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NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 2/144

NOTA DOS AUTORES

Por que resolvemos criar uma apostila e distribuir de graça?

Quando começamos a estudar para concursos públicos nós não sabíamos como estudar, qual o material nos levaria até a aprovação de forma mais rápida. Fomos por muitas vezes enganados com apostilas compradas em bancas de revistas e outras.

Foi então que resolvemos criar nossa própria apostila, para auxiliar o nosso estudo para os concursos que fomos fazendo. Já tivemos algumas aprovações, então queremos difundir a nossa “técnica” de estudar para aqueles que estão começando tenha a oportunidade de adiantar os estudos e obter a tão sonhada aprovação.

Esta apostila vem para auxiliar nos seus estudos, sentimos em falar, mas só com ela não é suficiente. Bem sabemos que para se preparar para concursos precisamos treinar bastante, sendo assim, você concurseiro (a) deverá procurar resolver o número maior de questões da banca FUNCAB.

Nossa sugestão:

1) Leia está apostila de 3 a 5 vezes; 2) Resolva em torno de 20 a 40 provas da FUNCAB.

Observação: De importância para as matérias básicas - português, informática, história e geografia de Rondônia. Tendo em vista que elas farão a diferença na sua aprovação. Embora, nós, a princípio não vamos fazer apostilas dessas matérias.

Vocês seguindo a nossa sugestão é certa aprovação. Não tem jeito é INEVITÁVEL! Acredite em você, mesmo que tudo pareça que não vai dar certo. Caso não tenha concentração em casa, procure imediatamente uma biblioteca, pois, “biblioteca é o jardim dos sonhos” de um estudante.

Lembrando que como diz o professor Wilber: “O suor que hoje jás do seu rosto, servirá de refrigero para sua alma amanhã”, pois, por mais longe que possa parecer estar uma data um dia ela chegará e não importará se estará preparado ou não, ela chegará. Então que você e nós possamos estarmos preparados para o dia de nossa vitória que já foi decretada.

Visite sempre a nossas páginas, lá tem muita motivação para não deixar você olhar para baixo, mas, sim para o ALVO.

Seu sucesso é o nosso sucesso.

DIRETORIA DOS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA!

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PORTO VELHO 06/04/2014

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL –

LEIS ESPECIAIS

1. Abuso de Autoridade (Lei n° 4.898 de 1965). 2. Lei Antidrogas (Lei n° 11.343 de 2006). 3. Violência doméstica e familiar contra a

mulher (Lei n° 11.340 de 2006). 4. Crimes Hediondos (Lei n° 8.072 de 1990). 5. Lei do Crime Organizado (Lei n° 9.034 de

1995) [LEI REVOGADA] LEI 12.850/2013 (ESTÁ NA APOSTILA AS DUAS)

6. Lei da Execução Penal (Lei n° 7.210 de 1984).

7. Lei da Interceptação telefônica (Lei n° 9.296 de 1996).

8. Propriedade Intelectual (Lei n° 9.609 de 1998).

9. Competência da Polícia Judiciária Militar (Lei n° 9.299 de 1996).

10. Proteção à vítima e a testemunha (Lei n° 9.807 de 1999).

11. Lei º 12.830/2013 (dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia).

12. Lei dos Juizados Especiais (Lei n° 9.099 De 1995).

13. Lei dos Juizados Especiais Federais (Lei n° 10.259 de 2001).

14. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069 de 1990).

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

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1. Abuso de Autoridade (Lei n° 4.898 de 1965).

LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.

Regula o Direito de Representação e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei.

Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:

a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção;

b) dirigida ao órgão do MP que tiver competência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada.

§ú. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de 3, se as houver.

Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:

a) à liberdade de locomoção;

b) à inviolabilidade do domicílio;

c) ao sigilo da correspondência;

d) à liberdade de consciência e de crença;

e) ao livre exercício do culto religioso;

f) à liberdade de associação;

g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;

h) ao direito de reunião;

i) à incolumidade física do indivíduo;

j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.

Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:

a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder;

b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;

c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;

d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;

e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;

f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;

g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;

h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;

i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.

Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.

Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.

§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:

a) advertência;

b) repreensão;

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c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 5 a 180d, com perda de vencimentos e vantagens;

d) destituição de função;

e) demissão;

f) demissão, a bem do serviço público.

§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.

§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:

Art. 42 CP - Computam-se, na PPL e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.

Art. 43 CP. As PRD são: I – prestação pecuniária; II – perda de bens e valores; III – [vetado] IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V – interdição temporária de direitos; VI – limitação de fim de semana.

Art. 44 CP. As PRD são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada PPL não +4a e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

§ 1o [vetado]

§ 2o Na condenação = ou -1a, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se +1a, a PPL pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.

§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.

§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da PPL a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo -30d de detenção ou reclusão.

§ 5o Sobrevindo condenação a PPL, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.

Art. 45 CP. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48.

§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não -1 s.m. nem +360 s.m. . O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.

§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.

§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime.

Art. 46 CP. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações +6m de privação da liberdade.

§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado.

§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.

§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de 1h de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.

§ 4o Se a pena substituída for +1a, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca -1/2 da PPL fixada.

Art. 55. As PRD referidas nos incisos III [vetado], IV [prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas], V [interdição temporária de direitos] e VI [limitação de fim de semana] do art. 43 terão a mesma duração da PPL substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. 46.

-Art. 46. § 4o Se a pena substituída for +1a, é

facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva

em menor tempo (art. 55), nunca -1/2 da PPL fixada.

Art. 47 CP - As penas de interdição temporária de direitos são: I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. IV – proibição de freqüentar determinados lugares. V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.

Art. 48 CP - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5h diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.

§ú - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.

Art. 49 CP - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, -10 e, +360 dias-multa.

§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser -1/30 do maior s.m mensal vigente ao tempo do fato, nem +5x esse salário.

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§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária.

Art. 50 CP - A multa deve ser paga dentro de 10d depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.

§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando: a) aplicada isoladamente; b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; c) concedida a suspensão condicional da pena.

§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.

Art. 51 CP - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.

Art. 52 CP - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental.

Art. 53 CP - As PPL têm seus limites estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de crime.

Art. 54 CP - As PRD são aplicáveis, independentemente de cominação na parte especial, em substituição à PPL, fixada em quantidade -1a, ou nos crimes culposos.

Art. 55 CP. As PRD referidas nos incisos III [vetado], IV [prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas], V [interdição temporária de direitos] e VI [limitação de fim de semana] do art. 43 terão a mesma duração da PPL substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. 46.

-Art. 46. § 4o Se a pena substituída for +1a, é facultado

ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor

tempo (art. 55), nunca -1/2 da PPL fixada.

Art. 56 CP- As penas de interdição, previstas nos incisos I [proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo] e II [proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público] do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes.

a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;

b) detenção por 10d a 6m;

c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até 3as.

§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.

§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de 1 a 5a.

art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato.

§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo.

§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas reguladoras do inquérito administrativo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União) – revogada pela lei 8.112.

§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.

Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar.

Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada.

Art. 10. Vetado

Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil.

Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por denúncia do MP, instruída com a representação da vítima do abuso.

Art. 13. Apresentada ao MP a representação da vítima, aquele, no prazo de 48hs, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.

§ 1º A denúncia do MP será apresentada em duas vias.

Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá:

a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas qualificadas;

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b) requerer ao Juiz, até 72hs antes da audiência de instrução e julgamento, a designação de um perito para fazer as verificações necessárias.

§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o apresentarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento.

§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo [promover a

comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas

qualificadas] a representação poderá conter a indicação de +2 testemunhas.

Art. 15. Se o órgão do MP, ao invés de apresentar a denúncia requerer o arquivamento da representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão do MP para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender.

Art. 16. Se o órgão do MP não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação privada. O órgão do MP poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.

Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de 48hs, proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia.

§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente. dentro de 5d.

§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à audiência de instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via da representação e da denúncia.

Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo, independentemente de intimação.

§ú. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para a realização de diligências, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais providências.

Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá: b) requerer ao Juiz, até 72hs antes da audiência de instrução e julgamento, a designação de um perito para fazer as verificações necessárias.

Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante do MP ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu.

§ú. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o Juiz.

Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.

Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre 10 e 18hs, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar.

Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente.

§ú. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.

Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao MP ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de 15min para cada um, prorrogável por +10, a critério do Juiz.

Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença.

Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença.

Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do MP ou o advogado que houver subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.

Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a observância dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro.

Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do CPP, sempre que compatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.

§ú. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os recursos e apelações previstas no Código de Processo Penal.

Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.

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2. Lei Antidrogas (Lei n° 11.343 de 2006).

LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.

Mensagem de veto

Regulamento

Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção nãoautorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas

Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.

§ú. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.

Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional,

as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.

§ú. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.

TÍTULO II

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar,

organizar e coordenar as atividades relacionadas com:

I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

CAPÍTULO I

DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 4o São princípios do Sisnad:

I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;

II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;

III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;

IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;

V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad;

VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;

VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;

VIII - a articulação com os órgãos do MP e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;

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IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;

X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;

XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.

Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:

I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;

II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;

III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da U/DF/E/M;

IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de que trata o art. 3

o desta Lei.

Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com: I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas; II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

CAPÍTULO II

DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO

DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS

Art. 6o (VETADO)

Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação

central e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento desta Lei.

Art. 8o (VETADO)

CAPÍTULO III

Art. 9o Ao Art. 14. (VETADOS)

CAPÍTULO IV

DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES

SOBRE DROGAS

Art. 15. (VETADO)

Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.

Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

TÍTULO III

DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E

REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS

CAPÍTULO I

DA PREVENÇÃO

Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção.

Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes:

I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;

II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam;

III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas;

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IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;

V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;

VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;

VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em consideração as suas necessidades específicas;

VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares;

IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;

X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 níveis de ensino;

XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;

XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad;

XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

§ú. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.

CAPÍTULO II

DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL

DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS

Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.

Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.

Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:

I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;

II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais;

III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;

IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;

V - observância das orientações e normas emanadas do Conad;

VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.

Art. 23. As redes dos serviços de saúde da U/E/DF/M desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.

Art. 24. A U/E/DF/M poderão conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial.

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Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.

Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

CAPÍTULO III

DOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o MP e o defensor.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:

I - advertência sobre os efeitos das drogas;

II - prestação de serviços à comunidade;

III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu

consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.

§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a

consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.

§ 3o As penas previstas nos incisos II [prestação de serviços à

comunidade] e III [medida educativa de comparecimento a programa ou

curso educativo] do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5m.

§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos

incisos II [prestação de serviços à comunidade] e III [medida educativa de

comparecimento a programa ou curso educativo] do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10m.

§ 5o A prestação de serviços à comunidade será

cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se

ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.

§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas

educativas a que se refere o caput, nos incisos I [advertência

sobre os efeitos das drogas], II [prestação de serviços à comunidade] e III [medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo], a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:

I - admoestação verbal;

II - multa.

§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à

disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.

Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6

o do art. 28 [multa], o juiz, atendendo à

reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca -40 nem +100, atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3x o valor do maior salário mínimo.

§ú. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6

o do art. 28 serão creditados à conta do Fundo

Nacional Antidrogas.

Art. 30. Prescrevem em 2a a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.

Art. 107 CP - Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do

agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII,VIII – [revogados] ; IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.

Art. 108 CP - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.

Art. 109 CP. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da PPL cominada ao crime, verificando-se:

Art. 110 - § 1o A prescrição, depois da sentença

condenatória com trânsito em julgado para a

acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-

se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma

hipótese, ter por termo inicial data anterior à da

denúncia ou queixa.

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I - em 20a, se o máximo da pena é +12; II - em 16a, se o máximo da pena é +8a e não +12; III - em 12a, se o máximo da pena é +4a e não +8; IV - em 8a, se o máximo da pena é +2a e não +4; V - em 4a, se o máximo da pena é =1a ou, sendo superior, não +2; VI - em 3a, se o máximo da pena é -1a. §ú - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.

Art. 110 CP - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se +1/3, se o condenado é reincidente. § 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.

Art. 111 CP - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou; II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.

Art. 112 CP - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena.

Art. 113 CP - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.

Art. 114 CP - A prescrição da pena de multa ocorrerá: I - em 2a, quando a multa for a única cominada ou aplicada; II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da PPL, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.

Art. 115 CP - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, -21a, ou, na data da sentença, +70a.

Art. 116 CP - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. §ú - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.

Art. 117 CP - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V [pelo início ou continuação do cumprimento da pena], todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.

Art. 118 CP - As penas mais leves prescrevem com as mais graves.

Art. 119 CP - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.

Art. 120 CP - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.

TÍTULO IV

DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA

E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.

Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova.

§ 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no

prazo máximo de 30d, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova.

§ 2o A incineração prevista no § 1

o deste artigo será

precedida de autorização judicial, ouvido o MP, e executada pela autoridade de polícia judiciária competente, na presença de representante do MP e da autoridade sanitária competente, mediante auto circunstanciado e após a perícia realizada no local da incineração.

§ 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a

plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto n

o 2.661,

de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.

§ 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão

expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.

Art. 243 CF. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

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CAPÍTULO II

DOS CRIMES

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão de 5 a 15a e pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:

I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;

II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;

III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido

de droga: (Vide ADI 4274)

Pena - detenção, de 1 a 3a, e multa de 100 a 300 dias-multa.

§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de

lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:

Pena - detenção, de 6m a 1a, e pagamento de 700 a 1.500 dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1

o deste

artigo, as penas poderão ser reduzidas de 1/6 a 2/3, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o

agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.

(Vide Resolução nº 5, de 2012)

[Art. 1º Resolução nº 5, de 2012 do Senado Federal - É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus nº 97.256/RS.]

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.

Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1

o, e 34 desta Lei:

Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa,

exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda,

oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou

guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em

desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-

prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de

drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou

em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de

plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação

de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que

tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância,

ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente,

sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou

regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.

Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa.

§ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

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Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1

o, e 34 desta Lei:

Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa,

exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda,

oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou

guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em

desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-

prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de

drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou

em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de

plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação

de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que

tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância,

ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente,

sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou

regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.

Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1

o, e 34 desta

Lei:

Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa,

exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda,

oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou

guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em

desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-

prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de

drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou

em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de

plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação

de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que

tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância,

ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente,

sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou

regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.

Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.

Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena - detenção, de 6m a 2a, e pagamento de 50 a 200 dias-multa.

§ú. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.

Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:

Pena - detenção, de 6m a 3a, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 a 400 dias-multa.

§ú. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 a 6a e de 400 a 600 dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.

Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de 1/6 a 2/3, se:

I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;

II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;

III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;

IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;

V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;

VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;

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VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de 1/3 a 2/3.

Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.

Art. 59 CP - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da PPL; IV - a substituição da PRL aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.

Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não –1/30 avos nem +5x o maior salário-mínimo.

§ú. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.

Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e

34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.

Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.

Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.

§ú. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de 2/3 da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.

Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

§ú. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.

Art. 46. As penas podem ser reduzidas de 1/3 a 2/3 se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.

Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.

CAPÍTULO III

DO PROCEDIMENTO PENAL

Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 16/144

§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no

art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei n

o 9.099, de

26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas.

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 a 15a e pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: Pena - detenção, de 1 a 3a, e multa de 100 a 300 dias-multa.

§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6m a 1a, e pagamento de 700 a 1.500 dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de 1/6 a 2/3, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)

[Art. 1º Resolução nº 5, de 2012 do Senado Federal - É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus nº 97.256/RS.]

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.

Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.

Art. 60 Lei 9.099. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes

togados ou togados e leigos, tem competência para a

conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de

menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e

continência. §ú. Na reunião de processos, perante o juízo

comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras

de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da

transação penal e da composição dos danos civis.

Art. 61 Lei 9.099. Consideram-se infrações penais de menor

potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções

penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não +2a,

cumulada ou não com multa.

Art. 62 Lei 9.099. O processo perante o Juizado Especial orientar-

se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia

processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a

reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena

não privativa de liberdade.

§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta

Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas.

§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências

previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato

pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 17/144

§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2

o

deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.

§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei n

o 9.099,

de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o MP poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.

Art. 76 Lei 9.099. Havendo representação ou tratando-se de

crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de

arquivamento, o MP poderá propor a aplicação imediata de pena

restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1

o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as

circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei n

o 9.807, de 13 de julho de 1999.

Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.

Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.

Seção I

Da Investigação

Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do MP, em 24hs.

§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em

flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.

§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o §

1o deste artigo não ficará impedido de participar da

elaboração do laudo definitivo.

Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30d, se o indiciado estiver preso, e de 90d, quando solto.

§ú. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o MP, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.

Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:

I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou

II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.

§ú. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:

I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3d antes da audiência de instrução e julgamento;

II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3d antes da audiência de instrução e julgamento.

Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o MP, os seguintes procedimentos investigatórios:

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 18/144

I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;

II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ú. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.

Seção II

Da Instrução Criminal

Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao MP para, no prazo de 10d, adotar uma das seguintes providências:

I - requerer o arquivamento;

II - requisitar as diligências que entender necessárias;

III - oferecer denúncia, arrolar até 5 testemunhas e requerer as demais provas que entender pertinentes.

Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10d.

§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e

exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5, arrolar testemunhas.

§ 2o As exceções serão processadas em apartado, nos

termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de

outubro de 1941 - Código de Processo Penal. Art. 95 CPP. Poderão ser opostas as exceções de: I - suspeição;

II - incompetência de juízo; III - litispendência; IV - ilegitimidade

de parte; V - coisa julgada.

Art. 96 CPP. A argüição de suspeição precederá a qualquer

outra, salvo quando fundada em motivo superveniente.

Art. 97 CPP. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição

deverá fazê-lo por escrito, declarando o motivo legal, e remeterá

imediatamente o processo ao seu substituto, intimadas as partes.

Art. 98 CPP. Quando qualquer das partes pretender recusar o

juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por

procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões

acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas.

Art. 99 CPP. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha

do processo, mandará juntar aos autos a petição do recusante

com os documentos que a instruam, e por despacho se declarará

suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto.

Art. 100 CPP. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar

em apartado a petição, dará sua resposta dentro em 3d,

podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida,

determinará sejam os autos da exceção remetidos, dentro em

24hs, ao juiz ou tribunal a quem competir o julgamento. § 1o

Reconhecida, preliminarmente, a relevância da argüição, o juiz

ou tribunal, com citação das partes, marcará dia e hora para a

inquirição das testemunhas, seguindo-se o julgamento,

independentemente de mais alegações. § 2o Se a suspeição for

de manifesta improcedência, o juiz ou relator a rejeitará

liminarmente.

Art. 101 CPP. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os

atos do processo principal, pagando o juiz as custas, no caso de

erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se a malícia do

excipiente, a este será imposta a multa de duzentos mil-réis a

dois contos de réis.

Art. 102 CPP. Quando a parte contrária reconhecer a

procedência da argüição, poderá ser sustado, a seu

requerimento, o processo principal, até que se julgue o incidente

da suspeição.

Art. 103 CPP. No STF e nos Tribunais de Apelação, o juiz que se

julgar suspeito deverá declará-lo nos autos e, se for revisor,

passar o feito ao seu substituto na ordem da precedência, ou, se

for relator, apresentar os autos em mesa para nova distribuição.

§ 1o Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar-se

por suspeito, deverá fazê-lo verbalmente, na sessão de

julgamento, registrando-se na ata a declaração. § 2o Se o

presidente do tribunal se der por suspeito, competirá ao seu

substituto designar dia para o julgamento e presidi-lo. § 3o

Observar-se-á, quanto à argüição de suspeição pela parte, o

disposto nos arts. 98 a 101, no que Ihe for aplicável, atendido, se

o juiz a reconhecer, o que estabelece este artigo. § 4o A

suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo tribunal

pleno, funcionando como relator o presidente. § 5o Se o

recusado for o presidente do tribunal, o relator será o vice-

presidente.

Art. 104 CPP. Se for argüida a suspeição do órgão do MP, o juiz,

depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a

produção de provas no prazo de 3d.

Art. 105 CPP. As partes poderão também argüir de suspeitos os

peritos, os intérpretes e os serventuários ou funcionários de

justiça, decidindo o juiz de plano e sem recurso, à vista da

matéria alegada e prova imediata.

Art. 106 CPP. A suspeição dos jurados deverá ser argüida

oralmente, decidindo de plano do presidente do Tribunal do Júri,

que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente

comprovada, o que tudo constará da ata.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 19/144

Art. 107 CPP. Não se poderá opor suspeição às autoridades

policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se

suspeitas, quando ocorrer motivo legal.

Art. 108 CPP. A exceção de incompetência do juízo poderá ser

oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de defesa. § 1o Se,

ouvido o MP, for aceita a declinatória, o feito será remetido ao

juízo competente, onde, ratificados os atos anteriores, o processo

prosseguirá. § 2o Recusada a incompetência, o juiz continuará no

feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se formulada

verbalmente.

Art. 109 CPP. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer

motivo que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou

não alegação da parte, prosseguindo-se na forma do artigo

anterior.

Art. 110 CPP. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de

parte e coisa julgada, será observado, no que Ihes for aplicável, o

disposto sobre a exceção de incompetência do juízo. § 1o Se a

parte houver de opor mais de uma dessas exceções, deverá fazê-

lo numa só petição ou articulado. § 2o A exceção de coisa

julgada somente poderá ser oposta em relação ao fato principal,

que tiver sido objeto da sentença.

Art. 111 CPP. As exceções serão processadas em autos

apartados e não suspenderão, em regra, o andamento da ação

penal.

Art. 112 CPP. O juiz, o órgão do MP, os serventuários ou

funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão

de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou

impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a

abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser

argüido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a

exceção de suspeição.

Art. 113 CPP. As questões atinentes à competência resolver-se-

ão não só pela exceção própria, como também pelo conflito

positivo ou negativo de jurisdição.

§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz

nomeará defensor para oferecê-la em 10d, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.

§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5d.

§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo

máximo de 10d, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.

Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do MP, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.

§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração

do disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o

juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.

Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.

Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.

§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo

será realizada dentro dos 30d seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.

Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do MP e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 min para cada um, prorrogável por +10, a critério do juiz.

§ú. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.

Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10d, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 20/144

§ 1o Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido

controvérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto, ou sobre a regularidade do respectivo laudo, determinará que se proceda na forma do art. 32, § 1

o, desta Lei, preservando-se,

para eventual contraprova, a fração que fixar.

Art. 32. § 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no

prazo máximo de 30d, guardando-se as amostras necessárias à

preservação da prova.

§ 2o Igual procedimento poderá adotar o juiz, em

decisão motivada e, ouvido o MP, quando a quantidade ou valor da substância ou do produto o indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do laudo toxicológico.

Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o,

e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.

Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.

Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.

CAPÍTULO IV

DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO

Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do MP ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o MP, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei n

o 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de

Processo Penal. Art. 125 CPP. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos

pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já

tenham sido transferidos a terceiro.

Art. 126 CPP. Para a decretação do seqüestro, bastará a

existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens.

Art. 127 CPP. O juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do

ofendido, ou mediante representação da autoridade policial,

poderá ordenar o seqüestro, em qualquer fase do processo ou

ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.

Art. 128 CPP. Realizado o seqüestro, o juiz ordenará a sua

inscrição no Registro de Imóveis.

Art. 129 CPP. O seqüestro autuar-se-á em apartado e admitirá

embargos de terceiro.

Art. 130 CPP. O seqüestro poderá ainda ser embargado: I - pelo

acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos

com os proventos da infração; II - pelo terceiro, a quem

houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o

fundamento de tê-los adquirido de boa-fé. §ú. Não poderá ser

pronunciada decisão nesses embargos antes de passar em

julgado a sentença condenatória.

Art. 131 CPP. O seqüestro será levantado: I - se a ação penal não

for intentada no prazo de 60d, contado da data em que ficar

concluída a diligência; II - se o terceiro, a quem tiverem sido

transferidos os bens, prestar caução que assegure a aplicação do

disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal

[revogados]; III - se for julgada extinta a punibilidade ou

absolvido o réu, por sentença transitada em julgado.

Art. 132 CPP. Proceder-se-á ao seqüestro dos bens móveis se,

verificadas as condições previstas no art. 126, não for cabível a

medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro.

Art. 126. Para a decretação do seqüestro, bastará a

existência de indícios veementes da proveniência

ilícita dos bens.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 21/144

Art. 133 CPP. Transitada em julgado a sentença condenatória, o

juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a

avaliação e a venda dos bens em leilão público. §ú. Do dinheiro

apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber

ao lesado ou a terceiro de boa-fé.

Art. 134 CPP. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado

poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do

processo, desde que haja certeza da infração e indícios

suficientes da autoria.

Art. 135 CPP. Pedida a especialização mediante requerimento,

em que a parte estimará o valor da responsabilidade civil, e

designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar

especialmente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao

arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do

imóvel ou imóveis. § 1o A petição será instruída com as provas ou

indicação das provas em que se fundar a estimação da

responsabilidade, com a relação dos imóveis que o responsável

possuir, se outros tiver, além dos indicados no requerimento, e

com os documentos comprobatórios do domínio. § 2o O

arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos

imóveis designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde

não houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos

autos do processo respectivo. § 3o O juiz, ouvidas as partes no

prazo de 2d, que correrá em cartório, poderá corrigir o

arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe parecer

excessivo ou deficiente. § 4o O juiz autorizará somente a

inscrição da hipoteca do imóvel ou imóveis necessários à

garantia da responsabilidade. § 5o O valor da responsabilidade

será liquidado definitivamente após a condenação, podendo ser

requerido novo arbitramento se qualquer das partes não se

conformar com o arbitramento anterior à sentença condenatória.

§ 6o Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em

títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o

juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da hipoteca

legal.

Art. 136 CPP. O arresto do imóvel poderá ser decretado de

início, revogando-se, porém, se no prazo de 15d não for

promovido o processo de inscrição da hipoteca legal.

Art. 137 CPP. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os

possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis

suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a

hipoteca legal dos imóveis.

§ 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente

deterioráveis, proceder-se-á na forma do § 5o do art. 120.

Art. 120. § 5o Tratando-se de coisas facilmente

deterioráveis, serão avaliadas e levadas a leilão

público, depositando-se o dinheiro apurado, ou

entregues ao terceiro que as detinha, se este for

pessoa idônea e assinar termo de responsabilidade.

§ 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos

arbitrados pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de sua

família.

Art. 138 CPP. O processo de especialização da hipoteca e do

arresto correrão em auto apartado.

Art. 139 CPP. O depósito e a administração dos bens arrestados

ficarão sujeitos ao regime do processo civil.

Art. 140 CPP. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão

também as despesas processuais e as penas pecuniárias, tendo

preferência sobre estas a reparação do dano ao ofendido.

Art. 141 CPP. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca,

se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada

extinta a punibilidade.

Art. 142 CPP. Caberá ao MP promover as medidas estabelecidas

nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se

o ofendido for pobre e o requerer.

Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do

indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em

qualquer fase do processo, desde que haja certeza da

infração e indícios suficientes da autoria.

Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis

ou os possuir de valor insuficiente, poderão ser

arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos

termos em que é facultada a hipoteca legal dos

imóveis.

Art. 143 CPP. Passando em julgado a sentença condenatória,

serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cível

(art. 63).

Art. 63. Transitada em julgado a sentença

condenatória, poderão promover-lhe a execução, no

juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o

ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.

Art. 144 CPP. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o MP

poderão requerer no juízo cível, contra o responsável civil, as

medidas previstas nos arts. 134, 136 e 137.

Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do

indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em

qualquer fase do processo, desde que haja certeza da

infração e indícios suficientes da autoria.

Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado

de início, revogando-se, porém, se no prazo de 15d

não for promovido o processo de inscrição da hipoteca

legal.

Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis

ou os possuir de valor insuficiente, poderão ser

arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos

termos em que é facultada a hipoteca legal dos

imóveis.

§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas neste

artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5d, apresente ou requeira a produção de provas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto da decisão.

§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o

juiz decidirá pela sua liberação.

Page 22: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 22/144

§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem

o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores.

§ 4o A ordem de apreensão ou seqüestro de bens,

direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o MP, quando a sua execução imediata possa comprometer as investigações.

Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo competente, ouvido o MP e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

§ú. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.

Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação específica.

§ 1o Comprovado o interesse público na utilização de

qualquer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o MP.

§ 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste

artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo competente a intimação do MP.

§ 3o Intimado, o MP deverá requerer ao juízo, em

caráter cautelar, a conversão do numerário apreendido em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das correspondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.

§ 4o Após a instauração da competente ação penal, o

MP, mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e operações de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.

§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os

fins previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de

alienação deverá conter a relação de todos os demais bens apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde se encontram.

§ 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva

petição será autuada em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em relação aos da ação penal principal.

§ 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos

serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o MP e o interessado, este, se for o caso, por edital com prazo de 5d.

§ 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências

sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão.

§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em

conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3

o deste artigo.

§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo.

§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste

artigo, recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.

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Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível.

§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes

tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad.

§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens

apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido decretado em favor da União.

§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a

fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o

deste artigo.

§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o

juiz do processo, de ofício ou a requerimento do MP, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.

Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados à questão das drogas.

TÍTULO V

DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL

Art. 65. De conformidade com os princípios da não-intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:

I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;

III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos.

TÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 66. Para fins do disposto no §ú do art. 1o desta Lei,

até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS n

o 344, de 12 de maio

de 1998. Art. 1o §ú. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as

substâncias ou os produtos capazes de causar dependência,

assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas

periodicamente pelo Poder Executivo da União.

Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no

7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.

Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.

Art. 68. A U/E/DF/M poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.

Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:

I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas instalações;

II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;

III - dar ciência ao órgão do MP, para acompanhar o feito.

§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou

produtos não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo [ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das

medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas

Page 24: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 24/144

arrecadadas], só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.

§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3

o deste

artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do MP.

§ 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas

especialidades farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.

Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.

Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 a 15a e pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.

§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: Pena - detenção, de 1 a 3a, e multa de 100 a 300 dias-multa.

§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6m a 1a, e pagamento de 700 a 1.500 dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.

Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de 1/6 a 2/3, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)

[Art. 1º Resolução nº 5, de 2012 do Senado Federal - É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus nº 97.256/RS.]

Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.

Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.

Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.

Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.

§ú. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.

Art. 71. (VETADO)

Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o juiz, de ofício, mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do MP, determinará que se proceda, nos limites de sua jurisdição e na forma prevista no § 1

o do art. 32 desta Lei, à destruição de drogas em

processos já encerrados.

Art. 32. § 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de 30d, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova.

Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010)

Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45d após a sua publicação.

Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de

1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 25/144

3. Violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei n° 11.340 de 2006).

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.

Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da CF, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o CPP, o CP e a Lei LEP; e dá outras providências.

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a

violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos

do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção

sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a

Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e

Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados

internacionais ratificados pela República Federativa do

Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência

Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas

de assistência e proteção às mulheres em situação de

violência doméstica e familiar.

Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe,

raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível

educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais

inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as

oportunidades e facilidades para viver sem violência,

preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento

moral, intelectual e social.

Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições

para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à

saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao

acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à

cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à

convivência familiar e comunitária.

§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem

garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das

relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las

de toda forma de negligência, discriminação, exploração,

violência, crueldade e opressão.

§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar

as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos

enunciados no caput.

Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados

os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as

condições peculiares das mulheres em situação de violência

doméstica e familiar.

TÍTULO II

DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência

doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou

omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,

sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou

patrimonial:

I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida

como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou

sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente

agregadas;

II - no âmbito da família, compreendida como a

comunidade formada por indivíduos que são ou se

consideram aparentados, unidos por laços naturais, por

afinidade ou por vontade expressa;

III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o

agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,

independentemente de coabitação.

§ún. As relações pessoais enunciadas neste artigo

independem de orientação sexual.

Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher

constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 26/144

CAPÍTULO II - DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar

contra a mulher, entre outras:

I - a violência física, entendida como qualquer conduta

que ofenda sua integridade ou saúde corporal;

II - a violência psicológica, entendida como qualquer

conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da

auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno

desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas

ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante

ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,

isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,

insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação

do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause

prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;

III - a violência sexual, entendida como qualquer

conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a

participar de relação sexual não desejada, mediante

intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a

comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua

sexualidade, que a impeça de usar qualquer método

contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao

aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,

suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício

de seus direitos sexuais e reprodutivos;

IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer

conduta que configure retenção, subtração, destruição

parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,

documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos

econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas

necessidades;

V - a violência moral, entendida como qualquer conduta

que configure calúnia, difamação ou injúria.

