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1 As telecomunicações: reflexos na organização espacial

Mobilidade 3

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As telecomunicações: reflexos na organização espacial

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Comunicar é …

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Transmitir ideias e todo o género de informação

Tornar comum

Partilhar

Conferenciar

Trocar:

Bens

Serviços

Experiências

Sensações

Emoções

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Servindo-se dos recursos ao seu dispor:

Antes da invenção da escrita, recorrendo à expressão plástica, transmitia as impressões do mundo que o rodeava através de

Pinturas rupestres

Desenhos gravados nas rochas

Com o domínio do fogo usou sinais de fumo

Mais tarde, utilizou

Tambores

Pombos-correio

Mensageiros a pé, a cavalo…

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Como comunicava o homem no

passado?

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Os nossos antepassados que habitavam as cavernas traduziam, através dos desenhos, o meio que os rodeava permitindo-nos, hoje, imaginar o que era o quotidiano daquela época:

Hábitos

Atividades de sobrevivência

Mentalidades

Culturas …

Fala-se da Primeira

Fase da Revolução

da Informação e

Comunicação5

Pinturas Rupestres

Gravuras Rupestres

Foz Côa

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Sinais de fogo e

Tambor

permitiram a comunicação entre os povos anulando distâncias.

O tambor continua a desempenhar um papel fundamental em muitas práticas ligadas a culturas tradicionais, como é o caso dos Rituais Xamânicos.Na religião africana de culto aos Orixás e Ancestrais, é considerado sagrado, e seu tocador é classificado como um comunicador oral.Aquele que toca o tambor é um orador e um comunicador de mensagens sagradas.

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Os Pombos-correio, há milénios que servem como meio de comunicação à distância.

Até às últimas décadas do século XX continuavam a integrar as equipas dos correios de países como a Suíça e a Argentina.

Reza a lenda que o faraó Ramsés III, o Egipto, os usou para dar a conhecer ao povo a sua subida ao trono.

Achados arqueológicos confirmam a sua utilização 6500 anos antes de Cristo.

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Com a invenção da ESCRITA - cerca

de 4 000 a.C. – passa a ser possível

fazer registos sobre a administração

do território, por exemplo, acerca

Da recolha de impostos Do registo das colheitas Das trocas comerciais

tarefas que exigiam a invenção de um sistema de comunicação.

Fala-se da Segunda Fase da Revolução da Informação e Comunicação.

A escrita cuneiforme – a mais antiga forma de cálculo e de escrita: SÍMBOLOS gravados, com pontas de vime, em pequenas placas de argila mole endurecidas ao sol.

A escrita hieroglífica - criada pelos egípcios desde o séc. V a.c. ao séc. IV da nossa era gravada em baixos ou altos relevos sobre uma matéria dura (pedra, madeira ou metal).

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Escrita cuneiforme

Escrita hieroglífica

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Com o invenção da imprensa porGutenberg (1398-1468), comunicar passou a ser mais fácil: Introduziu-se a forma moderna de

impressão de livros – impressão por caracteres móveis

Possibilitou-se a divulgação e cópia muito mais rápida de livros e jornais.

Protagonizou-se o evento mais importante da Idade Moderna: a Revolução da Imprensa

A imprensa foi fundamental: No desenvolvimento da revolução

científica

Na criação dos alicerces da atual economia do conhecimento

Na democratização da aprendizagem e da COMUNICAÇÃO. 9

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A partir do século XIX, o mundo vai acelerar e diversificar as formas de comunicar

Serviços regulares de correio

Invenção do telégrafo elétrico (Morse), primeiro meio de comunicação à distância

Invenção do rádio

(Nikola Tesla)

Invenção do telefone (Meucci/Bell)

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1935 - emissão oficial da TV

na Alemanha

1936 - inauguração da estação

regular da BBC

1974 - surge o computador

pessoal

1985 - Microsoft lança o

Windows

1989 - 159 mil computadores

estão conectados à internet

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A partir da segunda metade do século

