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Metodologias utilizadas na implantação de programas de Gerenciamento de Riscos Ferramentas empregadas no Gerenciamento de Riscos, Emprego de Formulários para Inspeções de Riscos, Inspeções de Riscos, Gerenciamento de Riscos, Análise de riscos com o emprego de formulários, Formulários para Seguros, Formulários para Inspeções Antonio Fernando de Araujo Navarro Pereira junho de 1997 Ferramentas Empregadas na Gestão de Riscos Industriais – registrado na Biblioteca Nacional sob nº 128.681/1996.

Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

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Apresentam-se vários métodos e estratégias de análise dos ambientes do trabalho e das instalações com vistas à identificação e mensuração dos riscos existentes, a fim de se propor medidas corretivas ou mitigadoras.

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Metodologias utilizadas na implantação de programas de Gerenciamento de Riscos Ferramentas empregadas no Gerenciamento de Riscos, Emprego de Formulários para Inspeções de Riscos, Inspeções de Riscos, Gerenciamento de Riscos, Análise de riscos com o emprego de formulários, Formulários para Seguros, Formulários para Inspeções Antonio Fernando de Araujo Navarro Pereira junho de 1997 Ferramentas Empregadas na Gestão de Riscos Industriais – registrado na Biblioteca Nacional sob nº 128.681/1996.

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Quando começamos a escrevemos o livro Gerenciamento de Riscos

Industriais, tínhamos por preocupação levar ao conhecimento de todos o assunto,

Gerência de Riscos, de uma maneira tal que aqueles que trabalham com riscos como um

todo, aqui entendido como um evento não de todo desejável, capaz de causas perdas ou

danos materiais, seja em uma fábrica, uma Corretora de Seguros, uma Seguradora ou em

uma Resseguradora, pudessem compreender o tema do mesmo modo. Por isso,

exemplificamos, sempre que possível, os temas abordados, de sorte a facilitar a

compreensão de cada um dos tópicos sobre os quais nos propusemos a discorrer. É

lógico que, não tivemos como meta nos aprofundar demais em cada um dos temas, de

sorte a atingir o objetivo proposto inicialmente.

Neste livro, Ferramentas empregadas no Gerenciamento de Riscos,

apresentamos os recursos disponíveis, empregados ou adotados nos levantamentos

físicos necessários a um Programa de Gerenciamento de Riscos, aqui constituídos,

basicamente, de formulários específicos, para a coleta de informações à respeito dos

riscos e das instalações empresariais.

Dentre os vários recursos disponíveis ao estabelecimento dos

Programas, optamos por aqueles que estão permanentemente à mão de todos,

constituídos por formulários específicos. A principal razão por essa opção é o fato de

que podem ser empregados em quaisquer circunstâncias, e a todo momento, não

necessitando de outro recurso. É lógico que um formulário necessita ser interpretado,

fim de que se possa tirar dele alguma conclusão. A interpretação depende muito da

qualificação profissional do Gerente de Riscos, e dos objetivos maiores a que esse se

propõe.

Para facilitar o emprego dos modelos apresentados neste nosso trabalho,

resumiremos, ao final de cada um desses, os pontos a serem ressaltados, de sorte a se

conseguir algum resultado útil. Os pontos abordados não significam o esgotamento do

assunto, mesmo porque, cada risco tem particularidades inerentes a ele próprio. Dois

galpões de armazenamento de produtos, mesmo que tenham as mesmas dimensões e

sejam construídos da mesma forma, e armazenem os mesmos produtos, terão riscos

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distintos, que irão depender da forma e dos procedimentos empregados no

armazenamento, da ordenação e limpeza, dos espaços adotados entre os volumes

empilhados, etc.

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I) Atividades desenvolvidas durante o Gerenciamento de Riscos

Para se levar adiante ou se implementar um programa de Gerenciamento de Riscos,

esteja ele voltado para a análise da instalação de um equipamento, ou para o desenvolvimento de um

projeto, como também para a implantação de uma política de seguros ou de segurança, ou então para a

aceitação de um risco para fins de contratação de uma apólice de seguros, ou quem sabe, por outras

razões, é importante que se conheçam, além das técnicas empregadas no Gerenciamento de Riscos,

abordadas nos capítulos do livro Gerenciamento de Riscos Industriais, os procedimentos e serviços

empregados ou adotados, quer pelas empresas gerenciadas, quer pelas Seguradoras e Corretoras de

Seguros. Muitas vezes, o Gerente de Riscos, no curso de suas funções ou atividades, depara-se com

situações nas quais é obrigado a conhecer ou seguir conceitos previamente determinados, abrangendo

uma gama de atividades da empresa. Em outras oportunidades vale-se desses mesmos conceitos para

desenvolver seus serviços de avaliação.

Em linhas gerais, quase sempre um programa de gerenciamento de riscos não abrange

somente o levantamento dos riscos incidentes na empresa, sejam esses emergenciais ou latentes, mas

também, a elaboração ou acompanhamento de programas de auditoria, nas áreas de seguros e de

segurança industrial. A auditoria é um processo de comparação de situações, onde de um lado estão os

procedimentos considerados como padrão, e de outro, os procedimentos empregados pela empresa. Ora,

somente se audita um processo ou uma empresa quando se comparam os procedimentos adotados ou as

rotinas postas em prática, com os procedimentos previstos em manuais de operação. Por intermédio

dessa comparação pode-se verificar se há alguma inconformidade ou não com os padrões adotados.

Para a maior familiarização com o que vamos abordar daqui por diante, serão

apresentados alguns procedimentos, de forma resumida, adotados usualmente pelas empresas, durante

as várias etapas de um processo de gerenciamento de riscos. São eles:

I.1) Trabalhos realizados por quando de uma Inspeção de riscos

A inspeção de riscos é a primeira etapa de um programa de gerenciamento de riscos.

É durante a sua realização que o Gerente de Riscos tem maior contato com a empresa e com suas

instalações, ou seja, é quando o Gerente de Riscos passa a ter um contato mais íntimo com a empresa

que será avaliada. Uma inspeção é normalmente empregada para se vistoriar, examinar ou fiscalizar

uma empresa ou uma determinada instalação, com o objetivo de coletar dados que virão a ser

necessários para:

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⇒ Acompanhamento da vigência de uma apólice;

⇒ Taxação ou enquadramento tarifário de um risco;

⇒ Verificação do funcionamento de uma máquina, um equipamento, uma unidade operacional, um

sistema, etc.:

⇒ Liberação de responsabilidade de uma Seguradora ou da empresa Segurada;

⇒ Entrega de uma obra;

⇒ Execução de um serviço de instalação, de montagem ou de construção;

⇒ Obtenção de informações diversas;

⇒ Verificação do atendimento a cronogramas;

⇒ Avaliação de Riscos para fins de aceitação, por parte de uma Seguradora, para fins de

acompanhamento de uma determinada atividade, ou para a obtenção de informações estatísticas;

⇒ Gerenciamento de Riscos;

⇒ Acompanhamento durante uma regulação de um sinistro, etc.

Para cada um desses serviços adotam-se formulários específicos, com procedimentos

individualizados. No acompanhamento da vigência de uma apólice de seguros, normalmente

acobertando um risco especial, há necessidade de que sejam atualizadas as informações concernentes a

inclusões ou exclusões de itens segurados, bem como de se obter dados acerca de sinistros ocorridos

durante a vigência da cobertura de seguros, de se analisar o tipo de proteções adotadas a fim de que os

eventos acobertados pelas apólices não venham a se materializar, e por outras razões mais. Na a taxação

de um risco, o objetivo maior de uma inspeção é o de se conhecer profundamente os eventos

emergenciais ou latentes, que possam vir a ser seguráveis e suas particularidades, para se coletar dados

que possibilitem determinar-se a taxa de risco, calculada atuarialmente, adotada na obtenção do prêmio

de seguros. Pode-se inspecionar um risco para se obter uma determinada informação, importante para o

fechamento de um processo em estudo. Uma inspeção de risco poderá conduzir a:

Fornecimento de Dados, e

Obtenção de uma Visão de Campo.

I.2) Atividades executadas durante uma Perícia

Uma Perícia é um exame, ou uma diligência, de que se serve o Perito para elaborar

um Laudo ou um Parecer, que anexado a um processo judicial, possibilitará a compreensão da ação

proposta naquele momento. Uma perícia pode vir a ser empregada como complemento de um trabalho

de inspeção de riscos

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As perícias apresentam sempre um caracter técnico ou científico. Em determinadas

circunstâncias, o Gerente de Riscos tem que produzir Perícias, principalmente quando o assunto

envolve a ocorrência de um sinistro, ou seja, por ocasião da materialização de um evento acobertado no

contrato de seguros. A Perícia também designa o trabalho de um Especialista. A Perícia pode ser

aplicada às seguintes áreas:

⇒ Perícia Judicial;

⇒ Perícia Trabalhista;

⇒ Perícia Criminal;

⇒ Perícia Avaliatória;

⇒ Perícia de Trânsito;

⇒ Perícia de Obras de Arte (Expertise);

⇒ Perícia de Engenharia;

⇒ Perícia de Seguros;

⇒ Perícia de Sinistros.

Por exemplo, em uma Perícia Avaliatória, o Gerente de Riscos procura obter dados

que conduzam à compreensão das causas e conseqüências geradoras de um evento danoso, acobertável

pôr uma apólice de seguros. O Gerente de Riscos pode realizar uma Perícia com fins de obter dados,

necessários a apuração das causas ou das consequências de um sinistro. Uma Expertise é um trabalho

de perícia especial onde o perito obtém dados necessários à valoração de uma obra de arte. A Perícia

poderá conduzir aos seguintes resultados:

Apuração,

Ação, e

Conhecimento.

I.3) Serviços executados pôr ocasião de uma Inspeção de Risco Incêndio

Várias são as situações que requerem uma inspeção ou uma vistoria de riscos,

empregando formulários específicos. Esses formulários podem ser os adotados pelas empresas que

executam as atividades de inspeções, ou serem os preparados, especialmente para um determinado

serviço. Na realização de nossos trabalhos, preferimos elaborar os questionários para cada uma das

situações que se apresentem, de sorte que possamos melhor conhecer os riscos existentes. Um dos

problemas de se utilizar de um mesmo formulário para toda e qualquer situação, é o da limitação de

dados para a análise dos riscos, bem como do condicionamento que é criado pelo Inspetor, o qual passa

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a preenchê-lo sem o adequado zelo. O risco mais comumente inspecionado é o de Incêndio e suas

consequências. As vistorias empreendidas podem conduzir à:

⇒ Classificação dos Riscos;

⇒ Acompanhamento rotineiro;

⇒ Análises preventivas de Segurança;

⇒ Sugestões para o Isolamento dos Riscos;

⇒ Check up dos sistemas de combate a incêndios;

⇒ Aceitação dos Riscos (trabalho de underwriter);

⇒ Regulação de Sinistros.

Uma vistoria para regulação de sinistros requer a adoção de procedimentos bastante

específicos, previamente determinados pelas Seguradoras, que incluem até uma avaliação das perdas

sofridas, além de uma descrição minuciosa das causas e das conseqüências do sinistro. A vistoria

também é um serviço de inspeção, com características voltadas especificamente para um objetivo

previamente determinado. A vistoria é uma análise formal, que gera um documento a ser incorporado a

um processo de sinistro.

I.4) Atribuições do Gerente de Riscos após uma ocorrência de Sinistros

No mercado de seguros os serviços de inspeção são empregados na avaliação prévia

de um risco com o objetivo de se contratar um seguro. Ditas vistorias prévias, ou preliminares, poderão

se dar durante a vigência da apólice, ou por ocasião da regulação de um sinistro. As inspeções ocorrem

em maior número de vezes, para a regulação de sinistros. Um sinistro é um depositário de informações

para um Gerente de Riscos, visto que com ele poder-se-á obter, dentre outras, as seguintes informações:

• tempo em que a perda se verificou;

• bens atingidos pelo evento;

• perdas reais ocorridas;

• potencialidade das perdas;

• tempo médio de acionamento dos recursos de combate/prevenção das perdas;

• custos médios verificados com o combate às perdas, com a paralisação das atividades, com a

interrupção da produção, com a reposição dos bens atingidos, com o afastamento de funcionários,

etc.

