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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 2/144
NOTA DOS AUTORES
Por que resolvemos criar uma apostila e distribuir de graça?
Quando começamos a estudar para concursos públicos nós não sabíamos como estudar, qual o material nos levaria até a aprovação de forma mais rápida. Fomos por muitas vezes enganados com apostilas compradas em bancas de revistas e outras.
Foi então que resolvemos criar nossa própria apostila, para auxiliar o nosso estudo para os concursos que fomos fazendo. Já tivemos algumas aprovações, então queremos difundir a nossa “técnica” de estudar para aqueles que estão começando tenha a oportunidade de adiantar os estudos e obter a tão sonhada aprovação.
Esta apostila vem para auxiliar nos seus estudos, sentimos em falar, mas só com ela não é suficiente. Bem sabemos que para se preparar para concursos precisamos treinar bastante, sendo assim, você concurseiro (a) deverá procurar resolver o número maior de questões da banca FUNCAB.
Nossa sugestão:
1) Leia está apostila de 3 a 5 vezes; 2) Resolva em torno de 20 a 40 provas da FUNCAB.
Observação: De importância para as matérias básicas - português, informática, história e geografia de Rondônia. Tendo em vista que elas farão a diferença na sua aprovação. Embora, nós, a princípio não vamos fazer apostilas dessas matérias.
Vocês seguindo a nossa sugestão é certa aprovação. Não tem jeito é INEVITÁVEL! Acredite em você, mesmo que tudo pareça que não vai dar certo. Caso não tenha concentração em casa, procure imediatamente uma biblioteca, pois, “biblioteca é o jardim dos sonhos” de um estudante.
Lembrando que como diz o professor Wilber: “O suor que hoje jás do seu rosto, servirá de refrigero para sua alma amanhã”, pois, por mais longe que possa parecer estar uma data um dia ela chegará e não importará se estará preparado ou não, ela chegará. Então que você e nós possamos estarmos preparados para o dia de nossa vitória que já foi decretada.
Visite sempre a nossas páginas, lá tem muita motivação para não deixar você olhar para baixo, mas, sim para o ALVO.
Seu sucesso é o nosso sucesso.
DIRETORIA DOS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA!
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PORTO VELHO 06/04/2014
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 3/144
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL –
LEIS ESPECIAIS
1. Abuso de Autoridade (Lei n° 4.898 de 1965). 2. Lei Antidrogas (Lei n° 11.343 de 2006). 3. Violência doméstica e familiar contra a
mulher (Lei n° 11.340 de 2006). 4. Crimes Hediondos (Lei n° 8.072 de 1990). 5. Lei do Crime Organizado (Lei n° 9.034 de
1995) [LEI REVOGADA] LEI 12.850/2013 (ESTÁ NA APOSTILA AS DUAS)
6. Lei da Execução Penal (Lei n° 7.210 de 1984).
7. Lei da Interceptação telefônica (Lei n° 9.296 de 1996).
8. Propriedade Intelectual (Lei n° 9.609 de 1998).
9. Competência da Polícia Judiciária Militar (Lei n° 9.299 de 1996).
10. Proteção à vítima e a testemunha (Lei n° 9.807 de 1999).
11. Lei º 12.830/2013 (dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia).
12. Lei dos Juizados Especiais (Lei n° 9.099 De 1995).
13. Lei dos Juizados Especiais Federais (Lei n° 10.259 de 2001).
14. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069 de 1990).
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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 4/144
1. Abuso de Autoridade (Lei n° 4.898 de 1965).
LEI Nº 4.898, DE 9 DE DEZEMBRO DE 1965.
Regula o Direito de Representação e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa civil e penal, contra as autoridades que, no exercício de suas funções, cometerem abusos, são regulados pela presente lei.
Art. 2º O direito de representação será exercido por meio de petição:
a) dirigida à autoridade superior que tiver competência legal para aplicar, à autoridade civil ou militar culpada, a respectiva sanção;
b) dirigida ao órgão do MP que tiver competência para iniciar processo-crime contra a autoridade culpada.
§ú. A representação será feita em duas vias e conterá a exposição do fato constitutivo do abuso de autoridade, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado e o rol de testemunhas, no máximo de 3, se as houver.
Art. 3º. Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:
a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;
j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício profissional.
Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:
a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou detenção ilegal que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se proponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa, desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial recibo de importância recebida a título de carceragem, custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
Art. 6º O abuso de autoridade sujeitará o seu autor à sanção administrativa civil e penal.
§ 1º A sanção administrativa será aplicada de acordo com a gravidade do abuso cometido e consistirá em:
a) advertência;
b) repreensão;
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 5/144
c) suspensão do cargo, função ou posto por prazo de 5 a 180d, com perda de vencimentos e vantagens;
d) destituição de função;
e) demissão;
f) demissão, a bem do serviço público.
§ 2º A sanção civil, caso não seja possível fixar o valor do dano, consistirá no pagamento de uma indenização de quinhentos a dez mil cruzeiros.
§ 3º A sanção penal será aplicada de acordo com as regras dos artigos 42 a 56 do Código Penal e consistirá em:
Art. 42 CP - Computam-se, na PPL e na medida de segurança, o tempo de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos estabelecimentos referidos no artigo anterior.
Art. 43 CP. As PRD são: I – prestação pecuniária; II – perda de bens e valores; III – [vetado] IV – prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; V – interdição temporária de direitos; VI – limitação de fim de semana.
Art. 44 CP. As PRD são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada PPL não +4a e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
§ 1o [vetado]
§ 2o Na condenação = ou -1a, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se +1a, a PPL pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da PPL a executar será deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o saldo -30d de detenção ou reclusão.
§ 5o Sobrevindo condenação a PPL, por outro crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena substitutiva anterior.
Art. 45 CP. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma deste e dos arts. 46, 47 e 48.
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não -1 s.m. nem +360 s.m. . O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto – o que for maior – o montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime.
Art. 46 CP. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações +6m de privação da liberdade.
§ 1o A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas consiste na atribuição de tarefas gratuitas ao condenado.
§ 2o A prestação de serviço à comunidade dar-se-á em entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões do condenado, devendo ser cumpridas à razão de 1h de tarefa por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de trabalho.
§ 4o Se a pena substituída for +1a, é facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca -1/2 da PPL fixada.
Art. 55. As PRD referidas nos incisos III [vetado], IV [prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas], V [interdição temporária de direitos] e VI [limitação de fim de semana] do art. 43 terão a mesma duração da PPL substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. 46.
-Art. 46. § 4o Se a pena substituída for +1a, é
facultado ao condenado cumprir a pena substitutiva
em menor tempo (art. 55), nunca -1/2 da PPL fixada.
Art. 47 CP - As penas de interdição temporária de direitos são: I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo; II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público; III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo. IV – proibição de freqüentar determinados lugares. V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
Art. 48 CP - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5h diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
§ú - Durante a permanência poderão ser ministrados ao condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.
Art. 49 CP - A pena de multa consiste no pagamento ao fundo penitenciário da quantia fixada na sentença e calculada em dias-multa. Será, -10 e, +360 dias-multa.
§ 1º - O valor do dia-multa será fixado pelo juiz não podendo ser -1/30 do maior s.m mensal vigente ao tempo do fato, nem +5x esse salário.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 6/144
§ 2º - O valor da multa será atualizado, quando da execução, pelos índices de correção monetária.
Art. 50 CP - A multa deve ser paga dentro de 10d depois de transitada em julgado a sentença. A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o pagamento se realize em parcelas mensais.
§ 1º - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante desconto no vencimento ou salário do condenado quando: a) aplicada isoladamente; b) aplicada cumulativamente com pena restritiva de direitos; c) concedida a suspensão condicional da pena.
§ 2º - O desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.
Art. 51 CP - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição.
Art. 52 CP - É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental.
Art. 53 CP - As PPL têm seus limites estabelecidos na sanção correspondente a cada tipo legal de crime.
Art. 54 CP - As PRD são aplicáveis, independentemente de cominação na parte especial, em substituição à PPL, fixada em quantidade -1a, ou nos crimes culposos.
Art. 55 CP. As PRD referidas nos incisos III [vetado], IV [prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas], V [interdição temporária de direitos] e VI [limitação de fim de semana] do art. 43 terão a mesma duração da PPL substituída, ressalvado o disposto no § 4o do art. 46.
-Art. 46. § 4o Se a pena substituída for +1a, é facultado
ao condenado cumprir a pena substitutiva em menor
tempo (art. 55), nunca -1/2 da PPL fixada.
Art. 56 CP- As penas de interdição, previstas nos incisos I [proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo] e II [proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público] do art. 47 deste Código, aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes.
a) multa de cem a cinco mil cruzeiros;
b) detenção por 10d a 6m;
c) perda do cargo e a inabilitação para o exercício de qualquer outra função pública por prazo até 3as.
§ 4º As penas previstas no parágrafo anterior poderão ser aplicadas autônoma ou cumulativamente.
§ 5º Quando o abuso for cometido por agente de autoridade policial, civil ou militar, de qualquer categoria, poderá ser cominada a pena autônoma ou acessória, de não poder o acusado exercer funções de natureza policial ou militar no município da culpa, por prazo de 1 a 5a.
art. 7º recebida a representação em que for solicitada a aplicação de sanção administrativa, a autoridade civil ou militar competente determinará a instauração de inquérito para apurar o fato.
§ 1º O inquérito administrativo obedecerá às normas estabelecidas nas leis municipais, estaduais ou federais, civis ou militares, que estabeleçam o respectivo processo.
§ 2º não existindo no município no Estado ou na legislação militar normas reguladoras do inquérito administrativo serão aplicadas supletivamente, as disposições dos arts. 219 a 225 da Lei nº 1.711, de 28 de outubro de 1952 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União) – revogada pela lei 8.112.
§ 3º O processo administrativo não poderá ser sobrestado para o fim de aguardar a decisão da ação penal ou civil.
Art. 8º A sanção aplicada será anotada na ficha funcional da autoridade civil ou militar.
Art. 9º Simultaneamente com a representação dirigida à autoridade administrativa ou independentemente dela, poderá ser promovida pela vítima do abuso, a responsabilidade civil ou penal ou ambas, da autoridade culpada.
Art. 10. Vetado
Art. 11. À ação civil serão aplicáveis as normas do Código de Processo Civil.
Art. 12. A ação penal será iniciada, independentemente de inquérito policial ou justificação por denúncia do MP, instruída com a representação da vítima do abuso.
Art. 13. Apresentada ao MP a representação da vítima, aquele, no prazo de 48hs, denunciará o réu, desde que o fato narrado constitua abuso de autoridade, e requererá ao Juiz a sua citação, e, bem assim, a designação de audiência de instrução e julgamento.
§ 1º A denúncia do MP será apresentada em duas vias.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá:
a) promover a comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas qualificadas;
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 7/144
b) requerer ao Juiz, até 72hs antes da audiência de instrução e julgamento, a designação de um perito para fazer as verificações necessárias.
§ 1º O perito ou as testemunhas farão o seu relatório e prestarão seus depoimentos verbalmente, ou o apresentarão por escrito, querendo, na audiência de instrução e julgamento.
§ 2º No caso previsto na letra a deste artigo [promover a
comprovação da existência de tais vestígios, por meio de duas testemunhas
qualificadas] a representação poderá conter a indicação de +2 testemunhas.
Art. 15. Se o órgão do MP, ao invés de apresentar a denúncia requerer o arquivamento da representação, o Juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa da representação ao Procurador-Geral e este oferecerá a denúncia, ou designará outro órgão do MP para oferecê-la ou insistirá no arquivamento, ao qual só então deverá o Juiz atender.
Art. 16. Se o órgão do MP não oferecer a denúncia no prazo fixado nesta lei, será admitida ação privada. O órgão do MP poderá, porém, aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva e intervir em todos os termos do processo, interpor recursos e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal.
Art. 17. Recebidos os autos, o Juiz, dentro do prazo de 48hs, proferirá despacho, recebendo ou rejeitando a denúncia.
§ 1º No despacho em que receber a denúncia, o Juiz designará, desde logo, dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, que deverá ser realizada, improrrogavelmente. dentro de 5d.
§ 2º A citação do réu para se ver processar, até julgamento final e para comparecer à audiência de instrução e julgamento, será feita por mandado sucinto que, será acompanhado da segunda via da representação e da denúncia.
Art. 18. As testemunhas de acusação e defesa poderão ser apresentada em juízo, independentemente de intimação.
§ú. Não serão deferidos pedidos de precatória para a audiência ou a intimação de testemunhas ou, salvo o caso previsto no artigo 14, letra "b", requerimentos para a realização de diligências, perícias ou exames, a não ser que o Juiz, em despacho motivado, considere indispensáveis tais providências.
Art. 14. Se a ato ou fato constitutivo do abuso de autoridade houver deixado vestígios o ofendido ou o acusado poderá: b) requerer ao Juiz, até 72hs antes da audiência de instrução e julgamento, a designação de um perito para fazer as verificações necessárias.
Art. 19. A hora marcada, o Juiz mandará que o porteiro dos auditórios ou o oficial de justiça declare aberta a audiência, apregoando em seguida o réu, as testemunhas, o perito, o representante do MP ou o advogado que tenha subscrito a queixa e o advogado ou defensor do réu.
§ú. A audiência somente deixará de realizar-se se ausente o Juiz.
Art. 20. Se até meia hora depois da hora marcada o Juiz não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de termos de audiência.
Art. 21. A audiência de instrução e julgamento será pública, se contrariamente não dispuser o Juiz, e realizar-se-á em dia útil, entre 10 e 18hs, na sede do Juízo ou, excepcionalmente, no local que o Juiz designar.
Art. 22. Aberta a audiência o Juiz fará a qualificação e o interrogatório do réu, se estiver presente.
§ú. Não comparecendo o réu nem seu advogado, o Juiz nomeará imediatamente defensor para funcionar na audiência e nos ulteriores termos do processo.
Art. 23. Depois de ouvidas as testemunhas e o perito, o Juiz dará a palavra sucessivamente, ao MP ou ao advogado que houver subscrito a queixa e ao advogado ou defensor do réu, pelo prazo de 15min para cada um, prorrogável por +10, a critério do Juiz.
Art. 24. Encerrado o debate, o Juiz proferirá imediatamente a sentença.
Art. 25. Do ocorrido na audiência o escrivão lavrará no livro próprio, ditado pelo Juiz, termo que conterá, em resumo, os depoimentos e as alegações da acusação e da defesa, os requerimentos e, por extenso, os despachos e a sentença.
Art. 26. Subscreverão o termo o Juiz, o representante do MP ou o advogado que houver subscrito a queixa, o advogado ou defensor do réu e o escrivão.
Art. 27. Nas comarcas onde os meios de transporte forem difíceis e não permitirem a observância dos prazos fixados nesta lei, o juiz poderá aumentá-las, sempre motivadamente, até o dobro.
Art. 28. Nos casos omissos, serão aplicáveis as normas do CPP, sempre que compatíveis com o sistema de instrução e julgamento regulado por esta lei.
§ú. Das decisões, despachos e sentenças, caberão os recursos e apelações previstas no Código de Processo Penal.
Art. 29. Revogam-se as disposições em contrário.
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2. Lei Antidrogas (Lei n° 11.343 de 2006).
LEI Nº 11.343, DE 23 DE AGOSTO DE 2006.
Mensagem de veto
Regulamento
Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção nãoautorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas
Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.
§ú. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Art. 2o Ficam proibidas, em todo o território nacional,
as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais possam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Viena, das Nações Unidas, sobre Substâncias Psicotrópicas, de 1971, a respeito de plantas de uso estritamente ritualístico-religioso.
§ú. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científicos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscalização, respeitadas as ressalvas supramencionadas.
TÍTULO II
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar,
organizar e coordenar as atividades relacionadas com:
I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
CAPÍTULO I
DOS PRINCÍPIOS E DOS OBJETIVOS
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 4o São princípios do Sisnad:
I - o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autonomia e à sua liberdade;
II - o respeito à diversidade e às especificidades populacionais existentes;
III - a promoção dos valores éticos, culturais e de cidadania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados;
IV - a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad;
V - a promoção da responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade, reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sisnad;
VI - o reconhecimento da intersetorialidade dos fatores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito;
VII - a integração das estratégias nacionais e internacionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito;
VIII - a articulação com os órgãos do MP e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad;
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 9/144
IX - a adoção de abordagem multidisciplinar que reconheça a interdependência e a natureza complementar das atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas;
X - a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social;
XI - a observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas - Conad.
Art. 5o O Sisnad tem os seguintes objetivos:
I - contribuir para a inclusão social do cidadão, visando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comportamentos correlacionados;
II - promover a construção e a socialização do conhecimento sobre drogas no país;
III - promover a integração entre as políticas de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da U/DF/E/M;
IV - assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de que trata o art. 3
o desta Lei.
Art. 3o O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, organizar e coordenar as atividades relacionadas com: I - a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinserção social de usuários e dependentes de drogas; II - a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
CAPÍTULO II
DA COMPOSIÇÃO E DA ORGANIZAÇÃO
DO SISTEMA NACIONAL DE POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS
Art. 6o (VETADO)
Art. 7o A organização do Sisnad assegura a orientação
central e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, distrital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento desta Lei.
Art. 8o (VETADO)
CAPÍTULO III
Art. 9o Ao Art. 14. (VETADOS)
CAPÍTULO IV
DA COLETA, ANÁLISE E DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES
SOBRE DROGAS
Art. 15. (VETADO)
Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao órgão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União.
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.
TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DE PREVENÇÃO DO USO INDEVIDO, ATENÇÃO E
REINSERÇÃO SOCIAL DE USUÁRIOS E DEPENDENTES DE DROGAS
CAPÍTULO I
DA PREVENÇÃO
Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso indevido de drogas, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para a redução dos fatores de vulnerabilidade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção.
Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
I - o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a comunidade à qual pertence;
II - a adoção de conceitos objetivos e de fundamentação científica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e privados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam;
III - o fortalecimento da autonomia e da responsabilidade individual em relação ao uso indevido de drogas;
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IV - o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabelecimento de parcerias;
V - a adoção de estratégias preventivas diferenciadas e adequadas às especificidades socioculturais das diversas populações, bem como das diferentes drogas utilizadas;
VI - o reconhecimento do “não-uso”, do “retardamento do uso” e da redução de riscos como resultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados;
VII - o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em consideração as suas necessidades específicas;
VIII - a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso indevido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares;
IX - o investimento em alternativas esportivas, culturais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida;
X - o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso indevido de drogas para profissionais de educação nos 3 níveis de ensino;
XI - a implantação de projetos pedagógicos de prevenção do uso indevido de drogas, nas instituições de ensino público e privado, alinhados às Diretrizes Curriculares Nacionais e aos conhecimentos relacionados a drogas;
XII - a observância das orientações e normas emanadas do Conad;
XIII - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.
§ú. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emanadas pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - Conanda.
CAPÍTULO II
DAS ATIVIDADES DE ATENÇÃO E DE REINSERÇÃO SOCIAL
DE USUÁRIOS OU DEPENDENTES DE DROGAS
Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos danos associados ao uso de drogas.
Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuário ou do dependente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta Lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais.
Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes:
I - respeito ao usuário e ao dependente de drogas, independentemente de quaisquer condições, observados os direitos fundamentais da pessoa humana, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social;
II - a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que considerem as suas peculiaridades socioculturais;
III - definição de projeto terapêutico individualizado, orientado para a inclusão social e para a redução de riscos e de danos sociais e à saúde;
IV - atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que possível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais;
V - observância das orientações e normas emanadas do Conad;
VI - o alinhamento às diretrizes dos órgãos de controle social de políticas setoriais específicas.
Art. 23. As redes dos serviços de saúde da U/E/DF/M desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta Lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada.
Art. 24. A U/E/DF/M poderão conceder benefícios às instituições privadas que desenvolverem programas de reinserção no mercado de trabalho, do usuário e do dependente de drogas encaminhados por órgão oficial.
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Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucrativos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade orçamentária e financeira.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.
CAPÍTULO III
DOS CRIMES E DAS PENAS
Art. 27. As penas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o MP e o defensor.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 1o Às mesmas medidas submete-se quem, para seu
consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependência física ou psíquica.
§ 2o Para determinar se a droga destinava-se a
consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos antecedentes do agente.
§ 3o As penas previstas nos incisos II [prestação de serviços à
comunidade] e III [medida educativa de comparecimento a programa ou
curso educativo] do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5m.
§ 4o Em caso de reincidência, as penas previstas nos
incisos II [prestação de serviços à comunidade] e III [medida educativa de
comparecimento a programa ou curso educativo] do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10m.
§ 5o A prestação de serviços à comunidade será
cumprida em programas comunitários, entidades educacionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrativos, que se
ocupem, preferencialmente, da prevenção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas.
§ 6o Para garantia do cumprimento das medidas
educativas a que se refere o caput, nos incisos I [advertência
sobre os efeitos das drogas], II [prestação de serviços à comunidade] e III [medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo], a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente a:
I - admoestação verbal;
II - multa.
§ 7o O juiz determinará ao Poder Público que coloque à
disposição do infrator, gratuitamente, estabelecimento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado.
Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6
o do art. 28 [multa], o juiz, atendendo à
reprovabilidade da conduta, fixará o número de dias-multa, em quantidade nunca -40 nem +100, atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3x o valor do maior salário mínimo.
§ú. Os valores decorrentes da imposição da multa a que se refere o § 6
o do art. 28 serão creditados à conta do Fundo
Nacional Antidrogas.
Art. 30. Prescrevem em 2a a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal.
Art. 107 CP - Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do
agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII,VIII – [revogados] ; IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
Art. 108 CP - A extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão.
Art. 109 CP. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da PPL cominada ao crime, verificando-se:
Art. 110 - § 1o A prescrição, depois da sentença
condenatória com trânsito em julgado para a
acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-
se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma
hipótese, ter por termo inicial data anterior à da
denúncia ou queixa.
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I - em 20a, se o máximo da pena é +12; II - em 16a, se o máximo da pena é +8a e não +12; III - em 12a, se o máximo da pena é +4a e não +8; IV - em 8a, se o máximo da pena é +2a e não +4; V - em 4a, se o máximo da pena é =1a ou, sendo superior, não +2; VI - em 3a, se o máximo da pena é -1a. §ú - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade.
Art. 110 CP - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se +1/3, se o condenado é reincidente. § 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa.
Art. 111 CP - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, começa a correr: I - do dia em que o crime se consumou; II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido.
Art. 112 CP - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena.
Art. 113 CP - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena.
Art. 114 CP - A prescrição da pena de multa ocorrerá: I - em 2a, quando a multa for a única cominada ou aplicada; II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da PPL, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.
Art. 115 CP - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, -21a, ou, na data da sentença, +70a.
Art. 116 CP - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro. §ú - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo.
Art. 117 CP - O curso da prescrição interrompe-se: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; VI - pela reincidência. § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V [pelo início ou continuação do cumprimento da pena], todo o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção.
Art. 118 CP - As penas mais leves prescrevem com as mais graves.
Art. 119 CP - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.
Art. 120 CP - A sentença que conceder perdão judicial não será considerada para efeitos de reincidência.
TÍTULO IV
DA REPRESSÃO À PRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
E AO TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, transformar, preparar, possuir, manter em depósito, importar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria-prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais.
Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que recolherão quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova.
§ 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no
prazo máximo de 30d, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova.
§ 2o A incineração prevista no § 1
o deste artigo será
precedida de autorização judicial, ouvido o MP, e executada pela autoridade de polícia judiciária competente, na presença de representante do MP e da autoridade sanitária competente, mediante auto circunstanciado e após a perícia realizada no local da incineração.
§ 3o Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a
plantação, observar-se-á, além das cautelas necessárias à proteção ao meio ambiente, o disposto no Decreto n
o 2.661,
de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente - Sisnama.
§ 4o As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão
expropriadas, conforme o disposto no art. 243 da Constituição Federal, de acordo com a legislação em vigor.
Art. 243 CF. As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
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CAPÍTULO II
DOS CRIMES
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão de 5 a 15a e pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas;
II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas;
III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido
de droga: (Vide ADI 4274)
Pena - detenção, de 1 a 3a, e multa de 100 a 300 dias-multa.
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de
lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem:
Pena - detenção, de 6m a 1a, e pagamento de 700 a 1.500 dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1
o deste
artigo, as penas poderão ser reduzidas de 1/6 a 2/3, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o
agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa.
(Vide Resolução nº 5, de 2012)
[Art. 1º Resolução nº 5, de 2012 do Senado Federal - É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus nº 97.256/RS.]
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.
Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1
o, e 34 desta Lei:
Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa,
exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda,
oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou
guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-
prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de
drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de
plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação
de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que
tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância,
ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.
Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa.
§ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
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Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1
o, e 34 desta Lei:
Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa,
exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda,
oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou
guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-
prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de
drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de
plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação
de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que
tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância,
ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.
Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1
o, e 34 desta
Lei:
Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa,
exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda,
oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou
guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em
desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-
prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de
drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de
plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação
de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que
tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância,
ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente,
sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.
Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Pena - detenção, de 6m a 2a, e pagamento de 50 a 200 dias-multa.
§ú. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria profissional a que pertença o agente.
Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consumo de drogas, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem:
Pena - detenção, de 6m a 3a, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de obtê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 a 400 dias-multa.
§ú. As penas de prisão e multa, aplicadas cumulativamente com as demais, serão de 4 a 6a e de 400 a 600 dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de 1/6 a 2/3, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
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VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de 1/3 a 2/3.
Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com preponderância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente.
Art. 59 CP - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da PPL; IV - a substituição da PRL aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta Lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta Lei, determinará o número de dias-multa, atribuindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não –1/30 avos nem +5x o maior salário-mínimo.
§ú. As multas, que em caso de concurso de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e
34 a 37 desta Lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos.
Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.
Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.
§ú. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cumprimento de 2/3 da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico.
Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da dependência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ú. Quando absolver o agente, reconhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições referidas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado.
Art. 46. As penas podem ser reduzidas de 1/3 a 2/3 se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta Lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.
Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminhamento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta Lei.
Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a medida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sistema penitenciário.
CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO PENAL
Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
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§ 1o O agente de qualquer das condutas previstas no
art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei n
o 9.099, de
26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 a 15a e pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: Pena - detenção, de 1 a 3a, e multa de 100 a 300 dias-multa.
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6m a 1a, e pagamento de 700 a 1.500 dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de 1/6 a 2/3, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)
[Art. 1º Resolução nº 5, de 2012 do Senado Federal - É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus nº 97.256/RS.]
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.
Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.
Art. 60 Lei 9.099. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes
togados ou togados e leigos, tem competência para a
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de
menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de conexão e
continência. §ú. Na reunião de processos, perante o juízo
comum ou o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras
de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da
transação penal e da composição dos danos civis.
Art. 61 Lei 9.099. Consideram-se infrações penais de menor
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções
penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não +2a,
cumulada ou não com multa.
Art. 62 Lei 9.099. O processo perante o Juizado Especial orientar-
se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia
processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a
reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena
não privativa de liberdade.
§ 2o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta
Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas.
§ 3o Se ausente a autoridade judicial, as providências
previstas no § 2o deste artigo serão tomadas de imediato
pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente.
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§ 4o Concluídos os procedimentos de que trata o § 2
o
deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado.
§ 5o Para os fins do disposto no art. 76 da Lei n
o 9.099,
de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais, o MP poderá propor a aplicação imediata de pena prevista no art. 28 desta Lei, a ser especificada na proposta.
Art. 76 Lei 9.099. Havendo representação ou tratando-se de
crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de
arquivamento, o MP poderá propor a aplicação imediata de pena
restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1
o, e 34 a 37 desta Lei, o juiz, sempre que as
circunstâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei n
o 9.807, de 13 de julho de 1999.
Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.
Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.
Seção I
Da Investigação
Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de polícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do MP, em 24hs.
§ 1o Para efeito da lavratura do auto de prisão em
flagrante e estabelecimento da materialidade do delito, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea.
§ 2o O perito que subscrever o laudo a que se refere o §
1o deste artigo não ficará impedido de participar da
elaboração do laudo definitivo.
Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30d, se o indiciado estiver preso, e de 90d, quando solto.
§ú. Os prazos a que se refere este artigo podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o MP, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária.
Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreendido, o local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.
§ú. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares:
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3d antes da audiência de instrução e julgamento;
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juízo competente até 3d antes da audiência de instrução e julgamento.
Art. 53. Em qualquer fase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta Lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o MP, os seguintes procedimentos investigatórios:
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I - a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes;
II - a não-atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros produtos utilizados em sua produção, que se encontrem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribuição, sem prejuízo da ação penal cabível.
§ú. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conhecidos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores.
Seção II
Da Instrução Criminal
Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao MP para, no prazo de 10d, adotar uma das seguintes providências:
I - requerer o arquivamento;
II - requisitar as diligências que entender necessárias;
III - oferecer denúncia, arrolar até 5 testemunhas e requerer as demais provas que entender pertinentes.
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10d.
§ 1o Na resposta, consistente em defesa preliminar e
exceções, o acusado poderá argüir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5, arrolar testemunhas.
§ 2o As exceções serão processadas em apartado, nos
termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de
outubro de 1941 - Código de Processo Penal. Art. 95 CPP. Poderão ser opostas as exceções de: I - suspeição;
II - incompetência de juízo; III - litispendência; IV - ilegitimidade
de parte; V - coisa julgada.
Art. 96 CPP. A argüição de suspeição precederá a qualquer
outra, salvo quando fundada em motivo superveniente.
Art. 97 CPP. O juiz que espontaneamente afirmar suspeição
deverá fazê-lo por escrito, declarando o motivo legal, e remeterá
imediatamente o processo ao seu substituto, intimadas as partes.
Art. 98 CPP. Quando qualquer das partes pretender recusar o
juiz, deverá fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por
procurador com poderes especiais, aduzindo as suas razões
acompanhadas de prova documental ou do rol de testemunhas.
Art. 99 CPP. Se reconhecer a suspeição, o juiz sustará a marcha
do processo, mandará juntar aos autos a petição do recusante
com os documentos que a instruam, e por despacho se declarará
suspeito, ordenando a remessa dos autos ao substituto.
Art. 100 CPP. Não aceitando a suspeição, o juiz mandará autuar
em apartado a petição, dará sua resposta dentro em 3d,
podendo instruí-la e oferecer testemunhas, e, em seguida,
determinará sejam os autos da exceção remetidos, dentro em
24hs, ao juiz ou tribunal a quem competir o julgamento. § 1o
Reconhecida, preliminarmente, a relevância da argüição, o juiz
ou tribunal, com citação das partes, marcará dia e hora para a
inquirição das testemunhas, seguindo-se o julgamento,
independentemente de mais alegações. § 2o Se a suspeição for
de manifesta improcedência, o juiz ou relator a rejeitará
liminarmente.
Art. 101 CPP. Julgada procedente a suspeição, ficarão nulos os
atos do processo principal, pagando o juiz as custas, no caso de
erro inescusável; rejeitada, evidenciando-se a malícia do
excipiente, a este será imposta a multa de duzentos mil-réis a
dois contos de réis.
Art. 102 CPP. Quando a parte contrária reconhecer a
procedência da argüição, poderá ser sustado, a seu
requerimento, o processo principal, até que se julgue o incidente
da suspeição.
Art. 103 CPP. No STF e nos Tribunais de Apelação, o juiz que se
julgar suspeito deverá declará-lo nos autos e, se for revisor,
passar o feito ao seu substituto na ordem da precedência, ou, se
for relator, apresentar os autos em mesa para nova distribuição.
§ 1o Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar-se
por suspeito, deverá fazê-lo verbalmente, na sessão de
julgamento, registrando-se na ata a declaração. § 2o Se o
presidente do tribunal se der por suspeito, competirá ao seu
substituto designar dia para o julgamento e presidi-lo. § 3o
Observar-se-á, quanto à argüição de suspeição pela parte, o
disposto nos arts. 98 a 101, no que Ihe for aplicável, atendido, se
o juiz a reconhecer, o que estabelece este artigo. § 4o A
suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo tribunal
pleno, funcionando como relator o presidente. § 5o Se o
recusado for o presidente do tribunal, o relator será o vice-
presidente.
Art. 104 CPP. Se for argüida a suspeição do órgão do MP, o juiz,
depois de ouvi-lo, decidirá, sem recurso, podendo antes admitir a
produção de provas no prazo de 3d.
Art. 105 CPP. As partes poderão também argüir de suspeitos os
peritos, os intérpretes e os serventuários ou funcionários de
justiça, decidindo o juiz de plano e sem recurso, à vista da
matéria alegada e prova imediata.
Art. 106 CPP. A suspeição dos jurados deverá ser argüida
oralmente, decidindo de plano do presidente do Tribunal do Júri,
que a rejeitará se, negada pelo recusado, não for imediatamente
comprovada, o que tudo constará da ata.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 19/144
Art. 107 CPP. Não se poderá opor suspeição às autoridades
policiais nos atos do inquérito, mas deverão elas declarar-se
suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
Art. 108 CPP. A exceção de incompetência do juízo poderá ser
oposta, verbalmente ou por escrito, no prazo de defesa. § 1o Se,
ouvido o MP, for aceita a declinatória, o feito será remetido ao
juízo competente, onde, ratificados os atos anteriores, o processo
prosseguirá. § 2o Recusada a incompetência, o juiz continuará no
feito, fazendo tomar por termo a declinatória, se formulada
verbalmente.
Art. 109 CPP. Se em qualquer fase do processo o juiz reconhecer
motivo que o torne incompetente, declará-lo-á nos autos, haja ou
não alegação da parte, prosseguindo-se na forma do artigo
anterior.
Art. 110 CPP. Nas exceções de litispendência, ilegitimidade de
parte e coisa julgada, será observado, no que Ihes for aplicável, o
disposto sobre a exceção de incompetência do juízo. § 1o Se a
parte houver de opor mais de uma dessas exceções, deverá fazê-
lo numa só petição ou articulado. § 2o A exceção de coisa
julgada somente poderá ser oposta em relação ao fato principal,
que tiver sido objeto da sentença.
Art. 111 CPP. As exceções serão processadas em autos
apartados e não suspenderão, em regra, o andamento da ação
penal.
Art. 112 CPP. O juiz, o órgão do MP, os serventuários ou
funcionários de justiça e os peritos ou intérpretes abster-se-ão
de servir no processo, quando houver incompatibilidade ou
impedimento legal, que declararão nos autos. Se não se der a
abstenção, a incompatibilidade ou impedimento poderá ser
argüido pelas partes, seguindo-se o processo estabelecido para a
exceção de suspeição.
Art. 113 CPP. As questões atinentes à competência resolver-se-
ão não só pela exceção própria, como também pelo conflito
positivo ou negativo de jurisdição.
§ 3o Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz
nomeará defensor para oferecê-la em 10d, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação.
§ 4o Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5d.
§ 5o Se entender imprescindível, o juiz, no prazo
máximo de 10d, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias.
Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a citação pessoal do acusado, a intimação do MP, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais.
§ 1o Tratando-se de condutas tipificadas como infração
do disposto nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 a 37 desta Lei, o
juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de suas atividades, se for funcionário público, comunicando ao órgão respectivo.
Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.
Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.
§ 2o A audiência a que se refere o caput deste artigo
será realizada dentro dos 30d seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias.
Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das testemunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do MP e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 min para cada um, prorrogável por +10, a critério do juiz.
§ú. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.
Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato, ou o fará em 10d, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 20/144
§ 1o Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido
controvérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto, ou sobre a regularidade do respectivo laudo, determinará que se proceda na forma do art. 32, § 1
o, desta Lei, preservando-se,
para eventual contraprova, a fração que fixar.
Art. 32. § 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no
prazo máximo de 30d, guardando-se as amostras necessárias à
preservação da prova.
§ 2o Igual procedimento poderá adotar o juiz, em
decisão motivada e, ouvido o MP, quando a quantidade ou valor da substância ou do produto o indicar, precedendo a medida a elaboração e juntada aos autos do laudo toxicológico.
Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o,
e 34 a 37 desta Lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na sentença condenatória.
Art. 33. § 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.
Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.
CAPÍTULO IV
DA APREENSÃO, ARRECADAÇÃO E DESTINAÇÃO DE BENS DO ACUSADO
Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do MP ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o MP, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreensão e outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consistentes em produtos dos crimes previstos nesta Lei, ou que constituam proveito auferido com sua prática, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-Lei n
o 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de
Processo Penal. Art. 125 CPP. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos
pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já
tenham sido transferidos a terceiro.
Art. 126 CPP. Para a decretação do seqüestro, bastará a
existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens.
Art. 127 CPP. O juiz, de ofício, a requerimento do MP ou do
ofendido, ou mediante representação da autoridade policial,
poderá ordenar o seqüestro, em qualquer fase do processo ou
ainda antes de oferecida a denúncia ou queixa.
Art. 128 CPP. Realizado o seqüestro, o juiz ordenará a sua
inscrição no Registro de Imóveis.
Art. 129 CPP. O seqüestro autuar-se-á em apartado e admitirá
embargos de terceiro.
Art. 130 CPP. O seqüestro poderá ainda ser embargado: I - pelo
acusado, sob o fundamento de não terem os bens sido adquiridos
com os proventos da infração; II - pelo terceiro, a quem
houverem os bens sido transferidos a título oneroso, sob o
fundamento de tê-los adquirido de boa-fé. §ú. Não poderá ser
pronunciada decisão nesses embargos antes de passar em
julgado a sentença condenatória.
Art. 131 CPP. O seqüestro será levantado: I - se a ação penal não
for intentada no prazo de 60d, contado da data em que ficar
concluída a diligência; II - se o terceiro, a quem tiverem sido
transferidos os bens, prestar caução que assegure a aplicação do
disposto no art. 74, II, b, segunda parte, do Código Penal
[revogados]; III - se for julgada extinta a punibilidade ou
absolvido o réu, por sentença transitada em julgado.
Art. 132 CPP. Proceder-se-á ao seqüestro dos bens móveis se,
verificadas as condições previstas no art. 126, não for cabível a
medida regulada no Capítulo Xl do Título Vll deste Livro.
Art. 126. Para a decretação do seqüestro, bastará a
existência de indícios veementes da proveniência
ilícita dos bens.
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Art. 133 CPP. Transitada em julgado a sentença condenatória, o
juiz, de ofício ou a requerimento do interessado, determinará a
avaliação e a venda dos bens em leilão público. §ú. Do dinheiro
apurado, será recolhido ao Tesouro Nacional o que não couber
ao lesado ou a terceiro de boa-fé.
Art. 134 CPP. A hipoteca legal sobre os imóveis do indiciado
poderá ser requerida pelo ofendido em qualquer fase do
processo, desde que haja certeza da infração e indícios
suficientes da autoria.
Art. 135 CPP. Pedida a especialização mediante requerimento,
em que a parte estimará o valor da responsabilidade civil, e
designará e estimará o imóvel ou imóveis que terão de ficar
especialmente hipotecados, o juiz mandará logo proceder ao
arbitramento do valor da responsabilidade e à avaliação do
imóvel ou imóveis. § 1o A petição será instruída com as provas ou
indicação das provas em que se fundar a estimação da
responsabilidade, com a relação dos imóveis que o responsável
possuir, se outros tiver, além dos indicados no requerimento, e
com os documentos comprobatórios do domínio. § 2o O
arbitramento do valor da responsabilidade e a avaliação dos
imóveis designados far-se-ão por perito nomeado pelo juiz, onde
não houver avaliador judicial, sendo-lhe facultada a consulta dos
autos do processo respectivo. § 3o O juiz, ouvidas as partes no
prazo de 2d, que correrá em cartório, poderá corrigir o
arbitramento do valor da responsabilidade, se Ihe parecer
excessivo ou deficiente. § 4o O juiz autorizará somente a
inscrição da hipoteca do imóvel ou imóveis necessários à
garantia da responsabilidade. § 5o O valor da responsabilidade
será liquidado definitivamente após a condenação, podendo ser
requerido novo arbitramento se qualquer das partes não se
conformar com o arbitramento anterior à sentença condenatória.
§ 6o Se o réu oferecer caução suficiente, em dinheiro ou em
títulos de dívida pública, pelo valor de sua cotação em Bolsa, o
juiz poderá deixar de mandar proceder à inscrição da hipoteca
legal.
Art. 136 CPP. O arresto do imóvel poderá ser decretado de
início, revogando-se, porém, se no prazo de 15d não for
promovido o processo de inscrição da hipoteca legal.
Art. 137 CPP. Se o responsável não possuir bens imóveis ou os
possuir de valor insuficiente, poderão ser arrestados bens móveis
suscetíveis de penhora, nos termos em que é facultada a
hipoteca legal dos imóveis.
§ 1o Se esses bens forem coisas fungíveis e facilmente
deterioráveis, proceder-se-á na forma do § 5o do art. 120.
Art. 120. § 5o Tratando-se de coisas facilmente
deterioráveis, serão avaliadas e levadas a leilão
público, depositando-se o dinheiro apurado, ou
entregues ao terceiro que as detinha, se este for
pessoa idônea e assinar termo de responsabilidade.
§ 2o Das rendas dos bens móveis poderão ser fornecidos recursos
arbitrados pelo juiz, para a manutenção do indiciado e de sua
família.
Art. 138 CPP. O processo de especialização da hipoteca e do
arresto correrão em auto apartado.
Art. 139 CPP. O depósito e a administração dos bens arrestados
ficarão sujeitos ao regime do processo civil.
Art. 140 CPP. As garantias do ressarcimento do dano alcançarão
também as despesas processuais e as penas pecuniárias, tendo
preferência sobre estas a reparação do dano ao ofendido.
Art. 141 CPP. O arresto será levantado ou cancelada a hipoteca,
se, por sentença irrecorrível, o réu for absolvido ou julgada
extinta a punibilidade.
Art. 142 CPP. Caberá ao MP promover as medidas estabelecidas
nos arts. 134 e 137, se houver interesse da Fazenda Pública, ou se
o ofendido for pobre e o requerer.
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do
indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em
qualquer fase do processo, desde que haja certeza da
infração e indícios suficientes da autoria.
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis
ou os possuir de valor insuficiente, poderão ser
arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos
termos em que é facultada a hipoteca legal dos
imóveis.
Art. 143 CPP. Passando em julgado a sentença condenatória,
serão os autos de hipoteca ou arresto remetidos ao juiz do cível
(art. 63).
Art. 63. Transitada em julgado a sentença
condenatória, poderão promover-lhe a execução, no
juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o
ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros.
Art. 144 CPP. Os interessados ou, nos casos do art. 142, o MP
poderão requerer no juízo cível, contra o responsável civil, as
medidas previstas nos arts. 134, 136 e 137.
Art. 134. A hipoteca legal sobre os imóveis do
indiciado poderá ser requerida pelo ofendido em
qualquer fase do processo, desde que haja certeza da
infração e indícios suficientes da autoria.
Art. 136. O arresto do imóvel poderá ser decretado
de início, revogando-se, porém, se no prazo de 15d
não for promovido o processo de inscrição da hipoteca
legal.
Art. 137. Se o responsável não possuir bens imóveis
ou os possuir de valor insuficiente, poderão ser
arrestados bens móveis suscetíveis de penhora, nos
termos em que é facultada a hipoteca legal dos
imóveis.
§ 1o Decretadas quaisquer das medidas previstas neste
artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5d, apresente ou requeira a produção de provas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto da decisão.
§ 2o Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o
juiz decidirá pela sua liberação.
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§ 3o Nenhum pedido de restituição será conhecido sem
o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores.
§ 4o A ordem de apreensão ou seqüestro de bens,
direitos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvido o MP, quando a sua execução imediata possa comprometer as investigações.
Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o interesse público ou social, ressalvado o disposto no art. 62 desta Lei, mediante autorização do juízo competente, ouvido o MP e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso indevido, na atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.
§ú. Recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma de legislação específica.
§ 1o Comprovado o interesse público na utilização de
qualquer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o MP.
§ 2o Feita a apreensão a que se refere o caput deste
artigo, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emitidos como ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo competente a intimação do MP.
§ 3o Intimado, o MP deverá requerer ao juízo, em
caráter cautelar, a conversão do numerário apreendido em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das correspondentes quantias em conta judicial, juntando-se aos autos o recibo.
§ 4o Após a instauração da competente ação penal, o
MP, mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de órgãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e operações de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no interesse dessas atividades.
§ 5o Excluídos os bens que se houver indicado para os
fins previstos no § 4o deste artigo, o requerimento de
alienação deverá conter a relação de todos os demais bens apreendidos, com a descrição e a especificação de cada um deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde se encontram.
§ 6o Requerida a alienação dos bens, a respectiva
petição será autuada em apartado, cujos autos terão tramitação autônoma em relação aos da ação penal principal.
§ 7o Autuado o requerimento de alienação, os autos
serão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de instrumentalidade entre o delito e os objetos utilizados para a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo decurso do tempo, determinará a avaliação dos bens relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o MP e o interessado, este, se for o caso, por edital com prazo de 5d.
§ 8o Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências
sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e determinará sejam alienados em leilão.
§ 9o Realizado o leilão, permanecerá depositada em
conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3
o deste artigo.
§ 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo.
§ 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4o deste
artigo, recaindo a autorização sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento, em favor da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União.
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Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá sobre o perdimento do produto, bem ou valor apreendido, seqüestrado ou declarado indisponível.
§ 1o Os valores apreendidos em decorrência dos crimes
tipificados nesta Lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad.
§ 2o Compete à Senad a alienação dos bens
apreendidos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdimento já tenha sido decretado em favor da União.