XX, o mundo transforma-se num

espaço hiperconectado

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Fala-se da Terceira Fase da Revolução da Informação e da Comunicação

A comunicação é cada vez mais facilitada e multiplicada com os novos e revolucionários recursos:

Satélites de comunicação

Redes informáticas

Emissões de TV por cabo

Suportes digitais de rádio e TV

Internet

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E fala-se, igualmente, das TIC´s e do seu reflexo na ordem económica, social e política

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AsTIC´s – Tecnologias da Informação e da Comunicação:

Criaram um novo paradigma:

Uma Nova Ordem Económica e Informacional

Novos métodos de trabalho:

Teletrabalho

Trabalho flexível

Trabalho autónomo

Trabalho temporário

Suportam a globalização

O uso das TIC´s permitem a diminuição das “fronteiras” entre os espaços e o tempo com:

A comunicação a longa distância

A comunicação em tempo real

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Vantagens Desvantagens

Comunicar em tempo real

com pessoas que se

encontram afastadas

fisicamente

Facilitar o dia-a-dia do

indivíduo - fazer negócios

sem sair de casa,

movimentar dinheiro sem ir

ao banco, obter informação

sem ir a uma biblioteca, etc.

Viajar virtualmente -

Internet, CD-ROM, DVD …

Aumentar o conhecimento;

Contactar virtualmente com

outras culturas

Reforçar o individualismo;

Agravar a falta de

solidariedade e a

afetividade (quebra de laços

familiares e de amizade)

Substituir o convívio

familiar pela internet

Agravar o desemprego por

força da automação e

consequente info-exclusão

Perder a noção da

realidade concreta para

uma realidade virtual.

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Portugal faz parte da Aldeia Global

A Sociedade da Informação 15

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Diz-se que:

Portugal “falhou” a revolução agrícola

Chegou tarde à era industrial

Revela um atraso económico e tecnológico

acentuado (apesar do elevado número de utilizadores de telemóveis)

Mas, se for capaz de dar o salto para a

Era digital e a

Sociedade do conhecimento

Se se integrar nas redes europeia e mundial –

Autoestradas da Informação - será

Competitivo na Sociedade da Informação e do

Conhecimento

Reduzirá a sua perificidade em relação ao

Centro da Europa.

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As afirmações feitas no diapositivo anterior sugerem a seguinte questão: onde está o interesse da Geografia no estudo destes temas? Afinal está-se a falar desta disciplina ou de Economia?

Não percamos o grande objeto de estudo da Geografia, o

ESPAÇO

um espaço complexo que é um produto social. Desde a descoberta da agricultura e o início da sedentarização que o homem, a ritmos diferenciados, não deixou de intervir no meio natural. Poder-se-á, mesmo, afirmar que existe uma relação biunívoca entre espaço geográfico e sociedade, isto é,

A organização do espaço que a sociedade produz

atua no desenvolvimento da própria sociedadeRogério Leandro Silveira, “Redes e território: uma breve contribuição geográfica”

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Partindo da conclusão anterior, entende-se a preocupação em identificar as alterações no espaço geográfico resultantes do atual processo revolucionário. Em concreto, pretende-se verificar que marcas a Revolução da Informação e Comunicação está a deixar no processo contínuo da construção do espaço habitado pela sociedade.

Num mundo assente na globalização económica e na mundialização da cultura, compete à Geografia adotar novas formas de compreensão e de análise espacial continuando a recorrer às diferentes escalas de observação, da local à global.

Já conhecemos a diferenciação espacial resultante das condições naturais – localização, relevo, clima. Temos que perceber, agora, a diversidade de FLUXOS que alimentam o espaço geográfico atual, um espaço organizado em redes geográficas variadas, umas físicas, outras virtuais.

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Compreender as redes geográficas é essencial para explicar:

O fenómeno da globalização

A sociedade emergente

O espaço resultante.