Por intermédio das informações coletadas o profissional terá elementos para validar a

adoção de todo um elenco de medidas para a prevenção das perdas sofridas. Um sinistro, como

materialização de um evento acobertável pelo contrato de seguros, pode e deve ser mensurado, de

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forma que se possam ajustar as taxas de riscos, empregadas não só pelas Seguradoras, para as cobranças

de prêmios de seguros, como também pelas empresas seguradas, as quais terão subsídios para adotar

medidas preventivas, ou transferir os riscos, face aos prejuízos verificados. Após a ocorrência de um

sinistro, o Gerente de Riscos deverá analisar uma série de itens, como os descritos a seguir, dentre

outros. Essa análise poderá se prestar para gerar relatórios para a Seguradora, ou para alimentar o Banco

de Dados da empresa segurada. Os principais objetivos propostos são os seguintes:

⇒ Avaliar o aproveitamento comercial dos Salvados, a fim de minimizar os prejuízos da Seguradora ou

da Empresa Segurada;

⇒ Apurar o risco, possibilitando a análise da existência de cobertura securitária;

⇒ Obter dados acerca da casualidade e fortuidade do sinistro;

⇒ Elaborar o levantamento do Valor em Risco;

⇒ Apurar os prejuízos ocorridos;

⇒ Verificar se as condições existentes, e aquelas em que se verificou o risco poderiam permitir que a

empresa contratasse apólices de seguro e, neste caso, se poderia ter havido alguma infração

contratual que poderia impedir o recebimento da indenização;

⇒ Verificar se poderia haver impedimento ou limitação ao recebimento da indenização pela empresa

Segurada, como pôr exemplo, a existência de uma cláusula beneficiária a favor de um terceiro;

⇒ Estudar a possibilidade de obter ressarcimento, contra o causador ou responsável pelo sinistro;

⇒ Diligenciar no sentido de evitar maiores danos para a Empresa Segurada e para a Seguradora;

⇒ Obter a documentação necessária à composição do processo de sinistro.

I.5) Procedimentos adotados devido a existência de salvados

Sobrevindo um sinistro, ou seja, a materialização de um evento acobertável pôr um

contrato de seguros, é natural que existam, no ambiente onde se originou o evento, bens não totalmente

danificados ou mesmo não atingidos. Estando esses bens no mesmo ambiente do local onde se deu o

sinistro, e fazendo parte da mesma cobertura de seguros, são considerados salvados. Os salvados

poderão apresentar ou não algum valor comercial. Se apresentarem, significará que o prejuízo apurado

em decorrência do sinistro será menor, já que o valor dos salvados poderá vir a ser negociado com os

próprios proprietários ou com terceiros, abatendo-se do valor da indenização pleiteada. Para a empresa

que não contratou o seguro, a existência de salvados significará que ela poderá aproveitar parte dos

bens para remontar os equipamentos danificados, ou mesmo negociar com terceiros esses componentes

não atingidos pelo evento, para reduzir as perdas com a reposição dos equipamentos. Os procedimentos

a serem adotados são os seguintes:

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⇒ Separar e relacionar os salvados;

⇒ Providenciar a limpeza, reparação, conserto ou beneficiamento dos salvados;

⇒ Avaliar os salvados, distinguindo os que se encontrarem em perfeito estado daqueles que tiverem

sido danificados, fixando as depreciações;

⇒ Obter dados a cerca da possibilidade de venda dos salvados;

⇒ Providenciar para que os salvados sejam conservados íntegros.

Todos esses serviços e atividades deverão ser descritos em relatórios específicos,

fazendo parte ou não de formulários padrão.

II) Implantação de uma Política de Gerenciamento de Riscos

A implantação de uma política, qualquer que seja ela, tanto de Seguros, quanto de

Segurança, ou de Gerenciamento de Riscos, voltada ou não à implantação de programas de Qualidade,

deverá contar com uma série de pré-requisitos. É importante conhecer-se os elementos contidos nessas

Políticas, a fim de que todo o trabalho de Gerenciamento de Riscos cumpra os requisitos mínimos

estipulados, e necessários. O emprego de formulários ou a elaboração dessas ferramentas de trabalho

para o acompanhamento de riscos na empresa, irá depender, em parte, do conhecimento do que é

disciplinado na Política de Gerenciamento de Riscos, em vigor na empresa. Dentre os cuidados

necessários listamos:

II.1) Rotinas para a implementação de programas de Gerenciamento de Riscos

1. Conhecimento das rotinas a serem implementadas e implantadas, especialmente aquelas empregadas

em setores onde a severidade das perdas poderá vir a ser mais grave;

2. Conhecimento das operações desenvolvidas pela empresa, principalmente daqueles setores onde haja

uma probabilidade das freqüências de ocorrências serem maiores;

3. Análise do desempenho das pessoas envolvidas no programa de Gerenciamento de Riscos,

verificando-se o tipo de treinamento por que passam, periodicidade desse mesmo treinamento e a

avaliação do mesmo;

4. Análise do desempenho dos equipamentos e das máquinas empregadas na operação, avaliando-se as

paradas verificadas, se para manutenção, se pôr falta de produção ou pôr acidentes, os serviços

executados em cada parada, a forma de operação e o treinamento que o operador recebe;

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5. Conhecimento das experiências anteriores, vivenciadas pela empresa, com equipamentos idênticos

ou não, e com características de produção semelhantes. Deve-se sempre verificar a existência de

registros dessas experiências;

6. Conhecimento das experiências vivenciadas pôr empresas com atividades semelhantes, com enfoque

para as coberturas de seguros contratadas, para a similaridade dos equipamentos e da produção, para

as características das instalações, para os incidentes e os acidentes ocorridos.

Todas essas rotinas deverão constar dos formulários empregados pelos Gerentes de

Riscos. Pôr exemplo, quando se trata do conhecimento das experiências anteriores vivenciadas pela

empresa, pode-se incluir itens, a serem respondidos ou identificados, que comprovem esse

conhecimento ou essa experiência. Quando se está inspecionando um equipamento, com o objetivo de

se determinar a vida útil do mesmo, seja para a implantação de um programa de manutenção preditiva,

deve-se analisar os dados técnicos referentes ao equipamento, confrontando-os com as informações

prestadas pelos operadores do mesmo, no que diz respeito ao seu comportamento pôr quando da mesma

operação.

II.2) Fundamentos para a implantação de um programa de prevenção de perdas

Como dissemos anteriormente, é muito importante o conhecimento prévio dos

programas e das políticas adotadas pelas empresas, a fim de que possam ser validadas durante

inspeções periódicas ou não, seja a que título for. Os fundamentos para a implantação de programas de

prevenção de perdas passam necessariamente pelos tópicos a seguir:

1. Determinar uma Política, ou um Programa de Prevenção de Perdas, e estabelecer Planos de Ação;

2. Gerar e sustentar o interesse dos empregados;

3. Traçar um Plano de Segurança de edifícios, equipamentos e processos;

4. Eliminar as causas de fogo, explosão e outras causas, pôr intermédio de:

• adequado treinamento;

• supervisão;

• arrumação, e

• manutenção;

5. Instalar equipamentos de segurança onde se fizerem necessários;

6. Manter os equipamentos de proteção contra riscos emergenciais ou latentes prontos para uso

imediato;

7. Organizar e treinar os empregados para as ações de emergência;

8. Ter sempre em mãos um Plano de Contingência.

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III) Estabelecimento de uma Política de Seguros

No tocante à área de seguros a definição de políticas passa, necessariamente, pelos

seguintes pontos, a saber:

1. Estabelecimento dos objetivos de cada uma das áreas abrangidas pelo programa, destacando-se a

inter-relação entre cada uma das áreas, os problemas existentes, principalmente se de ordem

gerencial, a independência entre elas, formas de gestão, principalmente se individualizadas, etc.;

2. Estabelecimento dos critérios de atuação para cada área da empresa, não só no tocante à

contratação de seguros, como também no que diz respeito aos planos para o auto-seguro;

3. Análise do inter-relacionamento entre as áreas ou os setores da empresa, especialmente quanto a

dependência dessas à uma política una;

4. Análise do inter-relacionamento com Corretores de Seguros e Seguradoras, especialmente no que diz

respeito aos vínculos comerciais e obrigatóriedades contratuais, interesses mútuos, etc.;

5. Estudo dos riscos existentes para cada uma das áreas envolvidas na análise, e, se possível, com a

mensuração das perdas e dados máximos prováveis;

6. Estudo dos riscos seguráveis, identificando-os pôr áreas estudadas, e das restrições à contratação dos

demais riscos;

7. Avaliação dos riscos assumíveis pela própria empresa e dos riscos transferíveis à Seguradoras, ou a

outras empresas;

8. Identificação dos riscos segurados, caracterizando-os, não só pelas áreas analisadas, como também

pela característica de alastramento a outros locais, dos meios de detecção e prevenção, dos

confinamentos às próprias áreas, da expectativa das freqüências das ocorrências;

9. Identificação dos riscos não seguráveis, esclarecendo pôr que estão hoje no "status" de não

seguráveis, e qual a probabilidade de ocorrerem, estimando-se os custos deles decorrentes;

10.Elaboração do orçamento financeiro relativo a seguros, para o exercício fiscal, contemplando os

seguros que deverão ser contratados, justificando-os;

11.Revisão e atualização dos dispêndios anuais com seguros e com os sinistros ocorridos, porém não

indenizados;

12.Preparação do relatório anual e ser fornecido à alta Direção da empresa, com informações relativas a

gastos com seguros, tipos de seguros contratados, gastos com a prevenção de perdas, custo gerado

pôr toda a estrutura de gerenciamento de riscos, freqüência de eventos, gravidade dos sinistros,

implantação de sugestões objetivando a redução de perdas, benefícios alcançados com a implantação

das Políticas de Prevenção, de Seguros e de Gerenciamento de Riscos;

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A prática do Gerenciamento de Riscos deve sempre ser pôr exceção, e não como

regra, a fim de que seja sempre constante e não esporádica. É importante se destacar que para cada um

dos itens propostos o Gerente de Riscos deverá buscar soluções ou analisar a compatibilidade entre o

existente e o projetado. Por exemplo, no que diz respeito a dispêndios com seguros, deve-se levantar os

custos com a contratação de todas as apólices, e se buscar dados relativos a cada incidente ou acidente,

não indenizado pelas Seguradoras, quer seja porque não o foram avisados em tempo, quer seja porque

não faziam parte da apólice em vigor, ou porque o valor da indenização estava abaixo do valor

estipulado como franquia. Ao final, deve-se comparar o custo provável para a contratação dos seguros,

com os custos dos repasses dos riscos, acrescidos do custo do gerenciamento desses mesmos riscos pôr

intermédio de um processo de autogestão.

III.1) Elaboração de um Manual de Seguros da Empresa

Da mesma maneira que se diagnosticam irregularidades pôr intermédio de

comparações simples de dados contidos em manuais ou políticas específicas, também se pode realizar o

mesmo diagnóstico, confrontando-se com o que está contido nos Manuais. Os trabalhos de inspeção

servirão para validar as medidas contidas nos Manuais de Seguros, principalmente no tocante a sua

abrangência ou especificidade, razão pela qual, todas as orientações neles contidos devem ser de pleno

conhecimento e domínio de todos na empresa. Para a elaboração de um manual de seguros, dentre os

vários procedimentos que devem ser seguidos destacamos:

1. Preparação de um resumo da Política de Riscos e Seguros, em linguagem clara e objetiva, de sorte

que todos os que as leiam possam ter pleno entendimento;

2. Determinação de instruções sobre os procedimentos a serem adotados para a manutenção dos

seguros, no que tange às renovações ou contratações de novas coberturas;

3. Elaboração de instruções sobre o fluxo de informações e de documentos, para a contratação de

seguros e para a obtenção de ressarcimentos ou de indenizações pôr sinistros;

4. Descrição dos Ramos de Seguros contidos no Manual, ressaltando os Riscos Cobertos e os Riscos

não Cobertos, bem como as obrigações do Segurado;

5. Elaboração de um plano de procedimentos a ser seguido em caso de sinistro. Os planos poderão ser

genéricos, ou específicos para cada situação que se apresente;

6. Definição das atribuições de responsabilidades de uma das áreas envolvidas, destacando-se a quem

caberá a coordenação das ações;

7. Estabelecimento dos valores (importâncias seguradas), a partir dos quais, dever-se-á contratar

coberturas de seguros;

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8. Definição dos bens que não serão segurados, e as razões para a não contratação;

9. Estabelecimento de programas de análise dos acidentes e/ou incidentes, ocorridos na empresa, com

vistas a fixação dos valores envolvidos em cada uma das perdas;

10.Criação dos formulários a serem adotados, na comunicação de sinistros, na comunicação de

acidentes não segurados, na inclusão ou exclusão de bens, e outros;

11.Estabelecimento da periodicidade da reavaliação das instruções contidas no Manual.