§ 3o A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a
fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2o
deste artigo.
§ 4o Transitada em julgado a sentença condenatória, o
juiz do processo, de ofício ou a requerimento do MP, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo poder estejam, para os fins de sua destinação nos termos da legislação vigente.
Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os Estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas na liberação de equipamentos e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relacionados à questão das drogas.
TÍTULO V
DA COOPERAÇÃO INTERNACIONAL
Art. 65. De conformidade com os princípios da não-intervenção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial dos Estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e observado o espírito das Convenções das Nações Unidas e outros instrumentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando solicitado, cooperação a outros países e organismos internacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração, nas áreas de:
I - intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas;
II - intercâmbio de inteligência policial sobre produção e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de dinheiro e o desvio de precursores químicos;
III - intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos.
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 66. Para fins do disposto no §ú do art. 1o desta Lei,
até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se drogas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial, da Portaria SVS/MS n
o 344, de 12 de maio
de 1998. Art. 1o §ú. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as
substâncias ou os produtos capazes de causar dependência,
assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas
periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei no
7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de Estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e respeito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art. 17 desta Lei, pelas respectivas polícias judiciárias.
Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao tráfico ilícito de drogas integrarão sistema de informações do Poder Executivo.
Art. 68. A U/E/DF/M poderão criar estímulos fiscais e outros, destinados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas.
Art. 69. No caso de falência ou liquidação extrajudicial de empresas ou estabelecimentos hospitalares, de pesquisa, de ensino, ou congêneres, assim como nos serviços de saúde que produzirem, venderem, adquirirem, consumirem, prescreverem ou fornecerem drogas ou de qualquer outro em que existam essas substâncias ou produtos, incumbe ao juízo perante o qual tramite o feito:
I - determinar, imediatamente à ciência da falência ou liquidação, sejam lacradas suas instalações;
II - ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas arrecadadas;
III - dar ciência ao órgão do MP, para acompanhar o feito.
§ 1o Da licitação para alienação de substâncias ou
produtos não proscritos referidos no inciso II do caput deste artigo [ordenar à autoridade sanitária competente a urgente adoção das
medidas necessárias ao recebimento e guarda, em depósito, das drogas
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arrecadadas], só podem participar pessoas jurídicas regularmente habilitadas na área de saúde ou de pesquisa científica que comprovem a destinação lícita a ser dada ao produto a ser arrematado.
§ 2o Ressalvada a hipótese de que trata o § 3
o deste
artigo, o produto não arrematado será, ato contínuo à hasta pública, destruído pela autoridade sanitária, na presença dos Conselhos Estaduais sobre Drogas e do MP.
§ 3o Figurando entre o praceado e não arrematadas
especialidades farmacêuticas em condições de emprego terapêutico, ficarão elas depositadas sob a guarda do Ministério da Saúde, que as destinará à rede pública de saúde.
Art. 70. O processo e o julgamento dos crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, se caracterizado ilícito transnacional, são da competência da Justiça Federal.
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão de 5 a 15a e pagamento de 500 a 1.500 dias-multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produto químico destinado à preparação de drogas; II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas.
§ 2o Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevido de droga: Pena - detenção, de 1 a 3a, e multa de 100 a 300 dias-multa.
§ 3o Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena - detenção, de 6m a 1a, e pagamento de 700 a 1.500 dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28.
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
§ 4o Nos delitos definidos no caput e no § 1o deste artigo, as penas poderão ser reduzidas de 1/6 a 2/3, vedada a conversão em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. (Vide Resolução nº 5, de 2012)
[Art. 1º Resolução nº 5, de 2012 do Senado Federal - É suspensa a execução da expressão "vedada a conversão em penas restritivas de direitos" do § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006, declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal nos autos do Habeas Corpus nº 97.256/RS.]
Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 1.200 a 2.000 dias-multa.
Art. 35. Associarem-se 2 ou + pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 3 a 10a, e pagamento de 700 a 1.200 dias-multa. §ú. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei.
Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 8 a 20a, e pagamento de 1.500 a 4.000 dias-multa.
Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1o, e 34 desta Lei: Pena - reclusão, de 2 a 6a, e pagamento de 300 a 700 dias-multa.
§ú. Os crimes praticados nos Municípios que não sejam sede de vara federal serão processados e julgados na vara federal da circunscrição respectiva.
Art. 71. (VETADO)
Art. 72. Sempre que conveniente ou necessário, o juiz, de ofício, mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ou a requerimento do MP, determinará que se proceda, nos limites de sua jurisdição e na forma prevista no § 1
o do art. 32 desta Lei, à destruição de drogas em
processos já encerrados.
Art. 32. § 1o A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de 30d, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova.
Art. 73. A União poderá estabelecer convênios com os Estados e o com o Distrito Federal, visando à prevenção e repressão do tráfico ilícito e do uso indevido de drogas, e com os Municípios, com o objetivo de prevenir o uso indevido delas e de possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas. (Redação dada pela Lei nº 12.219, de 2010)
Art. 74. Esta Lei entra em vigor 45d após a sua publicação.
Art. 75. Revogam-se a Lei no 6.368, de 21 de outubro de
1976, e a Lei no 10.409, de 11 de janeiro de 2002.
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3. Violência doméstica e familiar contra a mulher (Lei n° 11.340 de 2006).
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
LEI Nº 11.340, DE 7 DE AGOSTO DE 2006.
Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da CF, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o CPP, o CP e a Lei LEP; e dá outras providências.
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1o Esta Lei cria mecanismos para coibir e prevenir a
violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos
do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção
sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a
Mulher, da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados
internacionais ratificados pela República Federativa do
Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas
de assistência e proteção às mulheres em situação de
violência doméstica e familiar.
Art. 2o Toda mulher, independentemente de classe,
raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível
educacional, idade e religião, goza dos direitos fundamentais
inerentes à pessoa humana, sendo-lhe asseguradas as
oportunidades e facilidades para viver sem violência,
preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento
moral, intelectual e social.
Art. 3o Serão asseguradas às mulheres as condições
para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à
saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao
acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à
convivência familiar e comunitária.
§ 1o O poder público desenvolverá políticas que visem
garantir os direitos humanos das mulheres no âmbito das
relações domésticas e familiares no sentido de resguardá-las
de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão.
§ 2o Cabe à família, à sociedade e ao poder público criar
as condições necessárias para o efetivo exercício dos direitos
enunciados no caput.
Art. 4o Na interpretação desta Lei, serão considerados
os fins sociais a que ela se destina e, especialmente, as
condições peculiares das mulheres em situação de violência
doméstica e familiar.
TÍTULO II
DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 5o Para os efeitos desta Lei, configura violência
doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou
omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão,
sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou
patrimonial:
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida
como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou
sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente
agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a
comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por
afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o
agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida,
independentemente de coabitação.
§ún. As relações pessoais enunciadas neste artigo
independem de orientação sexual.
Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher
constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 26/144
CAPÍTULO II - DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER
Art. 7o São formas de violência doméstica e familiar
contra a mulher, entre outras:
I - a violência física, entendida como qualquer conduta
que ofenda sua integridade ou saúde corporal;
II - a violência psicológica, entendida como qualquer
conduta que lhe cause dano emocional e diminuição da
auto-estima ou que lhe prejudique e perturbe o pleno
desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas
ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante
ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação,
isolamento, vigilância constante, perseguição contumaz,
insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação
do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause
prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação;
III - a violência sexual, entendida como qualquer
conduta que a constranja a presenciar, a manter ou a
participar de relação sexual não desejada, mediante
intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua
sexualidade, que a impeça de usar qualquer método
contraceptivo ou que a force ao matrimônio, à gravidez, ao
aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem,
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício
de seus direitos sexuais e reprodutivos;
IV - a violência patrimonial, entendida como qualquer
conduta que configure retenção, subtração, destruição
parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho,
documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas
necessidades;
V - a violência moral, entendida como qualquer conduta
que configure calúnia, difamação ou injúria.
TÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
CAPÍTULO I - DAS MEDIDAS INTEGRADAS DE PREVENÇÃO
Art. 8o A política pública que visa coibir a violência
doméstica e familiar contra a mulher far-se-á por meio de
um conjunto articulado de ações da União, dos Estados, do
DF e dos Municípios e de ações não-governamentais, tendo
por diretrizes:
I - a integração operacional do Poder Judiciário, do MP
e da Defensoria Pública com as áreas de segurança pública,
assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação;
II - a promoção de estudos e pesquisas, estatísticas e
outras informações relevantes, com a perspectiva de gênero
e de raça ou etnia, concernentes às causas, às
conseqüências e à freqüência da violência doméstica e
familiar contra a mulher, para a sistematização de dados, a
serem unificados nacionalmente, e a avaliação periódica dos
resultados das medidas adotadas;
III - o respeito, nos meios de comunicação social, dos
valores éticos e sociais da pessoa e da família, de forma a
coibir os papéis estereotipados que legitimem ou exacerbem
a violência doméstica e familiar, de acordo com o
estabelecido no inciso III do art. 1o, no inciso IV do art. 3
o e
no inciso IV do art. 221 da Constituição Federal;
IV - a implementação de atendimento policial
especializado para as mulheres, em particular nas Delegacias
de Atendimento à Mulher;
V - a promoção e a realização de campanhas educativas
de prevenção da violência doméstica e familiar contra a
mulher, voltadas ao público escolar e à sociedade em geral,
e a difusão desta Lei e dos instrumentos de proteção aos
direitos humanos das mulheres;
VI - a celebração de convênios, protocolos, ajustes,
termos ou outros instrumentos de promoção de parceria
entre órgãos governamentais ou entre estes e entidades
não-governamentais, tendo por objetivo a implementação
de programas de erradicação da violência doméstica e
familiar contra a mulher;
VII - a capacitação permanente das Polícias Civil e
Militar, da Guarda Municipal, do Corpo de Bombeiros e dos
profissionais pertencentes aos órgãos e às áreas enunciados
no inciso I quanto às questões de gênero e de raça ou etnia;
VIII - a promoção de programas educacionais que
disseminem valores éticos de irrestrito respeito à dignidade
da pessoa humana com a perspectiva de gênero e de raça ou
etnia;
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 27/144
IX - o destaque, nos currículos escolares de todos os
níveis de ensino, para os conteúdos relativos aos direitos
humanos, à eqüidade de gênero e de raça ou etnia e ao
problema da violência doméstica e familiar contra a mulher.
CAPÍTULO II - DA ASSISTÊNCIA À MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR
Art. 9o A assistência à mulher em situação de violência
doméstica e familiar será prestada de forma articulada e
conforme os princípios e as diretrizes previstos na Lei
Orgânica da Assistência Social, no Sistema Único de Saúde,
no Sistema Único de Segurança Pública, entre outras normas
e políticas públicas de proteção, e emergencialmente
quando for o caso.
§ 1o O juiz determinará, por prazo certo, a inclusão da
mulher em situação de violência doméstica e familiar no
cadastro de programas assistenciais do governo federal,
estadual e municipal.
§ 2o O juiz assegurará à mulher em situação de violência
doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e
psicológica:
I - acesso prioritário à remoção quando servidora
pública, integrante da administração direta ou indireta;
II - manutenção do vínculo trabalhista, quando
necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis
meses.
§ 3o A assistência à mulher em situação de violência
doméstica e familiar compreenderá o acesso aos benefícios
decorrentes do desenvolvimento científico e tecnológico,
incluindo os serviços de contracepção de emergência, a
profilaxia das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) e
da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) e outros
procedimentos médicos necessários e cabíveis nos casos de
violência sexual.
CAPÍTULO III - DO ATENDIMENTO PELA AUTORIDADE POLICIAL
Art. 10. Na hipótese da iminência ou da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher, a autoridade
policial que tomar conhecimento da ocorrência adotará, de
imediato, as providências legais cabíveis.
§ún. Aplica-se o disposto no caput deste artigo ao
descumprimento de medida protetiva de urgência deferida.
Art. 11. No atendimento à mulher em situação de
violência doméstica e familiar, a autoridade policial deverá,
entre outras providências:
I - garantir proteção policial, quando necessário,
comunicando de imediato ao MP e ao Poder Judiciário;
II - encaminhar a ofendida ao hospital ou posto de
saúde e ao Instituto Médico Legal;
III - fornecer transporte para a ofendida e seus
dependentes para abrigo ou local seguro, quando houver
risco de vida;
IV - se necessário, acompanhar a ofendida para
assegurar a retirada de seus pertences do local da
ocorrência ou do domicílio familiar;
V - informar à ofendida os direitos a ela conferidos
nesta Lei e os serviços disponíveis.
Art. 12. Em todos os casos de violência doméstica e
familiar contra a mulher, feito o registro da ocorrência,
deverá a autoridade policial adotar, de imediato, os
seguintes procedimentos, sem prejuízo daqueles previstos
no CPP:
I - ouvir a ofendida, lavrar o boletim de ocorrência e
tomar a representação a termo, se apresentada;
II - colher todas as provas que servirem para o
esclarecimento do fato e de suas circunstâncias;
III - remeter, no prazo de 48h, expediente apartado ao
juiz com o pedido da ofendida, para a concessão de medidas
protetivas de urgência;
IV - determinar que se proceda ao exame de corpo de
delito da ofendida e requisitar outros exames periciais
necessários;
V - ouvir o agressor e as testemunhas;
VI - ordenar a identificação do agressor e fazer juntar
aos autos sua folha de antecedentes criminais, indicando a
existência de mandado de prisão ou registro de outras
ocorrências policiais contra ele;
VII - remeter, no prazo legal, os autos do inquérito
policial ao juiz e ao MP.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 28/144
§ 1o O pedido da ofendida será tomado a termo pela
autoridade policial e deverá conter:
I - qualificação da ofendida e do agressor;
II - nome e idade dos dependentes;
III - descrição sucinta do fato e das medidas protetivas
solicitadas pela ofendida.
§ 2o A autoridade policial deverá anexar ao documento
referido no § 1o o boletim de ocorrência e cópia de todos os
documentos disponíveis em posse da ofendida.
§ 3o Serão admitidos como meios de prova os laudos ou
prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos de
saúde.
TÍTULO IV
DOS PROCEDIMENTOS
CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 13. Ao processo, ao julgamento e à execução das
causas cíveis e criminais decorrentes da prática de violência
doméstica e familiar contra a mulher aplicar-se-ão as
normas dos CPP e CPC e da legislação específica relativa à
criança, ao adolescente e ao idoso que não conflitarem com
o estabelecido nesta Lei.
Art. 14. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher, órgãos da Justiça Ordinária com
competência cível e criminal, poderão ser criados pela
União, no DF e nos Territórios, e pelos Estados, para o
processo, o julgamento e a execução das causas decorrentes
da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.
§ún. Os atos processuais poderão realizar-se em horário
noturno, conforme dispuserem as normas de organização
judiciária.
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, para os
processos cíveis regidos por esta Lei, o Juizado:
I - do seu domicílio ou de sua residência;
II - do lugar do fato em que se baseou a demanda;
III - do domicílio do agressor.
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas à
representação da ofendida de que trata esta Lei, só será
admitida a renúncia à representação perante o juiz, em
audiência especialmente designada com tal finalidade,
antes do recebimento [podendo ser posterior?] da denúncia
e ouvido o MP.
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de violência
doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta
básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a
substituição de pena que implique o pagamento isolado de
multa.
CAPÍTULO II - DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA
Seção I - Disposições Gerais
Art. 18. Recebido o expediente com o pedido da
ofendida, caberá ao juiz, no prazo de 48h:
I - conhecer do expediente e do pedido e decidir sobre
as medidas protetivas de urgência;
II - determinar o encaminhamento da ofendida ao
órgão de assistência judiciária, quando for o caso;
III - comunicar ao MP para que adote as providências
cabíveis.
Art. 19. As medidas protetivas de urgência poderão ser
concedidas pelo juiz, a requerimento do MP ou a pedido da
ofendida.
§ 1o As medidas protetivas de urgência poderão ser
concedidas de imediato, independentemente de audiência
das partes e de manifestação do MP, devendo este ser
prontamente comunicado.
§ 2o As medidas protetivas de urgência serão aplicadas
isolada ou cumulativamente, e poderão ser substituídas a
qualquer tempo por outras de maior eficácia, sempre que os
direitos reconhecidos nesta Lei forem ameaçados ou
violados.
§ 3o Poderá o juiz, a requerimento do MP ou a pedido
da ofendida, conceder novas medidas protetivas de urgência
ou rever aquelas já concedidas, se entender necessário à
proteção da ofendida, de seus familiares e de seu
patrimônio, ouvido o MP.
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Art. 20. Em qualquer fase do inquérito policial ou da
instrução criminal, caberá a prisão preventiva do agressor,
decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do MP ou
mediante representação da autoridade policial [= art. 312 do
CPP].
§ún. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no
curso do processo, verificar a falta de motivo para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos atos
processuais relativos ao agressor, especialmente dos
pertinentes ao ingresso e à saída da prisão, sem prejuízo da
intimação do advogado constituído ou do defensor público.
§ún. A ofendida não poderá entregar intimação ou
notificação ao agressor.
Seção II - Das Medidas Protetivas de Urgência que Obrigam o Agressor
Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e
familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá
aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou
separadamente, as seguintes medidas protetivas de
urgência, entre outras:
I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas,
com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei
no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;
II - afastamento do lar, domicílio ou local de
convivência com a ofendida;
III - proibição de determinadas condutas, entre as
quais:
a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das
testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre
estes e o agressor;
b) contato com a ofendida, seus familiares e
testemunhas por qualquer meio de comunicação;
c) freqüentação de determinados lugares a fim de
preservar a integridade física e psicológica da ofendida;
IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes
menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar
ou serviço similar;
V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.
§ 1o As medidas referidas neste artigo não impedem a
aplicação de outras previstas na legislação em vigor, sempre
que a segurança da ofendida ou as circunstâncias o exigirem,
devendo a providência ser comunicada ao MP.
§ 2o Na hipótese de aplicação do inciso I, encontrando-
se o agressor nas condições mencionadas no caput e incisos
do art. 6o da Lei n
o 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o
juiz comunicará ao respectivo órgão, corporação ou
instituição as medidas protetivas de urgência concedidas e
determinará a restrição do porte de armas, ficando o
superior imediato do agressor responsável pelo
cumprimento da determinação judicial, sob pena de incorrer
nos crimes de prevaricação ou de desobediência, conforme
o caso.
§ 3o Para garantir a efetividade das medidas protetivas
de urgência, poderá o juiz requisitar, a qualquer momento,
auxílio da força policial.
§ 4o Aplica-se às hipóteses previstas neste artigo, no
que couber, o disposto no caput e nos §§ 5o e 6º do art. 461
do Código de Processo Civil [tutela específica].
Seção III - Das Medidas Protetivas de Urgência à Ofendida
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo
de outras medidas:
I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a
programa oficial ou comunitário de proteção ou de
atendimento;
II - determinar a recondução da ofendida e a de seus
dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do
agressor;
III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem
prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e
alimentos;
IV - determinar a separação de corpos.
Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da
sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da
mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as
seguintes medidas, entre outras:
I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo
agressor à ofendida;
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 30/144
II - proibição temporária para a celebração de atos e
contratos de compra, venda e locação de propriedade em
comum, salvo expressa autorização judicial;
III - suspensão das procurações conferidas pela
ofendida ao agressor;
IV - prestação de caução provisória, mediante depósito
judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática
de violência doméstica e familiar contra a ofendida.
§ún. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para
os fins previstos nos incisos II e III deste artigo.
CAPÍTULO III - DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO
Art. 25. O MP intervirá, quando não for parte, nas
causas cíveis e criminais decorrentes da violência doméstica
e familiar contra a mulher.
Art. 26. Caberá ao MP, sem prejuízo de outras
atribuições, nos casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher, quando necessário:
I - requisitar força policial e serviços públicos de saúde,
de educação, de assistência social e de segurança, entre
outros;
II - fiscalizar os estabelecimentos públicos e particulares
de atendimento à mulher em situação de violência
doméstica e familiar, e adotar, de imediato, as medidas
administrativas ou judiciais cabíveis no tocante a quaisquer
irregularidades constatadas;
III - cadastrar os casos de violência doméstica e familiar
contra a mulher.
CAPÍTULO IV - DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais,
a mulher em situação de violência doméstica e familiar
deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o
previsto no art. 19 desta Lei.
Art. 28. É garantido a toda mulher em situação de
violência doméstica e familiar o acesso aos serviços de
Defensoria Pública ou de Assistência Judiciária Gratuita, nos
termos da lei, em sede policial e judicial, mediante
atendimento específico e humanizado.
TÍTULO V
DA EQUIPE DE ATENDIMENTO MULTIDISCIPLINAR
Art. 29. Os Juizados de Violência Doméstica e Familiar
contra a Mulher que vierem a ser criados poderão contar
com uma equipe de atendimento multidisciplinar, a ser
integrada por profissionais especializados nas áreas
psicossocial, jurídica e de saúde.
Art. 30. Compete à equipe de atendimento
multidisciplinar, entre outras atribuições que lhe forem
reservadas pela legislação local, fornecer subsídios por
escrito ao juiz, ao MP e à Defensoria Pública, mediante
laudos ou verbalmente em audiência, e desenvolver
trabalhos de orientação, encaminhamento, prevenção e
outras medidas, voltados para a ofendida, o agressor e os
familiares, com especial atenção às crianças e aos
adolescentes.
Art. 31. Quando a complexidade do caso exigir
avaliação mais aprofundada, o juiz poderá determinar a
manifestação de profissional especializado, mediante a
indicação da equipe de atendimento multidisciplinar.
Art. 32. O Poder Judiciário, na elaboração de sua
proposta orçamentária, poderá prever recursos para a
criação e manutenção da equipe de atendimento
multidisciplinar, nos termos da Lei de Diretrizes
Orçamentárias.
TÍTULO VI
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Art. 33. Enquanto não estruturados os Juizados de
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas
criminais acumularão as competências cível e criminal para
conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de
violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas
as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação
processual pertinente.
§ún. Será garantido o direito de preferência, nas varas
criminais, para o processo e o julgamento das causas
referidas no caput.
TÍTULO VII
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 34. A instituição dos Juizados de Violência
Doméstica e Familiar contra a Mulher poderá ser
acompanhada pela implantação das curadorias necessárias e
do serviço de assistência judiciária.
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Art. 35. A União, o DF, os Estados e os Municípios
poderão criar e promover, no limite das respectivas
competências:
I - centros de atendimento integral e multidisciplinar
para mulheres e respectivos dependentes em situação de
violência doméstica e familiar;
II - casas-abrigos para mulheres e respectivos
dependentes menores em situação de violência doméstica e
familiar;
III - delegacias, núcleos de defensoria pública, serviços
de saúde e centros de perícia médico-legal especializados no
atendimento à mulher em situação de violência doméstica e
familiar;
IV - programas e campanhas de enfrentamento da
violência doméstica e familiar;
V - centros de educação e de reabilitação para os
agressores.
Art. 36. A União, os Estados, o DF e os Municípios
promoverão a adaptação de seus órgãos e de seus
programas às diretrizes e aos princípios desta Lei.
Art. 37. A defesa dos interesses e direitos
transindividuais previstos nesta Lei poderá ser exercida,
concorrentemente, pelo MP e por associação de atuação na
área, regularmente constituída há pelo menos um ano, nos
termos da legislação civil.
§ún. O requisito da pré-constituição poderá ser
dispensado pelo juiz quando entender que não há outra
entidade com representatividade adequada para o
ajuizamento da demanda coletiva.
Art. 38. As estatísticas sobre a violência doméstica e
familiar contra a mulher serão incluídas nas bases de dados
dos órgãos oficiais do Sistema de Justiça e Segurança a fim
de subsidiar o sistema nacional de dados e informações
relativo às mulheres.
§ún. As Secretarias de Segurança Pública dos Estados e
do DF poderão remeter suas informações criminais para a
base de dados do Ministério da Justiça.
Art. 39. A U/E/DF/M, no limite de suas competências e
nos termos das respectivas LDOs, poderão estabelecer
dotações orçamentárias específicas, em cada exercício
financeiro, para a implementação das medidas estabelecidas
nesta Lei.
Art. 40. As obrigações previstas nesta Lei não excluem
outras decorrentes dos princípios por ela adotados.
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica
e familiar contra a mulher, independentemente da pena
prevista, não se aplica a Lei no 9.099, de 26 de setembro de
1995 [Lei dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais].
Art. 42. O art. 313 do Decreto-Lei no 3.689,/41 (Código
de Processo Penal), passa a vigorar acrescido do seguinte
inciso IV:
“Art. 313. IV - se o crime envolver violência doméstica
e familiar contra a mulher, nos termos da lei específica, para
garantir a execução das medidas protetivas de urgência.”
(NR)
Art. 43. A alínea f do inciso II do art. 61 do Decreto-Lei
no 2.848/40 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte
redação:
“Art. 61. ..........II - .............
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de
relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou
com violência contra a mulher na forma da lei específica;.....
” (NR)
Art. 44. O art. 129 do Decreto-Lei nº 2.848/40 (Código
Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 129. § 9o Se a lesão for praticada contra
ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro,
ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda,
prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de
coabitação ou de hospitalidade:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos.
§ 11. Na hipótese do § 9o deste artigo, a pena será
aumentada de um terço se o crime for cometido contra
pessoa portadora de deficiência.” (NR)
Art. 45. O art. 152 da Lei no 7.210, de 11 de julho de
1984, passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 152. .......
§ún. Nos casos de violência doméstica contra a mulher,
o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do
agressor a programas de recuperação e reeducação.” (NR)
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 8.8.2006
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 32/144
4. Crimes Hediondos (Lei n° 8.072 de 1990).
LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.
Mensagem de veto
Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes
crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Vide Lei nº 7.210, de 1984)
I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2
o, I, II, III, IV e
V);
Art 121. § 2°CP Se o homicídio é cometido: I - mediante paga ou
promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; II - por
motivo futil; III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia,
tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar
perigo comum; IV - à traição, de emboscada, ou mediante
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a
defesa do ofendido; V - para assegurar a execução, a ocultação,
a impunidade ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de
12 a 30a.
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);
Art. 157 - § 3º CP Se da violência resulta lesão corporal grave, a
pena é de reclusão, de 7 a 15a, além da multa; se resulta morte,
a reclusão é de 20 a 30a, sem prejuízo da multa.
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);
Art. 158 - § 2º CP- Aplica-se à extorsão praticada mediante
violência o disposto no § 3º do artigo anterior [Se da violência
resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 a 15a,
além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 a 30a, sem
prejuízo da multa].
IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ l
o, 2
o e 3
o);
Art. 159 - § 1o CP Se o seqüestro dura +24h, se o seqüestrado é -
18 ou +60a, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
Pena - reclusão, de 12 a 20a. § 2º - Se do fato resulta lesão
corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 16 a 24a. § 3º -
Se resulta a morte: Pena - reclusão, de 24 a 30a.
V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2
o);
Art. 213 CP. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 a 10a. § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é -18 ou +14a: Pena - reclusão, de 8 a 12a. § 2o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 a 30a
VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o,
2o, 3
o e 4
o);
Art. 217-A CP. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com –14a: Pena - reclusão, de 8 a 15a. § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. § 2o [vetado] § 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 10 a 20a. § 4o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 a 30a.
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).
Art. 267 - § 1º CP- Se do fato resulta morte, a pena é aplicada
em dobro.
VII-A – (VETADO)
VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1
o, § 1
o-A e § 1
o-B, com a
redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998).
Art. 273 CP- Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais: Pena - reclusão, de 10 a 15a, e multa.
§ 1º - Nas mesmas penas incorre quem importa, vende, expõe à venda, tem em depósito para vender ou, de qualquer forma, distribui ou entrega a consumo o produto falsificado, corrompido, adulterado ou alterado.
§ 1º-A - Incluem-se entre os produtos a que se refere este artigo os medicamentos, as matérias-primas, os insumos farmacêuticos, os cosméticos, os saneantes e os de uso em diagnóstico.
§ 1º-B - Está sujeito às penas deste artigo quem pratica as ações previstas no § 1º em relação a produtos em qualquer das seguintes condições: I - sem registro, quando exigível, no órgão de vigilância sanitária competente; II - em desacordo com a fórmula constante do registro previsto no inciso anterior; III - sem as características de identidade e qualidade admitidas para a sua comercialização; IV - com redução de seu valor terapêutico ou de sua atividade; V - de procedência ignorada; VI - adquiridos de estabelecimento sem licença da autoridade sanitária competente.
§ú. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1
o, 2
o e 3
o da Lei n
o 2.889, de 1
o
de outubro de 1956, tentado ou consumado.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 33/144
Art. 1º Quem, com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso, como tal:
a) matar membros do grupo;
Será Punido:
Art 121. § 2° CP Se o homicídio é cometido: I -
mediante paga ou promessa de recompensa, ou por
outro motivo torpe; II - por motivo futil; III - com
emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura
ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa
resultar perigo comum; IV - à traição, de emboscada,
ou mediante dissimulação ou outro recurso que
dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; V -
para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade
ou vantagem de outro crime: Pena - reclusão, de 12 a
30a.
b) causar lesão grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
Será Punido:
Art. 129. § 2° CP Se resulta: I - Incapacidade
permanente para o trabalho; II - enfermidade
incuravel; III perda ou inutilização do membro, sentido
ou função; IV - deformidade permanente; V - aborto:
Pena - reclusão, de 2 a 8a.
c) submeter intencionalmente o grupo a condições de existência capazes de ocasionar-lhe a destruição física total ou parcial;
Será Punido:
Art. 270 CP- Envenenar água potável, de uso comum ou particular, ou substância alimentícia ou medicinal destinada a consumo: Pena - reclusão, de 10 a 15a.
d) adotar medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
Será Punido:
Art. 125 CP- Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: Pena - reclusão, de 3 a 10a.
e) efetuar a transferência forçada de crianças do grupo para outro grupo;
Será Punido:
Art. 148 CP- Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: Pena - reclusão, de 1 a 3a.
Art. 2º Associarem-se +3 pessoas para prática dos crimes mencionados no artigo anterior: Pena: ½ da cominada aos crimes ali previstos.
Art. 3º Incitar, direta e publicamente alguém a cometer qualquer dos crimes de que trata o art. 1º: Pena: ½ das penas ali cominadas.
§ 1º A pena pelo crime de incitação será a mesma de crime incitado, se este se consumar.
§ 2º A pena será aumentada de 1/3, quando a incitação for cometida pela imprensa.
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:
I - anistia, graça e indulto;
II - fiança.
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será
cumprida inicialmente em regime fechado.
§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados
aos crimes previstos neste artigo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 da pena, se o apenado for primário, e de 3/5, se reincidente.
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz
decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei n
o
7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30d, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.
Art. 4º (Vetado).
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso:
"Art. 83. ..............................................................
V - cumprido + 2/3 da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza."
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu §ú; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 157 § 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 5 a 15a, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 a 30a, sem prejuízo da multa.
........................................................................
Art. 159. ...............................................................
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 34/144
Pena - reclusão, de 8 a 15a.
§ 1º .................................................................
Pena - reclusão, de 12 a 20a.
§ 2º .................................................................
Pena - reclusão, de 16 a 24a.
§ 3º .................................................................
Pena - reclusão, de 24 a 30a.
Art. 213. ...............................................................
Pena - reclusão, de 6 a 10a.
Art. 214. ...............................................................
Pena - reclusão, de 6 a 10a.
Art. 223. ...............................................................
Pena - reclusão, de 8 a 12a.
§ú. ........................................................
Pena - reclusão, de 12 a 25a.
Art. 267. ...............................................................
Pena - reclusão, de 10 a 15a.
Art. 270. ...............................................................
Pena - reclusão, de 10 a 15a.
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo:
"Art. 159 § 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de 1 a 2/3"
Art. 8º Será de 3 a 6a de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.
Art. 288 CP- Associarem-se +3 pessoas, em quadrilha ou bando, para o fim de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 a 3a.
§ú. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de 1 a 2/3.
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e §ú, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e §ú, todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de 30a de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.
Art. 157 - § 3º CP Se da violência resulta lesão corporal grave, a
pena é de reclusão, de 7 a 15a, além da multa; se resulta morte,
a reclusão é de 20 a 30a, sem prejuízo da multa.
Art. 158 - § 2º CP- Aplica-se à extorsão praticada mediante
violência o disposto no § 3º do artigo anterior [Se da violência
resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 7 a 15a,
além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 a 30a, sem
prejuízo da multa].
Art. 159 CP - Seqüestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate: Pena - reclusão, de 8 a 15a.
§ 1o Se o seqüestro dura +24h, se o seqüestrado é -18 ou +60a, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha. Pena - reclusão, de 12 a 20a.
§ 2º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 16 a 24a.
§ 3º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de 24 a 30a.
Art. 213 CP. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: Pena - reclusão, de 6 a 10a.
Art. 223 CP , Art. 224 CP - [revogado]
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de §ú, com a seguinte redação:
"Art. 35. §ú. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."
Art. 11. (Vetado).
Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República.
FERNANDO COLLOR Bernardo Cabral
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 35/144
Lei do Crime Organizado (Lei n° 9.034 de 1995).
[LEI REVOGADA PELA LEI 12.850/2013]
LEI Nº 9.034, DE 3 DE MAIO DE 1995.
Mensagem de veto
Dispõe sobre a utilização de meios operacionais para a prevenção e repressão de ações praticadas por organizações criminosas.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
CAPÍTULO I
Da Definição de Ação Praticada por Organizações Criminosas e dos Meios Operacionais de Investigação e Prova
Art. 1o Esta Lei define e regula meios de prova e
procedimentos investigatórios que versem sobre ilícitos decorrentes de ações praticadas por quadrilha ou bando ou organizações ou associações criminosas de qualquer tipo.
Art. 2o Em qualquer fase de persecução criminal são
permitidos, sem prejuízo dos já previstos em lei, os seguintes procedimentos de investigação e formação de provas:
I - (Vetado).
II - a ação controlada, que consiste em retardar a interdição policial do que se supõe ação praticada por organizações criminosas ou a ela vinculado, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz do ponto de vista da formação de provas e fornecimento de informações;
III - o acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancárias, financeiras e eleitorais.
IV – a captação e a interceptação ambiental de sinais eletromagnéticos, óticos ou acústicos, e o seu registro e análise, mediante circunstanciada autorização judicial;
V – infiltração por agentes de polícia ou de inteligência, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especializados pertinentes, mediante circunstanciada autorização judicial.
§ú. A autorização judicial será estritamente sigilosa e permanecerá nesta condição enquanto perdurar a infiltração.
CAPÍTULO II
Da Preservação do Sigilo Constitucional
Art. 3º Nas hipóteses do inciso III do art. 2º desta lei [o
acesso a dados, documentos e informações fiscais, bancárias, financeiras e
eleitorais], ocorrendo possibilidade de violação de sigilo preservado pela Constituição ou por lei, a diligência será realizada pessoalmente pelo juiz, adotado o mais rigoroso segredo de justiça.
§ 1º Para realizar a diligência, o juiz poderá requisitar o auxílio de pessoas que, pela natureza da função ou profissão, tenham ou possam ter acesso aos objetos do sigilo.
§ 2º O juiz, pessoalmente, fará lavrar auto circunstanciado da diligência, relatando as informações colhidas oralmente e anexando cópias autênticas dos documentos que tiverem relevância probatória, podendo para esse efeito, designar uma das pessoas referidas no parágrafo anterior como escrivão ad hoc.
§ 3º O auto de diligência será conservado fora dos autos do processo, em lugar seguro, sem intervenção de cartório ou servidor, somente podendo a ele ter acesso, na presença do juiz, as partes legítimas na causa, que não poderão dele servir-se para fins estranhos à mesma, e estão sujeitas às sanções previstas pelo Código Penal em caso de divulgação.
§ 4º Os argumentos de acusação e defesa que versarem sobre a diligência serão apresentados em separado para serem anexados ao auto da diligência, que poderá servir como elemento na formação da convicção final do juiz.
§ 5º Em caso de recurso, o auto da diligência será fechado, lacrado e endereçado em separado ao juízo competente para revisão, que dele tomará conhecimento sem intervenção das secretarias e gabinetes, devendo o relator dar vistas ao MP e ao Defensor em recinto isolado, para o efeito de que a discussão e o julgamento sejam mantidos em absoluto segredo de justiça.
CAPÍTULO III
Das Disposições Gerais
Art. 4º Os órgãos da polícia judiciária estruturarão setores e equipes de policiais especializados no combate à ação praticada por organizações criminosas.
Art. 5º A identificação criminal de pessoas envolvidas com a ação praticada por organizações criminosas será realizada independentemente da identificação civil.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 36/144
Art. 6º Nos crimes praticados em organização criminosa, a pena será reduzida de 1 a 2/3, quando a colaboração espontânea do agente levar ao esclarecimento de infrações penais e sua autoria.
Art. 7º Não será concedida liberdade provisória, com ou sem fiança, aos agentes que tenham tido intensa e efetiva participação na organização criminosa.
Art. 8° O prazo para encerramento da instrução criminal, nos processos por crime de que trata esta Lei, será de 81d, quando o réu estiver preso, e de 120d, quando solto.
Art. 9º O réu não poderá apelar em liberdade, nos crimes previstos nesta lei.
Art. 10 Os condenados por crime decorrentes de organização criminosa iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado.
Art. 11 Aplicam-se, no que não forem incompatíveis, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal.
Art. 12 Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 13 Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 3 de maio de 1995; 174º da Independência e 107º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Milton Seligman
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 4.5.1995
LEI 12.850/2013
LEI Nº 12.850, DE 2 DE AGOSTO DE 2013.
Vigência
Define organização criminosa e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal; altera o Decreto-Lei n
o 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal); revoga a Lei n
o 9.034, de 3 de maio de
1995; e dá outras providências.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA
Art. 1o Esta Lei define organização criminosa e dispõe
sobre a investigação criminal, os meios de obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal a ser aplicado.
§ 1o Considera-se organização criminosa a associação
de 4 ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4a, ou que sejam de caráter transnacional.
§ 2o Esta Lei se aplica também:
I - às infrações penais previstas em tratado ou convenção internacional quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
II - às organizações terroristas internacionais, reconhecidas segundo as normas de direito internacional, por foro do qual o Brasil faça parte, cujos atos de suporte ao terrorismo, bem como os atos preparatórios ou de execução de atos terroristas, ocorram ou possam ocorrer em território nacional.
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Art. 2o Promover, constituir, financiar ou integrar,
pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa:
Pena - reclusão, de 3 a 8a, e multa, sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem impede ou, de
qualquer forma, embaraça a investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
§ 2o As penas aumentam-se até a metade se na
atuação da organização criminosa houver emprego de arma de fogo.
§ 3o A pena é agravada para quem exerce o comando,
individual ou coletivo, da organização criminosa, ainda que não pratique pessoalmente atos de execução.
§ 4o A pena é aumentada de 1/6 a 2/3:
I - se há participação de criança ou adolescente;
II - se há concurso de funcionário público, valendo-se a organização criminosa dessa condição para a prática de infração penal;
III - se o produto ou proveito da infração penal destinar-se, no todo ou em parte, ao exterior;
IV - se a organização criminosa mantém conexão com outras organizações criminosas independentes;
V - se as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade da organização.
§ 5o Se houver indícios suficientes de que o
funcionário público integra organização criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à investigação ou instrução processual.
§ 6o A condenação com trânsito em julgado
acarretará ao funcionário público a perda do cargo, função, emprego ou mandato eletivo e a interdição para o exercício de função ou cargo público pelo prazo de 8a subsequentes ao cumprimento da pena.
§ 7o Se houver indícios de participação de policial nos
crimes de que trata esta Lei, a Corregedoria de Polícia instaurará inquérito policial e comunicará ao Ministério Público, que designará membro para acompanhar o feito até a sua conclusão.
CAPÍTULO II
DA INVESTIGAÇÃO E DOS MEIOS DE OBTENÇÃO DA PROVA
Art. 3o Em qualquer fase da persecução penal, serão
permitidos, sem prejuízo de outros já previstos em lei, os seguintes meios de obtenção da prova:
I - colaboração premiada;
II - captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos;
III - ação controlada;
IV - acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais;
V - interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas, nos termos da legislação específica;
VI - afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal, nos termos da legislação específica;
VII - infiltração, por policiais, em atividade de investigação, na forma do art. 11;
VIII - cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal.
Seção I
Da Colaboração Premiada
Art. 4o O juiz poderá, a requerimento das partes,
conceder o perdão judicial, reduzir em até 2/3 a pena privativa de liberdade ou substituí-la por restritiva de direitos daquele que tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e com o processo criminal, desde que dessa colaboração advenha um ou mais dos seguintes resultados:
I - a identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles praticadas;
II - a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organização criminosa;
III - a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organização criminosa;
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 38/144
IV - a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa;
V - a localização de eventual vítima com a sua integridade física preservada.
§ 1o Em qualquer caso, a concessão do benefício
levará em conta a personalidade do colaborador, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso e a eficácia da colaboração.
§ 2o Considerando a relevância da colaboração
prestada, o Ministério Público, a qualquer tempo, e o delegado de polícia, nos autos do inquérito policial, com a manifestação do Ministério Público, poderão requerer ou representar ao juiz pela concessão de perdão judicial ao colaborador, ainda que esse benefício não tenha sido previsto na proposta inicial, aplicando-se, no que couber, o art. 28 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal).
Art. 28. CPP Se o órgão do MP, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do MP para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Acatando as alegações do magistrado, poderá o PG determinar que um outro promotor promova a denúncia, respeitando assim a independência funcional do membro que requereu o arquivamento. O outro órgão estará obrigado a promover a denúncia, pois, como aponta Tourinho Filho, atua por delegação (longa manus) do PG. Todavia, parte da doutrina (minoritária) defende que o promotor designado deverá analisar as circunstâncias do caso, e entendendo que a denúncia não é pertinente, não estará obrigado a deflagrar o processo, restando ao PG designar outro membro do Parquet, ou ele mesmo atuar na causa, respeitando-se a independência funcional.
§ 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o
processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6m, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional.
§ 4o Nas mesmas hipóteses do caput, o Ministério
Público poderá deixar de oferecer denúncia se o colaborador:
I - não for o líder da organização criminosa;
II - for o primeiro a prestar efetiva colaboração nos termos deste artigo.
§ 5o Se a colaboração for posterior à sentença, a pena
poderá ser reduzida até a metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos objetivos.
§ 6o O juiz não participará das negociações realizadas
entre as partes para a formalização do acordo de colaboração, que ocorrerá entre o delegado de polícia, o investigado e o defensor, com a manifestação do Ministério Público, ou, conforme o caso, entre o Ministério Público e o investigado ou acusado e seu defensor.
§ 7o Realizado o acordo na forma do § 6
o, o
respectivo termo, acompanhado das declarações do colaborador e de cópia da investigação, será remetido ao juiz para homologação, o qual deverá verificar sua regularidade, legalidade e voluntariedade, podendo para este fim, sigilosamente, ouvir o colaborador, na presença de seu defensor.
§ 8o O juiz poderá recusar homologação à proposta
que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto.
§ 9o Depois de homologado o acordo, o colaborador
poderá, sempre acompanhado pelo seu defensor, ser ouvido pelo membro do Ministério Público ou pelo delegado de polícia responsável pelas investigações.
§ 10. As partes podem retratar-se da proposta, caso em que as provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser utilizadas exclusivamente em seu desfavor.
§ 11. A sentença apreciará os termos do acordo homologado e sua eficácia.
§ 12. Ainda que beneficiado por perdão judicial ou não denunciado, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial.
§ 13. Sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações.
§ 14. Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
§ 15. Em todos os atos de negociação, confirmação e execução da colaboração, o colaborador deverá estar assistido por defensor.
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§ 16. Nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador.
Art. 5o São direitos do colaborador:
I - usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica;
II - ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados;
III - ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes;
IV - participar das audiências sem contato visual com os outros acusados;
V - não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito;
VI - cumprir pena em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condenados.
Art. 6o O termo de acordo da colaboração premiada
deverá ser feito por escrito e conter:
I - o relato da colaboração e seus possíveis resultados;
II - as condições da proposta do Ministério Público ou do delegado de polícia;
III - a declaração de aceitação do colaborador e de seu defensor;
IV - as assinaturas do representante do Ministério Público ou do delegado de polícia, do colaborador e de seu defensor;
V - a especificação das medidas de proteção ao colaborador e à sua família, quando necessário.
Art. 7o O pedido de homologação do acordo será
sigilosamente distribuído, contendo apenas informações que não possam identificar o colaborador e o seu objeto.
§ 1o As informações pormenorizadas da colaboração
serão dirigidas diretamente ao juiz a que recair a distribuição, que decidirá no prazo de 48hs.
§ 2o O acesso aos autos será restrito ao juiz, ao
Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização
judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento.
§ 3o O acordo de colaboração premiada deixa de ser
sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5
o.
Seção II
Da Ação Controlada
Art. 8o Consiste a ação controlada em retardar a
intervenção policial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no momento mais eficaz à formação de provas e obtenção de informações.
§ 1o O retardamento da intervenção policial ou
administrativa será previamente comunicado ao juiz competente que, se for o caso, estabelecerá os seus limites e comunicará ao Ministério Público.
§ 2o A comunicação será sigilosamente distribuída de
forma a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetuada.
§ 3o Até o encerramento da diligência, o acesso aos
autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia, como forma de garantir o êxito das investigações.
§ 4o Ao término da diligência, elaborar-se-á auto
circunstanciado acerca da ação controlada.