Entendendo como rede toda a infra-estrutura que:

Suporta o transporte de matérias primas/mercadorias, de energia ou de informação num dado território

É constituída por pontos de acesso ou terminais, ligações de transmissão e nós de comunicação

É fácil concluir que, as redes, são indispensáveis à continuidade do modo de produção capitalista e à obtenção de lucros. É, recorrente, ouvirmos dizer que se alarga o fosso entre ricos e pobres, entre quem domina a informação e quem é info-excluído. 19

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Compete, por isso, à análise geográfica, neste contexto geotecnológico,

Privilegiar o saber sobre o espaço, identificando:

Os processos de desenvolvimento

As ferramentas utilizadas para o aproveitamento dos recursos naturais

Os impactos socio-ambientais

As relações da sociedade com a natureza

Fala-se, também, de Geografia Global e num novo conceito – o ciberespaço – um novo espaço que se sobrepõe ao espaço real.

As novas tecnologias da informação agem sobre todos os domínios da atividade humana tornando, portanto, as sociedades atuais espacialmente compostas por fluxos de intercâmbio. 20

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Fluxos de Internet: os pontos do globo com maior tráfego

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No planisfério confirma-se a desigualdade na distribuição das

ligações da Internet no mundo.

No planiglobo constatámos a importância que exerce Nova

Iorque – uma megacidade – no contexto mundial. Os fluxos que se

geram no ciberespaço a partir deste influente centro financeiro tem uma

expressão à escala planetária.

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No domínio das

redes geográficas

os fluxos

respeitam,

também, à

frequência com

que se verificam

as ligações em

diferentes modos

de transporte

Fluxos de viagens

de aéreas e

marítimas em 2012

O trabalho foi elaborado

por Michael Markieto, um

especialista canadiano

em sistemas de

informação. Concluiu que

os pontos de maior fluxo

localizam-se em áreas

costeiras.

Resultado da análise de

58 mil rotas aéreas

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Quais são então as mudanças mais percetíveis no espaço geográfico?

Pela cartografia anterior há pressupostos que vão justificar exemplos que se possam enunciar a seguir. Assim, pode-se dizer que:

Vivemos numa sociedade em rede

A verdadeira riqueza traduz-se no capital intelectual do indivíduo – Sociedade do conhecimento

O espaço – ciberespaço – não tem fronteiras

Os indivíduos interagem através dos meios de comunicação modernos – telecomunicações

Persistem contrastes informacionais entre continentes, países, regiões, lugares

De forma direta ou indireta, a revolução da informação e da comunicação afeta todo o mundo por força do paradigma económico dominante, o capitalismo, um sistema onde empresas multinacionais gigantescas florescem e alimentam os sistemas globais de comércio e troca de informações. 25

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À escala global

Mudanças no espaço industrial: Nova lógica de localização industrial Distribuição do processo produtivo por diversas localizações

(exº filiais de multinacionais)

Capacidade organizacional da gestão das diversas unidades de produção através das conexões das telecomunicações

Emergência de novas regiões produtivas alicerçadas nas Novas Tecnologias e na forte integração com centros de pesquisa e desenvolvimento das universidades em países em desenvolvimento.

Mudanças no espaço urbano: Emergência de megacidades: Aglomerações populacionais enormes

Centros dos principais negócios do país respetivo

Centros marcados pelo dinamismo económico, tecnológico, cultural e político. (Tóquio, S.Paulo, Pequim, Moscovo, Londres, Nova Iorque …)

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Mudanças no peso dos setores da economia: Setores primário e secundário “estreitam”

Setor terciário cresce mais e mais rapidamente por força da “indústria cultural”

Cinema, TV, rádio

Turismo global, shopping centres, centros de lazer, parques de diversões

Moda, culinária …

são exemplos de atividades terciárias que registam um crescimento notório e que provocam alterações no espaço, nomeadamente, na construção de novas infraestruturas coletivas.

A proliferação das mudanças induzidas por esta “globalização” produtiva conduz a uma tendência para uma unificação dos lugares e espaços regionais outrora isolados.

