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Nelson Mandela: um legado de luta e conciliação Professor Mauricio da Silva

Nelson mandela um legado de luta e conciliação

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Nelson Mandela: um legado

de luta e conciliação

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O termo significa "separação“ na língua africâner. Política racista que

negava aos negros direitos civis, sociais, políticos e econômicos.

1948: oficialização do regime na África do Sul pelo Partido dos

Nacionalistas, que ascendeu ao poder e representava os interesses

das elites brancas;

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A origem do regime Sua origem remonta ao período da colonização da África do Sul. Os

primeiros colonizadores bôeres ou africânderes (grupos sociais

europeus que vieram da Holanda, França e Alemanha) se

estabeleceram no país nos séculos XVII e XVIII;

Após a guerra dos bôeres (1899-1902), com vitória dos ingleses, é

fundada a União da África do Sul em 1910; (Imperiealismo)

História marcada pela discriminação racial imposta pela minoria

branca.

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Charles Darwin publica em 1859 o

livro fundador do evolucionismo: A

origem das espécies.

As teses de Darwin logo são

transportadas para outros campos do

conhecimento em uma tentativa de

explicar o comportamento humano

em sociedade.

Surge assim o darwinismo social,

que apresenta os “burgueses” como

os mais capazes, os mais fortes, os

mais inteligentes e os mais ricos.

Justificativa: ideia de raça

Ota Benga sua esposa e Samuel

Verner, 1904.

Pigmeu levado ao zôo de Nova Iorque Professor Mauricio da Silva

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Racismo – A origem do termo é proveniente do italiano razza que

significa sorte, categoria, espécie.

É entendido como "a ideologia que postula a existência de

hierarquia entre grupos humanos";

Preconceito – “um julgamento prévio negativo que se faz de

pessoas estigmatizadas por estereótipos“.

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ETNIA: compreendida como um

conjunto de indivíduos, que histórica e

mitologicamente, têm um ancestral,

uma língua e religião comum, possuem

uma mesma cultura e moram

geograficamente num mesmo território.

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A Eugenia tinha como

objetivo: o aperfeiçoamento

da espécie humana por meio

de casamentos entre os

“bem dotados

biologicamente” e o

desenvolvimento de

programas educacionais para

a reprodução consciente de

casais saudáveis.

Eugenia

No século XIX, a classificação do

homem: o critério da cor e critérios

morfológicos como, a forma do nariz,

dos lábios, do formato do crânio, etc.

Nesse momento a classificação da

humanidade foi estabelecida em raças

de forma hierarquizadas.

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Cidadão negro americano é constrangido

a beber do filtro onde está assinalado

"Apenas para pessoas de cor", ou, em

inglês, "Colored only".

Durante a década de 1930, uma série

de exames antropométricos foram

realizados na Alemanha nazista para

catalogar características físicas da

população.

Eugenia, nos EUA e Alemanha

A primeira lei de esterilização americana

foi aprovada em 1907, no estado de

Indiana, e estima-se que mais de 50 mil

pessoas tenham sido esterilizadas entre

1907 e 1949

Centenas de milhares de pessoas

foram esterilizadas

compulsoriamente e mais de 6

milhões perderam a vida em nome

da higiene da raça.

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O racismo individual inclui atitudes preconceituosas e comportamentos discriminatórios, ou seja é o racismo ordinário presente nas relações interpessoais.

O racismo institucional compreende um conjunto de arranjos institucionais que restringem a participação de um determinado grupo racial. Trata-se de discriminação racial praticada pelo Estado ao atuar de forma diferenciada em relação a esses segmentos populacionais.

Racismo: individual e institucional

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A legitimação da segregação O Apartheid foi o único caso histórico de um sistema onde a

segregação racial foi legitimado no âmbito nacional, apesar de inúmeras resoluções da ONU condenando o regime;

Representantes da maioria negra fundaram, em 1912, a organização Congresso Nacional Africano (CNA);

Pós 1948: auge do regime com a abolição definitiva de alguns direitos políticos e sociais que ainda existiam em algumas províncias sul-africanas e a codificação das diferenças raciais para classificar a população de acordo com o grupo social;

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Determinações do Apartheid Lei de Terras (1913) : Determina que apenas algumas terras – pouco férteis

– poderiam pertencer aos negros. Cerca de 87% do país ficou com os

brancos.

Lei dos Nativos (1923): Determina que áreas urbanas são reservadas a

brancos. Os negros podiam circular, mas com um “passe”, sem o qual seriam

presos e enviados à zona rural.

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Lei da Imoralidade (1927): Proíbe relação sexual entre brancos e pessoas

de outras raças.

Lei do Passe (1945): Obrigava os negros apresentarem um passaporte para

poderem se locomover dentro do território.

Lei do Casamento (1949): Proíbe o casamento inter-racial.

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Lei de Registro (1950): Classifica os sul-africanos no nascimento como

brancos, negros, asiáticos e mestiços.

Lei dos Bantustões(1951): Permite que negros sejam deportados para

territórios arbitrariamente criados (bantustões), onde eles estabeleceriam

um governo local.