Art. 9o Se a ação controlada envolver transposição de
fronteiras, o retardamento da intervenção policial ou administrativa somente poderá ocorrer com a cooperação das autoridades dos países que figurem como provável itinerário ou destino do investigado, de modo a reduzir os riscos de fuga e extravio do produto, objeto, instrumento ou proveito do crime.
Seção III
Da Infiltração de Agentes
Art. 10. A infiltração de agentes de polícia em tarefas de investigação, representada pelo delegado de polícia ou requerida pelo Ministério Público, após manifestação técnica do delegado de polícia quando solicitada no curso de inquérito policial, será precedida de circunstanciada, motivada e sigilosa autorização judicial, que estabelecerá seus limites.
§ 1o Na hipótese de representação do delegado de
polícia, o juiz competente, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 40/144
§ 2o Será admitida a infiltração se houver indícios de
infração penal de que trata o art. 1o e se a prova não puder
ser produzida por outros meios disponíveis.
§ 3o A infiltração será autorizada pelo prazo de até
6m, sem prejuízo de eventuais renovações, desde que comprovada sua necessidade.
§ 4o Findo o prazo previsto no § 3
o, o relatório
circunstanciado será apresentado ao juiz competente, que imediatamente cientificará o Ministério Público.
§ 5o No curso do inquérito policial, o delegado de
polícia poderá determinar aos seus agentes, e o Ministério Público poderá requisitar, a qualquer tempo, relatório da atividade de infiltração.
Art. 11. O requerimento do Ministério Público ou a representação do delegado de polícia para a infiltração de agentes conterão a demonstração da necessidade da medida, o alcance das tarefas dos agentes e, quando possível, os nomes ou apelidos das pessoas investigadas e o local da infiltração.
Art. 12. O pedido de infiltração será sigilosamente distribuído, de forma a não conter informações que possam indicar a operação a ser efetivada ou identificar o agente que será infiltrado.
§ 1o As informações quanto à necessidade da
operação de infiltração serão dirigidas diretamente ao juiz competente, que decidirá no prazo de 24hs, após manifestação do Ministério Público na hipótese de representação do delegado de polícia, devendo-se adotar as medidas necessárias para o êxito das investigações e a segurança do agente infiltrado.
§ 2o Os autos contendo as informações da operação
de infiltração acompanharão a denúncia do Ministério Público, quando serão disponibilizados à defesa, assegurando-se a preservação da identidade do agente.
§ 3o Havendo indícios seguros de que o agente
infiltrado sofre risco iminente, a operação será sustada mediante requisição do Ministério Público ou pelo delegado de polícia, dando-se imediata ciência ao Ministério Público e à autoridade judicial.
Art. 13. O agente que não guardar, em sua atuação, a devida proporcionalidade com a finalidade da investigação, responderá pelos excessos praticados.
§ú. Não é punível, no âmbito da infiltração, a prática de crime pelo agente infiltrado no curso da investigação, quando inexigível conduta diversa.
Art. 14. São direitos do agente:
I - recusar ou fazer cessar a atuação infiltrada;
II - ter sua identidade alterada, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 9
o da Lei n
o 9.807, de 13 de julho
de 1999, bem como usufruir das medidas de proteção a testemunhas;
III - ter seu nome, sua qualificação, sua imagem, sua voz e demais informações pessoais preservadas durante a investigação e o processo criminal, salvo se houver decisão judicial em contrário;
IV - não ter sua identidade revelada, nem ser fotografado ou filmado pelos meios de comunicação, sem sua prévia autorização por escrito.
Seção IV
Do Acesso a Registros, Dados Cadastrais, Documentos e Informações
Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, provedores de internet e administradoras de cartão de crédito.
Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5a, acesso direto e permanente do juiz, do Ministério Público ou do delegado de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.
Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo prazo de 5a, à disposição das autoridades mencionadas no art. 15, registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.
Seção V
Dos Crimes Ocorridos na Investigação e na Obtenção da Prova
Art. 18. Revelar a identidade, fotografar ou filmar o colaborador, sem sua prévia autorização por escrito:
Pena - reclusão, de 1 a 3a, e multa.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 41/144
Art. 19. Imputar falsamente, sob pretexto de colaboração com a Justiça, a prática de infração penal a pessoa que sabe ser inocente, ou revelar informações sobre a estrutura de organização criminosa que sabe inverídicas:
Pena - reclusão, de 1 a 4a, e multa.
Art. 20. Descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a ação controlada e a infiltração de agentes:
Pena - reclusão, de 1 a 4a, e multa.
Art. 21. Recusar ou omitir dados cadastrais, registros, documentos e informações requisitadas pelo juiz, Ministério Público ou delegado de polícia, no curso de investigação ou do processo:
Pena - reclusão, de 6m a 2a, e multa.
§ú. Na mesma pena incorre quem, de forma indevida, se apossa, propala, divulga ou faz uso dos dados cadastrais de que trata esta Lei.
CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 22. Os crimes previstos nesta Lei e as infrações penais conexas serão apurados mediante procedimento ordinário previsto no Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), observado o disposto no §ú deste artigo.
§ú. A instrução criminal deverá ser encerrada em prazo razoável, o qual não poderá exceder a 120d quando o réu estiver preso, prorrogáveis em até igual período, por decisão fundamentada, devidamente motivada pela complexidade da causa ou por fato procrastinatório atribuível ao réu.
Art. 23. O sigilo da investigação poderá ser decretado pela autoridade judicial competente, para garantia da celeridade e da eficácia das diligências investigatórias, assegurando-se ao defensor, no interesse do representado, amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito de defesa, devidamente precedido de autorização judicial, ressalvados os referentes às diligências em andamento.
§ú. Determinado o depoimento do investigado, seu defensor terá assegurada a prévia vista dos autos, ainda que classificados como sigilosos, no prazo mínimo de 3d que antecedem ao ato, podendo ser ampliado, a critério da autoridade responsável pela investigação.
Art. 24. O art. 288 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Associação Criminosa
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:
Pena - reclusão, de 1 a 3a.
§ú. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.” (NR)
Art. 25. O art. 342 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), passa a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 342. ...................................................................................
Pena - reclusão, de 2 a 4a, e multa.
..................................................................................................” (NR)
Art. 26. Revoga-se a Lei no 9.034, de 3 de maio de
1995.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor após decorridos 45 (quarenta e cinco) dias de sua publicação oficial.
Brasília, 2 de agosto de 2013; 192o da Independência
e 125o da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Este texto não substitui o publicado no DOU de 5.8.2013 -
Edição extra
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
POLÍCIA CIVIL
5. Lei da Execução Penal (Lei n° 7.210 de 1984).
LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.
Institui a Lei de Execução
Penal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, fa
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal
Art. 1º A execução penal tem por objetivo
disposições de sentença ou decisão criminal
condições para a harmônica integração social do condenado
e do internado.
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da
Justiça ordinária, em todo o Território Nacional,
exercida, no processo de execução, na conformidade desta
Lei e do CPP.
§ú. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório
e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou
recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão
assegurados todos os direitos não atingidos pela sente
ou pela lei.
§ú. Não haverá qualquer distinção de natureza racial,
social, religiosa ou política.
Art. 4º O Estado deverá recorrer à cooperação da
comunidade nas atividades de execução da pena e da
medida de segurança.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA
enal (Lei n° 7.210 de 1984).
LEI Nº 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984.
Institui a Lei de Execução
faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Do Objeto e da Aplicação da Lei de Execução Penal
objetivo efetivar as
decisão criminal e proporcionar
ra a harmônica integração social do condenado
penal dos Juízes ou Tribunais da
Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será
, na conformidade desta
igualmente ao preso provisório
ou Militar, quando
recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
Art. 3º Ao condenado e ao internado serão
atingidos pela sentença
haverá qualquer distinção de natureza racial,
recorrer à cooperação da
comunidade nas atividades de execução da pena e da
TÍTULO II
Do Condenado e do Inter
CAPÍTULO I
Da Classificação
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os
seus antecedentes e personalidade, para orientar a
individualização da execução penal.
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica
de Classificação que elaborará o programa individualizador
da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou
preso provisório.
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação
em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e
composta, -2 chefes de serviço
assistente social, quando se tratar de
privativa de liberdade.
§ú. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo
da Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa
de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame
criminológico para a obtenção dos elementos necessários a
uma adequada classificação e com vistas à
da execução.
§ú. Ao exame de que trata este artigo
submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa
de liberdade em regime semi-aberto.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de
dados reveladores da personalidade, ob
profissional e tendo sempre presentes peças ou informações
do processo, poderá:
I - entrevistar pessoas;
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos
privados, dados e informações
III - realizar outras diligências
Art. 9o-A. (Vide Lei nº 12.654, de 2012)
LEIS ESPECIAIS
42/144
TÍTULO II
Do Condenado e do Internado
CAPÍTULO I
Da Classificação
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os
seus antecedentes e personalidade, para orientar a
individualização da execução penal.
A classificação será feita por Comissão Técnica
rará o programa individualizador
da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou
A Comissão Técnica de Classificação, existente
estabelecimento, será presidida pelo diretor e
chefes de serviço, 1 psiquiatra, 1 psicólogo e 1
, quando se tratar de condenado à pena
§ú. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo
será integrada por fiscais do serviço social.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa
de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame
criminológico para a obtenção dos elementos necessários a
uma adequada classificação e com vistas à individualização
§ú. Ao exame de que trata este artigo poderá ser
submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa
aberto.
, no exame para a obtenção de
dados reveladores da personalidade, observando a ética
profissional e tendo sempre presentes peças ou informações
, de repartições ou estabelecimentos
a respeito do condenado;
ências e exames necessários.
(Vide Lei nº 12.654, de 2012) Vigência
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CAPÍTULO II
Da Assistência
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever
do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno
à convivência em sociedade.
§ú. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
SEÇÃO II
Da Assistência Material
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado
consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e
instalações higiênicas.
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e
serviços que atendam aos presos nas suas necessidades
pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e
objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.
SEÇÃO III
Da Assistência à Saúde
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado
de caráter preventivo e curativo, compreenderá
atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver
aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta
será prestada em outro local, mediante autorização da
direção do estabelecimento.
§ 3o Será assegurado acompanhamento médico à
mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto,
extensivo ao recém-nascido.
SEÇÃO IV
Da Assistência Jurídica
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e
aos internados sem recursos financeiros para constituir
advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços
de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria
Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais.
§ 1o As Unidades da Federação deverão prestar auxílio
estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no
exercício de suas funções, dentro e fora dos
estabelecimentos penais.
§ 2o Em todos os estabelecimentos penais, haverá
local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor
Público.
§ 3o Fora dos estabelecimentos penais, serão
implementados Núcleos Especializados da Defensoria
Pública para a prestação de assistência jurídica integral e
gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e
seus familiares, sem recursos financeiros para constituir
advogado.
SEÇÃO V
Da Assistência Educacional
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a
instrução escolar e a formação profissional do preso e do
internado.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório,
integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível
de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.
§ú. A mulher condenada terá ensino profissional
adequado à sua condição.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 44/144
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto
de convênio com entidades públicas ou particulares, que
instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á
cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas
as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos,
recreativos e didáticos.
SEÇÃO VI
Da Assistência Social
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar
o preso e o internado e prepará-los para o retorno à
liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento,
os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e
das saídas temporárias;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios
disponíveis, a recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase final do
cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o
seu retorno à liberdade;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos
benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no
trabalho;
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família
do preso, do internado e da vítima.
SEÇÃO VII
Da Assistência Religiosa
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto,
será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-
lhes a participação nos serviços organizados no
estabelecimento penal, bem como a posse de livros de
instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para
os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a
participar de atividade religiosa.
SEÇÃO VIII
Da Assistência ao Egresso
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em
liberdade;
II - na concessão, se necessário, de alojamento e
alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de
2m.
§ú. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser
prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do
assistente social, o empenho na obtenção de emprego.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1a a contar da
saída do estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o
egresso para a obtenção de trabalho.
CAPÍTULO III
Do Trabalho
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 28. O trabalho do condenado, como dever social e
condição de dignidade humana, terá finalidade educativa e
produtiva.
§ 1º Aplicam-se à organização e aos métodos de
trabalho as precauções relativas à segurança e à higiene.
§ 2º O trabalho do preso não está sujeito ao regime da
CLT.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 45/144
Art. 29. O trabalho do preso será remunerado,
mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 S.m.
§ 1° O produto da remuneração pelo trabalho deverá
atender:
a) à indenização dos danos causados pelo crime, desde
que determinados judicialmente e não reparados por outros
meios;
b) à assistência à família;
c) a pequenas despesas pessoais;
d) ao ressarcimento ao Estado das despesas realizadas
com a manutenção do condenado, em proporção a ser
fixada e sem prejuízo da destinação prevista nas letras
anteriores.
§ 2º Ressalvadas outras aplicações legais, será
depositada a parte restante para constituição do pecúlio, em
Caderneta de Poupança, que será entregue ao condenado
quando posto em liberdade.
Art. 30. As tarefas executadas como prestação de
serviço à comunidade não serão remuneradas.
SEÇÃO II
Do Trabalho Interno
Art. 31. O condenado à pena privativa de liberdade está
obrigado ao trabalho na medida de suas aptidões e
capacidade.
§ú. Para o preso provisório, o trabalho não é
obrigatório e só poderá ser executado no interior do
estabelecimento.
Art. 32. Na atribuição do trabalho deverão ser levadas
em conta a habilitação, a condição pessoal e as necessidades
futuras do preso, bem como as oportunidades oferecidas
pelo mercado.
§ 1º Deverá ser limitado, tanto quanto possível, o
artesanato sem expressão econômica, salvo nas regiões de
turismo.
§ 2º Os +60a poderão solicitar ocupação adequada à
sua idade.
§ 3º Os doentes ou deficientes físicos somente
exercerão atividades apropriadas ao seu estado.
Art. 33. A jornada normal de trabalho não será -6 nem
+8hs, com descanso nos domingos e feriados.
§ú. Poderá ser atribuído horário especial de trabalho
aos presos designados para os serviços de conservação e
manutenção do estabelecimento penal.
Art. 34. O trabalho poderá ser gerenciado por
fundação, ou empresa pública, com autonomia
administrativa, e terá por objetivo a formação profissional
do condenado.
§ 1o. Nessa hipótese, incumbirá à entidade
gerenciadora promover e supervisionar a produção, com
critérios e métodos empresariais, encarregar-se de sua
comercialização, bem como suportar despesas, inclusive
pagamento de remuneração adequada.
§ 2o Os governos federal, estadual e municipal poderão
celebrar convênio com a iniciativa privada, para implantação
de oficinas de trabalho referentes a setores de apoio dos
presídios.
Art. 35. Os órgãos da Administração Direta ou Indireta
da U/E/T/D.F/M adquirirão, com dispensa de concorrência
pública, os bens ou produtos do trabalho prisional, sempre
que não for possível ou recomendável realizar-se a venda a
particulares.
§ú. Todas as importâncias arrecadadas com as vendas
reverterão em favor da fundação ou empresa pública a que
alude o artigo anterior ou, na sua falta, do estabelecimento
penal.
SEÇÃO III
Do Trabalho Externo
Art. 36. O trabalho externo será admissível para os
presos em regime fechado somente em serviço ou obras
públicas realizadas por órgãos da Administração Direta ou
Indireta, ou entidades privadas, desde que tomadas as
cautelas contra a fuga e em favor da disciplina.
§ 1º O limite máximo do número de presos será de
10% do total de empregados na obra.
§ 2º Caberá ao órgão da administração, à entidade ou à
empresa empreiteira a remuneração desse trabalho.
§ 3º A prestação de trabalho à entidade privada
depende do consentimento expresso do preso.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 46/144
Art. 37. A prestação de trabalho externo, a ser
autorizada pela direção do estabelecimento, dependerá de
aptidão, disciplina e responsabilidade, além do cumprimento
mínimo de 1/6 da pena.
§ú. Revogar-se-á a autorização de trabalho externo ao
preso que vier a praticar fato definido como crime, for
punido por falta grave, ou tiver comportamento contrário
aos requisitos estabelecidos neste artigo.
CAPÍTULO IV
Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
SEÇÃO I
Dos Deveres
Art. 38. Cumpre ao condenado, além das obrigações
legais inerentes ao seu estado, submeter-se às normas de
execução da pena.
Art. 39. Constituem deveres do condenado:
I - comportamento disciplinado e cumprimento fiel da
sentença;
II - obediência ao servidor e respeito a qualquer pessoa
com quem deva relacionar-se;
III - urbanidade e respeito no trato com os demais
condenados;
IV - conduta oposta aos movimentos individuais ou
coletivos de fuga ou de subversão à ordem ou à disciplina;
V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens
recebidas;
VI - submissão à sanção disciplinar imposta;
VII - indenização à vitima ou aos seus sucessores;
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das
despesas realizadas com a sua manutenção, mediante
desconto proporcional da remuneração do trabalho;
IX - higiene pessoal e asseio da cela ou alojamento;
X - conservação dos objetos de uso pessoal.
§ú. Aplica-se ao preso provisório, no que couber, o
disposto neste artigo.
SEÇÃO II
Dos Direitos
Art. 40 - Impõe-se a todas as autoridades o respeito à
integridade física e moral dos condenados e dos presos
provisórios.
Art. 41 - Constituem direitos do preso:
I - alimentação suficiente e vestuário;
II - atribuição de trabalho e sua remuneração;
III - Previdência Social;
IV - constituição de pecúlio;
V - proporcionalidade na distribuição do tempo para o
trabalho, o descanso e a recreação;
VI - exercício das atividades profissionais, intelectuais,
artísticas e desportivas anteriores, desde que compatíveis
com a execução da pena;
VII - assistência material, à saúde, jurídica, educacional,
social e religiosa;
VIII - proteção contra qualquer forma de
sensacionalismo;
IX - entrevista pessoal e reservada com o advogado;
X - visita do cônjuge, da companheira, de parentes e
amigos em dias determinados;
XI - chamamento nominal;
XII - igualdade de tratamento salvo quanto às
exigências da individualização da pena;
XIII - audiência especial com o diretor do
estabelecimento;
XIV - representação e petição a qualquer autoridade,
em defesa de direito;
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 47/144
XV - contato com o mundo exterior por meio de
correspondência escrita, da leitura e de outros meios de
informação que não comprometam a moral e os bons
costumes.
XVI – atestado de pena a cumprir, emitido anualmente,
sob pena da responsabilidade da autoridade judiciária
competente.
§ú. Os direitos previstos nos incisos V [proporcionalidade na
distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a recreação], X [visita
do cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias determinados]
e XV [contato com o mundo exterior por meio de correspondência escrita,
da leitura e de outros meios de informação que não comprometam a moral
e os bons costumes] poderão ser suspensos ou restringidos
mediante ato motivado do diretor do estabelecimento.
Art. 42 - Aplica-se ao preso provisório e ao submetido à
medida de segurança, no que couber, o disposto nesta
Seção.
Art. 43 - É garantida a liberdade de contratar médico
de confiança pessoal do internado ou do submetido a
tratamento ambulatorial, por seus familiares ou
dependentes, a fim de orientar e acompanhar o tratamento.
§ú. As divergências entre o médico oficial e o particular
serão resolvidas pelo Juiz da execução.
SEÇÃO III
Da Disciplina
SUBSEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 44. A disciplina consiste na colaboração com a
ordem, na obediência às determinações das autoridades e
seus agentes e no desempenho do trabalho.
§ú. Estão sujeitos à disciplina o condenado à pena
privativa de liberdade ou restritiva de direitos e o preso
provisório.
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem
expressa e anterior previsão legal ou regulamentar.
§ 1º As sanções não poderão colocar em perigo a
integridade física e moral do condenado.
§ 2º É vedado o emprego de cela escura.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.
Art. 46. O condenado ou denunciado, no início da
execução da pena ou da prisão, será cientificado das normas
disciplinares.
Art. 47. O poder disciplinar, na execução da pena
privativa de liberdade, será exercido pela autoridade
administrativa conforme as disposições regulamentares.
Art. 48. Na execução das penas restritivas de direitos, o
poder disciplinar será exercido pela autoridade
administrativa a que estiver sujeito o condenado.
§ú. Nas faltas graves, a autoridade representará ao Juiz
da execução para os fins dos artigos 118, inciso I, 125, 127,
181, §§ 1º, letra d, e 2º desta Lei.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade ficará sujeita à
forma regressiva, com a transferência para qualquer dos regimes
mais rigorosos, quando o condenado: I - praticar fato definido como
crime doloso ou falta grave;
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado quando o
condenado praticar fato definido como crime doloso, for punido por
falta grave, desatender as condições impostas na autorização ou
revelar baixo grau de aproveitamento do curso.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 do
tempo remido, observado o disposto no art. 57, recomeçando a
contagem a partir da data da infração disciplinar.
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta
a natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato,
bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.
Art. 181. § 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será
convertida quando o condenado:d) praticar falta grave;
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária,
em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de
execução, na conformidade desta Lei e do CPP.
SUBSEÇÃO II
Das Faltas Disciplinares
Art. 49. As faltas disciplinares classificam-se em leves,
médias e graves. A legislação local especificará as leves e
médias, bem assim as respectivas sanções.
§ú. Pune-se a tentativa com a sanção correspondente à
falta consumada.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 48/144
Art. 50. Comete falta grave o condenado à pena
privativa de liberdade que:
I - incitar ou participar de movimento para subverter a
ordem ou a disciplina;
II - fugir;
III - possuir, indevidamente, instrumento capaz de
ofender a integridade física de outrem;
IV - provocar acidente de trabalho;
V - descumprir, no regime aberto, as condições
impostas;
VI - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V,
do artigo 39, desta Lei.
Art. 39. Constituem deveres do condenado: II - obediência ao
servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-
se; V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho
telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação
com outros presos ou com o ambiente externo.
§ú. O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao
preso provisório.
Art. 51. Comete falta grave o condenado à pena
restritiva de direitos que:
I - descumprir, injustificadamente, a restrição imposta;
II - retardar, injustificadamente, o cumprimento da
obrigação imposta;
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V,
do artigo 39, desta Lei.
Art. 39. Constituem deveres do condenado: II - obediência ao
servidor e respeito a qualquer pessoa com quem deva relacionar-
se; V - execução do trabalho, das tarefas e das ordens recebidas;
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso
constitui falta grave e, quando ocasione subversão da ordem
ou disciplina internas, sujeita o preso provisório, ou
condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime
disciplinar diferenciado, com as seguintes características:
I - duração +365d, sem prejuízo de repetição da sanção
por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de 1/6
da pena aplicada;
II - recolhimento em cela individual;
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as
crianças, com duração de 2hs;
IV - o preso terá direito à saída da cela por 2hs diárias
para banho de sol.
§ 1o O regime disciplinar diferenciado também poderá
abrigar presos provisórios ou condenados, nacionais ou
estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade.
§ 2o Estará igualmente sujeito ao regime disciplinar
diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual
recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou
participação, a qualquer título, em organizações criminosas,
quadrilha ou bando.
SUBSEÇÃO III
Das Sanções e das Recompensas
Art. 53. Constituem sanções disciplinares:
I - advertência verbal;
II - repreensão;
III - suspensão ou restrição de direitos (artigo 41, §ú);
Art. 41 - §ú. Os direitos previstos nos incisos V [proporcionalidade
na distribuição do tempo para o trabalho, o descanso e a
recreação], X [visita do cônjuge, da companheira, de parentes e
amigos em dias determinados] e XV [contato com o mundo
exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de
outros meios de informação que não comprometam a moral e os
bons costumes] poderão ser suspensos ou restringidos mediante
ato motivado do diretor do estabelecimento.
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado,
nos estabelecimentos que possuam alojamento coletivo,
observado o disposto no artigo 88 desta Lei.
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual que conterá
dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 49/144
Art. 54. As sanções dos incisos I a IV do art. 53 serão
aplicadas por ato motivado do diretor do estabelecimento e
a do inciso V, por prévio e fundamentado despacho do juiz
competente.
§ 1o A autorização para a inclusão do preso em regime
disciplinar dependerá de requerimento circunstanciado
elaborado pelo diretor do estabelecimento ou outra
autoridade administrativa.
§ 2o A decisão judicial sobre inclusão de preso em
regime disciplinar será precedida de manifestação do MP e
da defesa e prolatada no prazo máximo de 15d.
Art. 55. As recompensas têm em vista o bom
comportamento reconhecido em favor do condenado, de
sua colaboração com a disciplina e de sua dedicação ao
trabalho.
Art. 56. São recompensas:
I - o elogio;
II - a concessão de regalias.
§ú. A legislação local e os regulamentos estabelecerão
a natureza e a forma de concessão de regalias.
SUBSEÇÃO IV
Da Aplicação das Sanções
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-
se-ão em conta a natureza, os motivos, as circunstâncias e as
conseqüências do fato, bem como a pessoa do faltoso e seu
tempo de prisão.
§ú. Nas faltas graves, aplicam-se as sanções previstas
nos incisos III a V do art. 53 desta Lei.
Art. 53. Constituem sanções disciplinares: III - suspensão ou
restrição de direitos (artigo 41, §ú); Art. 41 - §ú. Os direitos
previstos nos incisos V [proporcionalidade na distribuição do
tempo para o trabalho, o descanso e a recreação], X [visita do
cônjuge, da companheira, de parentes e amigos em dias
determinados] e XV [contato com o mundo exterior por meio de
correspondência escrita, da leitura e de outros meios de
informação que não comprometam a moral e os bons costumes]
poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do
diretor do estabelecimento.
IV - isolamento na própria cela, ou em local adequado, nos
estabelecimentos que possuam alojamento coletivo, observado o
disposto no artigo 88 desta Lei. Art. 88. O condenado será
alojado em cela individual que conterá dormitório, aparelho
sanitário e lavatório.
V - inclusão no regime disciplinar diferenciado.
Art. 58. O isolamento, a suspensão e a restrição de
direitos não poderão exceder a 30d, ressalvada a hipótese
do regime disciplinar diferenciado.
§ú. O isolamento será sempre comunicado ao Juiz da
execução.
SUBSEÇÃO V
Do Procedimento Disciplinar
Art. 59. Praticada a falta disciplinar, deverá ser
instaurado o procedimento para sua apuração, conforme
regulamento, assegurado o direito de defesa.
§ú. A decisão será motivada.
Art. 60. A autoridade administrativa poderá decretar o
isolamento preventivo do faltoso pelo prazo de até 10d. A
inclusão do preso no regime disciplinar diferenciado, no
interesse da disciplina e da averiguação do fato, dependerá
de despacho do juiz competente.
§ú. O tempo de isolamento ou inclusão preventiva no
regime disciplinar diferenciado será computado no período
de cumprimento da sanção disciplinar.
TÍTULO III
Dos Órgãos da Execução Penal
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 61. São órgãos da execução penal:
I - o Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária;
II - o Juízo da Execução;
III - o MP;
IV - o Conselho Penitenciário;
V - os Departamentos Penitenciários;
VI - o Patronato;
VII - o Conselho da Comunidade.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 50/144
VIII - a Defensoria Pública.
CAPÍTULO II
Do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
Art. 62. O Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária, com sede na Capital da República, é
subordinado ao Ministério da Justiça.
Art. 63. O Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária será integrado por 13 membros designados
através de ato do Ministério da Justiça, dentre professores e
profissionais da área do Direito Penal, Processual Penal,
Penitenciário e ciências correlatas, bem como por
representantes da comunidade e dos Ministérios da área
social.
§ú. O mandato dos membros do Conselho terá duração
de 2a, renovado 1/3 em cada ano.
Art. 64. Ao Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária, no exercício de suas atividades, em âmbito
federal ou estadual, incumbe:
I - propor diretrizes da política criminal quanto à
prevenção do delito, administração da Justiça Criminal e
execução das penas e das medidas de segurança;
II - contribuir na elaboração de planos nacionais de
desenvolvimento, sugerindo as metas e prioridades da
política criminal e penitenciária;
III - promover a avaliação periódica do sistema criminal
para a sua adequação às necessidades do País;
IV - estimular e promover a pesquisa criminológica;
V - elaborar programa nacional penitenciário de
formação e aperfeiçoamento do servidor;
VI - estabelecer regras sobre a arquitetura e construção
de estabelecimentos penais e casas de albergados;
VII - estabelecer os critérios para a elaboração da
estatística criminal;
VIII - inspecionar e fiscalizar os estabelecimentos
penais, bem assim informar-se, mediante relatórios do
Conselho Penitenciário, requisições, visitas ou outros meios,
acerca do desenvolvimento da execução penal nos Estados,
Territórios e Distrito Federal, propondo às autoridades dela
incumbida as medidas necessárias ao seu aprimoramento;
IX - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
administrativa para instauração de sindicância ou
procedimento administrativo, em caso de violação das
normas referentes à execução penal;
X - representar à autoridade competente para a
interdição, no todo ou em parte, de estabelecimento penal.
CAPÍTULO III
Do Juízo da Execução
Art. 65. A execução penal competirá ao Juiz indicado na
lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da
sentença.
Art. 66. Compete ao Juiz da execução:
I - aplicar aos casos julgados lei posterior que de
qualquer modo favorecer o condenado;
II - declarar extinta a punibilidade;
III - decidir sobre:
a) soma ou unificação de penas;
b) progressão ou regressão nos regimes;
c) detração e remição da pena;
d) suspensão condicional da pena;
e) livramento condicional;
f) incidentes da execução.
IV - autorizar saídas temporárias;
V - determinar:
a) a forma de cumprimento da pena restritiva de
direitos e fiscalizar sua execução;
b) a conversão da pena restritiva de direitos e de multa
em privativa de liberdade;
c) a conversão da pena privativa de liberdade em
restritiva de direitos;
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 51/144
d) a aplicação da medida de segurança, bem como a
substituição da pena por medida de segurança;
e) a revogação da medida de segurança;
f) a desinternação e o restabelecimento da situação
anterior;
g) o cumprimento de pena ou medida de segurança em
outra comarca;
h) a remoção do condenado na hipótese prevista no §
1º, do artigo 86, desta Lei.
Art. 86. § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento
penal em local distante da condenação para recolher os
condenados, quando a medida se justifique no interesse da
segurança pública ou do próprio condenado.
VI - zelar pelo correto cumprimento da pena e da
medida de segurança;
VII - inspecionar, mensalmente, os estabelecimentos
penais, tomando providências para o adequado
funcionamento e promovendo, quando for o caso, a
apuração de responsabilidade;
VIII - interditar, no todo ou em parte, estabelecimento
penal que estiver funcionando em condições inadequadas
ou com infringência aos dispositivos desta Lei;
IX - compor e instalar o Conselho da Comunidade.
X – emitir anualmente atestado de pena a cumprir.
CAPÍTULO IV
Do MP
Art. 67. O MP fiscalizará a execução da pena e da
medida de segurança, oficiando no processo executivo e nos
incidentes da execução.
Art. 68. Incumbe, ainda, ao MP:
I - fiscalizar a regularidade formal das guias de
recolhimento e de internamento;
II - requerer:
a) todas as providências necessárias ao
desenvolvimento do processo executivo;
b) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de
execução;
c) a aplicação de medida de segurança, bem como a
substituição da pena por medida de segurança;
d) a revogação da medida de segurança;
e) a conversão de penas, a progressão ou regressão nos
regimes e a revogação da suspensão condicional da pena e
do livramento condicional;
f) a internação, a desinternação e o restabelecimento
da situação anterior.
III - interpor recursos de decisões proferidas pela
autoridade judiciária, durante a execução.
§ú. O órgão do MP visitará mensalmente os
estabelecimentos penais, registrando a sua presença em
livro próprio.
CAPÍTULO V
Do Conselho Penitenciário
Art. 69. O Conselho Penitenciário é órgão consultivo e
fiscalizador da execução da pena.
§ 1º O Conselho será integrado por membros
nomeados pelo Governador do Estado, do Distrito Federal e
dos Territórios, dentre professores e profissionais da área do
Direito Penal, Processual Penal, Penitenciário e ciências
correlatas, bem como por representantes da comunidade. A
legislação federal e estadual regulará o seu funcionamento.
§ 2º O mandato dos membros do Conselho
Penitenciário terá a duração de 4a.
Art. 70. Incumbe ao Conselho Penitenciário:
I - emitir parecer sobre indulto e comutação de pena,
excetuada a hipótese de pedido de indulto com base no
estado de saúde do preso;
II - inspecionar os estabelecimentos e serviços penais;
III - apresentar, no 1º trimestre de cada ano, ao
Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária,
relatório dos trabalhos efetuados no exercício anterior;
IV - supervisionar os patronatos, bem como a
assistência aos egressos.
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CAPÍTULO VI
Dos Departamentos Penitenciários
SEÇÃO I
Do Departamento Penitenciário Nacional
Art. 71. O Departamento Penitenciário Nacional,
subordinado ao Ministério da Justiça, é órgão executivo da
Política Penitenciária Nacional e de apoio administrativo e
financeiro do Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária.
Art. 72. São atribuições do Departamento Penitenciário
Nacional:
I - acompanhar a fiel aplicação das normas de execução
penal em todo o Território Nacional;
II - inspecionar e fiscalizar periodicamente os
estabelecimentos e serviços penais;
III - assistir tecnicamente as Unidades Federativas na
implementação dos princípios e regras estabelecidos nesta
Lei;
IV - colaborar com as Unidades Federativas mediante
convênios, na implantação de estabelecimentos e serviços
penais;
V - colaborar com as Unidades Federativas para a
realização de cursos de formação de pessoal penitenciário e
de ensino profissionalizante do condenado e do internado.
VI – estabelecer, mediante convênios com as unidades
federativas, o cadastro nacional das vagas existentes em
estabelecimentos locais destinadas ao cumprimento de
penas privativas de liberdade aplicadas pela justiça de outra
unidade federativa, em especial para presos sujeitos a
regime disciplinar.
§ú. Incumbem também ao Departamento a
coordenação e supervisão dos estabelecimentos penais e de
internamento federais.
SEÇÃO II
Do Departamento Penitenciário Local
Art. 73. A legislação local poderá criar Departamento
Penitenciário ou órgão similar, com as atribuições que
estabelecer.
Art. 74. O Departamento Penitenciário local, ou órgão
similar, tem por finalidade supervisionar e coordenar os
estabelecimentos penais da Unidade da Federação a que
pertencer.
SEÇÃO III
Da Direção e do Pessoal dos Estabelecimentos Penais
Art. 75. O ocupante do cargo de diretor de
estabelecimento deverá satisfazer os seguintes requisitos:
I - ser portador de diploma de nível superior de Direito,
ou Psicologia, ou Ciências Sociais, ou Pedagogia, ou Serviços
Sociais;
II - possuir experiência administrativa na área;
III - ter idoneidade moral e reconhecida aptidão para o
desempenho da função.
§ú. O diretor deverá residir no estabelecimento, ou nas
proximidades, e dedicará tempo integral à sua função.
Art. 76. O Quadro do Pessoal Penitenciário será
organizado em diferentes categorias funcionais, segundo as
necessidades do serviço, com especificação de atribuições
relativas às funções de direção, chefia e assessoramento do
estabelecimento e às demais funções.
Art. 77. A escolha do pessoal administrativo,
especializado, de instrução técnica e de vigilância atenderá a
vocação, preparação profissional e antecedentes pessoais do
candidato.
§ 1° O ingresso do pessoal penitenciário, bem como a
progressão ou a ascensão funcional dependerão de cursos
específicos de formação, procedendo-se à reciclagem
periódica dos servidores em exercício.
§ 2º No estabelecimento para mulheres somente se
permitirá o trabalho de pessoal do sexo feminino, salvo
quando se tratar de pessoal técnico especializado.
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CAPÍTULO VII
Do Patronato
Art. 78. O Patronato público ou particular destina-se a
prestar assistência aos albergados e aos egressos (artigo 26).
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei: I - o
liberado definitivo, pelo prazo de 1a a contar da saída do
estabelecimento; II - o liberado condicional, durante o período de
prova.
Art. 79. Incumbe também ao Patronato:
I - orientar os condenados à pena restritiva de direitos;
II - fiscalizar o cumprimento das penas de prestação de
serviço à comunidade e de limitação de fim de semana;
III - colaborar na fiscalização do cumprimento das
condições da suspensão e do livramento condicional.
CAPÍTULO VIII
Do Conselho da Comunidade
Art. 80. Haverá, em cada comarca, um Conselho da
Comunidade composto, -1 representante de associação
comercial ou industrial, 1 advogado indicado pela Seção da
OAB, 1 Defensor Público indicado pelo Defensor Público
Geral e 1 assistente social escolhido pela Delegacia Seccional
do Conselho Nacional de Assistentes Sociais.
§ú. Na falta da representação prevista neste artigo,
ficará a critério do Juiz da execução a escolha dos
integrantes do Conselho.
Art. 81. Incumbe ao Conselho da Comunidade:
I - visitar, pelo menos mensalmente, os
estabelecimentos penais existentes na comarca;
II - entrevistar presos;
III - apresentar relatórios mensais ao Juiz da execução e
ao Conselho Penitenciário;
IV - diligenciar a obtenção de recursos materiais e
humanos para melhor assistência ao preso ou internado, em
harmonia com a direção do estabelecimento.
CAPÍTULO IX
DA DEFENSORIA PÚBLICA
Art. 81-A. A Defensoria Pública velará pela regular
execução da pena e da medida de segurança, oficiando, no
processo executivo e nos incidentes da execução, para a
defesa dos necessitados em todos os graus e instâncias, de
forma individual e coletiva.
Art. 81-B. Incumbe, ainda, à Defensoria Pública:
I - requerer:
a) todas as providências necessárias ao
desenvolvimento do processo executivo;
b) a aplicação aos casos julgados de lei posterior que
de qualquer modo favorecer o condenado;
c) a declaração de extinção da punibilidade;
d) a unificação de penas;
e) a detração e remição da pena;
f) a instauração dos incidentes de excesso ou desvio de
execução;
g) a aplicação de medida de segurança e sua
revogação, bem como a substituição da pena por medida de
segurança;
h) a conversão de penas, a progressão nos regimes, a
suspensão condicional da pena, o livramento condicional, a
comutação de pena e o indulto;
i) a autorização de saídas temporárias;
j) a internação, a desinternação e o restabelecimento
da situação anterior;
k) o cumprimento de pena ou medida de segurança em
outra comarca;
l) a remoção do condenado na hipótese prevista no §
1o do art. 86 desta Lei;
Art. 86. § 1o A União Federal poderá construir estabelecimento
penal em local distante da condenação para recolher os
condenados, quando a medida se justifique no interesse da
segurança pública ou do próprio condenado.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 54/144
II - requerer a emissão anual do atestado de pena a
cumprir;
III - interpor recursos de decisões proferidas pela
autoridade judiciária ou administrativa durante a execução;
IV - representar ao Juiz da execução ou à autoridade
administrativa para instauração de sindicância ou
procedimento administrativo em caso de violação das
normas referentes à execução penal;
V - visitar os estabelecimentos penais, tomando
providências para o adequado funcionamento, e requerer,
quando for o caso, a apuração de responsabilidade;
VI - requerer à autoridade competente a interdição, no
todo ou em parte, de estabelecimento penal.
§ú. O órgão da Defensoria Pública visitará
periodicamente os estabelecimentos penais, registrando a
sua presença em livro próprio.
TÍTULO IV
Dos Estabelecimentos Penais
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 82. Os estabelecimentos penais destinam-se ao
condenado, ao submetido à medida de segurança, ao preso
provisório e ao egresso.
§ 1° A mulher e o +60a, separadamente, serão
recolhidos a estabelecimento próprio e adequado à sua
condição pessoal.
§ 2º - O mesmo conjunto arquitetônico poderá abrigar
estabelecimentos de destinação diversa desde que
devidamente isolados.
Art. 83. O estabelecimento penal, conforme a sua
natureza, deverá contar em suas dependências com áreas e
serviços destinados a dar assistência, educação, trabalho,
recreação e prática esportiva.
§ 1º Haverá instalação destinada a estágio de
estudantes universitários.
§ 2o Os estabelecimentos penais destinados a mulheres
serão dotados de berçário, onde as condenadas possam
cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, - até 6m de
idade.
§ 3o Os estabelecimentos de que trata o § 2
o deste
artigo deverão possuir, exclusivamente, agentes do sexo
feminino na segurança de suas dependências internas.
§ 4o Serão instaladas salas de aulas destinadas a cursos
do ensino básico e profissionalizante.
§ 5o Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.
Art. 84. O preso provisório ficará separado do
condenado por sentença transitada em julgado.
§ 1° O preso primário cumprirá pena em seção distinta
daquela reservada para os reincidentes.
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da
Administração da Justiça Criminal ficará em dependência
separada.
Art. 85. O estabelecimento penal deverá ter lotação
compatível com a sua estrutura e finalidade.
§ú. O Conselho Nacional de Política Criminal e
Penitenciária determinará o limite máximo de capacidade do
estabelecimento, atendendo a sua natureza e
peculiaridades.
Art. 86. As penas privativas de liberdade aplicadas pela
Justiça de uma Unidade Federativa podem ser executadas
em outra unidade, em estabelecimento local ou da União.
§ 1o A União Federal poderá construir estabelecimento
penal em local distante da condenação para recolher os
condenados, quando a medida se justifique no interesse da
segurança pública ou do próprio condenado.
§ 2° Conforme a natureza do estabelecimento, nele
poderão trabalhar os liberados ou egressos que se dediquem
a obras públicas ou ao aproveitamento de terras ociosas.
§ 3o Caberá ao juiz competente, a requerimento da
autoridade administrativa definir o estabelecimento
prisional adequado para abrigar o preso provisório ou
condenado, em atenção ao regime e aos requisitos
estabelecidos.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 55/144
CAPÍTULO II
Da Penitenciária
Art. 87. A penitenciária destina-se ao condenado à
pena de reclusão, em regime fechado.
§ú. A União Federal, os Estados, o Distrito Federal e os
Territórios poderão construir Penitenciárias destinadas,
exclusivamente, aos presos provisórios e condenados que
estejam em regime fechado, sujeitos ao regime disciplinar
diferenciado, nos termos do art. 52 desta Lei.
Art. 52. A prática de fato previsto como crime doloso constitui
falta grave e, quando ocasione subversão da ordem ou disciplina
internas, sujeita o preso provisório, ou condenado, sem prejuízo
da sanção penal, ao regime disciplinar diferenciado, com as
seguintes características: I - duração +365d, sem prejuízo de
repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até
o limite de 1/6 da pena aplicada; II - recolhimento em cela
individual; III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as
crianças, com duração de 2hs; IV - o preso terá direito à saída da
cela por 2hs diárias para banho de sol.
Art. 88. O condenado será alojado em cela individual
que conterá dormitório, aparelho sanitário e lavatório.
§ú. São requisitos básicos da unidade celular:
a) salubridade do ambiente pela concorrência dos
fatores de aeração, insolação e condicionamento térmico
adequado à existência humana;
b) área mínima de 6,00m2.
Art. 89. Além dos requisitos referidos no art. 88, a
penitenciária de mulheres será dotada de seção para
gestante e parturiente e de creche para abrigar crianças +6m
e -7a, com a finalidade de assistir a criança desamparada
cuja responsável estiver presa.
§ú. São requisitos básicos da seção e da creche
referidas neste artigo:
I – atendimento por pessoal qualificado, de acordo com
as diretrizes adotadas pela legislação educacional e em
unidades autônomas; e
II – horário de funcionamento que garanta a melhor
assistência à criança e à sua responsável.
Art. 90. A penitenciária de homens será construída, em
local afastado do centro urbano, à distância que não
restrinja a visitação.
CAPÍTULO III
Da Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
Art. 91. A Colônia Agrícola, Industrial ou Similar
destina-se ao cumprimento da pena em regime semi-aberto.
Art. 92. O condenado poderá ser alojado em
compartimento coletivo, observados os requisitos da letra a,
do §ú, do artigo 88, desta Lei.
Art. 88. §ú. São requisitos básicos da unidade celular: a)
salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de
aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à
existência humana;
§ú. São também requisitos básicos das dependências
coletivas:
a) a seleção adequada dos presos;
b) o limite de capacidade máxima que atenda os
objetivos de individualização da pena.
CAPÍTULO IV
Da Casa do Albergado
Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao
cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime
aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
Art. 94. O prédio deverá situar-se em centro urbano,
separado dos demais estabelecimentos, e caracterizar-se
pela ausência de obstáculos físicos contra a fuga.
Art. 95. Em cada região haverá, pelo menos, uma Casa
do Albergado, a qual deverá conter, além dos aposentos
para acomodar os presos, local adequado para cursos e
palestras.
§ú. O estabelecimento terá instalações para os serviços
de fiscalização e orientação dos condenados.
CAPÍTULO V
Do Centro de Observação
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os
exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão
encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 56/144
§ú. No Centro poderão ser realizadas pesquisas
criminológicas.
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em
unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela
Comissão Técnica de Classificação, na falta do Centro de
Observação.
CAPÍTULO VI
Do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico
Art. 99. O Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico destina-se aos inimputáveis e semi-imputáveis
referidos no artigo 26 e seu §ú do Código Penal.
Art. 26 - §ú CP - A pena pode ser reduzida de 1 a 2/3, se o
agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era
inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.
§ú. Aplica-se ao hospital, no que couber, o disposto no
§ú, do artigo 88, desta Lei.
Art. 88. §ú. São requisitos básicos da unidade celular: a)
salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de
aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à
existência humana; b) área mínima de 6,00m2.
