querer, ser, ter, vir) no presente do indicativo.
• Identificar radicais. • Identificar prefixos e sufixos de utilização
frequente. • Distinguir palavras simples e complexas.
• Formar o feminino de nomes e adjetivos
terminados em consoante. • Formar o plural dos nomes e adjetivos
terminados em consoante. • Identificar os graus dos adjetivos e
proceder a alterações de grau. • Fazer variar os nomes em grau
(aumentativo e diminutivo). • Conjugar verbos regulares e verbos
irregulares muito frequentes no indicativo (pretérito perfeito, pretérito imperfeito e futuro) e no imperativo.
17
5.º 6.º 7.º 8.º 9.º
• Deduzir o significado de palavras complexas a partir dos elementos constitutivos (radical e afixos).
• Detetar processos de derivação de
palavras por afixação (prefixação e sufixação).
• Reconhecer e sistematizar
paradigmas flexionais dos verbos regulares.
• Identificar e usar os seguintes modos e tempos dos verbos regulares e de verbos irregulares de uso mais frequente: • formas finitas – indicativo
(presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-perfeito composto e futuro) e imperativo;
• formas não finitas – infinitivo (impessoal) e particípio.
• Distinguir regras de formação de palavras por composição (de palavras e de radicais).
• Distinguir derivação de composição.
• Identificar e usar os seguintes modos e tempos verbais:
• formas finitas – condicional e conjuntivo (presente, pretérito imperfeito e futuro);
• formas não finitas – infinitivo
(impessoal e pessoal) e gerúndio.
• Explicitar o significado de palavras complexas a partir do valor do radical e de prefixos e sufixos nominais, adjetivais e verbais do português.
• Sistematizar padrões de formação de palavras complexas: derivação (afixal e não afixal) e composição (por palavras e por radicais).
• Formar o plural de palavras compostas. • Sistematizar paradigmas flexionais dos verbos
regulares da 1.ª, da 2.ª e da 3.ª conjugação. • Identificar e conjugar verbos em todos os
tempos (simples e compostos) e modos.
• Identificar as formas dos verbos irregulares e
dos verbos defetivos (impessoais e unipessoais).
NÃ
O H
Á C
ON
TEÚD
OS N
OV
OS
NÃ
O H
Á C
ON
TEÚD
OS N
OV
OS
18
• Palavra variável: palavra que admite flexão (em género, número, grau, etc.).
Exemplo:
Gatinho, gata, gatos são palavras flexionadas a partir do radical [gat].
3.º ano
• Palavra invariável: palavra que não admite flexão.
Exemplo:
Agora é uma palavra invariável porque não é flexionável.
Flexão nominal e adjetival
Flexão em género (nomes e adjetivos)
• Nomes biformes: os nomes podem flexionar em género, tendo uma forma para
o feminino e outra para o masculino. Nestes casos, o género gramatical
corresponde, normalmente, ao género natural. Estes são nomes que referem
seres animados.
Exemplo: Gato / gata
• Nomes uniformes: os nomes podem não flexionar em género, tendo um único
género gramatical, masculino ou feminino.
Exemplo: Mesa
1.º - 3.º - 4.º
21
Os nomes uniformes (de seres vivos) podem ainda ser:
– epicenos: nomes referentes a animais que, quando associados às
palavras macho ou fêmea, permitem designar o seu sexo;
Exemplo: A tartaruga macho / a tartaruga fêmea
– sobrecomuns: nomes referentes a pessoas. Têm um único género
independentemente do sexo (género natural) da pessoa referida;
Exemplos: O cônjuge; a vítima; a testemunha
– comuns de dois: nomes uniformes cujo género é assinalado pelo
determinante que os acompanha.
Exemplos: O jornalista / a jornalista; o estudante / a estudante
• Regra geral de formação do feminino
– Nomes terminados em [-o]: substitui-se [-o] por [-a]:
Exemplo: Amigo / amiga
– Nomes terminados em consoante: acrescenta-se [-a]:
Exemplo: Camponês / camponesa
• Outros casos de formação do feminino
– Nomes terminados em [-ão]: o feminino pode formar-se de três formas:
a) -aõ →-ã (exemplo: anão / anã)
b) -ão →-oa (exemplo: leão / leoa)
c) -ão →-ona (exemplo: solteirão / solteirona)
• Nomes terminados em [-or]: acrescenta-se [-a].
Exemplo: Pastor / pastora
• Nomes terminados em [-e]: um pequeno número forma o feminino
substituindo [-e] por [-a]:
Exemplo: Infante / infanta
1.º ano
4.º ano
3.º ano
• Nomes cujo feminino não se forma por flexão:
Avô-Avó Poeta-Poetisa
Frade-Freira Rapaz-Rapariga
Herói-Heroína Rei-Rainha
Maestro-Maestrina Réu-Ré
Bode-Cabra Cão-Cadela
Pai-Mãe Marido-Mulher
Flexão em número (nomes e adjetivos) • Regra geral de formação do plural
– Palavras terminadas em vogal ou ditongo: acrescenta-se o sufixo [-s] à
forma de base.
Exemplos: Mesa / mesas; pai / pais; mãe / mães
• Outros casos de formação do plural
– Palavras terminadas em consoante (n, r, s, z): acrescenta-se o sufixo [-es] à
forma de base.
Exemplos: Abdómen / abdómenes; flor / flores; deus / deuses; luz /
luzes
– Palavras terminadas em [-al], [-el], [-ol] e [-ul]: substitui-se o [-l] final por [-is].
Exemplos: Canal / canais; papel / papéis; lençol / lençóis; azul / azuis
– Algumas palavras terminadas em [-il]: substitui-se [-il] por [-eis].
Exemplos: Fóssil / fósseis; réptil / répteis
– Palavras terminadas em [-m]: substitui-se o [-m] final por [-ns].
Exemplo: Tom/ tons; jardim/ jardins
3.º ano
4.º ano
– Palavras terminadas em [-s].
a)Palavras agudas e monossílabos: acrescenta-se [-es].
Exemplos: Inglês / ingleses; gás / gases
b)Palavras não agudas: permanecem inalteradas.
Exemplo: Lápis / lápis
– Palavras terminadas em [-ão]: o plural pode formar-se de três formas:
a) -ão →-ões
(Exemplos: Balão / balões; coração / corações)
b) -ão →-ães
(Exemplos: Cão / cães; pão / pães)
c) Acrescenta-se [-s] à forma de base
(Exemplos: Mão / mãos; cidadão / cidadãos)
Nota: Há nomes que só se empregam no plural:
Exemplos: Óculos, férias, arredores
3.º ano
4.º ano
Flexão em grau
• Nomes: os nomes podem flexionar nos graus normal, aumentativo e diminutivo.
Aumentativo
Acrescenta-se à forma de base: [-ão], [-aça], [-orra]
• Gatão
• Mulheraça
• Cabeçorra
Diminutivo
Acrescenta-se à forma de base: [-inho(a)], [-zinho(a)], [-ito(a)]
• Casinha
• Cãozinho
• Gatito
4.º ano
• Adjetivos: os adjetivos podem variar nos graus normal,
comparativo e superlativo.
O grau dos adjetivos pode ser construído por processos
morfológicos (junção de um sufixo à forma de base) ou por
processos sintáticos (conjugação de palavras).
Graus do adjetivo 1. Normal O livro é antigo. Superioridade O livro é mais antigo do que a tela. 2. Comparativo Igualdade O livro é tão antigo como a tela. Inferioridade O livro é menos antigo do que a tela. Relativo Superioridade O livro é o mais antigo da coleção. Inferioridade O livro é o menos antigo da coleção. 3. Superlativo Absoluto Sintético O livro é antiquíssimo. Analítico O livro é muito antigo.
4.º ano
O grau superlativo absoluto sintético dos adjetivos é formado por um
processo morfológico:
Regra geral
– Acrescenta-se o sufixo [-íssimo] à forma de base:
Exemplo: Original / originalíssimo
a) Adjetivo terminado em [-vel]: forma o superlativo em [-bilíssimo].
Exemplo: Amável / amabilíssimo
b)Adjetivo terminado em [-z]: forma o superlativo em [-císsimo].
Exemplo: Feliz / felicíssimo
4.º ano
Casos particulares na formação dos graus comparativo e superlativo
NORMAL COMPARATIVO DE
SUPERIORIDADE
SUPERLATIVO
ABSOLUTO SINTÉTICO
bom
mau
grande
pequeno
alto
baixo
melhor
pior
maior
menor
superior
inferior
óptimo
péssimo
máximo
mínimo
supremo, sumo
ínfimo
4.º ano
Formação particular no grau superlativo absoluto sintético (os adjetivos adotam uma forma próxima da latina).