Nos modelos de formulários que apresentaremos a seguir, a título de ilustração,

listamos algumas informações consideradas básicas, envolvendo determinados tipos de atividades

industriais, a fim de que se possa elaborar um programa de Gerenciamento de Riscos com consistência

técnica. Ao final de cada apresentação de formulário desenvolvemos algumas informações sobre o

preenchimento dos mesmos, explicitando as questões mais relevantes. Lembramos que, um razoável

programa de Gerenciamento de Riscos deverá levar em consideração, não somente os Riscos

Emergenciais ou os Riscos Latentes, que venham a se apresentar, como também os procedimentos que

deverão vir a ser implementados e implantados, a fim de reduzir a Freqüência das Ocorrências, bem

como a Severidade das Perdas. Nunca é demais lembrar que um bom programa de Gerenciamento de

Riscos não se faz só com um formulário na mão e uma idéia na cabeça. Faz-se com muito estudo, muita

força de vontade, muito conhecimento e, sobretudo, com muito apoio da alta direção da empresa. Sem

esse apoio o programa não terá a durabilidade que se espera dele. Os formulários são a ferramenta mais

simples para se coletar dados, razão pela qual são as mais empregadas nos trabalhos de Gerenciamento

de Riscos. O grande segredo para a sua elaboração consiste em se utilizar perguntas que sejam claras e

objetivas, facilmente respondíveis, e que não dependam de interpretações outras que não aquelas que

almejamos obter. Por exemplo, se perguntamos qual a cor de uma certa parede, com toda a certeza a

resposta será uma só. A da cor da tinta que a recobre. Pôr outro lado, se perguntamos qual poderá vir a

ser a cor da parede, alguns responderão que é a da cor da tinta que a recobre. Outros sugerirão cores que

poderão vir a ser adotadas, face à localização da parede e das ocupações vizinhas, ou então a cor que

venha a ser mais confortável para os funcionários. Se o questionário não for preenchido pôr quem o

elaborou, esse deverá treinar aqueles que o responderão.

Existem questionários descritivos, outros que se destinam a colher informações,

outros que se propõem a analisar determinados parâmetros. De tudo o quanto já foi apresentado, o

importante é que os objetivos propostos sejam e fiquem bem claros, desde o início. É importante se

mencionar que não existem formulários completos. Existem sim, formulários que poderão vir a ser

completos para uma determinada situação. Nos modelos que apresentamos não tivemos como listar

tudo aquilo que possa vir a ser importante para a análise, visto que não poderemos saber, com a

antecedência que se faz necessária, dos reais objetivos da análise. A análise poderá servir para:

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� levantamento de dados necessários à análise dos ambientes inspecionados;

� conhecimento do ambiente de trabalho;

� validação do programa de treinamento dos funcionários;

� conhecimento das causas dos sinistros ocorridos nas instalações;

� apresentação de sugestões que venham a reduzir a freqüência ou a severidade das ocorrências, etc.

Alguns dos modelos propostos são:

IV - Check-list Básico - Lista de Verificações

O Check-list, ou Lista de Verificações, é usualmente adotado quando se quer obter o

maior número possível de informações técnicas, em um tempo relativamente curto, que serão

empregadas na análise global de uma empresa, ou de determinada situação que ocorra nela.

Normalmente a Lista de Verificações é previamente elaborada no escritório, da forma mais abrangente

possível, e, à medida que vai sendo preenchida, e posteriormente analisada vão se tirando as

informações mais importantes ou relevantes, que servirão de base para o trabalho proposto. Uma Lista

de Verificações se distingue dos demais questionários por apresentar um volume bem grande de

perguntas, versando sobre inúmeros tópicos. O mais interessante é que há sempre uma inter-relação

entre as perguntas. Em alguns momentos essas parecerão ser redundantes. Porém, o que se quer é

validar uma resposta dada anteriormente.

Por exemplo, na lista que apresentamos a seguir são formuladas perguntas à respeito

dos funcionários da empresa, inclusive se os salários desses estão dentro da média dos salários pagos

pelas demais empresas nas vizinhanças. Aparentemente trata-se de uma pergunta sem muita

importância. Entretanto, essa pergunta confrontada com algumas outras nos possibilitam obter uma

avaliação mais condizente à respeito do grau de satisfação dos empregados. Empregados satisfeitos,

além de produzirem mais, estão menos sujeitos a provocar acidentes. Assim, a existência de creches, ou

de refeitórios no próprio local de trabalho, a existência de um plano de assistência médica ou

odontológica, a existência de programas de treinamento, e outros tópicos mais, permitem até que se

contrate funcionários mais qualificados.

Todas essas vantagens a mais traduzem-se em salário indireto para o empregado. Para

um peão de obra a existência de um fundo de pensão que venha a complementar o seu salário na

aposentadoria não será relevante. Em primeiro lugar porque dificilmente o seu salário será maior do que

o teto do INSS. Em segundo lugar, porque a rotatividade de mão de obra é tão elevada que o

funcionário não constituirá uma poupança adequada. Entretanto, para o Engenheiro da obra, a

existência do fundo já será um fator de atração ao emprego. Alguns benefícios são uma obrigação da

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empresa, já que constam da Consolidação das Leis do Trabalho, como por exemplo, a existência de

banheiros masculinos e femininos, ou a existência de cheques para empresas que tenham mais de 50

funcionários. Os tópicos abordados em nosso exemplo são os seguintes:

1. Dados da Inspeção;

2. Dados da Empresa;

3. Pessoal e Administração;

4. Características físicas do terreno e suas edificações;

5. Características dos equipamentos de produção;

6. Informações gerais;

7. Estoques de matérias primas e de produtos acabados;

8. Dados sobre a produção e venda;

9. Perfil do funcionário da empresa;

10. Recursos para o combate a incêndios;

11. Normas de segurança adotadas;

12. Controles em vigor;

13. Informações relevantes;

14. Comentários gerais;

15. Drenagem para líquidos;

16. Existência de equipamentos relevantes;

17. Características dos processos de fabricação;

18. Riscos emergenciais e/ou latentes;

19. Descrição do risco inerente;

20. Natureza da Matéria Prima;

21. Características da estocagem;

22. Riscos de Corrosão;

23. Características de itens da planta;

24. Recomendações;

25. Comentários Gerais.

Page 16: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

CHECK-LIST BÁSICO Elaborado pôr : ________________________________________________________________ Em : Acompanhantes:

Page 17: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

1 - Dados da Inspeção

Inspetor(es):

Data da inspeção:

Acompanharam a inspeção:

Existência de recomendações: Sim Não

Necessidade de nova inspeção: Sim Não

Data da reinspeção:

Assuntos pendentes:

2 - Dados da Empresa

1. Empresa: 2. Razão Social: 3. Localização: 4. Sede: 5. Demais locais:

6. Acessos:

7. Município arrecadador: 8. Atividade Industrial: I. Principal:

II. Secundária:

III. Especiais:

IV. Anexas:

9. Capacidade de Produção: Produto: Grandeza: Ton./ano Produto: Grandeza: Ton./ano Produto: Grandeza: Ton./ano Produto: Grandeza: Ton./ano 10. Descrição das: I. Edificações: II. Arruamentos internos: III. Layout externo dos blocos de prédios:

3 - Pessoal e Administração

Page 18: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Efetivos Gerência/Administração : Mão de obra qualificada : Mão de obra não qualificada: Efetivo temporário : Estagiários : Visitantes (média) : Início das atividades : Comentários gerais sobre ordem e limpeza:

4 - Características físicas do terreno e de suas edificações

Do Terreno Área: Próprio/Alugado?

Valor para aquisição/revenda Hipotecado? Sim Não Valor/Prazo da hipoteca Dos Edifícios Área: Próprios/Alugados?

Valor para aquisição/revenda Existência de benfeitorias? Sim Não Prédios com características especiais (descrever):

Prédios hipotecados? Valor/Prazo da hipoteca

Sim Não

Há prédios que, se destruídos não seriam reconstruídos? Há prédios que, se destruídos seriam reconstruídos em outros locais? Há prédios em demolição? Sim Não Há prédios em construção? Sim Não Há prédios em ampliação? Sim Não

Comentários gerais:

5 - Características dos Equipamentos de produção

Principais equipamentos:

Equipamentos próprios? Sim Não Equipamentos alugados? Sim Não Equipamentos arrendados? Sim Não Valor de aquisição/revenda:

Equipamentos especiais:

Equipamentos fabricados sob encomenda:

Equipamentos hipotecados? Sim Não Valor/prazo da hipoteca:

Page 19: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Há equipamentos que se destruídos não serão repostos? Sim Não

Há equipamentos em fase de compra? Sim Não

Há equipamentos em fase de reforma? Sim Não

Comentários gerais:

6 - Informações Gerais

Licença para trabalhar? Sim Não Provisória

Existem relatórios de acidentes? (comentar) Sim Não

Há auditorias externas ou internas? (comentar) Sim Não

Horários de Trabalho

Pessoal Administrativo: Pessoal de Produção:

Procedência das mat. primas

Mercado Interno: % Prazo de reposição: dias Mercado Externo: % Prazo de reposição: dias Há fornecedor capaz de influenciar ativamente na produção? (comentar) Sim Não Percentual de venda do total: Pode vir a ser substituído? Sim Não Fornecedores e produtos fornecidos alternativos:

Há comprador capaz de influenciar ativamente na produção? (comentar) Sim Não Comprador/produto comprado: Percentual de compra no total: Pode-se substituir os produtos fabricados por similares? (comentar) Sim Não

Nacionais Prazo para substituição: dias Importados Prazo para substituição: dias

Compras: CIF FOB A prazo

A vista Vendas : CIF FOB

Page 20: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

A prazo A vista

7 - Estoques de matérias primas e de produtos acabados

Controle de estoque? Sim Não Controle de compras? Sim Não Controle de vendas? Sim Não Organização contábil adequada? Sim Não

Comentários:

8 - Dados sobre a produção e as vendas Produção mensal: Vendas mensais: Lucros Bruto anual : US$ % das vendas: Líquido anual: US$ % das vendas: As mercadorias vendidas e faturadas são mantidas na empresa? Sim Não Período: Há produtos processados ou manuseados por terceiros? (comentar) Sim Não Produto: Empresa:

Comentários Gerais:

9 - Perfil do Funcionário da empresa

Turn over anual: Recebe alimentação em refeitório próprio? Sim Não Recebe condução da empresa? Sim Não Transporte em ônibus próprio? Sim Não Transporte em veículos contratados? Sim Não Forma de pagamento dos salários:

Ganho de outros salários e participação nos lucros: Forma de pagamento do 13º salário:

Existência de creche? Sim Não Atendimento médico local? Sim Não Atendimento odontológico? Sim Não Média de salários de acordo com os da região? Sim Não

Participação dos funcionários da empresas em greves

Greve na própria empresa? Sim Não Última ocorrência: Tempo de paralisação das atividades:

Greve nas empresas vizinhas? Sim Não Última ocorrência: Tempo de paralisação das atividades:

Greve por pressão sindical? Sim Não Última ocorrência: Greve por motivação salarial? Sim Não Última ocorrência:

Page 21: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Pagamentos diversos efetuados pela empresa

De Funcionários na empresa envelopes em bancos De Terceiros na empresa envelopes em bancos

Existência de cofres forte Sim Não recolhimento de numerário por funcionários por bancos transporte de títulos por malotes por outros meios

A empresa aluga equipamentos e/ou veículos

Sim Não

Características:

A empresa participa de feiras e exposições? Sim Não Características:

Há participação ou patrocínio de competições desportivas? (comentar) Sim Não Características:

Política da empresa para a fixação de valores para fins de seguros: Avaliação patrimonial pôr empresa especializada; Avaliação patrimonial pôr técnicos da própria empresa; Avaliação patrimonial pôr registros contábeis; Avaliação patrimonial pôr sugestão dos corretores de seguros.