Art. 100. O exame psiquiátrico e os demais exames
necessários ao tratamento são obrigatórios para todos os
internados.
Art. 101. O tratamento ambulatorial, previsto no artigo
97, segunda parte, do Código Penal, será realizado no
Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico ou em outro
local com dependência médica adequada.
Art. 97 – C.P- Se, todavia, o fato previsto como crime for punível
com detenção, poderá o juiz submetê-lo a tratamento
ambulatorial.
CAPÍTULO VII
Da Cadeia Pública
Art. 102. A cadeia pública destina-se ao recolhimento
de presos provisórios.
Art. 103. Cada comarca terá, pelo menos 1 cadeia
pública a fim de resguardar o interesse da Administração da
Justiça Criminal e a permanência do preso em local próximo
ao seu meio social e familiar.
Art. 104. O estabelecimento de que trata este Capítulo
será instalado próximo de centro urbano, observando-se na
construção as exigências mínimas referidas no artigo 88 e
seu §ú desta Lei.
Art. 88. §ú. São requisitos básicos da unidade celular: a)
salubridade do ambiente pela concorrência dos fatores de
aeração, insolação e condicionamento térmico adequado à
existência humana; b) área mínima de 6,00m2.
TÍTULO V
Da Execução das Penas em Espécie
CAPÍTULO I
Das Penas Privativas de Liberdade
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 105. Transitando em julgado a sentença que
aplicar pena privativa de liberdade, se o réu estiver ou vier a
ser preso, o Juiz ordenará a expedição de guia de
recolhimento para a execução.
Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo
escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com
o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida
da execução e conterá:
I - o nome do condenado;
II - a sua qualificação civil e o número do registro geral
no órgão oficial de identificação;
III - o inteiro teor da denúncia e da sentença
condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado;
IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de
instrução;
V - a data da terminação da pena;
VI - outras peças do processo reputadas indispensáveis
ao adequado tratamento penitenciário.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 57/144
§ 1º Ao MP se dará ciência da guia de recolhimento.
§ 2º A guia de recolhimento será retificada sempre que
sobrevier modificação quanto ao início da execução ou ao
tempo de duração da pena.
§ 3° Se o condenado, ao tempo do fato, era funcionário
da Administração da Justiça Criminal, far-se-á, na guia,
menção dessa circunstância, para fins do disposto no § 2°,
do artigo 84, desta Lei.
Art. 84. § 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da
Administração da Justiça Criminal ficará em dependência
separada.
Art. 107. Ninguém será recolhido, para cumprimento
de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela
autoridade judiciária.
§ 1° A autoridade administrativa incumbida da
execução passará recibo da guia de recolhimento para juntá-
la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao
condenado.
§ 2º As guias de recolhimento serão registradas em
livro especial, segundo a ordem cronológica do recebimento,
e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no
curso da execução, o cálculo das remições e de outras
retificações posteriores.
Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental
será internado em Hospital de Custódia e Tratamento
Psiquiátrico.
Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado
será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por
outro motivo não estiver preso.
SEÇÃO II
Dos Regimes
Art. 110. O Juiz, na sentença, estabelecerá o regime no
qual o condenado iniciará o cumprimento da pena privativa
de liberdade, observado o disposto no artigo 33 e seus
parágrafos do Código Penal.
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado.
§ 1º - Considera-se: a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança máxima ou média; b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento adequado.
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: a) o condenado a pena +8a deverá começar a cumpri-la em regime fechado; b) o condenado não reincidente, cuja pena seja +4a e não exceda a 8, poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto;c) o condenado não reincidente, cuja pena seja = ou -4a, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
§ 3º - A determinação do regime inicial de cumprimento da pena far-se-á com observância dos critérios previstos no art. 59 deste Código. - Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; III - o regime inicial de cumprimento da PPL; IV - a substituição da PRL aplicada, por outra espécie de pena, se cabível.
§ 4o O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais.
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um
crime, no mesmo processo ou em processos distintos, a
determinação do regime de cumprimento será feita pelo
resultado da soma ou unificação das penas, observada,
quando for o caso, a detração ou remição.
§ú. Sobrevindo condenação no curso da execução,
somar-se-á a pena ao restante da que está sendo cumprida,
para determinação do regime.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada
em forma progressiva com a transferência para regime
menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso
tiver cumprido ao menos 1/6 da pena no regime anterior e
ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo
diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que
vedam a progressão.
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de
manifestação do MP e do defensor.
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão
de livramento condicional, indulto e comutação de penas,
respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.
Art. 113. O ingresso do condenado em regime aberto
supõe a aceitação de seu programa e das condições
impostas pelo Juiz.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 58/144
Art. 114. Somente poderá ingressar no regime aberto o
condenado que:
I - estiver trabalhando ou comprovar a possibilidade de
fazê-lo imediatamente;
II - apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo
resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios
de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de
responsabilidade, ao novo regime.
§ú. Poderão ser dispensadas do trabalho as pessoas
referidas no artigo 117 desta Lei.
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do beneficiário de
regime aberto em residência particular quando se tratar de: I -
condenado +70a; II - condenado acometido de doença grave; III -
condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental; IV -
condenada gestante.
Art. 115. O Juiz poderá estabelecer condições especiais
para a concessão de regime aberto, sem prejuízo das
seguintes condições gerais e obrigatórias:
I - permanecer no local que for designado, durante o
repouso e nos dias de folga;
II - sair para o trabalho e retornar, nos horários fixados;
III - não se ausentar da cidade onde reside, sem
autorização judicial;
IV - comparecer a Juízo, para informar e justificar as
suas atividades, quando for determinado.
Art. 116. O Juiz poderá modificar as condições
estabelecidas, de ofício, a requerimento do MP, da
autoridade administrativa ou do condenado, desde que as
circunstâncias assim o recomendem.
Art. 117. Somente se admitirá o recolhimento do
beneficiário de regime aberto em residência particular
quando se tratar de:
I - condenado +70a;
II - condenado acometido de doença grave;
III - condenada com filho menor ou deficiente físico ou
mental;
IV - condenada gestante.
Art. 118. A execução da pena privativa de liberdade
ficará sujeita à forma regressiva, com a transferência para
qualquer dos regimes mais rigorosos, quando o condenado:
I - praticar fato definido como crime doloso ou falta
grave;
II - sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena,
somada ao restante da pena em execução, torne incabível o
regime (artigo 111).
Art. 111. Quando houver condenação por mais de um crime, no
mesmo processo ou em processos distintos, a determinação do
regime de cumprimento será feita pelo resultado da soma ou
unificação das penas, observada, quando for o caso, a detração
ou remição.
§ 1° O condenado será transferido do regime aberto se,
além das hipóteses referidas nos incisos anteriores, frustrar
os fins da execução ou não pagar, podendo, a multa
cumulativamente imposta.
§ 2º Nas hipóteses do inciso I e do parágrafo anterior,
deverá ser ouvido previamente o condenado.
Art. 119. A legislação local poderá estabelecer normas
complementares para o cumprimento da pena privativa de
liberdade em regime aberto (artigo 36, § 1º, do Código
Penal).
Art. 36 - § 1º - O condenado deverá, fora do estabelecimento e sem vigilância, trabalhar, freqüentar curso ou exercer outra atividade autorizada, permanecendo recolhido durante o período noturno e nos dias de folga.
SEÇÃO III
Das Autorizações de Saída
SUBSEÇÃO I
Da Permissão de Saída
Art. 120. Os condenados que cumprem pena em
regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios
poderão obter permissão para sair do estabelecimento,
mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos:
I - falecimento ou doença grave do cônjuge,
companheira, ascendente, descendente ou irmão;
II - necessidade de tratamento médico (§ú do artigo
14).
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Art. 14. § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver
aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta
será prestada em outro local, mediante autorização da direção
do estabelecimento.
§ú. A permissão de saída será concedida pelo diretor
do estabelecimento onde se encontra o preso.
Art. 121. A permanência do preso fora do
estabelecimento terá a duração necessária à finalidade da
saída.
SUBSEÇÃO II
Da Saída Temporária
Art. 122. Os condenados que cumprem pena em
regime semi-aberto poderão obter autorização para saída
temporária do estabelecimento, sem vigilância direta, nos
seguintes casos:
I - visita à família;
II - freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem
como de instrução do 2º grau ou superior, na Comarca do
Juízo da Execução;
III - participação em atividades que concorram para o
retorno ao convívio social.
§ú. A ausência de vigilância direta não impede a
utilização de equipamento de monitoração eletrônica pelo
condenado, quando assim determinar o juiz da execução.
Art. 123. A autorização será concedida por ato
motivado do Juiz da execução, ouvidos o MP e a
administração penitenciária e dependerá da satisfação dos
seguintes requisitos:
I - comportamento adequado;
II - cumprimento -1/6 da pena, se o condenado for
primário, e 1/4, se reincidente;
III - compatibilidade do benefício com os objetivos da
pena.
Art. 124. A autorização será concedida por prazo não
+7d, podendo ser renovada por +4x durante o ano.
§ 1o Ao conceder a saída temporária, o juiz imporá ao
beneficiário as seguintes condições, entre outras que
entender compatíveis com as circunstâncias do caso e a
situação pessoal do condenado:
I - fornecimento do endereço onde reside a família a
ser visitada ou onde poderá ser encontrado durante o gozo
do benefício;
II - recolhimento à residência visitada, no período
noturno;
III - proibição de frequentar bares, casas noturnas e
estabelecimentos congêneres.
§ 2o Quando se tratar de frequência a curso
profissionalizante, de instrução de ensino médio ou superior,
o tempo de saída será o necessário para o cumprimento das
atividades discentes.
§ 3o Nos demais casos, as autorizações de saída
somente poderão ser concedidas com prazo -45d de
intervalo entre uma e outra.
Art. 125. O benefício será automaticamente revogado
quando o condenado praticar fato definido como crime
doloso, for punido por falta grave, desatender as condições
impostas na autorização ou revelar baixo grau de
aproveitamento do curso.
§ú. A recuperação do direito à saída temporária
dependerá da absolvição no processo penal, do
cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do
merecimento do condenado.
SEÇÃO IV
Da Remição
Art. 126. O condenado que cumpre a pena em regime
fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por
estudo, parte do tempo de execução da pena. .
§ 1o A contagem de tempo referida no caput será feita
à razão de:
I - 1d de pena a cada 12hs de frequência escolar -
atividade de ensino fundamental, médio, inclusive
profissionalizante, ou superior, ou ainda de requalificação
profissional - divididas, no mínimo, em 3d;
II – 1d de pena a cada 3d de trabalho.
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§ 2o As atividades de estudo a que se refere o § 1
o
deste artigo poderão ser desenvolvidas de forma presencial
ou por metodologia de ensino a distância e deverão ser
certificadas pelas autoridades educacionais competentes
dos cursos frequentados.
§ 3o Para fins de cumulação dos casos de remição, as
horas diárias de trabalho e de estudo serão definidas de
forma a se compatibilizarem.
§ 4o O preso impossibilitado, por acidente, de
prosseguir no trabalho ou nos estudos continuará a
beneficiar-se com a remição.
§ 5o O tempo a remir em função das horas de estudo
será acrescido de 1/3 no caso de conclusão do ensino
fundamental, médio ou superior durante o cumprimento da
pena, desde que certificada pelo órgão competente do
sistema de educação.
§ 6o O condenado que cumpre pena em regime aberto
ou semiaberto e o que usufrui liberdade condicional
poderão remir, pela frequência a curso de ensino regular ou
de educação profissional, parte do tempo de execução da
pena ou do período de prova, observado o disposto no
inciso I do § 1o deste artigo.
§ 7o O disposto neste artigo aplica-se às hipóteses de
prisão cautelar.
§ 8o A remição será declarada pelo juiz da execução,
ouvidos o MP e a defesa.
Art. 127. Em caso de falta grave, o juiz poderá revogar
até 1/3 do tempo remido, observado o disposto no art. 57,
recomeçando a contagem a partir da data da infração
disciplinar.
Art. 57. Na aplicação das sanções disciplinares, levar-se-ão em conta
a natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato,
bem como a pessoa do faltoso e seu tempo de prisão.
Art. 128. O tempo remido será computado como pena
cumprida, para todos os efeitos.
Art. 129. A autoridade administrativa encaminhará
mensalmente ao juízo da execução cópia do registro de
todos os condenados que estejam trabalhando ou
estudando, com informação dos dias de trabalho ou das
horas de frequência escolar ou de atividades de ensino de
cada um deles.
§ 1o O condenado autorizado a estudar fora do
estabelecimento penal deverá comprovar mensalmente, por
meio de declaração da respectiva unidade de ensino, a
frequência e o aproveitamento escolar.
§ 2o Ao condenado dar-se-á a relação de seus dias
remidos.
Art. 130. Constitui o crime do artigo 299 do Código
Penal declarar ou atestar falsamente prestação de serviço
para fim de instruir pedido de remição.
Falsidade ideológica Art. 299 CP - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de 1 a 5a, e multa, se o documento é público, e reclusão de 1 a 3a, e multa, se o documento é particular. §ú - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
SEÇÃO V
Do Livramento Condicional
Art. 131. O livramento condicional poderá ser
concedido pelo Juiz da execução, presentes os requisitos do
artigo 83, incisos e §ú, do Código Penal, ouvidos o MP e
Conselho Penitenciário.
Art. 83 - §ú - Para o condenado por crime doloso,
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa, a
concessão do livramento ficará também subordinada
à constatação de condições pessoais que façam
presumir que o liberado não voltará a delinqüir.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as
condições a que fica subordinado o livramento.
§ 1º Serão sempre impostas ao liberado condicional as
obrigações seguintes:
a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável se
for apto para o trabalho;
b) comunicar periodicamente ao Juiz sua ocupação;
c) não mudar do território da comarca do Juízo da
execução, sem prévia autorização deste.
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§ 2° Poderão ainda ser impostas ao liberado
condicional, entre outras obrigações, as seguintes:
a) não mudar de residência sem comunicação ao Juiz e
à autoridade incumbida da observação cautelar e de
proteção;
b) recolher-se à habitação em hora fixada;
c) não freqüentar determinados lugares.
d) (VETADO)
Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da
comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da
sentença do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se
houver transferido e à autoridade incumbida da observação
cautelar e de proteção.
Art. 134. O liberado será advertido da obrigação de
apresentar-se imediatamente às autoridades referidas no
artigo anterior.
Art. 135. Reformada a sentença denegatória do
livramento, os autos baixarão ao Juízo da execução, para as
providências cabíveis.
Art. 136. Concedido o benefício, será expedida a carta
de livramento com a cópia integral da sentença em 2 vias,
remetendo-se uma à autoridade administrativa incumbida
da execução e outra ao Conselho Penitenciário.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será
realizada solenemente no dia marcado pelo Presidente do
Conselho Penitenciário, no estabelecimento onde está
sendo cumprida a pena, observando-se o seguinte:
I - a sentença será lida ao liberando, na presença dos
demais condenados, pelo Presidente do Conselho
Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na falta,
pelo Juiz;
II - a autoridade administrativa chamará a atenção do
liberando para as condições impostas na sentença de
livramento;
III - o liberando declarará se aceita as condições.
§ 1º De tudo em livro próprio, será lavrado termo
subscrito por quem presidir a cerimônia e pelo liberando, ou
alguém a seu rogo, se não souber ou não puder escrever.
§ 2º Cópia desse termo deverá ser remetida ao Juiz da
execução.
Art. 138. Ao sair o liberado do estabelecimento penal,
ser-lhe-á entregue, além do saldo de seu pecúlio e do que
lhe pertencer, uma caderneta, que exibirá à autoridade
judiciária ou administrativa, sempre que lhe for exigida.
§ 1º A caderneta conterá:
a) a identificação do liberado;
b) o texto impresso do presente Capítulo;
c) as condições impostas.
§ 2º Na falta de caderneta, será entregue ao liberado
um salvo-conduto, em que constem as condições do
livramento, podendo substituir-se a ficha de identificação ou
o seu retrato pela descrição dos sinais que possam
identificá-lo.
§ 3º Na caderneta e no salvo-conduto deverá haver
espaço para consignar-se o cumprimento das condições
referidas no artigo 132 desta Lei.
Art. 132. Deferido o pedido, o Juiz especificará as
condições a que fica subordinado o livramento.
Art. 139. A observação cautelar e a proteção realizadas
por serviço social penitenciário, Patronato ou Conselho da
Comunidade terão a finalidade de:
I - fazer observar o cumprimento das condições
especificadas na sentença concessiva do benefício;
II - proteger o beneficiário, orientando-o na execução
de suas obrigações e auxiliando-o na obtenção de atividade
laborativa.
§ú. A entidade encarregada da observação cautelar e
da proteção do liberado apresentará relatório ao Conselho
Penitenciário, para efeito da representação prevista nos
artigos 143 e 144 desta Lei.
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento do MP,
mediante representação do Conselho Penitenciário, ou, de ofício,
pelo Juiz, ouvido o liberado.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do MP, da Defensoria
Pública ou mediante representação do Conselho Penitenciário, e
ouvido o liberado, poderá modificar as condições especificadas
na sentença, devendo o respectivo ato decisório ser lido ao
liberado por uma das autoridades ou funcionários indicados no
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inciso I do caput do art. 137 desta Lei, observado o disposto nos
incisos II e III e §§ 1o e 2o do mesmo artigo.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada
solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho
Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a
pena, observando-se o seguinte: I - a sentença será lida ao
liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente
do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na
falta, pelo Juiz; II - a autoridade administrativa chamará a
atenção do liberando para as condições impostas na sentença de
livramento; III - o liberando declarará se aceita as condições. § 1º
De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem
presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se
não souber ou não puder escrever. § 2º Cópia desse termo
deverá ser remetida ao Juiz da execução.
Art. 140. A revogação do livramento condicional dar-
se-á nas hipóteses previstas nos artigos 86 e 87 do Código
Penal.
Art. 86 CP- Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a PPL, em sentença irrecorrível: I - por crime cometido durante a vigência do benefício; II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código.
Revogação facultativa - Art. 87 CP- O juiz poderá, também, revogar o livramento, se o liberado deixar de cumprir qualquer das obrigações constantes da sentença, ou for irrecorrivelmente condenado, por crime ou contravenção, a pena que não seja privativa de liberdade.
§ú. Mantido o livramento condicional, na hipótese da
revogação facultativa, o Juiz deverá advertir o liberado ou
agravar as condições.
Art. 141. Se a revogação for motivada por infração
penal anterior à vigência do livramento, computar-se-á
como tempo de cumprimento da pena o período de prova,
sendo permitida, para a concessão de novo livramento, a
soma do tempo das 2 penas.
Art. 142. No caso de revogação por outro motivo, não
se computará na pena o tempo em que esteve solto o
liberado, e tampouco se concederá, em relação à mesma
pena, novo livramento.
Art. 143. A revogação será decretada a requerimento
do MP, mediante representação do Conselho Penitenciário,
ou, de ofício, pelo Juiz, ouvido o liberado.
Art. 144. O Juiz, de ofício, a requerimento do MP, da
Defensoria Pública ou mediante representação do Conselho
Penitenciário, e ouvido o liberado, poderá modificar as
condições especificadas na sentença, devendo o respectivo
ato decisório ser lido ao liberado por uma das autoridades
ou funcionários indicados no inciso I do caput do art. 137
desta Lei, observado o disposto nos incisos II e III e §§ 1o e 2
o
do mesmo artigo.
Art. 137. A cerimônia do livramento condicional será realizada
solenemente no dia marcado pelo Presidente do Conselho
Penitenciário, no estabelecimento onde está sendo cumprida a
pena, observando-se o seguinte: I - a sentença será lida ao
liberando, na presença dos demais condenados, pelo Presidente
do Conselho Penitenciário ou membro por ele designado, ou, na
falta, pelo Juiz; II - a autoridade administrativa chamará a
atenção do liberando para as condições impostas na sentença de
livramento; III - o liberando declarará se aceita as condições. § 1º
De tudo em livro próprio, será lavrado termo subscrito por quem
presidir a cerimônia e pelo liberando, ou alguém a seu rogo, se
não souber ou não puder escrever. § 2º Cópia desse termo
deverá ser remetida ao Juiz da execução.
Art. 145. Praticada pelo liberado outra infração penal,
o Juiz poderá ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho
Penitenciário e o MP, suspendendo o curso do livramento
condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo
da decisão final.
Art. 146. O Juiz, de ofício, a requerimento do
interessado, do MP ou mediante representação do Conselho
Penitenciário, julgará extinta a pena privativa de liberdade,
se expirar o prazo do livramento sem revogação.
Seção VI
Da Monitoração Eletrônica
Art. 146-A. [Vetado]
Art. 146-B. O juiz poderá definir a fiscalização por
meio da monitoração eletrônica quando:
I - [Vetado];
II - autorizar a saída temporária no regime semiaberto;
III - [Vetado];
IV - determinar a prisão domiciliar;
Art. 146-C. O condenado será instruído acerca dos
cuidados que deverá adotar com o equipamento eletrônico
e dos seguintes deveres:
I - receber visitas do servidor responsável pela
monitoração eletrônica, responder aos seus contatos e
cumprir suas orientações;
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II - abster-se de remover, de violar, de modificar, de
danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração
eletrônica ou de permitir que outrem o faça;
III - [Vetado];
§ú. A violação comprovada dos deveres previstos
neste artigo poderá acarretar, a critério do juiz da execução,
ouvidos o MP e a defesa:
I - a regressão do regime;
II - a revogação da autorização de saída temporária;
III – ao V - [Vetado];
VI - a revogação da prisão domiciliar;
VII - advertência, por escrito, para todos os casos em
que o juiz da execução decida não aplicar alguma das
medidas previstas nos incisos de I a VI deste parágrafo.
Art. 146-D. A monitoração eletrônica poderá ser
revogada:
I - quando se tornar desnecessária ou inadequada;
II - se o acusado ou condenado violar os deveres a que
estiver sujeito durante a sua vigência ou cometer falta grave.
CAPÍTULO II
Das Penas Restritivas de Direitos
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 147. Transitada em julgado a sentença que aplicou
a pena restritiva de direitos, o Juiz da execução, de ofício ou
a requerimento do MP, promoverá a execução, podendo,
para tanto, requisitar, quando necessário, a colaboração de
entidades públicas ou solicitá-la a particulares.
Art. 148. Em qualquer fase da execução, poderá o Juiz,
motivadamente, alterar, a forma de cumprimento das penas
de prestação de serviços à comunidade e de limitação de fim
de semana, ajustando-as às condições pessoais do
condenado e às características do estabelecimento, da
entidade ou do programa comunitário ou estatal.
SEÇÃO II
Da Prestação de Serviços à Comunidade
Art. 149. Caberá ao Juiz da execução:
I - designar a entidade ou programa comunitário ou
estatal, devidamente credenciado ou convencionado, junto
ao qual o condenado deverá trabalhar gratuitamente, de
acordo com as suas aptidões;
II - determinar a intimação do condenado,
cientificando-o da entidade, dias e horário em que deverá
cumprir a pena;
III - alterar a forma de execução, a fim de ajustá-la às
modificações ocorridas na jornada de trabalho.
§ 1º o trabalho terá a duração de 8hs semanais e será
realizado aos sábados, domingos e feriados, ou em dias
úteis, de modo a não prejudicar a jornada normal de
trabalho, nos horários estabelecidos pelo Juiz.
§ 2º A execução terá início a partir da data do primeiro
comparecimento.
Art. 150. A entidade beneficiada com a prestação de
serviços encaminhará mensalmente, ao Juiz da execução,
relatório circunstanciado das atividades do condenado, bem
como, a qualquer tempo, comunicação sobre ausência ou
falta disciplinar.
SEÇÃO III
Da Limitação de Fim de Semana
Art. 151. Caberá ao Juiz da execução determinar a
intimação do condenado, cientificando-o do local, dias e
horário em que deverá cumprir a pena.
§ú. A execução terá início a partir da data do primeiro
comparecimento.
Art. 152. Poderão ser ministrados ao condenado,
durante o tempo de permanência, cursos e palestras, ou
atribuídas atividades educativas.
§ú. Nos casos de violência doméstica contra a mulher,
o juiz poderá determinar o comparecimento obrigatório do
agressor a programas de recuperação e reeducação.
Art. 153. O estabelecimento designado encaminhará,
mensalmente, ao Juiz da execução, relatório, bem assim
comunicará, a qualquer tempo, a ausência ou falta
disciplinar do condenado.
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SEÇÃO IV
Da Interdição Temporária de Direitos
Art. 154. Caberá ao Juiz da execução comunicar à
autoridade competente a pena aplicada, determinada a
intimação do condenado.
§ 1º Na hipótese de pena de interdição do artigo 47,
inciso I, do Código Penal, a autoridade deverá, em 24hs,
contadas do recebimento do ofício, baixar ato, a partir do
qual a execução terá seu início.
Art. 47 CP- As penas de interdição temporária de direitos são: I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;
§ 2º Nas hipóteses do artigo 47, incisos II e III, do
Código Penal, o Juízo da execução determinará a apreensão
dos documentos, que autorizam o exercício do direito
interditado.
Art. 47 CP- As penas de interdição temporária de direitos são: II
- proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do
poder público; III - suspensão de autorização ou de habilitação
para dirigir veículo.
Art. 155. A autoridade deverá comunicar
imediatamente ao Juiz da execução o descumprimento da
pena.
§ú. A comunicação prevista neste artigo poderá ser
feita por qualquer prejudicado.
CAPÍTULO III
Da Suspensão Condicional
Art. 156. O Juiz poderá suspender, pelo período de 2 a
4a, a execução da pena privativa de liberdade, não +2a, na
forma prevista nos artigos 77 a 82 do Código Penal.
Art. 77 CP- A execução da PPL, não +2a, poderá ser suspensa, por 2 a 4a, desde que: I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
Art. 44. As PRD são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I – aplicada PPL não +4a e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena
aplicada, se o crime for culposo; II – o réu não for reincidente em crime doloso; III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
§ 1º - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.
§ 2o A execução da PPL, não +4a, poderá ser suspensa, por 4 a 6a, desde que o condenado seja +70a de idade, ou razões de saúde justifiquem a suspensão.
Art. 78 CP- Durante o prazo da suspensão, o condenado ficará sujeito à observação e ao cumprimento das condições estabelecidas pelo juiz.
§ 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações +6m de privação da liberdade.
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5h diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
§ 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições, aplicadas cumulativamente: a) proibição de freqüentar determinados lugares; b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do juiz; c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
Art. 79 CP- A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.
Art. 80 CP- A suspensão não se estende às PRD nem à multa.
Revogação obrigatória
Art. 81 CP- A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.
Art. 78 - § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o
condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou
submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).
Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações +6m de privação da liberdade.
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5h diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado.
Revogação facultativa
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§ 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a PPL ou restritiva de direitos.
Prorrogação do período de prova
§ 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo.
§ 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.
Cumprimento das condições
Art. 82 CP- Expirado o prazo sem que tenha havido revogação, considera-se extinta a PPL.
Art. 157. O Juiz ou Tribunal, na sentença que aplicar
pena privativa de liberdade, na situação determinada no
artigo anterior, deverá pronunciar-se, motivadamente, sobre
a suspensão condicional, quer a conceda, quer a denegue.
Art. 158. Concedida a suspensão, o Juiz especificará as
condições a que fica sujeito o condenado, pelo prazo fixado,
começando este a correr da audiência prevista no artigo 160
desta Lei.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença condenatória, o Juiz a
lerá ao condenado, em audiência, advertindo-o das
conseqüências de nova infração penal e do descumprimento das
condições impostas.
§ 1° As condições serão adequadas ao fato e à situação
pessoal do condenado, devendo ser incluída entre as
mesmas a de prestar serviços à comunidade, ou limitação de
fim de semana, salvo hipótese do artigo 78, § 2º, do Código
Penal.
Art. 78 - § 2° Se o condenado houver reparado o dano, salvo
impossibilidade de fazê-lo, e se as circunstâncias do art. 59 deste
Código lhe forem inteiramente favoráveis, o juiz poderá substituir
a exigência do parágrafo anterior pelas seguintes condições,
aplicadas cumulativamente: a) proibição de freqüentar
determinados lugares; b) proibição de ausentar-se da comarca
onde reside, sem autorização do juiz; c) comparecimento pessoal
e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar
suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá, a qualquer tempo, de ofício, a
requerimento do MP ou mediante proposta do Conselho
Penitenciário, modificar as condições e regras estabelecidas
na sentença, ouvido o condenado.
§ 3º A fiscalização do cumprimento das condições,
reguladas nos Estados, Territórios e Distrito Federal por
normas supletivas, será atribuída a serviço social
penitenciário, Patronato, Conselho da Comunidade ou
instituição beneficiada com a prestação de serviços,
inspecionados pelo Conselho Penitenciário, pelo MP, ou
ambos, devendo o Juiz da execução suprir, por ato, a falta
das normas supletivas.
§ 4º O beneficiário, ao comparecer periodicamente à
entidade fiscalizadora, para comprovar a observância das
condições a que está sujeito, comunicará, também, a sua
ocupação e os salários ou proventos de que vive.
§ 5º A entidade fiscalizadora deverá comunicar
imediatamente ao órgão de inspeção, para os fins legais,
qualquer fato capaz de acarretar a revogação do benefício, a
prorrogação do prazo ou a modificação das condições.
§ 6º Se for permitido ao beneficiário mudar-se, será
feita comunicação ao Juiz e à entidade fiscalizadora do local
da nova residência, aos quais o primeiro deverá apresentar-
se imediatamente.
Art. 159. Quando a suspensão condicional da pena for
concedida por Tribunal, a este caberá estabelecer as
condições do benefício.
§ 1º De igual modo proceder-se-á quando o Tribunal
modificar as condições estabelecidas na sentença recorrida.
§ 2º O Tribunal, ao conceder a suspensão condicional
da pena, poderá, todavia, conferir ao Juízo da execução a
incumbência de estabelecer as condições do benefício, e, em
qualquer caso, a de realizar a audiência admonitória.
Art. 160. Transitada em julgado a sentença
condenatória, o Juiz a lerá ao condenado, em audiência,
advertindo-o das conseqüências de nova infração penal e do
descumprimento das condições impostas.
Art. 161. Se, intimado pessoalmente ou por edital com
prazo de 20d, o réu não comparecer injustificadamente à
audiência admonitória, a suspensão ficará sem efeito e será
executada imediatamente a pena.
Art. 162. A revogação da suspensão condicional da
pena e a prorrogação do período de prova dar-se-ão na
forma do artigo 81 e respectivos parágrafos do Código Penal.
Art. 81 CP- A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário: I - é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso; II - frustra, embora solvente, a execução de pena de multa ou não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; III - descumpre a condição do § 1º do art. 78 deste Código.
Art. 78 - § 1º - No primeiro ano do prazo, deverá o
condenado prestar serviços à comunidade (art. 46) ou
submeter-se à limitação de fim de semana (art. 48).
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Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às condenações +6m de privação da liberdade.
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5h diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado. § 1º - A suspensão poderá ser revogada se o condenado descumpre qualquer outra condição imposta ou é irrecorrivelmente condenado, por crime culposo ou por contravenção, a PPL ou restritiva de direitos. § 2º - Se o beneficiário está sendo processado por outro crime ou contravenção, considera-se prorrogado o prazo da suspensão até o julgamento definitivo. § 3º - Quando facultativa a revogação, o juiz pode, ao invés de decretá-la, prorrogar o período de prova até o máximo, se este não foi o fixado.
Art. 163. A sentença condenatória será registrada, com
a nota de suspensão em livro especial do Juízo a que couber
a execução da pena.
§ 1º Revogada a suspensão ou extinta a pena, será o
fato averbado à margem do registro.
§ 2º O registro e a averbação serão sigilosos, salvo
para efeito de informações requisitadas por órgão judiciário
ou pelo MP, para instruir processo penal.
CAPÍTULO IV
Da Pena de Multa
Art. 164. Extraída certidão da sentença condenatória
com trânsito em julgado, que valerá como título executivo
judicial, o MP requererá, em autos apartados, a citação do
condenado para, no prazo de 10d, pagar o valor da multa ou
nomear bens à penhora.
§ 1º Decorrido o prazo sem o pagamento da multa, ou
o depósito da respectiva importância, proceder-se-á à
penhora de tantos bens quantos bastem para garantir a
execução.
§ 2º A nomeação de bens à penhora e a posterior
execução seguirão o que dispuser a lei processual civil.
Art. 165. Se a penhora recair em bem imóvel, os autos
apartados serão remetidos ao Juízo Cível para
prosseguimento.
Art. 166. Recaindo a penhora em outros bens, dar-se-á
prosseguimento nos termos do § 2º do artigo 164, desta Lei.
Art. 167. A execução da pena de multa será suspensa
quando sobrevier ao condenado doença mental (artigo 52
do Código Penal).
Art. 52 CP- É suspensa a execução da pena de multa, se
sobrevém ao condenado doença mental.
Art. 168. O Juiz poderá determinar que a cobrança da
multa se efetue mediante desconto no vencimento ou
salário do condenado, nas hipóteses do artigo 50, § 1º, do
Código Penal, observando-se o seguinte:
Art. 50 - § 1ºCP - A cobrança da multa pode efetuar-se mediante
desconto no vencimento ou salário do condenado quando: a)
aplicada isoladamente; b) aplicada cumulativamente com pena
restritiva de direitos; c) concedida a suspensão condicional da
pena.
I - o limite máximo do desconto mensal será o da
quarta parte da remuneração e o mínimo o de um décimo;
II - o desconto será feito mediante ordem do Juiz a
quem de direito;
III - o responsável pelo desconto será intimado a
recolher mensalmente, até o dia fixado pelo Juiz, a
importância determinada.
Art. 169. Até o término do prazo a que se refere o
artigo 164 desta Lei, poderá o condenado requerer ao Juiz o
pagamento da multa em prestações mensais, iguais e
sucessivas.
§ 1° O Juiz, antes de decidir, poderá determinar
diligências para verificar a real situação econômica do
condenado e, ouvido o MP, fixará o número de prestações.
§ 2º Se o condenado for impontual ou se melhorar de
situação econômica, o Juiz, de ofício ou a requerimento do
MP, revogará o benefício executando-se a multa, na forma
prevista neste Capítulo, ou prosseguindo-se na execução já
iniciada.
Art. 170. Quando a pena de multa for aplicada
cumulativamente com pena privativa da liberdade,
enquanto esta estiver sendo executada, poderá aquela ser
cobrada mediante desconto na remuneração do condenado
(artigo 168).
§ 1º Se o condenado cumprir a pena privativa de
liberdade ou obtiver livramento condicional, sem haver
resgatado a multa, far-se-á a cobrança nos termos deste
Capítulo.
§ 2º Aplicar-se-á o disposto no parágrafo anterior aos
casos em que for concedida a suspensão condicional da
pena.
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TÍTULO VI
Da Execução das Medidas de Segurança
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 171. Transitada em julgado a sentença que aplicar
medida de segurança, será ordenada a expedição de guia
para a execução.
Art. 172. Ninguém será internado em Hospital de
Custódia e Tratamento Psiquiátrico, ou submetido a
tratamento ambulatorial, para cumprimento de medida de
segurança, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.
Art. 173. A guia de internamento ou de tratamento
ambulatorial, extraída pelo escrivão, que a rubricará em
todas as folhas e a subscreverá com o Juiz, será remetida à
autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
I - a qualificação do agente e o número do registro
geral do órgão oficial de identificação;
II - o inteiro teor da denúncia e da sentença que tiver
aplicado a medida de segurança, bem como a certidão do
trânsito em julgado;
III - a data em que terminará o prazo mínimo de
internação, ou do tratamento ambulatorial;
IV - outras peças do processo reputadas indispensáveis
ao adequado tratamento ou internamento.
§ 1° Ao MP será dada ciência da guia de recolhimento e
de sujeição a tratamento.
§ 2° A guia será retificada sempre que sobrevier
modificações quanto ao prazo de execução.
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de
segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e 9°
desta Lei.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de
liberdade, em regime fechado, será submetido a exame
criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma
adequada classificação e com vistas à individualização da
execução. §ú. Ao exame de que trata este artigo poderá ser
submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de
liberdade em regime semi-aberto.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados
reveladores da personalidade, observando a ética profissional e
tendo sempre presentes peças ou informações do processo,
poderá: I - entrevistar pessoas; II - requisitar, de repartições ou
estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do
condenado; III - realizar outras diligências e exames necessários.
CAPÍTULO II
Da Cessação da Periculosidade
Art. 175. A cessação da periculosidade será averiguada
no fim do prazo mínimo de duração da medida de
segurança, pelo exame das condições pessoais do agente,
observando-se o seguinte:
I - a autoridade administrativa, até 1m antes de expirar
o prazo de duração mínima da medida, remeterá ao Juiz
minucioso relatório que o habilite a resolver sobre a
revogação ou permanência da medida;
II - o relatório será instruído com o laudo psiquiátrico;
III - juntado aos autos o relatório ou realizadas as
diligências, serão ouvidos, sucessivamente, o MP e o curador
ou defensor, no prazo de 3d para cada um;
IV - o Juiz nomeará curador ou defensor para o agente
que não o tiver;
V - o Juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das
partes, poderá determinar novas diligências, ainda que
expirado o prazo de duração mínima da medida de
segurança;
VI - ouvidas as partes ou realizadas as diligências a que
se refere o inciso anterior, o Juiz proferirá a sua decisão, no
prazo de 5d.
Art. 176. Em qualquer tempo, ainda no decorrer do
prazo mínimo de duração da medida de segurança, poderá o
Juiz da execução, diante de requerimento fundamentado do
MP ou do interessado, seu procurador ou defensor, ordenar
o exame para que se verifique a cessação da periculosidade,
procedendo-se nos termos do artigo anterior.
Art. 177. Nos exames sucessivos para verificar-se a
cessação da periculosidade, observar-se-á, no que lhes for
aplicável, o disposto no artigo anterior.
Art. 178. Nas hipóteses de desinternação ou de
liberação (artigo 97, § 3º, do Código Penal), aplicar-se-á o
disposto nos artigos 132 e 133 desta Lei.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 68/144
Art. 97 - § 3º CP- A desinternação, ou a liberação, será sempre
condicional devendo ser restabelecida a situação anterior se o
agente, antes do decurso de 1a, pratica fato indicativo de
persistência de sua periculosidade. Art. 132. Deferido o pedido, o
Juiz especificará as condições a que fica subordinado o
livramento. Art. 133. Se for permitido ao liberado residir fora da
comarca do Juízo da execução, remeter-se-á cópia da sentença
do livramento ao Juízo do lugar para onde ele se houver
transferido e à autoridade incumbida da observação cautelar e
de proteção.
Art. 179. Transitada em julgado a sentença, o Juiz
expedirá ordem para a desinternação ou a liberação.
TÍTULO VII
Dos Incidentes de Execução
CAPÍTULO I
Das Conversões
Art. 180. A pena privativa de liberdade, não +2a,
poderá ser convertida em restritiva de direitos, desde que:
I - o condenado a esteja cumprindo em regime aberto;
II - tenha sido cumprido pelo menos 1/4 da pena;
III - os antecedentes e a personalidade do condenado
indiquem ser a conversão recomendável.
Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida
em privativa de liberdade nas hipóteses e na forma do artigo
45 e seus incisos do Código Penal [revogados].
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade
será convertida quando o condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não
sabido, ou desatender a intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou
programa em que deva prestar serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço
que lhe foi imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa
de liberdade, cuja execução não tenha sido suspensa.
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será
convertida quando o condenado não comparecer ao
estabelecimento designado para o cumprimento da pena,
recusar-se a exercer a atividade determinada pelo Juiz ou se
ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e" do
parágrafo anterior.
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será
convertida quando o condenado exercer, injustificadamente,
o direito interditado ou se ocorrer qualquer das hipóteses
das letras "a" e "e", do § 1º, deste artigo.
Art. 182. [revogado]
Art. 183. Quando, no curso da execução da pena
privativa de liberdade, sobrevier doença mental ou
perturbação da saúde mental, o Juiz, de ofício, a
requerimento do MP, da Defensoria Pública ou da
autoridade administrativa, poderá determinar a substituição
da pena por medida de segurança.
Art. 184. O tratamento ambulatorial poderá ser
convertido em internação se o agente revelar
incompatibilidade com a medida.
§ú. Nesta hipótese, o prazo mínimo de internação será
de 1a.
CAPÍTULO II
Do Excesso ou Desvio
Art. 185. Haverá excesso ou desvio de execução sempre
que algum ato for praticado além dos limites fixados na
sentença, em normas legais ou regulamentares.
Art. 186. Podem suscitar o incidente de excesso ou
desvio de execução:
I - o MP;
II - o Conselho Penitenciário;
III - o sentenciado;
IV - qualquer dos demais órgãos da execução penal.
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CAPÍTULO III
Da Anistia e do Indulto
Art. 187. Concedida a anistia, o Juiz, de ofício, a
requerimento do interessado ou do MP, por proposta da
autoridade administrativa ou do Conselho Penitenciário,
declarará extinta a punibilidade.
Art. 188. O indulto individual poderá ser provocado por
petição do condenado, por iniciativa do MP, do Conselho
Penitenciário, ou da autoridade administrativa.
Art. 189. A petição do indulto, acompanhada dos
documentos que a instruírem, será entregue ao Conselho
Penitenciário, para a elaboração de parecer e posterior
encaminhamento ao Ministério da Justiça.
Art. 190. O Conselho Penitenciário, à vista dos autos do
processo e do prontuário, promoverá as diligências que
entender necessárias e fará, em relatório, a narração do
ilícito penal e dos fundamentos da sentença condenatória, a
exposição dos antecedentes do condenado e do
procedimento deste depois da prisão, emitindo seu parecer
sobre o mérito do pedido e esclarecendo qualquer
formalidade ou circunstâncias omitidas na petição.
Art. 191. Processada no Ministério da Justiça com
documentos e o relatório do Conselho Penitenciário, a
petição será submetida a despacho do Presidente da
República, a quem serão presentes os autos do processo ou
a certidão de qualquer de suas peças, se ele o determinar.
Art. 192. Concedido o indulto e anexada aos autos
cópia do decreto, o Juiz declarará extinta a pena ou ajustará
a execução aos termos do decreto, no caso de comutação.
Art. 193. Se o sentenciado for beneficiado por indulto
coletivo, o Juiz, de ofício, a requerimento do interessado, do
MP, ou por iniciativa do Conselho Penitenciário ou da
autoridade administrativa, providenciará de acordo com o
disposto no artigo anterior.
TÍTULO VIII
Do Procedimento Judicial
Art. 194. O procedimento correspondente às situações
previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o
Juízo da execução.
Art. 195. O procedimento judicial iniciar-se-á de ofício,
a requerimento do MP, do interessado, de quem o
represente, de seu cônjuge, parente ou descendente,
mediante proposta do Conselho Penitenciário, ou, ainda, da
autoridade administrativa.
Art. 196. A portaria ou petição será autuada ouvindo-
se, em 3d, o condenado e o MP, quando não figurem como
requerentes da medida.
§ 1º Sendo desnecessária a produção de prova, o Juiz
decidirá de plano, em igual prazo.
§ 2º Entendendo indispensável a realização de prova
pericial ou oral, o Juiz a ordenará, decidindo após a
produção daquela ou na audiência designada.
Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá
recurso de agravo, sem efeito suspensivo.
TÍTULO IX
Das Disposições Finais e Transitórias
Art. 198. É defesa ao integrante dos órgãos da
execução penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência
que perturbe a segurança e a disciplina dos
estabelecimentos, bem como exponha o preso à
inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da
pena.
Art. 199. O emprego de algemas será disciplinado por
decreto federal.
Art. 200. O condenado por crime político não está
obrigado ao trabalho.
Art. 201. Na falta de estabelecimento adequado, o
cumprimento da prisão civil e da prisão administrativa se
efetivará em seção especial da Cadeia Pública.
Art. 202. Cumprida ou extinta a pena, não constarão da
folha corrida, atestados ou certidões fornecidas por
autoridade policial ou por auxiliares da Justiça, qualquer
notícia ou referência à condenação, salvo para instruir
processo pela prática de nova infração penal ou outros casos
expressos em lei.
Art. 203. No prazo de 6m, a contar da publicação desta
Lei, serão editadas as normas complementares ou
regulamentares, necessárias à eficácia dos dispositivos não
auto-aplicáveis.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 70/144
§ 1º Dentro do mesmo prazo deverão as Unidades
Federativas, em convênio com o Ministério da Justiça,
projetar a adaptação, construção e equipamento de
estabelecimentos e serviços penais previstos nesta Lei.
§ 2º Também, no mesmo prazo, deverá ser
providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios
para instalação de casas de albergados.
§ 3º O prazo a que se refere o caput deste artigo
poderá ser ampliado, por ato do Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária, mediante justificada
solicitação, instruída com os projetos de reforma ou de
construção de estabelecimentos.
§ 4º O descumprimento injustificado dos deveres
estabelecidos para as Unidades Federativas implicará na
suspensão de qualquer ajuda financeira a elas destinada
pela União, para atender às despesas de execução das penas
e medidas de segurança.
Art. 204. Esta Lei entra em vigor concomitantemente
com a lei de reforma da Parte Geral do Código Penal,
revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei
nº 3.274, de 2 de outubro de 1957.
Brasília, 11 de julho de 1984; 163º da Independência e
96º da República.
JOÃO FIGUEIREDO
Ibrahim Abi-Ackel
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.7.1984
6. Lei da Interceptação telefônica (Lei n° 9.296 de 1996).
LEI Nº 9.296, DE 24 DE JULHO DE 1996.
art. 5°, inciso XII da Constituição
Federal
Regulamenta o inciso XII, parte final, do art. 5° da Constituição Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça.