Trata-se de um processo de homogeneização que se estende à implementação de uma padronização dos modos de vida. Urbanos e rurais assemelham-se cada vez mais.

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À escala nacional/comunitária

No início deste século a discussão entre Geografia e Novas Tecnologias de Computação e Comunicação vai no sentido da criação de um projeto social

onde o bem estar social deve ser o objetivo a alcançar.O projeto Smart cities Portugal é um exemplo do que se está a fazer no país

com o intuito de requalificar as cidades aderentes e proporcionar melhor

qualidade de vida aos cidadãos

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SMART CITIES Portugal - Cidades Inteligentes, Competitivas, Sustentáveis

A Rede "Smart Cities Portugal" tem como objetivos

Promover o desenvolvimento e produção de soluções urbanas inovadoras, de forma integrada, com vista à estruturação da oferta e sua valorização nos mercados internacionais

Potenciar a participação das empresas e cidades portuguesas no mercado das cidades inteligentes

Afirmar a imagem de Portugal como espaço de conceção, produção e experimentação de produtos e serviços para smart cities.

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Índice cidades inteligentes 2020

Instrumento estratégico que parte de um conceito integrado de:

Cidades que baseiam a sua atratividade na aliança entre a inovação económica, a sustentabilidade ambiental, a inclusão social e cultural e a governação aberta, em linha com a Estratégia Europa 2020.

Cidades que desenvolvem e utilizam soluções inteligentes baseadas em tecnologias de informação e comunicação para a promoção da conectividade urbana conducente à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

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Um estudo da União Europeia defende que uma cidade inteligente é a que apresenta boa performance em seis indicadores: economia, mobilidade, governação, ambiente, vida e pessoas.

“A estratégia da União Europeia para as cidades inteligentes coloca as pessoas em primeiro lugar, em detrimento da construção das grandes infraestruturas”.

Até 2020, a EU vai disponibilizar €1000 milhões para cidades inteligentes.

O projeto-piloto Ligthouse, por exemplo, irá proporcionar a Lisboa soluções de mobilidade, eficiência energética e aplicações de tecnologias de informação e requalificação e eficiência energética.

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SMART PEOPLE

> Cidadãos

> Governantes

> Companhias

SERVIÇOS AO CIDADÃO

E-government

Participação cívica

Empresa digital

Educação

Saúde

TRANSPORTE E MOBILIDADE

Gestão do tráfico

Transporte público coletivo

Gestão da mobilidade urbana

Acessibilidade

INFRAESTRU-TURAS E ECO-ENERGIA

Gestão eficiente da energia

Serviços urbanos

Soluções para a sustentabilidade

Veículo elétrico

SEGURANÇA E EMERGÊNCIAS

Centros integrados de controle

Integração das telecomunicações

Comunicação com o cidadão

Segurança para a cidadania

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DIMENSÃO

ECONÓMICA

DIMENSÃO

AMBIENTAL

DIMENSÃO

SOCIAL

Adaptado de SMART CITIES, Cidades Inteligentes: responder aos novos desafios globais

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Portugal e Espanha vão criar rede ibérica de cidades inteligentes

Portugal e Espanha vão criar uma rede ibérica de cidades inteligentes para problemas conjuntos e partilhar informação e experiências que melhorem as condições de vida dos cidadãos através das TIC (tecnologias de informação e comunicação).

A criação da rede ibérica procura melhorar a competitividade económica, a sustentabilidade ambiental, o desenvolvimento cultural, a inclusão social e os serviços públicos através das novas tecnologias.

Os membros da rede ibérica participarão também, de forma conjunta, em projetos europeus do próximo período de programação (2014-2020), explorando também "o potencial de cooperação transfronteiriça no espaço" e em ilhas em cidades inteligentes, aproveitando-se de algumas estruturas em operação.

33http://sicnoticias.sapo.pt/mundo/2013-11-12-portugal-e-espanha-vao-criar-rede-iberica-de-cidades-inteligentes;