Grau normal Grau superlativo
Amigo Antigo Benévolo Célebre Comum Cruel Difícil Fácil Feroz Fiel Frio Horrível Humilde Livre Nobre Sábio Simples Veloz
Amicíssimo Antiquíssimo Benevolentíssimo Celebérrimo Comuníssimo Crudelíssimo Dificílimo Facílimo Ferocíssimo Fidelíssimo Frigidíssimo (Friíssimo) Horribilíssimo Humílimo Libérrimo Nobilíssimo Sapientíssimo Simplicíssimo Velocíssimo
Conteúdo a mobilizar em
anos posteriores
CONSTITUINTES MORFOLÓGICOS
• Radical: constituinte que contém o significado de uma palavra.
Exemplos: O radical da palavra gato é [gat-].
O radical da palavra beber é [beb-].
• Afixo: constituinte dependente que se associa sempre a uma forma de
base.
. Base: constituinte morfológico, que inclui obrigatoriamente um radical, a
partir do qual se formam novas palavras.
A forma de base pode ser composta por um só radical, por um radical e
um ou mais afixos ou por uma palavra.
Ex.: "doc-" é a base para "adoçar";
"adoça-" é a base para "adoçante".
5.º ano
– Prefixo: afixo que se coloca à esquerda da forma de base.
Exemplo: Na palavra desligar, [des-] é um prefixo.
– Interfixo: afixo que se coloca entre duas formas de base ou entre uma forma de
base e um afixo.
Exemplo: Na palavra discoteca, [o] é um interfixo.
– Sufixo: afixo que se coloca à direita da forma de base. Os sufixos podem ser:
4.º - 5.º
a) sufixos derivacionais, que se juntam ao radical para formar uma palavra por derivação; Exemplo: Na palavra trabalhador, [-dor] é um sufixo derivacional. b)sufixos flexionais, que marcam a flexão das palavras; Exemplo: Na palavra amamos, [-mos] é um sufixo flexional.
constituintes temáticos: indicam a classe morfológica de uma palavra. O constituinte temático dos nomes e adjetivos designa-se por índice temático e o constituinte temático dos verbos designa-se por vogal temática. Exemplos: Na palavra livro, [o] é o índice temático. Na palavra, amar, [a] é a vogal temática.
Processos morfológicos de formação de palavras
5.º ano
7.º ano
Derivação
Processo morfológico de formação de palavras por:
afixação: adição de um afixo derivacional (prefixo e/ou sufixo) a uma forma de base
(radical ou palavra);
conversão e derivação não-afixal: não adição de constituintes morfológicos.
Processos que envolvem adição de constituintes morfológicos
Prefixação
Adição de um prefixo derivacional a uma forma de base.
Ex.: antirrugas; desfazer
Sufixação
Adição de um sufixo derivacional a uma forma de base.
Ex.: florista; felizmente
Prefixação e Sufixação (Alguns linguistas e o DT não consideram este processo
No entanto, surge, na maior parte dos manuais e gramáticas).
Adição de um prefixo e um sufixo a uma forma de base
Ex.: Infelizmente
Parassíntese
Adição simultânea de um prefixo e de um sufixo derivacionais a uma forma de base. A
palavra resultante não permite a adição de apenas um dos afixos
Ex.: Amanhecer; engordar; apodrecer
Processos que não envolvem adição de constituintes morfológicos
Conversão
Integra uma unidade lexical numa nova classe de palavras, sem qualquer
alteração formal.
Ex.: olhar (verbo) > olhar (nome)
No Dicionário Terminológico não é referido a mudança de “subclasse”
EX.: O senhor Coelho comeu coelho assado.
Derivação não-afixal
Forma nomes a partir de verbos.
EX.: trocar > troca, troco;
abraçar > abraço
olhar > olho
6.º ano
As METAS referem:
Distinguir regras de
formação de palavras
por composição (de
palavras e de
radicais).
Composição
Morfossintática Maldizer / Belas-artes /passatempo / passo a passo
Morfológica Ortografia / antropólogo / luso-brasileiro
Composição
Processo morfológico de formação de palavras que recorre à associação de
duas ou mais formas de base.
Composição morfológica
Associa um radical a outro(s) radical(is) ou a uma ou mais palavras.
Normalmente, surge uma vogal de ligação entre os radicais e a palavra.
Ex.: [agr] + [cultura] – agricultura
[luso] + [descendente] – lusodescendente
(compostos morfológicos)
Composição morfossintática
Associa duas ou mais palavras. A estrutura destes compostos depende da
relação sintática entre os seus elementos, o que tem consequências na
forma como são flexionados em número.
Ex.: guarda-chuva; palavra-chave; aguardente; girassol
(compostos morfossintáticos)
PALAVRA SIMPLES E PALAVRA COMPLEXA
• Palavra simples: palavra formada apenas por um radical (e, eventualmente,
por um constituinte temático) a que se poderão associar sufixos flexionais.
Exemplos:
Casa é uma palavra simples constituída pelo radical [cas] e pelo índice
temático [a].
Casas é uma palavra simples constituída pelo radical [cas], pelo índice
temático [a] e pelo sufixo de flexão de plural [s].
• Palavra complexa: palavra formada por derivação ou por composição.
Exemplos:
Infeliz é uma palavra complexa formada por derivação (constituída pelo
prefixo [in] e pelo radical [feliz]).
Surdo-mudo é uma palavra complexa formada por composição (constituída
por dois radicais: [surd] e [mud]).
5.º ano
Flexão verbal
• Conjugação verbal: em português, há três paradigmas de conjugação verbal
que se definem em função da vogal temática do verbo.
Os verbos que seguem o modelo de conjugação consideram-se regulares.
Aqueles que sofrem alterações tanto nos sufixos de flexão como nos
radicais são irregulares.
Há ainda os verbos defetivos, que apresentam uma conjugação
incompleta, pois não flexionam em todas as formas possíveis.
(Exemplos: Amanhecer, chover.)
Os verbos distribuem-se por três conjugações:
–1ª. conjugação: verbos com vogal temática [a], no infinitivo;
(Exemplo: Amar)
–2ª. conjugação: verbos com vogal temática [e], no infinitivo;
(Exemplo: Beber)
–3ª. conjugação: verbos com vogal temática [i], no infinitivo;
(Exemplo: Partir)
3.º - 4.º - 5.º - 6.º
7.º ano
3.º ano
Os verbos podem flexionar nas seguintes categorias:
Pessoa
Os verbos flexionam em três pessoas: primeira, segunda e terceira.
Esta flexão manifesta-se pela junção de um sufixo de pessoa ao radical verbal,
como se observa no quadro que se segue.
Nota: O sufixo de flexão em pessoa pode não se manifestar, como acontece na
terceira pessoa do singular do verbo amar, que se apresenta como exemplo.
Número
A flexão dos verbos em número tem dois valores: singular ou plural.
Exemplo: Ele fala (singular) / Eles falam (plural)
Tempo
Os verbos flexionam em tempo, sendo possível distinguir os seguintes
paradigmas: presente, pretérito (perfeito, imperfeito, mais-que-perfeito) e futuro.
Uma forma verbal pode ter tempos simples (com uma só forma verbal) ou
tempos compostos (o valor temporal é formado pela conjugação de um
verbo auxiliar – ter ou haver – e do particípio do verbo principal ou
copulativo).
Modo
Os verbos apresentam formas verbais finitas e não-finitas.
• Formas verbais finitas: variam em tempo, pessoa e número. Estas apresentam
as seguintes categorias: indicativo, conjuntivo, imperativo e condicional.
• Formas verbais não-finitas (não finitas):formas verbais que não variam em
tempo. Estas apresentam as seguintes categorias: gerúndio, particípio e
infinitivo (pessoal e impessoal).
Conteúdos a mobilizar em
anos posteriores
Classes de palavras: distribuição dos descritores por anos de escolaridade:
41
1.º 2.º 3.º 4.º
NÃO HÁ CONTEÚDOS
Identificar nomes. . Identificar o determinante
artigo (definido e indefinido). Identificar verbos. Identificar adjetivos.
Identificar nomes próprios e comuns.
Identificar pronomes pessoais (forma tónica).