§ú. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática.
Art. 2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:
I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal;
II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis;
III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção.
§ú. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada.
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento:
I - da autoridade policial, na investigação criminal;
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal.
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Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados.
§ 1° Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo.
§ 2° O juiz, no prazo máximo de 24hs, decidirá sobre o pedido.
Art. 5° A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de 15d, renovável por igual tempo 1x comprovada a indispensabilidade do meio de prova.
Art. 6° Deferido o pedido, a autoridade policial conduzirá os procedimentos de interceptação, dando ciência ao Ministério Público, que poderá acompanhar a sua realização.
§ 1° No caso de a diligência possibilitar a gravação da comunicação interceptada, será determinada a sua transcrição.
§ 2° Cumprida a diligência, a autoridade policial encaminhará o resultado da interceptação ao juiz, acompanhado de auto circunstanciado, que deverá conter o resumo das operações realizadas.
§ 3° Recebidos esses elementos, o juiz determinará a providência do art. 8° , ciente o Ministério Público.
Art. 7° Para os procedimentos de interceptação de que trata esta Lei, a autoridade policial poderá requisitar serviços e técnicos especializados às concessionárias de serviço público.
Art. 8° A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.
§ú. A apensação somente poderá ser realizada imediatamente antes do relatório da autoridade, quando se tratar de inquérito policial (Código de Processo Penal, art.10, § 1°) ou na conclusão do processo ao juiz para o despacho decorrente do disposto nos arts. 407, 502 ou 538 do Código de Processo Penal.
Art. 10. CPP - O inquérito deverá terminar no prazo de 10d, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30d, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. § 1o A
autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
Art. 407. CPP As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código.
Art. 308. CPP Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo.
Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.
§ú. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante legal.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
Pena: reclusão, de 2 a 4a, e multa.
Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 12. Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, 24 de julho de 1996; 175º da Independência e 108º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Nelson A. Jobim
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 25.7.1996
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
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7. Propriedade Intelectual (Lei n° 9.609 de 1998).
LEI Nº 9.609 , DE 19 DE FEVEREIRO DE 1998.
Dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa de computador, sua comercialização no País, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou análoga, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados.
CAPÍTULO II
DA PROTEÇÃO AOS DIREITOS DE AUTOR E DO REGISTRO
Art. 2º O regime de proteção à propriedade intelectual de programa de computador é o conferido às obras literárias pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País, observado o disposto nesta Lei.
§ 1º Não se aplicam ao programa de computador as disposições relativas aos direitos morais, ressalvado, a qualquer tempo, o direito do autor de reivindicar a paternidade do programa de computador e o direito do autor de opor-se a alterações não-autorizadas, quando estas impliquem deformação, mutilação ou outra modificação do programa de computador, que prejudiquem a sua honra ou a sua reputação.
§ 2º Fica assegurada a tutela dos direitos relativos a programa de computador pelo prazo de 50a, contados a partir de 1º de janeiro do ano subseqüente ao da sua publicação ou, na ausência desta, da sua criação.
§ 3º A proteção aos direitos de que trata esta Lei independe de registro.
§ 4º Os direitos atribuídos por esta Lei ficam assegurados aos estrangeiros domiciliados no exterior, desde que o país de origem do programa conceda, aos brasileiros e estrangeiros domiciliados no Brasil, direitos equivalentes.
§ 5º Inclui-se dentre os direitos assegurados por esta Lei e pela legislação de direitos autorais e conexos vigentes no País aquele direito exclusivo de autorizar ou proibir o aluguel comercial, não sendo esse direito exaurível pela venda, licença ou outra forma de transferência da cópia do programa.
§ 6º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos casos em que o programa em si não seja objeto essencial do aluguel.
Art. 3º Os programas de computador poderão, a critério do titular, ser registrados em órgão ou entidade a ser designado por ato do Poder Executivo, por iniciativa do Ministério responsável pela política de ciência e tecnologia. (Regulamento)
§ 1º O pedido de registro estabelecido neste artigo deverá conter, pelo menos, as seguintes informações:
I - os dados referentes ao autor do programa de computador e ao titular, se distinto do autor, sejam pessoas físicas ou jurídicas;
II - a identificação e descrição funcional do programa de computador; e
III - os trechos do programa e outros dados que se considerar suficientes para identificá-lo e caracterizar sua originalidade, ressalvando-se os direitos de terceiros e a responsabilidade do Governo.
§ 2º As informações referidas no inciso III [os trechos do
programa e outros dados que se considerar suficientes para identificá-lo e caracterizar sua originalidade, ressalvando-se os direitos de terceiros e a
responsabilidade do Governo.] do parágrafo anterior são de caráter sigiloso, não podendo ser reveladas, salvo por ordem judicial ou a requerimento do próprio titular.
Art. 4º Salvo estipulação em contrário, pertencerão exclusivamente ao empregador, contratante de serviços ou órgão público, os direitos relativos ao programa de computador, desenvolvido e elaborado durante a vigência de contrato ou de vínculo estatutário, expressamente destinado à pesquisa e desenvolvimento, ou em que a atividade do empregado, contratado de serviço ou servidor seja prevista, ou ainda, que decorra da própria natureza dos encargos concernentes a esses vínculos.
§ 1º Ressalvado ajuste em contrário, a compensação do trabalho ou serviço prestado limitar-se-á à remuneração ou ao salário convencionado.
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§ 2º Pertencerão, com exclusividade, ao empregado, contratado de serviço ou servidor os direitos concernentes a programa de computador gerado sem relação com o contrato de trabalho, prestação de serviços ou vínculo estatutário, e sem a utilização de recursos, informações tecnológicas, segredos industriais e de negócios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, da empresa ou entidade com a qual o empregador mantenha contrato de prestação de serviços ou assemelhados, do contratante de serviços ou órgão público.
§ 3º O tratamento previsto neste artigo será aplicado nos casos em que o programa de computador for desenvolvido por bolsistas, estagiários e assemelhados.
Art. 5º Os direitos sobre as derivações autorizadas pelo titular dos direitos de programa de computador, inclusive sua exploração econômica, pertencerão à pessoa autorizada que as fizer, salvo estipulação contratual em contrário.
Art. 6º Não constituem ofensa aos direitos do titular de programa de computador:
I - a reprodução, em um só exemplar, de cópia legitimamente adquirida, desde que se destine à cópia de salvaguarda ou armazenamento eletrônico, hipótese em que o exemplar original servirá de salvaguarda;
II - a citação parcial do programa, para fins didáticos, desde que identificados o programa e o titular dos direitos respectivos;
III - a ocorrência de semelhança de programa a outro, preexistente, quando se der por força das características funcionais de sua aplicação, da observância de preceitos normativos e técnicos, ou de limitação de forma alternativa para a sua expressão;
IV - a integração de um programa, mantendo-se suas características essenciais, a um sistema aplicativo ou operacional, tecnicamente indispensável às necessidades do usuário, desde que para o uso exclusivo de quem a promoveu.
CAPÍTULO III
DAS GARANTIAS AOS USUÁRIOS DE PROGRAMA DE COMPUTADOR
Art. 7º O contrato de licença de uso de programa de computador, o documento fiscal correspondente, os suportes físicos do programa ou as respectivas embalagens deverão consignar, de forma facilmente legível pelo usuário, o prazo de validade técnica da versão comercializada.
Art. 8º Aquele que comercializar programa de computador, quer seja titular dos direitos do programa, quer seja titular dos direitos de comercialização, fica obrigado, no território nacional, durante o prazo de validade técnica da respectiva versão, a assegurar aos respectivos usuários a prestação de serviços técnicos complementares relativos ao adequado funcionamento do programa, consideradas as suas especificações.
§ú. A obrigação persistirá no caso de retirada de circulação comercial do programa de computador durante o prazo de validade, salvo justa indenização de eventuais prejuízos causados a terceiros.
CAPÍTULO IV
DOS CONTRATOS DE LICENÇA DE USO, DE COMERCIALIZAÇÃO
E DE TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA
Art. 9º O uso de programa de computador no País será objeto de contrato de licença.
§ú. Na hipótese de eventual inexistência do contrato referido no caput deste artigo, o documento fiscal relativo à aquisição ou licenciamento de cópia servirá para comprovação da regularidade do seu uso.
Art. 10. Os atos e contratos de licença de direitos de comercialização referentes a programas de computador de origem externa deverão fixar, quanto aos tributos e encargos exigíveis, a responsabilidade pelos respectivos pagamentos e estabelecerão a remuneração do titular dos direitos de programa de computador residente ou domiciliado no exterior.
§ 1º Serão nulas as cláusulas que:
I - limitem a produção, a distribuição ou a comercialização, em violação às disposições normativas em vigor;
II - eximam qualquer dos contratantes das responsabilidades por eventuais ações de terceiros, decorrentes de vícios, defeitos ou violação de direitos de autor.
§ 2º O remetente do correspondente valor em moeda estrangeira, em pagamento da remuneração de que se trata, conservará em seu poder, pelo prazo de 5a, todos os documentos necessários à comprovação da licitude das remessas e da sua conformidade ao caput deste artigo.
Art. 11. Nos casos de transferência de tecnologia de programa de computador, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial fará o registro dos respectivos contratos, para que produzam efeitos em relação a terceiros.
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§ú. Para o registro de que trata este artigo, é obrigatória a entrega, por parte do fornecedor ao receptor de tecnologia, da documentação completa, em especial do código-fonte comentado, memorial descritivo, especificações funcionais internas, diagramas, fluxogramas e outros dados técnicos necessários à absorção da tecnologia.
CAPÍTULO V
DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES
Art. 12. Violar direitos de autor de programa de computador:
Pena - Detenção de 6m a 2a ou multa.
§ 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de programa de computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem autorização expressa do autor ou de quem o represente:
Pena - Reclusão de 1 a 4a e multa.
§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda, introduz no País, adquire, oculta ou tem em depósito, para fins de comércio, original ou cópia de programa de computador, produzido com violação de direito autoral.
§ 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede mediante queixa, salvo:
I - quando praticados em prejuízo de entidade de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo poder público;
II - quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação fiscal, perda de arrecadação tributária ou prática de quaisquer dos crimes contra a ordem tributária ou contra as relações de consumo.
§ 4º No caso do inciso II do parágrafo anterior, a exigibilidade do tributo, ou contribuição social e qualquer acessório, processar-se-á independentemente de representação.
Art. 13. A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão, nos casos de violação de direito de autor de programa de computador, serão precedidas de vistoria, podendo o juiz ordenar a apreensão das cópias produzidas ou comercializadas com violação de direito de autor, suas versões e derivações, em poder do infrator ou de quem as esteja expondo, mantendo em depósito, reproduzindo ou comercializando.
Art. 14. Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá intentar ação para proibir ao infrator a prática do ato incriminado, com cominação de pena pecuniária para o caso de transgressão do preceito.
§ 1º A ação de abstenção de prática de ato poderá ser cumulada com a de perdas e danos pelos prejuízos decorrentes da infração.
§ 2º Independentemente de ação cautelar preparatória, o juiz poderá conceder medida liminar proibindo ao infrator a prática do ato incriminado, nos termos deste artigo.
§ 3º Nos procedimentos cíveis, as medidas cautelares de busca e apreensão observarão o disposto no artigo anterior.
§ 4º Na hipótese de serem apresentadas, em juízo, para a defesa dos interesses de qualquer das partes, informações que se caracterizem como confidenciais, deverá o juiz determinar que o processo prossiga em segredo de justiça, vedado o uso de tais informações também à outra parte para outras finalidades.
§ 5º Será responsabilizado por perdas e danos aquele que requerer e promover as medidas previstas neste e nos arts. 12 e 13, agindo de má-fé ou por espírito de emulação, capricho ou erro grosseiro, nos termos dos arts. 16, 17 e 18 do Código de Processo Civil.
Art. 16. CPC Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente.
Art. 17. CPC Reputa-se litigante de má-fé aquele que: I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso; II - alterar a verdade dos fatos; III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; Vl - provocar incidentes manifestamente infundados. VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 18. CPC O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou. § 1o Quando forem 2 ou + os litigantes de má-fé, o juiz condenará cada um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. § 2o O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em quantia não superior a 20% sobre o valor da causa, ou liquidado por arbitramento.
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CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 15. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 16. Fica revogada a Lei nº 7.646, de 18 de dezembro de 1987.
Brasília, 19 de fevereiro de 1998; 177º da Independência e 110º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO José Israel Vargas
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 20.2.1998 e retificado no D.O.U. de 25.2.1998
8. Competência da Polícia Judiciária Militar (Lei n° 9.299 de 1996).
LEI Nº 9.299, DE 7 DE AGOSTO DE 1996.
Altera dispositivos dos Decretos-leis n° s 1.001 e 1.002, de 21 de outubro de 1969, Códigos Penal Militar e de Processo Penal Militar, respectivamente.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O art. 9° do Decreto-lei n° 1.001, de 21 de outubro de 1969 - Código Penal Militar, passa a vigorar com as seguintes alterações:
"Art. 9° ...........II - c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;
...f) revogada................
§ú. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum."
Art. 2° O caput do art. 82 do Decreto-lei n° 1.002, de 21 de outubro de 1969 - Código de Processo Penal Militar, passa a vigorar com a seguinte redação, acrescido, ainda, o seguinte § 2° , passando o atual §ú a § 1° :
"Art. 82. O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de paz:
...........................................................................................
§ 1° ....................................................................................
§ 2° Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum."
Art. 3° Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 7 de agosto de 1996; 175º da Independência e 108º da República.
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9. Proteção à vítima e a testemunha (Lei n° 9.807 de 1999).
LEI Nº 9.807, DE 13 DE JULHO DE 1999.
Estabelece normas para a organização e a manutenção de programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva colaboração à investigação policial e ao processo criminal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DA PROTEÇÃO ESPECIAL A VÍTIMAS E A TESTEMUNHAS
Art. 1o As medidas de proteção requeridas por vítimas
ou por testemunhas de crimes que estejam coagidas ou expostas a grave ameaça em razão de colaborarem com a investigação ou processo criminal serão prestadas pela União, pelos Estados e pelo Distrito Federal, no âmbito das respectivas competências, na forma de programas especiais organizados com base nas disposições desta Lei.
§ 1o A União, os Estados e o Distrito Federal poderão
celebrar convênios, acordos, ajustes ou termos de parceria entre si ou com entidades não-governamentais objetivando a realização dos programas.
§ 2o A supervisão e a fiscalização dos convênios,
acordos, ajustes e termos de parceria de interesse da União ficarão a cargo do órgão do Ministério da Justiça com atribuições para a execução da política de direitos humanos.
Art. 2o A proteção concedida pelos programas e as
medidas dela decorrentes levarão em conta a gravidade da coação ou da ameaça à integridade física ou psicológica, a dificuldade de preveni-las ou reprimi-las pelos meios convencionais e a sua importância para a produção da prova.
§ 1o A proteção poderá ser dirigida ou estendida ao
cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e dependentes que tenham convivência habitual com a vítima ou testemunha, conforme o especificamente necessário em cada caso.
§ 2o Estão excluídos da proteção os indivíduos cuja
personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de comportamento exigidas pelo programa, os condenados que estejam cumprindo pena e os indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades. Tal exclusão não trará prejuízo a eventual prestação de medidas de preservação da integridade física desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública.
§ 3o O ingresso no programa, as restrições de segurança
e demais medidas por ele adotadas terão sempre a anuência da pessoa protegida, ou de seu representante legal.
§ 4o Após ingressar no programa, o protegido ficará
obrigado ao cumprimento das normas por ele prescritas.
§ 5o As medidas e providências relacionadas com os
programas serão adotadas, executadas e mantidas em sigilo pelos protegidos e pelos agentes envolvidos em sua execução.
Art. 3o Toda admissão no programa ou exclusão dele
será precedida de consulta ao Ministério Público sobre o disposto no art. 2
o e deverá ser subseqüentemente
comunicada à autoridade policial ou ao juiz competente.
Art. 4o Cada programa será dirigido por um conselho
deliberativo em cuja composição haverá representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos públicos e privados relacionados com a segurança pública e a defesa dos direitos humanos.
§ 1o A execução das atividades necessárias ao programa
ficará a cargo de um dos órgãos representados no conselho deliberativo, devendo os agentes dela incumbidos ter formação e capacitação profissional compatíveis com suas tarefas.
§ 2o Os órgãos policiais prestarão a colaboração e o
apoio necessários à execução de cada programa.
Art. 5o A solicitação objetivando ingresso no programa
poderá ser encaminhada ao órgão executor:
I - pelo interessado;
II - por representante do Ministério Público;
III - pela autoridade policial que conduz a investigação criminal;
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IV - pelo juiz competente para a instrução do processo criminal;
V - por órgãos públicos e entidades com atribuições de defesa dos direitos humanos.
§ 1o A solicitação será instruída com a qualificação da
pessoa a ser protegida e com informações sobre a sua vida pregressa, o fato delituoso e a coação ou ameaça que a motiva.
§ 2o Para fins de instrução do pedido, o órgão executor
poderá solicitar, com a aquiescência do interessado:
I - documentos ou informações comprobatórios de sua identidade, estado civil, situação profissional, patrimônio e grau de instrução, e da pendência de obrigações civis, administrativas, fiscais, financeiras ou penais;
II - exames ou pareceres técnicos sobre a sua personalidade, estado físico ou psicológico.
§ 3o Em caso de urgência e levando em consideração a
procedência, gravidade e a iminência da coação ou ameaça, a vítima ou testemunha poderá ser colocada provisoriamente sob a custódia de órgão policial, pelo órgão executor, no aguardo de decisão do conselho deliberativo, com comunicação imediata a seus membros e ao Ministério Público.
Art. 6o O conselho deliberativo decidirá sobre:
I - o ingresso do protegido no programa ou a sua exclusão;
II - as providências necessárias ao cumprimento do programa.
§ú. As deliberações do conselho serão tomadas por maioria absoluta de seus membros e sua execução ficará sujeita à disponibilidade orçamentária.
Art. 7o Os programas compreendem, dentre outras, as
seguintes medidas, aplicáveis isolada ou cumulativamente em benefício da pessoa protegida, segundo a gravidade e as circunstâncias de cada caso:
I - segurança na residência, incluindo o controle de telecomunicações;
II - escolta e segurança nos deslocamentos da residência, inclusive para fins de trabalho ou para a prestação de depoimentos;
III - transferência de residência ou acomodação provisória em local compatível com a proteção;
IV - preservação da identidade, imagem e dados pessoais;
V - ajuda financeira mensal para prover as despesas necessárias à subsistência individual ou familiar, no caso de a pessoa protegida estar impossibilitada de desenvolver trabalho regular ou de inexistência de qualquer fonte de renda;
VI - suspensão temporária das atividades funcionais, sem prejuízo dos respectivos vencimentos ou vantagens, quando servidor público ou militar;
VII - apoio e assistência social, médica e psicológica;
VIII - sigilo em relação aos atos praticados em virtude da proteção concedida;
IX - apoio do órgão executor do programa para o cumprimento de obrigações civis e administrativas que exijam o comparecimento pessoal.
§ú. A ajuda financeira mensal terá um teto fixado pelo conselho deliberativo no início de cada exercício financeiro.
Art. 8o Quando entender necessário, poderá o conselho
deliberativo solicitar ao Ministério Público que requeira ao juiz a concessão de medidas cautelares direta ou indiretamente relacionadas com a eficácia da proteção.
Art. 9o Em casos excepcionais e considerando as
características e gravidade da coação ou ameaça, poderá o conselho deliberativo encaminhar requerimento da pessoa protegida ao juiz competente para registros públicos objetivando a alteração de nome completo.
§ 1o A alteração de nome completo poderá estender-se
às pessoas mencionadas no § 1o do art. 2
o desta Lei, inclusive
aos filhos menores, e será precedida das providências necessárias ao resguardo de direitos de terceiros.
Art. 2o § 1o A proteção poderá ser dirigida ou estendida
ao cônjuge ou companheiro, ascendentes, descendentes e
dependentes que tenham convivência habitual com a vítima
ou testemunha, conforme o especificamente necessário em
cada caso.
§ 2o O requerimento será sempre fundamentado e o juiz
ouvirá previamente o Ministério Público, determinando, em seguida, que o procedimento tenha rito sumaríssimo e corra em segredo de justiça.
§ 3o Concedida a alteração pretendida, o juiz
determinará na sentença, observando o sigilo indispensável à proteção do interessado:
I - a averbação no registro original de nascimento da menção de que houve alteração de nome completo em
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conformidade com o estabelecido nesta Lei, com expressa referência à sentença autorizatória e ao juiz que a exarou e sem a aposição do nome alterado;
II - a determinação aos órgãos competentes para o fornecimento dos documentos decorrentes da alteração;
III - a remessa da sentença ao órgão nacional competente para o registro único de identificação civil, cujo procedimento obedecerá às necessárias restrições de sigilo.
§ 4o O conselho deliberativo, resguardado o sigilo das
informações, manterá controle sobre a localização do protegido cujo nome tenha sido alterado.
§ 5o Cessada a coação ou ameaça que deu causa à
alteração, ficará facultado ao protegido solicitar ao juiz competente o retorno à situação anterior, com a alteração para o nome original, em petição que será encaminhada pelo conselho deliberativo e terá manifestação prévia do Ministério Público.
Art. 10. A exclusão da pessoa protegida de programa de proteção a vítimas e a testemunhas poderá ocorrer a qualquer tempo:
I - por solicitação do próprio interessado;
II - por decisão do conselho deliberativo, em conseqüência de:
a) cessação dos motivos que ensejaram a proteção;
b) conduta incompatível do protegido.
Art. 11. A proteção oferecida pelo programa terá a duração máxima de 2a.
§ú. Em circunstâncias excepcionais, perdurando os motivos que autorizam a admissão, a permanência poderá ser prorrogada.
Art. 12. Fica instituído, no âmbito do órgão do Ministério da Justiça com atribuições para a execução da política de direitos humanos, o Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas, a ser regulamentado por decreto do Poder Executivo. Regulamento
CAPÍTULO II
DA PROTEÇÃO AOS RÉUS COLABORADORES
Art. 13. Poderá o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, conceder o perdão judicial e a conseqüente extinção da punibilidade ao acusado que, sendo primário, tenha colaborado efetiva e voluntariamente com a investigação e o processo criminal, desde que dessa colaboração tenha resultado:
I - a identificação dos demais co-autores ou partícipes da ação criminosa;
II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada;
III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.
§ú. A concessão do perdão judicial levará em conta a personalidade do beneficiado e a natureza, circunstâncias, gravidade e repercussão social do fato criminoso.
Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois terços.
Art. 15. Serão aplicadas em benefício do colaborador, na prisão ou fora dela, medidas especiais de segurança e proteção a sua integridade física, considerando ameaça ou coação eventual ou efetiva.
§ 1o Estando sob prisão temporária, preventiva ou em
decorrência de flagrante delito, o colaborador será custodiado em dependência separada dos demais presos.
§ 2o Durante a instrução criminal, poderá o juiz
competente determinar em favor do colaborador qualquer das medidas previstas no art. 8
o desta Lei.
Art. 8o Quando entender necessário, poderá o conselho deliberativo solicitar ao Ministério Público que requeira ao juiz a concessão de medidas cautelares direta ou indiretamente relacionadas com a eficácia da proteção.
§ 3o No caso de cumprimento da pena em regime
fechado, poderá o juiz criminal determinar medidas especiais que proporcionem a segurança do colaborador em relação aos demais apenados.
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DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 16. O art. 57 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de
1973, fica acrescido do seguinte § 7o:
"§ 7o Quando a alteração de nome for concedida em razão
de fundada coação ou ameaça decorrente de colaboração com a apuração de crime, o juiz competente determinará que haja a averbação no registro de origem de menção da existência de sentença concessiva da alteração, sem a averbação do nome alterado, que somente poderá ser procedida mediante determinação posterior, que levará em consideração a cessação da coação ou ameaça que deu causa à alteração."
Art. 17. O §ú do art. 58 da Lei no 6.015, de 31 de
dezembro de 1973, com a redação dada pela Lei no 9.708, de
18 de novembro de 1998, passa a ter a seguinte redação:
"§ú. A substituição do prenome será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz competente, ouvido o Ministério Público." (NR)
Art. 18. O art. 18 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de
1973, passa a ter a seguinte redação:
"Art. 18. Ressalvado o disposto nos arts. 45, 57, § 7o, e 95,
§ú, a certidão será lavrada independentemente de despacho judicial, devendo mencionar o livro de registro ou o documento arquivado no cartório." (NR)
Art. 19. A União poderá utilizar estabelecimentos especialmente destinados ao cumprimento de pena de condenados que tenham prévia e voluntariamente prestado a colaboração de que trata esta Lei.
§ú. Para fins de utilização desses estabelecimentos, poderá a União celebrar convênios com os Estados e o Distrito Federal.
Art. 19-A. Terão prioridade na tramitação o inquérito e o processo criminal em que figure indiciado, acusado, vítima ou réu colaboradores, vítima ou testemunha protegidas pelos programas de que trata esta Lei.
§ú. Qualquer que seja o rito processual criminal, o juiz, após a citação, tomará antecipadamente o depoimento das pessoas incluídas nos programas de proteção previstos nesta Lei, devendo justificar a eventual impossibilidade de fazê-lo no caso concreto ou o possível prejuízo que a oitiva antecipada traria para a instrução criminal.
Art. 20. As despesas decorrentes da aplicação desta Lei, pela União, correrão à conta de dotação consignada no orçamento.
10. Lei º 12.830/2013 (dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia).
LEI Nº 12.830, DE 20 DE JUNHO DE 2013.
Mensagem de veto
Dispõe sobre a investigação criminal conduzida pelo delegado de polícia.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Esta Lei dispõe sobre a investigação criminal
conduzida pelo delegado de polícia.
Art. 2o As funções de polícia judiciária e a apuração de
infrações penais exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e exclusivas de Estado.
§ 1o Ao delegado de polícia, na qualidade de
autoridade policial, cabe a condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
§ 2o Durante a investigação criminal, cabe ao
delegado de polícia a requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à apuração dos fatos.
§ 3o (VETADO).
§ 4o O inquérito policial ou outro procedimento
previsto em lei em curso somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da corporação que prejudique a eficácia da investigação.
§ 5o A remoção do delegado de polícia dar-se-á
somente por ato fundamentado.
§ 6o O indiciamento, privativo do delegado de polícia,
dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
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Art. 3o O cargo de delegado de polícia é privativo de
bacharel em Direito, devendo-lhe ser dispensado o mesmo tratamento protocolar que recebem os magistrados, os membros da Defensoria Pública e do Ministério Público e os advogados.
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Brasília, 20 de junho de 2013; 192o da Independência
e 125o da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Miriam Belchior
Luís Inácio Lucena Adams
Este texto não substitui o publicado no DOU de 21.6.2013
11. Lei dos Juizados Especiais (Lei n° 9.099 De 1995).
LEI Nº 9.099, DE 26 DE SETEMBRO DE 1995.
Mensagem de veto
Dispõe sobre os Juizados
Especiais Cíveis e Criminais e
dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 1º Os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, órgãos
da Justiça Ordinária, serão criados pela União, no Distrito
Federal e nos Territórios, e pelos Estados, para conciliação,
processo, julgamento e execução, nas causas de sua
competência.
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da
oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual
e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação
ou a transação.
Mnemônico: SICEPO
Capítulo II
Dos Juizados Especiais Cíveis
Seção I
Da Competência
Art. 3º O Juizado Especial Cível tem competência para
conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de
menor complexidade, assim consideradas:
I - as causas cujo valor não +40x S.m;
II - as enumeradas no art. 275, inciso II, do Código de
Processo Civil;
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Art. 275. CPC Observar-se-á o procedimento sumário: II - nas
causas, qualquer que seja o valor: a) de arrendamento rural e de
parceria agrícola; b) de cobrança ao condômino de quaisquer
quantias devidas ao condomínio; c) de ressarcimento por danos
em prédio urbano ou rústico; d) de ressarcimento por danos
causados em acidente de veículo de via terrestre; e) de cobrança
de seguro, relativamente aos danos causados em acidente de
veículo, ressalvados os casos de processo de execução; - Art. 475-
A [Da Liquidação de Sentença], § 3º. Nos processos sob
procedimento comum sumário, referidos no art. 275, inc. II,
alíneas ‘d’ e ‘e’ desta Lei, é defesa a sentença ilíquida, cumprindo
ao juiz, se for o caso, fixar de plano, a seu prudente critério, o
valor devido. f) de cobrança de honorários dos profissionais
liberais, ressalvado o disposto em legislação especial; g) que
versem sobre revogação de doação; h) nos demais casos
previstos em lei.
III - a ação de despejo para uso próprio;
IV - as ações possessórias sobre bens imóveis de valor
não excedente ao fixado no inciso I deste artigo.
§ 1º Compete ao Juizado Especial promover a execução:
I - dos seus julgados;
II - dos títulos executivos extrajudiciais, no valor de até
40x S.m, observado o disposto no § 1º do art. 8º desta Lei.
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta
Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as
empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o Juizado
Especial: I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários
de direito de pessoas jurídicas; II - as microempresas, assim
definidas pela Lei no 9.841, de 5 de outubro de 1999; III - as
pessoas jurídicas qualificadas como Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público, nos termos da Lei no 9.790, de 23 de
março de 1999; IV - as sociedades de crédito ao
microempreendedor, nos termos do art. 1o da Lei no 10.194, de
14 de fevereiro de 2001.
§ 2º Ficam excluídas da competência do Juizado
Especial as causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal e
de interesse da Fazenda Pública, e também as relativas a
acidentes de trabalho, a resíduos e ao estado e capacidade
das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
§ 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei
importará em renúncia ao crédito excedente ao limite
estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de
conciliação.
Art. 4º É competente, para as causas previstas nesta Lei,
o Juizado do foro:
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local
onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas
ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou
escritório;
II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III - do domicílio do autor ou do local do ato ou fato, nas
ações para reparação de dano de qualquer natureza.
§ú. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser proposta
no foro previsto no inciso I deste artigo.
Seção II
Do Juiz, dos Conciliadores e dos Juízes Leigos
Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para
determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e
para dar especial valor às regras de experiência comum ou
técnica.
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que
reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da
lei e às exigências do bem comum.
Art. 7º Os conciliadores e Juízes leigos são auxiliares da
Justiça, recrutados, os primeiros, preferentemente, entre os
bacharéis em Direito, e os segundos, entre advogados com
+5a de experiência.
§ú. Os Juízes leigos ficarão impedidos de exercer a
advocacia perante os Juizados Especiais, enquanto no
desempenho de suas funções.
Seção III
Das Partes
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído
por esta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de
direito público, as empresas públicas da União, a massa
falida e o insolvente civil.
§ 1o Somente serão admitidas a propor ação perante o
Juizado Especial:
I - as pessoas físicas capazes, excluídos os cessionários
de direito de pessoas jurídicas;
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II - as microempresas, assim definidas pela Lei no
9.841, de 5 de outubro de 1999;
III - as pessoas jurídicas qualificadas como
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, nos
termos da Lei no 9.790, de 23 de março de 1999;
IV - as sociedades de crédito ao microempreendedor,
nos termos do art. 1o da Lei n
o 10.194, de 14 de fevereiro de
2001.
§ 2º O +18a poderá ser autor, independentemente de
assistência, inclusive para fins de conciliação.
Art. 9º Nas causas de valor até 20 S.m, as partes
comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por
advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.
§ 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes
comparecer assistida por advogado, ou se o réu for pessoa
jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se quiser,
assistência judiciária prestada por órgão instituído junto ao
Juizado Especial, na forma da lei local.
§ 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do
patrocínio por advogado, quando a causa o recomendar.
§ 3º O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo
quanto aos poderes especiais.
§ 4o O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma
individual, poderá ser representado por preposto
credenciado, munido de carta de preposição com poderes
para transigir, sem haver necessidade de vínculo
empregatício.
Art. 10. Não se admitirá, no processo, qualquer forma
de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á
o litisconsórcio.
Art. 11. O MP intervirá nos casos previstos em lei.
seção IV
dos atos processuais
Art. 12. Os atos processuais serão públicos e poderão
realizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as
normas de organização judiciária.
Art. 13. Os atos processuais serão válidos sempre que
preencherem as finalidades para as quais forem realizados,
atendidos os critérios indicados no art. 2º desta Lei.
Art. 2º O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade,
simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade,
buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação.
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§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
tenha havido prejuízo.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas
poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de
comunicação.
§ 3º Apenas os atos considerados essenciais serão
registrados resumidamente, em notas manuscritas,
datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais
atos poderão ser gravados em fita magnética ou
equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado
da decisão.
§ 4º As normas locais disporão sobre a conservação das
peças do processo e demais documentos que o instruem.
seção v
do pedido
Art. 14. O processo instaurar-se-á com a apresentação
do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.
§ 1º Do pedido constarão, de forma simples e em
linguagem acessível:
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;
II - os fatos e os fundamentos, de forma sucinta;
III - o objeto e seu valor.
§ 2º É lícito formular pedido genérico quando não for
possível determinar, desde logo, a extensão da obrigação.
§ 3º O pedido oral será reduzido a escrito pela
Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de
fichas ou formulários impressos.
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Art. 15. Os pedidos mencionados no art. 3º desta Lei
poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última
hipótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o
limite fixado naquele dispositivo.
Art. 16. Registrado o pedido, independentemente de
distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado designará a
sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de 15d.
Art. 17. Comparecendo inicialmente ambas as partes,
instaurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação,
dispensados o registro prévio de pedido e a citação.
§ú. Havendo pedidos contrapostos, poderá ser
dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados
na mesma sentença.
Seção VI
Das Citações e Intimações
Art. 18. A citação far-se-á:
I - por correspondência, com aviso de recebimento em
mão própria;
II - tratando-se de pessoa jurídica ou firma individual,
mediante entrega ao encarregado da recepção, que será
obrigatoriamente identificado;
III - sendo necessário, por oficial de justiça,
independentemente de mandado ou carta precatória.
§ 1º A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e hora
para comparecimento do citando e advertência de que, não
comparecendo este, considerar-se-ão verdadeiras as
alegações iniciais, e será proferido julgamento, de plano.
§ 2º Não se fará citação por edital.
§ 3º O comparecimento espontâneo suprirá a falta ou
nulidade da citação.
Art. 19. As intimações serão feitas na forma prevista
para citação, ou por qualquer outro meio idôneo de
comunicação.
§ 1º Dos atos praticados na audiência, considerar-se-ão
desde logo cientes as partes.
§ 2º As partes comunicarão ao juízo as mudanças de
endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se
eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente
indicado, na ausência da comunicação.
Seção VII
Da Revelia
Art. 20. Não comparecendo o demandado à sessão de
conciliação ou à audiência de instrução e julgamento,
reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido
inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz.
Seção VIII
Da Conciliação e do Juízo Arbitral
Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo
esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da
conciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do
litígio, especialmente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º
desta Lei.
Art. 3º . § 3º A opção pelo procedimento previsto nesta Lei
importará em renúncia ao crédito excedente ao limite
estabelecido neste artigo, excetuada a hipótese de conciliação.
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado
ou leigo ou por conciliador sob sua orientação.
§ú. Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e
homologada pelo Juiz togado, mediante sentença com
eficácia de título executivo.
Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado
proferirá sentença.
Art. 24. Não obtida a conciliação, as partes poderão
optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma
prevista nesta Lei.
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado,
independentemente de termo de compromisso, com a
escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente,
o Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a
audiência de instrução.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos
critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei,
podendo decidir por eqüidade.
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Art. 5º O Juiz dirigirá o processo com liberdade para determinar
as provas a serem produzidas, para apreciá-las e para dar
especial valor às regras de experiência comum ou técnica.
Art. 6º O Juiz adotará em cada caso a decisão que reputar mais
justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às
exigências do bem comum.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos 5d
subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz togado
para homologação por sentença irrecorrível.
Seção IX
Da Instrução e Julgamento
Art. 27. Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á
imediatamente à audiência de instrução e julgamento, desde
que não resulte prejuízo para a defesa.
§ú. Não sendo possível a sua realização imediata, será a
audiência designada para 1 dos 15d subseqüentes, cientes,
desde logo, as partes e testemunhas eventualmente
presentes.
Art. 28. Na audiência de instrução e julgamento serão
ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a
sentença.
Art. 29. Serão decididos de plano todos os incidentes
que possam interferir no regular prosseguimento da
audiência. As demais questões serão decididas na sentença.
§ú. Sobre os documentos apresentados por uma das
partes, manifestar-se-á imediatamente a parte contrária,
sem interrupção da audiência.
Seção X
Da Resposta do Réu
Art. 30. A contestação, que será oral ou escrita, conterá
toda matéria de defesa, exceto argüição de suspeição ou
impedimento do Juiz, que se processará na forma da
legislação em vigor.
Art. 31. Não se admitirá a reconvenção. É lícito ao réu,
na contestação, formular pedido em seu favor, nos limites
do art. 3º desta Lei, desde que fundado nos mesmos fatos
que constituem objeto da controvérsia.
§ú. O autor poderá responder ao pedido do réu na
própria audiência ou requerer a designação da nova data,
que será desde logo fixada, cientes todos os presentes.
Seção XI
Das Provas
Art. 32. Todos os meios de prova moralmente legítimos,
ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a
veracidade dos fatos alegados pelas partes.
Art. 33. Todas as provas serão produzidas na audiência
de instrução e julgamento, ainda que não requeridas
previamente, podendo o Juiz limitar ou excluir as que
considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
Art. 34. As testemunhas, até o +3 para cada parte,
comparecerão à audiência de instrução e julgamento
levadas pela parte que as tenha arrolado,
independentemente de intimação, ou mediante esta, se
assim for requerido.
§ 1º O requerimento para intimação das testemunhas
será apresentado à Secretaria no -5d antes da audiência de
instrução e julgamento.
§ 2º Não comparecendo a testemunha intimada, o Juiz
poderá determinar sua imediata condução, valendo-se, se
necessário, do concurso da força pública.
Art. 35. Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderá
inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a
apresentação de parecer técnico.
§ú. No curso da audiência, poderá o Juiz, de ofício ou a
requerimento das partes, realizar inspeção em pessoas ou
coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança,
que lhe relatará informalmente o verificado.
Art. 36. A prova oral não será reduzida a escrito,
devendo a sentença referir, no essencial, os informes
trazidos nos depoimentos.
Art. 37. A instrução poderá ser dirigida por Juiz leigo,
sob a supervisão de Juiz togado.
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Seção XII
Da Sentença
Art. 38. A sentença mencionará os elementos de
convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes
ocorridos em audiência, dispensado o relatório.
§ú. Não se admitirá sentença condenatória por quantia
ilíquida, ainda que genérico o pedido.
Art. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte que
exceder a alçada estabelecida nesta Lei.
Art. 40. O Juiz leigo que tiver dirigido a instrução
proferirá sua decisão e imediatamente a submeterá ao Juiz
togado, que poderá homologá-la, proferir outra em
substituição ou, antes de se manifestar, determinar a
realização de atos probatórios indispensáveis.
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de
conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o próprio
Juizado.
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta
por 3 Juízes togados, em exercício no primeiro grau de
jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente
representadas por advogado.
Art. 42. O recurso será interposto no prazo de 10d,
contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual
constarão as razões e o pedido do recorrente.
§ 1º O preparo será feito, independentemente de
intimação, nas 48hs seguintes à interposição, sob pena de
deserção.
§ 2º Após o preparo, a Secretaria intimará o recorrido
para oferecer resposta escrita no prazo de 10d.
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo,
podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano
irreparável para a parte.
Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da
gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 13
desta Lei, correndo por conta do requerente as despesas
respectivas.
Art. 13. § 3º Apenas os atos considerados essenciais serão
registrados resumidamente, em notas manuscritas,
datilografadas, taquigrafadas ou estenotipadas. Os demais atos
poderão ser gravados em fita magnética ou equivalente, que será
inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.
Art. 45. As partes serão intimadas da data da sessão de
julgamento.
Art. 46. O julgamento em segunda instância constará
apenas da ata, com a indicação suficiente do processo,
fundamentação sucinta e parte dispositiva. Se a sentença for
confirmada pelos próprios fundamentos, a súmula do
julgamento servirá de acórdão.
Art. 47. (VETADO)
Seção XIII
Dos Embargos de Declaração
Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição,
omissão ou dúvida.
§ú. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos
por escrito ou oralmente, no prazo de 5d, contados da
ciência da decisão.
Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os
embargos de declaração suspenderão o prazo para recurso.
Seção XIV
Da Extinção do Processo Sem Julgamento do Mérito
Art. 51. Extingue-se o processo, além dos casos
previstos em lei:
I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das
audiências do processo;
II - quando inadmissível o procedimento instituído por
esta Lei ou seu prosseguimento, após a conciliação;
III - quando for reconhecida a incompetência territorial;
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos
previstos no art. 8º desta Lei;
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 86/144
Art. 8º Não poderão ser partes, no processo instituído por esta
Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito público, as
empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de
sentença ou não se der no prazo de 30d;
VI - quando, falecido o réu, o autor não promover a
citação dos sucessores no prazo de 30d da ciência do fato.
§ 1º A extinção do processo independerá, em qualquer
hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.
§ 2º No caso do inciso I deste artigo, quando comprovar
que a ausência decorre de força maior, a parte poderá ser
isentada, pelo Juiz, do pagamento das custas.
Seção XV
Da Execução
Art. 52. A execução da sentença processar-se-á no
próprio Juizado, aplicando-se, no que couber, o disposto no
CPC, com as seguintes alterações:
I - as sentenças serão necessariamente líquidas,
contendo a conversão em Bônus do Tesouro Nacional - BTN
ou índice equivalente;
II - os cálculos de conversão de índices, de honorários,
de juros e de outras parcelas serão efetuados por servidor
judicial;
III - a intimação da sentença será feita, sempre que
possível, na própria audiência em que for proferida. Nessa
intimação, o vencido será instado a cumprir a sentença tão
logo ocorra seu trânsito em julgado, e advertido dos efeitos
do seu descumprimento (inciso V);
IV - não cumprida voluntariamente a sentença
transitada em julgado, e tendo havido solicitação do
interessado, que poderá ser verbal, proceder-se-á desde
logo à execução, dispensada nova citação;
V - nos casos de obrigação de entregar, de fazer, ou de
não fazer, o Juiz, na sentença ou na fase de execução,
cominará multa diária, arbitrada de acordo com as
condições econômicas do devedor, para a hipótese de
inadimplemento. Não cumprida a obrigação, o credor
poderá requerer a elevação da multa ou a transformação da
condenação em perdas e danos, que o Juiz de imediato
arbitrará, seguindo-se a execução por quantia certa, incluída
a multa vencida de obrigação de dar, quando evidenciada a
malícia do devedor na execução do julgado;
VI - na obrigação de fazer, o Juiz pode determinar o
cumprimento por outrem, fixado o valor que o devedor deve
depositar para as despesas, sob pena de multa diária;
VII - na alienação forçada dos bens, o Juiz poderá
autorizar o devedor, o credor ou terceira pessoa idônea a
tratar da alienação do bem penhorado, a qual se
aperfeiçoará em juízo até a data fixada para a praça ou
leilão. Sendo o preço inferior ao da avaliação, as partes
serão ouvidas. Se o pagamento não for à vista, será
oferecida caução idônea, nos casos de alienação de bem
móvel, ou hipotecado o imóvel;
VIII - é dispensada a publicação de editais em jornais,
quando se tratar de alienação de bens de pequeno valor;
IX - o devedor poderá oferecer embargos, nos autos da
execução, versando sobre:
a) falta ou nulidade da citação no processo, se ele
correu à revelia;
b) manifesto excesso de execução;
c) erro de cálculo;
d) causa impeditiva, modificativa ou extintiva da
obrigação, superveniente à sentença.
Art. 53. A execução de título executivo extrajudicial, no
valor de até 40 S.m, obedecerá ao disposto no CPC, com as
modificações introduzidas por esta Lei.
§ 1º Efetuada a penhora, o devedor será intimado a
comparecer à audiência de conciliação, quando poderá
oferecer embargos (art. 52, IX), por escrito ou verbalmente.
§ 2º Na audiência, será buscado o meio mais rápido e
eficaz para a solução do litígio, se possível com dispensa da
alienação judicial, devendo o conciliador propor, entre
outras medidas cabíveis, o pagamento do débito a prazo ou
a prestação, a dação em pagamento ou a imediata
adjudicação do bem penhorado.
§ 3º Não apresentados os embargos em audiência, ou
julgados improcedentes, qualquer das partes poderá
requerer ao Juiz a adoção de uma das alternativas do
parágrafo anterior.
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§ 4º Não encontrado o devedor ou inexistindo bens
penhoráveis, o processo será imediatamente extinto,
devolvendo-se os documentos ao autor.
Seção XVI
Das Despesas
Art. 54. O acesso ao Juizado Especial independerá, em
primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas
ou despesas.
§ú. O preparo do recurso, na forma do § 1º do art. 42
desta Lei, compreenderá todas as despesas processuais,
inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de
jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária
gratuita.
Art. 42. § 1º O preparo será feito, independentemente de
intimação, nas 48hs seguintes à interposição, sob pena de
deserção.
Art. 55. A sentença de primeiro grau não condenará o
vencido em custas e honorários de advogado, ressalvados os
casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o recorrente,
vencido, pagará as custas e honorários de advogado, que
serão fixados entre 10 e 20% do valor de condenação ou,
não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
§ú. Na execução não serão contadas custas, salvo
quando:
I - reconhecida a litigância de má-fé;
II - improcedentes os embargos do devedor;
III - tratar-se de execução de sentença que tenha sido
objeto de recurso improvido do devedor.