TÍTULO III

DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

CAPÍTULO I - DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO

Art. 8o A política pública que visa coibir a violência

doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de

um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do

DF e dos Municípios e de ações não-governamentais, tendo

por diretrizes:

I - a integração operacional do Poder Judiciário, do MP

e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública,

assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;

II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e

outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero

e de raça ou etnia, concernentes às causas, às

conseqüências e à freqüência da violência doméstica e

familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a

serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos

resultados das medidas adotadas;

III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos

valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a

coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem

a violência doméstica e familiar, de acordo com o

estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3

o e

no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;

IV - a implementação de atendimento policial

especializado para as mulheres, em particular nas Delegacias

de Atendimento à Mulher;

V - a promoção e a realização de campanhas educativas

de prevenção da violência doméstica e familiar contra a

mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral,

e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos

direitos humanos das mulheres;

VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes,

termos ou outros instrumentos de promoção de parceria

entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades

não-governamentais, tendo por objetivo a implementação

de programas de erradicação da violência doméstica e

familiar contra a mulher;

VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e

Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos

profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados

no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;

VIII - a promoção de programas educacionais que

disseminem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade

da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou

etnia;

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 27/144

IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os

níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos

humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao

problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.

CAPÍTULO II - DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência

doméstica e familiar será prestada de forma articulada e

conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei

Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde,

no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas

e políticas públicas de proteção, e emergencialmente

quando for o caso.

§ 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da

mulher em situação de violência doméstica e familiar no

cadastro de programas assistenciais do governo federal,

estadual e municipal.

§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência

doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e

psicológica:

I - acesso prioritário à remoção quando servidora

pública, integrante da administração direta ou indireta;

II - manutenção do vínculo trabalhista, quando

necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis

meses.

§ 3o A assistência à mulher em situação de violência

doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios

decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico,

incluindo os serviços de contracepção de emergência, a

profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e

da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros

procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de

violência sexual.

CAPÍTULO III - DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL

Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de

violência doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade

policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de

imediato, as providências legais cabíveis.

§ún. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao

descumprimento de medida protetiva de urgência deferida.

Art. 11. No atendimento à mulher em situação de

violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá,

entre outras providências:

I - garantir proteção policial, quando necessário,

comunicando de imediato ao MP e ao Poder Judiciário;

II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de

saúde e ao Instituto Médico Legal;

III - fornecer transporte para a ofendida e seus

dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver

risco de vida;

IV - se necessário, acompanhar a ofendida para

assegurar a retirada de seus pertences do local da

ocorrência ou do domicílio familiar;

V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos

nesta Lei e os serviços disponíveis.

Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e

familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência,

deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os

seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos

no CPP:

I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e

tomar a representação a termo, se apresentada;

II - colher todas as provas que servirem para o

esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;

III - remeter, no prazo de 48h, expediente apartado ao

juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas

protetivas de urgência;

IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de

delito da ofendida e requisitar outros exames periciais

necessários;

V - ouvir o agressor e as testemunhas;

VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar

aos autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a

existência de mandado de prisão ou registro de outras

ocorrências policiais contra ele;

VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito

policial ao juiz e ao MP.

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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 28/144

§ 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela

autoridade policial e deverá conter:

I - qualificação da ofendida e do agressor;

II - nome e idade dos dependentes;

III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas

solicitadas pela ofendida.

§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento

referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia de todos os

documentos disponíveis em posse da ofendida.

§ 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos ou

prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de

saúde.

TÍTULO IV

DOS PROCEDIMENTOS

CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das

causas cíveis e criminais decorrentes da prática de violência

doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as

normas dos CPP e CPC e da legislação específica relativa à

criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com

o estabelecido nesta Lei.

Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar

contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com

competência cível e criminal, poderão ser criados pela

União, no DF e nos Territórios, e pelos Estados, para o

processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes

da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

§ún. Os atos processuais poderão realizar-se em horário

noturno, conforme dispuserem as normas de organização

judiciária.

Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os

processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:

I - do seu domicílio ou de sua residência;

II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;

III - do domicílio do agressor.

Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à

representação da ofendida de que trata esta Lei, só será

admitida a renúncia à representação perante o juiz, em

audiência especialmente designada com tal finalidade,

antes do recebimento [podendo ser posterior?] da denúncia

e ouvido o MP.

Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência

doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta

básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a

substituição de pena que implique o pagamento isolado de

multa.

CAPÍTULO II - DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA

Seção I - Disposições Gerais

Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da

ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48h:

I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre

as medidas protetivas de urgência;

II - determinar o encaminhamento da ofendida ao

órgão de assistência judiciária, quando for o caso;

III - comunicar ao MP para que adote as providências

cabíveis.

Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser

concedidas pelo juiz, a requerimento do MP ou a pedido da

ofendida.

§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser

concedidas de imediato, independentemente de audiência

das partes e de manifestação do MP, devendo este ser

prontamente comunicado.

§ 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas

isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a

qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os

direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou

violados.

§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do MP ou a pedido

da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência

ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à

proteção da ofendida, de seus familiares e de seu

patrimônio, ouvido o MP.

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Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da

instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor,

decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do MP ou

mediante representação da autoridade policial [= art. 312 do

CPP].

§ún. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no

curso do processo, verificar a falta de motivo para que

subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem

razões que a justifiquem.

Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos

processuais relativos ao agressor, especialmente dos

pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da

intimação do advogado constituído ou do defensor público.

§ún. A ofendida não poderá entregar intimação ou

notificação ao agressor.

Seção II - Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor

Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e

familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá

aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou

separadamente, as seguintes medidas protetivas de

urgência, entre outras:

I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas,

com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei

no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;

II - afastamento do lar, domicílio ou local de

convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre as

quais:

a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das

testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre

estes e o agressor;

b) contato com a ofendida, seus familiares e

testemunhas por qualquer meio de comunicação;

c) freqüentação de determinados lugares a fim de

preservar a integridade física e psicológica da ofendida;

IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes

menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar

ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

§ 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a

aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre

que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem,

devendo a providência ser comunicada ao MP.

§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-

se o agressor nas condições mencionadas no caput e incisos

do art. 6o da Lei n

o 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o

juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou

instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e

determinará a restrição do porte de armas, ficando o

superior imediato do agressor responsável pelo

cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer

nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme

o caso.

§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas

de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento,

auxílio da força policial.

§ 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no

que couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461

do Código de Processo Civil [tutela específica].

Seção III - Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida

Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo

de outras medidas:

I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a

programa oficial ou comunitário de proteção ou de

atendimento;

II - determinar a recondução da ofendida e a de seus

dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do

agressor;

III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem

prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e

alimentos;

IV - determinar a separação de corpos.

Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da

sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da

mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as

seguintes medidas, entre outras:

I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo

agressor à ofendida;

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 30/144

II - proibição temporária para a celebração de atos e

contratos de compra, venda e locação de propriedade em

comum, salvo expressa autorização judicial;

III - suspensão das procurações conferidas pela

ofendida ao agressor;

IV - prestação de caução provisória, mediante depósito

judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática

de violência doméstica e familiar contra a ofendida.

§ún. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para

os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.

CAPÍTULO III - DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 25. O MP intervirá, quando não for parte, nas

causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica

e familiar contra a mulher.

Art. 26. Caberá ao MP, sem prejuízo de outras

atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar

contra a mulher, quando necessário:

I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde,

de educação, de assistência social e de segurança, entre

outros;

II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares

de atendimento à mulher em situação de violência

doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas

administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer

irregularidades constatadas;

III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar

contra a mulher.

CAPÍTULO IV - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA

Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais,

a mulher em situação de violência doméstica e familiar

deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o

previsto no art. 19 desta Lei.

Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de

violência doméstica e familiar o acesso aos serviços de

Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos

termos da lei, em sede policial e judicial, mediante

atendimento específico e humanizado.

TÍTULO V

DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR

Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar

contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar

com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser

integrada por profissionais especializados nas áreas

psicossocial, jurídica e de saúde.

Art. 30. Compete à equipe de atendimento

multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem

reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por

escrito ao juiz, ao MP e à Defensoria Pública, mediante

laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver

trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e

outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e os

familiares, com especial atenção às crianças e aos

adolescentes.

Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir

avaliação mais aprofundada, o juiz poderá determinar a

manifestação de profissional especializado, mediante a

indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.

Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua

proposta orçamentária, poderá prever recursos para a

criação e manutenção da equipe de atendimento

multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes

Orçamentárias.

TÍTULO VI

DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de

Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas

criminais acumularão as competências cível e criminal para

conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de

violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas

as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação

processual pertinente.

§ún. Será garantido o direito de preferência, nas varas

criminais, para o processo e o julgamento das causas

referidas no caput.

TÍTULO VII

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência

Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser

acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e

do serviço de assistência judiciária.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 31/144

Art. 35. A União, o DF, os Estados e os Municípios

poderão criar e promover, no limite das respectivas

competências:

I - centros de atendimento integral e multidisciplinar

para mulheres e respectivos dependentes em situação de

violência doméstica e familiar;

II - casas-abrigos para mulheres e respectivos

dependentes menores em situação de violência doméstica e

familiar;

III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços

de saúde e centros de perícia médico-legal especializados no

atendimento à mulher em situação de violência doméstica e

familiar;

IV - programas e campanhas de enfrentamento da

violência doméstica e familiar;

V - centros de educação e de reabilitação para os

agressores.

Art. 36. A União, os Estados, o DF e os Municípios

promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus

programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.

Art. 37. A defesa dos interesses e direitos

transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida,

concorrentemente, pelo MP e por associação de atuação na

área, regularmente constituída há pelo menos um ano, nos

termos da legislação civil.

§ún. O requisito da pré-constituição poderá ser

dispensado pelo juiz quando entender que não há outra

entidade com representatividade adequada para o

ajuizamento da demanda coletiva.

Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e

familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de dados

dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim

de subsidiar o sistema nacional de dados e informações

relativo às mulheres.

§ún. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e

do DF poderão remeter suas informações criminais para a

base de dados do Ministério da Justiça.

Art. 39. A U/E/DF/M, no limite de suas competências e

nos termos das respectivas LDOs, poderão estabelecer

dotações orçamentárias específicas, em cada exercício

financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas

nesta Lei.

Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem

outras decorrentes dos princípios por ela adotados.

Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica

e familiar contra a mulher, independentemente da pena

prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de

1995 [Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais].

Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689,/41 (Código

de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte

inciso IV:

“Art. 313. IV - se o crime envolver violência doméstica

e familiar contra a mulher, nos termos da lei específica, para

garantir a execução das medidas protetivas de urgência.”

(NR)

Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei

no 2.848/40 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte

redação:

“Art. 61. ..........II - .............

f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de

relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou

com violência contra a mulher na forma da lei específica;.....

” (NR)

Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848/40 (Código

Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 129. § 9o Se a lesão for praticada contra

ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,

ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,

prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de

coabitação ou de hospitalidade:

Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.

§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será

aumentada de um terço se o crime for cometido contra

pessoa portadora de deficiência.” (NR)

Art. 45. O art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de julho de

1984, passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 152. .......

§ún. Nos casos de violência doméstica contra a mulher,

o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do

agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.8.2006

Page 32: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 32/144

4. Crimes Hediondos (Lei n° 8.072 de 1990).

LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.

Mensagem de veto

Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1o São considerados hediondos os seguintes

crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Vide Lei nº 7.210, de 1984)

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2

o, I, II, III, IV e

V);

Art 121. § 2°CP Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou

promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por

motivo futil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,

tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar

perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante

dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a

defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação,

a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de

12 a 30a.

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);

Art. 157 - § 3º CP Se da violência resulta lesão corporal grave, a

pena é de reclusão, de 7 a 15a, além da multa; se resulta morte,

a reclusão é de 20 a 30a, sem prejuízo da multa.

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);

Art. 158 - § 2º CP- Aplica-se à extorsão praticada mediante

violência o disposto no § 3º do artigo anterior [Se da violência

resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 a 15a,

além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 a 30a, sem

prejuízo da multa].

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ l

o, 2

o e 3

o);

Art. 159 - § 1o CP Se o seqüestro dura +24h, se o seqüestrado é -

18 ou +60a, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.

Pena - reclusão, de 12 a 20a. § 2º - Se do fato resulta lesão

corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 16 a 24a. § 3º -

Se resulta a morte: Pena - reclusão, de 24 a 30a.

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2

o);

Art. 213 CP. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 a 10a. § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é -18 ou +14a: Pena - reclusão, de 8 a 12a. § 2o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 a 30a

VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o,

2o, 3

o e 4

o);

Art. 217-A CP. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com –14a: Pena - reclusão, de 8 a 15a. § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. § 2o [vetado] § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 10 a 20a. § 4o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 a 30a.

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).

Art. 267 - § 1º CP- Se do fato resulta morte, a pena é aplicada

em dobro.

VII-A – (VETADO)

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1

o, § 1

o-A e § 1

o-B, com a

redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998).

Art. 273 CP- Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: Pena - reclusão, de 10 a 15a, e multa.

§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado.

§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico.

§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; V - de procedência ignorada; VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.

§ú. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1

o, 2

o e 3

o da Lei n

o 2.889, de 1

o

de outubro de 1956, tentado ou consumado.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 33/144

Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:

a) matar membros do grupo;

Será Punido:

Art 121. § 2° CP Se o homicídio é cometido: I -

mediante paga ou promessa de recompensa, ou por

outro motivo torpe; II - por motivo futil; III - com

emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura

ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa

resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada,

ou mediante dissimulação ou outro recurso que

dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; V -

para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade

ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de 12 a

30a.

b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;

Será Punido:

Art. 129. § 2° CP Se resulta: I - Incapacidade

permanente para o trabalho; II - enfermidade

incuravel; III perda ou inutilização do membro, sentido

ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto:

Pena - reclusão, de 2 a 8a.

c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;

Será Punido:

Art. 270 CP- Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo: Pena - reclusão, de 10 a 15a.

d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;

Será Punido:

Art. 125 CP- Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 3 a 10a.

e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;

Será Punido:

Art. 148 CP- Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de 1 a 3a.

Art. 2º Associarem-se +3 pessoas para prática dos crimes mencionados no artigo anterior: Pena: ½ da cominada aos crimes ali previstos.

Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer qualquer dos crimes de que trata o art. 1º: Pena: ½ das penas ali cominadas.

§ 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime incitado, se este se consumar.

§ 2º A pena será aumentada de 1/3, quando a incitação for cometida pela imprensa.

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I - anistia, graça e indulto;

II - fiança.

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será

cumprida inicialmente em regime fechado.

§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados

aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 da pena, se o apenado for primário, e de 3/5, se reincidente.

§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz

decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n

o

7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30d, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:

"Art. 83. ..............................................................

V - cumprido + 2/3 da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu §ú; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 157 § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 5 a 15a, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 a 30a, sem prejuízo da multa.

........................................................................

Art. 159. ...............................................................

Page 34: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 34/144

Pena - reclusão, de 8 a 15a.

§ 1º .................................................................

Pena - reclusão, de 12 a 20a.

§ 2º .................................................................

Pena - reclusão, de 16 a 24a.

§ 3º .................................................................

Pena - reclusão, de 24 a 30a.

Art. 213. ...............................................................

Pena - reclusão, de 6 a 10a.

Art. 214. ...............................................................

Pena - reclusão, de 6 a 10a.

Art. 223. ...............................................................

Pena - reclusão, de 8 a 12a.

§ú. ........................................................

Pena - reclusão, de 12 a 25a.

Art. 267. ...............................................................

Pena - reclusão, de 10 a 15a.

Art. 270. ...............................................................

Pena - reclusão, de 10 a 15a.

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:

"Art. 159 § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de 1 a 2/3"

Art. 8º Será de 3 a 6a de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.

Art. 288 CP- Associarem-se +3 pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 a 3a.

§ú. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de 1 a 2/3.

Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e §ú, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e §ú, todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de 30a de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.

Art. 157 - § 3º CP Se da violência resulta lesão corporal grave, a

pena é de reclusão, de 7 a 15a, além da multa; se resulta morte,

a reclusão é de 20 a 30a, sem prejuízo da multa.

Art. 158 - § 2º CP- Aplica-se à extorsão praticada mediante

violência o disposto no § 3º do artigo anterior [Se da violência

resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 a 15a,

além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 a 30a, sem

prejuízo da multa].

Art. 159 CP - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de 8 a 15a.

§ 1o Se o seqüestro dura +24h, se o seqüestrado é -18 ou +60a, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de 12 a 20a.

§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 16 a 24a.

§ 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de 24 a 30a.

Art. 213 CP. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 a 10a.

Art. 223 CP , Art. 224 CP - [revogado]

Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de §ú, com a seguinte redação:

"Art. 35. §ú. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.

FERNANDO COLLOR Bernardo Cabral

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 35/144

Lei do Crime Organizado (Lei n° 9.034 de 1995).

[LEI REVOGADA PELA LEI 12.850/2013]

LEI Nº 9.034, DE 3 DE MAIO DE 1995.

Mensagem de veto

Dispõe sobre a utilização de meios operacionais para a prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO I

Da Definição de Ação Praticada por Organizações Criminosas e dos Meios Operacionais de Investigação e Prova

Art. 1o Esta Lei define e regula meios de prova e

procedimentos investigatórios que versem sobre ilícitos decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou bando ou organizações ou associações criminosas de qualquer tipo.

Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são

permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas:

I - (Vetado).

II - a ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do que se supõe ação praticada por organizações criminosas ou a ela vinculado, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e fornecimento de informações;

III - o acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancárias, financeiras e eleitorais.

IV – a captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos, e o seu registro e análise, mediante circunstanciada autorização judicial;

V – infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, mediante circunstanciada autorização judicial.

§ú. A autorização judicial será estritamente sigilosa e permanecerá nesta condição enquanto perdurar a infiltração.

CAPÍTULO II

Da Preservação do Sigilo Constitucional

Art. 3º Nas hipóteses do inciso III do art. 2º desta lei [o

acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancárias, financeiras e

eleitorais], ocorrendo possibilidade de violação de sigilo preservado pela Constituição ou por lei, a diligência será realizada pessoalmente pelo juiz, adotado o mais rigoroso segredo de justiça.

§ 1º Para realizar a diligência, o juiz poderá requisitar o auxílio de pessoas que, pela natureza da função ou profissão, tenham ou possam ter acesso aos objetos do sigilo.

§ 2º O juiz, pessoalmente, fará lavrar auto circunstanciado da diligência, relatando as informações colhidas oralmente e anexando cópias autênticas dos documentos que tiverem relevância probatória, podendo para esse efeito, designar uma das pessoas referidas no parágrafo anterior como escrivão ad hoc.

§ 3º O auto de diligência será conservado fora dos autos do processo, em lugar seguro, sem intervenção de cartório ou servidor, somente podendo a ele ter acesso, na presença do juiz, as partes legítimas na causa, que não poderão dele servir-se para fins estranhos à mesma, e estão sujeitas às sanções previstas pelo Código Penal em caso de divulgação.

§ 4º Os argumentos de acusação e defesa que versarem sobre a diligência serão apresentados em separado para serem anexados ao auto da diligência, que poderá servir como elemento na formação da convicção final do juiz.

§ 5º Em caso de recurso, o auto da diligência será fechado, lacrado e endereçado em separado ao juízo competente para revisão, que dele tomará conhecimento sem intervenção das secretarias e gabinetes, devendo o relator dar vistas ao MP e ao Defensor em recinto isolado, para o efeito de que a discussão e o julgamento sejam mantidos em absoluto segredo de justiça.

CAPÍTULO III

Das Disposições Gerais

Art. 4º Os órgãos da polícia judiciária estruturarão setores e equipes de policiais especializados no combate à ação praticada por organizações criminosas.

Art. 5º A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organizações criminosas será realizada independentemente da identificação civil.

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 36/144

Art. 6º Nos crimes praticados em organização criminosa, a pena será reduzida de 1 a 2/3, quando a colaboração espontânea do agente levar ao esclarecimento de infrações penais e sua autoria.

Art. 7º Não será concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, aos agentes que tenham tido intensa e efetiva participação na organização criminosa.

Art. 8° O prazo para encerramento da instrução criminal, nos processos por crime de que trata esta Lei, será de 81d, quando o réu estiver preso, e de 120d, quando solto.

Art. 9º O réu não poderá apelar em liberdade, nos crimes previstos nesta lei.

Art. 10 Os condenados por crime decorrentes de organização criminosa iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado.

Art. 11 Aplicam-se, no que não forem incompatíveis, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal.

Art. 12 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 13 Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 3 de maio de 1995; 174º da Independência e 107º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Milton Seligman

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 4.5.1995

LEI 12.850/2013

LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013.

Vigência

Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei n

o 2.848, de 7 de dezembro de

1940 (Código Penal); revoga a Lei n

o 9.034, de 3 de maio de

1995; e dá outras providências.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe

sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado.

§ 1o Considera-se organização criminosa a associação

de 4 ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4a, ou que sejam de caráter transnacional.

§ 2o Esta Lei se aplica também:

I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;

II - às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de execução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território nacional.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 37/144

Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar,

pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa:

Pena - reclusão, de 3 a 8a, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de

qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.

§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na

atuação da organização criminosa houver emprego de arma de fogo.

§ 3o A pena é agravada para quem exerce o comando,

individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.

§ 4o A pena é aumentada de 1/6 a 2/3:

I - se há participação de criança ou adolescente;

II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal;

III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior;

IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes;

V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.

§ 5o Se houver indícios suficientes de que o

funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual.

§ 6o A condenação com trânsito em julgado

acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8a subsequentes ao cumprimento da pena.

§ 7o Se houver indícios de participação de policial nos

crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão.

CAPÍTULO II

DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA

Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, serão

permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:

I - colaboração premiada;

II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;

III - ação controlada;

IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais;

V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica;

VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica;

VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11;

VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.

Seção I

Da Colaboração Premiada

Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes,

conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:

I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas;

II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa;

III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa;

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 38/144

IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa;

V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.

§ 1o Em qualquer caso, a concessão do benefício

levará em conta a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.

§ 2o Considerando a relevância da colaboração

prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).

Art. 28. CPP Se o órgão do MP, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do MP para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

Acatando as alegações do magistrado, poderá o PG determinar que um outro promotor promova a denúncia, respeitando assim a independência funcional do membro que requereu o arquivamento. O outro órgão estará obrigado a promover a denúncia, pois, como aponta Tourinho Filho, atua por delegação (longa manus) do PG. Todavia, parte da doutrina (minoritária) defende que o promotor designado deverá analisar as circunstâncias do caso, e entendendo que a denúncia não é pertinente, não estará obrigado a deflagrar o processo, restando ao PG designar outro membro do Parquet, ou ele mesmo atuar na causa, respeitando-se a independência funcional.

§ 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o

processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6m, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.

§ 4o Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério

Público poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador:

I - não for o líder da organização criminosa;

II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.

§ 5o Se a colaboração for posterior à sentença, a pena

poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos.

§ 6o O juiz não participará das negociações realizadas

entre as partes para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor.

§ 7o Realizado o acordo na forma do § 6

o, o

respectivo termo, acompanhado das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu defensor.

§ 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta

que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto.

§ 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador

poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações.

§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor.

§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia.

§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial.

§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações.

§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.

§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 39/144

§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador.

Art. 5o São direitos do colaborador:

I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;

II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados;

III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes;

IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;

V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;

VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados.

Art. 6o O termo de acordo da colaboração premiada

deverá ser feito por escrito e conter:

I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados;

II - as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia;

III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;

IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de seu defensor;

V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família, quando necessário.

Art. 7o O pedido de homologação do acordo será

sigilosamente distribuído, contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador e o seu objeto.

§ 1o As informações pormenorizadas da colaboração

serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48hs.

§ 2o O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao

Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização

judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento.

§ 3o O acordo de colaboração premiada deixa de ser

sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5

o.

Seção II

Da Ação Controlada

Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a

intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações.

§ 1o O retardamento da intervenção policial ou

administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.

§ 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de

forma a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetuada.

§ 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos

autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações.

§ 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto

circunstanciado acerca da ação controlada.

Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição de

fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.

Seção III

Da Infiltração de Agentes

Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus limites.

§ 1o Na hipótese de representação do delegado de

polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.

Page 40: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 40/144

§ 2o Será admitida a infiltração se houver indícios de

infração penal de que trata o art. 1o e se a prova não puder

ser produzida por outros meios disponíveis.

§ 3o A infiltração será autorizada pelo prazo de até

6m, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.

§ 4o Findo o prazo previsto no § 3

o, o relatório

circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério Público.

§ 5o No curso do inquérito policial, o delegado de

polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração.

Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração.

Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetivada ou identificar o agente que será infiltrado.

§ 1o As informações quanto à necessidade da

operação de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24hs, após manifestação do Ministério Público na hipótese de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado.

§ 2o Os autos contendo as informações da operação

de infiltração acompanharão a denúncia do Ministério Público, quando serão disponibilizados à defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente.

§ 3o Havendo indícios seguros de que o agente

infiltrado sofre risco iminente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público ou pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à autoridade judicial.

Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados.

§ú. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.

Art. 14. São direitos do agente:

I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;

II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 9

o da Lei n

o 9.807, de 13 de julho

de 1999, bem como usufruir das medidas de proteção a testemunhas;

III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais informações pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão judicial em contrário;

IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito.

Seção IV

Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações

Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.

Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5a, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do delegado de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.

Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo prazo de 5a, à disposição das autoridades mencionadas no art. 15, registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.

Seção V

Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da Prova

Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:

Pena - reclusão, de 1 a 3a, e multa.

Page 41: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 41/144

Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:

Pena - reclusão, de 1 a 4a, e multa.

Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração de agentes:

Pena - reclusão, de 1 a 4a, e multa.

Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo:

Pena - reclusão, de 6m a 2a, e multa.

§ú. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.

CAPÍTULO III

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão apurados mediante procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto no §ú deste artigo.

§ú. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder a 120d quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada, devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu.

Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento.

§ú. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo mínimo de 3d que antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.

Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de

dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Associação Criminosa

Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:

Pena - reclusão, de 1 a 3a.

§ú. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.” (NR)

Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:

“Art. 342. ...................................................................................

Pena - reclusão, de 2 a 4a, e multa.

..................................................................................................” (NR)

Art. 26. Revoga-se a Lei no 9.034, de 3 de maio de

1995.

Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco) dias de sua publicação oficial.

Brasília, 2 de agosto de 2013; 192o da Independência

e 125o da República.

DILMA ROUSSEFF

José Eduardo Cardozo

Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2013 -

Edição extra

Page 42: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

POLÍCIA CIVIL

5. Lei da Execução Penal (Lei n° 7.210 de 1984).

LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.

Institui a Lei de Execução

Penal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, fa

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal

Art. 1º A execução penal tem por objetivo

disposições de sentença ou decisão criminal

condições para a harmônica integração social do condenado

e do internado.

Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da

Justiça ordinária, em todo o Território Nacional,

exercida, no processo de execução, na conformidade desta

Lei e do CPP.

§ú. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório

e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou

recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

Art. 3º Ao condenado e ao internado serão

assegurados todos os direitos não atingidos pela sente

ou pela lei.

§ú. Não haverá qualquer distinção de natureza racial,

social, religiosa ou política.

Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da

comunidade nas atividades de execução da pena e da

medida de segurança.

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA

enal (Lei n° 7.210 de 1984).

LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.

Institui a Lei de Execução

faço saber que o

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal

objetivo efetivar as

decisão criminal e proporcionar

ra a harmônica integração social do condenado

penal dos Juízes ou Tribunais da

Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será

, na conformidade desta

igualmente ao preso provisório

ou Militar, quando

recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.

Art. 3º Ao condenado e ao internado serão

atingidos pela sentença

haverá qualquer distinção de natureza racial,

recorrer à cooperação da

comunidade nas atividades de execução da pena e da

TÍTULO II

Do Condenado e do Inter

CAPÍTULO I

Da Classificação

Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os

seus antecedentes e personalidade, para orientar a

individualização da execução penal.

Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica

de Classificação que elaborará o programa individualizador

da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou

preso provisório.

Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação

em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e

composta, -2 chefes de serviço

assistente social, quando se tratar de

privativa de liberdade.

§ú. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo

da Execução e será integrada por fiscais do serviço social.

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa

de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame

criminológico para a obtenção dos elementos necessários a

uma adequada classificação e com vistas à

da execução.

§ú. Ao exame de que trata este artigo

submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa

de liberdade em regime semi-aberto.

Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de

dados reveladores da personalidade, ob

profissional e tendo sempre presentes peças ou informações

do processo, poderá:

I - entrevistar pessoas;

II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos

privados, dados e informações

III - realizar outras diligências

Art. 9o-A. (Vide Lei nº 12.654, de 2012)

LEIS ESPECIAIS

42/144

TÍTULO II

Do Condenado e do Internado

CAPÍTULO I

Da Classificação

Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os

seus antecedentes e personalidade, para orientar a

individualização da execução penal.

A classificação será feita por Comissão Técnica

rará o programa individualizador

da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou

A Comissão Técnica de Classificação, existente

estabelecimento, será presidida pelo diretor e

chefes de serviço, 1 psiquiatra, 1 psicólogo e 1

, quando se tratar de condenado à pena

§ú. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo

será integrada por fiscais do serviço social.

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa

de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame

criminológico para a obtenção dos elementos necessários a

uma adequada classificação e com vistas à individualização

§ú. Ao exame de que trata este artigo poderá ser

submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa

aberto.

, no exame para a obtenção de

dados reveladores da personalidade, observando a ética

profissional e tendo sempre presentes peças ou informações

, de repartições ou estabelecimentos

a respeito do condenado;

ências e exames necessários.

(Vide Lei nº 12.654, de 2012) Vigência

Page 43: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 43/144

CAPÍTULO II

Da Assistência

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever

do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno

à convivência em sociedade.

§ú. A assistência estende-se ao egresso.

Art. 11. A assistência será:

I - material;

II - à saúde;

III -jurídica;

IV - educacional;

V - social;

VI - religiosa.

SEÇÃO II

Da Assistência Material

Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado

consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e

instalações higiênicas.

Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e

serviços que atendam aos presos nas suas necessidades

pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e

objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.

SEÇÃO III

Da Assistência à Saúde

Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado

de caráter preventivo e curativo, compreenderá

atendimento médico, farmacêutico e odontológico.

§ 1º (Vetado).

§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver

aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta

será prestada em outro local, mediante autorização da

direção do estabelecimento.

§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à

mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto,

extensivo ao recém-nascido.

SEÇÃO IV

Da Assistência Jurídica

Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e

aos internados sem recursos financeiros para constituir

advogado.

Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços

de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria

Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais.

§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio

estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no

exercício de suas funções, dentro e fora dos

estabelecimentos penais.

§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá

local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor

Público.

§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão

implementados Núcleos Especializados da Defensoria

Pública para a prestação de assistência jurídica integral e

gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e

seus familiares, sem recursos financeiros para constituir

advogado.

SEÇÃO V

Da Assistência Educacional

Art. 17. A assistência educacional compreenderá a

instrução escolar e a formação profissional do preso e do

internado.

Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório,

integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.

Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível

de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.

§ú. A mulher condenada terá ensino profissional

adequado à sua condição.

Page 44: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 44/144

Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto

de convênio com entidades públicas ou particulares, que

instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.

Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á

cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas

as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos,

recreativos e didáticos.

SEÇÃO VI

Da Assistência Social

Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar

o preso e o internado e prepará-los para o retorno à

liberdade.

Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:

I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;

II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento,

os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;

III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e

das saídas temporárias;

IV - promover, no estabelecimento, pelos meios

disponíveis, a recreação;

V - promover a orientação do assistido, na fase final do

cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o

seu retorno à liberdade;

VI - providenciar a obtenção de documentos, dos

benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no

trabalho;

VII - orientar e amparar, quando necessário, a família

do preso, do internado e da vítima.

SEÇÃO VII

Da Assistência Religiosa

Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto,

será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-

lhes a participação nos serviços organizados no

estabelecimento penal, bem como a posse de livros de

instrução religiosa.

§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para

os cultos religiosos.

§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a

participar de atividade religiosa.

SEÇÃO VIII

Da Assistência ao Egresso

Art. 25. A assistência ao egresso consiste:

I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em

liberdade;

II - na concessão, se necessário, de alojamento e

alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de

2m.

§ú. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser

prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do

assistente social, o empenho na obtenção de emprego.

Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:

I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1a a contar da

saída do estabelecimento;

II - o liberado condicional, durante o período de prova.

Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o

egresso para a obtenção de trabalho.

CAPÍTULO III

Do Trabalho

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e

condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e

produtiva.