Identificar os determinantes possessivos e os demonstrativos.
Identificar o quantificador
numeral. Identificar advérbios de negação e
de afirmação.
Identificar pronomes pessoais (forma átona), possessivos e demonstrativos.
Integrar as palavras nas classes a que
pertencem: nome: próprio e comum (coletivo); adjetivo: qualificativo e numeral; verbo; advérbio: de negação, de
afirmação, de quantidade e grau; determinante: artigo (definido e
indefinido), demonstrativo e possessivo;
pronome: pessoal, demonstrativo e possessivo;
quantificador numeral; preposição.
42
5.º 6.º 7.º 8.º 9.º
Integrar as palavras nas classes a que pertencem: nome: próprio e comum
(coletivo); adjetivo: qualificativo e
numeral; verbo: principal e auxiliar
(dos tempos compostos);
advérbio: valores semânticos – de
negação, de afirmação, de quantidade e grau, de modo, de tempo e de lugar; funções – interrogativo;
determinante: artigo (definido e indefinido), demonstrativo, possessivo;
pronome: pessoal, demonstrativo, possessivo;
quantificador numeral; preposição.
Integrar as palavras nas classes a que pertencem:
verbo: principal (intransitivo e transitivo), copulativo e auxiliar (dos tempos compostos e da passiva);
determinante interrogativo;
pronome indefinido;
interjeição.
Integrar as palavras nas classes a que pertencem:
nome: próprio e comum (coletivo); adjetivo: qualificativo e numeral; verbo principal (intransitivo,
transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto), copulativo e auxiliar (dos tempos compostos e da passiva);
advérbio: valores semânticos – de
negação, de afirmação, de quantidade e grau, de modo, de tempo, de lugar, de inclusão e de exclusão;
funções – interrogativo e conectivo;
determinante: artigo (definido e
indefinido), demonstrativo, possessivo, indefinido, relativo, interrogativo;
pronome: pessoal, demonstrativo, possessivo, indefinido, relativo;
quantificador numeral; preposição; conjunção coordenativa:
copulativa, adversativa, disjuntiva, conclusiva e explicativa;
conjunção subordinativa: causal e temporal;
locução: prepositiva e adverbial; interjeição.
Integrar as palavras nas classes a que pertencem:
conjunção subordinativa:
condicional, final, comparativa, consecutiva, concessiva e completiva;
locução conjuncional.
NÃ
O H
Á C
ON
TEÚD
OS N
OV
OS
Repetição de algumas classes
aprendidas no 4.º ano!
43
CLASSE ABERTA E CLASSE FECHADA DE PALAVRAS
• Classe aberta de palavras: classe de palavras que é constituída por um
número ilimitado de palavras e que se encontra aberta à entrada de novas
palavras. São classes abertas de palavras:
• os nomes,
• os verbos,
• os adjetivos,
• os advérbios
• as interjeições.
• Classe fechada de palavras: classe de palavras que é constituída por um
número limitado de palavras e que só muito ocasionalmente aceita novos
elementos. São classes de palavras fechadas:
• os pronomes,
• os determinantes,
• os quantificadores,
• as preposições
• as conjunções.
VERBO Classes de verbos • Verbo principal: núcleo do grupo verbal. É ele que determina o aparecimento do
sujeito ou de outros complementos na frase.
Em função dos seus complementos, o verbo principal pode ser considerado:
– verbo intransitivo: não tem complementos;
(Exemplo: Eu estudo)
– verbo transitivo direto: tem complemento direto;
(Exemplo: Eu como um bolo)
– verbo transitivo indireto: tem complemento indireto ou oblíquo;
(Exemplos: Eu telefonei ao João / Eu vou a Lisboa)
– verbo transitivo direto e indireto: tem complemento direto e indireto ou oblíquo;
(Exemplos: Eu dei um livro ao Pedro / Eu pus a carne no forno)
• Verbo copulativo: verbo que liga o sujeito ao predicativo do sujeito.
(Exemplos: ser, estar, permanecer, ficar, parecer, …)
• Verbo auxiliar: verbo que surge antes de um verbo principal ou de um verbo
copulativo.
Este verbo não determina o sujeito ou os complementos que aparecerão na frase.
(Exemplos: ter, ser, ir, estar a, ficar a, …)
5.º - 6.º
5.º
5.º
- 6
.º -
7.º
ADJETIVO Classes de adjetivos • Adjetivo qualificativo: atribui uma qualidade ao nome; é graduável (compatível com advérbios de quantidade), variando em
grau. Exemplo: Rapaz lindo – muito lindo – lindíssimo • Adjetivo numeral: integra os numerais ordinais; surge em posição anterior ao nome, sendo antecedido de um artigo
definido. Exemplo: A primeira tarefa • Adjetivo relacional: não é graduável, logo, não varia em grau; normalmente, pode ser substituído por expressões como “de + nome” , ou
“relacionado com nome”. Exemplo: Leitura astral – dos astros – relacionada com os astros.
4.º
o adjetivo
relacional não
surge nas
METAS, mas
aparece nos
PROGRAMAS.
ADVÉRBIO Classes de advérbios
• Advérbio de predicado:
surge no interior do grupo verbal (enquanto complemento oblíquo ou modificador).
Identifica-se por ser integrado em construções negativas e interrogativas (no que
se distingue do advérbio de frase).
Exemplo: O João respondeu claramente.
Negação: O João respondeu não claramente (mas confusamente).
Interrogação: Foi claramente que o João respondeu?
Os advérbios de predicado podem ter diferentes valores:
– valor temporal;
(Exemplo: O João chegou hoje.)
– valor espacial;
(Exemplo: O João mora ali.)
– valor modal.
(Exemplo: O João lê calmamente.)
5.º
• Advérbio de negação: o único advérbio de negação é não. Este surge à
esquerda do elemento negado, podendo este ser todo o grupo verbal ou
apenas um constituinte do grupo verbal.
Exemplos: O João não lê revistas desportivas.
O João lê não revistas desportivas, mas revistas de cinema.
Nunca não é referido com advérbio de negação. Nunca e jamais devem ser
classificados como advérbios de predicado com valor temporal
• Advérbio de afirmação: utilizado em respostas a interrogativas totais ou no interior
de uma frase, para reforçar o valor afirmativo de um grupo de palavras. Neste caso,
o advérbio reforça o valor afirmativo da frase.
Exemplos: Queres vir ao cinema? Sim.
O João não gosta de ver o filme, mas sim de ler o livro.
3.º
3.º
• Polaridade afirmativa e polaridade negativa
A polaridade é estudada no âmbito da Semântica.
O termo polaridade refere-se ao valor afirmativo ou negativo de um enunciado.
A negação e a afirmação não são propriedades inerentes à frase; são valores que
podem afetar o predicado ou apenas um sintagma.
A polaridade negativa pode ser expressa através do advérbio de negação ou de outras
palavras ou expressões com valor negativo, como nenhum, ninguém, nem, sem,
nada.
Exemplo: A Tânia gosta de gelados.
A afirmação não exige a presença de nenhum operador específico. Diz-se então que a
frase tem polaridade afirmativa.
Exemplo: Ela nunca comeu gelados.
49
• Advérbio interrogativo: identifica a palavra interrogada numa frase interrogativa.
Exemplo: Quando queres partir?
5.º
• Advérbio de quantidade e grau: dá informação sobre grau ou quantidade do elemento
sobre o qual incide. Este advérbio pode ocorrer no interior do grupo verbal ou no interior
de um grupo adjetival ou adverbial. Quando associado a advérbios ou a adjetivos pode
contribuir para formar o grau.
Exemplos: O João come muito. (modificador do grupo verbal)
O João está pouco feliz. (modificador do adjetivo)
O João lê demasiadamente depressa. (modificador do advérbio)
O João é o mais estudioso da turma. (grau do adjetivo)
INTERJEIÇÃO A interjeição tem a função de exprimir a atitude / os sentimentos do locutor.
6.º
PRONOME O pronome ocupa na frase o espaço do nome. Nalguns casos, o pronome substitui o nome
ou, no texto, refere-se a um nome que surgiu anteriormente (ou que surgirá
posteriormente).
Os pronomes pessoais e possessivos apontam para as pessoas do discurso (Eu, nós, tu,
vós, meu, nosso).
O pronome distingue-se do determinante porque, enquanto este acompanha um nome,
ele surge isolado na frase.
Classes do pronome
• Pronomes pessoais
Referem-se:
– aos participantes no discurso;
– a um grupo de palavras (anterior ou posterior no texto);
– a uma referência fora do texto.