Seção XVII
Disposições Finais
Art. 56. Instituído o Juizado Especial, serão implantadas
as curadorias necessárias e o serviço de assistência
judiciária.
Art. 57. O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou
valor, poderá ser homologado, no juízo competente,
independentemente de termo, valendo a sentença como
título executivo judicial.
§ú. Valerá como título extrajudicial o acordo celebrado
pelas partes, por instrumento escrito, referendado pelo
órgão competente do MP.
Art. 58. As normas de organização judiciária local
poderão estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a
causas não abrangidas por esta Lei.
Art. 22. A conciliação será conduzida pelo Juiz togado ou leigo
ou por conciliador sob sua orientação. §ú. Obtida a conciliação,
esta será reduzida a escrito e homologada pelo Juiz togado,
mediante sentença com eficácia de título executivo.
Art. 23. Não comparecendo o demandado, o Juiz togado
proferirá sentença.
Art. 59. Não se admitirá ação rescisória nas causas
sujeitas ao procedimento instituído por esta Lei.
Capítulo III
Dos Juizados Especiais Criminais
Disposições Gerais
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por
juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais
de menor potencial ofensivo, respeitadas as regras de
conexão e continência.
§ú. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou
o tribunal do júri, decorrentes da aplicação das regras de
conexão e continência, observar-se-ão os institutos da
transação penal e da composição dos danos civis.
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor
potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena
máxima não +2a, cumulada ou não com multa.
Art. 62. O processo perante o Juizado Especial orientar-
se-á pelos critérios da oralidade, informalidade, economia
processual e celeridade, objetivando, sempre que possível, a
reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de
pena não privativa de liberdade.
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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 88/144
Seção I
Da Competência e dos Atos Processuais
Art. 63. A competência do Juizado será determinada
pelo lugar em que foi praticada a infração penal.
Art. 64. Os atos processuais serão públicos e poderão
realizar-se em horário noturno e em qualquer dia da
semana, conforme dispuserem as normas de organização
judiciária.
Art. 65. Os atos processuais serão válidos sempre que
preencherem as finalidades para as quais foram realizados,
atendidos os critérios indicados no art. 62 desta Lei.
§ 1º Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
tenha havido prejuízo.
§ 2º A prática de atos processuais em outras comarcas
poderá ser solicitada por qualquer meio hábil de
comunicação.
§ 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os
atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência
de instrução e julgamento poderão ser gravados em fita
magnética ou equivalente.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio
Juizado, sempre que possível, ou por mandado.
§ú. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz
encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para
adoção do procedimento previsto em lei.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com
aviso de recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa
jurídica ou firma individual, mediante entrega ao
encarregado da recepção, que será obrigatoriamente
identificado, ou, sendo necessário, por oficial de justiça,
independentemente de mandado ou carta precatória, ou
ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
§ú. Dos atos praticados em audiência considerar-se-ão
desde logo cientes as partes, os interessados e defensores.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do
mandado de citação do acusado, constará a necessidade de
seu comparecimento acompanhado de advogado, com a
advertência de que, na sua falta, ser-lhe-á designado
defensor público.
Seção II
Da Fase Preliminar
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento
da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o
encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato
e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames
periciais necessários.
§ú. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o
compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em
flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência
doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de
cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de
convivência com a vítima.
Art. 70. Comparecendo o autor do fato e a vítima, e não
sendo possível a realização imediata da audiência
preliminar, será designada data próxima, da qual ambos
sairão cientes.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos
envolvidos, a Secretaria providenciará sua intimação e, se
for o caso, a do responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68
desta Lei.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o
representante do MP, o autor do fato e a vítima e, se
possível, o responsável civil, acompanhados por seus
advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da
composição dos danos e da aceitação da proposta de
aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
Art. 73. A conciliação será conduzida pelo Juiz ou por
conciliador sob sua orientação.
§ú. Os conciliadores são auxiliares da Justiça,
recrutados, na forma da lei local, preferentemente entre
bacharéis em Direito, excluídos os que exerçam funções na
administração da Justiça Criminal.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a
escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença
irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo
civil competente.
§ú. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou
de ação penal pública condicionada à representação, o
acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa
ou representação.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 89/144
Art. 75. Não obtida a composição dos danos civis, será
dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer
o direito de representação verbal, que será reduzida a
termo.
§ú. O não oferecimento da representação na audiência
preliminar não implica decadência do direito, que poderá ser
exercido no prazo previsto em lei.
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime
de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de
arquivamento, o MP poderá propor a aplicação imediata de
pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na
proposta.
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única
aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a metade.
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática
de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença
definitiva;
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no
prazo de 5a, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos
termos deste artigo;
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, bem como os motivos e as
circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da
medida.
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu
defensor, será submetida à apreciação do Juiz.
§ 4º Acolhendo a proposta do MP aceita pelo autor da
infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou
multa, que não importará em reincidência, sendo registrada
apenas para impedir novamente o mesmo benefício no
prazo de 5a.
§ 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá
a apelação referida no art. 82 desta Lei.
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e da
sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por turma
composta de três Juízes em exercício no primeiro grau de
jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste
artigo não constará de certidão de antecedentes criminais,
salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá
efeitos civis, cabendo aos interessados propor ação cabível
no juízo cível.
Seção III
Do Procedimento Sumariíssimo
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não
houver aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou
pela não ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei,
o MP oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não
houver necessidade de diligências imprescindíveis.
§ 1º Para o oferecimento da denúncia, que será
elaborada com base no termo de ocorrência referido no art.
69 desta Lei, com dispensa do inquérito policial, prescindir-
se-á do exame do corpo de delito quando a materialidade do
crime estiver aferida por boletim médico ou prova
equivalente.
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da
ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima,
providenciando-se as requisições dos exames periciais
necessários.
§ 2º Se a complexidade ou circunstâncias do caso não
permitirem a formulação da denúncia, o MP poderá
requerer ao Juiz o encaminhamento das peças existentes, na
forma do §ú do art. 66 desta Lei.
Art. 66. §ú. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz
encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do
procedimento previsto em lei.
§ 3º Na ação penal de iniciativa do ofendido poderá ser
oferecida queixa oral, cabendo ao Juiz verificar se a
complexidade e as circunstâncias do caso determinam a
adoção das providências previstas no §ú do art. 66 desta Lei.
Art. 66. §ú. Não encontrado o acusado para ser citado, o Juiz
encaminhará as peças existentes ao Juízo comum para adoção do
procedimento previsto em lei.
Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a
termo, entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará
citado e imediatamente cientificado da designação de dia e
hora para a audiência de instrução e julgamento, da qual
também tomarão ciência o MP, o ofendido, o responsável
civil e seus advogados.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 90/144
§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na
forma dos arts. 66 e 68 desta Lei e cientificado da data da
audiência de instrução e julgamento, devendo a ela trazer
suas testemunhas ou apresentar requerimento para
intimação, no -5d antes de sua realização.
Art. 66. A citação será pessoal e far-se-á no próprio Juizado,
sempre que possível, ou por mandado. §ú. Não encontrado o
acusado para ser citado, o Juiz encaminhará as peças existentes
ao Juízo comum para adoção do procedimento previsto em lei.
Art. 68. Do ato de intimação do autor do fato e do mandado de
citação do acusado, constará a necessidade de seu
comparecimento acompanhado de advogado, com a advertência
de que, na sua falta, ser-lhe-á designado defensor público.
§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável
civil, serão intimados nos termos do art. 67 desta Lei para
comparecerem à audiência de instrução e julgamento.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de
recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma
individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que
será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por
oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta
precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na
forma prevista no art. 67 desta Lei.
Art. 67. A intimação far-se-á por correspondência, com aviso de
recebimento pessoal ou, tratando-se de pessoa jurídica ou firma
individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que
será obrigatoriamente identificado, ou, sendo necessário, por
oficial de justiça, independentemente de mandado ou carta
precatória, ou ainda por qualquer meio idôneo de comunicação.
Art. 79. No dia e hora designados para a audiência de
instrução e julgamento, se na fase preliminar não tiver
havido possibilidade de tentativa de conciliação e de
oferecimento de proposta pelo MP, proceder-se-á nos
termos dos arts. 72, 73, 74 e 75 desta Lei.
Art. 80. Nenhum ato será adiado, determinando o Juiz,
quando imprescindível, a condução coercitiva de quem deva
comparecer.
Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao
defensor para responder à acusação, após o que o Juiz
receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo
recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de
acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se
presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à
prolação da sentença.
§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de
instrução e julgamento, podendo o Juiz limitar ou excluir as
que considerar excessivas, impertinentes ou protelatórias.
§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado
termo, assinado pelo Juiz e pelas partes, contendo breve
resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência e a
sentença.
§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os
elementos de convicção do Juiz.
Art. 82. Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa e
da sentença caberá apelação, que poderá ser julgada por
turma composta de três Juízes em exercício no primeiro
grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.
§ 1º A apelação será interposta no prazo de 10d,
contados da ciência da sentença pelo MP, pelo réu e seu
defensor, por petição escrita, da qual constarão as razões e
o pedido do recorrente.
§ 2º O recorrido será intimado para oferecer resposta
escrita no prazo de 10d.
§ 3º As partes poderão requerer a transcrição da
gravação da fita magnética a que alude o § 3º do art. 65
desta Lei.
Art. 65. § 3º Serão objeto de registro escrito exclusivamente os
atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de
instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética
ou equivalente.
§ 4º As partes serão intimadas da data da sessão de
julgamento pela imprensa.
§ 5º Se a sentença for confirmada pelos próprios
fundamentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.
Art. 83. Caberão embargos de declaração quando, em
sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição,
omissão ou dúvida.
§ 1º Os embargos de declaração serão opostos por
escrito ou oralmente, no prazo de 5d, contados da ciência da
decisão.
§ 2º Quando opostos contra sentença, os embargos de
declaração suspenderão o prazo para o recurso.
§ 3º Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.
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Seção IV
Da Execução
Art. 84. Aplicada exclusivamente pena de multa, seu
cumprimento far-se-á mediante pagamento na Secretaria do
Juizado.
§ú. Efetuado o pagamento, o Juiz declarará extinta a
punibilidade, determinando que a condenação não fique
constando dos registros criminais, exceto para fins de
requisição judicial.
Art. 85. Não efetuado o pagamento de multa, será feita
a conversão em pena privativa da liberdade, ou restritiva de
direitos, nos termos previstos em lei.
Art. 86. A execução das penas privativas de liberdade e
restritivas de direitos, ou de multa cumulada com estas, será
processada perante o órgão competente, nos termos da lei.
Seção V
Das Despesas Processuais
Art. 87. Nos casos de homologação do acordo civil e
aplicação de pena restritiva de direitos ou multa (arts. 74 e
76, § 4º), as despesas processuais serão reduzidas,
conforme dispuser lei estadual.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e,
homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá
eficácia de título a ser executado no juízo civil competente
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação
penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento,
o MP poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de
direitos ou multas, a ser especificada na proposta. § 4º
Acolhendo a proposta do MP aceita pelo autor da infração, o Juiz
aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará
em reincidência, sendo registrada apenas para impedir
novamente o mesmo benefício no prazo de 5a.
Seção VI
Disposições Finais
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da
legislação especial, dependerá de representação a ação
penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões
culposas.
Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for
igual ou -1a, abrangidas ou não por esta Lei, o MP, ao
oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do
processo, por 2 a 4a, desde que o acusado não esteja sendo
processado ou não tenha sido condenado por outro crime,
presentes os demais requisitos que autorizariam a
suspensão condicional da pena (art. 77 do Código Penal).
Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver
aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não
ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o MP
oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver
necessidade de diligências imprescindíveis.
§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na
presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, poderá
suspender o processo, submetendo o acusado a período de
prova, sob as seguintes condições:
I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;
II - proibição de freqüentar determinados lugares;
III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside,
sem autorização do Juiz;
IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo,
mensalmente, para informar e justificar suas atividades.
§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que
fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato
e à situação pessoal do acusado.
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o
beneficiário vier a ser processado por outro crime ou não
efetuar, sem motivo justificado, a reparação do dano.
§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier
a ser processado, no curso do prazo, por contravenção, ou
descumprir qualquer outra condição imposta.
§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará
extinta a punibilidade.
§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de
suspensão do processo.
§ 7º Se o acusado não aceitar a proposta prevista neste
artigo, o processo prosseguirá em seus ulteriores termos.
Art. 90. As disposições desta Lei não se aplicam aos
processos penais cuja instrução já estiver iniciada. (Vide
ADIN nº 1.719-9)
Art. 90-A. As disposições desta Lei não se aplicam no
âmbito da Justiça Militar.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 92/144
Art. 91. Nos casos em que esta Lei passa a exigir
representação para a propositura da ação penal pública, o
ofendido ou seu representante legal será intimado para
oferecê-la no prazo de 30d, sob pena de decadência.
Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente as disposições dos
Códigos Penal e de Processo Penal, no que não forem
incompatíveis com esta Lei.
Capítulo IV
Disposições Finais Comuns
Art. 93. Lei Estadual disporá sobre o Sistema de Juizados
Especiais Cíveis e Criminais, sua organização, composição e
competência.
Art. 94. Os serviços de cartório poderão ser prestados, e
as audiências realizadas fora da sede da Comarca, em
bairros ou cidades a ela pertencentes, ocupando instalações
de prédios públicos, de acordo com audiências previamente
anunciadas.
Art. 95. Os E/D.F/T criarão e instalarão os Juizados
Especiais no prazo de 6m, a contar da vigência desta Lei.
§ú. No prazo de 6m, contado da publicação desta Lei, serão criados e instalados os Juizados Especiais Itinerantes, que deverão dirimir, prioritariamente, os conflitos existentes nas áreas rurais ou nos locais de menor concentração populacional.
Art. 96. Esta Lei entra em vigor no prazo de 60d após a
sua publicação.
Art. 97. Ficam revogadas a Lei nº 4.611, de 2 de abril de
1965 e a Lei nº 7.244, de 7 de novembro de 1984.
Brasília, 26 de setembro de 1995; 174º da
Independência e 107º da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Nelson A. Jobim
12. Lei dos Juizados Especiais Federais (Lei n° 10.259 de 2001).
LEI No 10.259, DE 12 DE JULHO DE 2001.
Vigência
Dispõe sobre a instituição dos
Juizados Especiais Cíveis e
Criminais no âmbito da Justiça
Federal.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e
Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não
conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de
setembro de 1995.
Art. 2o Compete ao Juizado Especial Federal Criminal
processar e julgar os feitos de competência da Justiça
Federal relativos às infrações de menor potencial ofensivo,
respeitadas as regras de conexão e continência.
§ú. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou
o tribunal do júri, decorrente da aplicação das regras de
conexão e continência, observar-se-ão os institutos da
transação penal e da composição dos danos civis.
Art. 3o Compete ao Juizado Especial Federal Cível
processar, conciliar e julgar causas de competência da
Justiça Federal até o valor de 60 S.m, bem como executar as
suas sentenças.
§ 1o Não se incluem na competência do Juizado Especial
Cível as causas:
I - referidas no art. 109, incisos II, III e XI, da
Constituição Federal, as ações de mandado de segurança, de
desapropriação, de divisão e demarcação, populares,
execuções fiscais e por improbidade administrativa e as
demandas sobre direitos ou interesses difusos, coletivos ou
individuais homogêneos;
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Art. 109 CF. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as
causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública
federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes
de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do
Trabalho; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da
União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IX -
os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada
a competência da Justiça Militar;
II - sobre bens imóveis da União, autarquias e fundações
públicas federais;
III - para a anulação ou cancelamento de ato
administrativo federal, salvo o de natureza previdenciária e o
de lançamento fiscal;
IV - que tenham como objeto a impugnação da pena de
demissão imposta a servidores públicos civis ou de sanções
disciplinares aplicadas a militares.
§ 2o Quando a pretensão versar sobre obrigações
vincendas, para fins de competência do Juizado Especial, a
soma de 12 parcelas não poderá exceder o valor referido no
art. 3o, caput.
§ 3o No foro onde estiver instalada Vara do Juizado
Especial, a sua competência é absoluta.
Art. 4o O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das
partes, deferir medidas cautelares no curso do processo,
para evitar dano de difícil reparação.
Art. 5o Exceto nos casos do art. 4
o, somente será
admitido recurso de sentença definitiva.
Art. 6o Podem ser partes no Juizado Especial Federal
Cível:
I – como autores, as pessoas físicas e as microempresas
e empresas de pequeno porte, assim definidas na Lei no
9.317, de 5 de dezembro de 1996;
II – como rés, a União, autarquias, fundações e
empresas públicas federais.
Art. 7o As citações e intimações da União serão feitas na
forma prevista nos arts. 35 a 38 da Lei Complementar no 73,
de 10 de fevereiro de 1993.
Art. 35. A União é citada nas causas em que seja interessada, na condição de autora, ré, assistente, oponente, recorrente ou recorrida, na pessoa: I - do Advogado-Geral da União, privativamente, nas hipóteses de competência do Supremo Tribunal Federal; II - do Procurador-Geral da União, nas hipóteses de competência dos tribunais superiores; III - do Procurador-
Regional da União, nas hipóteses de competência dos demais tribunais; IV - do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da União, nas hipóteses de competência dos juízos de primeiro grau.
Art. 36. Nas causas de que trata o art. 12, a União será citada na pessoa:I - (Vetado); II - do Procurador-Regional da Fazenda Nacional, nas hipóteses de competência dos demais tribunais; III - do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da Fazenda Nacional nas hipóteses de competência dos juízos de primeiro grau.
Art. 37. Em caso de ausência das autoridades referidas nos arts. 35 e 36, a citação se dará na pessoa do substituto eventual.
Art. 38. As intimações e notificações são feitas nas pessoas do Advogado da União ou do Procurador da Fazenda Nacional que oficie nos respectivos autos.
§ú. A citação das autarquias, fundações e empresas
públicas será feita na pessoa do representante máximo da
entidade, no local onde proposta a causa, quando ali
instalado seu escritório ou representação; se não, na sede
da entidade.
Art. 8o As partes serão intimadas da sentença, quando
não proferida esta na audiência em que estiver presente seu
representante, por ARMP (aviso de recebimento em mão
própria).
§ 1o As demais intimações das partes serão feitas na
pessoa dos advogados ou dos Procuradores que oficiem nos
respectivos autos, pessoalmente ou por via postal.
§ 2o Os tribunais poderão organizar serviço de intimação
das partes e de recepção de petições por meio eletrônico.
Art. 9o Não haverá prazo diferenciado para a prática de
qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito
público, inclusive a interposição de recursos, devendo a
citação para audiência de conciliação ser efetuada com
antecedência -30d.
Art. 10. As partes poderão designar, por escrito,
representantes para a causa, advogado ou não.
§ú. Os representantes judiciais da União, autarquias,
fundações e empresas públicas federais, bem como os
indicados na forma do caput, ficam autorizados a conciliar,
transigir ou desistir, nos processos da competência dos
Juizados Especiais Federais.
Art. 11. A entidade pública ré deverá fornecer ao
Juizado a documentação de que disponha para o
esclarecimento da causa, apresentando-a até a instalação da
audiência de conciliação.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 94/144
§ú. Para a audiência de composição dos danos
resultantes de ilícito criminal (arts. 71, 72 e 74 da Lei no
9.099, de 26 de setembro de 1995), o representante da
entidade que comparecer terá poderes para acordar, desistir
ou transigir, na forma do art. 10.
Art. 71. Na falta do comparecimento de qualquer dos envolvidos, a
Secretaria providenciará sua intimação e, se for o caso, a do
responsável civil, na forma dos arts. 67 e 68 desta Lei.
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do MP, o
autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil,
acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a
possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de
aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e,
homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de
título a ser executado no juízo civil competente. §ú. Tratando-se de
ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a
renúncia ao direito de queixa ou representação.
Art. 12. Para efetuar o exame técnico necessário à
conciliação ou ao julgamento da causa, o Juiz nomeará
pessoa habilitada, que apresentará o laudo até 5d antes da
audiência, independentemente de intimação das partes.
§ 1o Os honorários do técnico serão antecipados à conta
de verba orçamentária do respectivo Tribunal e, quando
vencida na causa a entidade pública, seu valor será incluído
na ordem de pagamento a ser feita em favor do Tribunal.
§ 2o Nas ações previdenciárias e relativas à assistência
social, havendo designação de exame, serão as partes
intimadas para, em 10d, apresentar quesitos e indicar
assistentes.
Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá
reexame necessário.
Art. 14. Caberá pedido de uniformização de
interpretação de lei federal quando houver divergência
entre decisões sobre questões de direito material proferidas
por Turmas Recursais na interpretação da lei.
§ 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas da
mesma Região será julgado em reunião conjunta das Turmas
em conflito, sob a presidência do Juiz Coordenador.
§ 2o O pedido fundado em divergência entre decisões de
turmas de diferentes regiões ou da proferida em
contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do STJ
será julgado por Turma de Uniformização, integrada por
juízes de Turmas Recursais, sob a presidência do
Coordenador da Justiça Federal.
§ 3o A reunião de juízes domiciliados em cidades
diversas será feita pela via eletrônica.
§ 4o Quando a orientação acolhida pela Turma de
Uniformização, em questões de direito material, contrariar
súmula ou jurisprudência dominante no STJ -STJ, a parte
interessada poderá provocar a manifestação deste, que
dirimirá a divergência.
§ 5o No caso do § 4
o, presente a plausibilidade do
direito invocado e havendo fundado receio de dano de difícil
reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a
requerimento do interessado, medida liminar determinando
a suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja
estabelecida.
§ 6o Eventuais pedidos de uniformização idênticos,
recebidos subseqüentemente em quaisquer Turmas
Recursais, ficarão retidos nos autos, aguardando-se
pronunciamento do STJ.
§ 7o Se necessário, o relator pedirá informações ao
Presidente da Turma Recursal ou Coordenador da Turma de
Uniformização e ouvirá o MP, no prazo de 5d. Eventuais
interessados, ainda que não sejam partes no processo,
poderão se manifestar, no prazo de 30d.
§ 8o Decorridos os prazos referidos no § 7
o, o relator
incluirá o pedido em pauta na Seção, com preferência sobre
todos os demais feitos, ressalvados os processos com réus
presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.
§ 9o Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos
referidos no § 6o serão apreciados pelas Turmas Recursais,
que poderão exercer juízo de retratação ou declará-los
prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo STJ.
§ 10. Os Tribunais Regionais, o STJ e o STF, no âmbito de
suas competências, expedirão normas regulamentando a
composição dos órgãos e os procedimentos a serem
adotados para o processamento e o julgamento do pedido
de uniformização e do recurso extraordinário.
Art. 15. O recurso extraordinário, para os efeitos desta
Lei, será processado e julgado segundo o estabelecido nos
§§ 4o a 9
o do art. 14, além da observância das normas do
Regimento.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 95/144
Art. 16. O cumprimento do acordo ou da sentença, com
trânsito em julgado, que imponham obrigação de fazer, não
fazer ou entrega de coisa certa, será efetuado mediante
ofício do Juiz à autoridade citada para a causa, com cópia da
sentença ou do acordo.
Art. 17. Tratando-se de obrigação de pagar quantia
certa, após o trânsito em julgado da decisão, o pagamento
será efetuado no prazo de 60d, contados da entrega da
requisição, por ordem do Juiz, à autoridade citada para a
causa, na agência mais próxima da Caixa Econômica Federal
ou do Banco do Brasil, independentemente de precatório.
§ 1o Para os efeitos do § 3
o do art. 100 da Constituição
Federal, as obrigações ali definidas como de pequeno valor,
a serem pagas independentemente de precatório, terão
como limite o mesmo valor estabelecido nesta Lei para a
competência do Juizado Especial Federal Cível (art. 3o,
caput).
Art. 100. § 3º CF O disposto no caput deste artigo relativamente
à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de
obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as
Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial
transitada em julgado.
§ 2o Desatendida a requisição judicial, o Juiz
determinará o seqüestro do numerário suficiente ao
cumprimento da decisão.
§ 3o São vedados o fracionamento, repartição ou
quebra do valor da execução, de modo que o pagamento se
faça, em parte, na forma estabelecida no § 1o deste artigo, e,
em parte, mediante expedição do precatório, e a expedição
de precatório complementar ou suplementar do valor pago.
§ 4o Se o valor da execução ultrapassar o estabelecido
no § 1o, o pagamento far-se-á, sempre, por meio do
precatório, sendo facultado à parte exeqüente a renúncia ao
crédito do valor excedente, para que possa optar pelo
pagamento do saldo sem o precatório, da forma lá prevista.
Art. 18. Os Juizados Especiais serão instalados por
decisão do Tribunal Regional Federal. O Juiz presidente do
Juizado designará os conciliadores pelo período de 2a,
admitida a recondução. O exercício dessas funções será
gratuito, assegurados os direitos e prerrogativas do jurado
(art. 437 do CPP).
Art. 437 CPP. Estão isentos do serviço do júri: I – o Presidente da
República e os Ministros de Estado; II – os Governadores e seus
respectivos Secretários; III – os membros do Congresso Nacional, das
Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais; IV – os
Prefeitos Municipais; V – os Magistrados e membros do MP e da
Defensoria Pública; VI – os servidores do Poder Judiciário, do MP e da
Defensoria Pública; VII – as autoridades e os servidores da polícia e da
segurança pública; VIII – os militares em serviço ativo; IX – os cidadãos
+70a que requeiram sua dispensa; X – aqueles que o requererem,
demonstrando justo impedimento.
§ú. Serão instalados Juizados Especiais Adjuntos nas
localidades cujo movimento forense não justifique a
existência de Juizado Especial, cabendo ao Tribunal designar
a Vara onde funcionará.
Art. 19. No prazo de 6m, a contar da publicação desta
Lei, deverão ser instalados os Juizados Especiais nas capitais
dos Estados e no Distrito Federal.
§ú. Na capital dos Estados, no Distrito Federal e em
outras cidades onde for necessário, neste último caso, por
decisão do Tribunal Regional Federal, serão instalados
Juizados com competência exclusiva para ações
previdenciárias.
Art. 20. Onde não houver Vara Federal, a causa poderá
ser proposta no Juizado Especial Federal mais próximo do
foro definido no art. 4o da Lei n
o 9.099, de 26 de setembro
de 1995, vedada a aplicação desta Lei no juízo estadual.
Art. 4º Lei 9.099 É competente, para as causas previstas nesta Lei, o
Juizado do foro: I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do local
onde aquele exerça atividades profissionais ou econômicas ou
mantenha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório; II -
do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; III - do domicílio do
autor ou do local do ato ou fato, nas ações para reparação de dano de
qualquer natureza. §ú. Em qualquer hipótese, poderá a ação ser
proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.
Art. 21. As Turmas Recursais serão instituídas por
decisão do Tribunal Regional Federal, que definirá sua
composição e área de competência, podendo abranger mais
de uma seção.
Art. 22. Os Juizados Especiais serão coordenados por
Juiz do respectivo Tribunal Regional, escolhido por seus
pares, com mandato de 2a.
§ú. O Juiz Federal, quando o exigirem as circunstâncias,
poderá determinar o funcionamento do Juizado Especial em
caráter itinerante, mediante autorização prévia do Tribunal
Regional Federal, com antecedência de 10d.
Art. 23. O Conselho da Justiça Federal poderá limitar,
por até 3a, contados a partir da publicação desta Lei, a
competência dos Juizados Especiais Cíveis, atendendo à
necessidade da organização dos serviços judiciários ou
administrativos.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 96/144
Art. 24. O Centro de Estudos Judiciários do Conselho da
Justiça Federal e as Escolas de Magistratura dos Tribunais
Regionais Federais criarão programas de informática
necessários para subsidiar a instrução das causas
submetidas aos Juizados e promoverão cursos de
aperfeiçoamento destinados aos seus magistrados e
servidores.
Art. 25. Não serão remetidas aos Juizados Especiais as
demandas ajuizadas até a data de sua instalação.
Art. 26. Competirá aos Tribunais Regionais Federais
prestar o suporte administrativo necessário ao
funcionamento dos Juizados Especiais.
Art. 27. Esta Lei entra em vigor 6m após a data de sua
publicação.
Brasília, 12 de julho de 2001; 180o da Independência e
113o da República.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO
Paulo de Tarso Tamos Ribeiro
Roberto Brant
Gilmar Ferreira Mendes
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.7.2001
13. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069 de 1990).
LEI Nº 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990.
Dispõe sobre o Estatuto da
Criança e do Adolescente e dá
outras providências.
ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE LEI Nº 8.069 DE 13 DE JULHO DE 1990
Título I
Das Disposições Preliminares
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e
ao adolescente.
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a
pessoa até doze anos de idade incompletos, e adolescente
aquela entre doze e dezoito anos de idade.
§ú. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de
idade.
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da
proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes,
por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e
facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico,
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade
e de dignidade.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em
geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade,
a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade e à convivência familiar e comunitária.
§ú. A garantia de prioridade compreende:
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer
circunstâncias;
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de
relevância pública;
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 97/144
c) preferência na formulação e na execução das políticas
sociais públicas;
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas
relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de
qualquer forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei
qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos
fundamentais.
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os
fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum,
os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição
peculiar da criança e do adolescente como pessoas em
desenvolvimento.
Título II
Dos Direitos Fundamentais
Capítulo I
Do Direito à Vida e à Saúde
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à
vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais
públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento
sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.
Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de
Saúde, o atendimento pré e perinatal.
§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de
atendimento, segundo critérios médicos específicos,
obedecendo-se aos princípios de regionalização e
hierarquização do Sistema.
§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo
mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal.
§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à
gestante e à nutriz que dele necessitem.
§ 4o Incumbe ao poder público proporcionar assistência
psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal,
inclusive como forma de prevenir ou minorar as
consequências do estado puerperal.
§ 5o A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser
também prestada a gestantes ou mães que manifestem
interesse em entregar seus filhos para adoção.
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores
propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno,
inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa
de liberdade.
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção
à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados
a:
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de
prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua
impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe,
sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade
administrativa competente;
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica
de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem
como prestar orientação aos pais;
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem
necessariamente as intercorrências do parto e do
desenvolvimento do neonato;
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a
permanência junto à mãe.
Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da
criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único
de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações
e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde.
§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência
receberão atendimento especializado.
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente
àqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e
outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou
reabilitação.
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde
deverão proporcionar condições para a permanência em
tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de
internação de criança ou adolescente.
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de maus-tratos
contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente
comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade,
sem prejuízo de outras providências legais.
§ú. As gestantes ou mães que manifestem interesse em
entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente
encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 98/144
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de
assistência médica e odontológica para a prevenção das
enfermidades que ordinariamente afetam a população
infantil, e campanhas de educação sanitária para pais,
educadores e alunos.
§ú. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos
recomendados pelas autoridades sanitárias.
Capítulo II
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao
respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo
de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis,
humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes
aspectos:
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços
comunitários, ressalvadas as restrições legais;
II - opinião e expressão;
III - crença e culto religioso;
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se;
V - participar da vida familiar e comunitária, sem
discriminação;
VI - participar da vida política, na forma da lei;
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação.
Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da
integridade física, psíquica e moral da criança e do
adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da
identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos
espaços e objetos pessoais.
Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e
do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento
desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou
constrangedor.
Capítulo III
Do Direito à Convivência Familiar e Comunitária
Seção I
Disposições Gerais
Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado
e educado no seio da sua família e, excepcionalmente, em
família substituta, assegurada a convivência familiar e
comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas
dependentes de substâncias entorpecentes.
§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em
programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua
situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses,
devendo a autoridade judiciária competente, com base em
relatório elaborado por equipe interprofissional ou
multidisciplinar, decidir de forma fundamentada pela
possibilidade de reintegração familiar ou colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas
no art. 28 desta Lei.
§ 2º A permanência da criança e do adolescente em
programa de acolhimento institucional não se prolongará
por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade
que atenda ao seu superior interesse, devidamente
fundamentada pela autoridade judiciária.
§ 3º A manutenção ou reintegração de criança ou
adolescente à sua família terá preferência em relação a
qualquer outra providência, caso em que será esta incluída
em programas de orientação e auxílio, nos termos do §ú do
art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a
IV do caput do art. 129 desta Lei.
Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casamento,
ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações,
proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à
filiação.
Art. 21. O pátrio poder poder familiar será exercido, em
igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do
que dispuser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o
direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade
judiciária competente para a solução da divergência.
Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e
educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no
interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as
determinações judiciais.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 99/144
Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não
constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do
pátrio poder poder familiar.
§ú. Não existindo outro motivo que por si só autorize a
decretação da medida, a criança ou o adolescente será
mantido em sua família de origem, a qual deverá
obrigatoriamente ser incluída em programas oficiais de
auxílio.
Art. 24. A perda e a suspensão do pátrio poder poder
familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento
contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem
como na hipótese de descumprimento injustificado dos
deveres e obrigações a que alude o art. 22.
Seção II
Da Família Natural
Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade
formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.
§ú. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que
se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade
do casal, formada por parentes próximos com os quais a
criança ou adolescente convive e mantém vínculos de
afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de
2009) Vigência
Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser
reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no
próprio termo de nascimento, por testamento, mediante
escritura ou outro documento público, qualquer que seja a
origem da filiação.
§ú. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho
ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser
exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer
restrição, observado o segredo de Justiça.
Seção III
Da Família Substituta
Subseção I
Disposições Gerais
Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante
guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação
jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.
§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será
previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado
seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão
sobre as implicações da medida, e terá sua opinião
devidamente considerada.
§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será
necessário seu consentimento, colhido em audiência.
§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de
parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade, a fim
de evitar ou minorar as consequências decorrentes da
medida.
§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção,
tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a
comprovada existência de risco de abuso ou outra situação
que justifique plenamente a excepcionalidade de solução
diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o
rompimento definitivo dos vínculos fraternais.
§ 5º A colocação da criança ou adolescente em família
substituta será precedida de sua preparação gradativa e
acompanhamento posterior, realizados pela equipe
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política municipal de garantia
do direito à convivência familiar.
§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou
proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é
ainda obrigatório:
I - que sejam consideradas e respeitadas sua identidade
social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como
suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os
direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela
Constituição Federal;
II - que a colocação familiar ocorra prioritariamente no
seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma
etnia;
III - a intervenção e oitiva de representantes do órgão
federal responsável pela política indigenista, no caso de
crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos,
perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá
acompanhar o caso. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009)
Vigência
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 100/144
Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a
pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade
com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar
adequado.
Art. 30. A colocação em família substituta não admitirá
transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a
entidades governamentais ou não-governamentais, sem
autorização judicial.
Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira
constitui medida excepcional, somente admissível na
modalidade de adoção.
Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável
prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o
encargo, mediante termo nos autos.
Subseção II
Da Guarda
Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material,
moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a
seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos
pais.
§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato,
podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos
procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por
estrangeiros.
§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos
de tutela e adoção, para atender a situações peculiares ou
suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser
deferido o direito de representação para a prática de atos
determinados.
§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a condição
de dependente, para todos os fins e efeitos de direito,
inclusive previdenciários.
§ 4o Salvo expressa e fundamentada determinação em
contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a
medida for aplicada em preparação para adoção, o
deferimento da guarda de criança ou adolescente a terceiros
não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim
como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de
regulamentação específica, a pedido do interessado ou do
Ministério Público.
Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assistência
jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a
forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do
convívio familiar.
§ 1o A inclusão da criança ou adolescente em programas de
acolhimento familiar terá preferência a seu acolhimento
institucional, observado, em qualquer caso, o caráter
temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei.
§ 2º Na hipótese do § 1o deste artigo a pessoa ou casal
cadastrado no programa de acolhimento familiar poderá
receber a criança ou adolescente mediante guarda,
observado o disposto nos arts. 28 a 33 desta Lei.
Art. 35. A guarda poderá ser revogada a qualquer tempo,
mediante ato judicial fundamentado, ouvido o Ministério
Público.
Subseção III
Da Tutela
Art. 36. A tutela será deferida, nos termos da lei civil, a
pessoa de até 18 (dezoito) anos incompletos.
§ú. O deferimento da tutela pressupõe a prévia decretação
da perda ou suspensão do pátrio poder poder familiar e
implica necessariamente o dever de guarda.
Art. 37. O tutor nomeado por testamento ou qualquer
documento autêntico, conforme previsto no §ú do art. 1.729
da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 - Código Civil,
deverá, no prazo de 30 (trinta) dias após a abertura da
sucessão, ingressar com pedido destinado ao controle
judicial do ato, observando o procedimento previsto nos
arts. 165 a 170 desta Lei.
§ú. Na apreciação do pedido, serão observados os
requisitos previstos nos arts. 28 e 29 desta Lei, somente
sendo deferida a tutela à pessoa indicada na disposição de
última vontade, se restar comprovado que a medida é
vantajosa ao tutelando e que não existe outra pessoa em
melhores condições de assumi-la.
Art. 38. Aplica-se à destituição da tutela o disposto no art.
24.
Subseção IV
Da Adoção
Art. 39. A adoção de criança e de adolescente reger-se-á
segundo o disposto nesta Lei.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 101/144
§ 1º A adoção é medida excepcional e irrevogável, à qual se
deve recorrer apenas quando esgotados os recursos de
manutenção da criança ou adolescente na família natural ou
extensa, na forma do §ú do art. 25 desta Lei.
§ 2º É vedada a adoção por procuração.
Art. 40. O adotando deve contar com, no máximo, dezoito
anos à data do pedido, salvo se já estiver sob a guarda ou
tutela dos adotantes.
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado,
com os mesmos direitos e deveres, inclusive sucessórios,
desligando-o de qualquer vínculo com pais e parentes, salvo
os impedimentos matrimoniais.
§ 1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do
outro, mantêm-se os vínculos de filiação entre o adotado e o
cônjuge ou concubino do adotante e os respectivos
parentes.
§ 2º É recíproco o direito sucessório entre o adotado, seus
descendentes, o adotante, seus ascendentes, descendentes
e colaterais até o 4º grau, observada a ordem de vocação
hereditária.
Art. 42. Podem adotar os maiores de 18 (dezoito) anos,
independentemente do estado civil. (Redação dada pela Lei
nº 12.010, de 2009) Vigência
§ 1º Não podem adotar os ascendentes e os irmãos do
adotando.
§ 2o Para adoção conjunta, é indispensável que os
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união
estável, comprovada a estabilidade da família.
§ 3º O adotante há de ser, pelo menos, dezesseis anos mais
velho do que o adotando.
§ 4º Os divorciados, os judicialmente separados e os ex-
companheiros podem adotar conjuntamente, contanto que
acordem sobre a guarda e o regime de visitas e desde que o
estágio de convivência tenha sido iniciado na constância do
período de convivência e que seja comprovada a existência
de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não
detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade da
concessão.
§ 5º Nos casos do § 4o deste artigo, desde que
demonstrado efetivo benefício ao adotando, será
assegurada a guarda compartilhada, conforme previsto no
art. 1.584 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 -
Código Civil.
§ 6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após
inequívoca manifestação de vontade, vier a falecer no curso
do procedimento, antes de prolatada a sentença.
Art. 43. A adoção será deferida quando apresentar reais
vantagens para o adotando e fundar-se em motivos
legítimos.
Art. 44. Enquanto não der conta de sua administração e
saldar o seu alcance, não pode o tutor ou o curador adotar o
pupilo ou o curatelado.
Art. 45. A adoção depende do consentimento dos pais ou do
representante legal do adotando.
§ 1º. O consentimento será dispensado em relação à criança
ou adolescente cujos pais sejam desconhecidos ou tenham
sido destituídos do pátrio poder poder familiar.
§ 2º. Em se tratando de adotando maior de doze anos de
idade, será também necessário o seu consentimento.
Art. 46. A adoção será precedida de estágio de convivência
com a criança ou adolescente, pelo prazo que a autoridade
judiciária fixar, observadas as peculiaridades do caso.
§ 1o O estágio de convivência poderá ser dispensado se o
adotando já estiver sob a tutela ou guarda legal do adotante
durante tempo suficiente para que seja possível avaliar a
conveniência da constituição do vínculo.
§ 2o A simples guarda de fato não autoriza, por si só, a
dispensa da realização do estágio de convivência.
§ 3o Em caso de adoção por pessoa ou casal residente ou
domiciliado fora do País, o estágio de convivência, cumprido
no território nacional, será de, no mínimo, 30 (trinta) dias.
§ 4o O estágio de convivência será acompanhado pela
equipe interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, preferencialmente com apoio dos técnicos
responsáveis pela execução da política de garantia do direito
à convivência familiar, que apresentarão relatório minucioso
acerca da conveniência do deferimento da medida.
Art. 47. O vínculo da adoção constitui-se por sentença
judicial, que será inscrita no registro civil mediante mandado
do qual não se fornecerá certidão.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 102/144
§ 1º A inscrição consignará o nome dos adotantes como
pais, bem como o nome de seus ascendentes.
§ 2º O mandado judicial, que será arquivado, cancelará o
registro original do adotado.
§ 3o A pedido do adotante, o novo registro poderá ser
lavrado no Cartório do Registro Civil do Município de sua
residência.
§ 4o Nenhuma observação sobre a origem do ato poderá
constar nas certidões do registro.
§ 5o A sentença conferirá ao adotado o nome do adotante
e, a pedido de qualquer deles, poderá determinar a
modificação do prenome.
§ 6o Caso a modificação de prenome seja requerida pelo
adotante, é obrigatória a oitiva do adotando, observado o
disposto nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
§ 7o A adoção produz seus efeitos a partir do trânsito em
julgado da sentença constitutiva, exceto na hipótese prevista
no § 6o do art. 42 desta Lei, caso em que terá força
retroativa à data do óbito.
§ 8o O processo relativo à adoção assim como outros a ele
relacionados serão mantidos em arquivo, admitindo-se seu
armazenamento em microfilme ou por outros meios,
garantida a sua conservação para consulta a qualquer
tempo.
§ 9º Terão prioridade de tramitação os processos de
adoção em que o adotando for criança ou adolescente com
deficiência ou com doença crônica. (Incluído pela Lei nº
12.955, de 2014)
Art. 48. O adotado tem direito de conhecer sua origem
biológica, bem como de obter acesso irrestrito ao processo
no qual a medida foi aplicada e seus eventuais incidentes,
após completar 18 (dezoito) anos.
§ú. O acesso ao processo de adoção poderá ser também
deferido ao adotado menor de 18 (dezoito) anos, a seu
pedido, assegurada orientação e assistência jurídica e
psicológica.
Art. 49. A morte dos adotantes não restabelece poder
familiar [não é pátrio poder] dos pais naturais.
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca
ou foro regional, um registro de crianças e adolescentes em
condições de serem adotados e outro de pessoas
interessadas na adoção.
§ 1º O deferimento da inscrição dar-se-á após prévia
consulta aos órgãos técnicos do juizado, ouvido o Ministério
Público.
§ 2º Não será deferida a inscrição se o interessado não
satisfazer os requisitos legais, ou verificada qualquer das
hipóteses previstas no art. 29.
§ 3o A inscrição de postulantes à adoção será precedida de
um período de preparação psicossocial e jurídica, orientado
pela equipe técnica da Justiça da Infância e da Juventude,
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar.
§ 4o Sempre que possível e recomendável, a preparação
referida no § 3o deste artigo incluirá o contato com crianças
e adolescentes em acolhimento familiar ou institucional em
condições de serem adotados, a ser realizado sob a
orientação, supervisão e avaliação da equipe técnica da
Justiça da Infância e da Juventude, com apoio dos técnicos
responsáveis pelo programa de acolhimento e pela execução
da política municipal de garantia do direito à convivência
familiar.
§ 5o Serão criados e implementados cadastros estaduais e
nacional de crianças e adolescentes em condições de serem
adotados e de pessoas ou casais habilitados à adoção.
§ 6o Haverá cadastros distintos para pessoas ou casais
residentes fora do País, que somente serão consultados na
inexistência de postulantes nacionais habilitados nos
cadastros mencionados no § 5o deste artigo.
§ 7o As autoridades estaduais e federais em matéria de
adoção terão acesso integral aos cadastros, incumbindo-lhes
a troca de informações e a cooperação mútua, para
melhoria do sistema.
§ 8o A autoridade judiciária providenciará, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas, a inscrição das crianças e
adolescentes em condições de serem adotados que não
tiveram colocação familiar na comarca de origem, e das
pessoas ou casais que tiveram deferida sua habilitação à
adoção nos cadastros estadual e nacional referidos no § 5o
deste artigo, sob pena de responsabilidade.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 103/144
§ 9o Compete à Autoridade Central Estadual zelar pela
manutenção e correta alimentação dos cadastros, com
posterior comunicação à Autoridade Central Federal
Brasileira.
§ 10. A adoção internacional somente será deferida se, após
consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à
adoção, mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na
comarca, bem como aos cadastros estadual e nacional
referidos no § 5o deste artigo, não for encontrado
interessado com residência permanente no Brasil.
§ 11. Enquanto não localizada pessoa ou casal interessado
em sua adoção, a criança ou o adolescente, sempre que
possível e recomendável, será colocado sob guarda de
família cadastrada em programa de acolhimento familiar.