§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de

trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene.

§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da

CLT.

Page 45: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 45/144

Art. 29. O trabalho do preso será remunerado,

mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 S.m.

§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá

atender:

a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde

que determinados judicialmente e não reparados por outros

meios;

b) à assistência à família;

c) a pequenas despesas pessoais;

d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas

com a manutenção do condenado, em proporção a ser

fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras

anteriores.

§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será

depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em

Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado

quando posto em liberdade.

Art. 30. As tarefas executadas como prestação de

serviço à comunidade não serão remuneradas.

SEÇÃO II

Do Trabalho Interno

Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está

obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e

capacidade.

§ú. Para o preso provisório, o trabalho não é

obrigatório e só poderá ser executado no interior do

estabelecimento.

Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas

em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades

futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas

pelo mercado.

§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o

artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de

turismo.

§ 2º Os +60a poderão solicitar ocupação adequada à

sua idade.

§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente

exercerão atividades apropriadas ao seu estado.

Art. 33. A jornada normal de trabalho não será -6 nem

+8hs, com descanso nos domingos e feriados.

§ú. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho

aos presos designados para os serviços de conservação e

manutenção do estabelecimento penal.

Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por

fundação, ou empresa pública, com autonomia

administrativa, e terá por objetivo a formação profissional

do condenado.

§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade

gerenciadora promover e supervisionar a produção, com

critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua

comercialização, bem como suportar despesas, inclusive

pagamento de remuneração adequada.

§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão

celebrar convênio com a iniciativa privada, para implantação

de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos

presídios.

Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta

da U/E/T/D.F/M adquirirão, com dispensa de concorrência

pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre

que não for possível ou recomendável realizar-se a venda a

particulares.

§ú. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas

reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que

alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento

penal.

SEÇÃO III

Do Trabalho Externo

Art. 36. O trabalho externo será admissível para os

presos em regime fechado somente em serviço ou obras

públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou

Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as

cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.

§ 1º O limite máximo do número de presos será de

10% do total de empregados na obra.

§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à

empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.

§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada

depende do consentimento expresso do preso.

Page 46: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 46/144

Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser

autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de

aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento

mínimo de 1/6 da pena.

§ú. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao

preso que vier a praticar fato definido como crime, for

punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário

aos requisitos estabelecidos neste artigo.

CAPÍTULO IV

Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina

SEÇÃO I

Dos Deveres

Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações

legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de

execução da pena.

Art. 39. Constituem deveres do condenado:

I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da

sentença;

II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa

com quem deva relacionar-se;

III - urbanidade e respeito no trato com os demais

condenados;

IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou

coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;

V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens

recebidas;

VI - submissão à sanção disciplinar imposta;

VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;

VIII - indenização ao Estado, quando possível, das

despesas realizadas com a sua manutenção, mediante

desconto proporcional da remuneração do trabalho;

IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;

X - conservação dos objetos de uso pessoal.

§ú. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o

disposto neste artigo.

SEÇÃO II

Dos Direitos

Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à

integridade física e moral dos condenados e dos presos

provisórios.

Art. 41 - Constituem direitos do preso:

I - alimentação suficiente e vestuário;

II - atribuição de trabalho e sua remuneração;

III - Previdência Social;

IV - constituição de pecúlio;

V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o

trabalho, o descanso e a recreação;

VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais,

artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis

com a execução da pena;

VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional,

social e religiosa;

VIII - proteção contra qualquer forma de

sensacionalismo;

IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;

X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e

amigos em dias determinados;

XI - chamamento nominal;

XII - igualdade de tratamento salvo quanto às

exigências da individualização da pena;

XIII - audiência especial com o diretor do

estabelecimento;

XIV - representação e petição a qualquer autoridade,

em defesa de direito;

Page 47: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 47/144

XV - contato com o mundo exterior por meio de

correspondência escrita, da leitura e de outros meios de

informação que não comprometam a moral e os bons

costumes.

XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente,

sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária

competente.

§ú. Os direitos previstos nos incisos V [proporcionalidade na

distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação], X [visita

do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados]

e XV [contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita,

da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral

e os bons costumes] poderão ser suspensos ou restringidos

mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.

Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à

medida de segurança, no que couber, o disposto nesta

Seção.

Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico

de confiança pessoal do internado ou do submetido a

tratamento ambulatorial, por seus familiares ou

dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.

§ú. As divergências entre o médico oficial e o particular

serão resolvidas pelo Juiz da execução.

SEÇÃO III

Da Disciplina

SUBSEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a

ordem, na obediência às determinações das autoridades e

seus agentes e no desempenho do trabalho.

§ú. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena

privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso

provisório.

Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem

expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.

§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a

integridade física e moral do condenado.

§ 2º É vedado o emprego de cela escura.

§ 3º São vedadas as sanções coletivas.

Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da

execução da pena ou da prisão, será cientificado das normas

disciplinares.

Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena

privativa de liberdade, será exercido pela autoridade

administrativa conforme as disposições regulamentares.

Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o

poder disciplinar será exercido pela autoridade

administrativa a que estiver sujeito o condenado.

§ú. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz

da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127,

181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à

forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes

mais rigorosos, quando o condenado: I - praticar fato definido como

crime doloso ou falta grave;

Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o

condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por

falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou

revelar baixo grau de aproveitamento do curso.

Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 do

tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a

contagem a partir da data da infração disciplinar.

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta

a natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato,

bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.

Art. 181. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será

convertida quando o condenado:d) praticar falta grave;

Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária,

em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de

execução, na conformidade desta Lei e do CPP.

SUBSEÇÃO II

Das Faltas Disciplinares

Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves,

médias e graves. A legislação local especificará as leves e

médias, bem assim as respectivas sanções.

§ú. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à

falta consumada.

Page 48: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 48/144

Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena

privativa de liberdade que:

I - incitar ou participar de movimento para subverter a

ordem ou a disciplina;

II - fugir;

III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de

ofender a integridade física de outrem;

IV - provocar acidente de trabalho;

V - descumprir, no regime aberto, as condições

impostas;

VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V,

do artigo 39, desta Lei.

Art. 39. Constituem deveres do condenado: II - obediência ao

servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-

se; V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;

VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho

telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação

com outros presos ou com o ambiente externo.

§ú. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao

preso provisório.

Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena

restritiva de direitos que:

I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;

II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da

obrigação imposta;

III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V,

do artigo 39, desta Lei.

Art. 39. Constituem deveres do condenado: II - obediência ao

servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-

se; V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso

constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem

ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou

condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime

disciplinar diferenciado, com as seguintes características:

I - duração +365d, sem prejuízo de repetição da sanção

por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de 1/6

da pena aplicada;

II - recolhimento em cela individual;

III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as

crianças, com duração de 2hs;

IV - o preso terá direito à saída da cela por 2hs diárias

para banho de sol.

§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá

abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou

estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a

segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.

§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar

diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual

recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou

participação, a qualquer título, em organizações criminosas,

quadrilha ou bando.

SUBSEÇÃO III

Das Sanções e das Recompensas

Art. 53. Constituem sanções disciplinares:

I - advertência verbal;

II - repreensão;

III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, §ú);

Art. 41 - §ú. Os direitos previstos nos incisos V [proporcionalidade

na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a

recreação], X [visita do cônjuge, da companheira, de parentes e

amigos em dias determinados] e XV [contato com o mundo

exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de

outros meios de informação que não comprometam a moral e os

bons costumes] poderão ser suspensos ou restringidos mediante

ato motivado do diretor do estabelecimento.

IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado,

nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo,

observado o disposto no artigo 88 desta Lei.

Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá

dormitório, aparelho sanitário e lavatório.

V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 49/144

Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão

aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento e

a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz

competente.

§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime

disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado

elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra

autoridade administrativa.

§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em

regime disciplinar será precedida de manifestação do MP e

da defesa e prolatada no prazo máximo de 15d.

Art. 55. As recompensas têm em vista o bom

comportamento reconhecido em favor do condenado, de

sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao

trabalho.

Art. 56. São recompensas:

I - o elogio;

II - a concessão de regalias.

§ú. A legislação local e os regulamentos estabelecerão

a natureza e a forma de concessão de regalias.

SUBSEÇÃO IV

Da Aplicação das Sanções

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-

se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as

conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu

tempo de prisão.

§ú. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas

nos incisos III a V do art. 53 desta Lei.

Art. 53. Constituem sanções disciplinares: III - suspensão ou

restrição de direitos (artigo 41, §ú); Art. 41 - §ú. Os direitos

previstos nos incisos V [proporcionalidade na distribuição do

tempo para o trabalho, o descanso e a recreação], X [visita do

cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias

determinados] e XV [contato com o mundo exterior por meio de

correspondência escrita, da leitura e de outros meios de

informação que não comprometam a moral e os bons costumes]

poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do

diretor do estabelecimento.

IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos

estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o

disposto no artigo 88 desta Lei. Art. 88. O condenado será

alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho

sanitário e lavatório.

V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.

Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de

direitos não poderão exceder a 30d, ressalvada a hipótese

do regime disciplinar diferenciado.

§ú. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da

execução.

SUBSEÇÃO V

Do Procedimento Disciplinar

Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser

instaurado o procedimento para sua apuração, conforme

regulamento, assegurado o direito de defesa.

§ú. A decisão será motivada.

Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o

isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até 10d. A

inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no

interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá

de despacho do juiz competente.

§ú. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no

regime disciplinar diferenciado será computado no período

de cumprimento da sanção disciplinar.

TÍTULO III

Dos Órgãos da Execução Penal

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 61. São órgãos da execução penal:

I - o Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária;

II - o Juízo da Execução;

III - o MP;

IV - o Conselho Penitenciário;

V - os Departamentos Penitenciários;

VI - o Patronato;

VII - o Conselho da Comunidade.

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 50/144

VIII - a Defensoria Pública.

CAPÍTULO II

Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária

Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária, com sede na Capital da República, é

subordinado ao Ministério da Justiça.

Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária será integrado por 13 membros designados

através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores e

profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal,

Penitenciário e ciências correlatas, bem como por

representantes da comunidade e dos Ministérios da área

social.

§ú. O mandato dos membros do Conselho terá duração

de 2a, renovado 1/3 em cada ano.

Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária, no exercício de suas atividades, em âmbito

federal ou estadual, incumbe:

I - propor diretrizes da política criminal quanto à

prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e

execução das penas e das medidas de segurança;

II - contribuir na elaboração de planos nacionais de

desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da

política criminal e penitenciária;

III - promover a avaliação periódica do sistema criminal

para a sua adequação às necessidades do País;

IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;

V - elaborar programa nacional penitenciário de

formação e aperfeiçoamento do servidor;

VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção

de estabelecimentos penais e casas de albergados;

VII - estabelecer os critérios para a elaboração da

estatística criminal;

VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos

penais, bem assim informar-se, mediante relatórios do

Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios,

acerca do desenvolvimento da execução penal nos Estados,

Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela

incumbida as medidas necessárias ao seu aprimoramento;

IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade

administrativa para instauração de sindicância ou

procedimento administrativo, em caso de violação das

normas referentes à execução penal;

X - representar à autoridade competente para a

interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal.

CAPÍTULO III

Do Juízo da Execução

Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na

lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da

sentença.

Art. 66. Compete ao Juiz da execução:

I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de

qualquer modo favorecer o condenado;

II - declarar extinta a punibilidade;

III - decidir sobre:

a) soma ou unificação de penas;

b) progressão ou regressão nos regimes;

c) detração e remição da pena;

d) suspensão condicional da pena;

e) livramento condicional;

f) incidentes da execução.

IV - autorizar saídas temporárias;

V - determinar:

a) a forma de cumprimento da pena restritiva de

direitos e fiscalizar sua execução;

b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa

em privativa de liberdade;

c) a conversão da pena privativa de liberdade em

restritiva de direitos;

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 51/144

d) a aplicação da medida de segurança, bem como a

substituição da pena por medida de segurança;

e) a revogação da medida de segurança;

f) a desinternação e o restabelecimento da situação

anterior;

g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em

outra comarca;

h) a remoção do condenado na hipótese prevista no §

1º, do artigo 86, desta Lei.

Art. 86. § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento

penal em local distante da condenação para recolher os

condenados, quando a medida se justifique no interesse da

segurança pública ou do próprio condenado.

VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da

medida de segurança;

VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos

penais, tomando providências para o adequado

funcionamento e promovendo, quando for o caso, a

apuração de responsabilidade;

VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento

penal que estiver funcionando em condições inadequadas

ou com infringência aos dispositivos desta Lei;

IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.

X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.

CAPÍTULO IV

Do MP

Art. 67. O MP fiscalizará a execução da pena e da

medida de segurança, oficiando no processo executivo e nos

incidentes da execução.

Art. 68. Incumbe, ainda, ao MP:

I - fiscalizar a regularidade formal das guias de

recolhimento e de internamento;

II - requerer:

a) todas as providências necessárias ao

desenvolvimento do processo executivo;

b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de

execução;

c) a aplicação de medida de segurança, bem como a

substituição da pena por medida de segurança;

d) a revogação da medida de segurança;

e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos

regimes e a revogação da suspensão condicional da pena e

do livramento condicional;

f) a internação, a desinternação e o restabelecimento

da situação anterior.

III - interpor recursos de decisões proferidas pela

autoridade judiciária, durante a execução.

§ú. O órgão do MP visitará mensalmente os

estabelecimentos penais, registrando a sua presença em

livro próprio.

CAPÍTULO V

Do Conselho Penitenciário

Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e

fiscalizador da execução da pena.

§ 1º O Conselho será integrado por membros

nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e

dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do

Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências

correlatas, bem como por representantes da comunidade. A

legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento.

§ 2º O mandato dos membros do Conselho

Penitenciário terá a duração de 4a.

Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:

I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena,

excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no

estado de saúde do preso;

II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;

III - apresentar, no 1º trimestre de cada ano, ao

Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária,

relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;

IV - supervisionar os patronatos, bem como a

assistência aos egressos.

Page 52: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 52/144

CAPÍTULO VI

Dos Departamentos Penitenciários

SEÇÃO I

Do Departamento Penitenciário Nacional

Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional,

subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da

Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e

financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária.

Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário

Nacional:

I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução

penal em todo o Território Nacional;

II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os

estabelecimentos e serviços penais;

III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na

implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta

Lei;

IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante

convênios, na implantação de estabelecimentos e serviços

penais;

V - colaborar com as Unidades Federativas para a

realização de cursos de formação de pessoal penitenciário e

de ensino profissionalizante do condenado e do internado.

VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades

federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em

estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de

penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra

unidade federativa, em especial para presos sujeitos a

regime disciplinar.

§ú. Incumbem também ao Departamento a

coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de

internamento federais.

SEÇÃO II

Do Departamento Penitenciário Local

Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento

Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que

estabelecer.

Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão

similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar os

estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que

pertencer.

SEÇÃO III

Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais

Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de

estabelecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos:

I - ser portador de diploma de nível superior de Direito,

ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços

Sociais;

II - possuir experiência administrativa na área;

III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o

desempenho da função.

§ú. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas

proximidades, e dedicará tempo integral à sua função.

Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será

organizado em diferentes categorias funcionais, segundo as

necessidades do serviço, com especificação de atribuições

relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do

estabelecimento e às demais funções.

Art. 77. A escolha do pessoal administrativo,

especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a

vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do

candidato.

§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a

progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos

específicos de formação, procedendo-se à reciclagem

periódica dos servidores em exercício.

§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se

permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo

quando se tratar de pessoal técnico especializado.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 53/144

CAPÍTULO VII

Do Patronato

Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a

prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26).

Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: I - o

liberado definitivo, pelo prazo de 1a a contar da saída do

estabelecimento; II - o liberado condicional, durante o período de

prova.

Art. 79. Incumbe também ao Patronato:

I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;

II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de

serviço à comunidade e de limitação de fim de semana;

III - colaborar na fiscalização do cumprimento das

condições da suspensão e do livramento condicional.

CAPÍTULO VIII

Do Conselho da Comunidade

Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da

Comunidade composto, -1 representante de associação

comercial ou industrial, 1 advogado indicado pela Seção da

OAB, 1 Defensor Público indicado pelo Defensor Público

Geral e 1 assistente social escolhido pela Delegacia Seccional

do Conselho Nacional de Assistentes Sociais.

§ú. Na falta da representação prevista neste artigo,

ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos

integrantes do Conselho.

Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:

I - visitar, pelo menos mensalmente, os

estabelecimentos penais existentes na comarca;

II - entrevistar presos;

III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e

ao Conselho Penitenciário;

IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e

humanos para melhor assistência ao preso ou internado, em

harmonia com a direção do estabelecimento.

CAPÍTULO IX

DA DEFENSORIA PÚBLICA

Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular

execução da pena e da medida de segurança, oficiando, no

processo executivo e nos incidentes da execução, para a

defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de

forma individual e coletiva.

Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública:

I - requerer:

a) todas as providências necessárias ao

desenvolvimento do processo executivo;

b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que

de qualquer modo favorecer o condenado;

c) a declaração de extinção da punibilidade;

d) a unificação de penas;

e) a detração e remição da pena;

f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de

execução;

g) a aplicação de medida de segurança e sua

revogação, bem como a substituição da pena por medida de

segurança;

h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a

suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a

comutação de pena e o indulto;

i) a autorização de saídas temporárias;

j) a internação, a desinternação e o restabelecimento

da situação anterior;

k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em

outra comarca;

l) a remoção do condenado na hipótese prevista no §

1o do art. 86 desta Lei;

Art. 86. § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento

penal em local distante da condenação para recolher os

condenados, quando a medida se justifique no interesse da

segurança pública ou do próprio condenado.

Page 54: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 54/144

II - requerer a emissão anual do atestado de pena a

cumprir;

III - interpor recursos de decisões proferidas pela

autoridade judiciária ou administrativa durante a execução;

IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade

administrativa para instauração de sindicância ou

procedimento administrativo em caso de violação das

normas referentes à execução penal;

V - visitar os estabelecimentos penais, tomando

providências para o adequado funcionamento, e requerer,

quando for o caso, a apuração de responsabilidade;

VI - requerer à autoridade competente a interdição, no

todo ou em parte, de estabelecimento penal.

§ú. O órgão da Defensoria Pública visitará

periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a

sua presença em livro próprio.

TÍTULO IV

Dos Estabelecimentos Penais

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao

condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso

provisório e ao egresso.

§ 1° A mulher e o +60a, separadamente, serão

recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua

condição pessoal.

§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar

estabelecimentos de destinação diversa desde que

devidamente isolados.

Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua

natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e

serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,

recreação e prática esportiva.

§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de

estudantes universitários.

§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres

serão dotados de berçário, onde as condenadas possam

cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, - até 6m de

idade.

§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2

o deste

artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo

feminino na segurança de suas dependências internas.

§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos

do ensino básico e profissionalizante.

§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.

Art. 84. O preso provisório ficará separado do

condenado por sentença transitada em julgado.

§ 1° O preso primário cumprirá pena em seção distinta

daquela reservada para os reincidentes.

§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da

Administração da Justiça Criminal ficará em dependência

separada.

Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação

compatível com a sua estrutura e finalidade.

§ú. O Conselho Nacional de Política Criminal e

Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do

estabelecimento, atendendo a sua natureza e

peculiaridades.

Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela

Justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas

em outra unidade, em estabelecimento local ou da União.

§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento

penal em local distante da condenação para recolher os

condenados, quando a medida se justifique no interesse da

segurança pública ou do próprio condenado.

§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele

poderão trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem

a obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.

§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da

autoridade administrativa definir o estabelecimento

prisional adequado para abrigar o preso provisório ou

condenado, em atenção ao regime e aos requisitos

estabelecidos.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 55/144

CAPÍTULO II

Da Penitenciária

Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à

pena de reclusão, em regime fechado.

§ú. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os

Territórios poderão construir Penitenciárias destinadas,

exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que

estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar

diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei.

Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui

falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina

internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo

da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as

seguintes características: I - duração +365d, sem prejuízo de

repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até

o limite de 1/6 da pena aplicada; II - recolhimento em cela

individual; III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as

crianças, com duração de 2hs; IV - o preso terá direito à saída da

cela por 2hs diárias para banho de sol.

Art. 88. O condenado será alojado em cela individual

que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.

§ú. São requisitos básicos da unidade celular:

a) salubridade do ambiente pela concorrência dos

fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico

adequado à existência humana;

b) área mínima de 6,00m2.

Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a

penitenciária de mulheres será dotada de seção para

gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças +6m

e -7a, com a finalidade de assistir a criança desamparada

cuja responsável estiver presa.

§ú. São requisitos básicos da seção e da creche

referidas neste artigo:

I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com

as diretrizes adotadas pela legislação educacional e em

unidades autônomas; e

II – horário de funcionamento que garanta a melhor

assistência à criança e à sua responsável.

Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em

local afastado do centro urbano, à distância que não

restrinja a visitação.

CAPÍTULO III

Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar

Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar

destina-se ao cumprimento da pena em regime semi-aberto.

Art. 92. O condenado poderá ser alojado em

compartimento coletivo, observados os requisitos da letra a,

do §ú, do artigo 88, desta Lei.

Art. 88. §ú. São requisitos básicos da unidade celular: a)

salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de

aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à

existência humana;

§ú. São também requisitos básicos das dependências

coletivas:

a) a seleção adequada dos presos;

b) o limite de capacidade máxima que atenda os

objetivos de individualização da pena.

CAPÍTULO IV

Da Casa do Albergado

Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao

cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime

aberto, e da pena de limitação de fim de semana.

Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano,

separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se

pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.

Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa

do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos

para acomodar os presos, local adequado para cursos e

palestras.

§ú. O estabelecimento terá instalações para os serviços

de fiscalização e orientação dos condenados.

CAPÍTULO V

Do Centro de Observação

Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os

exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão

encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.

Page 56: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 56/144

§ú. No Centro poderão ser realizadas pesquisas

criminológicas.

Art. 97. O Centro de Observação será instalado em

unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.

Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela

Comissão Técnica de Classificação, na falta do Centro de

Observação.

CAPÍTULO VI

Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico

Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento

Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis

referidos no artigo 26 e seu §ú do Código Penal.

Art. 26 - §ú CP - A pena pode ser reduzida de 1 a 2/3, se o

agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por

desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era

inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de

determinar-se de acordo com esse entendimento.

§ú. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no

§ú, do artigo 88, desta Lei.

Art. 88. §ú. São requisitos básicos da unidade celular: a)

salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de

aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à

existência humana; b) área mínima de 6,00m2.

Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames

necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os

internados.

Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo

97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no

Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro

local com dependência médica adequada.

Art. 97 – C.P- Se, todavia, o fato previsto como crime for punível

com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento

ambulatorial.

CAPÍTULO VII

Da Cadeia Pública

Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento

de presos provisórios.

Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 cadeia

pública a fim de resguardar o interesse da Administração da

Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo

ao seu meio social e familiar.

Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo

será instalado próximo de centro urbano, observando-se na

construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e

seu §ú desta Lei.

Art. 88. §ú. São requisitos básicos da unidade celular: a)

salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de

aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à

existência humana; b) área mínima de 6,00m2.

TÍTULO V

Da Execução das Penas em Espécie

CAPÍTULO I

Das Penas Privativas de Liberdade

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 105. Transitando em julgado a sentença que

aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a

ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de

recolhimento para a execução.

Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo

escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com

o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida

da execução e conterá:

I - o nome do condenado;

II - a sua qualificação civil e o número do registro geral

no órgão oficial de identificação;

III - o inteiro teor da denúncia e da sentença

condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado;

IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de

instrução;

V - a data da terminação da pena;

VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis

ao adequado tratamento penitenciário.

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§ 1º Ao MP se dará ciência da guia de recolhimento.

§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que

sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao

tempo de duração da pena.

§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário

da Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia,

menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°,

do artigo 84, desta Lei.

Art. 84. § 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da

Administração da Justiça Criminal ficará em dependência

separada.

Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento

de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela

autoridade judiciária.

§ 1° A autoridade administrativa incumbida da

execução passará recibo da guia de recolhimento para juntá-

la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao

condenado.

§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em

livro especial, segundo a ordem cronológica do recebimento,

e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no

curso da execução, o cálculo das remições e de outras

retificações posteriores.

Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental

será internado em Hospital de Custódia e Tratamento

Psiquiátrico.

Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado

será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por

outro motivo não estiver preso.

SEÇÃO II

Dos Regimes

Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no

qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa

de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus

parágrafos do Código Penal.

Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.

§ 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.

§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena +8a deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja +4a e não exceda a 8, poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;c) o condenado não reincidente, cuja pena seja = ou -4a, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.

§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. - Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da PPL; IV - a substituição da PRL aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.

§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.

Art. 111. Quando houver condenação por mais de um

crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a

determinação do regime de cumprimento será feita pelo

resultado da soma ou unificação das penas, observada,

quando for o caso, a detração ou remição.

§ú. Sobrevindo condenação no curso da execução,

somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida,

para determinação do regime.

Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada

em forma progressiva com a transferência para regime

menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso

tiver cumprido ao menos 1/6 da pena no regime anterior e

ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo

diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que

vedam a progressão.

§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de

manifestação do MP e do defensor.

§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão

de livramento condicional, indulto e comutação de penas,

respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.

Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto

supõe a aceitação de seu programa e das condições

impostas pelo Juiz.

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Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o

condenado que:

I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de

fazê-lo imediatamente;

II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo

resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios

de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de

responsabilidade, ao novo regime.

§ú. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas

referidas no artigo 117 desta Lei.

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de

regime aberto em residência particular quando se tratar de: I -

condenado +70a; II - condenado acometido de doença grave; III -

condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV -

condenada gestante.

Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais

para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das

seguintes condições gerais e obrigatórias:

I - permanecer no local que for designado, durante o

repouso e nos dias de folga;

II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;

III - não se ausentar da cidade onde reside, sem

autorização judicial;

IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as

suas atividades, quando for determinado.

Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições

estabelecidas, de ofício, a requerimento do MP, da

autoridade administrativa ou do condenado, desde que as

circunstâncias assim o recomendem.

Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do

beneficiário de regime aberto em residência particular

quando se tratar de:

I - condenado +70a;

II - condenado acometido de doença grave;

III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou

mental;

IV - condenada gestante.

Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade

ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para

qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:

I - praticar fato definido como crime doloso ou falta

grave;

II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena,

somada ao restante da pena em execução, torne incabível o

regime (artigo 111).

Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no

mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do

regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou

unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração

ou remição.

§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se,

além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar

os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa

cumulativamente imposta.

§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior,

deverá ser ouvido previamente o condenado.

Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas

complementares para o cumprimento da pena privativa de

liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código

Penal).

Art. 36 - § 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.

SEÇÃO III

Das Autorizações de Saída

SUBSEÇÃO I

Da Permissão de Saída

Art. 120. Os condenados que cumprem pena em

regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios

poderão obter permissão para sair do estabelecimento,

mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:

I - falecimento ou doença grave do cônjuge,

companheira, ascendente, descendente ou irmão;

II - necessidade de tratamento médico (§ú do artigo

14).

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Art. 14. § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver

aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta

será prestada em outro local, mediante autorização da direção

do estabelecimento.

§ú. A permissão de saída será concedida pelo diretor

do estabelecimento onde se encontra o preso.

Art. 121. A permanência do preso fora do

estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da

saída.

SUBSEÇÃO II

Da Saída Temporária

Art. 122. Os condenados que cumprem pena em

regime semi-aberto poderão obter autorização para saída

temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos

seguintes casos:

I - visita à família;

II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem

como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do

Juízo da Execução;

III - participação em atividades que concorram para o

retorno ao convívio social.

§ú. A ausência de vigilância direta não impede a

utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo

condenado, quando assim determinar o juiz da execução.

Art. 123. A autorização será concedida por ato

motivado do Juiz da execução, ouvidos o MP e a

administração penitenciária e dependerá da satisfação dos

seguintes requisitos:

I - comportamento adequado;

II - cumprimento -1/6 da pena, se o condenado for

primário, e 1/4, se reincidente;

III - compatibilidade do benefício com os objetivos da

pena.

Art. 124. A autorização será concedida por prazo não

+7d, podendo ser renovada por +4x durante o ano.

§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao

beneficiário as seguintes condições, entre outras que

entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a

situação pessoal do condenado:

I - fornecimento do endereço onde reside a família a

ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo

do benefício;

II - recolhimento à residência visitada, no período

noturno;

III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e

estabelecimentos congêneres.

§ 2o Quando se tratar de frequência a curso

profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior,

o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das

atividades discentes.

§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída

somente poderão ser concedidas com prazo -45d de

intervalo entre uma e outra.

Art. 125. O benefício será automaticamente revogado

quando o condenado praticar fato definido como crime

doloso, for punido por falta grave, desatender as condições

impostas na autorização ou revelar baixo grau de

aproveitamento do curso.

§ú. A recuperação do direito à saída temporária

dependerá da absolvição no processo penal, do

cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do

merecimento do condenado.

SEÇÃO IV

Da Remição

Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime

fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por

estudo, parte do tempo de execução da pena. .

§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita

à razão de:

I - 1d de pena a cada 12hs de frequência escolar -

atividade de ensino fundamental, médio, inclusive

profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação

profissional - divididas, no mínimo, em 3d;

II – 1d de pena a cada 3d de trabalho.

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§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1

o

deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial

ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser

certificadas pelas autoridades educacionais competentes

dos cursos frequentados.

§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as

horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de

forma a se compatibilizarem.

§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de

prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a

beneficiar-se com a remição.

§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo

será acrescido de 1/3 no caso de conclusão do ensino

fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da

pena, desde que certificada pelo órgão competente do

sistema de educação.

§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto

ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional

poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou

de educação profissional, parte do tempo de execução da

pena ou do período de prova, observado o disposto no

inciso I do § 1o deste artigo.

§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de

prisão cautelar.

§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução,

ouvidos o MP e a defesa.

Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar

até 1/3 do tempo remido, observado o disposto no art. 57,

recomeçando a contagem a partir da data da infração

disciplinar.

Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta

a natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato,

bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.

Art. 128. O tempo remido será computado como pena

cumprida, para todos os efeitos.

Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará

mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de

todos os condenados que estejam trabalhando ou

estudando, com informação dos dias de trabalho ou das

horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de

cada um deles.

§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do

estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por

meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a

frequência e o aproveitamento escolar.

§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias

remidos.

Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código

Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço

para fim de instruir pedido de remição.

Falsidade ideológica Art. 299 CP - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de 1 a 5a, e multa, se o documento é público, e reclusão de 1 a 3a, e multa, se o documento é particular. §ú - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

SEÇÃO V

Do Livramento Condicional

Art. 131. O livramento condicional poderá ser

concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do

artigo 83, incisos e §ú, do Código Penal, ouvidos o MP e

Conselho Penitenciário.

Art. 83 - §ú - Para o condenado por crime doloso,

cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a

concessão do livramento ficará também subordinada

à constatação de condições pessoais que façam

presumir que o liberado não voltará a delinqüir.

Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as

condições a que fica subordinado o livramento.

§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as

obrigações seguintes:

a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se

for apto para o trabalho;

b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;

c) não mudar do território da comarca do Juízo da

execução, sem prévia autorização deste.

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§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado

condicional, entre outras obrigações, as seguintes:

a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e

à autoridade incumbida da observação cautelar e de

proteção;

b) recolher-se à habitação em hora fixada;

c) não freqüentar determinados lugares.

d) (VETADO)

Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da

comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da

sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se

houver transferido e à autoridade incumbida da observação

cautelar e de proteção.

Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de

apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no

artigo anterior.

Art. 135. Reformada a sentença denegatória do

livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para as

providências cabíveis.

Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta

de livramento com a cópia integral da sentença em 2 vias,

remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida

da execução e outra ao Conselho Penitenciário.

Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será

realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente do

Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está

sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:

I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos

demais condenados, pelo Presidente do Conselho

Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta,

pelo Juiz;

II - a autoridade administrativa chamará a atenção do

liberando para as condições impostas na sentença de

livramento;

III - o liberando declarará se aceita as condições.

§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo

subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou

alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.

§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da

execução.

Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal,

ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que

lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade

judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida.

§ 1º A caderneta conterá:

a) a identificação do liberado;

b) o texto impresso do presente Capítulo;

c) as condições impostas.

§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado

um salvo-conduto, em que constem as condições do

livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou

o seu retrato pela descrição dos sinais que possam

identificá-lo.

§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver

espaço para consignar-se o cumprimento das condições

referidas no artigo 132 desta Lei.

Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as

condições a que fica subordinado o livramento.

Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas

por serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da

Comunidade terão a finalidade de:

I - fazer observar o cumprimento das condições

especificadas na sentença concessiva do benefício;

II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução

de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade

laborativa.

§ú. A entidade encarregada da observação cautelar e

da proteção do liberado apresentará relatório ao Conselho

Penitenciário, para efeito da representação prevista nos

artigos 143 e 144 desta Lei.

Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do MP,

mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício,

pelo Juiz, ouvido o liberado.

Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do MP, da Defensoria

Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e

ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas

na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao

liberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no

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inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos

incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo.

Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada

solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho

Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a

pena, observando-se o seguinte: I - a sentença será lida ao

liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente

do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na

falta, pelo Juiz; II - a autoridade administrativa chamará a

atenção do liberando para as condições impostas na sentença de

livramento; III - o liberando declarará se aceita as condições. § 1º

De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem

presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se

não souber ou não puder escrever. § 2º Cópia desse termo

deverá ser remetida ao Juiz da execução.

Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-

se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código

Penal.

Art. 86 CP- Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a PPL, em sentença irrecorrível: I - por crime cometido durante a vigência do benefício; II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.

Revogação facultativa - Art. 87 CP- O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.

§ú. Mantido o livramento condicional, na hipótese da

revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou

agravar as condições.

Art. 141. Se a revogação for motivada por infração

penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á

como tempo de cumprimento da pena o período de prova,

sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a

soma do tempo das 2 penas.

Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não

se computará na pena o tempo em que esteve solto o

liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma

pena, novo livramento.

Art. 143. A revogação será decretada a requerimento

do MP, mediante representação do Conselho Penitenciário,

ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.

Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do MP, da

Defensoria Pública ou mediante representação do Conselho

Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as

condições especificadas na sentença, devendo o respectivo

ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades

ou funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137

desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2

o

do mesmo artigo.

Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada

solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho

Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a

pena, observando-se o seguinte: I - a sentença será lida ao

liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente

do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na

falta, pelo Juiz; II - a autoridade administrativa chamará a

atenção do liberando para as condições impostas na sentença de

livramento; III - o liberando declarará se aceita as condições. § 1º

De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem

presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se

não souber ou não puder escrever. § 2º Cópia desse termo

deverá ser remetida ao Juiz da execução.

Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal,

o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho

Penitenciário e o MP, suspendendo o curso do livramento

condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo

da decisão final.

Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do

interessado, do MP ou mediante representação do Conselho

Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade,

se expirar o prazo do livramento sem revogação.

Seção VI

Da Monitoração Eletrônica

Art. 146-A. [Vetado]

Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por

meio da monitoração eletrônica quando:

I - [Vetado];

II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;

III - [Vetado];

IV - determinar a prisão domiciliar;

Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos

cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico

e dos seguintes deveres:

I - receber visitas do servidor responsável pela

monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e

cumprir suas orientações;

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II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de

danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração

eletrônica ou de permitir que outrem o faça;

III - [Vetado];

§ú. A violação comprovada dos deveres previstos

neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução,

ouvidos o MP e a defesa:

I - a regressão do regime;

II - a revogação da autorização de saída temporária;

III – ao V - [Vetado];

VI - a revogação da prisão domiciliar;

VII - advertência, por escrito, para todos os casos em

que o juiz da execução decida não aplicar alguma das

medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo.

Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser

revogada:

I - quando se tornar desnecessária ou inadequada;

II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que

estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave.

CAPÍTULO II

Das Penas Restritivas de Direitos

SEÇÃO I

Disposições Gerais

Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou

a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou

a requerimento do MP, promoverá a execução, podendo,

para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de

entidades públicas ou solicitá-la a particulares.

Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz,

motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas

de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim

de semana, ajustando-as às condições pessoais do

condenado e às características do estabelecimento, da

entidade ou do programa comunitário ou estatal.

SEÇÃO II

Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:

I - designar a entidade ou programa comunitário ou

estatal, devidamente credenciado ou convencionado, junto

ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de

acordo com as suas aptidões;

II - determinar a intimação do condenado,

cientificando-o da entidade, dias e horário em que deverá

cumprir a pena;

III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às

modificações ocorridas na jornada de trabalho.

§ 1º o trabalho terá a duração de 8hs semanais e será

realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias

úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de

trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.

§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro

comparecimento.

Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de

serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução,

relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem

como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou

falta disciplinar.

SEÇÃO III

Da Limitação de Fim de Semana

Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a

intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e

horário em que deverá cumprir a pena.

§ú. A execução terá início a partir da data do primeiro

comparecimento.

Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado,

durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou

atribuídas atividades educativas.

§ú. Nos casos de violência doméstica contra a mulher,

o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do

agressor a programas de recuperação e reeducação.

Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará,

mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim

comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta

disciplinar do condenado.

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

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SEÇÃO IV

Da Interdição Temporária de Direitos

Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à

autoridade competente a pena aplicada, determinada a

intimação do condenado.

§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47,

inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em 24hs,

contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do

qual a execução terá seu início.

Art. 47 CP- As penas de interdição temporária de direitos são: I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;

§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do

Código Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão

dos documentos, que autorizam o exercício do direito

interditado.

Art. 47 CP- As penas de interdição temporária de direitos são: II

- proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que

dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do

poder público; III - suspensão de autorização ou de habilitação

para dirigir veículo.

Art. 155. A autoridade deverá comunicar

imediatamente ao Juiz da execução o descumprimento da

pena.

§ú. A comunicação prevista neste artigo poderá ser

feita por qualquer prejudicado.

CAPÍTULO III

Da Suspensão Condicional

Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 a

4a, a execução da pena privativa de liberdade, não +2a, na

forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.

Art. 77 CP- A execução da PPL, não +2a, poderá ser suspensa, por 2 a 4a, desde que: I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.

Art. 44. As PRD são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada PPL não +4a e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena

aplicada, se o crime for culposo; II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.

§ 2o A execução da PPL, não +4a, poderá ser suspensa, por 4 a 6a, desde que o condenado seja +70a de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.

Art. 78 CP- Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.

§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).

Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações +6m de privação da liberdade.

Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5h diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.

§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: a) proibição de freqüentar determinados lugares; b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.

Art. 79 CP- A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.

Art. 80 CP- A suspensão não se estende às PRD nem à multa.

Revogação obrigatória

Art. 81 CP- A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.

Art. 78 - § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o

condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou

submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).

Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações +6m de privação da liberdade.

Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5h diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.

Revogação facultativa

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§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a PPL ou restritiva de direitos.

Prorrogação do período de prova

§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.

§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.

Cumprimento das condições

Art. 82 CP- Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a PPL.

Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar

pena privativa de liberdade, na situação determinada no

artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre

a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.

Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as

condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado,

começando este a correr da audiência prevista no artigo 160

desta Lei.

Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a

lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das

conseqüências de nova infração penal e do descumprimento das

condições impostas.

§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação

pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as

mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de

fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do Código

Penal.

Art. 78 - § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo

impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste

Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir

a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições,

aplicadas cumulativamente: a) proibição de freqüentar

determinados lugares; b) proibição de ausentar-se da comarca

onde reside, sem autorização do juiz; c) comparecimento pessoal

e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar

suas atividades.

§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a

requerimento do MP ou mediante proposta do Conselho

Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidas

na sentença, ouvido o condenado.

§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições,

reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal por

normas supletivas, será atribuída a serviço social

penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou

instituição beneficiada com a prestação de serviços,

inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo MP, ou

ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta

das normas supletivas.

§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à

entidade fiscalizadora, para comprovar a observância das

condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua

ocupação e os salários ou proventos de que vive.

§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar

imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais,

qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a

prorrogação do prazo ou a modificação das condições.

§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será

feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local

da nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-

se imediatamente.

Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for

concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as

condições do benefício.

§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal

modificar as condições estabelecidas na sentença recorrida.

§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional

da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a

incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, em

qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória.

Art. 160. Transitada em julgado a sentença

condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência,

advertindo-o das conseqüências de nova infração penal e do

descumprimento das condições impostas.

Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com

prazo de 20d, o réu não comparecer injustificadamente à

audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será

executada imediatamente a pena.

Art. 162. A revogação da suspensão condicional da

pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão na

forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal.

Art. 81 CP- A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.

Art. 78 - § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o

condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou

submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 66/144

Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações +6m de privação da liberdade.

Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5h diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a PPL ou restritiva de direitos. § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.

Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com

a nota de suspensão em livro especial do Juízo a que couber

a execução da pena.

§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o

fato averbado à margem do registro.

§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo

para efeito de informações requisitadas por órgão judiciário

ou pelo MP, para instruir processo penal.

CAPÍTULO IV

Da Pena de Multa

Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória

com trânsito em julgado, que valerá como título executivo

judicial, o MP requererá, em autos apartados, a citação do

condenado para, no prazo de 10d, pagar o valor da multa ou

nomear bens à penhora.

§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou

o depósito da respectiva importância, proceder-se-á à

penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a

execução.

§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior

execução seguirão o que dispuser a lei processual civil.

Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos

apartados serão remetidos ao Juízo Cível para

prosseguimento.

Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á

prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.

Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa

quando sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52

do Código Penal).

Art. 52 CP- É suspensa a execução da pena de multa, se

sobrevém ao condenado doença mental.

Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da

multa se efetue mediante desconto no vencimento ou

salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do

Código Penal, observando-se o seguinte:

Art. 50 - § 1ºCP - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante

desconto no vencimento ou salário do condenado quando: a)

aplicada isoladamente; b) aplicada cumulativamente com pena

restritiva de direitos; c) concedida a suspensão condicional da

pena.

I - o limite máximo do desconto mensal será o da

quarta parte da remuneração e o mínimo o de um décimo;

II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a

quem de direito;

III - o responsável pelo desconto será intimado a

recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a

importância determinada.

Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o

artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o

pagamento da multa em prestações mensais, iguais e

sucessivas.

§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar

diligências para verificar a real situação econômica do

condenado e, ouvido o MP, fixará o número de prestações.

§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de

situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do

MP, revogará o benefício executando-se a multa, na forma

prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já

iniciada.

Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada

cumulativamente com pena privativa da liberdade,

enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser

cobrada mediante desconto na remuneração do condenado

(artigo 168).

§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de

liberdade ou obtiver livramento condicional, sem haver

resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste

Capítulo.

§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos

casos em que for concedida a suspensão condicional da

pena.

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TÍTULO VI

Da Execução das Medidas de Segurança

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar

medida de segurança, será ordenada a expedição de guia

para a execução.

Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de

Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a

tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida de

segurança, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.

Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento

ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em

todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à

autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:

I - a qualificação do agente e o número do registro

geral do órgão oficial de identificação;

II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver

aplicado a medida de segurança, bem como a certidão do

trânsito em julgado;

III - a data em que terminará o prazo mínimo de

internação, ou do tratamento ambulatorial;

IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis

ao adequado tratamento ou internamento.

§ 1° Ao MP será dada ciência da guia de recolhimento e

de sujeição a tratamento.

§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier

modificações quanto ao prazo de execução.

Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de

segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e 9°

desta Lei.

Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de

liberdade, em regime fechado, será submetido a exame

criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma

adequada classificação e com vistas à individualização da

execução. §ú. Ao exame de que trata este artigo poderá ser

submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de

liberdade em regime semi-aberto.

Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados

reveladores da personalidade, observando a ética profissional e

tendo sempre presentes peças ou informações do processo,

poderá: I - entrevistar pessoas; II - requisitar, de repartições ou

estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do

condenado; III - realizar outras diligências e exames necessários.

CAPÍTULO II

Da Cessação da Periculosidade

Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada

no fim do prazo mínimo de duração da medida de

segurança, pelo exame das condições pessoais do agente,

observando-se o seguinte:

I - a autoridade administrativa, até 1m antes de expirar

o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz

minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a

revogação ou permanência da medida;

II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;

III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as

diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o MP e o curador

ou defensor, no prazo de 3d para cada um;

IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente

que não o tiver;

V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das

partes, poderá determinar novas diligências, ainda que

expirado o prazo de duração mínima da medida de

segurança;

VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que

se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no

prazo de 5d.

Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do

prazo mínimo de duração da medida de segurança, poderá o

Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do

MP ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar

o exame para que se verifique a cessação da periculosidade,

procedendo-se nos termos do artigo anterior.

Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a

cessação da periculosidade, observar-se-á, no que lhes for

aplicável, o disposto no artigo anterior.

Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de

liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o

disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.

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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 68/144

Art. 97 - § 3º CP- A desinternação, ou a liberação, será sempre

condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o

agente, antes do decurso de 1a, pratica fato indicativo de

persistência de sua periculosidade. Art. 132. Deferido o pedido, o

Juiz especificará as condições a que fica subordinado o

livramento. Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da

comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença

do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver

transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e

de proteção.

Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz

expedirá ordem para a desinternação ou a liberação.

TÍTULO VII

Dos Incidentes de Execução

CAPÍTULO I

Das Conversões

Art. 180. A pena privativa de liberdade, não +2a,

poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que:

I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;

II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 da pena;

III - os antecedentes e a personalidade do condenado

indiquem ser a conversão recomendável.

Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida

em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo

45 e seus incisos do Código Penal [revogados].

§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade

será convertida quando o condenado:

a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não

sabido, ou desatender a intimação por edital;

b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou

programa em que deva prestar serviço;

c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço

que lhe foi imposto;

d) praticar falta grave;

e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa

de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.

§ 2º A pena de limitação de fim de semana será

convertida quando o condenado não comparecer ao

estabelecimento designado para o cumprimento da pena,

recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se

ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do

parágrafo anterior.

§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será

convertida quando o condenado exercer, injustificadamente,

o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses

das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo.

Art. 182. [revogado]

Art. 183. Quando, no curso da execução da pena

privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou

perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a

requerimento do MP, da Defensoria Pública ou da

autoridade administrativa, poderá determinar a substituição

da pena por medida de segurança.

Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser

convertido em internação se o agente revelar

incompatibilidade com a medida.

§ú. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será

de 1a.

CAPÍTULO II

Do Excesso ou Desvio

Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre

que algum ato for praticado além dos limites fixados na

sentença, em normas legais ou regulamentares.

Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou

desvio de execução:

I - o MP;

II - o Conselho Penitenciário;

III - o sentenciado;

IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.

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CAPÍTULO III

Da Anistia e do Indulto

Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a

requerimento do interessado ou do MP, por proposta da

autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário,

declarará extinta a punibilidade.

Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por

petição do condenado, por iniciativa do MP, do Conselho

Penitenciário, ou da autoridade administrativa.

Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos

documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho

Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior

encaminhamento ao Ministério da Justiça.

Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do

processo e do prontuário, promoverá as diligências que

entender necessárias e fará, em relatório, a narração do

ilícito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a

exposição dos antecedentes do condenado e do

procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer

sobre o mérito do pedido e esclarecendo qualquer

formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.

Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com

documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a

petição será submetida a despacho do Presidente da

República, a quem serão presentes os autos do processo ou

a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar.

Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos

cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará

a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.

Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto

coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do

MP, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da

autoridade administrativa, providenciará de acordo com o

disposto no artigo anterior.

TÍTULO VIII

Do Procedimento Judicial

Art. 194. O procedimento correspondente às situações

previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o

Juízo da execução.

Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício,

a requerimento do MP, do interessado, de quem o

represente, de seu cônjuge, parente ou descendente,

mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da

autoridade administrativa.

Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-

se, em 3d, o condenado e o MP, quando não figurem como

requerentes da medida.

§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz

decidirá de plano, em igual prazo.

§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova

pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a

produção daquela ou na audiência designada.

Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá

recurso de agravo, sem efeito suspensivo.

TÍTULO IX

Das Disposições Finais e Transitórias

Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da

execução penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência

que perturbe a segurança e a disciplina dos

estabelecimentos, bem como exponha o preso à

inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da

pena.

Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por

decreto federal.

Art. 200. O condenado por crime político não está

obrigado ao trabalho.

Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o

cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se

efetivará em seção especial da Cadeia Pública.

Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da

folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por

autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer

notícia ou referência à condenação, salvo para instruir

processo pela prática de nova infração penal ou outros casos

expressos em lei.

Art. 203. No prazo de 6m, a contar da publicação desta

Lei, serão editadas as normas complementares ou

regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não

auto-aplicáveis.

Page 70: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 70/144

§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades

Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,

projetar a adaptação, construção e equipamento de

estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.

§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser

providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios

para instalação de casas de albergados.

§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo

poderá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de

Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada

solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de

construção de estabelecimentos.

§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres

estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na

suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada

pela União, para atender às despesas de execução das penas

e medidas de segurança.

Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente

com a lei de reforma da Parte Geral do Código Penal,

revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei

nº 3.274, de 2 de outubro de 1957.

Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e

96º da República.

JOÃO FIGUEIREDO

Ibrahim Abi-Ackel

Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.7.1984

6. Lei da Interceptação telefônica (Lei n° 9.296 de 1996).

LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.

art. 5°, inciso XII da Constituição

Federal

Regulamenta o inciso XII, parte final, do art. 5° da Constituição Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.

§ú. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática.

Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;

II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.

§ú. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:

I - da autoridade policial, na investigação criminal;

II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.

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Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.

§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.

§ 2° O juiz, no prazo máximo de 24hs, decidirá sobre o pedido.

Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de 15d, renovável por igual tempo 1x comprovada a indispensabilidade do meio de prova.

Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.

§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição.

§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.

§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , ciente o Ministério Público.

Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.

Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.

§ú. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal.

Art. 10. CPP - O inquérito deverá terminar no prazo de 10d, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30d, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. § 1o A

autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.

Art. 407. CPP As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.

Art. 308. CPP Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.

Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.

§ú. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.

Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

Pena: reclusão, de 2 a 4a, e multa.

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Nelson A. Jobim

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 25.7.1996

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

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7. Propriedade Intelectual (Lei n° 9.609 de 1998).

LEI Nº 9.609 , DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.

Dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de computador, sua comercialização no País, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados.

CAPÍTULO II

DA PROTEÇÃO AOS DIREITOS DE AUTOR E DO REGISTRO

Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei.

§ 1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa de computador, que prejudiquem a sua honra ou a sua reputação.

§ 2º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de computador pelo prazo de 50a, contados a partir de 1º de janeiro do ano subseqüente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação.

§ 3º A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro.

§ 4º Os direitos atribuídos por esta Lei ficam assegurados aos estrangeiros domiciliados no exterior, desde que o país de origem do programa conceda, aos brasileiros e estrangeiros domiciliados no Brasil, direitos equivalentes.

§ 5º Inclui-se dentre os direitos assegurados por esta Lei e pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País aquele direito exclusivo de autorizar ou proibir o aluguel comercial, não sendo esse direito exaurível pela venda, licença ou outra forma de transferência da cópia do programa.

§ 6º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos casos em que o programa em si não seja objeto essencial do aluguel.

Art. 3º Os programas de computador poderão, a critério do titular, ser registrados em órgão ou entidade a ser designado por ato do Poder Executivo, por iniciativa do Ministério responsável pela política de ciência e tecnologia. (Regulamento)

§ 1º O pedido de registro estabelecido neste artigo deverá conter, pelo menos, as seguintes informações:

I - os dados referentes ao autor do programa de computador e ao titular, se distinto do autor, sejam pessoas físicas ou jurídicas;

II - a identificação e descrição funcional do programa de computador; e

III - os trechos do programa e outros dados que se considerar suficientes para identificá-lo e caracterizar sua originalidade, ressalvando-se os direitos de terceiros e a responsabilidade do Governo.

§ 2º As informações referidas no inciso III [os trechos do

programa e outros dados que se considerar suficientes para identificá-lo e caracterizar sua originalidade, ressalvando-se os direitos de terceiros e a

responsabilidade do Governo.] do parágrafo anterior são de caráter sigiloso, não podendo ser reveladas, salvo por ordem judicial ou a requerimento do próprio titular.

Art. 4º Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao empregador, contratante de serviços ou órgão público, os direitos relativos ao programa de computador, desenvolvido e elaborado durante a vigência de contrato ou de vínculo estatutário, expressamente destinado à pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividade do empregado, contratado de serviço ou servidor seja prevista, ou ainda, que decorra da própria natureza dos encargos concernentes a esses vínculos.

§ 1º Ressalvado ajuste em contrário, a compensação do trabalho ou serviço prestado limitar-se-á à remuneração ou ao salário convencionado.

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§ 2º Pertencerão, com exclusividade, ao empregado, contratado de serviço ou servidor os direitos concernentes a programa de computador gerado sem relação com o contrato de trabalho, prestação de serviços ou vínculo estatutário, e sem a utilização de recursos, informações tecnológicas, segredos industriais e de negócios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, da empresa ou entidade com a qual o empregador mantenha contrato de prestação de serviços ou assemelhados, do contratante de serviços ou órgão público.

§ 3º O tratamento previsto neste artigo será aplicado nos casos em que o programa de computador for desenvolvido por bolsistas, estagiários e assemelhados.

Art. 5º Os direitos sobre as derivações autorizadas pelo titular dos direitos de programa de computador, inclusive sua exploração econômica, pertencerão à pessoa autorizada que as fizer, salvo estipulação contratual em contrário.

Art. 6º Não constituem ofensa aos direitos do titular de programa de computador:

I - a reprodução, em um só exemplar, de cópia legitimamente adquirida, desde que se destine à cópia de salvaguarda ou armazenamento eletrônico, hipótese em que o exemplar original servirá de salvaguarda;

II - a citação parcial do programa, para fins didáticos, desde que identificados o programa e o titular dos direitos respectivos;

III - a ocorrência de semelhança de programa a outro, preexistente, quando se der por força das características funcionais de sua aplicação, da observância de preceitos normativos e técnicos, ou de limitação de forma alternativa para a sua expressão;

IV - a integração de um programa, mantendo-se suas características essenciais, a um sistema aplicativo ou operacional, tecnicamente indispensável às necessidades do usuário, desde que para o uso exclusivo de quem a promoveu.

CAPÍTULO III

DAS GARANTIAS AOS USUÁRIOS DE PROGRAMA DE COMPUTADOR

Art. 7º O contrato de licença de uso de programa de computador, o documento fiscal correspondente, os suportes físicos do programa ou as respectivas embalagens deverão consignar, de forma facilmente legível pelo usuário, o prazo de validade técnica da versão comercializada.

Art. 8º Aquele que comercializar programa de computador, quer seja titular dos direitos do programa, quer seja titular dos direitos de comercialização, fica obrigado, no território nacional, durante o prazo de validade técnica da respectiva versão, a assegurar aos respectivos usuários a prestação de serviços técnicos complementares relativos ao adequado funcionamento do programa, consideradas as suas especificações.

§ú. A obrigação persistirá no caso de retirada de circulação comercial do programa de computador durante o prazo de validade, salvo justa indenização de eventuais prejuízos causados a terceiros.

CAPÍTULO IV

DOS CONTRATOS DE LICENÇA DE USO, DE COMERCIALIZAÇÃO

E DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA

Art. 9º O uso de programa de computador no País será objeto de contrato de licença.

§ú. Na hipótese de eventual inexistência do contrato referido no caput deste artigo, o documento fiscal relativo à aquisição ou licenciamento de cópia servirá para comprovação da regularidade do seu uso.

Art. 10. Os atos e contratos de licença de direitos de comercialização referentes a programas de computador de origem externa deverão fixar, quanto aos tributos e encargos exigíveis, a responsabilidade pelos respectivos pagamentos e estabelecerão a remuneração do titular dos direitos de programa de computador residente ou domiciliado no exterior.

§ 1º Serão nulas as cláusulas que:

I - limitem a produção, a distribuição ou a comercialização, em violação às disposições normativas em vigor;

II - eximam qualquer dos contratantes das responsabilidades por eventuais ações de terceiros, decorrentes de vícios, defeitos ou violação de direitos de autor.

§ 2º O remetente do correspondente valor em moeda estrangeira, em pagamento da remuneração de que se trata, conservará em seu poder, pelo prazo de 5a, todos os documentos necessários à comprovação da licitude das remessas e da sua conformidade ao caput deste artigo.

Art. 11. Nos casos de transferência de tecnologia de programa de computador, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial fará o registro dos respectivos contratos, para que produzam efeitos em relação a terceiros.

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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 74/144

§ú. Para o registro de que trata este artigo, é obrigatória a entrega, por parte do fornecedor ao receptor de tecnologia, da documentação completa, em especial do código-fonte comentado, memorial descritivo, especificações funcionais internas, diagramas, fluxogramas e outros dados técnicos necessários à absorção da tecnologia.

CAPÍTULO V

DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES

Art. 12. Violar direitos de autor de programa de computador:

Pena - Detenção de 6m a 2a ou multa.

§ 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de programa de computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente:

Pena - Reclusão de 1 a 4a e multa.

§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, introduz no País, adquire, oculta ou tem em depósito, para fins de comércio, original ou cópia de programa de computador, produzido com violação de direito autoral.

§ 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede mediante queixa, salvo:

I - quando praticados em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público;

II - quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação fiscal, perda de arrecadação tributária ou prática de quaisquer dos crimes contra a ordem tributária ou contra as relações de consumo.

§ 4º No caso do inciso II do parágrafo anterior, a exigibilidade do tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, processar-se-á independentemente de representação.

Art. 13. A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão, nos casos de violação de direito de autor de programa de computador, serão precedidas de vistoria, podendo o juiz ordenar a apreensão das cópias produzidas ou comercializadas com violação de direito de autor, suas versões e derivações, em poder do infrator ou de quem as esteja expondo, mantendo em depósito, reproduzindo ou comercializando.

Art. 14. Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá intentar ação para proibir ao infrator a prática do ato incriminado, com cominação de pena pecuniária para o caso de transgressão do preceito.

§ 1º A ação de abstenção de prática de ato poderá ser cumulada com a de perdas e danos pelos prejuízos decorrentes da infração.

§ 2º Independentemente de ação cautelar preparatória, o juiz poderá conceder medida liminar proibindo ao infrator a prática do ato incriminado, nos termos deste artigo.

§ 3º Nos procedimentos cíveis, as medidas cautelares de busca e apreensão observarão o disposto no artigo anterior.

§ 4º Na hipótese de serem apresentadas, em juízo, para a defesa dos interesses de qualquer das partes, informações que se caracterizem como confidenciais, deverá o juiz determinar que o processo prossiga em segredo de justiça, vedado o uso de tais informações também à outra parte para outras finalidades.

§ 5º Será responsabilizado por perdas e danos aquele que requerer e promover as medidas previstas neste e nos arts. 12 e 13, agindo de má-fé ou por espírito de emulação, capricho ou erro grosseiro, nos termos dos arts. 16, 17 e 18 do Código de Processo Civil.

Art. 16. CPC Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente.

Art. 17. CPC Reputa-se litigante de má-fé aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; Vl - provocar incidentes manifestamente infundados. VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 18. CPC O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou. § 1o Quando forem 2 ou + os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. § 2o O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a 20% sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento.

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CAPÍTULO VI

DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 16. Fica revogada a Lei nº 7.646, de 18 de dezembro de 1987.

Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO José Israel Vargas

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 20.2.1998 e retificado no D.O.U. de 25.2.1998

8. Competência da Polícia Judiciária Militar (Lei n° 9.299 de 1996).

LEI Nº 9.299, DE 7 DE AGOSTO DE 1996.

Altera dispositivos dos Decretos-leis n° s 1.001 e 1.002, de 21 de outubro de 1969, Códigos Penal Militar e de Processo Penal Militar, respectivamente.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º O art. 9° do Decreto-lei n° 1.001, de 21 de outubro de 1969 - Código Penal Militar, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 9° ...........II - c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;

...f) revogada................

§ú. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum."

Art. 2° O caput do art. 82 do Decreto-lei n° 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo Penal Militar, passa a vigorar com a seguinte redação, acrescido, ainda, o seguinte § 2° , passando o atual §ú a § 1° :

"Art. 82. O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de paz:

...........................................................................................

§ 1° ....................................................................................

§ 2° Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum."

Art. 3° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 7 de agosto de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 76/144

9. Proteção à vítima e a testemunha (Lei n° 9.807 de 1999).

LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999.

Estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA PROTEÇÃO ESPECIAL A VÍTIMAS E A TESTEMUNHAS

Art. 1o As medidas de proteção requeridas por vítimas

ou por testemunhas de crimes que estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação ou processo criminal serão prestadas pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito das respectivas competências, na forma de programas especiais organizados com base nas disposições desta Lei.

§ 1o A União, os Estados e o Distrito Federal poderão

celebrar convênios, acordos, ajustes ou termos de parceria entre si ou com entidades não-governamentais objetivando a realização dos programas.

§ 2o A supervisão e a fiscalização dos convênios,

acordos, ajustes e termos de parceria de interesse da União ficarão a cargo do órgão do Ministério da Justiça com atribuições para a execução da política de direitos humanos.

Art. 2o A proteção concedida pelos programas e as

medidas dela decorrentes levarão em conta a gravidade da coação ou da ameaça à integridade física ou psicológica, a dificuldade de preveni-las ou reprimi-las pelos meios convencionais e a sua importância para a produção da prova.

§ 1o A proteção poderá ser dirigida ou estendida ao

cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e dependentes que tenham convivência habitual com a vítima ou testemunha, conforme o especificamente necessário em cada caso.

§ 2o Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja

personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de comportamento exigidas pelo programa, os condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades. Tal exclusão não trará prejuízo a eventual prestação de medidas de preservação da integridade física desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública.

§ 3o O ingresso no programa, as restrições de segurança

e demais medidas por ele adotadas terão sempre a anuência da pessoa protegida, ou de seu representante legal.

§ 4o Após ingressar no programa, o protegido ficará

obrigado ao cumprimento das normas por ele prescritas.

§ 5o As medidas e providências relacionadas com os

programas serão adotadas, executadas e mantidas em sigilo pelos protegidos e pelos agentes envolvidos em sua execução.

Art. 3o Toda admissão no programa ou exclusão dele

será precedida de consulta ao Ministério Público sobre o disposto no art. 2

o e deverá ser subseqüentemente

comunicada à autoridade policial ou ao juiz competente.

Art. 4o Cada programa será dirigido por um conselho

deliberativo em cuja composição haverá representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos públicos e privados relacionados com a segurança pública e a defesa dos direitos humanos.

§ 1o A execução das atividades necessárias ao programa

ficará a cargo de um dos órgãos representados no conselho deliberativo, devendo os agentes dela incumbidos ter formação e capacitação profissional compatíveis com suas tarefas.

§ 2o Os órgãos policiais prestarão a colaboração e o

apoio necessários à execução de cada programa.

Art. 5o A solicitação objetivando ingresso no programa

poderá ser encaminhada ao órgão executor:

I - pelo interessado;

II - por representante do Ministério Público;

III - pela autoridade policial que conduz a investigação criminal;

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IV - pelo juiz competente para a instrução do processo criminal;

V - por órgãos públicos e entidades com atribuições de defesa dos direitos humanos.

§ 1o A solicitação será instruída com a qualificação da

pessoa a ser protegida e com informações sobre a sua vida pregressa, o fato delituoso e a coação ou ameaça que a motiva.

§ 2o Para fins de instrução do pedido, o órgão executor

poderá solicitar, com a aquiescência do interessado:

I - documentos ou informações comprobatórios de sua identidade, estado civil, situação profissional, patrimônio e grau de instrução, e da pendência de obrigações civis, administrativas, fiscais, financeiras ou penais;

II - exames ou pareceres técnicos sobre a sua personalidade, estado físico ou psicológico.

§ 3o Em caso de urgência e levando em consideração a

procedência, gravidade e a iminência da coação ou ameaça, a vítima ou testemunha poderá ser colocada provisoriamente sob a custódia de órgão policial, pelo órgão executor, no aguardo de decisão do conselho deliberativo, com comunicação imediata a seus membros e ao Ministério Público.

Art. 6o O conselho deliberativo decidirá sobre:

I - o ingresso do protegido no programa ou a sua exclusão;

II - as providências necessárias ao cumprimento do programa.

§ú. As deliberações do conselho serão tomadas por maioria absoluta de seus membros e sua execução ficará sujeita à disponibilidade orçamentária.