Não podem ser antecedidos de um determinante
3.º - 4.º
• Pronomes demonstrativos
Apontam para uma referência fora do texto ou para uma palavra ou grupo de palavras
dentro do texto. Localizam elementos (perto, longe, …).
• Pronomes possessivos
Apontam para uma referência fora do texto ou para uma palavra ou grupo de palavras
dentro do texto. Estabelecem uma relação com um valor de posse entre elementos. São
geralmente antecedidos de um artigo definido.
3.º - 4.º - 5.º
3.º - 4.º - 5.º
• Pronomes indefinidos
Têm um valor não definido, vago, não específico. 6.º
DETERMINANTE Classe de palavras que, normalmente, acompanha o nome, contribuindo para construir o
valor de referência do nome.
Classes dos determinantes Os determinantes incluem as seguintes subclasses:
• Determinante artigo
– Definido: tem um valor definido. Acompanha o nome ou o determinante possessivo.
– Indefinido: tem um valor indefinido. Acompanha o nome (exceto os nomes próprios) ou
o determinante possessivo. • Determinante demonstrativo
Acompanha o nome, localizando-o.
2.º
3.º - 4.º - 5.º
• Determinante possessivo
É precedido por um artigo ou por um demonstrativo e acompanha o nome com um
valor de posse.
• Determinante interrogativo
Coloca-se junto de um nome em construções interrogativas.
3.º - 4.º - 5.º
6.º
QUANTIFICADOR Classe de palavras que acompanha o nome, dando informações que apontam para o
número, a quantidade ou parte da realidade referida.
• Quantificador numeral
Quantificador que expressa:
– uma quantidade numérica inteira precisa
(corresponde ao numeral cardinal);
Exemplo: Cinco alunos.
– um múltiplo de uma quantidade
(corresponde ao numeral multiplicativo);
Exemplo: O triplo dos alunos.
– uma fração precisa de uma quantidade
(corresponde ao numeral fracionário).
Exemplo: Um terço dos alunos .
4.º - 5.º
As metas não
referem os
quantificadores
existenciais e
universais
PREPOSIÇÃO Palavras invariáveis que exprimem relações entre dois elementos de uma frase. As
preposições podem ter como complemento:
– um grupo nominal;
(Exemplo: Ele gosta da casa.)
– um grupo adverbial.
(Exemplo: Vem até cá.)
7.º
Sintaxe: distribuição dos descritores por anos de escolaridade:
58
1.º 2.º 3.º 4.º
Não há conteúdos Não há conteúdos Identificar os seguintes tipos de
frase: declarativa, interrogativa e exclamativa.
Distinguir frase afirmativa de negativa.
Identificar marcas do discurso direto no modo escrito.
Identificar o tipo de frase imperativa.
Distinguir discurso direto de discurso indireto.
Substituir nomes pelos
correspondentes pronomes pessoais.
Relacionar os pronomes pessoais com os nomes que substituem.
Identificar as seguintes funções
sintáticas: sujeito e predicado.
59
5.º 6.º 7.º 8.º 9.º Aplicar regras de
utilização do pronome pessoal em adjacência verbal, colocando corretamente os pronomes átonos em frases afirmativas e negativas.
Identificar as seguintes funções sintáticas:
sujeito (simples e
composto), vocativo, predicado, complemento direto, complemento indireto.
Aplicar regras de utilização do pronome pessoal em adjacência verbal, colocando-o corretamente nas seguintes situações: em frases que contêm uma palavra negativa; em frases iniciadas por determinantes e advérbios interrogativos.
Identificar as seguintes
funções sintáticas:
complemento oblíquo, complemento agente da
passiva, predicativo do sujeito, modificador. Substituir o
complemento direto e o indireto pelos pronomes correspondentes.
Aplicar regras de utilização do pronome pessoal em adjacência verbal: em frases afirmativas; em frases que contêm uma palavra negativa; em frases iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos; com verbos antecedidos de certos advérbios (bem, mal, ainda, já, sempre, só, talvez…).
Consolidar o conhecimento sobre as funções sintáticas estudadas no ciclo anterior:
sujeito, vocativo, predicado, complemento direto, complemento indireto, complemento oblíquo, complemento agente da
passiva, predicativo do sujeito, modificador.
Aplicar as regras de utilização do pronome pessoal em adjacência verbal: em orações subordinadas; na conjugação do futuro e do condicional.
Identificar as funções
sintáticas :
de modificador do nome
restritivo e apositivo.
Sistematizar as regras de utilização do pronome pessoal em adjacência verbal em todas as situações.
• Consolidar o
conhecimento de todas as funções sintáticas.
60
5.º 6.º 7.º 8.º 9.º
Transformar frases ativas em frases passivas e vice-versa.
Transformar discurso direto em discurso indireto e vice-versa, quer no modo oral quer no modo escrito.
Distinguir frase complexa de frase simples.
• Identificar o sujeito
subentendido e o sujeito indeterminado.
Transformar frases ativas em frases passivas e vice-versa (consolidação).
Transformar discurso direto em indireto e vice-versa (todas as situações).
Identificar processos de coordenação entre orações: orações coordenadas
copulativas (sindéticas e assindéticas),
adversativas, disjuntivas, conclusivas explicativas.
Identificar processos de subordinação entre orações:
subordinadas adverbiais causais e temporais;
subordinadas adjetivas
relativas.
Identificar processos de subordinação entre orações:
subordinadas adverbiais condicionais, finais, comparativas, consecutivas e concessivas;
subordinadas substantivas completivas (função de complemento direto).
Estabelecer relações de
subordinação entre orações, identificando os elementos de que dependem as orações
subordinadas.
• Identificar orações
substantivas relativas.
Dividir e classificar orações.
61
62
Tipos de frase
• Frase declarativa
Frase em que o locutor faz uma afirmação (asserção).
Exemplos: Hoje está a chover.
Gosto imenso de chocolate.
• Frase interrogativa
Frase em que o locutor faz uma pergunta, tendo como objetivo solicitar uma informação
ou levar à execução de uma ação.
Exemplos: Como se chama esta rua?
Passas-me o sal?
• Frase exclamativa
Frase em que o locutor expressa um sentimento.
Exemplos: Que belo dia!
Consegui passar no exame!
Estou a ficar zangado!
• Frase imperativa
Frase em que o locutor expressa uma ordem ou um pedido do falante.
Exemplos: Dá cá o livro!
Fecha a janela!
3.º
4.º
63
METAS – SINTAXE (p.26) Analisar e estruturar unidades sintáticas.
Distinguir frase afirmativa de negativa.
3.º
No Dicionário Terminológico não há referência a frases afirmativas/negativas.
B. Linguística Descritiva
B.6. Semântica
B.6.1. Conteúdo proposicional
Polaridade
Valor afirmativo ou negativo de um enunciado. A polaridade negativa pode ser expressa
através do advérbio de negação (i) ou de outras palavras ou expressões com valor
negativo (ii v).
Exemplos:
(i) O João não voltou. (ii) Ninguém veio. (iii) Nada se decidiu. (iv) Eles nunca foram ao teatro. (v) Cansado como estou, eu quero lá ir ao cinema hoje!
64
Formas de frase
• Frase ativa
Frase que se opõe à frase passiva. É construída com verbos transitivos diretos,
transitivos
diretos e indiretos ou transitivos predicativos. Frase em que o sujeito é entendido como
agente da ação.
Exemplo: O João come uma maçã.
• Frase passiva
Frase que se opõe à frase ativa e na qual o verbo é conjugado com o auxiliar ser. Nesta
frase
o complemento é apresentado como sujeito.
Exemplo: A maçã é comida pelo João.
6.º
65
Frase ativa: indica que o sujeito pratica a ação expressa pelo verbo.
Frase passiva: indica que o sujeito recebe a ação expressa pelo verbo.
(Sujeito) (Verbo) (Complemento direto)
O rato roeu a rolha
A rolha foi roída pelo rato
(Sujeito) (Verbo-voz passiva) (Agente da
passiva)
Nota: na passagem da frase ativa para a frase passiva, verificamos que:
• O sujeito passa a agente da passiva, regido pela preposição “por” simples ou
contraída – pelo, pela, pelos, pelas (ou, mais raramente, pela preposição “de”).
• O complemento direto passa a sujeito da frase passiva.