§ 12. A alimentação do cadastro e a convocação criteriosa
dos postulantes à adoção serão fiscalizadas pelo Ministério
Público.
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de
candidato domiciliado no Brasil não cadastrado previamente
nos termos desta Lei quando:
I - se tratar de pedido de adoção unilateral;
II - for formulada por parente com o qual a criança ou
adolescente mantenha vínculos de afinidade e afetividade;
III - oriundo o pedido de quem detém a tutela ou guarda
legal de criança maior de 3 (três) anos ou adolescente, desde
que o lapso de tempo de convivência comprove a fixação de
laços de afinidade e afetividade, e não seja constatada a
ocorrência de má-fé ou qualquer das situações previstas nos
arts. 237 ou 238 desta Lei.
§ 14. Nas hipóteses previstas no § 13 deste artigo, o
candidato deverá comprovar, no curso do procedimento,
que preenche os requisitos necessários à adoção, conforme
previsto nesta Lei.
Art. 51. Considera-se adoção internacional aquela na qual a
pessoa ou casal postulante é residente ou domiciliado fora
do Brasil, conforme previsto no Artigo 2 da Convenção de
Haia, de 29 de maio de 1993, Relativa à Proteção das
Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção
Internacional, aprovada pelo Decreto Legislativo no 1, de 14
de janeiro de 1999, e promulgada pelo Decreto no 3.087, de
21 de junho de 1999.
§ 1o A adoção internacional de criança ou adolescente
brasileiro ou domiciliado no Brasil somente terá lugar
quando restar comprovado:
I - que a colocação em família substituta é a solução
adequada ao caso concreto;
II - que foram esgotadas todas as possibilidades de
colocação da criança ou adolescente em família substituta
brasileira, após consulta aos cadastros mencionados no art.
50 desta Lei;
III - que, em se tratando de adoção de adolescente, este foi
consultado, por meios adequados ao seu estágio de
desenvolvimento, e que se encontra preparado para a
medida, mediante parecer elaborado por equipe
interprofissional, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do
art. 28 desta Lei.
§ 2o Os brasileiros residentes no exterior terão preferência
aos estrangeiros, nos casos de adoção internacional de
criança ou adolescente brasileiro.
§ 3o A adoção internacional pressupõe a intervenção das
Autoridades Centrais Estaduais e Federal em matéria de
adoção internacional.
Art. 52. A adoção internacional observará o procedimento
previsto nos arts. 165 a 170 desta Lei, com as seguintes
adaptações:
I - a pessoa ou casal estrangeiro, interessado em adotar
criança ou adolescente brasileiro, deverá formular pedido de
habilitação à adoção perante a Autoridade Central em
matéria de adoção internacional no país de acolhida, assim
entendido aquele onde está situada sua residência habitual;
II - se a Autoridade Central do país de acolhida
considerar que os solicitantes estão habilitados e aptos para
adotar, emitirá um relatório que contenha informações
sobre a identidade, a capacidade jurídica e adequação dos
solicitantes para adotar, sua situação pessoal, familiar e
médica, seu meio social, os motivos que os animam e sua
aptidão para assumir uma adoção internacional;
III - a Autoridade Central do país de acolhida enviará o
relatório à Autoridade Central Estadual, com cópia para a
Autoridade Central Federal Brasileira;
IV - o relatório será instruído com toda a documentação
necessária, incluindo estudo psicossocial elaborado por
equipe interprofissional habilitada e cópia autenticada da
legislação pertinente, acompanhada da respectiva prova de
vigência;
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 104/144
V - os documentos em língua estrangeira serão
devidamente autenticados pela autoridade consular,
observados os tratados e convenções internacionais, e
acompanhados da respectiva tradução, por tradutor público
juramentado;
VI - a Autoridade Central Estadual poderá fazer
exigências e solicitar complementação sobre o estudo
psicossocial do postulante estrangeiro à adoção, já realizado
no país de acolhida;
VII - verificada, após estudo realizado pela Autoridade
Central Estadual, a compatibilidade da legislação estrangeira
com a nacional, além do preenchimento por parte dos
postulantes à medida dos requisitos objetivos e subjetivos
necessários ao seu deferimento, tanto à luz do que dispõe
esta Lei como da legislação do país de acolhida, será
expedido laudo de habilitação à adoção internacional, que
terá validade por, no máximo, 1 (um) ano;
VIII - de posse do laudo de habilitação, o interessado
será autorizado a formalizar pedido de adoção perante o
Juízo da Infância e da Juventude do local em que se encontra
a criança ou adolescente, conforme indicação efetuada pela
Autoridade Central Estadual.
§ 1o Se a legislação do país de acolhida assim o autorizar,
admite-se que os pedidos de habilitação à adoção
internacional sejam intermediados por organismos
credenciados.
§ 2o Incumbe à Autoridade Central Federal Brasileira o
credenciamento de organismos nacionais e estrangeiros
encarregados de intermediar pedidos de habilitação à
adoção internacional, com posterior comunicação às
Autoridades Centrais Estaduais e publicação nos órgãos
oficiais de imprensa e em sítio próprio da internet.
§ 3o Somente será admissível o credenciamento de
organismos que:
I - sejam oriundos de países que ratificaram a
Convenção de Haia e estejam devidamente credenciados
pela Autoridade Central do país onde estiverem sediados e
no país de acolhida do adotando para atuar em adoção
internacional no Brasil;
II - satisfizerem as condições de integridade moral,
competência profissional, experiência e responsabilidade
exigidas pelos países respectivos e pela Autoridade Central
Federal Brasileira;
III - forem qualificados por seus padrões éticos e sua
formação e experiência para atuar na área de adoção
internacional;
IV - cumprirem os requisitos exigidos pelo ordenamento
jurídico brasileiro e pelas normas estabelecidas pela
Autoridade Central Federal Brasileira.
§ 4o Os organismos credenciados deverão ainda:
I - perseguir unicamente fins não lucrativos, nas
condições e dentro dos limites fixados pelas autoridades
competentes do país onde estiverem sediados, do país de
acolhida e pela Autoridade Central Federal Brasileira;
II - ser dirigidos e administrados por pessoas
qualificadas e de reconhecida idoneidade moral, com
comprovada formação ou experiência para atuar na área de
adoção internacional, cadastradas pelo Departamento de
Polícia Federal e aprovadas pela Autoridade Central Federal
Brasileira, mediante publicação de portaria do órgão federal
competente;
III - estar submetidos à supervisão das autoridades
competentes do país onde estiverem sediados e no país de
acolhida, inclusive quanto à sua composição, funcionamento
e situação financeira;
IV - apresentar à Autoridade Central Federal Brasileira, a
cada ano, relatório geral das atividades desenvolvidas, bem
como relatório de acompanhamento das adoções
internacionais efetuadas no período, cuja cópia será
encaminhada ao Departamento de Polícia Federal;
V - enviar relatório pós-adotivo semestral para a
Autoridade Central Estadual, com cópia para a Autoridade
Central Federal Brasileira, pelo período mínimo de 2 (dois)
anos. O envio do relatório será mantido até a juntada de
cópia autenticada do registro civil, estabelecendo a
cidadania do país de acolhida para o adotado;
VI - tomar as medidas necessárias para garantir que os
adotantes encaminhem à Autoridade Central Federal
Brasileira cópia da certidão de registro de nascimento
estrangeira e do certificado de nacionalidade tão logo lhes
sejam concedidos.
§ 5o A não apresentação dos relatórios referidos no § 4o
deste artigo pelo organismo credenciado poderá acarretar a
suspensão de seu credenciamento.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 105/144
§ 6o O credenciamento de organismo nacional ou
estrangeiro encarregado de intermediar pedidos de adoção
internacional terá validade de 2 (dois) anos.
§ 7o A renovação do credenciamento poderá ser concedida
mediante requerimento protocolado na Autoridade Central
Federal Brasileira nos 60 (sessenta) dias anteriores ao
término do respectivo prazo de validade.
§ 8o Antes de transitada em julgado a decisão que concedeu
a adoção internacional, não será permitida a saída do
adotando do território nacional.
§ 9o Transitada em julgado a decisão, a autoridade judiciária
determinará a expedição de alvará com autorização de
viagem, bem como para obtenção de passaporte,
constando, obrigatoriamente, as características da criança
ou adolescente adotado, como idade, cor, sexo, eventuais
sinais ou traços peculiares, assim como foto recente e a
aposição da impressão digital do seu polegar direito,
instruindo o documento com cópia autenticada da decisão e
certidão de trânsito em julgado.
§ 10. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá, a
qualquer momento, solicitar informações sobre a situação
das crianças e adolescentes adotados.
§ 11. A cobrança de valores por parte dos organismos
credenciados, que sejam considerados abusivos pela
Autoridade Central Federal Brasileira e que não estejam
devidamente comprovados, é causa de seu
descredenciamento.
§ 12. Uma mesma pessoa ou seu cônjuge não podem ser
representados por mais de uma entidade credenciada para
atuar na cooperação em adoção internacional.
§ 13. A habilitação de postulante estrangeiro ou domiciliado
fora do Brasil terá validade máxima de 1 (um) ano, podendo
ser renovada.
§ 14. É vedado o contato direto de representantes de
organismos de adoção, nacionais ou estrangeiros, com
dirigentes de programas de acolhimento institucional ou
familiar, assim como com crianças e adolescentes em
condições de serem adotados, sem a devida autorização
judicial.
§ 15. A Autoridade Central Federal Brasileira poderá limitar
ou suspender a concessão de novos credenciamentos
sempre que julgar necessário, mediante ato administrativo
fundamentado.
Art. 52-A. É vedado, sob pena de responsabilidade e
descredenciamento, o repasse de recursos provenientes de
organismos estrangeiros encarregados de intermediar
pedidos de adoção internacional a organismos nacionais ou
a pessoas físicas.
§ú. Eventuais repasses somente poderão ser efetuados via
Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente e estarão
sujeitos às deliberações do respectivo Conselho de Direitos
da Criança e do Adolescente.
Art. 52-B. A adoção por brasileiro residente no exterior em
país ratificante da Convenção de Haia, cujo processo de
adoção tenha sido processado em conformidade com a
legislação vigente no país de residência e atendido o
disposto na Alínea “c” do Artigo 17 da referida Convenção,
será automaticamente recepcionada com o reingresso no
Brasil.
§ 1o Caso não tenha sido atendido o disposto na Alínea “c”
do Artigo 17 da Convenção de Haia, deverá a sentença ser
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.
§ 2o O pretendente brasileiro residente no exterior em país
não ratificante da Convenção de Haia, uma vez reingressado
no Brasil, deverá requerer a homologação da sentença
estrangeira pelo Superior Tribunal de Justiça.
Art. 52-C. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
país de acolhida, a decisão da autoridade competente do
país de origem da criança ou do adolescente será conhecida
pela Autoridade Central Estadual que tiver processado o
pedido de habilitação dos pais adotivos, que comunicará o
fato à Autoridade Central Federal e determinará as
providências necessárias à expedição do Certificado de
Naturalização Provisório.
§ 1o A Autoridade Central Estadual, ouvido o Ministério
Público, somente deixará de reconhecer os efeitos daquela
decisão se restar demonstrado que a adoção é
manifestamente contrária à ordem pública ou não atende ao
interesse superior da criança ou do adolescente.
§ 2o Na hipótese de não reconhecimento da adoção,
prevista no § 1o deste artigo, o Ministério Público deverá
imediatamente requerer o que for de direito para
resguardar os interesses da criança ou do adolescente,
comunicando-se as providências à Autoridade Central
Estadual, que fará a comunicação à Autoridade Central
Federal Brasileira e à Autoridade Central do país de origem.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 106/144
Art. 52-D. Nas adoções internacionais, quando o Brasil for o
país de acolhida e a adoção não tenha sido deferida no país
de origem porque a sua legislação a delega ao país de
acolhida, ou, ainda, na hipótese de, mesmo com decisão, a
criança ou o adolescente ser oriundo de país que não tenha
aderido à Convenção referida, o processo de adoção seguirá
as regras da adoção nacional.
Capítulo IV
Do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer
Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação,
visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo
para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho,
assegurando-se-lhes:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na
escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo
recorrer às instâncias escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades
estudantis;
V - acesso à escola pública e gratuita próxima de sua
residência.
§ú. É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da definição das propostas
educacionais.
Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao
adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para
os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao
ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores
de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero
a seis anos de idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e
da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às
condições do adolescente trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de
programas suplementares de material didático-escolar,
transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito
público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder
público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da
autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no
ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos
pais ou responsável, pela freqüência à escola.
Art. 55. Os pais ou responsável têm a obrigação de
matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.
Art. 56. Os dirigentes de estabelecimentos de ensino
fundamental comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar,
esgotados os recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
Art. 57. O poder público estimulará pesquisas, experiências e
novas propostas relativas a calendário, seriação, currículo,
metodologia, didática e avaliação, com vistas à inserção de
crianças e adolescentes excluídos do ensino fundamental
obrigatório.
Art. 58. No processo educacional respeitar-se-ão os valores
culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social
da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a
liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura.
Art. 59. Os municípios, com apoio dos estados e da União,
estimularão e facilitarão a destinação de recursos e espaços
para programações culturais, esportivas e de lazer voltadas
para a infância e a juventude.
Capítulo V
Do Direito à Profissionalização e à Proteção no Trabalho
Art. 60. É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze
anos de idade, salvo na condição de aprendiz.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 107/144
Art. 61. A proteção ao trabalho dos adolescentes é regulada
por legislação especial, sem prejuízo do disposto nesta Lei.
Art. 62. Considera-se aprendizagem a formação técnico-
profissional ministrada segundo as diretrizes e bases da
legislação de educação em vigor.
Art. 63. A formação técnico-profissional obedecerá aos
seguintes princípios:
I - garantia de acesso e freqüência obrigatória ao ensino
regular;
II - atividade compatível com o desenvolvimento do
adolescente;
III - horário especial para o exercício das atividades.
Art. 64. Ao adolescente até quatorze anos de idade é
assegurada bolsa de aprendizagem.
Art. 65. Ao adolescente aprendiz, maior de quatorze anos,
são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários.
Art. 66. Ao adolescente portador de deficiência é assegurado
trabalho protegido.
Art. 67. Ao adolescente empregado, aprendiz, em regime
familiar de trabalho, aluno de escola técnica, assistido em
entidade governamental ou não-governamental, é vedado
trabalho:
I - noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e
as cinco horas do dia seguinte;
II - perigoso, insalubre ou penoso;
III - realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social;
IV - realizado em horários e locais que não permitam a
freqüência à escola.
Art. 68. O programa social que tenha por base o trabalho
educativo, sob responsabilidade de entidade governamental
ou não-governamental sem fins lucrativos, deverá assegurar
ao adolescente que dele participe condições de capacitação
para o exercício de atividade regular remunerada.
§ 1º Entende-se por trabalho educativo a atividade laboral
em que as exigências pedagógicas relativas ao
desenvolvimento pessoal e social do educando prevalecem
sobre o aspecto produtivo.
§ 2º A remuneração que o adolescente recebe pelo trabalho
efetuado ou a participação na venda dos produtos de seu
trabalho não desfigura o caráter educativo.
Art. 69. O adolescente tem direito à profissionalização e à
proteção no trabalho, observados os seguintes aspectos,
entre outros:
I - respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento;
II - capacitação profissional adequada ao mercado de
trabalho.
Título III
Da Prevenção
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 70. É dever de todos prevenir a ocorrência de ameaça
ou violação dos direitos da criança e do adolescente.
Art. 71. A criança e o adolescente têm direito a informação,
cultura, lazer, esportes, diversões, espetáculos e produtos e
serviços que respeitem sua condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.
Art. 72. As obrigações previstas nesta Lei não excluem da
prevenção especial outras decorrentes dos princípios por ela
adotados.
Art. 73. A inobservância das normas de prevenção importará
em responsabilidade da pessoa física ou jurídica, nos termos
desta Lei.
Capítulo II
Da Prevenção Especial
Seção I
Da informação, Cultura, Lazer, Esportes, Diversões e
Espetáculos
Art. 74. O poder público, através do órgão competente,
regulará as diversões e espetáculos públicos, informando
sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se
recomendem, locais e horários em que sua apresentação se
mostre inadequada.
§ú. Os responsáveis pelas diversões e espetáculos públicos
deverão afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza
do espetáculo e a faixa etária especificada no certificado de
classificação.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 108/144
Art. 75. Toda criança ou adolescente terá acesso às
diversões e espetáculos públicos classificados como
adequados à sua faixa etária.
§ú. As crianças menores de dez anos somente poderão
ingressar e permanecer nos locais de apresentação ou
exibição quando acompanhadas dos pais ou responsável.
Art. 76. As emissoras de rádio e televisão somente exibirão,
no horário recomendado para o público infanto juvenil,
programas com finalidades educativas, artísticas, culturais e
informativas.
§ú. Nenhum espetáculo será apresentado ou anunciado sem
aviso de sua classificação, antes de sua transmissão,
apresentação ou exibição.
Art. 77. Os proprietários, diretores, gerentes e funcionários
de empresas que explorem a venda ou aluguel de fitas de
programação em vídeo cuidarão para que não haja venda ou
locação em desacordo com a classificação atribuída pelo
órgão competente.
§ú. As fitas a que alude este artigo deverão exibir, no
invólucro, informação sobre a natureza da obra e a faixa
etária a que se destinam.
Art. 78. As revistas e publicações contendo material
impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes deverão
ser comercializadas em embalagem lacrada, com a
advertência de seu conteúdo.
§ú. As editoras cuidarão para que as capas que contenham
mensagens pornográficas ou obscenas sejam protegidas
com embalagem opaca.
Art. 79. As revistas e publicações destinadas ao público
infanto-juvenil não poderão conter ilustrações, fotografias,
legendas, crônicas ou anúncios de bebidas alcoólicas,
tabaco, armas e munições, e deverão respeitar os valores
éticos e sociais da pessoa e da família.
Art. 80. Os responsáveis por estabelecimentos que explorem
comercialmente bilhar, sinuca ou congênere ou por casas de
jogos, assim entendidas as que realizem apostas, ainda que
eventualmente, cuidarão para que não seja permitida a
entrada e a permanência de crianças e adolescentes no
local, afixando aviso para orientação do público.
Seção II
Dos Produtos e Serviços
Art. 81. É proibida a venda à criança ou ao adolescente de:
I - armas, munições e explosivos;
II - bebidas alcoólicas;
III - produtos cujos componentes possam causar
dependência física ou psíquica ainda que por utilização
indevida;
IV - fogos de estampido e de artifício, exceto aqueles que
pelo seu reduzido potencial sejam incapazes de provocar
qualquer dano físico em caso de utilização indevida;
V - revistas e publicações a que alude o art. 78;
VI - bilhetes lotéricos e equivalentes.
Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente
em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere,
salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou
responsável.
Seção III
Da Autorização para Viajar
Art. 83. Nenhuma criança poderá viajar para fora da
comarca onde reside, desacompanhada dos pais ou
responsável, sem expressa autorização judicial.
§ 1º A autorização não será exigida quando:
a) tratar-se de comarca contígua à da residência da criança,
se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma
região metropolitana;
b) a criança estiver acompanhada:
1) de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau,
comprovado documentalmente o parentesco;
2) de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe
ou responsável.
§ 2º A autoridade judiciária poderá, a pedido dos pais ou
responsável, conceder autorização válida por dois anos.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 109/144
Art. 84. Quando se tratar de viagem ao exterior, a
autorização é dispensável, se a criança ou adolescente:
I - estiver acompanhado de ambos os pais ou responsável;
II - viajar na companhia de um dos pais, autorizado
expressamente pelo outro através de documento com firma
reconhecida.
Art. 85. Sem prévia e expressa autorização judicial, nenhuma
criança ou adolescente nascido em território nacional
poderá sair do País em companhia de estrangeiro residente
ou domiciliado no exterior.
Parte Especial
Título I
Da Política de Atendimento
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 86. A política de atendimento dos direitos da criança e
do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado
de ações governamentais e não-governamentais, da União,
dos estados, do Distrito Federal e dos municípios.
Art. 87. São linhas de ação da política de atendimento:
I - políticas sociais básicas;
II - políticas e programas de assistência social, em caráter
supletivo, para aqueles que deles necessitem;
III - serviços especiais de prevenção e atendimento médico e
psicossocial às vítimas de negligência, maus-tratos,
exploração, abuso, crueldade e opressão;
IV - serviço de identificação e localização de pais,
responsável, crianças e adolescentes desaparecidos;
V - proteção jurídico-social por entidades de defesa dos
direitos da criança e do adolescente.
VI - políticas e programas destinados a prevenir ou abreviar
o período de afastamento do convívio familiar e a garantir o
efetivo exercício do direito à convivência familiar de crianças
e adolescentes;
VII - campanhas de estímulo ao acolhimento sob forma de
guarda de crianças e adolescentes afastados do convívio
familiar e à adoção, especificamente inter-racial, de crianças
maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas
de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos.
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento:
I - municipalização do atendimento;
II - criação de conselhos municipais, estaduais e nacional dos
direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e
controladores das ações em todos os níveis, assegurada a
participação popular paritária por meio de organizações
representativas, segundo leis federal, estaduais e
municipais;
III - criação e manutenção de programas específicos,
observada a descentralização político-administrativa;
IV - manutenção de fundos nacional, estaduais e municipais
vinculados aos respectivos conselhos dos direitos da criança
e do adolescente;
V - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e
Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local,
para efeito de agilização do atendimento inicial a
adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional;
VI - integração operacional de órgãos do Judiciário,
Ministério Público, Defensoria, Conselho Tutelar e
encarregados da execução das políticas sociais básicas e de
assistência social, para efeito de agilização do atendimento
de crianças e de adolescentes inseridos em programas de
acolhimento familiar ou institucional, com vista na sua
rápida reintegração à família de origem ou, se tal solução se
mostrar comprovadamente inviável, sua colocação em
família substituta, em quaisquer das modalidades previstas
no art. 28 desta Lei;
VII - mobilização da opinião pública para a indispensável
participação dos diversos segmentos da sociedade.
Art. 89. A função de membro do conselho nacional e dos
conselhos estaduais e municipais dos direitos da criança e do
adolescente é considerada de interesse público relevante e
não será remunerada.
Capítulo II
Das Entidades de Atendimento
Seção I
Disposições Gerais
Art. 90. As entidades de atendimento são responsáveis pela
manutenção das próprias unidades, assim como pelo
planejamento e execução de programas de proteção e sócio-
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 110/144
educativos destinados a crianças e adolescentes, em regime
de:
I - orientação e apoio sócio-familiar;
II - apoio sócio-educativo em meio aberto;
III - colocação familiar;
IV - acolhimento institucional; (Redação dada pela Lei nº
12.010, de 2009) Vigência
V - prestação de serviços à comunidade;
VI - liberdade assistida;
VII - semiliberdade; e
VIII - internação.
§ 1o As entidades governamentais e não governamentais
deverão proceder à inscrição de seus programas,
especificando os regimes de atendimento, na forma definida
neste artigo, no Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente, o qual manterá registro das inscrições e
de suas alterações, do que fará comunicação ao Conselho
Tutelar e à autoridade judiciária.
§ 2o Os recursos destinados à implementação e
manutenção dos programas relacionados neste artigo serão
previstos nas dotações orçamentárias dos órgãos públicos
encarregados das áreas de Educação, Saúde e Assistência
Social, dentre outros, observando-se o princípio da
prioridade absoluta à criança e ao adolescente preconizado
pelo caput do art. 227 da Constituição Federal e pelo caput e
§ú do art. 4o desta Lei.
§ 3o Os programas em execução serão reavaliados pelo
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, no máximo, a cada 2 (dois) anos, constituindo-
se critérios para renovação da autorização de
funcionamento:
I - o efetivo respeito às regras e princípios desta Lei, bem
como às resoluções relativas à modalidade de atendimento
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
do Adolescente, em todos os níveis;
II - a qualidade e eficiência do trabalho desenvolvido,
atestadas pelo Conselho Tutelar, pelo Ministério Público e
pela Justiça da Infância e da Juventude;
III - em se tratando de programas de acolhimento
institucional ou familiar, serão considerados os índices de
sucesso na reintegração familiar ou de adaptação à família
substituta, conforme o caso.
Art. 91. As entidades não-governamentais somente poderão
funcionar depois de registradas no Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, o qual comunicará o
registro ao Conselho Tutelar e à autoridade judiciária da
respectiva localidade.
§ 1o Será negado o registro à entidade que:
a) não ofereça instalações físicas em condições adequadas
de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança;
b) não apresente plano de trabalho compatível com os
princípios desta Lei;
c) esteja irregularmente constituída;
d) tenha em seus quadros pessoas inidôneas.
e) não se adequar ou deixar de cumprir as resoluções e
deliberações relativas à modalidade de atendimento
prestado expedidas pelos Conselhos de Direitos da Criança e
do Adolescente, em todos os níveis.
§ 2o O registro terá validade máxima de 4 (quatro) anos,
cabendo ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, periodicamente, reavaliar o cabimento de sua
renovação, observado o disposto no § 1o deste artigo.
Art. 92. As entidades que desenvolvam programas de
acolhimento familiar ou institucional deverão adotar os
seguintes princípios:
I - preservação dos vínculos familiares e promoção da
reintegração familiar;
II - integração em família substituta, quando esgotados os
recursos de manutenção na família natural ou extensa;
III - atendimento personalizado e em pequenos grupos;
IV - desenvolvimento de atividades em regime de co-
educação;
V - não desmembramento de grupos de irmãos;
VI - evitar, sempre que possível, a transferência para outras
entidades de crianças e adolescentes abrigados;
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VII - participação na vida da comunidade local;
VIII - preparação gradativa para o desligamento;
IX - participação de pessoas da comunidade no processo
educativo.
§ 1o O dirigente de entidade que desenvolve programa de
acolhimento institucional é equiparado ao guardião, para
todos os efeitos de direito.
§ 2o Os dirigentes de entidades que desenvolvem programas
de acolhimento familiar ou institucional remeterão à
autoridade judiciária, no máximo a cada 6 (seis) meses,
relatório circunstanciado acerca da situação de cada criança
ou adolescente acolhido e sua família, para fins da
reavaliação prevista no § 1o do art. 19 desta Lei.
§ 3o Os entes federados, por intermédio dos Poderes
Executivo e Judiciário, promoverão conjuntamente a
permanente qualificação dos profissionais que atuam direta
ou indiretamente em programas de acolhimento
institucional e destinados à colocação familiar de crianças e
adolescentes, incluindo membros do Poder Judiciário,
Ministério Público e Conselho Tutelar.
§ 4o Salvo determinação em contrário da autoridade
judiciária competente, as entidades que desenvolvem
programas de acolhimento familiar ou institucional, se
necessário com o auxílio do Conselho Tutelar e dos órgãos
de assistência social, estimularão o contato da criança ou
adolescente com seus pais e parentes, em cumprimento ao
disposto nos incisos I e VIII do caput deste artigo.
§ 5o As entidades que desenvolvem programas de
acolhimento familiar ou institucional somente poderão
receber recursos públicos se comprovado o atendimento
dos princípios, exigências e finalidades desta Lei.
§ 6o O descumprimento das disposições desta Lei pelo
dirigente de entidade que desenvolva programas de
acolhimento familiar ou institucional é causa de sua
destituição, sem prejuízo da apuração de sua
responsabilidade administrativa, civil e criminal.
Art. 93. As entidades que mantenham programa de
acolhimento institucional poderão, em caráter excepcional e
de urgência, acolher crianças e adolescentes sem prévia
determinação da autoridade competente, fazendo
comunicação do fato em até 24 (vinte e quatro) horas ao Juiz
da Infância e da Juventude, sob pena de responsabilidade.
§ú. Recebida a comunicação, a autoridade judiciária, ouvido
o Ministério Público e se necessário com o apoio do
Conselho Tutelar local, tomará as medidas necessárias para
promover a imediata reintegração familiar da criança ou do
adolescente ou, se por qualquer razão não for isso possível
ou recomendável, para seu encaminhamento a programa de
acolhimento familiar, institucional ou a família substituta,
observado o disposto no § 2o do art. 101 desta Lei.
Art. 94. As entidades que desenvolvem programas de
internação têm as seguintes obrigações, entre outras:
I - observar os direitos e garantias de que são titulares os
adolescentes;
II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto
de restrição na decisão de internação;
III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas
unidades e grupos reduzidos;
IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito
e dignidade ao adolescente;
V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da
preservação dos vínculos familiares;
VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os
casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento
dos vínculos familiares;
VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de
habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos
necessários à higiene pessoal;
VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e
adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;
IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e
farmacêuticos;
X - propiciar escolarização e profissionalização;
XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;
XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de
acordo com suas crenças;
XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;
XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo
máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à
autoridade competente;
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 112/144
XV - informar, periodicamente, o adolescente internado
sobre sua situação processual;
XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos
de adolescentes portadores de moléstias infecto-
contagiosas;
XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos
adolescentes;
XVIII - manter programas destinados ao apoio e
acompanhamento de egressos;
XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício
da cidadania àqueles que não os tiverem;
XX - manter arquivo de anotações onde constem data e
circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus
pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade,
acompanhamento da sua formação, relação de seus
pertences e demais dados que possibilitem sua identificação
e a individualização do atendimento.
§ 1º Aplicam-se, no que couber, as obrigações constantes
deste artigo às entidades que mantêm programas de
acolhimento institucional e familiar.
§ 2º No cumprimento das obrigações a que alude este artigo
as entidades utilizarão preferencialmente os recursos da
comunidade.
Seção II
Da Fiscalização das Entidades
Art. 95. As entidades governamentais e não-governamentais
referidas no art. 90 serão fiscalizadas pelo Judiciário, pelo
Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares.
Art. 96. Os planos de aplicação e as prestações de contas
serão apresentados ao estado ou ao município, conforme a
origem das dotações orçamentárias.
Art. 97. São medidas aplicáveis às entidades de atendimento
que descumprirem obrigação constante do art. 94, sem
prejuízo da responsabilidade civil e criminal de seus
dirigentes ou prepostos:
I - às entidades governamentais:
a) advertência;
b) afastamento provisório de seus dirigentes;
c) afastamento definitivo de seus dirigentes;
d) fechamento de unidade ou interdição de programa.
II - às entidades não-governamentais:
a) advertência;
b) suspensão total ou parcial do repasse de verbas públicas;
c) interdição de unidades ou suspensão de programa;
d) cassação do registro.
§ 1o Em caso de reiteradas infrações cometidas por
entidades de atendimento, que coloquem em risco os
direitos assegurados nesta Lei, deverá ser o fato comunicado
ao Ministério Público ou representado perante autoridade
judiciária competente para as providências cabíveis,
inclusive suspensão das atividades ou dissolução da
entidade.
§ 2o As pessoas jurídicas de direito público e as organizações
não governamentais responderão pelos danos que seus
agentes causarem às crianças e aos adolescentes,
caracterizado o descumprimento dos princípios norteadores
das atividades de proteção específica.
Título II
Das Medidas de Proteção
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente
são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos nesta Lei
forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
III - em razão de sua conduta.
Capítulo II
Das Medidas Específicas de Proteção
Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, bem como
substituídas a qualquer tempo.
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Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as
necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem
ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
§ú. São também princípios que regem a aplicação das
medidas:
I - condição da criança e do adolescente como sujeitos
de direitos: crianças e adolescentes são os titulares dos
direitos previstos nesta e em outras Leis, bem como na
Constituição Federal;
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e
aplicação de toda e qualquer norma contida nesta Lei deve
ser voltada à proteção integral e prioritária dos direitos de
que crianças e adolescentes são titulares;
III - responsabilidade primária e solidária do poder
público: a plena efetivação dos direitos assegurados a
crianças e a adolescentes por esta Lei e pela Constituição
Federal, salvo nos casos por esta expressamente
ressalvados, é de responsabilidade primária e solidária das 3
(três) esferas de governo, sem prejuízo da municipalização
do atendimento e da possibilidade da execução de
programas por entidades não governamentais;
IV - interesse superior da criança e do adolescente: a
intervenção deve atender prioritariamente aos interesses e
direitos da criança e do adolescente, sem prejuízo da
consideração que for devida a outros interesses legítimos no
âmbito da pluralidade dos interesses presentes no caso
concreto;
V - privacidade: a promoção dos direitos e proteção da
criança e do adolescente deve ser efetuada no respeito pela
intimidade, direito à imagem e reserva da sua vida privada;
VI - intervenção precoce: a intervenção das autoridades
competentes deve ser efetuada logo que a situação de
perigo seja conhecida;
VII - intervenção mínima: a intervenção deve ser
exercida exclusivamente pelas autoridades e instituições
cuja ação seja indispensável à efetiva promoção dos direitos
e à proteção da criança e do adolescente;
VIII - proporcionalidade e atualidade: a intervenção
deve ser a necessária e adequada à situação de perigo em
que a criança ou o adolescente se encontram no momento
em que a decisão é tomada;
IX - responsabilidade parental: a intervenção deve ser
efetuada de modo que os pais assumam os seus deveres
para com a criança e o adolescente;
X - prevalência da família: na promoção de direitos e na
proteção da criança e do adolescente deve ser dada
prevalência às medidas que os mantenham ou reintegrem
na sua família natural ou extensa ou, se isto não for possível,
que promovam a sua integração em família substituta;
XI - obrigatoriedade da informação: a criança e o
adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e
capacidade de compreensão, seus pais ou responsável
devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que
determinaram a intervenção e da forma como esta se
processa;
XII - oitiva obrigatória e participação: a criança e o
adolescente, em separado ou na companhia dos pais, de
responsável ou de pessoa por si indicada, bem como os seus
pais ou responsável, têm direito a ser ouvidos e a participar
nos atos e na definição da medida de promoção dos direitos
e de proteção, sendo sua opinião devidamente considerada
pela autoridade judiciária competente, observado o disposto
nos §§ 1o e 2o do art. 28 desta Lei.
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art.
98, a autoridade competente poderá determinar, dentre
outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante
termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento
oficial de ensino fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à
família, à criança e ao adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou
psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
VII - acolhimento institucional;
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar;
IX - colocação em família substituta.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 114/144
§ 1o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar
são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis como
forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo
esta possível, para colocação em família substituta, não
implicando privação de liberdade.
§ 2o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para
proteção de vítimas de violência ou abuso sexual e das
providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento
da criança ou adolescente do convívio familiar é de
competência exclusiva da autoridade judiciária e importará
na deflagração, a pedido do Ministério Público ou de quem
tenha legítimo interesse, de procedimento judicial
contencioso, no qual se garanta aos pais ou ao responsável
legal o exercício do contraditório e da ampla defesa.
§ 3o Crianças e adolescentes somente poderão ser
encaminhados às instituições que executam programas de
acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio
de uma Guia de Acolhimento, expedida pela autoridade
judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros:
I - sua identificação e a qualificação completa de seus
pais ou de seu responsável, se conhecidos;
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável,
com pontos de referência;
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados
em tê-los sob sua guarda;
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao
convívio familiar.
§ 4o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do
adolescente, a entidade responsável pelo programa de
acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano
individual de atendimento, visando à reintegração familiar,
ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada
em contrário de autoridade judiciária competente, caso em
que também deverá contemplar sua colocação em família
substituta, observadas as regras e princípios desta Lei.
§ 5o O plano individual será elaborado sob a
responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa
de atendimento e levará em consideração a opinião da
criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do
responsável.
§ 6o Constarão do plano individual, dentre outros:
I - os resultados da avaliação interdisciplinar;
II - os compromissos assumidos pelos pais ou
responsável; e
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a
criança ou com o adolescente acolhido e seus pais ou
responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja
esta vedada por expressa e fundamentada determinação
judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação
em família substituta, sob direta supervisão da autoridade
judiciária.
§ 7o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no
local mais próximo à residência dos pais ou do responsável
e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre
que identificada a necessidade, a família de origem será
incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de
promoção social, sendo facilitado e estimulado o contato
com a criança ou com o adolescente acolhido.
§ 8o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o
responsável pelo programa de acolhimento familiar ou
institucional fará imediata comunicação à autoridade
judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo prazo de
5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo.
§ 9o Em sendo constatada a impossibilidade de
reintegração da criança ou do adolescente à família de
origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou
comunitários de orientação, apoio e promoção social, será
enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no
qual conste a descrição pormenorizada das providências
tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos
técnicos da entidade ou responsáveis pela execução da
política municipal de garantia do direito à convivência
familiar, para a destituição do poder familiar, ou destituição
de tutela ou guarda.
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo
de 30 (trinta) dias para o ingresso com a ação de destituição
do poder familiar, salvo se entender necessária a realização
de estudos complementares ou outras providências que
entender indispensáveis ao ajuizamento da demanda.
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou
foro regional, um cadastro contendo informações
atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de
acolhimento familiar e institucional sob sua
responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a
situação jurídica de cada um, bem como as providências
tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em
família substituta, em qualquer das modalidades previstas
no art. 28 desta Lei.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 115/144
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o
Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e os
Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do
Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe
deliberar sobre a implementação de políticas públicas que
permitam reduzir o número de crianças e adolescentes
afastados do convívio familiar e abreviar o período de
permanência em programa de acolhimento.
Art. 102. As medidas de proteção de que trata este Capítulo
serão acompanhadas da regularização do registro civil.
§ 1º Verificada a inexistência de registro anterior, o assento
de nascimento da criança ou adolescente será feito à vista
dos elementos disponíveis, mediante requisição da
autoridade judiciária.
§ 2º Os registros e certidões necessários à regularização de
que trata este artigo são isentos de multas, custas e
emolumentos, gozando de absoluta prioridade.
§ 3o Caso ainda não definida a paternidade, será
deflagrado procedimento específico destinado à sua
averiguação, conforme previsto pela Lei no 8.560, de 29 de
dezembro de 1992.
§ 4o Nas hipóteses previstas no § 3o deste artigo, é
dispensável o ajuizamento de ação de investigação de
paternidade pelo Ministério Público se, após o não
comparecimento ou a recusa do suposto pai em assumir a
paternidade a ele atribuída, a criança for encaminhada para
adoção.
Título III
Da Prática de Ato Infracional
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita
como crime ou contravenção penal.
Art. 104. São penalmente inimputáveis os menores de
dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei.
§ú. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade
do adolescente à data do fato.
Art. 105. Ao ato infracional praticado por criança
corresponderão as medidas previstas no art. 101.
Capítulo II
Dos Direitos Individuais
Art. 106. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
senão em flagrante de ato infracional ou por ordem escrita e
fundamentada da autoridade judiciária competente.
§ú. O adolescente tem direito à identificação dos
responsáveis pela sua apreensão, devendo ser informado
acerca de seus direitos.
Art. 107. A apreensão de qualquer adolescente e o local
onde se encontra recolhido serão incontinenti comunicados
à autoridade judiciária competente e à família do
apreendido ou à pessoa por ele indicada.
§ú. Examinar-se-á, desde logo e sob pena de
responsabilidade, a possibilidade de liberação imediata.
Art. 108. A internação, antes da sentença, pode ser
determinada pelo prazo máximo de quarenta e cinco dias.
§ú. A decisão deverá ser fundamentada e basear-se em
indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada
a necessidade imperiosa da medida.
Art. 109. O adolescente civilmente identificado não será
submetido a identificação compulsória pelos órgãos
policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de
confrontação, havendo dúvida fundada.
Capítulo III
Das Garantias Processuais
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade
sem o devido processo legal.
Art. 111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as
seguintes garantias:
I - pleno e formal conhecimento da atribuição de ato
infracional, mediante citação ou meio equivalente;
II - igualdade na relação processual, podendo confrontar-se
com vítimas e testemunhas e produzir todas as provas
necessárias à sua defesa;
III - defesa técnica por advogado;
IV - assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados,
na forma da lei;
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 116/144
V - direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade
competente;
VI - direito de solicitar a presença de seus pais ou
responsável em qualquer fase do procedimento.
Capítulo IV
Das Medidas Sócio-Educativas
Seção I
Disposições Gerais
Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes
medidas:
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua
capacidade de cumpri-la, as circunstâncias e a gravidade da
infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será
admitida a prestação de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência
mental receberão tratamento individual e especializado, em
local adequado às suas condições.
Art. 113. Aplica-se a este Capítulo o disposto nos arts. 99 e
100.
Art. 114. A imposição das medidas previstas nos incisos II a
VI do art. 112 pressupõe a existência de provas suficientes
da autoria e da materialidade da infração, ressalvada a
hipótese de remissão, nos termos do art. 127.
§ú. A advertência poderá ser aplicada sempre que houver
prova da materialidade e indícios suficientes da autoria.
Seção II
Da Advertência
Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal,
que será reduzida a termo e assinada.
Seção III
Da Obrigação de Reparar o Dano
Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o caso,
que o adolescente restitua a coisa, promova o ressarcimento
do dano, ou, por outra forma, compense o prejuízo da
vítima.
§ú. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser
substituída por outra adequada.
Seção IV
Da Prestação de Serviços à Comunidade
Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na
realização de tarefas gratuitas de interesse geral, por
período não excedente a seis meses, junto a entidades
assistenciais, hospitais, escolas e outros estabelecimentos
congêneres, bem como em programas comunitários ou
governamentais.
§ú. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do
adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada
máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e
feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicar a
freqüência à escola ou à jornada normal de trabalho.
Seção V
Da Liberdade Assistida
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se
afigurar a medida mais adequada para o fim de acompanhar,
auxiliar e orientar o adolescente.
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para
acompanhar o caso, a qual poderá ser recomendada por
entidade ou programa de atendimento.
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de
seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada,
revogada ou substituída por outra medida, ouvido o
orientador, o Ministério Público e o defensor.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 117/144
Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão
da autoridade competente, a realização dos seguintes
encargos, entre outros:
I - promover socialmente o adolescente e sua família,
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário,
em programa oficial ou comunitário de auxílio e assistência
social;
II - supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do
adolescente, promovendo, inclusive, sua matrícula;
III - diligenciar no sentido da profissionalização do
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho;
IV - apresentar relatório do caso.
Seção VI
Do Regime de Semi-liberdade
Art. 120. O regime de semi-liberdade pode ser determinado
desde o início, ou como forma de transição para o meio
aberto, possibilitada a realização de atividades externas,
independentemente de autorização judicial.
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização,
devendo, sempre que possível, ser utilizados os recursos
existentes na comunidade.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-
se, no que couber, as disposições relativas à internação.
Seção VII
Da Internação
Art. 121. A internação constitui medida privativa da
liberdade, sujeita aos princípios de brevidade,
excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a
critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa
determinação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo
sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão
fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação
excederá a três anos.
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o
adolescente deverá ser liberado, colocado em regime de
semi-liberdade ou de liberdade assistida.
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de
idade.
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida
de autorização judicial, ouvido o Ministério Público.
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá
ser revista a qualquer tempo pela autoridade judiciária.
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada
quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave
ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações
graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida
anteriormente imposta.
§ 1º O prazo de internação na hipótese do inciso III deste
artigo não poderá ser superior a 3 (três) meses, devendo ser
decretada judicialmente após o devido processo legal.
§ 2º. Em nenhuma hipótese será aplicada a internação,
havendo outra medida adequada.
Art. 123. A internação deverá ser cumprida em entidade
exclusiva para adolescentes, em local distinto daquele
destinado ao abrigo, obedecida rigorosa separação por
critérios de idade, compleição física e gravidade da infração.
§ú. Durante o período de internação, inclusive provisória,
serão obrigatórias atividades pedagógicas.
Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade,
entre outros, os seguintes:
I - entrevistar-se pessoalmente com o representante do
Ministério Público;
II - peticionar diretamente a qualquer autoridade;
III - avistar-se reservadamente com seu defensor;
IV - ser informado de sua situação processual, sempre que
solicitada;
V - ser tratado com respeito e dignidade;
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 118/144
VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela
mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;
VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;
VIII - corresponder-se com seus familiares e amigos;
IX - ter acesso aos objetos necessários à higiene e asseio
pessoal;
X - habitar alojamento em condições adequadas de higiene e
salubridade;
XI - receber escolarização e profissionalização;
XII - realizar atividades culturais, esportivas e de lazer:
XIII - ter acesso aos meios de comunicação social;
XIV - receber assistência religiosa, segundo a sua crença, e
desde que assim o deseje;
XV - manter a posse de seus objetos pessoais e dispor de
local seguro para guardá-los, recebendo comprovante
daqueles porventura depositados em poder da entidade;
XVI - receber, quando de sua desinternação, os documentos
pessoais indispensáveis à vida em sociedade.
§ 1º Em nenhum caso haverá incomunicabilidade.
§ 2º A autoridade judiciária poderá suspender
temporariamente a visita, inclusive de pais ou responsável,
se existirem motivos sérios e fundados de sua
prejudicialidade aos interesses do adolescente.
Art. 125. É dever do Estado zelar pela integridade física e
mental dos internos, cabendo-lhe adotar as medidas
adequadas de contenção e segurança.
Capítulo V
Da Remissão
Art. 126. Antes de iniciado o procedimento judicial para
apuração de ato infracional, o representante do Ministério
Público poderá conceder a remissão, como forma de
exclusão do processo, atendendo às circunstâncias e
conseqüências do fato, ao contexto social, bem como à
personalidade do adolescente e sua maior ou menor
participação no ato infracional.
§ú. Iniciado o procedimento, a concessão da remissão pela
autoridade judiciária importará na suspensão ou extinção do
processo.
Art. 127. A remissão não implica necessariamente o
reconhecimento ou comprovação da responsabilidade, nem
prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir
eventualmente a aplicação de qualquer das medidas
previstas em lei, exceto a colocação em regime de semi-
liberdade e a internação.