Art. 7o Os programas compreendem, dentre outras, as

seguintes medidas, aplicáveis isolada ou cumulativamente em benefício da pessoa protegida, segundo a gravidade e as circunstâncias de cada caso:

I - segurança na residência, incluindo o controle de telecomunicações;

II - escolta e segurança nos deslocamentos da residência, inclusive para fins de trabalho ou para a prestação de depoimentos;

III - transferência de residência ou acomodação provisória em local compatível com a proteção;

IV - preservação da identidade, imagem e dados pessoais;

V - ajuda financeira mensal para prover as despesas necessárias à subsistência individual ou familiar, no caso de a pessoa protegida estar impossibilitada de desenvolver trabalho regular ou de inexistência de qualquer fonte de renda;

VI - suspensão temporária das atividades funcionais, sem prejuízo dos respectivos vencimentos ou vantagens, quando servidor público ou militar;

VII - apoio e assistência social, médica e psicológica;

VIII - sigilo em relação aos atos praticados em virtude da proteção concedida;

IX - apoio do órgão executor do programa para o cumprimento de obrigações civis e administrativas que exijam o comparecimento pessoal.

§ú. A ajuda financeira mensal terá um teto fixado pelo conselho deliberativo no início de cada exercício financeiro.

Art. 8o Quando entender necessário, poderá o conselho

deliberativo solicitar ao Ministério Público que requeira ao juiz a concessão de medidas cautelares direta ou indiretamente relacionadas com a eficácia da proteção.

Art. 9o Em casos excepcionais e considerando as

características e gravidade da coação ou ameaça, poderá o conselho deliberativo encaminhar requerimento da pessoa protegida ao juiz competente para registros públicos objetivando a alteração de nome completo.

§ 1o A alteração de nome completo poderá estender-se

às pessoas mencionadas no § 1o do art. 2

o desta Lei, inclusive

aos filhos menores, e será precedida das providências necessárias ao resguardo de direitos de terceiros.

Art. 2o § 1o A proteção poderá ser dirigida ou estendida

ao cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e

dependentes que tenham convivência habitual com a vítima

ou testemunha, conforme o especificamente necessário em

cada caso.

§ 2o O requerimento será sempre fundamentado e o juiz

ouvirá previamente o Ministério Público, determinando, em seguida, que o procedimento tenha rito sumaríssimo e corra em segredo de justiça.

§ 3o Concedida a alteração pretendida, o juiz

determinará na sentença, observando o sigilo indispensável à proteção do interessado:

I - a averbação no registro original de nascimento da menção de que houve alteração de nome completo em

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

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conformidade com o estabelecido nesta Lei, com expressa referência à sentença autorizatória e ao juiz que a exarou e sem a aposição do nome alterado;

II - a determinação aos órgãos competentes para o fornecimento dos documentos decorrentes da alteração;

III - a remessa da sentença ao órgão nacional competente para o registro único de identificação civil, cujo procedimento obedecerá às necessárias restrições de sigilo.

§ 4o O conselho deliberativo, resguardado o sigilo das

informações, manterá controle sobre a localização do protegido cujo nome tenha sido alterado.

§ 5o Cessada a coação ou ameaça que deu causa à

alteração, ficará facultado ao protegido solicitar ao juiz competente o retorno à situação anterior, com a alteração para o nome original, em petição que será encaminhada pelo conselho deliberativo e terá manifestação prévia do Ministério Público.

Art. 10. A exclusão da pessoa protegida de programa de proteção a vítimas e a testemunhas poderá ocorrer a qualquer tempo:

I - por solicitação do próprio interessado;

II - por decisão do conselho deliberativo, em conseqüência de:

a) cessação dos motivos que ensejaram a proteção;

b) conduta incompatível do protegido.

Art. 11. A proteção oferecida pelo programa terá a duração máxima de 2a.

§ú. Em circunstâncias excepcionais, perdurando os motivos que autorizam a admissão, a permanência poderá ser prorrogada.

Art. 12. Fica instituído, no âmbito do órgão do Ministério da Justiça com atribuições para a execução da política de direitos humanos, o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas, a ser regulamentado por decreto do Poder Executivo. Regulamento

CAPÍTULO II

DA PROTEÇÃO AOS RÉUS COLABORADORES

Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:

I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa;

II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada;

III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.

§ú. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.

Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois terços.

Art. 15. Serão aplicadas em benefício do colaborador, na prisão ou fora dela, medidas especiais de segurança e proteção a sua integridade física, considerando ameaça ou coação eventual ou efetiva.

§ 1o Estando sob prisão temporária, preventiva ou em

decorrência de flagrante delito, o colaborador será custodiado em dependência separada dos demais presos.

§ 2o Durante a instrução criminal, poderá o juiz

competente determinar em favor do colaborador qualquer das medidas previstas no art. 8

o desta Lei.

Art. 8o Quando entender necessário, poderá o conselho deliberativo solicitar ao Ministério Público que requeira ao juiz a concessão de medidas cautelares direta ou indiretamente relacionadas com a eficácia da proteção.

§ 3o No caso de cumprimento da pena em regime

fechado, poderá o juiz criminal determinar medidas especiais que proporcionem a segurança do colaborador em relação aos demais apenados.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 79/144

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 16. O art. 57 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de

1973, fica acrescido do seguinte § 7o:

"§ 7o Quando a alteração de nome for concedida em razão

de fundada coação ou ameaça decorrente de colaboração com a apuração de crime, o juiz competente determinará que haja a averbação no registro de origem de menção da existência de sentença concessiva da alteração, sem a averbação do nome alterado, que somente poderá ser procedida mediante determinação posterior, que levará em consideração a cessação da coação ou ameaça que deu causa à alteração."

Art. 17. O §ú do art. 58 da Lei no 6.015, de 31 de

dezembro de 1973, com a redação dada pela Lei no 9.708, de

18 de novembro de 1998, passa a ter a seguinte redação:

"§ú. A substituição do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o Ministério Público." (NR)

Art. 18. O art. 18 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de

1973, passa a ter a seguinte redação:

"Art. 18. Ressalvado o disposto nos arts. 45, 57, § 7o, e 95,

§ú, a certidão será lavrada independentemente de despacho judicial, devendo mencionar o livro de registro ou o documento arquivado no cartório." (NR)

Art. 19. A União poderá utilizar estabelecimentos especialmente destinados ao cumprimento de pena de condenados que tenham prévia e voluntariamente prestado a colaboração de que trata esta Lei.

§ú. Para fins de utilização desses estabelecimentos, poderá a União celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal.

Art. 19-A. Terão prioridade na tramitação o inquérito e o processo criminal em que figure indiciado, acusado, vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidas pelos programas de que trata esta Lei.

§ú. Qualquer que seja o rito processual criminal, o juiz, após a citação, tomará antecipadamente o depoimento das pessoas incluídas nos programas de proteção previstos nesta Lei, devendo justificar a eventual impossibilidade de fazê-lo no caso concreto ou o possível prejuízo que a oitiva antecipada traria para a instrução criminal.

Art. 20. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei, pela União, correrão à conta de dotação consignada no orçamento.

10. Lei º 12.830/2013 (dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia).

LEI Nº 12.830, DE 20 DE JUNHO DE 2013.

Mensagem de veto

Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia.

A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal

conduzida pelo delegado de polícia.

Art. 2o As funções de polícia judiciária e a apuração de

infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.

§ 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de

autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.

§ 2o Durante a investigação criminal, cabe ao

delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.

§ 3o (VETADO).

§ 4o O inquérito policial ou outro procedimento

previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.

§ 5o A remoção do delegado de polícia dar-se-á

somente por ato fundamentado.

§ 6o O indiciamento, privativo do delegado de polícia,

dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.

Page 80: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 80/144

Art. 3o O cargo de delegado de polícia é privativo de

bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.

Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua

publicação.

Brasília, 20 de junho de 2013; 192o da Independência

e 125o da República.

DILMA ROUSSEFF

José Eduardo Cardozo

Miriam Belchior

Luís Inácio Lucena Adams

Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.6.2013

11. Lei dos Juizados Especiais (Lei n° 9.099 De 1995).

LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995.

Mensagem de veto

Dispõe sobre os Juizados

Especiais Cíveis e Criminais e

dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos

da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito

Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação,

processo, julgamento e execução, nas causas de sua

competência.

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da

oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual

e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação

ou a transação.

Mnemônico: SICEPO

Capítulo II

Dos Juizados Especiais Cíveis

Seção I

Da Competência

Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para

conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de

menor complexidade, assim consideradas:

I - as causas cujo valor não +40x S.m;

II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de

Processo Civil;

Page 81: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 81/144

Art. 275. CPC Observar-se-á o procedimento sumário: II - nas

causas, qualquer que seja o valor: a) de arrendamento rural e de

parceria agrícola; b) de cobrança ao condômino de quaisquer

quantias devidas ao condomínio; c) de ressarcimento por danos

em prédio urbano ou rústico; d) de ressarcimento por danos

causados em acidente de veículo de via terrestre; e) de cobrança

de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de

veículo, ressalvados os casos de processo de execução; - Art. 475-

A [Da Liquidação de Sentença], § 3º. Nos processos sob

procedimento comum sumário, referidos no art. 275, inc. II,

alíneas ‘d’ e ‘e’ desta Lei, é defesa a sentença ilíquida, cumprindo

ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critério, o

valor devido. f) de cobrança de honorários dos profissionais

liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; g) que

versem sobre revogação de doação; h) nos demais casos

previstos em lei.

III - a ação de despejo para uso próprio;

IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor

não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.

§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:

I - dos seus julgados;

II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até

40x S.m, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta

Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as

empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado

Especial: I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários

de direito de pessoas jurídicas; II - as microempresas, assim

definidas pela Lei no 9.841, de 5 de outubro de 1999; III - as

pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade

Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de

março de 1999; IV - as sociedades de crédito ao

microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de

14 de fevereiro de 2001.

§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado

Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e

de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a

acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade

das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei

importará em renúncia ao crédito excedente ao limite

estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de

conciliação.

Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei,

o Juizado do foro:

I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local

onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas

ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou

escritório;

II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;

III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas

ações para reparação de dano de qualquer natureza.

§ú. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta

no foro previsto no inciso I deste artigo.

Seção II

Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para

determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e

para dar especial valor às regras de experiência comum ou

técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que

reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da

lei e às exigências do bem comum.

Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da

Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os

bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com

+5a de experiência.

§ú. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a

advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no

desempenho de suas funções.

Seção III

Das Partes

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído

por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de

direito público, as empresas públicas da União, a massa

falida e o insolvente civil.

§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o

Juizado Especial:

I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários

de direito de pessoas jurídicas;

Page 82: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 82/144

II - as microempresas, assim definidas pela Lei no

9.841, de 5 de outubro de 1999;

III - as pessoas jurídicas qualificadas como

Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos

termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;

IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor,

nos termos do art. 1o da Lei n

o 10.194, de 14 de fevereiro de

2001.

§ 2º O +18a poderá ser autor, independentemente de

assistência, inclusive para fins de conciliação.

Art. 9º Nas causas de valor até 20 S.m, as partes

comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por

advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.

§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes

comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa

jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser,

assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao

Juizado Especial, na forma da lei local.

§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do

patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar.

§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo

quanto aos poderes especiais.

§ 4o O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma

individual, poderá ser representado por preposto

credenciado, munido de carta de preposição com poderes

para transigir, sem haver necessidade de vínculo

empregatício.

Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma

de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á

o litisconsórcio.

Art. 11. O MP intervirá nos casos previstos em lei.

seção IV

dos atos processuais

Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão

realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as

normas de organização judiciária.

Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que

preencherem as finalidades para as quais forem realizados,

atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.

Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade,

simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,

buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.

Mnemônico: SICEPO

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que

tenha havido prejuízo.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas

poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de

comunicação.

§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão

registrados resumidamente, em notas manuscritas,

datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais

atos poderão ser gravados em fita magnética ou

equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado

da decisão.

§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das

peças do processo e demais documentos que o instruem.

seção v

do pedido

Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação

do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.

§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em

linguagem acessível:

I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.

§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for

possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação.

§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela

Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de

fichas ou formulários impressos.

Page 83: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 83/144

Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei

poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última

hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o

limite fixado naquele dispositivo.

Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de

distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado designará a

sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de 15d.

Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes,

instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação,

dispensados o registro prévio de pedido e a citação.

§ú. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser

dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados

na mesma sentença.

Seção VI

Das Citações e Intimações

Art. 18. A citação far-se-á:

I - por correspondência, com aviso de recebimento em

mão própria;

II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual,

mediante entrega ao encarregado da recepção, que será

obrigatoriamente identificado;

III - sendo necessário, por oficial de justiça,

independentemente de mandado ou carta precatória.

§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora

para comparecimento do citando e advertência de que, não

comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as

alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.

§ 2º Não se fará citação por edital.

§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou

nulidade da citação.

Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista

para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de

comunicação.

§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão

desde logo cientes as partes.

§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de

endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se

eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente

indicado, na ausência da comunicação.

Seção VII

Da Revelia

Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de

conciliação ou à audiência de instrução e julgamento,

reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido

inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.

Seção VIII

Da Conciliação e do Juízo Arbitral

Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo

esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da

conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do

litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º

desta Lei.

Art. 3º . § 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei

importará em renúncia ao crédito excedente ao limite

estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado

ou leigo ou por conciliador sob sua orientação.

§ú. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e

homologada pelo Juiz togado, mediante sentença com

eficácia de título executivo.

Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado

proferirá sentença.

Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão

optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma

prevista nesta Lei.

§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado,

independentemente de termo de compromisso, com a

escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente,

o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a

audiência de instrução.

§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.

Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos

critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei,

podendo decidir por eqüidade.

Page 84: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 84/144

Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar

as provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar

especial valor às regras de experiência comum ou técnica.

Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais

justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às

exigências do bem comum.

Art. 26. Ao término da instrução, ou nos 5d

subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz togado

para homologação por sentença irrecorrível.

Seção IX

Da Instrução e Julgamento

Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á

imediatamente à audiência de instrução e julgamento, desde

que não resulte prejuízo para a defesa.

§ú. Não sendo possível a sua realização imediata, será a

audiência designada para 1 dos 15d subseqüentes, cientes,

desde logo, as partes e testemunhas eventualmente

presentes.

Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão

ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a

sentença.

Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes

que possam interferir no regular prosseguimento da

audiência. As demais questões serão decididas na sentença.

§ú. Sobre os documentos apresentados por uma das

partes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária,

sem interrupção da audiência.

Seção X

Da Resposta do Réu

Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá

toda matéria de defesa, exceto argüição de suspeição ou

impedimento do Juiz, que se processará na forma da

legislação em vigor.

Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu,

na contestação, formular pedido em seu favor, nos limites

do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos

que constituem objeto da controvérsia.

§ú. O autor poderá responder ao pedido do réu na

própria audiência ou requerer a designação da nova data,

que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.

Seção XI

Das Provas

Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos,

ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a

veracidade dos fatos alegados pelas partes.

Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência

de instrução e julgamento, ainda que não requeridas

previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que

considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

Art. 34. As testemunhas, até o +3 para cada parte,

comparecerão à audiência de instrução e julgamento

levadas pela parte que as tenha arrolado,

independentemente de intimação, ou mediante esta, se

assim for requerido.

§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas

será apresentado à Secretaria no -5d antes da audiência de

instrução e julgamento.

§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz

poderá determinar sua imediata condução, valendo-se, se

necessário, do concurso da força pública.

Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá

inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a

apresentação de parecer técnico.

§ú. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a

requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou

coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança,

que lhe relatará informalmente o verificado.

Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito,

devendo a sentença referir, no essencial, os informes

trazidos nos depoimentos.

Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo,

sob a supervisão de Juiz togado.

Page 85: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 85/144

Seção XII

Da Sentença

Art. 38. A sentença mencionará os elementos de

convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes

ocorridos em audiência, dispensado o relatório.

§ú. Não se admitirá sentença condenatória por quantia

ilíquida, ainda que genérico o pedido.

Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que

exceder a alçada estabelecida nesta Lei.

Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução

proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz

togado, que poderá homologá-la, proferir outra em

substituição ou, antes de se manifestar, determinar a

realização de atos probatórios indispensáveis.

Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de

conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio

Juizado.

§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta

por 3 Juízes togados, em exercício no primeiro grau de

jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente

representadas por advogado.

Art. 42. O recurso será interposto no prazo de 10d,

contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual

constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 1º O preparo será feito, independentemente de

intimação, nas 48hs seguintes à interposição, sob pena de

deserção.

§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido

para oferecer resposta escrita no prazo de 10d.

Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo,

podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano

irreparável para a parte.

Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da

gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13

desta Lei, correndo por conta do requerente as despesas

respectivas.

Art. 13. § 3º Apenas os atos considerados essenciais serão

registrados resumidamente, em notas manuscritas,

datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos

poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será

inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.

Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de

julgamento.

Art. 46. O julgamento em segunda instância constará

apenas da ata, com a indicação suficiente do processo,

fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for

confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do

julgamento servirá de acórdão.

Art. 47. (VETADO)

Seção XIII

Dos Embargos de Declaração

Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na

sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição,

omissão ou dúvida.

§ú. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos

por escrito ou oralmente, no prazo de 5d, contados da

ciência da decisão.

Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os

embargos de declaração suspenderão o prazo para recurso.

Seção XIV

Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito

Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos

previstos em lei:

I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das

audiências do processo;

II - quando inadmissível o procedimento instituído por

esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação;

III - quando for reconhecida a incompetência territorial;

IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos

previstos no art. 8º desta Lei;

Page 86: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 86/144

Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta

Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as

empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.

V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de

sentença ou não se der no prazo de 30d;

VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a

citação dos sucessores no prazo de 30d da ciência do fato.

§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer

hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.

§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar

que a ausência decorre de força maior, a parte poderá ser

isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas.

Seção XV

Da Execução

Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no

próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto no

CPC, com as seguintes alterações:

I - as sentenças serão necessariamente líquidas,

contendo a conversão em Bônus do Tesouro Nacional - BTN

ou índice equivalente;

II - os cálculos de conversão de índices, de honorários,

de juros e de outras parcelas serão efetuados por servidor

judicial;

III - a intimação da sentença será feita, sempre que

possível, na própria audiência em que for proferida. Nessa

intimação, o vencido será instado a cumprir a sentença tão

logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos efeitos

do seu descumprimento (inciso V);

IV - não cumprida voluntariamente a sentença

transitada em julgado, e tendo havido solicitação do

interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á desde

logo à execução, dispensada nova citação;

V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de

não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução,

cominará multa diária, arbitrada de acordo com as

condições econômicas do devedor, para a hipótese de

inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor

poderá requerer a elevação da multa ou a transformação da

condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato

arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída

a multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a

malícia do devedor na execução do julgado;

VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o

cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor deve

depositar para as despesas, sob pena de multa diária;

VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá

autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a

tratar da alienação do bem penhorado, a qual se

aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou

leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as partes

serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será

oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem

móvel, ou hipotecado o imóvel;

VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais,

quando se tratar de alienação de bens de pequeno valor;

IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da

execução, versando sobre:

a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele

correu à revelia;

b) manifesto excesso de execução;

c) erro de cálculo;

d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da

obrigação, superveniente à sentença.

Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no

valor de até 40 S.m, obedecerá ao disposto no CPC, com as

modificações introduzidas por esta Lei.

§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a

comparecer à audiência de conciliação, quando poderá

oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente.

§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e

eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa da

alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre

outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou

a prestação, a dação em pagamento ou a imediata

adjudicação do bem penhorado.

§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou

julgados improcedentes, qualquer das partes poderá

requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do

parágrafo anterior.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 87/144

§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens

penhoráveis, o processo será imediatamente extinto,

devolvendo-se os documentos ao autor.

Seção XVI

Das Despesas

Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em

primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas

ou despesas.

§ú. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42

desta Lei, compreenderá todas as despesas processuais,

inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de

jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária

gratuita.

Art. 42. § 1º O preparo será feito, independentemente de

intimação, nas 48hs seguintes à interposição, sob pena de

deserção.

Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o

vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os

casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente,

vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que

serão fixados entre 10 e 20% do valor de condenação ou,

não havendo condenação, do valor corrigido da causa.

§ú. Na execução não serão contadas custas, salvo

quando:

I - reconhecida a litigância de má-fé;

II - improcedentes os embargos do devedor;

III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido

objeto de recurso improvido do devedor.

Seção XVII

Disposições Finais

Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas

as curadorias necessárias e o serviço de assistência

judiciária.

Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou

valor, poderá ser homologado, no juízo competente,

independentemente de termo, valendo a sentença como

título executivo judicial.

§ú. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado

pelas partes, por instrumento escrito, referendado pelo

órgão competente do MP.

Art. 58. As normas de organização judiciária local

poderão estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a

causas não abrangidas por esta Lei.

Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo

ou por conciliador sob sua orientação. §ú. Obtida a conciliação,

esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado,

mediante sentença com eficácia de título executivo.

Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado

proferirá sentença.

Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas

sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei.

Capítulo III

Dos Juizados Especiais Criminais

Disposições Gerais

Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por

juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a

conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais

de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de

conexão e continência.

§ú. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou

o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de

conexão e continência, observar-se-ão os institutos da

transação penal e da composição dos danos civis.

Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor

potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as

contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena

máxima não +2a, cumulada ou não com multa.

Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-

se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia

processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a

reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de

pena não privativa de liberdade.

Mnemônico: ICEPO

Page 88: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 88/144

Seção I

Da Competência e dos Atos Processuais

Art. 63. A competência do Juizado será determinada

pelo lugar em que foi praticada a infração penal.

Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão

realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da

semana, conforme dispuserem as normas de organização

judiciária.

Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que

preencherem as finalidades para as quais foram realizados,

atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.

§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que

tenha havido prejuízo.

§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas

poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de

comunicação.

§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os

atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência

de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita

magnética ou equivalente.

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio

Juizado, sempre que possível, ou por mandado.

§ú. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz

encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para

adoção do procedimento previsto em lei.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com

aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa

jurídica ou firma individual, mediante entrega ao

encarregado da recepção, que será obrigatoriamente

identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça,

independentemente de mandado ou carta precatória, ou

ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.

§ú. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão

desde logo cientes as partes, os interessados e defensores.

Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do

mandado de citação do acusado, constará a necessidade de

seu comparecimento acompanhado de advogado, com a

advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado

defensor público.

Seção II

Da Fase Preliminar

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento

da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o

encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato

e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames

periciais necessários.

§ú. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for

imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o

compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em

flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência

doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de

cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de

convivência com a vítima.

Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não

sendo possível a realização imediata da audiência

preliminar, será designada data próxima, da qual ambos

sairão cientes.

Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos

envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se

for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68

desta Lei.

Art. 72. Na audiência preliminar, presente o

representante do MP, o autor do fato e a vítima e, se

possível, o responsável civil, acompanhados por seus

advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da

composição dos danos e da aceitação da proposta de

aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.

Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por

conciliador sob sua orientação.

§ú. Os conciliadores são auxiliares da Justiça,

recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre

bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na

administração da Justiça Criminal.

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a

escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença

irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo

civil competente.

§ú. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou

de ação penal pública condicionada à representação, o

acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa

ou representação.

Page 89: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 89/144

Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será

dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer

o direito de representação verbal, que será reduzida a

termo.

§ú. O não oferecimento da representação na audiência

preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser

exercido no prazo previsto em lei.

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime

de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de

arquivamento, o MP poderá propor a aplicação imediata de

pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na

proposta.

§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única

aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática

de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença

definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no

prazo de 5a, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos

termos deste artigo;

III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a

personalidade do agente, bem como os motivos e as

circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da

medida.

§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu

defensor, será submetida à apreciação do Juiz.

§ 4º Acolhendo a proposta do MP aceita pelo autor da

infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou

multa, que não importará em reincidência, sendo registrada

apenas para impedir novamente o mesmo benefício no

prazo de 5a.

§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá

a apelação referida no art. 82 desta Lei.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da

sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma

composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de

jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste

artigo não constará de certidão de antecedentes criminais,

salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá

efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível

no juízo cível.

Seção III

Do Procedimento Sumariíssimo

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não

houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou

pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei,

o MP oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não

houver necessidade de diligências imprescindíveis.

§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será

elaborada com base no termo de ocorrência referido no art.

69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-

se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade do

crime estiver aferida por boletim médico ou prova

equivalente.

Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da

ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará

imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,

providenciando-se as requisições dos exames periciais

necessários.

§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não

permitirem a formulação da denúncia, o MP poderá

requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na

forma do §ú do art. 66 desta Lei.

Art. 66. §ú. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz

encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do

procedimento previsto em lei.

§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser

oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a

complexidade e as circunstâncias do caso determinam a

adoção das providências previstas no §ú do art. 66 desta Lei.

Art. 66. §ú. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz

encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do

procedimento previsto em lei.

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a

termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará

citado e imediatamente cientificado da designação de dia e

hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual

também tomarão ciência o MP, o ofendido, o responsável

civil e seus advogados.

Page 90: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 90/144

§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na

forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da

audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer

suas testemunhas ou apresentar requerimento para

intimação, no -5d antes de sua realização.

Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado,

sempre que possível, ou por mandado. §ú. Não encontrado o

acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes

ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.

Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de

citação do acusado, constará a necessidade de seu

comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência

de que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor público.

§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável

civil, serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei para

comparecerem à audiência de instrução e julgamento.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de

recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma

individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que

será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por

oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta

precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.

§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na

forma prevista no art. 67 desta Lei.

Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de

recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma

individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que

será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por

oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta

precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.

Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de

instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver

havido possibilidade de tentativa de conciliação e de

oferecimento de proposta pelo MP, proceder-se-á nos

termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.

Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz,

quando imprescindível, a condução coercitiva de quem deva

comparecer.

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao

defensor para responder à acusação, após o que o Juiz

receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo

recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de

acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se

presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à

prolação da sentença.

§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de

instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as

que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.

§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado

termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve

resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a

sentença.

§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os

elementos de convicção do Juiz.

Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e

da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por

turma composta de três Juízes em exercício no primeiro

grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

§ 1º A apelação será interposta no prazo de 10d,

contados da ciência da sentença pelo MP, pelo réu e seu

defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e

o pedido do recorrente.

§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta

escrita no prazo de 10d.

§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da

gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65

desta Lei.

Art. 65. § 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os

atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de

instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética

ou equivalente.

§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de

julgamento pela imprensa.

§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios

fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em

sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição,

omissão ou dúvida.

§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por

escrito ou oralmente, no prazo de 5d, contados da ciência da

decisão.

§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de

declaração suspenderão o prazo para o recurso.

§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

Page 91: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 91/144

Seção IV

Da Execução

Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu

cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do

Juizado.

§ú. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a

punibilidade, determinando que a condenação não fique

constando dos registros criminais, exceto para fins de

requisição judicial.

Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita

a conversão em pena privativa da liberdade, ou restritiva de

direitos, nos termos previstos em lei.

Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e

restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas, será

processada perante o órgão competente, nos termos da lei.

Seção V

Das Despesas Processuais

Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e

aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e

76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas,

conforme dispuser lei estadual.

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e,

homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá

eficácia de título a ser executado no juízo civil competente

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação

penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento,

o MP poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de

direitos ou multas, a ser especificada na proposta. § 4º

Acolhendo a proposta do MP aceita pelo autor da infração, o Juiz

aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará

em reincidência, sendo registrada apenas para impedir

novamente o mesmo benefício no prazo de 5a.

Seção VI

Disposições Finais

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da

legislação especial, dependerá de representação a ação

penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões

culposas.

Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for

igual ou -1a, abrangidas ou não por esta Lei, o MP, ao

oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do

processo, por 2 a 4a, desde que o acusado não esteja sendo

processado ou não tenha sido condenado por outro crime,

presentes os demais requisitos que autorizariam a

suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver

aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não

ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o MP

oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver

necessidade de diligências imprescindíveis.

§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na

presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá

suspender o processo, submetendo o acusado a período de

prova, sob as seguintes condições:

I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

II - proibição de freqüentar determinados lugares;

III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside,

sem autorização do Juiz;

IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,

mensalmente, para informar e justificar suas atividades.

§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que

fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato

e à situação pessoal do acusado.

§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o

beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não

efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.

§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier

a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou

descumprir qualquer outra condição imposta.

§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará

extinta a punibilidade.

§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de

suspensão do processo.

§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste

artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.

Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos

processos penais cuja instrução já estiver iniciada. (Vide

ADIN nº 1.719-9)

Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no

âmbito da Justiça Militar.

Page 92: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 92/144

Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir

representação para a propositura da ação penal pública, o

ofendido ou seu representante legal será intimado para

oferecê-la no prazo de 30d, sob pena de decadência.

Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos

Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem

incompatíveis com esta Lei.

Capítulo IV

Disposições Finais Comuns

Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados

Especiais Cíveis e Criminais, sua organização, composição e

competência.

Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e

as audiências realizadas fora da sede da Comarca, em

bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações

de prédios públicos, de acordo com audiências previamente

anunciadas.

Art. 95. Os E/D.F/T criarão e instalarão os Juizados

Especiais no prazo de 6m, a contar da vigência desta Lei.

§ú. No prazo de 6m, contado da publicação desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas rurais ou nos locais de menor concentração populacional.

Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de 60d após a

sua publicação.

Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de

1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.

Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da

Independência e 107º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Nelson A. Jobim

12. Lei dos Juizados Especiais Federais (Lei n° 10.259 de 2001).

LEI No 10.259, DE 12 DE JULHO DE 2001.

Vigência

Dispõe sobre a instituição dos

Juizados Especiais Cíveis e

Criminais no âmbito da Justiça

Federal.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o

Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e

Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não

conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de

setembro de 1995.

Art. 2o Compete ao Juizado Especial Federal Criminal

processar e julgar os feitos de competência da Justiça

Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo,

respeitadas as regras de conexão e continência.

§ú. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou

o tribunal do júri, decorrente da aplicação das regras de

conexão e continência, observar-se-ão os institutos da

transação penal e da composição dos danos civis.

Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível

processar, conciliar e julgar causas de competência da

Justiça Federal até o valor de 60 S.m, bem como executar as

suas sentenças.

§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial

Cível as causas:

I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da

Constituição Federal, as ações de mandado de segurança, de

desapropriação, de divisão e demarcação, populares,

execuções fiscais e por improbidade administrativa e as

demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou

individuais homogêneos;

Page 93: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 93/144

Art. 109 CF. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as

causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública

federal forem interessadas na condição de autoras, rés,

assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes

de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do

Trabalho; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da

União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IX -

os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada

a competência da Justiça Militar;

II - sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações

públicas federais;

III - para a anulação ou cancelamento de ato

administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária e o

de lançamento fiscal;

IV - que tenham como objeto a impugnação da pena de

demissão imposta a servidores públicos civis ou de sanções

disciplinares aplicadas a militares.

§ 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações

vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a

soma de 12 parcelas não poderá exceder o valor referido no

art. 3o, caput.

§ 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado

Especial, a sua competência é absoluta.

Art. 4o O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das

partes, deferir medidas cautelares no curso do processo,

para evitar dano de difícil reparação.

Art. 5o Exceto nos casos do art. 4

o, somente será

admitido recurso de sentença definitiva.

Art. 6o Podem ser partes no Juizado Especial Federal

Cível:

I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas

e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei no

9.317, de 5 de dezembro de 1996;

II – como rés, a União, autarquias, fundações e

empresas públicas federais.

Art. 7o As citações e intimações da União serão feitas na

forma prevista nos arts. 35 a 38 da Lei Complementar no 73,

de 10 de fevereiro de 1993.

Art. 35. A União é citada nas causas em que seja interessada, na condição de autora, ré, assistente, oponente, recorrente ou recorrida, na pessoa: I - do Advogado-Geral da União, privativamente, nas hipóteses de competência do Supremo Tribunal Federal; II - do Procurador-Geral da União, nas hipóteses de competência dos tribunais superiores; III - do Procurador-

Regional da União, nas hipóteses de competência dos demais tribunais; IV - do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da União, nas hipóteses de competência dos juízos de primeiro grau.

Art. 36. Nas causas de que trata o art. 12, a União será citada na pessoa:I - (Vetado); II - do Procurador-Regional da Fazenda Nacional, nas hipóteses de competência dos demais tribunais; III - do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da Fazenda Nacional nas hipóteses de competência dos juízos de primeiro grau.

Art. 37. Em caso de ausência das autoridades referidas nos arts. 35 e 36, a citação se dará na pessoa do substituto eventual.

Art. 38. As intimações e notificações são feitas nas pessoas do Advogado da União ou do Procurador da Fazenda Nacional que oficie nos respectivos autos.

§ú. A citação das autarquias, fundações e empresas

públicas será feita na pessoa do representante máximo da

entidade, no local onde proposta a causa, quando ali

instalado seu escritório ou representação; se não, na sede

da entidade.

Art. 8o As partes serão intimadas da sentença, quando

não proferida esta na audiência em que estiver presente seu

representante, por ARMP (aviso de recebimento em mão

própria).