• O verbo constrói-se na forma passiva, usando como auxiliar o verbo ser (no tempo
em que estiver o verbo da ativa), acompanhado do particípio passado do verbo
principal.
66
DISCURSO DIRETO
As personagens falam diretamente umas com as outras, em diálogo.
Cada fala constitui um parágrafo, introduzido por um travessão.
DISCURSO INDIRETO
As personagens não falam diretamente, mas através de um narrador. No exemplo, a
Mafaldinha narra a conversa que teve com o seu amigo.
Na segunda-feira o Manelinho
contou-me que não fizera os
trabalhos de casa no dia
anterior e que esperava não
ficar de castigo.
3.º
Conteúdos a mobilizar em
anos posteriores
67
No discurso direto as falas são introduzidas por parágrafo e travessão
(por vezes as aspas podem substituir o travessão).
Já o discurso indireto, o narrador introduz a fala da personagem por um verbo
declarativo, seguido de “que” ou “se”.
Alguns verbos que introduzem o discurso direto:
•aconselhar •acrescentar •advertir •afirmar •ameaçar •anunciar •aprovar •argumentar •articular •avisar •balbuciar •berrar •comentar •concluir concordar •confessar •confidenciar •contar •continuar
•defender-se •demonstrar •desculpar-se •discordar •duvidar •exclamar •exigir •explicar •falar •garantir •gemer •gritar •hesitar •implorar •indagar •informar •inquirir •insistir •interrogar •interromper
•jurar •justificar •lamentar-se •murmurar •negar •observar •ordenar •pedir •pensar •perguntar •procurar •prosseguir •protestar •queixar-se •ralhar •rebater •reconhecer •recordar •repetir •replicar
•resmungar •responder •retorquir •ripostar •rogar •saudar •segredar •solicitar •sonhar •suspirar •sussurrar •tornar •tranquilizar •troçar •vociferar •zangar – se
68
Discurso direto Discurso indireto
Tempos e modos: Presente Perfeito Futuro (Indicativo) Futuro (Conjuntivo) Imperativo
Tempos e modos: Imperfeito Mais-que-perfeito Condicional Imperfeito (Conjuntivo) Conjuntivo
Demonstrativos: Este, esta, isto, … Esse, essa, isso, …
Demonstrativos: Aquele, aquela, aquilo, …
Advérbios: • Valor de tempo: agora, já hoje,
ontem Amanhã logo Valor de lugar: aqui, cá
Advérbios: Valor de tempo: então, naquele
momento, logo, imediatamente, naquele dia, no dia, anterior, na véspera, no dia seguinte, depois
Valor de lugar: ali, além, acolá, lá
Vocativo Desaparece ou passa a complemento indireto
69
FUNÇÕES SINTÁTICAS As funções sintáticas têm lugar no interior da frase e podem ocorrer em
diferentes
planos;
• Ao nível da frase;
• Internas ao grupo verbal;
• Internas ao grupo nominal.
Funções sintáticas ao nível da frase
Sujeito
Predicado
Vocativo
Modificador de frase
NOTA: As tabelas apresentadas definem os anos onde devem ser lecionadas as diferentes funções sintáticas, mas, como é óbvio, deverão ser trabalhadas todas em frases de dificuldade acrescida !
4.º
5.º
As metas
referem apenas
“modificador” no
6.º e 7.º e
“modificador do
nome” no 8.º.
70
71
SUJEITO é o elemento da frase acerca do qual se faz uma declaração ou aquele
que pratica a ação.
Para identificar o sujeito numa frase pergunta-se ao verbo da oração “QUEM?” ou “O
QUÊ/O QUE?” A resposta obtida é o sujeito da oração.
EX: O João trabalha muito.
• QUEM trabalha?
• O João (sujeito)/(ele)
EX:A mesa é linda.
• O QUE é linda?
• A mesa (sujeito)/(ela)
O sujeito é constituído por uma só palavra ou por um grupo de palavras a que
chamamos grupo nominal.
Neste grupo a palavra mais importante (núcleo) é um nome ou palavra equivalente:
pronome.
72
Os diferentes tipos de sujeito
1. Simples: O rato comeu o queijo todo.
2. Composto: O gato e o rato correram a casa toda.
3. Nulo:
• Subentendido
Estudei todo o dia. (EU)
• Indeterminado
Fala-se muito sobre o Ambiente. (Quem fala?)
• Expletivo
Chove em todo o país.
Relampeja no Norte.
Há muita água lá fora. (verbos impessoais) As metas
referem apenas
“ sujeito
subentendido e
sujeito
indeterminado”.
73
• PREDICADO Função sintática desempenhada pelo grupo verbal.
Exemplos: A Maria deu flores à mãe ontem.
Espantosamente, o rato escapou do gato
• VOCATIVO Função sintática desempenhada por um constituinte que se utiliza quando se chama
alguém ou quando se invoca algo ou alguém, a quem se dirige o discurso.
Exemplos: Ó Maria, vem cá.
Eu queria, ó vento, sentir a tua força!
Eu penso, Maria, que tu és a minha luz.
• MODIFICADOR DE FRASE Função sintática desempenhada por constituintes não selecionados por nenhum
elemento do grupo sintático de que fazem parte. Por não serem selecionados, a sua
omissão geralmente não afeta a gramaticalidade de uma frase.
Exemplos: Felizmente, vou ficar em casa.
74
Funções sintáticas internas ao grupo
verbal
Complementos
Complemento direto
Complemento indireto
Complemento oblíquo
Complemento agente da passiva
Predicativo do sujeito
Predicativo do complemento
direto
Modificador do grupo verbal
As metas não referem o “predicativo do complemento direto”
5.º
5.º
6.º-7.º
6.º-7.º
6.º-7.º
6.º-7.º
75
76
• COMPLEMENTO DIRETO Função sintática desempenhada pelo complemento exigido pelo verbo, que pode ser
substituído pelo pronome pessoal na forma acusativa: -o(s)/-a(s).
Exemplos: Ele rasgou a carta./ Ele rasgou-a.
A Maria confessou que se perdeu. / A Maria confessou-o.
• COMPLEMENTO INDIRETO Função sintática desempenhada por um complemento preposicional exigido pelo
verbo, que pode ser substituído pelo pronome pessoal na forma dativa: -lhe, -lhes.
Exemplos: O Pedro telefonou à mãe. / O Pedro telefonou-lhe.
A Sofia deu uma prenda à prima. / A Sofia deu-lhe uma prenda.
• COMPLEMENTO AGENTE DA PASSIVA Função sintática desempenhada por um grupo preposicional introduzido pela
preposição por, numa frase passiva. O complemento agente da passiva corresponde
ao sujeito numa frase ativa.
Exemplo: A maçã foi comida pelo João.
77
COMPLEMENTO OBLÍQUO
Complemento selecionado pelo verbo, que pode ter uma das seguintes
formas:
- grupo preposicional que não é substituível pelo pronome pessoal na sua
forma dativa ("lhe" / "lhes") (i-ii).
- grupo adverbial (iii).
- a coordenação de qualquer uma destas formas (por exemplo (iv)).
Exemplos:
(i) O João foi [a Nova Iorque].
*O João foi-lhe.
(ii) O João gosta [de bolos].
*O João gosta-lhes.
(iii) O João mora [aqui].
(iv) O João vive [aqui ou em Lisboa]?
Um complemento oblíquo pode ter diferentes valores semânticos,
conforme exemplificado em (i) e (ii).
78
• PREDICATIVO DO SUJEITO Função sintática desempenhada por um grupo de palavras (grupo nominal,
grupo adjetival, grupo preposicional e grupo adverbial) que surge em frases
com verbo copulativo.
Exemplos: O João é médico.
A meninas ficaram felizes.
Os alunos estão na sala de aulas. A minha casa fica aqui.
• MODIFICADOR (DO GRUPO VERBAL) Função sintática desempenhada por elementos da frase não exigidos pelo verbo.
Trata-se de um grupo de palavras que não é essencial ao verbo para que este complete
o seu sentido, pelo que pode ser omitido da frase.
Exemplos: Joaquim rezou alto.
O João está em casa desde ontem.
A Maria gosta de estudar em casa.
79
FRASE SIMPLES E COMPLEXA As frases podem ser simples ou complexas, no que respeita ao número de orações
que as compõem.
Frase simples
Frase constituída por um único verbo principal ou copulativo.
Exemplo: O João vai ao cinema.
Frase complexa
Frase constituída por dois ou mais verbos principais ou copulativos. Estas frases
são, assim, compostas por duas ou mais orações.