Comentários:

10 - Recursos para o combate a incêndios

Brigada de incêndio: Própria Em convênio com terceiros Treinada regularmente Não treinada regularmente Efetivo pôr turnos: Efetivo total:

Quartel do Corpo de Bombeiros externo: Localização: Distância: Tempo de atendimento:

Suprimento de água de combate a incêndios: Reservatório subterrâneo: Capacidade litros Reservatório ao nível do solo Capacidade litros Caixa d’água elevada: Capacidade litros Altura metros Curso d’água natural Distância de metros Lago natural artificial Volume m3

Equipamentos disponíveis:

Hidrantes: externo Qde saída simples: Qde saída dupla:

Page 22: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Diâmetro mínimo: interno Qde saída simples: Qde saída dupla: Diâmetro mínimo:

Mangotinhos: externo Quantidade: interno Quantidade:

Extintores: água pressurizada Quantidade: água gás Quantidade: espuma Quantidade: pó químico seco Quantidade: gás carbônico Quantidade: Quantidade:

Carretas: água gás Quantidade: espuma Quantidade: pó químico seco Quantidade: gás carbônico Quantidade:

Alarme de incêndio: Tipo: Qde de pontos:

Moto-bombas: Quantidade: Vazão: l/min pressão: kg/cm2 ponto de adução de água:

Sprinklers: proteção total proteção parcial Norma adotada : Qde de VGAs : Área de operação : Bicos de reserva :

Sistema fixo de gases: Proteção total : sim não Norma adotada : Reserva de gás : Acionamento automático : sim não

Comentários Gerais:

11 - Normas de segurança adotadas:

de Segurança Patrimonial sim não estão sendo cumpridas? sim não de Segurança c/ Incêndio sim não estão sendo cumpridas? sim não de Segurança do Trabalho sim não estão sendo cumpridas? sim não

Comentários gerais:

12 - Controles em vigor:

de Acidentes adequados não adequados estão sendo preenchidos? Sim não de Incidentesadequados não adequados estão sendo preenchidos? sim não de Acidentes com terceiros adequados não adequados estão sendo preenchidos? sim não

Comentários Gerais:

13 - Informações relevantes:

Page 23: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Testes de equipamentos de proteção dos processos: último teste / / efetuados regularmente não efetuados

Válvulas de isolamento: Manuais : sim não Telecomandadas: sim não

Central de Controle: Computadorizadas : sim não Adequadamente Protegidas: sim não

Sistemas de Comunicação: Central Telefônica nº Comunicação direta com o Quartel dos Bombeiros: sim não Comunicação direta com o Quartel da Polícia: sim não Comunicação direta com a Delegacia Policial: sim não

Comentários gerais:

14 - Geral/Comentários:

Trabalhos com solda:

Pára-raios, distribuição, tipo, aterramento:

Instalações elétricas, estado geral:

Instalações hidráulicas, estado geral:

Instalações de vapor/gases, estado geral:

Comentários gerais:

15 - Drenagem para águas:

Áreas externas:

Áreas de processo:

Áreas de depósito:

Áreas de tancagem:

Condições de estocagem de Inflamáveis:

Comentários Gerais:

16 - Centros de Processamento de Dados

Estado geral do CPD:

Back Up operacional:

Tipo de proteção adotada no CPD:

Comentários gerais:

17 - Existência de equipamentos relevantes:

Caldeiras - Tipo, marca, localização: Fornos - Tipo, localização:

Page 24: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Compressores - Tipo, marca, capacidade, localização: Equipamentos/vasos sob pressão - quantidade, características, localização: Geradores elétricos e/ou turbinas - quantidade, marca, potência, localização: Transformadores - quantidade, marca, potência, líquido refrigerante, localização: Cabinas de pintura - quantidade, sistema de proteção, localização: Substâncias corrosivas - características químicas, armazenagem, emprego, localização: Substâncias radioativas - características químicas, armazenagem, emprego, localização: Substâncias explosivas ou detonantes - características químicas, armazenagem, emprego, localização: Substâncias inflamáveis - características químicas, armazenagem, emprego, localização:

18 - Características dos processos de fabricação

Exotérmicos Sim Não Endotérmicos Sim Não Com riscos de explosão Sim Não Produtos Equipamentos Com riscos de extravasamento Sim Não

Comentários gerais:

19 - Riscos emergenciais e/ou latentes

Incêndio, afetando:

Explosão química, afetando:

Explosão física, afetando:

Alagamento ou inundação, afetando:

Vendaval, ciclone, tornado, afetando:

Granizo ou geada, afetando:

Desabamento ou Desmoronamento, afetando:

Page 25: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Recalques de terreno, afetando:

Queda de barreiras ou rochas, afetando:

Impacto de veículos, afetando:

Impacto de aeronaves, afetando:

Contaminação ambiental, afetando:

Quebra de equipamentos, afetando:

Quebra de máquinas, afetando:

Danos elétricos, afetando:

Queda de raio, afetando:

Danos afetando terceiros, envolvendo:

Danos provocados ou produzidos pôr produtos fabricados, afetando:

Danos provocados pôr bens da empresa em poder de terceiros, afetando:

Danos envolvendo softwares, afetando:

Danos provocados pelo exercício profissional, afetando:

Danos operacionais, afetando:

20 - Descrição do Risco Inerente:

Tipo de produção e processo:

21 - Natureza da matéria prima

mineral vegetal animal metálica química Natureza da produção e produtos intermediários:

22 - Características da Estocagem

Page 26: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

ao ar livre estendida empilhada em contenedores a granel em áreas cobertas estendida empilhada em contenedores a granel em tanques abertos fechados com pressão sem pressão

Temperaturas e pressões máximas dos processos: Temp.: ºC Pressão: kgf/cm2

Observações:

23 - Características dos itens da planta industrial

a) Características das construções dominantes estrutura metálica estrutura madeira estrutura concreto estrutura mista paredes alvenaria paredes metálicas paredes concreto paredes mistas b) Separações e ventilações existentes entre as edificações: c) Instrumentações e controles empregados nos processos: d) Válvulas e tubulações dos processos: e) Resfriamentos e aquecimentos empregados no processo: f) Sistemas elétricos empregados na empresa: g) Suprimentos de emergência de água, luz, vapor, gases e outros: h) Eliminação de refugos/inflamáveis, etc.: i) Detalhamento dos estoques, materiais inflamáveis e de alto valor: j) Embalagens empregadas nas matérias primas, semi-acabados, acabados e substâncias perigosas:

k) Equipamentos e maquinismos importantes ao processo: l) Equipamentos e maquinismos de difícil reposição: m) Danos com possibilidade de ocorrerem com maior freqüência: n) Danos com possibilidade de gerarem perdas mais significativas:

24 - Valor médio das perdas

25 - Danos que podem vir a afetar as matérias primas ou os produtos acabados:

Page 27: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

altas temperaturas sim não baixas temperaturas sim não luz sim não umidade sim não ruído ou barulho sim não contaminantes químicos sim não fumaça sim não bolor ou fungos sim não odor sim não

Observações:

26 - Perfil da vizinhança (Características da vizinhança em um raio de 3 km)

área residencial sim não área industrial sim não área comercial sim não área mista/industrial sim não área mista/residencial sim não hospitais sim não quartéis sim não jornais sim não escolas sim não sedes de partidos políticos sim não sedes de sindicatos sim não presídios sim não favelas sim não estações de metrôs/ônibus sim não estações de trens sim não estádios de futebol sim não rios, represas, açudes sim não Residências modestas: % do total Residências médias : % do total Residências finas : % do total indústrias pequenas (até 50 funcionários) % do total indústrias médias (até 500 funcionários) % do total indústrias grandes (acima de 500 funcionários % do total

Comentários:

27 - Recomendações

Inspeção adicional requerida: Época: Motivo:

a - Recomendações acerca de coberturas de seguros e de proteção dos riscos: b - Riscos e práticas consideradas inaceitáveis: c - Restrições às coberturas de seguros solicitadas:

28 - Comentários Gerais

Local:

Data: Inspetor:

Page 28: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos
Page 29: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

IV.I - Considerações Gerais acerca do preenchimento do formulário

A seguir, daremos breves informações sobre a forma de preenchimento do

questionário, procurando enfocar os aspectos mais relevantes. Lembramos mais uma vez que a

característica principal de um relatório de Lista de Verificações é o fato desse apresentar o maior

número possível de questões, abrangendo uma gama de atividades. Somente após o seu preenchimento

é que as respostas são selecionadas e reagrupadas, de acordo com os objetivos ou interesses.

1) Dados da Inspeção

Neste tópico, são identificados:

• Inspetores e os profissionais que acompanharam a inspeção, normalmente funcionários da empresa

inspecionada;

• existência de recomendações contidas no presente relatório;

• necessidade de inspeções futuras, face aos problemas encontrados;

• provável tempo despendido para saná-los; e

• assuntos que ficaram pendentes de solução, seja devido a novas observações coletadas nesta

inspeção e descritas no presente relatório, sejam as observações contidas nos relatórios anteriores,

que ainda encontram-se pendentes de solução.

Trata-se de uma folha de rosto do questionário. Alertamos para o fato de que todo e

qualquer relatório de Gerência de Riscos, deve ser amplamente discutido com os técnicos da empresa

inspecionada. Os assuntos abordados no relatório não deverão constituir-se em surpresa para quem os

recebe. Os problemas observados durante a inspeção devem ser amplamente discutidos, a fim de que se

busque uma solução de imediato, ou, quando muito, em curto prazo. O relatório é um registro formal do

que se observou durante a inspeção. É o equivalente a uma fotografia instantânea. Retrata apenas o que

ocorria naquele momento. Serve para apresentar dados, informações e fatos relevantes. Não se pode

empregar um relatório, tempos depois, para se avaliar as condições reinantes na empresa, esteja esse

relatório contendo ou não fatos desabonadores, visto que, as condições de risco podem ter sido

corrigidas ou ampliadas.

2) Dados da empresa

Nesta parte do questionário, ou da lista de verificações, abordam-se os dados relativos

à identificação da empresa vistoriada, como pôr exemplo: nome; razão social; localização, etc., como

também procuram-se fornecer elementos para a avaliação da potencialidade e tamanho da mesma, pôr

intermédio do conhecimento da sua capacidade de produção, como um dos elementos de avaliação. Os

Page 30: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

outros seriam o seu faturamento e a sua capacidade de vendas. Ainda neste campo, menciona-se como

se encontravam as edificações; em que estado; como estão distribuídas ao longo do terreno; e como são

os trechos de circulação entre as áreas e prédios. Por exemplo, é interessante observar-se os

equipamentos/veículos empregados no atendimento ou na assistência a sinistros, se possuem condições

para circular livremente pôr entre os prédios que apresentam os maiores riscos. Muitas vezes a empresa

dispõe de veículos de combate a incêndios que não podem circular livremente pôr todas as passagens

entre prédios, dificultando o combate a incêndios. Especial atenção deve-se dar a sacadas, balcões,

elementos estruturais e recuos, existentes nas fachadas dos prédios, devido ao fato desses esses

elementos construtivos poderem vir a prejudicar o acesso externo dos bombeiros, através das escadas

do tipo Magirus, já que as mesmas não podem encostar nas fachadas dos prédios.

3) Pessoal e Administração

No quadro pretende-se analisar o efetivo de pessoal existente em cada um dos setores

operacionais da empresa, bem como o estado geral de ordem e limpeza em todos os setores. A

informação relativa ao quadro de pessoal presta-se à avaliação:

⇒ da densidade populacional, ou seja, da quantidade de pessoas que trabalham no interior dos prédios;

⇒ das condições de desocupação do local e dos riscos que esse mesmo quadro de pessoal possa vir a

correr, pôr ocasião do surgimento de sinistros;

⇒ do grau de satisfação dos funcionários, permitindo-se saber se esses funcionários estão satisfeitos

com os seus trabalhos e com a empresa;

⇒ da possibilidade de ocorrer elevada rotatividade da mão de obra, face aos níveis salariais praticados

pela empresa, comparativamente com as empresas vizinhas;

⇒ do grau de satisfação produzido pelos benefícios indiretos concedidos pela empresa, e outros fatores

mais.

4) Características físicas do terreno e de suas edificações

Por intermédio das informações relativas às características físicas do terreno, onde

está implantada a empresa segurada, bem como das características construturais das edificações

existentes nesse mesmo terreno, pretende-se correlacionar o risco emergencial e/ou latente, ou os que se

pretendem acobertar, pôr intermédio de apólices de seguro, com o real interesse do Segurado (empresa).

Por exemplo, se a importância segurada da apólice for idêntica ao valor dos bens hipotecados, pode ser

que esteja se querendo assegurar somente o valor do contrato de hipoteca, e não a totalidade dos bens

existentes. Outro exemplo é quanto a existência de bens que, se destruídos, não serão repostos ou

reconstruídos. Neste caso, é bem provável que não haja seguro para esses mesmos bens, e, se houver, o

Page 31: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

será pôr um valor ínfimo. Também aqui, poderá ocorrer das medidas de segurança adotadas não serem

as mesmas, ou tão rigorosas, como a dos demais locais da empresa.

5) Características dos equipamentos de produção

Por intermédio das perguntas formuladas, enfocando os equipamentos de produção,

procura-se avaliar o grau de risco a que esses estão expostos, não no que diz respeito a danos físicos,

mas sim, no tocante ao impacto financeiro que as perdas possam representar para a empresa. Existem

algumas perguntas importantes para serem feitas, abrangendo assuntos como a existência de:

• Equipamentos hipotecados;

• Equipamentos que se destruídos não serão repostos;

• Equipamentos em fase de reforma;

• Equipamentos alugados;

• Equipamentos arrendados.