§ 1o As demais intimações das partes serão feitas na

pessoa dos advogados ou dos Procuradores que oficiem nos

respectivos autos, pessoalmente ou por via postal.

§ 2o Os tribunais poderão organizar serviço de intimação

das partes e de recepção de petições por meio eletrônico.

Art. 9o Não haverá prazo diferenciado para a prática de

qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito

público, inclusive a interposição de recursos, devendo a

citação para audiência de conciliação ser efetuada com

antecedência -30d.

Art. 10. As partes poderão designar, por escrito,

representantes para a causa, advogado ou não.

§ú. Os representantes judiciais da União, autarquias,

fundações e empresas públicas federais, bem como os

indicados na forma do caput, ficam autorizados a conciliar,

transigir ou desistir, nos processos da competência dos

Juizados Especiais Federais.

Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao

Juizado a documentação de que disponha para o

esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da

audiência de conciliação.

Page 94: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 94/144

§ú. Para a audiência de composição dos danos

resultantes de ilícito criminal (arts. 71, 72 e 74 da Lei no

9.099, de 26 de setembro de 1995), o representante da

entidade que comparecer terá poderes para acordar, desistir

ou transigir, na forma do art. 10.

Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a

Secretaria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do

responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.

Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do MP, o

autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil,

acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a

possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de

aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.

Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e,

homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de

título a ser executado no juízo civil competente. §ú. Tratando-se de

ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública

condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a

renúncia ao direito de queixa ou representação.

Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à

conciliação ou ao julgamento da causa, o Juiz nomeará

pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5d antes da

audiência, independentemente de intimação das partes.

§ 1o Os honorários do técnico serão antecipados à conta

de verba orçamentária do respectivo Tribunal e, quando

vencida na causa a entidade pública, seu valor será incluído

na ordem de pagamento a ser feita em favor do Tribunal.

§ 2o Nas ações previdenciárias e relativas à assistência

social, havendo designação de exame, serão as partes

intimadas para, em 10d, apresentar quesitos e indicar

assistentes.

Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá

reexame necessário.

Art. 14. Caberá pedido de uniformização de

interpretação de lei federal quando houver divergência

entre decisões sobre questões de direito material proferidas

por Turmas Recursais na interpretação da lei.

§ 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas da

mesma Região será julgado em reunião conjunta das Turmas

em conflito, sob a presidência do Juiz Coordenador.

§ 2o O pedido fundado em divergência entre decisões de

turmas de diferentes regiões ou da proferida em

contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do STJ

será julgado por Turma de Uniformização, integrada por

juízes de Turmas Recursais, sob a presidência do

Coordenador da Justiça Federal.

§ 3o A reunião de juízes domiciliados em cidades

diversas será feita pela via eletrônica.

§ 4o Quando a orientação acolhida pela Turma de

Uniformização, em questões de direito material, contrariar

súmula ou jurisprudência dominante no STJ -STJ, a parte

interessada poderá provocar a manifestação deste, que

dirimirá a divergência.

§ 5o No caso do § 4

o, presente a plausibilidade do

direito invocado e havendo fundado receio de dano de difícil

reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a

requerimento do interessado, medida liminar determinando

a suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja

estabelecida.

§ 6o Eventuais pedidos de uniformização idênticos,

recebidos subseqüentemente em quaisquer Turmas

Recursais, ficarão retidos nos autos, aguardando-se

pronunciamento do STJ.

§ 7o Se necessário, o relator pedirá informações ao

Presidente da Turma Recursal ou Coordenador da Turma de

Uniformização e ouvirá o MP, no prazo de 5d. Eventuais

interessados, ainda que não sejam partes no processo,

poderão se manifestar, no prazo de 30d.

§ 8o Decorridos os prazos referidos no § 7

o, o relator

incluirá o pedido em pauta na Seção, com preferência sobre

todos os demais feitos, ressalvados os processos com réus

presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.

§ 9o Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos

referidos no § 6o serão apreciados pelas Turmas Recursais,

que poderão exercer juízo de retratação ou declará-los

prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo STJ.

§ 10. Os Tribunais Regionais, o STJ e o STF, no âmbito de

suas competências, expedirão normas regulamentando a

composição dos órgãos e os procedimentos a serem

adotados para o processamento e o julgamento do pedido

de uniformização e do recurso extraordinário.

Art. 15. O recurso extraordinário, para os efeitos desta

Lei, será processado e julgado segundo o estabelecido nos

§§ 4o a 9

o do art. 14, além da observância das normas do

Regimento.

Page 95: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 95/144

Art. 16. O cumprimento do acordo ou da sentença, com

trânsito em julgado, que imponham obrigação de fazer, não

fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante

ofício do Juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da

sentença ou do acordo.

Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia

certa, após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento

será efetuado no prazo de 60d, contados da entrega da

requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a

causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal

ou do Banco do Brasil, independentemente de precatório.

§ 1o Para os efeitos do § 3

o do art. 100 da Constituição

Federal, as obrigações ali definidas como de pequeno valor,

a serem pagas independentemente de precatório, terão

como limite o mesmo valor estabelecido nesta Lei para a

competência do Juizado Especial Federal Cível (art. 3o,

caput).

Art. 100. § 3º CF O disposto no caput deste artigo relativamente

à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de

obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as

Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial

transitada em julgado.

§ 2o Desatendida a requisição judicial, o Juiz

determinará o seqüestro do numerário suficiente ao

cumprimento da decisão.

§ 3o São vedados o fracionamento, repartição ou

quebra do valor da execução, de modo que o pagamento se

faça, em parte, na forma estabelecida no § 1o deste artigo, e,

em parte, mediante expedição do precatório, e a expedição

de precatório complementar ou suplementar do valor pago.

§ 4o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido

no § 1o, o pagamento far-se-á, sempre, por meio do

precatório, sendo facultado à parte exeqüente a renúncia ao

crédito do valor excedente, para que possa optar pelo

pagamento do saldo sem o precatório, da forma lá prevista.

Art. 18. Os Juizados Especiais serão instalados por

decisão do Tribunal Regional Federal. O Juiz presidente do

Juizado designará os conciliadores pelo período de 2a,

admitida a recondução. O exercício dessas funções será

gratuito, assegurados os direitos e prerrogativas do jurado

(art. 437 do CPP).

Art. 437 CPP. Estão isentos do serviço do júri: I – o Presidente da

República e os Ministros de Estado; II – os Governadores e seus

respectivos Secretários; III – os membros do Congresso Nacional, das

Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais; IV – os

Prefeitos Municipais; V – os Magistrados e membros do MP e da

Defensoria Pública; VI – os servidores do Poder Judiciário, do MP e da

Defensoria Pública; VII – as autoridades e os servidores da polícia e da

segurança pública; VIII – os militares em serviço ativo; IX – os cidadãos

+70a que requeiram sua dispensa; X – aqueles que o requererem,

demonstrando justo impedimento.

§ú. Serão instalados Juizados Especiais Adjuntos nas

localidades cujo movimento forense não justifique a

existência de Juizado Especial, cabendo ao Tribunal designar

a Vara onde funcionará.

Art. 19. No prazo de 6m, a contar da publicação desta

Lei, deverão ser instalados os Juizados Especiais nas capitais

dos Estados e no Distrito Federal.

§ú. Na capital dos Estados, no Distrito Federal e em

outras cidades onde for necessário, neste último caso, por

decisão do Tribunal Regional Federal, serão instalados

Juizados com competência exclusiva para ações

previdenciárias.

Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá

ser proposta no Juizado Especial Federal mais próximo do

foro definido no art. 4o da Lei n

o 9.099, de 26 de setembro

de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual.

Art. 4º Lei 9.099 É competente, para as causas previstas nesta Lei, o

Juizado do foro: I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local

onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou

mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório; II -

do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; III - do domicílio do

autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de

qualquer natureza. §ú. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser

proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.

Art. 21. As Turmas Recursais serão instituídas por

decisão do Tribunal Regional Federal, que definirá sua

composição e área de competência, podendo abranger mais

de uma seção.

Art. 22. Os Juizados Especiais serão coordenados por

Juiz do respectivo Tribunal Regional, escolhido por seus

pares, com mandato de 2a.

§ú. O Juiz Federal, quando o exigirem as circunstâncias,

poderá determinar o funcionamento do Juizado Especial em

caráter itinerante, mediante autorização prévia do Tribunal

Regional Federal, com antecedência de 10d.

Art. 23. O Conselho da Justiça Federal poderá limitar,

por até 3a, contados a partir da publicação desta Lei, a

competência dos Juizados Especiais Cíveis, atendendo à

necessidade da organização dos serviços judiciários ou

administrativos.

Page 96: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 96/144

Art. 24. O Centro de Estudos Judiciários do Conselho da

Justiça Federal e as Escolas de Magistratura dos Tribunais

Regionais Federais criarão programas de informática

necessários para subsidiar a instrução das causas

submetidas aos Juizados e promoverão cursos de

aperfeiçoamento destinados aos seus magistrados e

servidores.

Art. 25. Não serão remetidas aos Juizados Especiais as

demandas ajuizadas até a data de sua instalação.

Art. 26. Competirá aos Tribunais Regionais Federais

prestar o suporte administrativo necessário ao

funcionamento dos Juizados Especiais.

Art. 27. Esta Lei entra em vigor 6m após a data de sua

publicação.

Brasília, 12 de julho de 2001; 180o da Independência e

113o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

Paulo de Tarso Tamos Ribeiro

Roberto Brant

Gilmar Ferreira Mendes

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.7.2001

13. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069 de 1990).

LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.

Dispõe sobre o Estatuto da

Criança e do Adolescente e dá

outras providências.

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE LEI Nº 8.069 DE 13 DE JULHO DE 1990

Título I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e

ao adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a

pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente

aquela entre doze e dezoito anos de idade.

§ú. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente

este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de

idade.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos

fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da

proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes,

por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e

facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,

mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade

e de dignidade.

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em

geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade,

a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à

alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à

liberdade e à convivência familiar e comunitária.

§ú. A garantia de prioridade compreende:

a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer

circunstâncias;

b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de

relevância pública;

Page 97: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 97/144

c) preferência na formulação e na execução das políticas

sociais públicas;

d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas

relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de

qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,

violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei

qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos

fundamentais.

Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os

fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum,

os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição

peculiar da criança e do adolescente como pessoas em

desenvolvimento.

Título II

Dos Direitos Fundamentais

Capítulo I

Do Direito à Vida e à Saúde

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à

vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais

públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento

sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de

Saúde, o atendimento pré e perinatal.

§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de

atendimento, segundo critérios médicos específicos,

obedecendo-se aos princípios de regionalização e

hierarquização do Sistema.

§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo

mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal.

§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à

gestante e à nutriz que dele necessitem.

§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência

psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal,

inclusive como forma de prevenir ou minorar as

consequências do estado puerperal.

§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser

também prestada a gestantes ou mães que manifestem

interesse em entregar seus filhos para adoção.

Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores

propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno,

inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa

de liberdade.

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção

à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados

a:

I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de

prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;

II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua

impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe,

sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade

administrativa competente;

III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica

de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem

como prestar orientação aos pais;

IV - fornecer declaração de nascimento onde constem

necessariamente as intercorrências do parto e do

desenvolvimento do neonato;

V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a

permanência junto à mãe.

Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da

criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único

de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações

e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.

§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência

receberão atendimento especializado.

§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente

àqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e

outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou

reabilitação.

Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde

deverão proporcionar condições para a permanência em

tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de

internação de criança ou adolescente.

Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos

contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente

comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade,

sem prejuízo de outras providências legais.

§ú. As gestantes ou mães que manifestem interesse em

entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente

encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude.

Page 98: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 98/144

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de

assistência médica e odontológica para a prevenção das

enfermidades que ordinariamente afetam a população

infantil, e campanhas de educação sanitária para pais,

educadores e alunos.

§ú. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos

recomendados pelas autoridades sanitárias.

Capítulo II

Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao

respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo

de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis,

humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes

aspectos:

I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços

comunitários, ressalvadas as restrições legais;

II - opinião e expressão;

III - crença e culto religioso;

IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;

V - participar da vida familiar e comunitária, sem

discriminação;

VI - participar da vida política, na forma da lei;

VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.

Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da

integridade física, psíquica e moral da criança e do

adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da

identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos

espaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e

do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento

desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou

constrangedor.

Capítulo III

Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária

Seção I

Disposições Gerais

Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado

e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em

família substituta, assegurada a convivência familiar e

comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas

dependentes de substâncias entorpecentes.

§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em

programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua

situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses,

devendo a autoridade judiciária competente, com base em

relatório elaborado por equipe interprofissional ou

multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela

possibilidade de reintegração familiar ou colocação em

família substituta, em quaisquer das modalidades previstas

no art. 28 desta Lei.

§ 2º A permanência da criança e do adolescente em

programa de acolhimento institucional não se prolongará

por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade

que atenda ao seu superior interesse, devidamente

fundamentada pela autoridade judiciária.

§ 3º A manutenção ou reintegração de criança ou

adolescente à sua família terá preferência em relação a

qualquer outra providência, caso em que será esta incluída

em programas de orientação e auxílio, nos termos do §ú do

art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a

IV do caput do art. 129 desta Lei.

Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,

ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,

proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à

filiação.

Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em

igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do

que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o

direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade

judiciária competente para a solução da divergência.

Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e

educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no

interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as

determinações judiciais.

Page 99: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 99/144

Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não

constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do

pátrio poder poder familiar.

§ú. Não existindo outro motivo que por si só autorize a

decretação da medida, a criança ou o adolescente será

mantido em sua família de origem, a qual deverá

obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de

auxílio.

Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder

familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento

contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem

como na hipótese de descumprimento injustificado dos

deveres e obrigações a que alude o art. 22.

Seção II

Da Família Natural

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade

formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.

§ú. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que

se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade

do casal, formada por parentes próximos com os quais a

criança ou adolescente convive e mantém vínculos de

afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de

2009) Vigência

Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser

reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no

próprio termo de nascimento, por testamento, mediante

escritura ou outro documento público, qualquer que seja a

origem da filiação.

§ú. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho

ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.

Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito

personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser

exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer

restrição, observado o segredo de Justiça.

Seção III

Da Família Substituta

Subseção I

Disposições Gerais

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante

guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação

jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.

§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será

previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado

seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão

sobre as implicações da medida, e terá sua opinião

devidamente considerada.

§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será

necessário seu consentimento, colhido em audiência.

§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de

parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim

de evitar ou minorar as consequências decorrentes da

medida.

§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção,

tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a

comprovada existência de risco de abuso ou outra situação

que justifique plenamente a excepcionalidade de solução

diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o

rompimento definitivo dos vínculos fraternais.

§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família

substituta será precedida de sua preparação gradativa e

acompanhamento posterior, realizados pela equipe

interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da

Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos

responsáveis pela execução da política municipal de garantia

do direito à convivência familiar.

§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou

proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é

ainda obrigatório:

I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade

social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como

suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os

direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela

Constituição Federal;

II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no

seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma

etnia;

III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão

federal responsável pela política indigenista, no caso de

crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos,

perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá

acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)

Vigência

Page 100: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 100/144

Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a

pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade

com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar

adequado.

Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá

transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a

entidades governamentais ou não-governamentais, sem

autorização judicial.

Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira

constitui medida excepcional, somente admissível na

modalidade de adoção.

Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável

prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o

encargo, mediante termo nos autos.

Subseção II

Da Guarda

Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material,

moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a

seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos

pais.

§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,

podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos

procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por

estrangeiros.

§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos

de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou

suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser

deferido o direito de representação para a prática de atos

determinados.

§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição

de dependente, para todos os fins e efeitos de direito,

inclusive previdenciários.

§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em

contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a

medida for aplicada em preparação para adoção, o

deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros

não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim

como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de

regulamentação específica, a pedido do interessado ou do

Ministério Público.

Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência

jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a

forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do

convívio familiar.

§ 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas de

acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento

institucional, observado, em qualquer caso, o caráter

temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei.

§ 2º Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal

cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá

receber a criança ou adolescente mediante guarda,

observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.

Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,

mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério

Público.

Subseção III

Da Tutela

Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a

pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.

§ú. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação

da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar e

implica necessariamente o dever de guarda.

Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer

documento autêntico, conforme previsto no §ú do art. 1.729

da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil,

deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da

sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle

judicial do ato, observando o procedimento previsto nos

arts. 165 a 170 desta Lei.

§ú. Na apreciação do pedido, serão observados os

requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente

sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de

última vontade, se restar comprovado que a medida é

vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em

melhores condições de assumi-la.

Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art.

24.

Subseção IV

Da Adoção

Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á

segundo o disposto nesta Lei.

Page 101: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 101/144

§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se

deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de

manutenção da criança ou adolescente na família natural ou

extensa, na forma do §ú do art. 25 desta Lei.

§ 2º É vedada a adoção por procuração.

Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito

anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou

tutela dos adotantes.

Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado,

com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios,

desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo

os impedimentos matrimoniais.

§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do

outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o

cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos

parentes.

§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus

descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes

e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação

hereditária.

Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos,

independentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei

nº 12.010, de 2009) Vigência

§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do

adotando.

§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os

adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união

estável, comprovada a estabilidade da família.

§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais

velho do que o adotando.

§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-

companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que

acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o

estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do

período de convivência e que seja comprovada a existência

de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não

detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da

concessão.

§ 5º Nos casos do § 4o deste artigo, desde que

demonstrado efetivo benefício ao adotando, será

assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no

art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -

Código Civil.

§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após

inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso

do procedimento, antes de prolatada a sentença.

Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais

vantagens para o adotando e fundar-se em motivos

legítimos.

Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e

saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o

pupilo ou o curatelado.

Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do

representante legal do adotando.

§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança

ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham

sido destituídos do pátrio poder poder familiar.

§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de

idade, será também necessário o seu consentimento.

Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência

com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade

judiciária fixar, observadas as peculiaridades do caso.

§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o

adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante

durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a

conveniência da constituição do vínculo.

§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a

dispensa da realização do estágio de convivência.

§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou

domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido

no território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias.

§ 4o O estágio de convivência será acompanhado pela

equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da

Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos

responsáveis pela execução da política de garantia do direito

à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso

acerca da conveniência do deferimento da medida.

Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença

judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado

do qual não se fornecerá certidão.

Page 102: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 102/144

§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como

pais, bem como o nome de seus ascendentes.

§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o

registro original do adotado.

§ 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser

lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua

residência.

§ 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá

constar nas certidões do registro.

§ 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante

e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a

modificação do prenome.

§ 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo

adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o

disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.

§ 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em

julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista

no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força

retroativa à data do óbito.

§ 8o O processo relativo à adoção assim como outros a ele

relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu

armazenamento em microfilme ou por outros meios,

garantida a sua conservação para consulta a qualquer

tempo.

§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de

adoção em que o adotando for criança ou adolescente com

deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela Lei nº

12.955, de 2014)

Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem

biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo

no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes,

após completar 18 (dezoito) anos.

§ú. O acesso ao processo de adoção poderá ser também

deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu

pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e

psicológica.

Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece poder

familiar [não é pátrio poder] dos pais naturais.

Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca

ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em

condições de serem adotados e outro de pessoas

interessadas na adoção.

§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia

consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério

Público.

§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não

satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das

hipóteses previstas no art. 29.

§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de

um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado

pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude,

preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela

execução da política municipal de garantia do direito à

convivência familiar.

§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação

referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças

e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em

condições de serem adotados, a ser realizado sob a

orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da

Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos

responsáveis pelo programa de acolhimento e pela execução

da política municipal de garantia do direito à convivência

familiar.

§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e

nacional de crianças e adolescentes em condições de serem

adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.

§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais

residentes fora do País, que somente serão consultados na

inexistência de postulantes nacionais habilitados nos

cadastros mencionados no § 5o deste artigo.

§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de

adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes

a troca de informações e a cooperação mútua, para

melhoria do sistema.

§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48

(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e

adolescentes em condições de serem adotados que não

tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das

pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à

adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5o

deste artigo, sob pena de responsabilidade.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 103/144

§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela

manutenção e correta alimentação dos cadastros, com

posterior comunicação à Autoridade Central Federal

Brasileira.

§ 10. A adoção internacional somente será deferida se, após

consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à

adoção, mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na

comarca, bem como aos cadastros estadual e nacional

referidos no § 5o deste artigo, não for encontrado

interessado com residência permanente no Brasil.

§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado

em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que

possível e recomendável, será colocado sob guarda de

família cadastrada em programa de acolhimento familiar.

§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa

dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério

Público.

§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de

candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente

nos termos desta Lei quando:

I - se tratar de pedido de adoção unilateral;

II - for formulada por parente com o qual a criança ou

adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade;

III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda

legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde

que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de

laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a

ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos

arts. 237 ou 238 desta Lei.

§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o

candidato deverá comprovar, no curso do procedimento,

que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme

previsto nesta Lei.

Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual a

pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora

do Brasil, conforme previsto no Artigo 2 da Convenção de

Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das

Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção

Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo no 1, de 14

de janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto no 3.087, de

21 de junho de 1999.

§ 1o A adoção internacional de criança ou adolescente

brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar

quando restar comprovado:

I - que a colocação em família substituta é a solução

adequada ao caso concreto;

II - que foram esgotadas todas as possibilidades de

colocação da criança ou adolescente em família substituta

brasileira, após consulta aos cadastros mencionados no art.

50 desta Lei;

III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi

consultado, por meios adequados ao seu estágio de

desenvolvimento, e que se encontra preparado para a

medida, mediante parecer elaborado por equipe

interprofissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do

art. 28 desta Lei.

§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência

aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de

criança ou adolescente brasileiro.

§ 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das

Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de

adoção internacional.

Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento

previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes

adaptações:

I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar

criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de

habilitação à adoção perante a Autoridade Central em

matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim

entendido aquele onde está situada sua residência habitual;

II - se a Autoridade Central do país de acolhida

considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos para

adotar, emitirá um relatório que contenha informações

sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos

solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e

médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua

aptidão para assumir uma adoção internacional;

III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o

relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a

Autoridade Central Federal Brasileira;

IV - o relatório será instruído com toda a documentação

necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por

equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da

legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de

vigência;

Page 104: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 104/144

V - os documentos em língua estrangeira serão

devidamente autenticados pela autoridade consular,

observados os tratados e convenções internacionais, e

acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público

juramentado;

VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer

exigências e solicitar complementação sobre o estudo

psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado

no país de acolhida;

VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade

Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira

com a nacional, além do preenchimento por parte dos

postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos

necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe

esta Lei como da legislação do país de acolhida, será

expedido laudo de habilitação à adoção internacional, que

terá validade por, no máximo, 1 (um) ano;

VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado

será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o

Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra

a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela

Autoridade Central Estadual.

§ 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar,

admite-se que os pedidos de habilitação à adoção

internacional sejam intermediados por organismos

credenciados.

§ 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o

credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros

encarregados de intermediar pedidos de habilitação à

adoção internacional, com posterior comunicação às

Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos

oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet.

§ 3o Somente será admissível o credenciamento de

organismos que:

I - sejam oriundos de países que ratificaram a

Convenção de Haia e estejam devidamente credenciados

pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados e

no país de acolhida do adotando para atuar em adoção

internacional no Brasil;

II - satisfizerem as condições de integridade moral,

competência profissional, experiência e responsabilidade

exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central

Federal Brasileira;

III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua

formação e experiência para atuar na área de adoção

internacional;

IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento

jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela

Autoridade Central Federal Brasileira.

§ 4o Os organismos credenciados deverão ainda:

I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas

condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades

competentes do país onde estiverem sediados, do país de

acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira;

II - ser dirigidos e administrados por pessoas

qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com

comprovada formação ou experiência para atuar na área de

adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de

Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal

Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal

competente;

III - estar submetidos à supervisão das autoridades

competentes do país onde estiverem sediados e no país de

acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento

e situação financeira;

IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a

cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem

como relatório de acompanhamento das adoções

internacionais efetuadas no período, cuja cópia será

encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;

V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a

Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade

Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois)

anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de

cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a

cidadania do país de acolhida para o adotado;

VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os

adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal

Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento

estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes

sejam concedidos.

§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4o

deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a

suspensão de seu credenciamento.

Page 105: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 105/144

§ 6o O credenciamento de organismo nacional ou

estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção

internacional terá validade de 2 (dois) anos.

§ 7o A renovação do credenciamento poderá ser concedida

mediante requerimento protocolado na Autoridade Central

Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao

término do respectivo prazo de validade.

§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu

a adoção internacional, não será permitida a saída do

adotando do território nacional.

§ 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária

determinará a expedição de alvará com autorização de

viagem, bem como para obtenção de passaporte,

constando, obrigatoriamente, as características da criança

ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais

sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a

aposição da impressão digital do seu polegar direito,

instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e

certidão de trânsito em julgado.

§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a

qualquer momento, solicitar informações sobre a situação

das crianças e adolescentes adotados.

§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos

credenciados, que sejam considerados abusivos pela

Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam

devidamente comprovados, é causa de seu

descredenciamento.

§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser

representados por mais de uma entidade credenciada para

atuar na cooperação em adoção internacional.

§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado

fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo

ser renovada.

§ 14. É vedado o contato direto de representantes de

organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com

dirigentes de programas de acolhimento institucional ou

familiar, assim como com crianças e adolescentes em

condições de serem adotados, sem a devida autorização

judicial.

§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar

ou suspender a concessão de novos credenciamentos

sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo

fundamentado.

Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e

descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de

organismos estrangeiros encarregados de intermediar

pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou

a pessoas físicas.

§ú. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via

Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e estarão

sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos

da Criança e do Adolescente.

Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em

país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de

adoção tenha sido processado em conformidade com a

legislação vigente no país de residência e atendido o

disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção,

será automaticamente recepcionada com o reingresso no

Brasil.

§ 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c”

do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser

homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

§ 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em país

não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado

no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença

estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça.

Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o

país de acolhida, a decisão da autoridade competente do

país de origem da criança ou do adolescente será conhecida

pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o

pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o

fato à Autoridade Central Federal e determinará as

providências necessárias à expedição do Certificado de

Naturalização Provisório.

§ 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério

Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela

decisão se restar demonstrado que a adoção é

manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao

interesse superior da criança ou do adolescente.

§ 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção,

prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá

imediatamente requerer o que for de direito para

resguardar os interesses da criança ou do adolescente,

comunicando-se as providências à Autoridade Central

Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central

Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de origem.

Page 106: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 106/144

Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o

país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país

de origem porque a sua legislação a delega ao país de

acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a

criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha

aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá

as regras da adoção nacional.

Capítulo IV

Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer

Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação,

visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo

para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,

assegurando-se-lhes:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na

escola;

II - direito de ser respeitado por seus educadores;

III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo

recorrer às instâncias escolares superiores;

IV - direito de organização e participação em entidades

estudantis;

V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua

residência.

§ú. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo

pedagógico, bem como participar da definição das propostas

educacionais.

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao

adolescente:

I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para

os que a ele não tiveram acesso na idade própria;

II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao

ensino médio;

III - atendimento educacional especializado aos portadores

de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero

a seis anos de idade;

V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e

da criação artística, segundo a capacidade de cada um;

VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às

condições do adolescente trabalhador;

VII - atendimento no ensino fundamental, através de

programas suplementares de material didático-escolar,

transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito

público subjetivo.

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder

público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da

autoridade competente.

§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no

ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos

pais ou responsável, pela freqüência à escola.

Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de

matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.

Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino

fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:

I - maus-tratos envolvendo seus alunos;

II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,

esgotados os recursos escolares;

III - elevados níveis de repetência.

Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e

novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo,

metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de

crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental

obrigatório.

Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores

culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social

da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a

liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.

Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União,

estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços

para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas

para a infância e a juventude.

Capítulo V

Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho

Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze

anos de idade, salvo na condição de aprendiz.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 107/144

Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada

por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.

Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-

profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da

legislação de educação em vigor.

Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos

seguintes princípios:

I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino

regular;

II - atividade compatível com o desenvolvimento do

adolescente;

III - horário especial para o exercício das atividades.

Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é

assegurada bolsa de aprendizagem.

Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos,

são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.

Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado

trabalho protegido.

Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime

familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em

entidade governamental ou não-governamental, é vedado

trabalho:

I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e

as cinco horas do dia seguinte;

II - perigoso, insalubre ou penoso;

III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu

desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;

IV - realizado em horários e locais que não permitam a

freqüência à escola.

Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho

educativo, sob responsabilidade de entidade governamental

ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar

ao adolescente que dele participe condições de capacitação

para o exercício de atividade regular remunerada.

§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral

em que as exigências pedagógicas relativas ao

desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem

sobre o aspecto produtivo.

§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho

efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu

trabalho não desfigura o caráter educativo.

Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à

proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos,

entre outros:

I - respeito à condição peculiar de pessoa em

desenvolvimento;

II - capacitação profissional adequada ao mercado de

trabalho.

Título III

Da Prevenção

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça

ou violação dos direitos da criança e do adolescente.

Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação,

cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e

serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em

desenvolvimento.

Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da

prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela

adotados.

Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará

em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos

desta Lei.

Capítulo II

Da Prevenção Especial

Seção I

Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e

Espetáculos

Art. 74. O poder público, através do órgão competente,

regulará as diversões e espetáculos públicos, informando

sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se

recomendem, locais e horários em que sua apresentação se

mostre inadequada.

§ú. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos

deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada

do local de exibição, informação destacada sobre a natureza

do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de

classificação.

Page 108: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 108/144

Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às

diversões e espetáculos públicos classificados como

adequados à sua faixa etária.

§ú. As crianças menores de dez anos somente poderão

ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou

exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.

Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão,

no horário recomendado para o público infanto juvenil,

programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e

informativas.

§ú. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem

aviso de sua classificação, antes de sua transmissão,

apresentação ou exibição.

Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários

de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de

programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou

locação em desacordo com a classificação atribuída pelo

órgão competente.

§ú. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no

invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa

etária a que se destinam.

Art. 78. As revistas e publicações contendo material

impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão

ser comercializadas em embalagem lacrada, com a

advertência de seu conteúdo.

§ú. As editoras cuidarão para que as capas que contenham

mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas

com embalagem opaca.

Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público

infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias,

legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas,

tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores

éticos e sociais da pessoa e da família.

Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem

comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de

jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que

eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a

entrada e a permanência de crianças e adolescentes no

local, afixando aviso para orientação do público.

Seção II

Dos Produtos e Serviços

Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:

I - armas, munições e explosivos;

II - bebidas alcoólicas;

III - produtos cujos componentes possam causar

dependência física ou psíquica ainda que por utilização

indevida;

IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que

pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar

qualquer dano físico em caso de utilização indevida;

V - revistas e publicações a que alude o art. 78;

VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.

Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente

em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere,

salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou

responsável.

Seção III

Da Autorização para Viajar

Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da

comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou

responsável, sem expressa autorização judicial.

§ 1º A autorização não será exigida quando:

a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança,

se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma

região metropolitana;

b) a criança estiver acompanhada:

1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,

comprovado documentalmente o parentesco;

2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe

ou responsável.

§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou

responsável, conceder autorização válida por dois anos.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 109/144

Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a

autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:

I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;

II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado

expressamente pelo outro através de documento com firma

reconhecida.

Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma

criança ou adolescente nascido em território nacional

poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente

ou domiciliado no exterior.

Parte Especial

Título I

Da Política de Atendimento

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e

do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado

de ações governamentais e não-governamentais, da União,

dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.

Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:

I - políticas sociais básicas;

II - políticas e programas de assistência social, em caráter

supletivo, para aqueles que deles necessitem;

III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e

psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos,

exploração, abuso, crueldade e opressão;

IV - serviço de identificação e localização de pais,

responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;

V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos

direitos da criança e do adolescente.

VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar

o período de afastamento do convívio familiar e a garantir o

efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças

e adolescentes;

VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de

guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio

familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças

maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas

de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos.

Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:

I - municipalização do atendimento;

II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos

direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e

controladores das ações em todos os níveis, assegurada a

participação popular paritária por meio de organizações

representativas, segundo leis federal, estaduais e

municipais;

III - criação e manutenção de programas específicos,

observada a descentralização político-administrativa;

IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais

vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança

e do adolescente;

V - integração operacional de órgãos do Judiciário,

Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e

Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local,

para efeito de agilização do atendimento inicial a

adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;

VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,

Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e

encarregados da execução das políticas sociais básicas e de

assistência social, para efeito de agilização do atendimento

de crianças e de adolescentes inseridos em programas de

acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua

rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se

mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em

família substituta, em quaisquer das modalidades previstas

no art. 28 desta Lei;

VII - mobilização da opinião pública para a indispensável

participação dos diversos segmentos da sociedade.

Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos

conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do

adolescente é considerada de interesse público relevante e

não será remunerada.

Capítulo II

Das Entidades de Atendimento

Seção I

Disposições Gerais

Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela

manutenção das próprias unidades, assim como pelo

planejamento e execução de programas de proteção e sócio-

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 110/144

educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime

de:

I - orientação e apoio sócio-familiar;

II - apoio sócio-educativo em meio aberto;

III - colocação familiar;

IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº

12.010, de 2009) Vigência

V - prestação de serviços à comunidade;

VI - liberdade assistida;

VII - semiliberdade; e

VIII - internação.

§ 1o As entidades governamentais e não governamentais

deverão proceder à inscrição de seus programas,

especificando os regimes de atendimento, na forma definida

neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança

e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e

de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho

Tutelar e à autoridade judiciária.

§ 2o Os recursos destinados à implementação e

manutenção dos programas relacionados neste artigo serão

previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos

encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência

Social, dentre outros, observando-se o princípio da

prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado

pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e

§ú do art. 4o desta Lei.

§ 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo

Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-

se critérios para renovação da autorização de

funcionamento:

I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem

como às resoluções relativas à modalidade de atendimento

prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e

do Adolescente, em todos os níveis;

II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,

atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e

pela Justiça da Infância e da Juventude;

III - em se tratando de programas de acolhimento

institucional ou familiar, serão considerados os índices de

sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família

substituta, conforme o caso.

Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão

funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o

registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da

respectiva localidade.

§ 1o Será negado o registro à entidade que:

a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas

de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;

b) não apresente plano de trabalho compatível com os

princípios desta Lei;

c) esteja irregularmente constituída;

d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.

e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e

deliberações relativas à modalidade de atendimento

prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e

do Adolescente, em todos os níveis.

§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos,

cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do

Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua

renovação, observado o disposto no § 1o deste artigo.

Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de

acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os

seguintes princípios:

I - preservação dos vínculos familiares e promoção da

reintegração familiar;

II - integração em família substituta, quando esgotados os

recursos de manutenção na família natural ou extensa;

III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;

IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-

educação;

V - não desmembramento de grupos de irmãos;

VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras

entidades de crianças e adolescentes abrigados;

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 111/144

VII - participação na vida da comunidade local;

VIII - preparação gradativa para o desligamento;

IX - participação de pessoas da comunidade no processo

educativo.

§ 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de

acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para

todos os efeitos de direito.

§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas

de acolhimento familiar ou institucional remeterão à

autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses,

relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança

ou adolescente acolhido e sua família, para fins da

reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.

§ 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes

Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a

permanente qualificação dos profissionais que atuam direta

ou indiretamente em programas de acolhimento

institucional e destinados à colocação familiar de crianças e

adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário,

Ministério Público e Conselho Tutelar.

§ 4o Salvo determinação em contrário da autoridade

judiciária competente, as entidades que desenvolvem

programas de acolhimento familiar ou institucional, se

necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos

de assistência social, estimularão o contato da criança ou

adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao

disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.

§ 5o As entidades que desenvolvem programas de

acolhimento familiar ou institucional somente poderão

receber recursos públicos se comprovado o atendimento

dos princípios, exigências e finalidades desta Lei.

§ 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo

dirigente de entidade que desenvolva programas de

acolhimento familiar ou institucional é causa de sua

destituição, sem prejuízo da apuração de sua

responsabilidade administrativa, civil e criminal.

Art. 93. As entidades que mantenham programa de

acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e

de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia

determinação da autoridade competente, fazendo

comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz

da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.

§ú. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido

o Ministério Público e se necessário com o apoio do

Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para

promover a imediata reintegração familiar da criança ou do

adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível

ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de

acolhimento familiar, institucional ou a família substituta,

observado o disposto no § 2o do art. 101 desta Lei.

Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de

internação têm as seguintes obrigações, entre outras:

I - observar os direitos e garantias de que são titulares os

adolescentes;

II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto

de restrição na decisão de internação;

III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas

unidades e grupos reduzidos;

IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito

e dignidade ao adolescente;

V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da

preservação dos vínculos familiares;

VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os

casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento

dos vínculos familiares;

VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de

habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos

necessários à higiene pessoal;

VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e

adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;

IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e

farmacêuticos;

X - propiciar escolarização e profissionalização;

XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;

XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de

acordo com suas crenças;

XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo

máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à

autoridade competente;

Page 112: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 112/144

XV - informar, periodicamente, o adolescente internado

sobre sua situação processual;

XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos

de adolescentes portadores de moléstias infecto-

contagiosas;

XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos

adolescentes;

XVIII - manter programas destinados ao apoio e

acompanhamento de egressos;

XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício

da cidadania àqueles que não os tiverem;

XX - manter arquivo de anotações onde constem data e

circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus

pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,

acompanhamento da sua formação, relação de seus

pertences e demais dados que possibilitem sua identificação

e a individualização do atendimento.

§ 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes

deste artigo às entidades que mantêm programas de

acolhimento institucional e familiar.

§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo

as entidades utilizarão preferencialmente os recursos da

comunidade.

Seção II

Da Fiscalização das Entidades

Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais

referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo

Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.

Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas

serão apresentados ao estado ou ao município, conforme a

origem das dotações orçamentárias.

Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento

que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem

prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus

dirigentes ou prepostos:

I - às entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seus dirigentes;

c) afastamento definitivo de seus dirigentes;

d) fechamento de unidade ou interdição de programa.

II - às entidades não-governamentais:

a) advertência;

b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;

c) interdição de unidades ou suspensão de programa;

d) cassação do registro.

§ 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por

entidades de atendimento, que coloquem em risco os

direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado

ao Ministério Público ou representado perante autoridade

judiciária competente para as providências cabíveis,

inclusive suspensão das atividades ou dissolução da

entidade.

§ 2o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações

não governamentais responderão pelos danos que seus

agentes causarem às crianças e aos adolescentes,

caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores

das atividades de proteção específica.

Título II

Das Medidas de Proteção

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente

são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei

forem ameaçados ou violados:

I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;

II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;

III - em razão de sua conduta.

Capítulo II

Das Medidas Específicas de Proteção

Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser

aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como

substituídas a qualquer tempo.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 113/144

Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as

necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem

ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.

§ú. São também princípios que regem a aplicação das

medidas:

I - condição da criança e do adolescente como sujeitos

de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos

direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na

Constituição Federal;

II - proteção integral e prioritária: a interpretação e

aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve

ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de

que crianças e adolescentes são titulares;

III - responsabilidade primária e solidária do poder

público: a plena efetivação dos direitos assegurados a

crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição

Federal, salvo nos casos por esta expressamente

ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3

(três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização

do atendimento e da possibilidade da execução de

programas por entidades não governamentais;

IV - interesse superior da criança e do adolescente: a

intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e

direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da

consideração que for devida a outros interesses legítimos no

âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso

concreto;

V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da

criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela

intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;

VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades

competentes deve ser efetuada logo que a situação de

perigo seja conhecida;

VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser

exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições

cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos

e à proteção da criança e do adolescente;

VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção

deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em

que a criança ou o adolescente se encontram no momento

em que a decisão é tomada;

IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser

efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres

para com a criança e o adolescente;

X - prevalência da família: na promoção de direitos e na

proteção da criança e do adolescente deve ser dada

prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem

na sua família natural ou extensa ou, se isto não for possível,

que promovam a sua integração em família substituta;

XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o

adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e

capacidade de compreensão, seus pais ou responsável

devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que

determinaram a intervenção e da forma como esta se

processa;

XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o

adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de

responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus

pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar

nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos

e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada

pela autoridade judiciária competente, observado o disposto

nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.

Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art.

98, a autoridade competente poderá determinar, dentre

outras, as seguintes medidas:

I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante

termo de responsabilidade;

II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;

III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento

oficial de ensino fundamental;

IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à

família, à criança e ao adolescente;

V - requisição de tratamento médico, psicológico ou

psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;

VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,

orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

VII - acolhimento institucional;

VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;

IX - colocação em família substituta.

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 114/144

§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar

são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como

forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo

esta possível, para colocação em família substituta, não

implicando privação de liberdade.

§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para

proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das

providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento

da criança ou adolescente do convívio familiar é de

competência exclusiva da autoridade judiciária e importará

na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem

tenha legítimo interesse, de procedimento judicial

contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável

legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.

§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser

encaminhados às instituições que executam programas de

acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio

de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade

judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:

I - sua identificação e a qualificação completa de seus

pais ou de seu responsável, se conhecidos;

II - o endereço de residência dos pais ou do responsável,

com pontos de referência;

III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados

em tê-los sob sua guarda;

IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao

convívio familiar.

§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do

adolescente, a entidade responsável pelo programa de

acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano

individual de atendimento, visando à reintegração familiar,

ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada

em contrário de autoridade judiciária competente, caso em

que também deverá contemplar sua colocação em família

substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.

§ 5o O plano individual será elaborado sob a

responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa

de atendimento e levará em consideração a opinião da

criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do

responsável.

§ 6o Constarão do plano individual, dentre outros:

I - os resultados da avaliação interdisciplinar;

II - os compromissos assumidos pelos pais ou

responsável; e

III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a

criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou

responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja

esta vedada por expressa e fundamentada determinação

judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação

em família substituta, sob direta supervisão da autoridade

judiciária.

§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no

local mais próximo à residência dos pais ou do responsável

e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre

que identificada a necessidade, a família de origem será

incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de

promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato

com a criança ou com o adolescente acolhido.

§ 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o

responsável pelo programa de acolhimento familiar ou

institucional fará imediata comunicação à autoridade

judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de

5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.

§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de

reintegração da criança ou do adolescente à família de

origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou

comunitários de orientação, apoio e promoção social, será

enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no

qual conste a descrição pormenorizada das providências

tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos

técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da

política municipal de garantia do direito à convivência

familiar, para a destituição do poder familiar, ou destituição

de tutela ou guarda.

§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo

de 30 (trinta) dias para o ingresso com a ação de destituição

do poder familiar, salvo se entender necessária a realização

de estudos complementares ou outras providências que

entender indispensáveis ao ajuizamento da demanda.

§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou

foro regional, um cadastro contendo informações

atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de

acolhimento familiar e institucional sob sua

responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a

situação jurídica de cada um, bem como as providências

tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em

família substituta, em qualquer das modalidades previstas

no art. 28 desta Lei.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 115/144

§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o

Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os

Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do

Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe

deliberar sobre a implementação de políticas públicas que

permitam reduzir o número de crianças e adolescentes

afastados do convívio familiar e abreviar o período de

permanência em programa de acolhimento.

Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo

serão acompanhadas da regularização do registro civil.

§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento

de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista

dos elementos disponíveis, mediante requisição da

autoridade judiciária.

§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de

que trata este artigo são isentos de multas, custas e

emolumentos, gozando de absoluta prioridade.

§ 3o Caso ainda não definida a paternidade, será

deflagrado procedimento específico destinado à sua

averiguação, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de

dezembro de 1992.

§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é

dispensável o ajuizamento de ação de investigação de

paternidade pelo Ministério Público se, após o não

comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a

paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para

adoção.

Título III

Da Prática de Ato Infracional

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita

como crime ou contravenção penal.

Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de

dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.

§ú. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade

do adolescente à data do fato.

Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança

corresponderão as medidas previstas no art. 101.

Capítulo II

Dos Direitos Individuais

Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade

senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e

fundamentada da autoridade judiciária competente.

§ú. O adolescente tem direito à identificação dos

responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado

acerca de seus direitos.

Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local

onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados

à autoridade judiciária competente e à família do

apreendido ou à pessoa por ele indicada.

§ú. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de

responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.

Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser

determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.

§ú. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em

indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada

a necessidade imperiosa da medida.

Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será

submetido a identificação compulsória pelos órgãos

policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de

confrontação, havendo dúvida fundada.

Capítulo III

Das Garantias Processuais

Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade

sem o devido processo legal.

Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as

seguintes garantias:

I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato

infracional, mediante citação ou meio equivalente;

II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se

com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas

necessárias à sua defesa;

III - defesa técnica por advogado;

IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados,

na forma da lei;

Page 116: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 116/144

V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade

competente;

VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou

responsável em qualquer fase do procedimento.

Capítulo IV

Das Medidas Sócio-Educativas

Seção I

Disposições Gerais

Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade

competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes

medidas:

I - advertência;

II - obrigação de reparar o dano;

III - prestação de serviços à comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - inserção em regime de semi-liberdade;

VI - internação em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua

capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da

infração.

§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será

admitida a prestação de trabalho forçado.

§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência

mental receberão tratamento individual e especializado, em

local adequado às suas condições.

Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e

100.

Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a

VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes

da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a

hipótese de remissão, nos termos do art. 127.

§ú. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver

prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.

Seção II

Da Advertência

Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal,

que será reduzida a termo e assinada.

Seção III

Da Obrigação de Reparar o Dano

Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos

patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,

que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento

do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da

vítima.

§ú. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser

substituída por outra adequada.

Seção IV

Da Prestação de Serviços à Comunidade

Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na

realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por

período não excedente a seis meses, junto a entidades

assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos

congêneres, bem como em programas comunitários ou

governamentais.

§ú. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do

adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada

máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e

feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a

freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.

Seção V

Da Liberdade Assistida

Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se

afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar,

auxiliar e orientar o adolescente.

§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para

acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por

entidade ou programa de atendimento.

§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de

seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,

revogada ou substituída por outra medida, ouvido o

orientador, o Ministério Público e o defensor.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 117/144

Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão

da autoridade competente, a realização dos seguintes

encargos, entre outros:

I - promover socialmente o adolescente e sua família,

fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário,

em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência

social;

II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do

adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;

III - diligenciar no sentido da profissionalização do

adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;

IV - apresentar relatório do caso.

Seção VI

Do Regime de Semi-liberdade

Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado

desde o início, ou como forma de transição para o meio

aberto, possibilitada a realização de atividades externas,

independentemente de autorização judicial.

§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização,

devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos

existentes na comunidade.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-

se, no que couber, as disposições relativas à internação.

Seção VII

Da Internação

Art. 121. A internação constitui medida privativa da

liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,

excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa

em desenvolvimento.

§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a

critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa

determinação judicial em contrário.

§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo

sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão

fundamentada, no máximo a cada seis meses.

§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação

excederá a três anos.

§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o

adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de

semi-liberdade ou de liberdade assistida.

§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de

idade.

§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida

de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.

§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá

ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.

Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada

quando:

I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave

ameaça ou violência a pessoa;

II - por reiteração no cometimento de outras infrações

graves;

III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida

anteriormente imposta.

§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste

artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser

decretada judicialmente após o devido processo legal.

§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,

havendo outra medida adequada.

Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade

exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele

destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por

critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.

§ú. Durante o período de internação, inclusive provisória,

serão obrigatórias atividades pedagógicas.

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade,

entre outros, os seguintes:

I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do

Ministério Público;

II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;

III - avistar-se reservadamente com seu defensor;

IV - ser informado de sua situação processual, sempre que

solicitada;

V - ser tratado com respeito e dignidade;

Page 118: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 118/144

VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela

mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;

VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;

VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;

IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio

pessoal;

X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e

salubridade;

XI - receber escolarização e profissionalização;

XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:

XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;

XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e

desde que assim o deseje;

XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de

local seguro para guardá-los, recebendo comprovante

daqueles porventura depositados em poder da entidade;

XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos

pessoais indispensáveis à vida em sociedade.

§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.

§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender

temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável,

se existirem motivos sérios e fundados de sua

prejudicialidade aos interesses do adolescente.

Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e

mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas

adequadas de contenção e segurança.

Capítulo V

Da Remissão

Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para

apuração de ato infracional, o representante do Ministério

Público poderá conceder a remissão, como forma de

exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e

conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à

personalidade do adolescente e sua maior ou menor

participação no ato infracional.

§ú. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela

autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do

processo.

Art. 127. A remissão não implica necessariamente o

reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem

prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir

eventualmente a aplicação de qualquer das medidas

previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-

liberdade e a internação.

Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá

ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante

pedido expresso do adolescente ou de seu representante

legal, ou do Ministério Público.

Título IV

Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável

Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:

I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de

proteção à família;

II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,

orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;

III - encaminhamento a tratamento psicológico ou

psiquiátrico;

IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;

V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar

sua freqüência e aproveitamento escolar;

VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a

tratamento especializado;

VII - advertência;

VIII - perda da guarda;

IX - destituição da tutela;

X - suspensão ou destituição do poder familiar.

§ú. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X

deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 119/144

Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou

abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a

autoridade judiciária poderá determinar, como medida

cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.

§ú. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória

dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente

dependentes do agressor.

Título V

Do Conselho Tutelar

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e

autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de

zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do

adolescente, definidos nesta Lei.

Art. 132. Em cada Município e em cada Região

Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)

Conselho Tutelar como órgão integrante da administração

pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos

pela população local para mandato de 4 (quatro) anos,

permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de

escolha.

Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,

serão exigidos os seguintes requisitos:

I - reconhecida idoneidade moral;

II - idade superior a vinte e um anos;

III - residir no município.

Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia

e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive

quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais

é assegurado o direito a:

I - cobertura previdenciária;

II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um

terço) do valor da remuneração mensal;

III - licença-maternidade;

IV - licença-paternidade;

V - gratificação natalina.

§ú. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito

Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento

do Conselho Tutelar e à remuneração e formação

continuada dos conselheiros tutelares.

Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro

constituirá serviço público relevante e estabelecerá

presunção de idoneidade moral.

Capítulo II

Das Atribuições do Conselho

Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:

I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas

nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art.

101, I a VII;

II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as

medidas previstas no art. 129, I a VII;

III - promover a execução de suas decisões, podendo para

tanto:

a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação,

serviço social, previdência, trabalho e segurança;

b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de

descumprimento injustificado de suas deliberações.

IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que

constitua infração administrativa ou penal contra os direitos

da criança ou adolescente;

V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua

competência;

VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade

judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o

adolescente autor de ato infracional;

VII - expedir notificações;

VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de

criança ou adolescente quando necessário;

IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da

proposta orçamentária para planos e programas de

atendimento dos direitos da criança e do adolescente;

X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a

violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da

Constituição Federal;

Page 120: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 120/144

XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações

de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as

possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente

junto à família natural.

§ú. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar

entender necessário o afastamento do convívio familiar,

comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público,

prestando-lhe informações sobre os motivos de tal

entendimento e as providências tomadas para a orientação,

o apoio e a promoção social da família.

Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão

ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem

tenha legítimo interesse.

Capítulo III

Da Competência

Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de

competência constante do art. 147.

Capítulo IV

Da Escolha dos Conselheiros

Art. 139. O processo para a escolha dos membros do

Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e

realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do

Ministério Público.

§ 1o O processo de escolha dos membros do Conselho

Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território

nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do

mês de outubro do ano subsequente ao da eleição

presidencial.

§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10

de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.

§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho

Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou

entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer

natureza, inclusive brindes de pequeno valor.

Capítulo V

Dos Impedimentos

Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho

marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e

genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e

sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.

§ú. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma

deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao

representante do Ministério Público com atuação na Justiça

da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro

regional ou distrital.

Título VI

Do Acesso à Justiça

Capítulo I

Disposições Gerais

Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou

adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao

Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.

§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que

dela necessitarem, através de defensor público ou advogado

nomeado.

§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância

e da Juventude são isentas de custas e emolumentos,

ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.

Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados

e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos

assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da

legislação civil ou processual.

§ú. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou

adolescente, sempre que os interesses destes colidirem com

os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de

representação ou assistência legal ainda que eventual.

Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e

administrativos que digam respeito a crianças e

adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.

§ú. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá

identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia,

referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência

e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.

Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se

refere o artigo anterior somente será deferida pela

autoridade judiciária competente, se demonstrado o

interesse e justificada a finalidade.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 121/144

Capítulo II

Da Justiça da Infância e da Juventude

Seção I

Disposições Gerais

Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas

especializadas e exclusivas da infância e da juventude,

cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua

proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de

infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em

plantões.

Seção II

Do Juiz

Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da

Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na

forma da lei de organização judiciária local.

Art. 147. A competência será determinada:

I - pelo domicílio dos pais ou responsável;

II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à

falta dos pais ou responsável.

§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a

autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as

regras de conexão, continência e prevenção.

§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à

autoridade competente da residência dos pais ou

responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que

abrigar a criança ou adolescente.

§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão

simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma

comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a

autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora

ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as

transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.

Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente

para:

I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério

Público, para apuração de ato infracional atribuído a

adolescente, aplicando as medidas cabíveis;

II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou

extinção do processo;

III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;

IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses

individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao

adolescente, observado o disposto no art. 209;

V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em

entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;

VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de

infrações contra norma de proteção à criança ou

adolescente;

VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar,

aplicando as medidas cabíveis.

§ú. Quando se tratar de criança ou adolescente nas

hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da

Infância e da Juventude para o fim de:

a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;

b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda

ou modificação da tutela ou guarda;

c) suprir a capacidade ou o consentimento para o

casamento;

d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna

ou materna, em relação ao exercício do poder familiar;

e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando

faltarem os pais;

f) designar curador especial em casos de apresentação de

queixa ou representação, ou de outros procedimentos

judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança

ou adolescente;

g) conhecer de ações de alimentos;

h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento

dos registros de nascimento e óbito.

Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através

de portaria, ou autorizar, mediante alvará:

I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,

desacompanhado dos pais ou responsável, em:

a) estádio, ginásio e campo desportivo;

b) bailes ou promoções dançantes;

c) boate ou congêneres;

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

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d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;

e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.

II - a participação de criança e adolescente em:

a) espetáculos públicos e seus ensaios;

b) certames de beleza.

§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade

judiciária levará em conta, dentre outros fatores:

a) os princípios desta Lei;

b) as peculiaridades locais;

c) a existência de instalações adequadas;

d) o tipo de freqüência habitual ao local;

e) a adequação do ambiente a eventual participação ou

freqüência de crianças e adolescentes;

f) a natureza do espetáculo.

§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo

deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as

determinações de caráter geral.

Seção III

Dos Serviços Auxiliares

Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua

proposta orçamentária, prever recursos para manutenção

de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça

da Infância e da Juventude.

Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras

atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local,

fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou

verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver

trabalhos de aconselhamento, orientação,

encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata

subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre

manifestação do ponto de vista técnico.

Capítulo III

Dos Procedimentos

Seção I

Disposições Gerais

Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se

subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação

processual pertinente.

§ú. É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade

absoluta na tramitação dos processos e procedimentos

previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e

diligências judiciais a eles referentes.

Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não

corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra

lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e

ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o

Ministério Público.

§ú. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de

afastamento da criança ou do adolescente de sua família de

origem e em outros procedimentos necessariamente

contenciosos.

Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.

Seção II

Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar

Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do

poder familiar terá início por provocação do Ministério

Público ou de quem tenha legítimo interesse.

Art. 156. A petição inicial indicará:

I - a autoridade judiciária a que for dirigida;

II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do

requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se

tratando de pedido formulado por representante do

Ministério Público;

III - a exposição sumária do fato e o pedido;

IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo,

o rol de testemunhas e documentos.

Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade

judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão

do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o

julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 123/144

adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de

responsabilidade.

Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias,

oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem

produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e

documentos.

§ú. Deverão ser esgotados todos os meios para a citação

pessoal.

Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir

advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família,

poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo,

ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-se

o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.

Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária

requisitará de qualquer repartição ou órgão público a

apresentação de documento que interesse à causa, de ofício

ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.

Art. 161. Não sendo contestado o pedido, a autoridade

judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por

cinco dias, salvo quando este for o requerente, decidindo

em igual prazo.

§ 1o A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento

das partes ou do Ministério Público, determinará a

realização de estudo social ou perícia por equipe

interprofissional ou multidisciplinar, bem como a oitiva de

testemunhas que comprovem a presença de uma das causas

de suspensão ou destituição do poder familiar previstas nos

arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de

2002 - Código Civil, ou no art. 24 desta Lei.

§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas,

é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe profissional

ou multidisciplinar referida no § 1o deste artigo, de

representantes do órgão federal responsável pela política

indigenista, observado o disposto no § 6o do art. 28 desta

Lei.

§ 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será

obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da

criança ou adolescente, respeitado seu estágio de

desenvolvimento e grau de compreensão sobre as

implicações da medida.

§ 4o É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem

identificados e estiverem em local conhecido.

Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária

dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias,

salvo quando este for o requerente, designando, desde logo,

audiência de instrução e julgamento.

§ 1º A requerimento de qualquer das partes, do Ministério

Público, ou de ofício, a autoridade judiciária poderá

determinar a realização de estudo social ou, se possível, de

perícia por equipe interprofissional.

§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério

Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se

oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado por

escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o

requerido e o Ministério Público, pelo tempo de vinte

minutos cada um, prorrogável por mais dez. A decisão será

proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária,

excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo

máximo de cinco dias.

Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento

será de 120 (cento e vinte) dias.

§ú. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do

poder familiar será averbada à margem do registro de

nascimento da criança ou do adolescente.

Seção III

Da Destituição da Tutela

Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o

procedimento para a remoção de tutor previsto na lei

processual civil e, no que couber, o disposto na seção

anterior.

Seção IV

Da Colocação em Família Substituta

Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de

colocação em família substituta:

I - qualificação completa do requerente e de seu eventual

cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste;

II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu

cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente,

especificando se tem ou não parente vivo;

III - qualificação completa da criança ou adolescente e de

seus pais, se conhecidos;

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 124/144

IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,

anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;

V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou

rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.

§ú. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os

requisitos específicos.

Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos

ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido

expressamente ao pedido de colocação em família

substituta, este poderá ser formulado diretamente em

cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes,

dispensada a assistência de advogado.

§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, esses serão

ouvidos pela autoridade judiciária e pelo representante do

Ministério Público, tomando-se por termo as declarações.

§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar

será precedido de orientações e esclarecimentos prestados

pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da

Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a

irrevogabilidade da medida.

§ 3o O consentimento dos titulares do poder familiar

será colhido pela autoridade judiciária competente em

audiência, presente o Ministério Público, garantida a livre

manifestação de vontade e esgotados os esforços para

manutenção da criança ou do adolescente na família natural

ou extensa.

§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá

validade se não for ratificado na audiência a que se refere o

§ 3o deste artigo.

§ 5o O consentimento é retratável até a data da

publicação da sentença constitutiva da adoção.

§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado

após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010,

de 2009) Vigência

§ 7o A família substituta receberá a devida orientação

por intermédio de equipe técnica interprofissional a serviço

do Poder Judiciário, preferencialmente com apoio dos

técnicos responsáveis pela execução da política municipal de

garantia do direito à convivência familiar.

Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento

das partes ou do Ministério Público, determinará a

realização de estudo social ou, se possível, perícia por

equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de

guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o

estágio de convivência.

§ú. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio

de convivência, a criança ou o adolescente será entregue ao

interessado, mediante termo de responsabilidade.

Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e

ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente,

dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de

cinco dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a

perda ou a suspensão do poder familiar constituir

pressuposto lógico da medida principal de colocação em

família substituta, será observado o procedimento

contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo.

§ú. A perda ou a modificação da guarda poderá ser

decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o

disposto no art. 35.

Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o

disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.

§ú. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de

pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar será

comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este

responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.

Seção V

Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente

Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem

judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade

judiciária.

Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato

infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade

policial competente.

§ú. Havendo repartição policial especializada para

atendimento de adolescente e em se tratando de ato

infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá

a atribuição da repartição especializada, que, após as

providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o

adulto à repartição policial própria.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 125/144

Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido

mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade

policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, §ú, e 107,

deverá:

I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o

adolescente;

II - apreender o produto e os instrumentos da infração;

III - requisitar os exames ou perícias necessários à

comprovação da materialidade e autoria da infração.

§ú. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto

poderá ser substituída por boletim de ocorrência

circunstanciada.

Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o

adolescente será prontamente liberado pela autoridade

policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de

sua apresentação ao representante do Ministério Público, no

mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil

imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e

sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob

internação para garantia de sua segurança pessoal ou

manutenção da ordem pública.

Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial

encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante

do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de

apreensão ou boletim de ocorrência.

§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade

policial encaminhará o adolescente à entidade de

atendimento, que fará a apresentação ao representante do

Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.

§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de

atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade

policial. À falta de repartição policial especializada, o

adolescente aguardará a apresentação em dependência

separada da destinada a maiores, não podendo, em

qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo

anterior.

Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial

encaminhará imediatamente ao representante do Ministério

Público cópia do auto de apreensão ou boletim de

ocorrência.

Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver

indícios de participação de adolescente na prática de ato

infracional, a autoridade policial encaminhará ao

representante do Ministério Público relatório das

investigações e demais documentos.

Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato

infracional não poderá ser conduzido ou transportado em

compartimento fechado de veículo policial, em condições

atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua

integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.

Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do

Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de

apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial,

devidamente autuados pelo cartório judicial e com

informação sobre os antecedentes do adolescente,

procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em

sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e

testemunhas.

§ú. Em caso de não apresentação, o representante do

Ministério Público notificará os pais ou responsável para

apresentação do adolescente, podendo requisitar o

concurso das polícias civil e militar.

Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo

anterior, o representante do Ministério Público poderá:

I - promover o arquivamento dos autos;

II - conceder a remissão;

III - representar à autoridade judiciária para aplicação de

medida sócio-educativa.

Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida

a remissão pelo representante do Ministério Público,

mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos

fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para

homologação.

§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a

autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o

cumprimento da medida.

§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos

autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho

fundamentado, e este oferecerá representação, designará

outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou

ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará

a autoridade judiciária obrigada a homologar.

Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do

Ministério Público não promover o arquivamento ou

conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade

judiciária, propondo a instauração de procedimento para

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 126/144

aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais

adequada.

§ 1º A representação será oferecida por petição, que

conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato

infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas,

podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada

pela autoridade judiciária.

§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da

autoria e materialidade.

Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão

do procedimento, estando o adolescente internado

provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.

Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária

designará audiência de apresentação do adolescente,

decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção

da internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.

§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão

cientificados do teor da representação, e notificados a

comparecer à audiência, acompanhados de advogado.

§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a

autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.

§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade

judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,

determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva

apresentação.

§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua

apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou

responsável.

Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela

autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em

estabelecimento prisional.

§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características

definidas no art. 123, o adolescente deverá ser

imediatamente transferido para a localidade mais próxima.

§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente

aguardará sua remoção em repartição policial, desde que

em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas,

não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob

pena de responsabilidade.

Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou

responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos

mesmos, podendo solicitar opinião de profissional

qualificado.

§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a

remissão, ouvirá o representante do Ministério Público,

proferindo decisão.

§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de

internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a

autoridade judiciária, verificando que o adolescente não

possui advogado constituído, nomeará defensor,

designando, desde logo, audiência em continuação,

podendo determinar a realização de diligências e estudo do

caso.

§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no

prazo de três dias contado da audiência de apresentação,

oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.

§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas

arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as

diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional,

será dada a palavra ao representante do Ministério Público e

ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos

para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da

autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.

Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não

comparecer, injustificadamente à audiência de

apresentação, a autoridade judiciária designará nova data,

determinando sua condução coercitiva.

Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão

do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do

procedimento, antes da sentença.

Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer

medida, desde que reconheça na sentença:

I - estar provada a inexistência do fato;

II - não haver prova da existência do fato;

III - não constituir o fato ato infracional;

IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o

ato infracional.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 127/144

§ú. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente

internado, será imediatamente colocado em liberdade.

Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de

internação ou regime de semi-liberdade será feita:

I - ao adolescente e ao seu defensor;

II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou

responsável, sem prejuízo do defensor.

§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á

unicamente na pessoa do defensor.

§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá

este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.

Seção VI

Da Apuração de Irregularidades em Entidade de

Atendimento

Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em

entidade governamental e não-governamental terá início

mediante portaria da autoridade judiciária ou representação

do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde conste,

necessariamente, resumo dos fatos.