Representavam cerca de 13% do território do país

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Determinações do Apartheid

1953, é adotada uma lei sobre locais públicos separados ("Reservation of

Separate Amenities Act"), que define as regras do apartheid no dia a dia .

Lei da Cidadania (1970): Retira dos negros dos bantustões a cidadania

sul-africana.

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Imagens do Apartheid

Senhora negra varre o piso de entrada de banheiro público reservado a mulheres brancas.

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Mandela, o símbolo da resistência O líder anti-apartheid Nelson Mandela, entra para o CNA em 1944

após graduação em direito e funda a Liga da Juventude. Em 1948

o CNA inicia uma campanha de resistência pacífica contra as leis

do regime;

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Os anos da resistência a partir da

década de 60 1960: cerca de 10.000 negros queimaram seus passaportes no

gueto de Sharpeville e foram violentamente reprimidos;

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67 negros são mortos e 180 ficam feridos, incluindo mulheres e

crianças. Um estado de emergência é declarado, e o CNA, torna-

se clandestino;

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A luta armada

A partir dessa situação em 1961 é fundada a

Lança da Nação, o braço armado do CNA;

Mandela passou a defender a luta armada.

Coordenou uma campanha de sabotagem

contra alvos militares e do governo

Deixou o país clandestinamente e viajou para

a Etiópia e Marrocos, onde recebeu

treinamento militar.

Mandela e Oliver Tambo (um dos

fundadores da Liga Jovem do CNA)

conversam sobre a decisão de adotar a

luta armada.

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1961 – Mandela retorna a África do Sul foi preso e sentenciado a 5

anos de prisão. Acusação: incitar uma greve ilegal e sair do país

sem passaporte;

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1963: Mandela é condenado à prisão

perpétua

"Lutei contra a dominação branca, e eu lutei contra a dominação negra. Tenho acalentado o ideal de

uma sociedade democrática e livre na qual todas as pessoas convivam em harmonia e com

oportunidades iguais. É um ideal que espero viver e alcançar. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual

estou preparado para morrer. "

Palavras ao tribunal no final do seu famoso "Discurso do Dock 'em 20 de abril de 1964, enquanto enfrenta a sentença.

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Levante de Soweto 1976 Governo sul-africano proibiu os alunos do bairro de Soweto,

localizado no subúrbio de Joanesburgo, de estudarem em sua

língua “bantu”. Obrigatoriamente, deveria ser ensinado nas

escolas o africâner – língua-símbolo do apartheid – e o inglês.

Cerca de 20 mil estudantes sul-africanos se reuniram para

protestar contra a medida iniciam de forma pacífica.

Final de 1976, o saldo era catastrófico: 600 manifestantes mortos

e milhares de feridos.

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Fim do Apartheid

Na década de 1980 o regime do apartheid entra em

decadência.

ONU cria sanções econômicas ao país.

Pressões internacionais. Manifestações de milhões de pessoas

para libertar Mandela.

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Os caminhos do fim do regime 1989: Frederic. W. de Klerk, assumiu a presidência e em 1990

conduz o regime sul-africano a uma mudança que põe fim ao

Apartheid e liberta Nelson Mandela (72 anos); 27 anos preso

Após sua libertação opta pelo diálogo e integração e rejeita a

radicalização política.

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Em 1993 Mandela e De Klerk dividiram o Prêmio

Nobel da Paz.

Sua atitude de rejeitar a radicalização política e a luta

armada para derrubar o regime anterior é vista pelo mundo

como um exemplo máximo de tolerância e espirito de

conciliação.

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1994: Mandela, presidente

da África do Sul

Mandela é eleito

presidente nas primeiras

eleições multirraciais do

país, governando a

África do Sul de 1994 a

99.

“Nunca, nunca e nunca de novo esta bela terra

experimentará a opressão de um sobre

o outro.”

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Durante seu governo contornou confrontos entre facções da

população negra e ações de radicais brancos, superando os

riscos de uma guerra civil.

Crítica a seu governo foi as grandes concessões à elite branca,

que possivelmente impediu alterações mais profundas na

estrutura social, como a desigualdade, altas taxas de

criminalidades violência e a expansão do vírus da aids.

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• 2010: ano da comemoração do 20° aniversário da libertação de

Mandela (92 anos) e a África do Sul sediou a copa do mundo de

futebol, no entanto, as enormes desigualdades entre brancos e negros

se perpetuam no país.

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No dia 5 de dezembro de 2013 o presidente sul-africano Jacob

Zuma anunciou a morte do seu antecessor:

"A nação perde seu maior líder", completando: "Ainda que

soubéssemos que esse dia iria chegar, nada pode diminuir

nosso sentimento de perda profunda";

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"Ninguém nasce odiando outra pessoa

pela cor de sua pele,

ou por sua origem,

ou sua religião.

Para odiar, as pessoas precisam

aprender,

e se elas aprendem a odiar,

podem ser ensinadas a amar,

pois o amor chega mais naturalmente

ao coração humano do que o seu

oposto.

A bondade humana é uma chama que

pode ser oculta,

jamais extinta.”

Nelson Mandela.

Legado

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