Todos esses questionamentos devem ser cuidadosamente avaliados, de sorte que se

possa traçar um panorama confiável dos riscos emergenciais. Em todas as situações o Gerente de

Riscos deverá identificar, perfeitamente, os bens que estão enquadrados em uma das situações já

comentadas, que consideramos agravantes dos riscos. Somente a título de comentário, qual deverá ser o

real interesse da empresa na preservação de um bem que já se encontra obsoleto, e se danificado, não

será reposto? No caso de equipamentos em fase de reforma, poder-se-á questionar futuramente se os

danos foram decorrentes de causa súbita e imprevisível ou o foram tendo como causa a reforma?

6) Informações gerais

As informações gerais nos possibilitam obter uma breve idéia de como se encontram

as instalações da empresa, extraídas por intermédio de dados genéricos, usualmente encontráveis nos

relatórios de auditoria de qualidade. Em princípio, com esses dados, identificam-se os pontos de

vulnerabilidade de cada uma das áreas avaliadas. Podemos destacar, como perguntas que devem ser

feitas, dentre outras, as seguintes:

• Procedência das matérias primas empregadas no processo fabril;

• Existência de fornecedores capazes de influenciar ativamente a produção;

• Existência de compradores capazes de influenciar ativamente as vendas.

Outro ponto importante é aquele que diz respeito à possibilidade da substituição dos

produtos fabricados na empresa por outros similares, de outras empresas.

Um dos riscos que uma empresa corre, talvez o menos mensurável, diz respeito à

perda de mercado para a concorrência. Essa perda pode se dar, dentre outros motivos, pelos seguintes:

Page 32: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

• baixa qualidade do produto fabricado;

• elevados custos de aquisição;

• produtos fora das atuais necessidades dos consumidores;

• paralisação da fabricação;

• produtos concorrentes de melhor qualidade.

Para o nosso estudo, vamos nos fixar na paralisação da fabricação. Quando uma

indústria tem a sua linha de fabricação interrompida por um sinistro, e o volume de estoque não é

elevado, poderá ocorrer uma interrupção na distribuição desses produtos aos consumidores.

Quanto maior for o tempo de retorno às atividades plenas da empresa, maior será a

aproximação dos consumidores aos produtos similares, fabricados pelos concorrentes.

7) Estoques de matérias primas e de produtos acabados

A análise dos estoques de matérias primas e de produtos acabados, é mais um dos

itens usualmente abordados nos programas de auditoria contábil.

A organização contábil é importante caso o empresário deseje contratar coberturas de

seguros de lucros cessantes ou de interrupção de produção. A organização contábil é um passo

importante para a organização de toda a empresa.

Há uma tendência mundial das indústrias produzirem somente o que está sendo

adquirido. O estoque passa a ser o necessário para atender às demandas imediatas, já contratadas. Para

que isso ocorra com sucesso, o nível de confiabilidade nos fornecedores de insumos e de matérias

primas deverá ser elevado. A confiabilidade cai bastante quando se tem: políticas cartelizadas; baixo

número de fornecedores; instabilidade política; precariedade de fornecimento e entrega; instabilidade

monetária; elevada concorrência que tenha o perfil predatório de preços e não de custos. Assim, nessas

circunstâncias, não é conveniente a existência de baixo nível de estocagem, porque, se houver qualquer

acidente na linha de produção a empresa deixa de entregar, e, por conseguinte, de vender.

8) Dados sobre a produção e as vendas

Os dados sobre a produção e sobre a venda refletem o potencial e a grandeza da

empresa. São dados relevantes, se utilizados na análise de coberturas de seguros de lucros cessantes, ou

se analisadas em conjunto com dados relativos a existência de hipotecas. Dois assuntos cabem ser

destacados, a saber:

• mercadorias vendidas e faturadas mantidas na empresa;

• produtos processados ou manuseados por terceiros.

Page 33: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

A segunda pergunta é importante para a avaliação do risco de responsabilidade civil

de produtos, ou seja, da possibilidade que os produtos manuseados, distribuídos ou fabricados pela

empresa possam vir a causar danos ambientais, danos materiais ou físicos, afetando os consumidores e

usuários dos mesmos.

9) Perfil do funcionário da empresa

A maior parte dos acidentes envolvendo funcionários poderia ser evitada, ou ter as

suas conseqüências atenuadas, se houvesse um adequado nível de supervisão sobre os empregados.

Empregados bens assistidos ou satisfeitos com a empresa, estão menos propensos a causar acidentes ou

serem envolvidos por eles. Um funcionário satisfeito é aquele que, dentre outras razões, é atendido da

seguinte forma:

• possui uma boa assistência médica;

• tem o seu salário avaliado dentro da média dos salários praticados pelas empresas na região;

• tem um bom ambiente de trabalho;

• passa por processos de reciclagem periodicamente;

• possui creche para seus filhos;

• almoça no refeitório da empresa;.

Outro ponto importante é quanto às greves. Se o funcionário é bem assistido, porém

participa de greves, pode ser que o Sindicato local seja bem forte e atuante. Nesse caso a empresa está

com um grande problema. Se ele não participa das greves, porém as empresas vizinhas têm seus

funcionários em greves constantes, o problema passa a ser quanto a segurança das instalações, porque

essa torna-se mais vulnerável às provocações e às depredações empreendidas pelos funcionários das

empresas vizinhas. Outro ponto relevante, alocado neste tópico, é quanto aos critérios adotados pela

empresa relativamente à avaliação de bens patrimoniais. A resposta a essa questão contribui para a

identificação de problemas que possam existir na definição e mesmo na fixação das importâncias

seguradas constantes das apólices de seguros. O recomendável é que as importâncias seguradas sempre

venham a corresponder ao valor em risco dos bens. Exceção quando a empresa contrata seguros

estipulando um limite máximo de indenização.

Para o estabelecimento de um Limite Máximo de Indenização, a empresa deverá

possuir um rígido programa de controle de perdas, já que se está estipulando uma limitação de

indenização, com base em um provável valor de perda.

10) Recursos de combate a incêndios

Page 34: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Por melhor que seja o risco, aceito pelas Seguradoras, e por mais baixa que seja a

freqüência dos acidentes, se não houverem recursos adequados e disponíveis para o combate a

incêndios, haverá uma maior probabilidade da severidade das perdas vir a ser maior.

Avalia-se neste momento o grau de proteção contra o risco de incêndio, existente na

empresa. Parte da avaliação é quantitativa e parte qualitativa. A parte quantitativa mensura o grau de

perda provocada pelo surgimento do evento. A parte qualitativa enfoca o tipo de risco que poderá

surgir. Nos capítulos do livro Gerenciamento de Riscos Industriais, aborda-se com certo destaque a

análise dos equipamentos de detecção e combate a incêndios.

11) Normas de segurança adotadas

Toda a empresa que está se habilitando a um programa de certificação de qualidade,

ou já se encontra certificada, possui um conjunto de normas de segurança, implantadas em todos os

setores, rigidamente controladas.

O Gerente de Riscos, no desenvolvimento de seus trabalhos, deverá cientificar-se se,

efetivamente, há o cumprimento das normas, e o que não é seguido.

Caso algum tópico não esteja sendo cumprido, caberá ao Gerente de Riscos verificar

qual o real impacto que esse não cumprimento poderá acarretar para a empresa, e qual a parte mais

vulnerável dessa. As normas de segurança podem ser aplicadas à:

• proteção contra incêndios;

• fabricação;

• embalagem;

• transporte;

• meio ambiente;

• manuseio de produtos, etc.

12) Controles em vigor

De nada adiantam normas se faltam os controles dessas mesmas normas. A avaliação

dos controles deve ser bem rigorosa, confrontando-se o resultado da mesma com o atendimento

normativo e ao que se encontrou durante a inspeção de campo.

Para que a empresa inspecionada possa atingir um grau de excelência na fabricação de

seus produtos, e até mesmo vir a se qualificar dentro de normas internacionais, do tipo Série ISO,

deverão estar implantadas normas e procedimentos, além de rotinas, abrangendo uma gama de

atividades. Afora isso, existem as normas, regulamentos e portarias, Leis Federais, Estaduais e

Municipais, também importantes.

Page 35: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Existem também os procedimentos recomendados pelos fabricantes dos

equipamentos, dos componentes do processo fabril, e aqueles adotados em linhas de fabricação de

determinado produto, especificadamente. Como se vê, não se pode prescindir dessas normas ou

normatizações. Alguns dos sintomas da ausência de normas, ou da falta de fiscalização e controle nas

áreas inspecionadas são:

• fábricas sujas ou mal cuidadas;

• funcionários trabalhando sem uniformes;

• funcionários sem equipamentos de segurança individual, expondo-os desnecessariamente a situações

de riscos de trabalho;

• falta de ordenação interna, com pontos de estrangulamento de produção ou de passagem de pessoas,

dificultando o fluxo contínuo de operação da empresa;

• falta de sinalização, seja de equipamentos, seja de rotas de fuga, seja de equipamentos contra

incêndio, ou de passagem de equipamentos e máquinas, ou então de armazenamento de bens;

• grande número de componentes rejeitados, denotando haver problemas na operação, na supervisão

ou no treinamento de pessoal;

• layout confuso;

• prédios e equipamentos sem manutenção adequada;

• insuficiência de informações técnicas;

• elevada freqüência de paralisações, com perda de produção considerável;

• grande número de sinistros, denotando a existência de problemas não solucionados;

• nível elevado de matérias primas e de produtos acabados, em estoque;

• falta de coordenação entre os vários setores da empresa, podendo gerar a execução de serviços ou

rotinas redundantes, ou gerar vácuos a nível decisório;

• existência de uma elevada cadeia de níveis hierárquicos, onde a maior parte dos problemas ocorridos

nos escalões inferiores não chega até ao escalão que dirige a empresa;

• elevado turn over de funcionários, que poderá conduzir a uma insegurança dos empregados, etc.

13) Informações relevantes

As informações relevantes, a nosso ver, devem ser obtidas através da análise dos

processos, dos controles e das comunicações. Os processos, ou a área onde se desenvolvem, ou os

equipamentos componentes deles, são responsáveis por cerca de 40% do total dos acidentes ocorridos.

A importância da análise dos controles deve-se ao fato de que 20% dos acidentes

ocorridos se devem à ausência, ou a problemas com os controles. Se uma empresa possui seus

equipamentos bem monitorados, consegue atuar preventivamente na ocorrência de sinistros. Por

Page 36: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

intermédio dos sistemas de instrumentação e de controle consegue-se verificar o comportamento de

cada um dos equipamentos do processo fabril.

A atenção aos sistemas de comunicação deve ser enfatizada porque, por intermédio

deles consegue-se reduzir a extensão das perdas.

De modo geral, analisando-se corretamente a instrumentação e controle consegue-se

reduzir a freqüência das perdas. Se a análise for voltada para as comunicações, consegue-se reduzir o

tamanho das perdas. O sucesso do atendimento em caso de sinistro será diretamente proporcional à

qualidade dos meios de comunicação. Quanto melhor esses meios menor o tempo de atendimento.

14) Geral/Comentários

No tópico devem ser abordadas as questões de caracter genérico, ou os itens que

envolvem a empresa como um todo. Problemas como os listados a seguir, dentre outros, são sempre de

natureza genérica;

• suprimento de energia elétrica;

• suprimento de água;

• linhas de vapor ou de gases;

• transporte interno;

• segurança patrimonial;

• brigada de incêndio;

• equipamentos de combate a incêndios;

• primeiros socorros;

• tratamento de efluentes.

15) Drenagem para águas

A avaliação a ser empreendida, neste tópico, refere-se ao risco representado pelo

contato com a água, envolvendo mercadorias, matérias primas, equipamentos, e construções. As

construções, dependendo da localização das mesmas, poderão ser facilmente atacadas pela água,

principalmente se o terreno onde estiverem as fundações vier a ser erodido.

Outro problema ocorre com as áreas de armazenamento, justamente por serem

bastante sujeitas a danos por água e por umidade. O local onde as mercadorias estão estocadas deve

possuir uma adequada proteção contra a entrada de água de chuvas, de água proveniente de vazamentos

de canalizações e de transbordamento de rios, canais e galerias. Para tanto, o prédio deve ser construído

de forma que, mesmo ocorrendo o ingresso de água, essa possa rapidamente ser escoada, por um

eficiente sistema de drenagem.