§ú. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária,

ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o

afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante

decisão fundamentada.

Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo

de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar

documentos e indicar as provas a produzir.

Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo

necessário, a autoridade judiciária designará audiência de

instrução e julgamento, intimando as partes.

§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o

Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações

finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.

§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo

de dirigente de entidade governamental, a autoridade

judiciária oficiará à autoridade administrativa

imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a

substituição.

§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade

judiciária poderá fixar prazo para a remoção das

irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o

processo será extinto, sem julgamento de mérito.

§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da

entidade ou programa de atendimento.

Seção VII

Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de

Proteção à Criança e ao Adolescente

Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade

administrativa por infração às normas de proteção à criança

e ao adolescente terá início por representação do Ministério

Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração

elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e

assinado por duas testemunhas, se possível.

§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,

poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a

natureza e as circunstâncias da infração.

§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-

á a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos

motivos do retardamento.

Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para

apresentação de defesa, contado da data da intimação, que

será feita:

I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado

na presença do requerido;

II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente

habilitado, que entregará cópia do auto ou da representação

ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando

certidão;

III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for

encontrado o requerido ou seu representante legal;

IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não

sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante

legal.

Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a

autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério

Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.

Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária

procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo

necessário, designará audiência de instrução e julgamento.

§ú. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o

Ministério Público e o procurador do requerido, pelo tempo

de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 128/144

critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá

sentença.

Seção VIII

Da Habilitação de Pretendentes à Adoção

Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil,

apresentarão petição inicial na qual conste:

I - qualificação completa;

II - dados familiares;

III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou

casamento, ou declaração relativa ao período de união

estável;

IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro

de Pessoas Físicas;

V - comprovante de renda e domicílio;

VI - atestados de sanidade física e mental;

VII - certidão de antecedentes criminais;

VIII - certidão negativa de distribuição cível.

Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta

e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que

no prazo de 5 (cinco) dias poderá:

I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe

interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a

que se refere o art. 197-C desta Lei;

II - requerer a designação de audiência para oitiva dos

postulantes em juízo e testemunhas;

III - requerer a juntada de documentos complementares e a

realização de outras diligências que entender necessárias.

Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe

interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da

Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que

conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o

preparo dos postulantes para o exercício de uma

paternidade ou maternidade responsável, à luz dos

requisitos e princípios desta Lei.

§ 1o É obrigatória a participação dos postulantes em

programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude

preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela

execução da política municipal de garantia do direito à

convivência familiar, que inclua preparação psicológica,

orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças

maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas

de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos.

§ 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa

obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo

incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de

acolhimento familiar ou institucional em condições de serem

adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e

avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da

Juventude, com o apoio dos técnicos responsáveis pelo

programa de acolhimento familiar ou institucional e pela

execução da política municipal de garantia do direito à

convivência familiar.

Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da

participação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a

autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,

decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério

Público e determinará a juntada do estudo psicossocial,

designando, conforme o caso, audiência de instrução e

julgamento.

§ú. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas

indeferidas, a autoridade judiciária determinará a juntada do

estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao

Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual

prazo.

Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito

nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua

convocação para a adoção feita de acordo com ordem

cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de

crianças ou adolescentes adotáveis.

§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá

deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas

hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando

comprovado ser essa a melhor solução no interesse do

adotando.

§ 2o A recusa sistemática na adoção das crianças ou

adolescentes indicados importará na reavaliação da

habilitação concedida.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 129/144

Capítulo IV

Dos Recursos

Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e

da Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas

socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei no

5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil),

com as seguintes adaptações:

I - os recursos serão interpostos independentemente de

preparo;

II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração,

o prazo para o Ministério Público e para a defesa será

sempre de 10 (dez) dias;

III - os recursos terão preferência de julgamento e

dispensarão revisor;

VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior

instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso

de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho

fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no

prazo de cinco dias;

VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão

remeterá os autos ou o instrumento à superior instância

dentro de vinte e quatro horas, independentemente de

novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos

autos dependerá de pedido expresso da parte interessada

ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados

da intimação.

Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149

caberá recurso de apelação.

Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito

desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida

exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de

adoção internacional ou se houver perigo de dano

irreparável ou de difícil reparação ao adotando.

Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos

genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que

deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.

Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de

destituição de poder familiar, em face da relevância das

questões, serão processados com prioridade absoluta,

devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado

que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição,

e serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e

com parecer urgente do Ministério Público.

Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa

para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,

contado da sua conclusão.

§ú. O Ministério Público será intimado da data do

julgamento e poderá na sessão, se entender necessário,

apresentar oralmente seu parecer.

Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a

instauração de procedimento para apuração de

responsabilidades se constatar o descumprimento das

providências e do prazo previstos nos artigos anteriores.

Capítulo V

Do Ministério Público

Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei

serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.

Art. 201. Compete ao Ministério Público:

I - conceder a remissão como forma de exclusão do

processo;

II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às

infrações atribuídas a adolescentes;

III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os

procedimentos de suspensão e destituição do poder

familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e

guardiães, bem como oficiar em todos os demais

procedimentos da competência da Justiça da Infância e da

Juventude;

IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados,

a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação

de contas dos tutores, curadores e quaisquer

administradores de bens de crianças e adolescentes nas

hipóteses do art. 98;

V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a

proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos

relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos

no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;

VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-

los:

a) expedir notificações para colher depoimentos ou

esclarecimentos e, em caso de não comparecimento

injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela

polícia civil ou militar;

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 130/144

b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de

autoridades municipais, estaduais e federais, da

administração direta ou indireta, bem como promover

inspeções e diligências investigatórias;

c) requisitar informações e documentos a particulares e

instituições privadas;

VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências

investigatórias e determinar a instauração de inquérito

policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de

proteção à infância e à juventude;

VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias

legais assegurados às crianças e adolescentes, promovendo

as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;

IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas

corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa

dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à

criança e ao adolescente;

X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade

por infrações cometidas contra as normas de proteção à

infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da

responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;

XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de

atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando

de pronto as medidas administrativas ou judiciais

necessárias à remoção de irregularidades porventura

verificadas;

XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos

serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência

social, públicos ou privados, para o desempenho de suas

atribuições.

§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis

previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas

mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e

esta Lei.

§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem

outras, desde que compatíveis com a finalidade do

Ministério Público.

§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de

suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre

criança ou adolescente.

§ 4º O representante do Ministério Público será responsável

pelo uso indevido das informações e documentos que

requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.

§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII

deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:

a) reduzir a termo as declarações do reclamante,

instaurando o competente procedimento, sob sua

presidência;

b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade

reclamada, em dia, local e horário previamente notificados

ou acertados;

c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços

públicos e de relevância pública afetos à criança e ao

adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita

adequação.

Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for

parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na

defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei,

hipótese em que terá vista dos autos depois das partes,

podendo juntar documentos e requerer diligências, usando

os recursos cabíveis.

Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer

caso, será feita pessoalmente.

Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público

acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício

pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.

Art. 205. As manifestações processuais do representante do

Ministério Público deverão ser fundamentadas.

Capítulo VI

Do Advogado

Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou

responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse

na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de

que trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado

para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial,

respeitado o segredo de justiça.

§ú. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita

àqueles que dela necessitarem.

Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática

de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será

processado sem defensor.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 131/144

§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado

pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir

outro de sua preferência.

§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento

de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear

substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito

do ato.

§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se

tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido

indicado por ocasião de ato formal com a presença da

autoridade judiciária.

Capítulo VII

Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e

Coletivos

Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de

responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à

criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou

oferta irregular:

I - do ensino obrigatório;

II - de atendimento educacional especializado aos

portadores de deficiência;

III - de atendimento em creche e pré-escola às crianças de

zero a seis anos de idade;

IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do

educando;

V - de programas suplementares de oferta de material

didático-escolar, transporte e assistência à saúde do

educando do ensino fundamental;

VI - de serviço de assistência social visando à proteção à

família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem

como ao amparo às crianças e adolescentes que dele

necessitem;

VII - de acesso às ações e serviços de saúde;

VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes

privados de liberdade.

IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e

promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício

do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.

X - de programas de atendimento para a execução das

medidas socioeducativas e aplicação de medidas de

proteção.

§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da

proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou

coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos

pela Constituição e pela Lei.

§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou

adolescentes será realizada imediatamente após notificação

aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos

portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de

transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes

todos os dados necessários à identificação do desaparecido.

Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas

no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou

omissão, cujo juízo terá competência absoluta para

processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça

Federal e a competência originária dos tribunais superiores.

Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses

coletivos ou difusos, consideram-se legitimados

concorrentemente:

I - o Ministério Público;

II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os

territórios;

III - as associações legalmente constituídas há pelo menos

um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa

dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada

a autorização da assembléia, se houver prévia autorização

estatutária.

§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os

Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos

interesses e direitos de que cuida esta Lei.

§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por

associação legitimada, o Ministério Público ou outro

legitimado poderá assumir a titularidade ativa.

Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos

interessados compromisso de ajustamento de sua conduta

às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo

extrajudicial.

Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por

esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações

pertinentes.

Page 132: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 132/144

§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas

do Código de Processo Civil.

§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou

agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do

poder público, que lesem direito líquido e certo previsto

nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas

normas da lei do mandado de segurança.

Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de

obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela

específica da obrigação ou determinará providências que

assegurem o resultado prático equivalente ao do

adimplemento.

§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo

justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito

ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação

prévia, citando o réu.

§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na

sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de

pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a

obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do

preceito.

§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em

julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida

desde o dia em que se houver configurado o

descumprimento.

Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido

pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do

respectivo município.

§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito

em julgado da decisão serão exigidas através de execução

promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos,

facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro

ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em

conta com correção monetária.

Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos

recursos, para evitar dano irreparável à parte.

Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser

condenação ao poder público, o juiz determinará a remessa

de peças à autoridade competente, para apuração da

responsabilidade civil e administrativa do agente a que se

atribua a ação ou omissão.

Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da

sentença condenatória sem que a associação autora lhe

promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,

facultada igual iniciativa aos demais legitimados.

Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao

réu os honorários advocatícios arbitrados na conformidade

do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973

(Código de Processo Civil), quando reconhecer que a

pretensão é manifestamente infundada.

§ú. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os

diretores responsáveis pela propositura da ação serão

solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem

prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.

Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá

adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais

e quaisquer outras despesas.

Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público

deverá provocar a iniciativa do Ministério Público,

prestando-lhe informações sobre fatos que constituam

objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de

convicção.

Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e

tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam

ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao

Ministério Público para as providências cabíveis.

Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá

requerer às autoridades competentes as certidões e

informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no

prazo de quinze dias.

Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua

presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer

pessoa, organismo público ou particular, certidões,

informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o

qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.

§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as

diligências, se convencer da inexistência de fundamento

para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento

dos autos do inquérito civil ou das peças informativas,

fazendo-o fundamentadamente.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 133/144

§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação

arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em

falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do

Ministério Público.

§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de

arquivamento, em sessão do Conselho Superior do

Ministério público, poderão as associações legitimadas

apresentar razões escritas ou documentos, que serão

juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de

informação.

§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame

e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público,

conforme dispuser o seu regimento.

§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a

promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro

órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as

disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.

Título VII

Dos Crimes e Das Infrações Administrativas

Capítulo I

Dos Crimes

Seção I

Disposições Gerais

Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra

a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo

do disposto na legislação penal.

Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as

normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao

processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.

Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública

incondicionada

Seção II

Dos Crimes em Espécie

Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de

estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter

registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo

referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à

parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta

médica, declaração de nascimento, onde constem as

intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

§ú. Se o crime é culposo:

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de

estabelecimento de atenção à saúde de gestante de

identificar corretamente o neonato e a parturiente, por

ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames

referidos no art. 10 desta Lei:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

§ú. Se o crime é culposo:

Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.

Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade,

procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato

infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade

judiciária competente:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

§ú. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão

sem observância das formalidades legais.

Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela

apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata

comunicação à autoridade judiciária competente e à família

do apreendido ou à pessoa por ele indicada:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua

autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a

constrangimento:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa,

de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente,

tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta

Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Page 134: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 134/144

Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade

judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do

Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:

Pena - detenção de seis meses a dois anos.

Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem

o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial,

com o fim de colocação em lar substituto:

Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.

Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a

terceiro, mediante paga ou recompensa:

Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.

§ú. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a

paga ou recompensa.

Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado

ao envio de criança ou adolescente para o exterior com

inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter

lucro:

Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.

§ú. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:

Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena

correspondente à violência.

Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou

registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou

pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,

recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a

participação de criança ou adolescente nas cenas referidas

no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.

§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente

comete o crime:

I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de

exercê-la;

II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação

ou de hospitalidade; ou

III – prevalecendo-se de relações de parentesco

consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de

tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de

quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela,

ou com seu consentimento.

Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou

outro registro que contenha cena de sexo explícito ou

pornográfica envolvendo criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,

distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive

por meio de sistema de informática ou telemático,

fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de

sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou

adolescente:

Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:

I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das

fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste

artigo;

II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de

computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata

o caput deste artigo.

§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste

artigo são puníveis quando o responsável legal pela

prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de

desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput

deste artigo.

Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer

meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que

contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo

criança ou adolescente:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de

pequena quantidade o material a que se refere o caput

deste artigo.

§ 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a

finalidade de comunicar às autoridades competentes a

ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e

241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 135/144

I – agente público no exercício de suas funções;

II – membro de entidade, legalmente constituída, que

inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o

processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes

referidos neste parágrafo;

III – representante legal e funcionários responsáveis de

provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de

computadores, até o recebimento do material relativo à

notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou

ao Poder Judiciário.

§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão

manter sob sigilo o material ilícito referido.

Art. 241-C. Simular a participação de criança ou

adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por

meio de adulteração, montagem ou modificação de

fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação

visual:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

§ú. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,

disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio,

adquire, possui ou armazena o material produzido na forma

do caput deste artigo.

Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por

qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com

ela praticar ato libidinoso:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

§ú. Nas mesmas penas incorre quem:

I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo

cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela

praticar ato libidinoso;

II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com

o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou

sexualmente explícita.

Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a

expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”

compreende qualquer situação que envolva criança ou

adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou

simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança

ou adolescente para fins primordialmente sexuais.

Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou

entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma,

munição ou explosivo:

Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.

Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente,

ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou

adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes

possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por

utilização indevida:

Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o

fato não constitui crime mais grave.

Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou

entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos

de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu

reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer

dano físico em caso de utilização indevida:

Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.

Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais

definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à

exploração sexual:

Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa.

§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente

ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão

de criança ou adolescente às práticas referidas no caput

deste artigo.

§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação

da licença de localização e de funcionamento do

estabelecimento.

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de

18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou

induzindo-o a praticá-la:

Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem

pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer

meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.

§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são

aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou

induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de

25 de julho de 1990.

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 136/144

Capítulo II

Das Infrações Administrativas

Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por

estabelecimento de atenção à saúde e de ensino

fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à

autoridade competente os casos de que tenha

conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de

maus-tratos contra criança ou adolescente:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,

aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade

de atendimento o exercício dos direitos constantes nos

incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,

aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização

devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou

documento de procedimento policial, administrativo ou

judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato

infracional:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,

aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou

parcialmente, fotografia de criança ou adolescente

envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe

diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de

forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.

§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou

emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste

artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a

apreensão da publicação ou a suspensão da programação da

emissora até por dois dias, bem como da publicação do

periódico até por dois números. [Expressão declara

inconstitucional pela ADIN 869-2]

Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu

domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar a

guarda, adolescente trazido de outra comarca para a

prestação de serviço doméstico, mesmo que autorizado

pelos pais ou responsável:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,

aplicando-se o dobro em caso de reincidência,

independentemente das despesas de retorno do

adolescente, se for o caso.

Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres

inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou

guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou

Conselho Tutelar:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,

aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 250. Hospedar criança ou adolescente

desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem

autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em

hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei

nº 12.038, de 2009).

Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).

§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de

multa, a autoridade judiciária poderá determinar o

fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.

(Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).

§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30

(trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente

fechado e terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº

12.038, de 2009).

Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer

meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85

desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,

aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo

público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada

do local de exibição, informação destacada sobre a natureza

da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no

certificado de classificação:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,

aplicando-se o dobro em caso de reincidência.

Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer

representações ou espetáculos, sem indicar os limites de

idade a que não se recomendem:

Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada

em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa

de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 137/144

Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,

espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso

de sua classificação:

Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada

em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá

determinar a suspensão da programação da emissora por

até dois dias.

Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere

classificado pelo órgão competente como inadequado às

crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:

Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na

reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão

do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até

quinze dias.

Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de

programação em vídeo, em desacordo com a classificação

atribuída pelo órgão competente:

Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso

de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o

fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79

desta Lei:

Pena - multa de três a vinte salários de referência,

duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo

de apreensão da revista ou publicação.

Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o

empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso

de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre

sua participação no espetáculo:

Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso

de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o

fechamento do estabelecimento por até quinze dias.

Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar

a instalação e operacionalização dos cadastros previstos no

art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três

mil reais).

§ú. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de

efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em

condições de serem adotadas, de pessoas ou casais

habilitados à adoção e de crianças e adolescentes em regime

de acolhimento institucional ou familiar.

Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de

estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar

imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso

de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada

em entregar seu filho para adoção:

Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três

mil reais).

§ú. Incorre na mesma pena o funcionário de programa

oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à

convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação

referida no caput deste artigo.

Disposições Finais e Transitórias

Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da

publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo

sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da

política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que

estabelece o Título V do Livro II.

§ú. Compete aos estados e municípios promoverem a

adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e

princípios estabelecidos nesta Lei.

Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos

Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,

distrital, estaduais ou municipais, devidamente

comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do

imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:

I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido

apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no

lucro real; e

II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado

pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,

observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de

dezembro de 1997.

§ 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com

os recursos captados pelos Fundos Nacional, Estaduais e

Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, serão

consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção,

Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes à

Convivência Familiar, bem como as regras e princípios

relativos à garantia do direito à convivência familiar

previstos nesta Lei.

Page 138: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 138/144

§ 2º Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos

Direitos da Criança e do Adolescente fixarão critérios de

utilização, através de planos de aplicação das doações

subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente

percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de

guarda, de criança ou adolescente, órfãos ou abandonado,

na forma do disposto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição

Federal.

§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da

Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a

comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos

deste artigo.

§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a

forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos

Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais

referidos neste artigo.

§ 5º Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249,

de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso

I do caput:

I - será considerada isoladamente, não se submetendo a

limite em conjunto com outras deduções do imposto; e

II - não poderá ser computada como despesa operacional na

apuração do lucro real.

Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de

2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata

o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua

Declaração de Ajuste Anual.

§ 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até

os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado

na declaração:

III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.

§ 2o A dedução de que trata o caput:

I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto

sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II

do caput do art. 260;

II - não se aplica à pessoa física que:

a) utilizar o desconto simplificado;

b) apresentar declaração em formulário; ou

c) entregar a declaração fora do prazo;

III - só se aplica às doações em espécie; e

IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em

vigor.

§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data

de vencimento da primeira quota ou quota única do

imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da

Receita Federal do Brasil.

§ 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no

§ 3o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução,

ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da

diferença de imposto devido apurado na Declaração de

Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na

legislação.

§ 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na

Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo

ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos

Direitos da Criança e do Adolescente municipais, distrital,

estaduais e nacional concomitantemente com a opção de

que trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II do

art. 260.

Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260

poderá ser deduzida:

I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas

que apuram o imposto trimestralmente; e

II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para

as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente.

§ú. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que

se refere a apuração do imposto.

Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei

podem ser efetuadas em espécie ou em bens.

§ú. As doações efetuadas em espécie devem ser

depositadas em conta específica, em instituição financeira

pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art.

260.

Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das

contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente

nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir

recibo em favor do doador, assinado por pessoa competente

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 139/144

e pelo presidente do Conselho correspondente,

especificando:

I - número de ordem;

II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e

endereço do emitente;

III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do

doador;

IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e

V - ano-calendário a que se refere a doação.

§ 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode

ser emitido anualmente, desde que discrimine os valores

doados mês a mês.

§ 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve

conter a identificação dos bens, mediante descrição em

campo próprio ou em relação anexa ao comprovante,

informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou

CNPJ e endereço dos avaliadores.

Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador

deverá:

I - comprovar a propriedade dos bens, mediante

documentação hábil;

II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos,

quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso

de pessoa jurídica; e

III - considerar como valor dos bens doados:

a) para as pessoas físicas, o valor constante da última

declaração do imposto de renda, desde que não exceda o

valor de mercado;

b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.

§ú. O preço obtido em caso de leilão não será considerado

na determinação do valor dos bens doados, exceto se o

leilão for determinado por autoridade judiciária.

Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e

260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo

de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução

perante a Receita Federal do Brasil.

Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das

contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente

nacional, estaduais, distrital e municipais devem:

I - manter conta bancária específica destinada

exclusivamente a gerir os recursos do Fundo;

II - manter controle das doações recebidas; e

III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do

Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os

seguintes dados por doador:

a) nome, CNPJ ou CPF;

b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou

em bens.

Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações

previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do

Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.

Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do

Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais

divulgarão amplamente à comunidade:

I - o calendário de suas reuniões;

II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de

atendimento à criança e ao adolescente;

III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem

beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da

Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou

municipais;

IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-

calendário e o valor dos recursos previstos para

implementação das ações, por projeto;

V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação,

por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base

de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a

Adolescência; e

VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados

com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do

Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.

Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada

Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos

fiscais referidos no art. 260 desta Lei.

Page 140: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 140/144

§ú. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I

sujeitará os infratores a responder por ação judicial proposta

pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a

requerimento ou representação de qualquer cidadão.

Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência

da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita

Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo

eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos dos

Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital,

estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos

números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias

específicas mantidas em instituições financeiras públicas,

destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.

Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá

as instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts.

260 a 260-K.

Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da

criança e do adolescente, os registros, inscrições e

alterações a que se referem os arts. 90, §ú, e 91 desta Lei

serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca

a que pertencer a entidade.

§ú. A União fica autorizada a repassar aos estados e

municípios, e os estados aos municípios, os recursos

referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei,

tão logo estejam criados os conselhos dos direitos da criança

e do adolescente nos seus respectivos níveis.

Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as

atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade

judiciária.

Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940

(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:

1) Art. 121 ............................................................

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um

terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica

de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar

imediato socorro à vítima, não procura diminuir as

conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em

flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de

um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de

catorze anos.

2) Art. 129 ...............................................................

§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer

das hipóteses do art. 121, § 4º.

§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.

3) Art. 136.................................................................

§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado

contra pessoa menor de catorze anos.

4) Art. 213 ..................................................................

§ú. Se a ofendida é menor de catorze anos:

Pena - reclusão de quatro a dez anos.

5) Art. 214...................................................................

§ú. Se o ofendido é menor de catorze anos:

Pena - reclusão de três a nove anos.»

Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de

1973, fica acrescido do seguinte item:

"Art. 102 ....................................................................

6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "

Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da

administração direta ou indireta, inclusive fundações

instituídas e mantidas pelo poder público federal

promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto,

que será posto à disposição das escolas e das entidades de

atendimento e de defesa dos direitos da criança e do

adolescente.

Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua

publicação.

§ú. Durante o período de vacância deverão ser promovidas

atividades e campanhas de divulgação e esclarecimentos

acerca do disposto nesta Lei.

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PARABÉNS POR TER CHEGADO ATÉ AQUI!

“Adquire sabedoria, adquire inteligência, e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca. Não a abandones e ela te guardará; ama-a, e ela te protegerá. A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento. Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará. Dará à tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará. Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se multiplicarão os anos da tua vida.” “O que adquire entendimento ama a sua alma; o que cultiva a inteligência achará o bem.” Provérbios 19:8 “O homem sábio é forte, e o homem de conhecimento consolida a força.” Provérbios 24:5 “Ouve tu, filho meu, e sê sábio, e dirige no caminho o teu coração.” Provérbios 23:19 “Viste o homem diligente na sua obra? Perante reis será posto; não permanecerá entre os de posição” inferior. Provérbios 22:29 'Não ames o sono, para que não empobreças; abre os teus olhos, e te fartarás de pão.” Provérbios 20:13 “Há ouro e abundância de rubis, mas os lábios do conhecimento são jóia preciosa.” Provérbios 20:15 “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que cerra os seus lábios é tido por entendido.” Provérbios 17:28

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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 142/144

Agente de Polícia Civil, Escrivão de Polícia Civil,

Datiloscopista Policial, Técnico em Necropsia, Agente de

Criminalística e, Técnico de Laboratório.

LÍNGUA PORTUGUESA

1. Compreensão e interpretação de textos. 2. Denotação e conotação. 3. Ortografia: emprego das letras e acentuação

gráfica. Classes de palavras e suas flexões. 4. Processo de formação de palavras. 5. Verbos: conjugação, emprego dos tempos,

modos e vozes verbais. 6. Concordância nominal e verbal. 7. Regência nominal e verbal. 8. Emprego do acento indicativo da crase. 9. Colocação dos pronomes átonos. 10. Emprego dos sinais de pontuação. 11. Semântica: sinonímia, antonímia, homonímia,

paronímia, polissemia e figuras de linguagem. 12. Funções sintáticas de termos e de orações. 13. Processos sintáticos: subordinação e

coordenação.

ATUALIDADES

1. Tópicos referentes ao Brasil e ao mundo, relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança e ecologia, suas inter-relações e suas vinculações históricas.

CONHECIMENTO REGIONAL

1. Constituição do Estado de Rondônia. 2. Lei Complementar Estadual 68/92- Estatuto dos

Servidores Públicos do Estado de Rondônia. 3. Lei Complementar 76/93 - Estatuto da Polícia

Civil do Estado de Rondônia. 4. Região Norte: bacias hidrográficas. 5. Geomorfologia: Planície Amazônica, Encosta

Setentrional do Planalto Brasileiro, Chapada dos Parecis e Vale do Guaporé.

6. Rondônia: aspectos políticos, econômicos e sociais, agricultura e pecuária.

7. Criação do Estado de Rondônia e processos de povoamento.

8. Núcleos de povoamento. Colonização. 9. Ferrovia Madeira- Mamoré (1ª fase e 2ª fase). 10. Ciclo da borracha (1ª fase e 2ª fase). 11. Questão do Acre, formação territorial, evolução

político-administrativa, formação dos núcleos urbanos, construção da BR 364, migração,

população, desmatamento, desenvolvimento econômico, questão indígena, Missão Rondon.

INFORMÁTICA BÁSICA

1. Conceitos de Internet e Intranet; 2. Conceitos básicos e modos de utilização de

tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados à Internet/Intranet; Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de grupos de discussão, de busca e pesquisa;

3. Conceitos de protocolos Word Wide Web, organização de informação para uso na Internet, acesso a distância a computadores, transferência de informação e arquivos, aplicativos de áudio, vídeo, multimídia, uso da Internet na educação, negócios, medicina e outros domínios;

4. Conceitos de proteção e segurança; 5. Conceitos básicos e modos de utilização de

tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática: conceitos de hardware e de software;

6. Procedimentos, aplicativos e dispositivos para armazenamento de dados e para realização de cópia de segurança (backup);

7. Conceitos de organização e de gerenciamento de arquivos, pastas e programas, instalação de periféricos; Processador de textos.

8. MS Office Word/BROffice. Conceitos básicos. Criação de documentos. Abrir e salvar documentos. Edição de textos. Estilos. Formatação. Tabelas e tabulações. Cabeçalho e rodapé. Configuração de página. Corretor ortográfico. Impressão. Ícones. Atalhos de teclado. Uso dos recursos.

9. Planilha Eletrônica. MS Office Excel/BROffice. Conceitos básicos. Criação de documentos. Abrir e Salvar documentos. Estilos. Formatação. Fórmulas e funções. Gráficos. Corretor ortográfico. Impressão. Ícones. Atalhos de teclado. Uso dos recursos.

10. Correio eletrônico. Conceitos básicos. Formatos de mensagens. Transmissão e recepção de mensagens. Catálogo de endereços. Arquivos anexados. Uso dos recursos. Ícones. Atalhos de teclado. Geração de material escrito, visual e sonoro.

Page 143: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 143/144

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL

1. Direitos e deveres fundamentais, direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania e direitos políticos; partidos políticos; garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos;

2. Poder Executivo, 3. Poder Legislativo; 4. Poder Judiciário; 5. Defesa do Estado e das instituições

democráticas: segurança pública; organização da segurança pública;

6. Da ordem social, seguridade e previdência.

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PENAL

1. A lei penal no tempo; a lei penal no espaço; 2. Infração penal: elementos, espécies; 3. Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal; 4. Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade; 5. Excludentes de ilicitude e de culpabilidade; 6. Imputabilidade penal; 7. Concurso de pessoas; 8. Extinção da punibilidade; 9. Crimes contra a pessoa; 10. Crimes contra o patrimônio; 11. Crimes contra a dignidade sexual; 12. Crimes contra a fé pública; 13. Crimes de perigo comum; 14. Crimes contra a saúde pública; 15. Crimes contra a Administração Pública; 16. Abuso de autoridade (Lei n.14.898/65); 17. Tráfico ilícito e uso indevido de drogas ilícitas (Lei

n. 11.343/2.006); 18. Crimes da Lei n. 8.137/90); 19. Crimes hediondos (Lei n.1 8.072/90); 20. Crimes de trânsito; 21. Crimes do Estatuto do Desarmamento; 22. Crimes do Estatuto do Idoso; 23. Crimes do Estatuto da Criança e do Adolescente; 24. Contravenções Penais; 25. Crimes Ambientais; 26. Tortura; 27. Lei de Interceptação Telefônica; 28. Crime Organizado; 29. Lei 7.716/89; 30. Crimes do Código de Defesa do Consumidor; 31. Lei Maria da Penha.

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

15. Segurança Pública (art. 144, CRF/88). Atividade

de Polícia Judiciária. 16. Da ação penal. 17. Princípios e Norma Processual Penal: fontes e

eficácia. 18. Interpretação retrospectiva e interpretação

prospectiva no Processo Penal. 19. Princípios constitucionais na investigação

criminal. 20. Investigação Criminal. 21. Do inquérito Policial. 22. Da prova. Da prova Ilícita. 23. Prisões processuais de natureza cautelar. Prisão

em flagrante. Prisão preventiva. Prisão temporária (Lei n° 7.960/89). Habeas Corpus.

24. Nulidades na investigação Criminal e no Processo penal.

25. Habeas Corpus. 26. Sistemas processuais penais. 27. O Juiz, O Ministério Público, a Autoridade Policial,

o Defensor do acusado. 28. Garantias constitucionais da investigação

criminal e do processo penal. 29. Incidentes (sanidade e falsidade). 30. Jurisdição e competência. 31. Atribuição e circunscrição. 32. Dos prazos processuais e procedimentais. 33. Da sentença. 34. Citações, Notificações e Intimações. 35. Preclusão. Incidentes (sanidade e falsidade). 36. Abuso de Autoridade (Lei n° 4.898 de 1965). 37. Lei Antidrogas (Lei n° 11.343 de 2006). 38. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n°

8.069 de 1990). 39. Lei dos Juizados Especiais (Lei n° 9.099 De 1995). 40. Lei dos Juizados Especiais Federais (Lei n° 10.259

de 2001). 41. Violência doméstica e familiar contra a mulher

(Lei n° 11.340 de 2006). 42. Lei da Interceptação telefônica (Lei n° 9.296 de

1996). 43. Lei da Execução Penal (Lei n° 7.210 de 1984). 44. Lei do Crime Organizado (Lei n° 9.034 de 1995). 45. Propriedade Intelectual (Lei n° 9.609 de 1998). 46. Competência da Polícia Judiciária Militar (Lei n°

9.299 de 1996). 47. Crimes Hediondos (Lei n° 8.072 de 1990). 48. Proteção à vítima e a testemunha (Lei n° 9.807

de 1999). 49. Lei º 12.830/2013 (dispõe sobre a investigação

criminal conduzida pelo delegado de polícia). 50. Alterações de todas as normativas supracitadas.

Page 144: NOÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS

POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 144/144

NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO

1. Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios;

2. Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios;

3. Organização administrativa da União; administração direta e indireta;

4. Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos;

5. regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens;

6. regime disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa;

7. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder;

8. Ato administrativo: validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e sanatória;

9. classificação, espécies e exteriorização; vinculação e discricionariedade;

10. Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos; delegação, concessão, permissão, autorização;

11. Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo;

12. Responsabilidade civil do Estado.

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