Exemplos: O João vai ao cinema e a Maria fica em casa.
O João vai ao cinema porque não quer perder aquele filme.
NOTA: As frases complexas podem articular-se por coordenação ou por
subordinação.
80
Coordenação
Construção de coordenação cujos membros não iniciais são
introduzidos por uma conjunção.
Exemplos:
-frase complexa formada por coordenação em que pelo menos uma das
orações coordenadas é introduzida por conjunção:
(i) O João foi à escola e a Teresa ficou em casa.
- construção de coordenação não envolvendo frases em que pelo
menos um dos elementos coordenados é introduzido por uma
conjunção:
(ii) A Eva partiu um copo e um prato.
7.º
81
Construção de coordenação cujos membros não iniciais não são
introduzidos por uma conjunção.
Exemplos:
-frase complexa formada por coordenação em que nenhuma das orações
coordenadas é introduzida por conjunção:
[O João foi à escola], [a Teresa ficou em casa].
- construção de coordenação não frásica em que os elementos coordenados
não são introduzidos por uma conjunção:
A Eva partiu [um copo], [um prato]...
82
83
84
Palavra, constituinte ou frase de que depende uma oração subordinada.
Exemplos
Na frase (i) o verbo "prometeu" é o elemento subordinante da oração subordinada
"que me ia comprar um carro".
(i) O meu pai prometeu que me ia comprar o carro.
Na frase (ii), o nome "hipótese" é o elemento subordinante da oração subordinada
"de te ires embora".
(ii) A hipótese de te ires embora agrada-me.
Na frase (iii), a frase "Eu compro um carro" é o elemento subordinante de que
depende a oração subordinada "quando tu me deixares".
(iii) Eu compro um carro, quando tu me deixares.
85
No Dicionário Terminológico não há referência a oração subordinante.
Note-se que a subordinação é recursiva, podendo encontrar-se uma subordinada
dentro de outra subordinada, desde que haja vários elementos subordinantes.
Veja-se o seguinte caso:
O João disse [ que a Maria contou [que o Miguel mentiu ao Pedro]].
Neste caso, "disse" será o verbo subordinante da subordinada [que a Maria contou
que o Miguel mentiu ao Pedro]. Acontece que a subordinada, neste caso, também
contém um verbo subordinante. Assim, "contou" será o verbo subordinante da
subordinada [que o Miguel mentiu ao Pedro].
Conforme se explicita nos exemplos, nem sempre uma oração subordinada depende
de uma frase completa. Em “o João disse que vai chover”, a oração subordinada
depende da existência do verbo “disse”. O fragmento “o João disse” não constitui um
domínio de predicação completo, pelo que não faz sentido falar-se de oração
subordinante neste contexto. Já no caso de “Quando chegares, telefono-te”, a frase
“telefono-te” é uma frase completa, pelo que, neste caso, toda a frase é subordinante
em relação à oração subordinada adverbial “quando chegares”.
Metas
G7- Identificar oração subordinante
86
Oração subordinada que é sujeito ou complemento de um verbo (i), nome (ii) ou
adjetivo (iii).
Exemplos
(i) (a) O Manuel quer [comer bolo]. - a oração substantiva é complemento direto do
verbo “querer”
(b) Surpreende-me [que esteja a chover]. - a oração substantiva é sujeito de
“surpreender”
(ii) A decisão [de invadir aquele país] foi absurda. - a oração substantiva é
complemento do nome "decisão“
(iii) Esta porta é fácil [de abrir] - a oração substantiva é complemento do adjectivo
"fácil".
87
Oração subordinada substantiva que é sujeito ou complemento de um verbo, nome ou
adjetivo, podendo ser introduzida pelas conjunções subordinativas completivas "que"
(i), "se" (ii) e "para" (iii).
As subordinadas substantivas completivas podem ser finitas ou não finitas (iv),
consoante o verbo se encontre numa forma verbal finita ou não finita.
Exemplos
(i) O Luís disse [que desejava cantar].
(ii) A mãe perguntou [se queremos jantar já].
(iii) A professora pediu [para sair mais tarde].
(iv) O Manuel afirmou [adorar música chilena].
Nas metas apenas
se menciona
“subordinadas
substantivas
completivas (função
de complemento
direto)“, no 8.º ano.
88
Oração subordinada substantiva que é introduzida por pronomes relativos como os
listados em (i) e que pode ocorrer no mesmo contexto em que ocorrem constituintes
que desempenham as funções sintáticas de sujeito (ii), de complemento direto (iii), de
complemento indireto (iv), de complemento oblíquo (v) e de modificador do grupo verbal
(vi). As subordinadas substantivas relativas podem ser finitas ou não finitas, consoante
o verbo se encontre numa forma verbal finita ou não finita.
Exemplos
(i) quem, o que, onde, quanto.
(ii) [Quem vai ao mar] perde o lugar.
(iii) O Luís procura [quem o ajude na escola].
(iv) O Pedro pede dinheiro a [quem tiver].
(v) O avô precisa de [quem cuide dele].
(vi) Ela compra roupa [onde calha].
Nas metas apenas se
menciona “Identificar
orações substantivas
relativas. “, no 9.º ano.
89
Oração subordinada que desempenha uma função sintática própria de um adjetivo,
conforme (i) e (ii).
Exemplos
(i) Os alunos [que estudam] têm bons resultados.
(ii) Os alunos [estudiosos] têm bons resultados.
Nas frases (i) e (ii), a relativa "que estudam" e o adjetivo "estudiosos" estão a
modificar o nome "alunos“.
As orações subordinadas adjetivas apresentadas nos exemplos exercem a função
sintática de modificadores restritivos (iii) e apositivos (iv).
As subordinadas adjetivas podem ser relativas ou gerundivas.
Exemplos
(iii) Os homens [que assaltaram a minha casa] eram assustadores.
(iv) Os homens, que são mamíferos, têm semelhanças com os chimpanzés.
Algumas orações gerundivas são subordinadas adjetivas, uma vez que desempenham a
função de modificadores do nome (v).
(v) Os livros [contendo erratas] devem ser postos fora do mercado.
A gerundiva destacada em (v) está a modificar o nome "livros".
7.º
90
Oração subordinada adjetiva relativa, introduzida pelas palavras relativas em (i), que
tem a função de restringir a informação dada sobre o antecedente, ou seja, de
identificar a parte ou a entidade precisa do domínio denotado pelo antecedente (ii).
As relativas restritivas desempenham a função sintática de modificador restritivo (iii).
Exemplos
(i) "que", "quem", "o qual" ("os quais", "a qual", "as quais"), "cujo" ("cujos", "cuja",
"cujas"), "quanto" ("quantos", "quantas") e "onde".
(ii) Os poemas [que foram escritos por Neruda] são património da humanidade (=
do conjunto de todos os poemas, o subconjunto constituído pelos da autoria de
Neruda é património da humanidade)
(iii) Os meus alunos [que estudam] têm boas notas. (= do conjunto de todos os
meus alunos, têm boa nota os que estudam)
G7- Identificar processos de subordinação entre
orações:
a) subordinadas adverbiais causais e temporais;
b) subordinadas adjetivas relativas.
Nas metas apenas
se menciona
“orações adjetivas
relativas. “, no 7.º
ano.
91
Oração subordinada adjetiva relativa, introduzida pelas palavras relativas em (i),
que contribui com informação adicional sobre o antecedente. Nas frases com
relativas explicativas, a denotação do antecedente do pronome relativo é a mesma,
independentemente da presença da relativa, como a comparação entre (ii) e (iii)
mostra.
Exemplos
(i) "que", "quem", "o qual" ("os quais", "a qual", "as quais"), "cujo" ("cujos", "cuja",
"cujas"), "quanto" e "onde".
(ii) A literatura, [que é imortal], encanta os estudantes. (= o conjunto de todas as
entidades denotadas como literatura é imortal e encanta os estudantes)
(iii) A literatura encanta os estudantes. (= o conjunto de todas as entidades
denotadas como literatura encanta os estudantes)
92
As relativas explicativas desempenham a função sintática de modificadores
apositivos (iv).
Algumas relativas explicativas são introduzidas por um pronome relativo que retoma
semanticamente o conteúdo de uma frase, desempenhando, nesses casos, a função
de modificadores da frase (v).
Exemplos
(iv) O escritor, [que nasceu no Brasil], ganhou o prémio Nobel.