Page 37: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Nas áreas de armazenamento, em particular, deverá existir calha interna a toda a volta

do piso da edificação, com ralos suficientemente largos que permitam uma limpeza constante. Afora

isso, o piso deve estar com caimentos para essas galerias, de sorte a evitar o empoçamento de água,

mesmo a que venha a vazar de recipientes armazenados.

Deve-se prestar bastante atenção na forma de empilhamento dos produtos, evitando-

se calços ou pallets de madeira, que podem propiciar o surgimento de umidade ascendente. Em locais

normalmente úmidos, deve-se providenciar a instalação de sistema de ventilação suficiente para reduzir

os teores de umidade.

16) Centro de Processamento de Dados

O CPD é a alma da empresa, no sentido figurado. Atualmente não há empresas, de

médio ou grande porte que não tenham toda a sua operação gerenciada por computadores. Os

equipamentos eletrônicos são muito suscetíveis de serem atingidos por:

• fumaça;

• umidade;

• calor;

• poeira;

• substâncias tóxicas ou corrosivas;

• fungos;

• magnetismo;

• indução de correntes elétricas, etc.

Daí, o local de armazenamento deverá possuir uma proteção que evite ou minimize os

danos produzidos por esses contaminantes atmosféricos, e por outros tipos de situações agressivas aos

equipamentos, impossibilitando o seu emprego. Existem regras elementares para a instalação de centros

de dados. Algumas delas determinam que os equipamentos e edificações onde esses se encontram

deverão:

• estar afastados de fontes geradoras ou transformadoras de correntes elétricas;

• estar distantes de grandes massas metálicas;

• estar totalmente aterrados, eletricamente;

• estarem situados em local onde não haja possibilidade de vir a ser inundado;

• estarem situados contrariamente às correntes de vento, que possam vir a conduzir poeiras;

• estarem isolados de áreas de armazenamento;

• estarem isolados de árvores altas;

Page 38: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

• estarem distante do portão principal de entrada, de forma ficarem resguardados de atos de

vandalismo.

17) Existência de equipamentos relevantes

Equipamentos relevantes são todos aqueles que possibilitam a produção ou a geração

de bens para empresa. São relevantes na medida em que se tornam imprescindíveis ou extremamente

necessários. A falta de um desses equipamentos poderá reduzir ou interromper a produção. A relevância

muitas vezes não está associada à produção, como por exemplo o sistema de ar condicionado, em um

CPD. Caso o sistema não esteja funcionando adequadamente, o CPD poderá vir a sofrer danos físicos, e

até mesmo não operar.

Um gerador de energia elétrica pode não ser um equipamento relevante em uma

escola, mas o é, com toda a certeza, em um hospital. Outro exemplo é a dos fornos em uma indústria de

alumínio. Sem eles não há produção. A análise de risco para os equipamentos relevantes deverá ser a

mais meticulosa possível, envolvendo os seguintes itens, dentre outros:

• planos de manutenção de instalações e de equipamentos;

• características adotadas na montagem dos equipamentos;

• local da montagem dos equipamentos e de seus periféricos;

• procedimentos de operação, tanto dos equipamentos quanto das instalações;

• regime de trabalho dos equipamentos;

• regime de operação da empresa;

• vida útil dos equipamentos, determinada pelos seus fabricantes;

• planos de emergência e de contingência a serem adotadas em ocasiões especiais;

• existência de back ups operacionais, pelo menos para os componentes mais importantes, ou para as

peças que se deterioram com mais facilidade;

• treinamento dos operadores;

• possibilidade dos equipamentos virem a ser substituídos com facilidade, por outros similares, de

sorte a que a produção não venha a ser interrompida;

• proximidade de locais para estocagem dos insumos e dos produtos acabados;

• proteções existentes, e as necessárias, etc.

18) Características dos processos de fabricação

Processos de fabricação são todos os métodos e tecnologias empregados na

transformação de matérias primas em produtos manufaturados. Cada um dos processos de fabricação

apresenta características próprias, fruto não só das matérias primas trabalhadas, como também das

Page 39: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

propriedades que se querem dar aos produtos acabados, como também fruto da tecnologia desenvolvida

pelos projetistas. Assim, existem processos onde se trabalha com pressões elevadas, outros que

trabalham com baixíssima pressão ou mesmo vácuo, outros em que o fator dominante é a elevada

temperatura, em outros, a baixa temperatura é que é importante. Há processos envolvendo vibração,

processos outros exotérmicos ou endotérmicos. Existem também aqueles com elevado potencial de

explosão. Enfim, são tantas as características, muitas delas importantíssimas na análise do risco, que o

Gerente de Riscos deve ter mais essa preocupação. A análise não deve se restringir somente ao processo

em si, mas também, às atividades que estão ao redor dessas áreas de fabricação.

19) Riscos emergenciais e/ou latentes

Riscos emergenciais e/ou latentes são todos aqueles eventos, com características, ou

capazes de gerar danos materiais, que estão normalmente presentes em qualquer atividade. Um risco

latente é o da falta de luz. Também pode ser considerado como um risco emergencial, o da

possibilidade da queda de uma carga transportada por uma ponte rolante. O risco de contaminação

ambiental é um risco latente em uma indústria química.

O Gerente de Riscos, após identificar esses riscos, deverá envidar esforços no sentido

de que sejam implementadas medidas de caráter preventivo, de sorte a reduzir a freqüência das

ocorrências, ou diminuir a severidade das perdas.

Riscos emergenciais são todos aqueles que estão por acontecer, ou já estão

acontecendo. Possuem características de serem normalmente perigosos para a empresa, podendo

paralisar a produção. Riscos latentes são aqueles que têm potencial para se materializar, estando

presentes no ambiente da empresa. As medidas que devem ser tomadas na avaliação dos riscos

emergenciais ou riscos latentes são medidas de caráter preventivo, ou preditivo, e nunca de caracter

corretivo, já que, o que se deseja, é reduzir a extensão das perdas ou. simplesmente, se evitar que essas

venham a surgir.

20) Descrição dos riscos inerentes

Riscos inerentes são aqueles que fazem parte de processo específico, que está sendo

objeto de análise. Por exemplo, um depósito de armazenamento de produtos possui o risco potencial de

incêndio. Também possui o risco potencial de tombamento de mercadorias. Risco inerente é aquele que

a empresa não pode deixar de se furtar de ter. Por exemplo, em uma fábrica de móveis o risco inerente é

o da fabricação de móveis, apesar de existirem outras atividades necessárias para se atingir o objetivo

principal. Risco inerente aqui não quer dizer evento danoso, mas sim a atividade desenvolvida no local

inspecionado.

Page 40: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

21) Natureza da matéria prima

O campo do questionário é bem simples, enfocando as características maiores das

matérias primas e a natureza da produção e dos produtos intermediários. A informação destina-se a

avaliar, dentre outras coisas, a possibilidade do alastramento das perdas, principalmente o incêndio, a

outros locais, inclusive com danos ambientais.

Exemplificando, em um depósito de produtos químicos perigosos poderá ocorrer,

durante o manuseio dos produtos, o tombamento de um dos tambores, com vazamento do produto. Se o

local não tiver sido projetado adequadamente, o produto vazado pode se espalhar, infiltrando-se no solo

ou atingindo equipamentos e máquinas.

Um outro exemplo é o do combate a incêndios em áreas que armazenam produtos

perigosos. A água de combate a incêndios poderá vir a se infiltrar no solo ou atingir um curso de água,

com severos danos ambientais. Nessa situação, deve-se prevê bacias de contenção ou piscinas de

armazenamento dessa água contaminada, que somente poderá ser vertida ao sistema de esgotamento

sanitário após tratamento químico.

22) Características da estocagem de produtos

São solicitadas informações pertinentes à estocagem, relativas à disposição dos bens,

de uma maneira geral, e as condições de temperatura e pressão em que esses se acham estocados.

Existem alguns procedimentos adotados na estocagem de produtos, além dos descritos nos capítulos do

livro Gerenciamento de Riscos Industriais, como:

• as mercadorias não devem ser depositadas diretamente sobre o solo, mas sim, sobre estrados de

madeira ou metálicos;

• as pilhas de produtos não podem ficar encostadas nas paredes laterais da edificação.

Preferencialmente deve ser mantida uma distância de pelo menos 1,20 metros, entre a parede e as

pilhas de produtos armazenados;

• deverão ser mantidos limpos e desobstruídos os corredores de circulação interna entre as pilhas de

mercadorias;

• a altura de empilhamento deverá ficar a no máximo 1,0 metro dos banzos inferiores das treliças do

telhado, ou das fontes de iluminação, ou das cabeças dos chuveiros automáticos contra incêndio, do

que ficar a menor altura do chão;

• não se devem armazenar, em uma mesma pilha de produtos, substâncias diferentes ou com

incompatibilidade físico-química;

• sempre que se armazenarem substâncias ou produtos perigosos deve-se dar uma atenção especial ao

sistema de aeração interna, de forma a evitar o acúmulo de gases tóxicos.

Page 41: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

23) Características dos itens da planta industrial

Itens, como referido aqui, quer dizer, pontos relevantes. Por exemplo, é relevante

saber-se como é construída a edificação em análise, principalmente se a atividade nela contida for

perigosa.

Por exemplo, uma edificação que contenha caldeiras, deve ser projetada de modo a

suportar as explosões que possam ocorrer, ou mesmo reduzir a força dessas, ou então direcionar as

ondas de choque para regiões onde não possa existir danos maiores. Um depósito de tintas deve

estar em um prédio construído de materiais incombustíveis, do tipo concreto ou alvenaria de blocos, e

nunca em um galpão de madeira.

É relevante se saber como são as separações entre as edificações, e os distanciamentos

adotados entre os equipamentos nelas contidas. Equipamentos geradoras de calor ou de frio devem ser

mantidos isolados dos demais equipamentos, a fim de não prejudiquem o funcionamento desses e não

sejam por esses prejudicados.

24) Valor médio das perdas

Espera-se neste tópico que o Gerente de Riscos possa fornecer uma avaliação acerca

do que ele estima como um valor médio para as perdas que possam se verificar, em decorrência de

eventos acobertáveis ou não por contratos de seguros. Para tanto, poderá se utilizar da experiência dos

operadores dos equipamentos, de uma avaliação local, ou da sinistralidade verificada na empresa ou em

empresas similares. Por valor médio das perdas entende-se a perda média verificada com a ocorrência

de sinistros, ou que poderá vir a se verificar, caso um risco emergencial ou latente venha a ocorrer.

Simplificadamente, a perda corresponde ao valor gasto com a reposição dos bens atingidos, devendo-se

levar em consideração que outros itens de despesas devem ser acrescidos, como:

• custo com a remoção do bem sinistrado;

• custo com a aquisição, transporte e instalação de um novo bem;

• redução inicial do volume de produção, até que o novo equipamento possa operar em regime de

plena carga;

• custo com treinamento de pessoal para operar com o novo equipamento;

• custo com produtos produzidos fora das especificações, até que se completem os ajustes necessários

no equipamento substituído;

• encargos fiscais, etc.

25) Danos que podem vir a afetar as matérias primas ou os produtos acabados

Devem ser assinalados os riscos, ou eventos, que poderão vir a gerar danos nos

produtos ou nas matérias primas, relatando-se a seguir a origem de tais eventos.

Page 42: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Deve-se pensar na possibilidade de ocorrerem danos não usuais. Diz-se que é melhor

pecar pelo excesso do que pela falta. Desse modo, deverão ser elencados todos os possíveis eventos,

mesmo que esses tenham uma baixa freqüência de ocorrência.

26) Perfil da vizinhança - características da vizinhança em um raio de 3 km

O raio de 3 km para se avaliar o perfil de risco externo que a empresa está exposta, ou

o risco que a vizinhança está exposta por um dano de degradação ambiental, ou mesmo um dano severo

de explosão ou incêndio, é meramente um exercício de futurologia. Pode-se chegar à conclusão que o

melhor é se avaliar as condições em um raio de 1 km, ou um raio de 10 km.

O importante disso tudo, é que sejam avaliadas as condições externas, que possam

envolver ou serem envolvidas por danos. Especial atenção deve-se dar ao risco de acidentes pessoais

envolvendo terceiros. O item do check-list destina-se a uma avaliação expedita de pontos que possam

vir a ser focos de riscos para a empresa, especialmente no que tange a atos de sabotagem ou atos

criminosos, incluindo-se aqui o incendiarismo. Também deverá ser indicado o perfil característico da

vizinhança da empresa, no que concerne ao tipo de edificação no entorno na mesma.

