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Não é hora de perder a esperança “A vida é sempre uma missão / A morte é uma ilusão / Só sabe quem viveu / Pois quando o espelho é bom / Ninguém jamais morreu”. Os versos da canção “Além do Espelho”, cantada por João Nogueira, vieram ao pensamento no exato instante que recebi a triste notícia sobre o falecimento da doutora Zilda Arns. Mulher de fibra que tinha a mais nobre das missões. A missão de salvar vidas, em especial a vida de crianças pobres. Durante quase trinta anos, ela se dedicou integralmente ao trabalho frente à Pastoral da Criança. Zilda Arns conseguiu! Hoje o Brasil e o mundo conhecem os feitos da brasileira que foi uma vencedora. Extraordinária mobilizadora social, conseguiu aglutinar uma multidão de voluntários responsáveis diretamente pelo êxito da empreitada que a levaram a ser indicada por três anos consecutivos para receber o prêmio Nobel da Paz. Prêmio que, certamente, ela receberá no imaginário de todas as pessoas de bem do Brasil e do mundo. Zilda Arns morreu em serviço, morreu defendendo sua causa. Figura generosa e humilde se tornou unanimidade nacional e reconhecida em muitos países, tendo como características marcantes a simplicidade e determinação,qualidades inerentes em sua forte personalidade. Em 2004, por minha sugestão, a Câmara de Vereadores de Joinville lhe concedeu o título de “Cidadã Honorária de Joinville”. Na ocasião, tive a oportunidade de conversar por um bom tempo com ela. Sua fala serena e a paixão que demonstrava quando se referia às crianças e ao trabalho me redobraram a certeza de que nossa cidade estava prestando uma de suas mais importantes e justas homenagens. Zilda Arns foi uma mulher que se doou para as causas que defendia. Sua morte no Haiti nos deixa inúmeras lições. Ela partiu justamente ao lado dos que defendia. Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, irmão da Doutora Zilda Arns fez uma reflexão serena da morte da irmã dizendo que “não é hora de perder a esperança”. Palavras que nos incentivam a continuar no dia-a-dia seguindo seu exemplo.

Não é hora de perder a esperança

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Não é hora de perder a esperança

“A vida é sempre uma missão / A morte é uma ilusão / Só sabe quem viveu / Pois quando o espelho é bom / Ninguém jamais morreu”. Os versos da canção “Além do Espelho”, cantada por João Nogueira, vieram ao pensamento no exato instante que recebi a triste notícia sobre o falecimento da doutora Zilda Arns. Mulher de fibra que tinha a mais nobre das missões. A missão de salvar vidas, em especial a vida de crianças pobres. Durante quase trinta anos, ela se dedicou integralmente ao trabalho frente à Pastoral da Criança. Zilda Arns conseguiu! Hoje o Brasil e o mundo conhecem os feitos da brasileira que foi uma vencedora.

Extraordinária mobilizadora social, conseguiu aglutinar uma multidão de voluntários responsáveis diretamente pelo êxito da empreitada que a levaram a ser indicada por três anos consecutivos para receber o prêmio Nobel da Paz. Prêmio que, certamente, ela receberá no imaginário de todas as pessoas de bem do Brasil e do mundo. Zilda Arns morreu em serviço, morreu defendendo sua causa. Figura generosa e humilde se tornou unanimidade nacional e reconhecida em muitos países, tendo como características marcantes a simplicidade e determinação,qualidades inerentes em sua forte personalidade.

Em 2004, por minha sugestão, a Câmara de Vereadores de Joinville lhe concedeu o título de “Cidadã Honorária de Joinville”. Na ocasião, tive a oportunidade de conversar por um bom tempo com ela. Sua fala serena e a paixão que demonstrava quando se referia às crianças e ao trabalho me redobraram a certeza de que nossa cidade estava prestando uma de suas mais importantes e justas homenagens.

Zilda Arns foi uma mulher que se doou para as causas que defendia. Sua morte no Haiti nos deixa inúmeras lições. Ela partiu justamente ao lado dos que defendia. Dom Paulo Evaristo Arns, arcebispo emérito de São Paulo, irmão da Doutora Zilda Arns fez uma reflexão serena da morte da irmã dizendo que “não é hora de perder a esperança”. Palavras que nos incentivam a continuar no dia-a-dia seguindo seu exemplo.

Hoje com a dor da perda, me sinto triste, sobretudo motivado para dizer: Obrigado doutora Zilda Arns! Obrigado pelo seu trabalho. Tenha certeza que não foi em vão. Seus seguidores espalhados pelo mundo farão seu exemplo se refletir por longos anos. Não deixaremos o espelho da perseverança e da partilha se quebrar.