(a relativa está a modificar o nome "o escritor")
(v) O escritor ganhou o prémio Nobel, [o que envaideceu a sua família].
A relativa está a modificar toda a frase que a antecede, exprimindo uma propriedade
que qualifica o evento descrito pela frase subordinante, ou seja, a propriedade
"envaidecer toda a família" modifica o evento "o escritor ter ganho o prémio Nobel“.
As relativas explicativas podem ser parafraseadas por qualquer modificador
apositivo, como se verifica em (vi) e (vii).
Por essa razão, as explicativas são também denominadas apositivas.
Exemplos
(vi) A literatura, [que é imortal], encanta os estudantes.
(vii) A literatura, [arte imortal], encanta os estudantes.
93
Oração subordinada que desempenha a função sintática de modificador da frase ou do
grupo verbal.
Exemplos
-Subordinadas adverbiais que modificam o grupo verbal:
(i) Usavas o cabelo comprido [quando te conheci].
(ii) Queria convidar-te a ir a minha casa [para te mostrar as fotografias].
- Subordinadas adverbiais que modificam a frase:
(iii) A Teresa perde outro ano, [se não estudar].
(iv) A Teresa consegue passar, [embora não estude].
94
Subordinada adverbial que exprime a razão, o motivo (a causa) do evento descrito na
subordinante ou que apresenta uma justificação para o que é expresso na subordinante.
As subordinadas causais podem ser finitas ou não finitas.
Exemplos
Subordinadas causais finitas:
(i) [Como a Maria estava doente], o João não quis sair.
(ii) Vem depressa para casa, [porque o jantar está na mesa].
Subordinadas causais não finitas:
- Infinitivas:
(iii) Eles não vêm à festa [visto estarem com sarampo].
(iv) [Por perder o comboio], chegou três horas atrasada.
(v) [À força de insistir], consegui a informação.
- Participial:
(vi) [Descoberta a epidemia de sarampo], a população foi posta de sobreaviso. (= a
população foi posta de sobreaviso, visto ter sido descoberta a epidemia de sarampo)
- Gerundiva:
(vii) [Estando os miúdos com sarampo], é possível que os pais não venham à festa. (= é
possível que os pais não venham à festa, visto que os miúdos estão com sarampo)
95
Subordinada adverbial que exprime o propósito, a intenção (finalidade) da realização
da situação descrita na subordinante.
As subordinadas finais podem ser finitas ou não finitas.
Exemplos
Subordinada final finita:
(i) [Para que a minha filha ficasse contente], convidei o Pedro.
Subordinada final não finita:
- Infinitiva:
(ii) Vieram [para ver o filme].
8.º
96
Subordinada adverbial que estabelece a referência temporal em relação à qual a
subordinante é interpretada. As subordinadas temporais podem ser finitas ou não finitas.
Exemplos
Subordinadas temporais finitas:
(i) [Quando acabar o trabalho], vou ao cinema.
(ii) A Teresa, [assim que acabou o trabalho], foi ao cinema.
Subordinadas temporais não finitas:
- Infinitiva:
(iii) [Até acabares o trabalho], a nossa vida vai ser complicada.
- Participiais:
(iv) [Uma vez conquistada a cidade], as tropas partiram.
(v) [Batidas as claras], deve juntar-se a baunilha.
- Gerundivas:
(vi) [Tendo devorado uma caixa de chocolates], acabei o trabalho.
(vii) [Chegando a casa], cruzei-me com a minha prima.
(viii) [Em chegando a casa], telefono-te.
7.º
97
Subordinada adverbial que transmite uma ideia de contraste face a um pressuposto
expresso ou implícito na subordinante. Estas subordinadas podem ter valores factuais
((i), (iii)) ou condicionais (ii).
Exemplos
Subordinadas concessivas finitas
(i) A Maria, [embora tenha fome], não é capaz de comer.
(ii) [Mesmo se tiver fome], não serei capaz de comer.
Subordinadas concessivas não finitas:
Infinitiva:
(iii) [Apesar de ter fome], a Maria não é capaz de comer.
Gerundiva:
(iv) [Mesmo gostando de feijoada], hoje não vou a tua casa.
Participial:
(vi) Mesmo arrumada, a casa parece um caos.
8.º
98
Subordinada adverbial que exprime a condição em que se verifica o facto expresso pela
proposição contida na subordinante.
Do ponto de vista semântico, as condicionais podem ser classificadas em três tipos:
factuais ou reais; hipotéticas; contra factuais ou irreais.
Exemplos
Subordinadas condicionais finitas:
(i) [Se comeste chocolate], tinhas fome. (factual)
(ii) [Se comer chocolate], fico com alergia. (hipotética)
(iii) [Se comesse chocolate], ficaria com alergia. (contra factual)
Subordinada condicional não finita:
- Infinitiva:
(iv) [A acreditar no que ele diz], ela mentiu. (hipotética)
- Participial:
(v) [Destruídos os moldes], não será possível reconstruir a peça. (hipotética)
- Gerundiva:
(vi) [Participando nessa exposição], estarás lançado como artista. (hipotética)
As condicionais podem ser utilizadas para veicular outros valores semânticos, como
dúvida (i) ou alternativa (ii):
(i) Se és tão amigo dele, empresta-lhe o dinheiro.
(ii) Se havia de ficar em casa, fui antes para o cinema.
8.º
99
Subordinada adverbial que exprime o grau e que, por essa razão, é considerada uma
construção de graduação (tal como acontece com as subordinadas consecutivas).
As subordinadas comparativas são frequentemente construções elípticas, isto é,
construções em que algo está elidido, nomeadamente, a forma verbal ou o grupo verbal
na oração subordinada.
Exemplos
(i) O meu bolo é mais doce [do que o teu]. (= do que o teu é doce)
(ii) Esta casa é mais bonita [do que a outra].(= do que a outra é bonita)
(iii) Ela dança tão bem [como canta].
(iv) Ela está a envelhecer mais [do que a própria mãe]. (= do que a própria mãe está
a envelhecer)
(v) A Rute comprou mais discos [do que livros]. (= do que comprou livros)
(vi) Ele nada mais [do que eu corro].
As subordinadas comparativas diferem claramente dos outros tipos de subordinadas
adverbiais, já que:
(a) muitas vezes, parecem relacionar-se especificamente com um elemento da
subordinante e não com toda a subordinante;
(b) não têm geralmente muita mobilidade na frase:
(vii) Comprei mais livros [do que tu].
(viii) *[Do que tu], comprei mais livros.
8.º
100
Subordinada adverbial que exprime a consequência de um facto apresentado na
subordinante; em alguns casos, exprime-se a consequência do grau em se verifica dado
facto apresentado na subordinante.
Na medida em que podem exprimir o grau, as consecutivas são, como as comparativas,
consideradas construções de graduação.
Exemplos
Subordinadas consecutivas finitas:
(i) Ele é tão gordo [que partiu a cadeira].
(ii) A festa foi tal [que durou até de madrugada].
(iii) Correu tão depressa [que tropeçou].
(iv) Comi tanto ao almoço [que acho que não vou jantar].
Subordinada consecutiva não finita:
- Infinitiva:
(v) Ele foi estúpido [a ponto de deixar a escola].
As subordinadas consecutivas diferem claramente dos outros tipos de subordinadas
adverbiais, já que:
(i) muitas vezes, modificam especificamente um elemento da subordinante e não toda a
subordinante;
(ii) não têm geralmente muita mobilidade na frase:
(vi) Ele é tão grande [que bate com a cabeça nas portas].
(vii) *[Que bate com a cabeça nas portas], ele é tão grande.
8.º
101
Regras de utilização do pronome pessoal em adjacência verbal
Em português europeu, o pronome pessoal (complemento direto e complemento
indireto), geralmente, situa-se a seguir à forma verbal, ligando-se a esta por um
hífen:
Ex: O Mário comeu a maçã.
O Mário comeu-a.
No entanto, o pronome coloca-se antes do verbo nas seguintes situações:
A. Nas frases negativas:
Ex: Não lhe dês o livro.
Nunca o dês à Ana
.
B. Quando iniciada por pronomes ou advérbios interrogaivos
Ex:Quem os acompanha?
Quando nos veremos?
Conteúdo a
mobilizar em anos
posteriores.
Surge desde o 5.º
ano, com
dificuldade
acrescida.
102
Regras de colocação do pronome em adjacência verbal:
1. O pronome pessoal (complemento direto e complemento indireto) situa-se a
seguir à forma verbal, ligando-se a esta por um hífen.