27) Recomendações

O campo é praticamente o encerramento da análise in situ. Recomendamos que o seu

preenchimento somente se dê após coletadas todas as informações necessárias ao pleno conhecimento

do risco. As recomendações específicas quanto a algum item em desacordo com uma norma devem ser

imediatamente repassadas aos técnicos da empresa, que acompanharam a inspeção. As recomendações

gerais devem ser feitas após a inspeção, e formalizadas, já que, por intermédio dessas um risco pode vir

a ser recusado pela Seguradora, ou pelo Ressegurador.

28) Comentários Gerais

O último campo do relatório destina-se aos comentários gerais. Nesse espaço, o

Gerente de Riscos ou o Engenheiro Inspetor deverá assinalar tudo aquilo que lhe chamou a atenção,

seja pelo aspecto positivo ou ao contrário. Na nossa visão, muitas vezes um fato corriqueiro ou simples

poderá ser bastante significativo, em uma análise de riscos.

Algumas técnicas de Gerenciamento de Riscos são postas em prática ouvindo-se o

pessoal de manutenção, os funcionários da operação ou de compra. Por exemplo, se há um volume

constante de compra de capacitores, é porque esse item está sendo muito substituído, provavelmente

por problemas elétricos de fornecimento ou de distribuição.

As informações obtidas com a área de manutenção e de operação poderão

complementar o raciocínio que se tem. Isto porque se há compra, alguém tem que instalar e alguém tem

Page 43: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

de operar. O cruzamento de todas essas informações nos possibilita formar um raciocínio mais

completo, e obter a real causa de tantas substituições.

O que se observa é que a fonte de informações nunca poderá ser a mesma, ou uma

única. É muito relevante que haja um cruzamento de dados, de sorte a que se tenha um maior nível de

confiabilidade.

V - Questionário de Avaliação de Riscos Patrimoniais

O Questionário de Riscos Patrimoniais destina-se a avaliar a proteção que os bens

materiais ou não, pertencentes à empresa, possuem. Por intermédio das informações aqui contidas, e de

outras que possam ser conseqüentes dessas, pode-se obter informações relevantes para o Gerenciamento

de Riscos.

O que se propõe é um modelo de questionário, adotado por nós, para a avaliação de

riscos patrimoniais, não só para fins de seguros, como também para a avaliação do grau de segurança

exigido para uma série de ocupações, que necessitam de um maior controle patrimonial, como por

exemplo, as agências bancárias, postos de pagamento, tesourarias, bem como todas as dependências

que trabalhem com valores ou objetos de valor. O formulário difere dos demais por definir uma linha

de questionamentos, mais rápidos e objetivos. Não permite, entretanto, obter dados para a mensuração

matemática dos riscos.

Esse tipo de formulário proposto deve ser preferencialmente aplicado a empresas cuja

principal atividade seja a de manipulação ou manuseio de valores ou de bens valiosos. Por exemplo,

pode-se aplicá-lo em uma empresa que execute a compensação de cheques, em uma tesouraria, em uma

loja de joalheria, em uma empresa de cupões de refeição ou de vale transporte, em CPDs, e atividades

assemelhadas. Os tópicos abordados são os seguintes:

1. Identificação;

2. Localização;

3. Sistemas de segurança patrimonial implantados;

4. Características físicas do risco;

5. Equipamentos de segurança contra incêndio;

6. Características da edificação onde está o risco;

7. Movimentação de numerário na dependência;

8. Tesouraria - Informações Gerais;

9. Posto Bancário - Informações Gerais;

10. Comentários Gerais;

Page 44: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE RISCOS PATRIMONIAIS Elaborado por : ____________________________________________________________ Em : Acompanharam:

Page 45: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Questionário de Avaliação de Riscos Patrimoniais Relatório nº

� Agência Bancária � Posto de Atendimento � Posto de Serviço � Tesouraria Regional � Tesouraria Setorial � Outros

1 - Identificação Segurado: CGC: Unidade: Município:

Endereço: Estado:

2 - Localização

Ocupação predominante da quadra onde está localizado o risco: � Residencial � Comercial � Industrial � Misto Característica da edificação onde está situado o risco: � Residencial � Comercial � Industrial � Misto Distância do risco à Delegacia Policial (em metros): � até 50 metros � de 50 a 100 metros � mais de 100 metros Distância do risco ao Quartel da Polícia Militar (em metros): � até 50 metros � de 50 a 200 metros � mais de 200 metros Fluxo de pessoas nas proximidades do risco: � Alto � Médio � Baixo Fluxo de veículos nas proximidades do risco: � Alto � Médio � Baixo Saída rápida do risco para via de fácil escoamento? � Sim � Não Distância do risco a outras dependências bancárias: � até 50 metros � de 50 a 200 metros � mais de 200 metros

Comentários gerais:

3 - Sistemas de Segurança Patrimonial implantados

Alarme com a Delegacia Policial? � sim � não Alarme com o Quartel da PM? � sim � não Vigilância permanente 24 horas ao dia? � sim � não Existência de Caixa-forte? � sim � não Existência de Cofre-forte? � sim � não Existência de fechadura de retardo? � sim � não Existência de circuito interno de TV? � sim � não Cabinas blindadas? Quantidade de cabinas:

� sim � não

Vigilância ostensiva? Quantidade de vigilantes por turno:

� sim � não

Outros sistemas de segurança? � sim � não Informar: Sinistros ocorridos anteriormente? � sim � não Informar datas das ocorrências e os valores roubados ou furtados:

Comentários gerais:

4 - Características físicas dos Riscos

Itens Bom Regular Ruim Condições para a evacuação do Risco: � � � Condições dos equipamentos e instalações: � � � Conservação das tomadas/quadros/interruptores/painéis elétricos: � � �

Page 46: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Condições dos equipamentos de combate a incêndios: � � � Condições dos sistemas de segurança locais: � � � Aspecto da limpeza operacional: � � � Conservação das portas/janelas/basculantes: � � � Estado de conservação dos prédios: � � � Distribuição dos equipamentos de incêndio: � � � Aspecto do lay out interno: � � � Condições de operacionalidade dos equipamentos e máquinas: � � � Controle da supervisão das atividades dos empregados: � � � Rotinas de treinamento de funcionários: � � � Controle do turn over dos funcionários: � � � Aspecto de segurança contra os demais riscos que não incêndio: � � �

Comentários gerais:

5 - Equipamentos de segurança contra incêndio

Equipamentos Bem posicionados Recarregados Sinalizados Obstruídos Extintores � � � � Hidrantes � � � � Mangotinhos � � � � Detectores � � � � Moto-Bombas � � � � Sprinklers � � � � Sistemas de gases � � � � Outros dispositivos � � � �

Comentários gerais:

6 - Características da edificação onde está localizado o risco

Área total ocupada pelo risco (em m2): Existência de sobre-lojas? � sim � não Quantidade de caixas na sobre-loja: Existência de atividades na loja? � sim � não Quantidade de caixas pagadores na loja: Existência de atividades no subsolo? � sim � não Quantidade de caixas no subsolo: Localização do cofre-forte: � sobre-loja � loja � subsolo Localização do caixa-forte: � sobre-loja � loja � subsolo Proteção das portas de acesso: � boa � regular � deficiente Proteção das janelas e basculantes: � boa � regular � deficiente Quantidade de portas de acesso: Iluminação interna à noite? � sim � não Estacionamento para clientes: � frente � fundos � lateral � interno

Comentários gerais:

7 - Movimentação de numerário na dependência

Movimento diário (equiv. US$): � ≤ 200,000 � ≤ 1,000,000 � ≥ 1,000,000 Encaixe (equiv.US$): � ≤ 500,000 � ≤ 1,000,000 � ≥1,000,000l Pagamento de benefícios? � sim � não Envelopamento de pagamentos? � sim � não Pagamento de empresas? � sim � não Compensação de cheques? � sim � não Atividades para outras empresas? � sim � não Terceirização da tesouraria? � sim � não

Page 47: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Terceirização da compensação? � sim � não Terceirização do envelopamento? � sim � não Segurança própria? � sim � não

Comentários gerais:

8 - Tesouraria - Informações Gerais

Tesouraria: � Regional � Setorial � Na agência � Independente � Outros Condições de acesso: Entrada independente: Da agência � sim � não P/carros-forte � sim � não P/funcionários � sim � não antecâmara de segurança? � sim � não Acesso ao carro-forte: � interno � externo Controle interno dos acessos? � sim � não Localização da tesouraria na edificação: Quantidade de pavimentos: Postos de vigilância nas áreas externas? � sim � não Turnos de vigilância: das _______ hs às ______ hs - _______vigilantes

das _______ hs às ______ hs - _______vigilantes das _______ hs às ______ hs - _______vigilantes das _______ hs às ______ hs - _______vigilantes das _______ hs às ______ hs - _______vigilantes

Comentários Gerais:

9 - Posto Bancário - Informações Gerais

Localização: • Área interna do estabelecimento? � sim � não

• Área externa do estabelecimento? � sim � não

• Isolado das outras edificações? � sim � não

• Próximo à portaria? � sim � não

• Afastado da entrada principal? � sim � não

• Em edificação comercial? � sim � não

• Em edificação residencial? � sim � não

• Em edificação mista? � sim � não

• Em fábrica? � sim � não

• Em hospital? � sim � não

• Em colégio? � sim � não A empresa possui segurança própria? � sim � não

Turnos de vigilância: das _______ hs às ______ hs - _______vigilantes das _______ hs às ______ hs - _______vigilantes das _______ hs às ______ hs - _______vigilantes das _______ hs às ______ hs - _______vigilantes das _______ hs às ______ hs - _______vigilantes

Comentários Gerais:

10 - Comentários Gerais

Page 48: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

Local e data Gerente de Riscos:

�V.I - Considerações Gerais acerca do preenchimento do formulário

O Questionário de Avaliações de Riscos Patrimoniais propõe-se a elencar itens

relacionados com as atividades ou ações que possam vir a afetar o patrimônio das empresas. Trata-se de

um modelo bastante simples, onde as atenções estão voltadas para a segurança física dos valores e para

a segurança patrimonial dos locais onde os valores são manipulados, estocados ou manuseados. Por

essa razão, quando se verificam itens de segurança patrimonial, deve-se ter em mente que a análise

destina-se, em primeiro lugar, para a preservação dos valores. Entre os riscos que podem estar

envolvidos, afetando os valores sob a guarda ou custódia, ou mesmo pertencentes à empresa, citamos:

• sabotagem;

• incendiarismo;

• roubo;

• infidelidade de funcionários;

• falsificações e atos assemelhados;

• furto simples ou furto qualificado;

• espionagem industrial, etc.

Através de questões definidas previamente, as quais podem vir a ser alteradas,

conforme o tipo de empresa inspecionada, procura-se traçar parâmetros que possibilitem a uma

avaliação mais profunda das condições existentes no risco, favorecedoras do surgimento de ações

nocivas ao patrimônio das empresas. O foco principal, ou a linha mestra determinante desse

questionário é o da preservação do patrimônio físico, contra ações pessoais de terceiros, ou de

funcionários. Como forma de apresentação do assunto, procuramos elaborar perguntas as quais

realçassem o traço mais marcante desse tipo de danos patrimoniais.

Hoje em dia, com toda a certeza, um dos riscos de maior incidência envolvendo o

patrimônio das empresas é o de roubo. O roubo pode ou não estar associado a outros eventos. Por

exemplo, pode-se ter um evento de roubo conjugado com um de incêndio. Pode-se ter um evento de

furto qualificado associado a incendiarismo. Ou então, um evento de espionagem industrial conjugada a

uma explosão ou a um dano elétrico. Pelo fato da incidência de roubo ser maior, em locais onde há a

guarda ou a manipulação de valores, optamos por desenvolver o presente formulário voltado à proteção

de agências bancárias, postos de atendimento bancário e tesourarias. É lógico que, se houver em uma

fábrica uma tesouraria, algumas das questões aqui formuladas podem ser aplicadas perfeitamente.

Page 49: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

1) Identificação

O campo Identificação é empregado para definir-se o tipo de risco que se está

analisando. Trata-se da caracterização da empresa. Nele consta o nome da empresa, seu CGC, a unidade

estudada ou avaliada e o endereço completo. Essas informações destinam-se a montar um cadastro bem

simples.

2) Localização

A localização é muito importante quando se quer estudar aspectos envolvendo a

segurança patrimonial. Por exemplo, uma loja em uma esquina está muito mais sujeita a ser assaltada

do que uma loja no meio de um quarteirão, porque há uma possibilidade de fuga mais rápida.

Em se tratando do risco de roubo, a facilidade de fuga é um dos primeiros parâmetros

a ser estudado. Por outro lado, em se tratando do risco de furto, uma loja no meio de um quarteirão está

mais propícia do que a loja da esquina, já que a ação de furto envolve mais discrição, chamando-se

menos atenção das pessoas que passam pelo local.

