27
Ciência Política Hannah Arendt – Introdução na Política Maquiavel – O Príncipe Rousseau – O Contrato Social

Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Slide da monitoria de Ciência Política

Citation preview

Page 1: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Ciência PolíticaHannah Arendt – Introdução na Política

Maquiavel – O Príncipe

Rousseau – O Contrato Social

Page 2: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Hannah Arendt – Introdução na Política• A política se baseia no fato da pluralidade humana.

• A liberdade só existe no singular espaço intermediário dapolítica.

• Desde o começo, a política organiza os absolutamentediferentes tendo em vista a rua relativa igualdade e emcontraposição a suas relativas diferenças.

• A filosofia e a teologia, visto que se ocupam sempre dohomem e que suas afirmações só estariam corretasse existisseum ou dois homens ou apenas homens idênticos.

• Política diz respeito à coexistência e associação de homensdiferentes. Os homens se organizam politicamente segundocertos atributos comuns essenciais existentes em absolutocaos de diferenças.

Page 3: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

• Corpos políticos baseados na família.

• Contudo, desejo de introduzir o parentescocomo uma fortaleza poderosa no mundoinóspito conduz à perversão fundamental dapolítica, porque abole o atributo básico dapluralidade, ou melhor,confisca-a pelaintrodução do conceito de parentesco.

Page 4: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

• Qualquer discurso sobre a política em nossa épocadeve começar pelas preconceitos que todos nós, quenão somos políticos profissionais temos contra apolítica. Segundo Arendt nossos preconceitoscomuns são políticos em sentido amplo (poisparticipam dos assuntos humanos que constituem ocontexto onde vivemos nossas vidas cotidianas. )

• Por trás dos nossos preconceitos atuais contra apolítica estão:Medo: de que a humanidade se autodestrua por meio

da política e dos meios de força que tem hoje à suadisposição;

Esperança: ligada ao medo, de que a humanidaderecobre a razão e livre o mundo não de si próprio, masda política.

Page 5: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

• Qual é o Significado da Política?

• A resposta à questão do significado da política étão simples e conclusiva. A resposta é: osignificado da política é a liberdade.

• A pergunta se transforma: a política ainda tem algum significado? Segundo a autora a pergunta envolve dois grandes fatores:

Nossa experiência com regimes totalitários em que a totalidade da vida humana é pretensamente tão politizada, que sob eles já não há nenhuma liberdade, Surge a pergunta de se a política e liberdade são compatíveis

Page 6: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

O monstruoso desenvolvimento dos modernosmeios de destruição que são monopólio dosEstados, mas que não poderiam ter sidodesenvolvidos sem esse monopólio e só na arenapolítica podem ser empregados.

Partindo da lógica inerente a esses fatores eadmitindo que nada exceto essas condições queconhecemos hoje determina o curso presente efuturo do nosso mundo, podemos dizer que umamudança decisiva para melhor só pode resultarde uma espécie de milagre

Page 7: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

• O milagre que aqui se refere não é um milagrevindo do transcendente, um milagre de fé, massim como o surgimento de um novo processo.

• Todo novo começo é por natureza um milagrequando visto e vivenciado desde o ponto de vistados processos que ele necessariamenteinterrompe.

• Os processos de que estamos tratando são denatureza histórica. O processo histórico nasceude iniciativas humanas e é constantementeinterrompido por novas iniciativas.

Page 8: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

• Ação: fazedor de milagres. A ação põe emmarcha os processos históricos. É apossibilidade de ‘forjar a própria corrente’.

O milagre da liberdade é inerente a essa capacidadede começar, ela própria inerente ao fato de que todoser humano simplesmente por nascer em um mundoque já existia antes dele e seguirá existindo depois, éele próprio um novo começo.

Page 9: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Maquiavel – O Príncipe

• Os fins NÃO justificam os meios

O momento de fundação e o momento demanutenção do Estado são momentos distintos.

• A força é justa quando necessária.

Page 10: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Estados

• “Todos os Estados, todos os domínios que tiveram etêm autoridade sobre os homens foram e são ourepúblicas ou principados”.

República

Estado Hereditários

Principado Novo Inteiramente

Novos

Membro Anexado

Page 11: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

• Principados:

Maquiavel não atribui tamanho interesse a essesregimes hereditários;

1. Demasiados estáveis;

2. Demasiado Fáceis;

3. Basta o Príncipe não ultrapassar em absolutoos limites estabelecidos pelos antepassados econtemporizar com os acontecimentos.

Page 12: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

As verdadeiras dificuldades, tanto paraaquisição quanto para conservação,encontram-se nos Principados Novos.

• Dos Principados Novos:

1. Formados a partir de uma outra espécie degoverno (Inteiramente Novos);

2. Adquiridos de recente data eacrescentados a um principado hereditário(Mistos). Expl.: Nápoles ao Estado deEspanha: o principado novo e o Estadohereditário formam um novo corpo.

Page 13: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

4 maneiras para se conquistar o poder, às quaispoderão corresponder diferentes modos deconservar ou perder.

1) Conquista-se pela própria Virtu (por meio desuas próprias armas);

2) Pela fortuna e pelas armas alheias;

3) Por meio de perversidades (velhacarias);

4) Pelo consentimento dos concidadãos.

Fortuna X Virtu: saber agir de acordo com a

necessidade.

Sorte (habilidade fora do ser)

Page 14: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Príncipe alçado pelos Grandes:

Julgam seus iguais;

Encontra-se mais dificuldade em manter-se;

Deverá fazer tudo para se reconciliar quanto antescom o povo;

Não terá então amparo mais fiel.

Príncipe alçado pelo povo: Preferência de Maquiavel

O povo é fácil de satisfazer;

Não pedem para oprimir;

Pedem apenas para não serem oprimidos.