Ex: O Mário comeu a maçã.
O Mário comeu-a.
2. Por razões que se relacionam com a evolução da língua, os pronomes pessoais
podem apresentar outras formas quando surgem depois de: r, s, z (que
desaparecem), passam a lo, la, los, las.
Ex: Tu amas +a = Tu ama-la.
3. Ditongo ou vogal nasal, passam a no, na, nos, nas.
Ex: Elas acompanham-na.
3. Por vezes, os pronomes pessoais, nas formas de complemento direto e indireto,
associam-se numa mesma forma.
Ex: Ela lavou as mãos aos filhos – Ela lavou-lhas (lhes + as)
103
EXCEÇÕES
1. Quando o tempo da forma verbal é composto, o pronome coloca-se a
seguir ao verbo auxiliar, ligando-se a este por um hífen.
Ex: O Mário tem comido a maçã.
O Mário tem-na comido.
2. Quando a forma verbal está futuro ou no condicional, o pronome lhe/lhes
coloca-se entre o radical do verbo e as terminações verbais (-á, -ás, -á, -emos,
-eis, –ão, no futuro e -ia, -ias, -ia, -íamos, -íeis, –iam, no condicional).
Ex: O António dar-lhe-á o livro (futuro)
O António dar-lhe-ia o livro. (condicional)
104
O pronome coloca-se antes do verbo nas seguintes situações:
A. Nas frases negativas:
Ex: Não lhe dês o livro.
Nunca o dês à Ana.
Jamais lhe dês o livro.
B. Nas frases introduzidas por que:
Ex: Ela quer que o António lhe dê o livro.
Ela quer que o António o dê.
Ela quer que o António lho dê.
C. Nas frases introduzidas por uma conjunção subordinativa:
Ex: Quando o empregado lhe disse tudo, o patrão ficou admirado.
D. Nas frases que transmitem ideias de dúvida, desejo ou possibilidade:
Ex: Talvez o António lhe dê o livro.
Oxalá o António o dê à Ana.
Semântica e lexicologia: distribuição dos descritores por anos de escolaridade:
105
1.º 2.º 3.º 4.º
• A partir de atividades de oralidade, verificar que há palavras que têm significado semelhante e outras que têm significado oposto.
• A partir de atividades de oralidade e de leitura, verificar que há palavras que têm significado semelhante e outras que têm significado oposto.
• Identificar relações de significado entre palavras: sinónimos e antónimos.
• Produzir novas palavras a
partir de sufixos e prefixos.
• Produzir novas palavras a partir de sufixos e prefixos.
• Organizar famílias de palavras.
5.º 6.º 7.º 8.º 9.º Identificar e estabelecer relações
de significado entre palavras: sinonímia e antonímia.
Identificar e organizar famílias de palavras.
Não
há co
nte
úd
os n
ovo
s
Não
há co
nteú
do
s no
vos
Identificar neologismos. Identificar palavras polissémicas e seus
significados. Distinguir palavras polissémicas de
monossémicas. Reconhecer e estabelecer as seguintes
relações semânticas: sinonímia, antonímia, hiperonímia e holonímia.
Determinar os significados que dada palavra pode ter em função do seu contexto de ocorrência: campo semântico.
• Identificar neologismos.
106
107
FAMÍLIA DE PALAVRAS A família de palavras é constituída por palavras (formadas por derivação e por
composição) que possuem um radical comum.
Exemplo: Escola, escolar, escolaridade são palavras da mesma família.
CAMPO SEMÂNTICO Designa o conjunto de todos os significados que uma palavra assume num determinado contexto. Exemplo: campo semântico de coração: - O coração é um órgão do corpo humano. - A minha tia tem um coração mole. - És um coração de manteiga. - A minha primeira namorada tinha um coração de pedra.
CAMPO LEXICAL Conjunto de palavras associadas a um mesmo domínio, pelo seu significado.
Exemplo: As palavras manual, recreio, cantina, sala de aula, professor,
aluno fazem parte do campo lexical de escola.
4.º
8.º
Este
conteúdo
não é
referido
nas Metas.
108
RELAÇÕES SEMÂNTICAS ENTRE PALAVRAS
Sinónimos e antónimos
Há palavras que podem ser usadas no mesmo contexto, sem que haja
alteração de significação.
Estamos perante um caso de sinonímia.
Exemplo: Os alunos tiveram bons resultados no exame.
Os estudantes tiveram bons resultados no exame.
Também há palavras que, embora partilhem alguns traços, têm significados
opostos. São, neste caso, antónimos.
Exemplo: Quando novo era louro, agora velho sou grisalho.
3.º
109
Holónimos e Merónimos
Se a relação que as palavras estabelecem entre si é de parte/todo, ou seja, de
inclusão, estamos na presença de holónimos ou merónimos. Os primeiros
representam o todo; os merónimos, por outro lado, representam as partes. Assim, se
considerarmos “carro” e “volante”, “carro” é o holónimo, ou seja, o todo, e “volante” o
merónimos, por se tratar de uma parte do todo que é o carro.
Em caso de dúvida sobre os holónimos e os merónimos, pode aplicar-se um teste
que consiste na utilização do verbo TER. Assim, a frase “o carro tem um volante”
confirma que “carro” é o holónimo, pois é o elemento que possui o volante, ou seja, o
merónimo.
Holónimo
Carro
Tem
Merónimos
volante, assentos, motor, portas…
8.º
110
Hiperónimos e hipónimos.
Mas as palavras ou expressões podem ainda relacionar-se estabelecendo entre si
uma relação de hierarquia. Podemos então considerar que um termo genérico
engloba vários termos específicos e, por isso, o primeiro, numa perspectiva
hierárquica, seria colocado no topo de uma escala. Consideremos a palavra “felino”
como o elemento genérico. Este pode concretizar-se em vários elementos específicos:
tigre, leão, chita, leopardo, lince. Estes são hipónimos e “felino” é o hiperónimo.
Também neste tipo de relação, e se existirem dúvidas, é possível aplicar um teste,
utilizando neste caso o verbo SER: “O tigre é um felino”; “O leão é um felino”. A ser
possível este tipo de construção, verifica-se que o primeiro elemento destas frases é o
hipónimo e o segundo o hiperónimo.
Tigre Leão Chita Leopardo Lince
É
felino
HIPÓNIMOS
HIPERÓNIMO
Tigre Leão Chita Leopardo Lince
É
felino
HIPÓNIMOS
HIPERÓNIMO
Tigre Leopardo Chita Leão Lince
FELINO
HIPÓNIMOS
É
HIPERÓNIMO
8.º
111
Síntese: RELAÇÃO DE SENTIDO ENTRE PALAVRAS RELAÇÃO DENOMINAÇÃO
Equivalência Sinónimos
Oposição Antónimos
TESTE
Inclusão Holónimos
Verbo TER Merónimos
Hierarquia Hiperónimos
Ver SER Hipónimos
Fonologia: distribuição dos descritores por anos de escolaridade:
112
1.º 2.º 3.º 4.º
NÃO HÁ CONTEÚDOS NÃO HÁ CONTEÚDOS Classificar palavras quanto ao número de sílabas.
Distinguir sílaba tónica da átona.
NÃO HÁ CONTEÚDOS NOVOS
5.º 6.º 7.º 8.º 9.º
NÃO HÁ CONTEÚDOS NOVOS
NÃO HÁ CONTEÚDOS NOVOS
NÃO HÁ CONTEÚDOS NOVOS
NÃO HÁ CONTEÚDOS NOVOS
Identificar: Processos fonológicos de inserção: - Prótese, - Epêntese, - Paragoge. Processos fonológicos de supressão: - Aférese, - Síncope , - Apócope. Processos de alteração de
segmentos: - Redução vocálica, - Assimilação, - Dissimilação, - Metátese.
113
114
SÍLABA As palavras são constituídas por sílabas, que são elementos mais pequenos
que se pronunciam de uma só vez.
A sílaba tónica e a sílaba átona
Geralmente, em cada palavra, há uma sílaba que se pronuncia com mais intensidade:
é a sílaba tónica. As restantes são as sílabas átonas.
As palavras podem ser classificadas quanto à posição da sílaba tónica.
Na língua portuguesa, as palavras podem ser acentuadas na última sílaba
(agudas), na penúltima sílaba (graves) ou na antepenúltima sílaba (esdrúxulas).
As palavras mais frequentes no português são as graves.
3.º
115
Obrigada!