Há que se considerar a existência de outros fatores também relevantes, como por

exemplo, a ocupação predominante na quadra onde está localizado o risco. Uma agência bancária,

posicionada em uma quadra onde a ocupação dominante é residencial, estará mais sujeita a ser invadida

em um final de semana, para uma ação de furto do que se a ocupação fosse diferente, já que muitos

moradores costumam passar os finais de semana fora de suas casas. Destacamos nesse tópico, além da

ocupação (atividade) dominante, ou predominante, os seguintes:

• proximidade de quartéis ou delegacias policiais;

• indicações a respeito do fluxo de pessoas e de veículos;

• distâncias a outras unidades bancárias;

• saídas rápidas para vias de fácil escoamento de pessoas ou de veículos, etc.

Por curiosidade, citamos a pergunta que faz menção à distância entre a agência

bancária inspecionada e outras unidades bancárias, porque, além dessas serem guarnecidas com

vigilantes 24 horas por dia, invariavelmente há alarmes interligando-as, e essas às delegacias policiais,

ou a centros de segurança de empresas especializadas.

Por se tratar de uma avaliação que requer um conhecimento mais acurado,

independentemente da qualidade e da certeza das informações repassadas ao Gerente de Riscos, pelos

funcionários da empresa, é recomendável que o inspetor possa conhecer as vizinhanças desse local,

inclusive a Delegacia Policial ou o Quartel de Polícia. Se a delegacia possuir um efetivo modesto e a

área atendida for muito extensa, com toda a certeza poderão ocorrer falhas no atendimento, incluindo-se

Page 50: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

aqui as demoras. Se a delegacia possuir somente uma linha telefônica, a comunicação pode vir a ser

prejudicada. Outro ponto importante é o que diz respeito à facilidade de trânsito, entre as delegacias e

quartéis e a agência bancária. Se as ruas forem bastante congestionadas pode haver transtornos em

momentos inoportunos.

3) Sistemas de Segurança Patrimonial implantados

Os sistemas de Segurança Patrimonial abrangem equipamentos que possibilitam a

detecção de ações contra o patrimônio da empresa, ou a uma rápida reação ao evento em andamento.

Dentre esses dispositivos tem-se:

• alarmes interligando a dependência com quartéis ou com delegacias;

• dispositivos de varredura térmica;

• câmeras de segurança;

• cabinas blindadas;

• cofres ou caixas-fortes;

• vigilância interna e externa.

Independentemente de se checar visualmente a existência desses dispositivos, deve-

se, sempre que possível, avaliar as reais condições de funcionamento, incluindo-se:

• testes;

• simulações;

• análises quanto ao comportamento do sistema;

• verificação da qualidade dos produtos, etc.

O tópico é encerrado com um quadro de comentários e com uma pergunta à respeito

de ocorrências anteriores, envolvendo o local analisado.

Sempre que possível dever-se-á obter informações acerca dos prejuízos ocorridos

anteriormente, não só para se determinar o custo do risco, como também para se atualizar o banco de

dados.

4) Características físicas dos riscos

As características físicas do risco avaliado envolvem o conhecimento de itens como:

• evacuação do local;

• conservação das instalações;

• estado e condições dos equipamentos de detecção e combate a incêndios;

• limpeza operacional;

Page 51: Metodologias utilizadas na implantação de programas de gerenciamento de riscos

• supervisão, etc..

Cada uma das características listadas destina-se a um tipo de estudo. Por exemplo,

Aspectos de Conservação e Limpeza - a avaliação desse item pode conduzir ao conhecimento do padrão

adotado pela direção da empresa, inclusive no tocante à sua imagem junto ao público ou clientes. Se

essa conservação e limpeza não são adequadas ou compatíveis com a atividade desenvolvida, pode ser

que todos os demais itens que envolvam manutenção também venham a estar prejudicados.

5) Equipamentos de Segurança contra Incêndio

Existem hoje vários estudos europeus, que enfatizam a prática do incendiarismo como

estando em crescimento, com origens desconhecidas por quase todos, ou classificada como outras

causas, quando se tabulam informações ou dados referentes a incêndios ocorridos. Se não houve um

incêndio provocado por danos elétricos, por explosão, ou por combustão expontânea, pode ser que

tenha sido devido a outras causas. Dentre essas, a de incendiarismo. Atualmente muitas seguradoras

européias destacam a prática do incendiarismo.

Em face de isto tudo, deve-se estudar as condições de instalação dos equipamentos de

incêndio, as características dos agentes extintores, as sinalizações adotadas e a recarga dos mesmos

agentes extintores. Se houver um incêndio, e se existirem equipamentos de combate ao fogo

disponíveis e à mão da brigada de incêndio, com toda a certeza os prejuízos tenderão a ser menores.

6) Características da edificação onde está localizado o risco

Por ser um tópico importante, vamos rever cada uma das perguntas, inserindo breves

comentários à respeito.

1) Área total ocupada pelo risco

A informação destina-se a calcular, posteriormente, a quantidade de vigilantes

necessários à proteção daquela instalação, como proposto nos capítulos do livro Gerenciamento de

Riscos Industriais.

2) Existência de sobrelojas

As sobrelojas são um fator complicador para ações de roubo, já que os assaltantes

poderão vir a ser pegos nas escadas e por serem essas um ponto de estrangulamento à passagem,

poderão vir a tomar reféns, em sua fuga.

3) Quantidade de caixas nas sobrelojas

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A quantidade de caixas nos permite avaliar o número de pessoas que são atendidas

naquele local. Quanto maior o número de pessoas maiores serão alguns dos riscos elencados

anteriormente, afetando o patrimônio da empresa.

Também a informação é relevante para a determinação do montante de numerário em

risco, ou exposto a risco. Para isso, basta verificar qual é o montante manuseado por cada caixa,

multiplicando-se esse pela quantidade de caixas em operação.

4) Existência de atividade na loja

Deve-se verificar qual a atividade desenvolvida na loja, se é a mesma dos demais

locais, se é compatível com a segurança existente, e se não representa um risco adicional para a

empresa.

5) Quantidade de caixas pagadores na loja

A pergunta tem o mesmo objetivo da de número 3, ou seja, verificar o nível de

exposição ao risco corrido pela empresa. Durante a inspeção poderá se saber qual o montante de valor

manuseado por cada caixa, bem como qual a quantidade de caixas em atuação, nos momentos de maior

ou de menor fluxo de clientes.

6) Existência de atividades no subsolo Normalmente os subsolos não tem contato com o meio exterior, que não seja pela

escada interna, ligando-o ao térreo. Por essa razão, passa a representar um risco adicional, visto que

quem detém o controle das escadas de acesso pode manter todas as pessoas ali sob estrito controle

físico.

7) Quantidade de caixas no subsolo

A pergunta tem o mesmo objetivo da de número 3. Um fator agravante, é que os

assaltantes, quando se sentem encurralados, procuram trocar tiros com os vigilantes, ou tomar reféns.

8) Localização do cofre-forte

O cofre-forte diferencia-se de uma caixa-forte pelas menores dimensões, e também

porque lá não existem atividades internas. É um equipamento onde são armazenados valores. A

importância no conhecimento da localização deve-se a aspectos de vulnerabilidade, já que ele é

periodicamente aberto para guarda ou remoção de valores. Se o cofre fica próximo ao público ele pode

vir a ser atingido com maior facilidade.

9) Localização do caixa-forte

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Uma caixa-forte é um grande recinto, adequadamente construído e protegido, onde se

armazenam valores, e, eventualmente, desenvolvem-se atividades, do tipo, contagem de dinheiro,

envelopamento, cintamento de cédulas, etc. Uma caixa-forte pode ser uma tesouraria. Uma tesouraria

poderá vir a ter várias caixas-fortes, cada uma delas com vários cofres-fortes. A localização da caixa-

forte possibilita uma maior vulnerabilidade ou não.

10) Proteção das portas de acesso

Deve-se verificar como estão assentadas as portas de acesso, de que material são

construídas, como é feita a sua manutenção, se há danos aparentes, como está o estado geral dos

trincos, fechaduras, ferrolhos e dobradiças. Por exemplo, uma porta de grades representa um risco bem

maior do que uma porta de chapa metálica, já que se pode jogar algo por entre as grades.

11) Proteção das janelas e basculantes

O questionamento que deve ser feito é o mesmo do item anterior. Acrescenta-se o fato

de haver possibilidade das janelas estarem próximas a muros, facilitando o seu acesso, ou de serem

baixas demais, permitindo que pessoas passando pelo local possam ver o que estar ocorrendo no

interior do prédio.

12) Quantidade de portas de acesso

A quantidade de portas de acesso, além de permitir a avaliação do tempo de

evacuação do prédio, pode nos dar uma idéia da quantidade de vigilantes que serão necessários para

guarnecer a todas elas.

13) Iluminação interna à noite

Um dos itens mais importantes para a segurança patrimonial é a iluminação noturna.

Essa deve permitir uma completa visualização de todos os pontos do local guarnecido. No livro

Gerenciamento de Riscos Industriais são feitas algumas considerações à respeito da importância

deste quesito.

14) Estacionamento para clientes

A existência de estacionamento para clientes, principalmente se no interior da

edificação, pressupões uma agravação do risco. Agencias bancárias com estacionamento para clientes

no subsolo, ou em pisos inferiores ao da loja não devem ser acessadas pelo interior do prédio.

7) Movimentação de numerário na dependência

A quantidade de numerário movimentado no interior de uma dependência bancária

está na razão direta do risco de assalto. Quanto maior for o volume de dinheiro circulando pela

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dependência bancária maior será o risco de assalto. Portanto, na avaliação para fins de segurança

patrimonial dever-se-ão obter informações à respeito desse volume de numerário, manuseado no

interior da dependência, a forma como esse numerário é manuseado, e por quem, como, e de que forma

a agência é abastecida ou tem os valores recolhidos.

8) Tesouraria - Informações Gerais

Uma tesouraria é o principal risco de uma dependência bancária. É nela que os

valores transitam, seja para recolhimento das agências, seja para o abastecimento ou distribuição entre

agências. A sua construção, bem como todo o lay out interno, deve ser especialmente definida para tal

atividade. Deve-se prever, inclusive, o possível corte de energia elétrica, durante uma ação de roubo, e a

interrupção dos meios de comunicação, bem como considerar-se a possibilidade dos vigilantes e

funcionários terem de pernoitar na dependência, seja em função de uma greve de ônibus, por exemplo,

ou por ocasião de uma greve de funcionários das empresas transportadoras de valores.

9) Posto Bancário - Informações Gerais

Um posto bancário é uma extensão de uma agência bancária, localizado em uma

edificação específica, e para um fim específico. Sua instalação é definida pelo Banco Central, através

de legislação própria. Os postos bancários que trazem mais problemas são os localizados em escolas e

em hospitais, já que se acrescenta um risco em ambientes não tão seguros assim, e muito menos

preparados para esse fim. Hoje em dia, o simples transporte de numerário já é um fator de risco.

Durante o abastecimento ou o recolhimento do numerário de um posto situado em uma dessas

ocupações, os vigilantes podem vir a ser rendidos facilmente, bastando para isso que os bandidos façam

reféns, entre os alunos ou os pacientes do hospital. Nesses locais há possibilidade de haver seqüestros

ou fuga com reféns, durante os assaltos.

10) Comentários Gerais

O campo de comentários gerais destina-se a apresentação de esclarecimentos, ou de

comentários, à respeito de situações nocivas, ou de práticas consideradas inaceitáveis, existentes ou

adotadas nos locais inspecionados. Entende-se como práticas nocivas ou inaceitáveis, como todas

aquelas que possam vir a ampliar as conseqüências dos riscos, seja elevando a frequência de

ocorrências, sejam tornando maior a severidade das perdas. Também se destina a inclusão de

comentários à respeito dos procedimentos que venham a inibir a prática de atos contra o patrimônio da

empresa. São as chamadas sugestões para a melhoria do risco. Por exemplo, em se tratando de um risco

emergencial de incêndio, uma das sugestões que podem vir a ser apresentadas é a da instalação de

equipamentos de detecção e combate a incêndios. Outra sugestão pode vir a ser a do treinamento das

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equipes de brigada contra incêndio. Tomando outro exemplo, se há uma freqüência elevada de furtos no

interior da loja, talvez a melhor solução seja o aumento da luminosidade local conjugada com o

aumento da supervisão local. Como se nota, o campo destina-se a incluir uma série de comentários à

respeito do local inspecionado. Também pode vir a ser empregado para complementar os comentários

dispostos em capítulos próprios.