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Modernidade
Para o dialético, o que importa é ter o vento da história universal
em suas velas.
Para ele, pensar significa: içar velas.
Como estão dispostas, isso importa.
Para ele, palavras são apenas velas.
O modo como estão dispostas é o que as transforma
em conceito
Walter Benjamin. Charles Baudelaire: um lírico no auge do capitalismo p. 166
“Não é mau definir épocas históricas pelo tipo de ‘demônios íntimos’ que
as assombram e atormentam”
Zygmunt Bauman. A modernidade líquida. p. 35
“Quando se procura compreender a problemática da modernidade, uma primeira
distinção conceitual me parece particularmente útil: a diferenciação apontada por Perry
Anderson entre modernização, modernidade e modernismo.”
Paula Monteiro. Dilemas da Modernidade no mundo contemporâneo p. 54
Economia
A “destruição criativa” (Schumpeter)
Industrialização/ Urbanização
Novas condições de produção (produção em “massa”: maquinaria, fábrica
Novas formas de circulação de bens e informação
(sistema de transportes e comunicação)
Novos modos de consumo (mercados de massa, publicidade, moda)
“Essa primeira revolução tecnológica do final do século XVIII, seria seguida de mais duas: uma na virada do século XIX, que com a
invenção da telefonia, rádio, aviação etc. teria, grosso modo, instaurado as condições para a
emergência de uma sociedade de massas; outra, que em meados deste século, desenvolve
a microeletrônica, os satélites e a computação...”
“Os pensadores do século XIX ... Acreditavam que a liberdade do homem adviria de seu domínio total sobre a natureza pela técnica; postulavam uma razão ilimitada, capaz de fundar a autonomia do homem frente ao poder; confiavam no progresso
como atividade linear e cumulativa.”
Autonomização do mercado
“... A grande novidade do século XVIII foi a transformação dos mercados isolados numa
‘economia de mercado’... Deste modo, ao contrário de sociedade anteriores, nas
quais a atividade econômica estava submersa nas relações sociais , a nossa foi a primeira a instituir a
economia como um sistema autônomo e o mercado como centro organizador da vida
social” Paula Monteiro. Dilemas da Modernidade no mundo contemporâneo p. 55
Modernidade
“Já a modernidade, refere-se segundo Perry Anderson, à experiência histórica específica que acompanha essas transformações da esfera tecnológica e econômica...
[Para Renato Ortiz], o princípio de ‘circulação’ é um elemento estruturante dessa modernidade:
circulação de mercadorias e objetos, mas principalmente de pessoas.”
“Marshall Berman procura descrevê-la utilizando a imagem do homem fáustico
(...)Assim, a experiência vital da modernidade organiza-se em torno da promessa de aventura, de poder e
de crescimento.
Ela supõe uma transformação constante de nós mesmos e do mundo, liberando todas as
potencialidades humanas de desenvolvimento.”
“Ao privilegiar a mobilidade, a modernidade tende a promover a
dissolução dos espaços onde estavam enraizados os hábitos e a tradição.
E, mais ainda, os deslocamentos contínuos e rápidos que os novos sistemas de transportes
inauguram, aceleram a experiência do tempo. A vida social se intensifica.”
“Essa experiência vital, esse ‘turbilhão’ como gosta de qualificá-la Charles Baudelaire, realiza-
se, na sua plenitude, na vida urbana...
A vida urbana, frenética e febril é segundo Walter Benjamin um tipo de experiência que se
define pelo choque. Este faria emergir uma nova sensibilidade que se caracterizaria pela atrofia da experiência em nome da vivência”
Experiência cognitiva e sensorial
Desencantamento do mundo/Racionalidade Instrumental/Secularização
Neurastenia/Hiperestímulo
Aceleração da vida cotidiana/Experiência do choque (Benjamin)/A atitude blasé do homem
moderno
Tráfego, barulho, painéis, sinais de trânsito, iluminação pública, multidões, vitrines, bondes,
automóveis, riscos de morte nas fábricas (maquinários) e nas construções.
Saturação do olhar/Estética do espanto e dos fait-divers (jornalismo e cinema).
Um tipo de experiência, um tipo de sensibilidade do tempo e do espaço, de si e
dos outros, possibilidades e perigos da vida.
Modernismo
“... o modernismo seria o modo como as transformações econômicas e tecnológicas , e essa experiência vital que as acompanharam,
foram pensadas pela cultura.”
Paula Monteiro. Dilemas da Modernidade no mundo contemporâneo p. 57
“O modernismo é, pois, da ordem da ideologia, isto é, representa o conjunto de visões e idéias
sobre a modernização e a modernidade(...)
Foram os pensadores do século XIX, Marx, Baudelaire, Proust, Gogol, os primeiros a
formular uma visão coerente sobre a modernidade...
“... mas suas obras expressam a ambiguidade da experiência: ao mesmo tempo que
celebram, denunciam as transformações e a violência que a acompanham”
A influência das “vanguardas”Uma nova estética: extração da representação
do eterno nos momentos fugazes da vida cotidiana;
fragmentação da narrativa, da temporalidade; implosão da linguagem; recursos à
colagem/montagem
“Assim, conclui Perry Anderson com grande perspicácia, ‘o modernismo europeu nos
primeiros anos do século XX, floresceu entre um passado clássico ainda utilizável, um
presente técnico ainda indeterminado e um futuro político ainda imprevisível”
Paula Monteiro. Dilemas da Modernidade no mundo contemporâneo p. 57-58
Referências
Ben Singer. Modernidade, Hiperestímulo e o início do sensacionalismo popular
David Harvey. A Condição pós-moderna
Marshal Berman: Tudo o que é sólido se desmancha no ar
Paula Monteiro. Dilemas da Modernidade no mundo contemporâneo
Perry Anderson. Modernidade e Revolução