Page 15: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

O Príncipe que quer manter-se como tal deve,aprender a ser ou não ser bom conformenecessidade;

“Que haveria de mais desejável do que umpríncipe que reunisse todas as boas qualidades,fosse generoso, benfazejo, compassivo, fiel à suapalavra, firme e corajoso, indulgente, casto,franco, grave e religioso? Isto, porém, épraticamente impossível, a condição humananão comporta”.

Page 16: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

“Mais vale ser amado que temido, ou temido que amado?”

Melhor consistiria em ser amado e temido, mas é difícil;

É mais seguro ser temido. Por quê?

1. Os homens são geralmente ingratos, inconstantes,dissimulados, trêmulos em face dos perigos e ávidos delucro; enquanto lhes fazeis bem, são dedicados;oferecem-lhe o sangue, os bens, a vida, os filhos,enquanto o perigo só se apresenta remotamente, masquando este se aproxima, bem depressa se esquivam;

2. Os homens receiam muito menos ofender aquele que sefaz amar do que aquele que se faz temer;

3. O vínculo do amor, rompem-se ao sabor do própriointeresse, enquanto o temor sustenta-se por um medodo castigo, que jamais os abandona.

Page 17: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Temor X Ódio

O ódio é grave ao Príncipe e ao Estado;

Toda fortaleza conquistada por um príncipe odiadonão se salvará das conjurações dos súditos;

Para evitar o ódio:

O Príncipe deve ser fiel à palavra;

Atentar-se aos bens dos súditos;

Atentar-se a honra das mulheres;

Agir sempre francamente.

Page 18: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Homem X Animal: O mito de Quíron e Aquiles.

É necessário a um Príncipe, agir tanto como animalquanto como homem;

É próprio do homem combater pelas leis,regularmente, com lealdade e fidelidade;

É próprio do animal combater pela força e pelaastúcia.

O Príncipe perfeito necessita possuir ambas asnaturezas:

Leão X Raposa

Leão: atemorizar os lobos;

Raposa: reconhecer as armadilhas.

Page 19: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Rousseau – O Contrato Social

• Soberania popular > povo > legislador

• Estado de natureza: perdido, irrecuperável.

• Escreve contra o Direito Natural: o Direito está fundado na ordem civil.

• A força não produz direito, apenas as convenções.

Page 20: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

• Família: considerada como modelo para as sociedades políticas.

O chefe é a imagem do pai, o povo a dos filhos.

• Homem nenhum possui autoridade natural sobre seu semelhante.

• Alienar (dar/vender) a liberdade é um ato ilegítimo e nulo.

• Não existe guerra entre um indivíduo e outro, apenas entre Estados.

• O contrato social surge da necessidade de agregação, para conservarem vivos os indivíduos.

Page 21: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

• O contrato social surge da necessidade deagregação, para conservarem vivos osindivíduos:

• O problema fundamental cuja solução é dadapelo contrato social: ''Encontrar uma forma deassociação que defenda de toda força comum apessoa e os bens de cada associado, e pela qual,cada um, unindo-se a todos, não obedeçaportanto se não a si mesmo, e permaneça tãolivre quanto anteriormente. ''

• O resumo das ‘cláusulas do contrato: alienaçãototal de cada associado em favor de toda acomunidade.

Page 22: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

• Cada qual se entregando por completo e sendo condição igual para todos, a ninguém será oneroso;

• Feita a alienação sem reserva, a união é tão perfeita quanto se pode ser.

“Cada qual dando-se a todos não se dá aninguém.”

• O contratante acha-se obrigado sob uma duplarelação:

1) Como membro do soberano para com osparticulares;

2) Com membro do Estado para com o soberano.

Page 23: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

• Na qualidade de cidadão, cada indivíduo pode teruma vontade contrária ou dessemelhante davontade geral.

• O pacto tem uma obrigação que poderá dar força asoutras: “quem se recusa a obedecer a vontade geral aisto será constrangido pelo corpo em conjunto, oque apenas significa que será forçado a ser livre.”

• O que perde pelo contrato social é a liberdadenatural e um direito ilimitado a tudo; o que ganha éa liberdade civil e a propriedade de tudo o quepossui. (novamente a ideia de direito comoconvenção)

Page 24: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Direito do primeiro ocupante (que só se tornadireito com o estabelecimento do direito depropriedade):

• Que o terreno não se encontre habitado porninguém;

• Que apenas seja ocupada a área de que se temnecessidade para subsistir;

• Que se tome posse dela pelo trabalho e pelacultura.

Page 25: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

• Soberania é:

Inalienável: Somente a vontade geral tempossibilidade de dirigir as forças do Estado,segundo o seu fim, que é o bem comum.

O exercício da vontade geral jamais se pode alienare o soberano, que é um ser coletivo, não pode serrepresentado a não ser por si mesmo.

É possível transmitir o poder, não a vontade.

É impossível fazer concordar a vontade particular e avontade geral.

No instante em que houver um senhor, nãohaverá mais soberano.

Page 26: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Indivisível: porque a vontade é geral ou não é.

• Diferença:

▫ Vontade geral: interesse comum;

▫ Vontade de todos: interesse privado, somo das vontades dos particulares.

A vontade geral, constituindo ato de soberania, faz lei

Page 27: Monitoria ciência política - Arendt, Maquiavel e Rousseau

Lei:

• Pelo pacto social demos existência ao corpo político, trata-se agora de lhe dar o movimento e a vontade por meio da legislação.

• É necessário, pois, haja convenções e leis para unir os direitos aos deveres e encaminhar a justiça a seu objetivo

• Objeto das leis é sempre geral, entende-se que a lei considera os vassalos em corpo e as ações como sendo abstratas, jamais um homem como indivíduo, nem uma ação particular.