Art. 128. A medida aplicada por força da remissão poderá
ser revista judicialmente, a qualquer tempo, mediante
pedido expresso do adolescente ou de seu representante
legal, ou do Ministério Público.
Título IV
Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável:
I - encaminhamento a programa oficial ou comunitário de
proteção à família;
II - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio,
orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III - encaminhamento a tratamento psicológico ou
psiquiátrico;
IV - encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V - obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar
sua freqüência e aproveitamento escolar;
VI - obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a
tratamento especializado;
VII - advertência;
VIII - perda da guarda;
IX - destituição da tutela;
X - suspensão ou destituição do poder familiar.
§ú. Na aplicação das medidas previstas nos incisos IX e X
deste artigo, observar-se-á o disposto nos arts. 23 e 24.
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Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou
abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a
autoridade judiciária poderá determinar, como medida
cautelar, o afastamento do agressor da moradia comum.
§ú. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória
dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente
dependentes do agressor.
Título V
Do Conselho Tutelar
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 131. O Conselho Tutelar é órgão permanente e
autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de
zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do
adolescente, definidos nesta Lei.
Art. 132. Em cada Município e em cada Região
Administrativa do Distrito Federal haverá, no mínimo, 1 (um)
Conselho Tutelar como órgão integrante da administração
pública local, composto de 5 (cinco) membros, escolhidos
pela população local para mandato de 4 (quatro) anos,
permitida 1 (uma) recondução, mediante novo processo de
escolha.
Art. 133. Para a candidatura a membro do Conselho Tutelar,
serão exigidos os seguintes requisitos:
I - reconhecida idoneidade moral;
II - idade superior a vinte e um anos;
III - residir no município.
Art. 134. Lei municipal ou distrital disporá sobre o local, dia
e horário de funcionamento do Conselho Tutelar, inclusive
quanto à remuneração dos respectivos membros, aos quais
é assegurado o direito a:
I - cobertura previdenciária;
II - gozo de férias anuais remuneradas, acrescidas de 1/3 (um
terço) do valor da remuneração mensal;
III - licença-maternidade;
IV - licença-paternidade;
V - gratificação natalina.
§ú. Constará da lei orçamentária municipal e da do Distrito
Federal previsão dos recursos necessários ao funcionamento
do Conselho Tutelar e à remuneração e formação
continuada dos conselheiros tutelares.
Art. 135. O exercício efetivo da função de conselheiro
constituirá serviço público relevante e estabelecerá
presunção de idoneidade moral.
Capítulo II
Das Atribuições do Conselho
Art. 136. São atribuições do Conselho Tutelar:
I - atender as crianças e adolescentes nas hipóteses previstas
nos arts. 98 e 105, aplicando as medidas previstas no art.
101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou responsável, aplicando as
medidas previstas no art. 129, I a VII;
III - promover a execução de suas decisões, podendo para
tanto:
a) requisitar serviços públicos nas áreas de saúde, educação,
serviço social, previdência, trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade judiciária nos casos de
descumprimento injustificado de suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que
constitua infração administrativa ou penal contra os direitos
da criança ou adolescente;
V - encaminhar à autoridade judiciária os casos de sua
competência;
VI - providenciar a medida estabelecida pela autoridade
judiciária, dentre as previstas no art. 101, de I a VI, para o
adolescente autor de ato infracional;
VII - expedir notificações;
VIII - requisitar certidões de nascimento e de óbito de
criança ou adolescente quando necessário;
IX - assessorar o Poder Executivo local na elaboração da
proposta orçamentária para planos e programas de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente;
X - representar, em nome da pessoa e da família, contra a
violação dos direitos previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da
Constituição Federal;
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 120/144
XI - representar ao Ministério Público para efeito das ações
de perda ou suspensão do poder familiar, após esgotadas as
possibilidades de manutenção da criança ou do adolescente
junto à família natural.
§ú. Se, no exercício de suas atribuições, o Conselho Tutelar
entender necessário o afastamento do convívio familiar,
comunicará incontinenti o fato ao Ministério Público,
prestando-lhe informações sobre os motivos de tal
entendimento e as providências tomadas para a orientação,
o apoio e a promoção social da família.
Art. 137. As decisões do Conselho Tutelar somente poderão
ser revistas pela autoridade judiciária a pedido de quem
tenha legítimo interesse.
Capítulo III
Da Competência
Art. 138. Aplica-se ao Conselho Tutelar a regra de
competência constante do art. 147.
Capítulo IV
Da Escolha dos Conselheiros
Art. 139. O processo para a escolha dos membros do
Conselho Tutelar será estabelecido em lei municipal e
realizado sob a responsabilidade do Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, e a fiscalização do
Ministério Público.
§ 1o O processo de escolha dos membros do Conselho
Tutelar ocorrerá em data unificada em todo o território
nacional a cada 4 (quatro) anos, no primeiro domingo do
mês de outubro do ano subsequente ao da eleição
presidencial.
§ 2o A posse dos conselheiros tutelares ocorrerá no dia 10
de janeiro do ano subsequente ao processo de escolha.
§ 3o No processo de escolha dos membros do Conselho
Tutelar, é vedado ao candidato doar, oferecer, prometer ou
entregar ao eleitor bem ou vantagem pessoal de qualquer
natureza, inclusive brindes de pequeno valor.
Capítulo V
Dos Impedimentos
Art. 140. São impedidos de servir no mesmo Conselho
marido e mulher, ascendentes e descendentes, sogro e
genro ou nora, irmãos, cunhados, durante o cunhadio, tio e
sobrinho, padrasto ou madrasta e enteado.
§ú. Estende-se o impedimento do conselheiro, na forma
deste artigo, em relação à autoridade judiciária e ao
representante do Ministério Público com atuação na Justiça
da Infância e da Juventude, em exercício na comarca, foro
regional ou distrital.
Título VI
Do Acesso à Justiça
Capítulo I
Disposições Gerais
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou
adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério Público e ao
Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que
dela necessitarem, através de defensor público ou advogado
nomeado.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância
e da Juventude são isentas de custas e emolumentos,
ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.
Art. 142. Os menores de dezesseis anos serão representados
e os maiores de dezesseis e menores de vinte e um anos
assistidos por seus pais, tutores ou curadores, na forma da
legislação civil ou processual.
§ú. A autoridade judiciária dará curador especial à criança ou
adolescente, sempre que os interesses destes colidirem com
os de seus pais ou responsável, ou quando carecer de
representação ou assistência legal ainda que eventual.
Art. 143. E vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e
administrativos que digam respeito a crianças e
adolescentes a que se atribua autoria de ato infracional.
§ú. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá
identificar a criança ou adolescente, vedando-se fotografia,
referência a nome, apelido, filiação, parentesco, residência
e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
Art. 144. A expedição de cópia ou certidão de atos a que se
refere o artigo anterior somente será deferida pela
autoridade judiciária competente, se demonstrado o
interesse e justificada a finalidade.
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Capítulo II
Da Justiça da Infância e da Juventude
Seção I
Disposições Gerais
Art. 145. Os estados e o Distrito Federal poderão criar varas
especializadas e exclusivas da infância e da juventude,
cabendo ao Poder Judiciário estabelecer sua
proporcionalidade por número de habitantes, dotá-las de
infra-estrutura e dispor sobre o atendimento, inclusive em
plantões.
Seção II
Do Juiz
Art. 146. A autoridade a que se refere esta Lei é o Juiz da
Infância e da Juventude, ou o juiz que exerce essa função, na
forma da lei de organização judiciária local.
Art. 147. A competência será determinada:
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à
falta dos pais ou responsável.
§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a
autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as
regras de conexão, continência e prevenção.
§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à
autoridade competente da residência dos pais ou
responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que
abrigar a criança ou adolescente.
§ 3º Em caso de infração cometida através de transmissão
simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma
comarca, será competente, para aplicação da penalidade, a
autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora
ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as
transmissoras ou retransmissoras do respectivo estado.
Art. 148. A Justiça da Infância e da Juventude é competente
para:
I - conhecer de representações promovidas pelo Ministério
Público, para apuração de ato infracional atribuído a
adolescente, aplicando as medidas cabíveis;
II - conceder a remissão, como forma de suspensão ou
extinção do processo;
III - conhecer de pedidos de adoção e seus incidentes;
IV - conhecer de ações civis fundadas em interesses
individuais, difusos ou coletivos afetos à criança e ao
adolescente, observado o disposto no art. 209;
V - conhecer de ações decorrentes de irregularidades em
entidades de atendimento, aplicando as medidas cabíveis;
VI - aplicar penalidades administrativas nos casos de
infrações contra norma de proteção à criança ou
adolescente;
VII - conhecer de casos encaminhados pelo Conselho Tutelar,
aplicando as medidas cabíveis.
§ú. Quando se tratar de criança ou adolescente nas
hipóteses do art. 98, é também competente a Justiça da
Infância e da Juventude para o fim de:
a) conhecer de pedidos de guarda e tutela;
b) conhecer de ações de destituição do poder familiar, perda
ou modificação da tutela ou guarda;
c) suprir a capacidade ou o consentimento para o
casamento;
d) conhecer de pedidos baseados em discordância paterna
ou materna, em relação ao exercício do poder familiar;
e) conceder a emancipação, nos termos da lei civil, quando
faltarem os pais;
f) designar curador especial em casos de apresentação de
queixa ou representação, ou de outros procedimentos
judiciais ou extrajudiciais em que haja interesses de criança
ou adolescente;
g) conhecer de ações de alimentos;
h) determinar o cancelamento, a retificação e o suprimento
dos registros de nascimento e óbito.
Art. 149. Compete à autoridade judiciária disciplinar, através
de portaria, ou autorizar, mediante alvará:
I - a entrada e permanência de criança ou adolescente,
desacompanhado dos pais ou responsável, em:
a) estádio, ginásio e campo desportivo;
b) bailes ou promoções dançantes;
c) boate ou congêneres;
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 122/144
d) casa que explore comercialmente diversões eletrônicas;
e) estúdios cinematográficos, de teatro, rádio e televisão.
II - a participação de criança e adolescente em:
a) espetáculos públicos e seus ensaios;
b) certames de beleza.
§ 1º Para os fins do disposto neste artigo, a autoridade
judiciária levará em conta, dentre outros fatores:
a) os princípios desta Lei;
b) as peculiaridades locais;
c) a existência de instalações adequadas;
d) o tipo de freqüência habitual ao local;
e) a adequação do ambiente a eventual participação ou
freqüência de crianças e adolescentes;
f) a natureza do espetáculo.
§ 2º As medidas adotadas na conformidade deste artigo
deverão ser fundamentadas, caso a caso, vedadas as
determinações de caráter geral.
Seção III
Dos Serviços Auxiliares
Art. 150. Cabe ao Poder Judiciário, na elaboração de sua
proposta orçamentária, prever recursos para manutenção
de equipe interprofissional, destinada a assessorar a Justiça
da Infância e da Juventude.
Art. 151. Compete à equipe interprofissional dentre outras
atribuições que lhe forem reservadas pela legislação local,
fornecer subsídios por escrito, mediante laudos, ou
verbalmente, na audiência, e bem assim desenvolver
trabalhos de aconselhamento, orientação,
encaminhamento, prevenção e outros, tudo sob a imediata
subordinação à autoridade judiciária, assegurada a livre
manifestação do ponto de vista técnico.
Capítulo III
Dos Procedimentos
Seção I
Disposições Gerais
Art. 152. Aos procedimentos regulados nesta Lei aplicam-se
subsidiariamente as normas gerais previstas na legislação
processual pertinente.
§ú. É assegurada, sob pena de responsabilidade, prioridade
absoluta na tramitação dos processos e procedimentos
previstos nesta Lei, assim como na execução dos atos e
diligências judiciais a eles referentes.
Art. 153. Se a medida judicial a ser adotada não
corresponder a procedimento previsto nesta ou em outra
lei, a autoridade judiciária poderá investigar os fatos e
ordenar de ofício as providências necessárias, ouvido o
Ministério Público.
§ú. O disposto neste artigo não se aplica para o fim de
afastamento da criança ou do adolescente de sua família de
origem e em outros procedimentos necessariamente
contenciosos.
Art. 154. Aplica-se às multas o disposto no art. 214.
Seção II
Da Perda e da Suspensão do Poder Familiar
Art. 155. O procedimento para a perda ou a suspensão do
poder familiar terá início por provocação do Ministério
Público ou de quem tenha legítimo interesse.
Art. 156. A petição inicial indicará:
I - a autoridade judiciária a que for dirigida;
II - o nome, o estado civil, a profissão e a residência do
requerente e do requerido, dispensada a qualificação em se
tratando de pedido formulado por representante do
Ministério Público;
III - a exposição sumária do fato e o pedido;
IV - as provas que serão produzidas, oferecendo, desde logo,
o rol de testemunhas e documentos.
Art. 157. Havendo motivo grave, poderá a autoridade
judiciária, ouvido o Ministério Público, decretar a suspensão
do poder familiar, liminar ou incidentalmente, até o
julgamento definitivo da causa, ficando a criança ou
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adolescente confiado a pessoa idônea, mediante termo de
responsabilidade.
Art. 158. O requerido será citado para, no prazo de dez dias,
oferecer resposta escrita, indicando as provas a serem
produzidas e oferecendo desde logo o rol de testemunhas e
documentos.
§ú. Deverão ser esgotados todos os meios para a citação
pessoal.
Art. 159. Se o requerido não tiver possibilidade de constituir
advogado, sem prejuízo do próprio sustento e de sua família,
poderá requerer, em cartório, que lhe seja nomeado dativo,
ao qual incumbirá a apresentação de resposta, contando-se
o prazo a partir da intimação do despacho de nomeação.
Art. 160. Sendo necessário, a autoridade judiciária
requisitará de qualquer repartição ou órgão público a
apresentação de documento que interesse à causa, de ofício
ou a requerimento das partes ou do Ministério Público.
Art. 161. Não sendo contestado o pedido, a autoridade
judiciária dará vista dos autos ao Ministério Público, por
cinco dias, salvo quando este for o requerente, decidindo
em igual prazo.
§ 1o A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
das partes ou do Ministério Público, determinará a
realização de estudo social ou perícia por equipe
interprofissional ou multidisciplinar, bem como a oitiva de
testemunhas que comprovem a presença de uma das causas
de suspensão ou destituição do poder familiar previstas nos
arts. 1.637 e 1.638 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de
2002 - Código Civil, ou no art. 24 desta Lei.
§ 2o Em sendo os pais oriundos de comunidades indígenas,
é ainda obrigatória a intervenção, junto à equipe profissional
ou multidisciplinar referida no § 1o deste artigo, de
representantes do órgão federal responsável pela política
indigenista, observado o disposto no § 6o do art. 28 desta
Lei.
§ 3o Se o pedido importar em modificação de guarda, será
obrigatória, desde que possível e razoável, a oitiva da
criança ou adolescente, respeitado seu estágio de
desenvolvimento e grau de compreensão sobre as
implicações da medida.
§ 4o É obrigatória a oitiva dos pais sempre que esses forem
identificados e estiverem em local conhecido.
Art. 162. Apresentada a resposta, a autoridade judiciária
dará vista dos autos ao Ministério Público, por cinco dias,
salvo quando este for o requerente, designando, desde logo,
audiência de instrução e julgamento.
§ 1º A requerimento de qualquer das partes, do Ministério
Público, ou de ofício, a autoridade judiciária poderá
determinar a realização de estudo social ou, se possível, de
perícia por equipe interprofissional.
§ 2º Na audiência, presentes as partes e o Ministério
Público, serão ouvidas as testemunhas, colhendo-se
oralmente o parecer técnico, salvo quando apresentado por
escrito, manifestando-se sucessivamente o requerente, o
requerido e o Ministério Público, pelo tempo de vinte
minutos cada um, prorrogável por mais dez. A decisão será
proferida na audiência, podendo a autoridade judiciária,
excepcionalmente, designar data para sua leitura no prazo
máximo de cinco dias.
Art. 163. O prazo máximo para conclusão do procedimento
será de 120 (cento e vinte) dias.
§ú. A sentença que decretar a perda ou a suspensão do
poder familiar será averbada à margem do registro de
nascimento da criança ou do adolescente.
Seção III
Da Destituição da Tutela
Art. 164. Na destituição da tutela, observar-se-á o
procedimento para a remoção de tutor previsto na lei
processual civil e, no que couber, o disposto na seção
anterior.
Seção IV
Da Colocação em Família Substituta
Art. 165. São requisitos para a concessão de pedidos de
colocação em família substituta:
I - qualificação completa do requerente e de seu eventual
cônjuge, ou companheiro, com expressa anuência deste;
II - indicação de eventual parentesco do requerente e de seu
cônjuge, ou companheiro, com a criança ou adolescente,
especificando se tem ou não parente vivo;
III - qualificação completa da criança ou adolescente e de
seus pais, se conhecidos;
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 124/144
IV - indicação do cartório onde foi inscrito nascimento,
anexando, se possível, uma cópia da respectiva certidão;
V - declaração sobre a existência de bens, direitos ou
rendimentos relativos à criança ou ao adolescente.
§ú. Em se tratando de adoção, observar-se-ão também os
requisitos específicos.
Art. 166. Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos
ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido
expressamente ao pedido de colocação em família
substituta, este poderá ser formulado diretamente em
cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes,
dispensada a assistência de advogado.
§ 1o Na hipótese de concordância dos pais, esses serão
ouvidos pela autoridade judiciária e pelo representante do
Ministério Público, tomando-se por termo as declarações.
§ 2o O consentimento dos titulares do poder familiar
será precedido de orientações e esclarecimentos prestados
pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da
Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a
irrevogabilidade da medida.
§ 3o O consentimento dos titulares do poder familiar
será colhido pela autoridade judiciária competente em
audiência, presente o Ministério Público, garantida a livre
manifestação de vontade e esgotados os esforços para
manutenção da criança ou do adolescente na família natural
ou extensa.
§ 4o O consentimento prestado por escrito não terá
validade se não for ratificado na audiência a que se refere o
§ 3o deste artigo.
§ 5o O consentimento é retratável até a data da
publicação da sentença constitutiva da adoção.
§ 6o O consentimento somente terá valor se for dado
após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº 12.010,
de 2009) Vigência
§ 7o A família substituta receberá a devida orientação
por intermédio de equipe técnica interprofissional a serviço
do Poder Judiciário, preferencialmente com apoio dos
técnicos responsáveis pela execução da política municipal de
garantia do direito à convivência familiar.
Art. 167. A autoridade judiciária, de ofício ou a requerimento
das partes ou do Ministério Público, determinará a
realização de estudo social ou, se possível, perícia por
equipe interprofissional, decidindo sobre a concessão de
guarda provisória, bem como, no caso de adoção, sobre o
estágio de convivência.
§ú. Deferida a concessão da guarda provisória ou do estágio
de convivência, a criança ou o adolescente será entregue ao
interessado, mediante termo de responsabilidade.
Art. 168. Apresentado o relatório social ou o laudo pericial, e
ouvida, sempre que possível, a criança ou o adolescente,
dar-se-á vista dos autos ao Ministério Público, pelo prazo de
cinco dias, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
Art. 169. Nas hipóteses em que a destituição da tutela, a
perda ou a suspensão do poder familiar constituir
pressuposto lógico da medida principal de colocação em
família substituta, será observado o procedimento
contraditório previsto nas Seções II e III deste Capítulo.
§ú. A perda ou a modificação da guarda poderá ser
decretada nos mesmos autos do procedimento, observado o
disposto no art. 35.
Art. 170. Concedida a guarda ou a tutela, observar-se-á o
disposto no art. 32, e, quanto à adoção, o contido no art. 47.
§ú. A colocação de criança ou adolescente sob a guarda de
pessoa inscrita em programa de acolhimento familiar será
comunicada pela autoridade judiciária à entidade por este
responsável no prazo máximo de 5 (cinco) dias.
Seção V
Da Apuração de Ato Infracional Atribuído a Adolescente
Art. 171. O adolescente apreendido por força de ordem
judicial será, desde logo, encaminhado à autoridade
judiciária.
Art. 172. O adolescente apreendido em flagrante de ato
infracional será, desde logo, encaminhado à autoridade
policial competente.
§ú. Havendo repartição policial especializada para
atendimento de adolescente e em se tratando de ato
infracional praticado em co-autoria com maior, prevalecerá
a atribuição da repartição especializada, que, após as
providências necessárias e conforme o caso, encaminhará o
adulto à repartição policial própria.
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Art. 173. Em caso de flagrante de ato infracional cometido
mediante violência ou grave ameaça a pessoa, a autoridade
policial, sem prejuízo do disposto nos arts. 106, §ú, e 107,
deverá:
I - lavrar auto de apreensão, ouvidos as testemunhas e o
adolescente;
II - apreender o produto e os instrumentos da infração;
III - requisitar os exames ou perícias necessários à
comprovação da materialidade e autoria da infração.
§ú. Nas demais hipóteses de flagrante, a lavratura do auto
poderá ser substituída por boletim de ocorrência
circunstanciada.
Art. 174. Comparecendo qualquer dos pais ou responsável, o
adolescente será prontamente liberado pela autoridade
policial, sob termo de compromisso e responsabilidade de
sua apresentação ao representante do Ministério Público, no
mesmo dia ou, sendo impossível, no primeiro dia útil
imediato, exceto quando, pela gravidade do ato infracional e
sua repercussão social, deva o adolescente permanecer sob
internação para garantia de sua segurança pessoal ou
manutenção da ordem pública.
Art. 175. Em caso de não liberação, a autoridade policial
encaminhará, desde logo, o adolescente ao representante
do Ministério Público, juntamente com cópia do auto de
apreensão ou boletim de ocorrência.
§ 1º Sendo impossível a apresentação imediata, a autoridade
policial encaminhará o adolescente à entidade de
atendimento, que fará a apresentação ao representante do
Ministério Público no prazo de vinte e quatro horas.
§ 2º Nas localidades onde não houver entidade de
atendimento, a apresentação far-se-á pela autoridade
policial. À falta de repartição policial especializada, o
adolescente aguardará a apresentação em dependência
separada da destinada a maiores, não podendo, em
qualquer hipótese, exceder o prazo referido no parágrafo
anterior.
Art. 176. Sendo o adolescente liberado, a autoridade policial
encaminhará imediatamente ao representante do Ministério
Público cópia do auto de apreensão ou boletim de
ocorrência.
Art. 177. Se, afastada a hipótese de flagrante, houver
indícios de participação de adolescente na prática de ato
infracional, a autoridade policial encaminhará ao
representante do Ministério Público relatório das
investigações e demais documentos.
Art. 178. O adolescente a quem se atribua autoria de ato
infracional não poderá ser conduzido ou transportado em
compartimento fechado de veículo policial, em condições
atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à sua
integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade.
Art. 179. Apresentado o adolescente, o representante do
Ministério Público, no mesmo dia e à vista do auto de
apreensão, boletim de ocorrência ou relatório policial,
devidamente autuados pelo cartório judicial e com
informação sobre os antecedentes do adolescente,
procederá imediata e informalmente à sua oitiva e, em
sendo possível, de seus pais ou responsável, vítima e
testemunhas.
§ú. Em caso de não apresentação, o representante do
Ministério Público notificará os pais ou responsável para
apresentação do adolescente, podendo requisitar o
concurso das polícias civil e militar.
Art. 180. Adotadas as providências a que alude o artigo
anterior, o representante do Ministério Público poderá:
I - promover o arquivamento dos autos;
II - conceder a remissão;
III - representar à autoridade judiciária para aplicação de
medida sócio-educativa.
Art. 181. Promovido o arquivamento dos autos ou concedida
a remissão pelo representante do Ministério Público,
mediante termo fundamentado, que conterá o resumo dos
fatos, os autos serão conclusos à autoridade judiciária para
homologação.
§ 1º Homologado o arquivamento ou a remissão, a
autoridade judiciária determinará, conforme o caso, o
cumprimento da medida.
§ 2º Discordando, a autoridade judiciária fará remessa dos
autos ao Procurador-Geral de Justiça, mediante despacho
fundamentado, e este oferecerá representação, designará
outro membro do Ministério Público para apresentá-la, ou
ratificará o arquivamento ou a remissão, que só então estará
a autoridade judiciária obrigada a homologar.
Art. 182. Se, por qualquer razão, o representante do
Ministério Público não promover o arquivamento ou
conceder a remissão, oferecerá representação à autoridade
judiciária, propondo a instauração de procedimento para
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 126/144
aplicação da medida sócio-educativa que se afigurar a mais
adequada.
§ 1º A representação será oferecida por petição, que
conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato
infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas,
podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada
pela autoridade judiciária.
§ 2º A representação independe de prova pré-constituída da
autoria e materialidade.
Art. 183. O prazo máximo e improrrogável para a conclusão
do procedimento, estando o adolescente internado
provisoriamente, será de quarenta e cinco dias.
Art. 184. Oferecida a representação, a autoridade judiciária
designará audiência de apresentação do adolescente,
decidindo, desde logo, sobre a decretação ou manutenção
da internação, observado o disposto no art. 108 e parágrafo.
§ 1º O adolescente e seus pais ou responsável serão
cientificados do teor da representação, e notificados a
comparecer à audiência, acompanhados de advogado.
§ 2º Se os pais ou responsável não forem localizados, a
autoridade judiciária dará curador especial ao adolescente.
§ 3º Não sendo localizado o adolescente, a autoridade
judiciária expedirá mandado de busca e apreensão,
determinando o sobrestamento do feito, até a efetiva
apresentação.
§ 4º Estando o adolescente internado, será requisitada a sua
apresentação, sem prejuízo da notificação dos pais ou
responsável.
Art. 185. A internação, decretada ou mantida pela
autoridade judiciária, não poderá ser cumprida em
estabelecimento prisional.
§ 1º Inexistindo na comarca entidade com as características
definidas no art. 123, o adolescente deverá ser
imediatamente transferido para a localidade mais próxima.
§ 2º Sendo impossível a pronta transferência, o adolescente
aguardará sua remoção em repartição policial, desde que
em seção isolada dos adultos e com instalações apropriadas,
não podendo ultrapassar o prazo máximo de cinco dias, sob
pena de responsabilidade.
Art. 186. Comparecendo o adolescente, seus pais ou
responsável, a autoridade judiciária procederá à oitiva dos
mesmos, podendo solicitar opinião de profissional
qualificado.
§ 1º Se a autoridade judiciária entender adequada a
remissão, ouvirá o representante do Ministério Público,
proferindo decisão.
§ 2º Sendo o fato grave, passível de aplicação de medida de
internação ou colocação em regime de semi-liberdade, a
autoridade judiciária, verificando que o adolescente não
possui advogado constituído, nomeará defensor,
designando, desde logo, audiência em continuação,
podendo determinar a realização de diligências e estudo do
caso.
§ 3º O advogado constituído ou o defensor nomeado, no
prazo de três dias contado da audiência de apresentação,
oferecerá defesa prévia e rol de testemunhas.
§ 4º Na audiência em continuação, ouvidas as testemunhas
arroladas na representação e na defesa prévia, cumpridas as
diligências e juntado o relatório da equipe interprofissional,
será dada a palavra ao representante do Ministério Público e
ao defensor, sucessivamente, pelo tempo de vinte minutos
para cada um, prorrogável por mais dez, a critério da
autoridade judiciária, que em seguida proferirá decisão.
Art. 187. Se o adolescente, devidamente notificado, não
comparecer, injustificadamente à audiência de
apresentação, a autoridade judiciária designará nova data,
determinando sua condução coercitiva.
Art. 188. A remissão, como forma de extinção ou suspensão
do processo, poderá ser aplicada em qualquer fase do
procedimento, antes da sentença.
Art. 189. A autoridade judiciária não aplicará qualquer
medida, desde que reconheça na sentença:
I - estar provada a inexistência do fato;
II - não haver prova da existência do fato;
III - não constituir o fato ato infracional;
IV - não existir prova de ter o adolescente concorrido para o
ato infracional.
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§ú. Na hipótese deste artigo, estando o adolescente
internado, será imediatamente colocado em liberdade.
Art. 190. A intimação da sentença que aplicar medida de
internação ou regime de semi-liberdade será feita:
I - ao adolescente e ao seu defensor;
II - quando não for encontrado o adolescente, a seus pais ou
responsável, sem prejuízo do defensor.
§ 1º Sendo outra a medida aplicada, a intimação far-se-á
unicamente na pessoa do defensor.
§ 2º Recaindo a intimação na pessoa do adolescente, deverá
este manifestar se deseja ou não recorrer da sentença.
Seção VI
Da Apuração de Irregularidades em Entidade de
Atendimento
Art. 191. O procedimento de apuração de irregularidades em
entidade governamental e não-governamental terá início
mediante portaria da autoridade judiciária ou representação
do Ministério Público ou do Conselho Tutelar, onde conste,
necessariamente, resumo dos fatos.
§ú. Havendo motivo grave, poderá a autoridade judiciária,
ouvido o Ministério Público, decretar liminarmente o
afastamento provisório do dirigente da entidade, mediante
decisão fundamentada.
Art. 192. O dirigente da entidade será citado para, no prazo
de dez dias, oferecer resposta escrita, podendo juntar
documentos e indicar as provas a produzir.
Art. 193. Apresentada ou não a resposta, e sendo
necessário, a autoridade judiciária designará audiência de
instrução e julgamento, intimando as partes.
§ 1º Salvo manifestação em audiência, as partes e o
Ministério Público terão cinco dias para oferecer alegações
finais, decidindo a autoridade judiciária em igual prazo.
§ 2º Em se tratando de afastamento provisório ou definitivo
de dirigente de entidade governamental, a autoridade
judiciária oficiará à autoridade administrativa
imediatamente superior ao afastado, marcando prazo para a
substituição.
§ 3º Antes de aplicar qualquer das medidas, a autoridade
judiciária poderá fixar prazo para a remoção das
irregularidades verificadas. Satisfeitas as exigências, o
processo será extinto, sem julgamento de mérito.
§ 4º A multa e a advertência serão impostas ao dirigente da
entidade ou programa de atendimento.
Seção VII
Da Apuração de Infração Administrativa às Normas de
Proteção à Criança e ao Adolescente
Art. 194. O procedimento para imposição de penalidade
administrativa por infração às normas de proteção à criança
e ao adolescente terá início por representação do Ministério
Público, ou do Conselho Tutelar, ou auto de infração
elaborado por servidor efetivo ou voluntário credenciado, e
assinado por duas testemunhas, se possível.
§ 1º No procedimento iniciado com o auto de infração,
poderão ser usadas fórmulas impressas, especificando-se a
natureza e as circunstâncias da infração.
§ 2º Sempre que possível, à verificação da infração seguir-se-
á a lavratura do auto, certificando-se, em caso contrário, dos
motivos do retardamento.
Art. 195. O requerido terá prazo de dez dias para
apresentação de defesa, contado da data da intimação, que
será feita:
I - pelo autuante, no próprio auto, quando este for lavrado
na presença do requerido;
II - por oficial de justiça ou funcionário legalmente
habilitado, que entregará cópia do auto ou da representação
ao requerido, ou a seu representante legal, lavrando
certidão;
III - por via postal, com aviso de recebimento, se não for
encontrado o requerido ou seu representante legal;
IV - por edital, com prazo de trinta dias, se incerto ou não
sabido o paradeiro do requerido ou de seu representante
legal.
Art. 196. Não sendo apresentada a defesa no prazo legal, a
autoridade judiciária dará vista dos autos do Ministério
Público, por cinco dias, decidindo em igual prazo.
Art. 197. Apresentada a defesa, a autoridade judiciária
procederá na conformidade do artigo anterior, ou, sendo
necessário, designará audiência de instrução e julgamento.
§ú. Colhida a prova oral, manifestar-se-ão sucessivamente o
Ministério Público e o procurador do requerido, pelo tempo
de vinte minutos para cada um, prorrogável por mais dez, a
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 128/144
critério da autoridade judiciária, que em seguida proferirá
sentença.
Seção VIII
Da Habilitação de Pretendentes à Adoção
Art. 197-A. Os postulantes à adoção, domiciliados no Brasil,
apresentarão petição inicial na qual conste:
I - qualificação completa;
II - dados familiares;
III - cópias autenticadas de certidão de nascimento ou
casamento, ou declaração relativa ao período de união
estável;
IV - cópias da cédula de identidade e inscrição no Cadastro
de Pessoas Físicas;
V - comprovante de renda e domicílio;
VI - atestados de sanidade física e mental;
VII - certidão de antecedentes criminais;
VIII - certidão negativa de distribuição cível.
Art. 197-B. A autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta
e oito) horas, dará vista dos autos ao Ministério Público, que
no prazo de 5 (cinco) dias poderá:
I - apresentar quesitos a serem respondidos pela equipe
interprofissional encarregada de elaborar o estudo técnico a
que se refere o art. 197-C desta Lei;
II - requerer a designação de audiência para oitiva dos
postulantes em juízo e testemunhas;
III - requerer a juntada de documentos complementares e a
realização de outras diligências que entender necessárias.
Art. 197-C. Intervirá no feito, obrigatoriamente, equipe
interprofissional a serviço da Justiça da Infância e da
Juventude, que deverá elaborar estudo psicossocial, que
conterá subsídios que permitam aferir a capacidade e o
preparo dos postulantes para o exercício de uma
paternidade ou maternidade responsável, à luz dos
requisitos e princípios desta Lei.
§ 1o É obrigatória a participação dos postulantes em
programa oferecido pela Justiça da Infância e da Juventude
preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela
execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar, que inclua preparação psicológica,
orientação e estímulo à adoção inter-racial, de crianças
maiores ou de adolescentes, com necessidades específicas
de saúde ou com deficiências e de grupos de irmãos.
§ 2o Sempre que possível e recomendável, a etapa
obrigatória da preparação referida no § 1o deste artigo
incluirá o contato com crianças e adolescentes em regime de
acolhimento familiar ou institucional em condições de serem
adotados, a ser realizado sob a orientação, supervisão e
avaliação da equipe técnica da Justiça da Infância e da
Juventude, com o apoio dos técnicos responsáveis pelo
programa de acolhimento familiar ou institucional e pela
execução da política municipal de garantia do direito à
convivência familiar.
Art. 197-D. Certificada nos autos a conclusão da
participação no programa referido no art. 197-C desta Lei, a
autoridade judiciária, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas,
decidirá acerca das diligências requeridas pelo Ministério
Público e determinará a juntada do estudo psicossocial,
designando, conforme o caso, audiência de instrução e
julgamento.
§ú. Caso não sejam requeridas diligências, ou sendo essas
indeferidas, a autoridade judiciária determinará a juntada do
estudo psicossocial, abrindo a seguir vista dos autos ao
Ministério Público, por 5 (cinco) dias, decidindo em igual
prazo.
Art. 197-E. Deferida a habilitação, o postulante será inscrito
nos cadastros referidos no art. 50 desta Lei, sendo a sua
convocação para a adoção feita de acordo com ordem
cronológica de habilitação e conforme a disponibilidade de
crianças ou adolescentes adotáveis.
§ 1o A ordem cronológica das habilitações somente poderá
deixar de ser observada pela autoridade judiciária nas
hipóteses previstas no § 13 do art. 50 desta Lei, quando
comprovado ser essa a melhor solução no interesse do
adotando.
§ 2o A recusa sistemática na adoção das crianças ou
adolescentes indicados importará na reavaliação da
habilitação concedida.
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Capítulo IV
Dos Recursos
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e
da Juventude, inclusive os relativos à execução das medidas
socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei no
5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil),
com as seguintes adaptações:
I - os recursos serão interpostos independentemente de
preparo;
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração,
o prazo para o Ministério Público e para a defesa será
sempre de 10 (dez) dias;
III - os recursos terão preferência de julgamento e
dispensarão revisor;
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior
instância, no caso de apelação, ou do instrumento, no caso
de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho
fundamentado, mantendo ou reformando a decisão, no
prazo de cinco dias;
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão
remeterá os autos ou o instrumento à superior instância
dentro de vinte e quatro horas, independentemente de
novo pedido do recorrente; se a reformar, a remessa dos
autos dependerá de pedido expresso da parte interessada
ou do Ministério Público, no prazo de cinco dias, contados
da intimação.
Art. 199. Contra as decisões proferidas com base no art. 149
caberá recurso de apelação.
Art. 199-A. A sentença que deferir a adoção produz efeito
desde logo, embora sujeita a apelação, que será recebida
exclusivamente no efeito devolutivo, salvo se se tratar de
adoção internacional ou se houver perigo de dano
irreparável ou de difícil reparação ao adotando.
Art. 199-B. A sentença que destituir ambos ou qualquer dos
genitores do poder familiar fica sujeita a apelação, que
deverá ser recebida apenas no efeito devolutivo.
Art. 199-C. Os recursos nos procedimentos de adoção e de
destituição de poder familiar, em face da relevância das
questões, serão processados com prioridade absoluta,
devendo ser imediatamente distribuídos, ficando vedado
que aguardem, em qualquer situação, oportuna distribuição,
e serão colocados em mesa para julgamento sem revisão e
com parecer urgente do Ministério Público.
Art. 199-D. O relator deverá colocar o processo em mesa
para julgamento no prazo máximo de 60 (sessenta) dias,
contado da sua conclusão.
§ú. O Ministério Público será intimado da data do
julgamento e poderá na sessão, se entender necessário,
apresentar oralmente seu parecer.
Art. 199-E. O Ministério Público poderá requerer a
instauração de procedimento para apuração de
responsabilidades se constatar o descumprimento das
providências e do prazo previstos nos artigos anteriores.
Capítulo V
Do Ministério Público
Art. 200. As funções do Ministério Público previstas nesta Lei
serão exercidas nos termos da respectiva lei orgânica.
Art. 201. Compete ao Ministério Público:
I - conceder a remissão como forma de exclusão do
processo;
II - promover e acompanhar os procedimentos relativos às
infrações atribuídas a adolescentes;
III - promover e acompanhar as ações de alimentos e os
procedimentos de suspensão e destituição do poder
familiar, nomeação e remoção de tutores, curadores e
guardiães, bem como oficiar em todos os demais
procedimentos da competência da Justiça da Infância e da
Juventude;
IV - promover, de ofício ou por solicitação dos interessados,
a especialização e a inscrição de hipoteca legal e a prestação
de contas dos tutores, curadores e quaisquer
administradores de bens de crianças e adolescentes nas
hipóteses do art. 98;
V - promover o inquérito civil e a ação civil pública para a
proteção dos interesses individuais, difusos ou coletivos
relativos à infância e à adolescência, inclusive os definidos
no art. 220, § 3º inciso II, da Constituição Federal;
VI - instaurar procedimentos administrativos e, para instruí-
los:
a) expedir notificações para colher depoimentos ou
esclarecimentos e, em caso de não comparecimento
injustificado, requisitar condução coercitiva, inclusive pela
polícia civil ou militar;
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 130/144
b) requisitar informações, exames, perícias e documentos de
autoridades municipais, estaduais e federais, da
administração direta ou indireta, bem como promover
inspeções e diligências investigatórias;
c) requisitar informações e documentos a particulares e
instituições privadas;
VII - instaurar sindicâncias, requisitar diligências
investigatórias e determinar a instauração de inquérito
policial, para apuração de ilícitos ou infrações às normas de
proteção à infância e à juventude;
VIII - zelar pelo efetivo respeito aos direitos e garantias
legais assegurados às crianças e adolescentes, promovendo
as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis;
IX - impetrar mandado de segurança, de injunção e habeas
corpus, em qualquer juízo, instância ou tribunal, na defesa
dos interesses sociais e individuais indisponíveis afetos à
criança e ao adolescente;
X - representar ao juízo visando à aplicação de penalidade
por infrações cometidas contra as normas de proteção à
infância e à juventude, sem prejuízo da promoção da
responsabilidade civil e penal do infrator, quando cabível;
XI - inspecionar as entidades públicas e particulares de
atendimento e os programas de que trata esta Lei, adotando
de pronto as medidas administrativas ou judiciais
necessárias à remoção de irregularidades porventura
verificadas;
XII - requisitar força policial, bem como a colaboração dos
serviços médicos, hospitalares, educacionais e de assistência
social, públicos ou privados, para o desempenho de suas
atribuições.
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações cíveis
previstas neste artigo não impede a de terceiros, nas
mesmas hipóteses, segundo dispuserem a Constituição e
esta Lei.
§ 2º As atribuições constantes deste artigo não excluem
outras, desde que compatíveis com a finalidade do
Ministério Público.
§ 3º O representante do Ministério Público, no exercício de
suas funções, terá livre acesso a todo local onde se encontre
criança ou adolescente.
§ 4º O representante do Ministério Público será responsável
pelo uso indevido das informações e documentos que
requisitar, nas hipóteses legais de sigilo.
§ 5º Para o exercício da atribuição de que trata o inciso VIII
deste artigo, poderá o representante do Ministério Público:
a) reduzir a termo as declarações do reclamante,
instaurando o competente procedimento, sob sua
presidência;
b) entender-se diretamente com a pessoa ou autoridade
reclamada, em dia, local e horário previamente notificados
ou acertados;
c) efetuar recomendações visando à melhoria dos serviços
públicos e de relevância pública afetos à criança e ao
adolescente, fixando prazo razoável para sua perfeita
adequação.
Art. 202. Nos processos e procedimentos em que não for
parte, atuará obrigatoriamente o Ministério Público na
defesa dos direitos e interesses de que cuida esta Lei,
hipótese em que terá vista dos autos depois das partes,
podendo juntar documentos e requerer diligências, usando
os recursos cabíveis.
Art. 203. A intimação do Ministério Público, em qualquer
caso, será feita pessoalmente.
Art. 204. A falta de intervenção do Ministério Público
acarreta a nulidade do feito, que será declarada de ofício
pelo juiz ou a requerimento de qualquer interessado.
Art. 205. As manifestações processuais do representante do
Ministério Público deverão ser fundamentadas.
Capítulo VI
Do Advogado
Art. 206. A criança ou o adolescente, seus pais ou
responsável, e qualquer pessoa que tenha legítimo interesse
na solução da lide poderão intervir nos procedimentos de
que trata esta Lei, através de advogado, o qual será intimado
para todos os atos, pessoalmente ou por publicação oficial,
respeitado o segredo de justiça.
§ú. Será prestada assistência judiciária integral e gratuita
àqueles que dela necessitarem.
Art. 207. Nenhum adolescente a quem se atribua a prática
de ato infracional, ainda que ausente ou foragido, será
processado sem defensor.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 131/144
§ 1º Se o adolescente não tiver defensor, ser-lhe-á nomeado
pelo juiz, ressalvado o direito de, a todo tempo, constituir
outro de sua preferência.
§ 2º A ausência do defensor não determinará o adiamento
de nenhum ato do processo, devendo o juiz nomear
substituto, ainda que provisoriamente, ou para o só efeito
do ato.
§ 3º Será dispensada a outorga de mandato, quando se
tratar de defensor nomeado ou, sido constituído, tiver sido
indicado por ocasião de ato formal com a presença da
autoridade judiciária.
Capítulo VII
Da Proteção Judicial dos Interesses Individuais, Difusos e
Coletivos
Art. 208. Regem-se pelas disposições desta Lei as ações de
responsabilidade por ofensa aos direitos assegurados à
criança e ao adolescente, referentes ao não oferecimento ou
oferta irregular:
I - do ensino obrigatório;
II - de atendimento educacional especializado aos
portadores de deficiência;
III - de atendimento em creche e pré-escola às crianças de
zero a seis anos de idade;
IV - de ensino noturno regular, adequado às condições do
educando;
V - de programas suplementares de oferta de material
didático-escolar, transporte e assistência à saúde do
educando do ensino fundamental;
VI - de serviço de assistência social visando à proteção à
família, à maternidade, à infância e à adolescência, bem
como ao amparo às crianças e adolescentes que dele
necessitem;
VII - de acesso às ações e serviços de saúde;
VIII - de escolarização e profissionalização dos adolescentes
privados de liberdade.
IX - de ações, serviços e programas de orientação, apoio e
promoção social de famílias e destinados ao pleno exercício
do direito à convivência familiar por crianças e adolescentes.
X - de programas de atendimento para a execução das
medidas socioeducativas e aplicação de medidas de
proteção.
§ 1o As hipóteses previstas neste artigo não excluem da
proteção judicial outros interesses individuais, difusos ou
coletivos, próprios da infância e da adolescência, protegidos
pela Constituição e pela Lei.
§ 2o A investigação do desaparecimento de crianças ou
adolescentes será realizada imediatamente após notificação
aos órgãos competentes, que deverão comunicar o fato aos
portos, aeroportos, Polícia Rodoviária e companhias de
transporte interestaduais e internacionais, fornecendo-lhes
todos os dados necessários à identificação do desaparecido.
Art. 209. As ações previstas neste Capítulo serão propostas
no foro do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou
omissão, cujo juízo terá competência absoluta para
processar a causa, ressalvadas a competência da Justiça
Federal e a competência originária dos tribunais superiores.
Art. 210. Para as ações cíveis fundadas em interesses
coletivos ou difusos, consideram-se legitimados
concorrentemente:
I - o Ministério Público;
II - a União, os estados, os municípios, o Distrito Federal e os
territórios;
III - as associações legalmente constituídas há pelo menos
um ano e que incluam entre seus fins institucionais a defesa
dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, dispensada
a autorização da assembléia, se houver prévia autorização
estatutária.
§ 1º Admitir-se-á litisconsórcio facultativo entre os
Ministérios Públicos da União e dos estados na defesa dos
interesses e direitos de que cuida esta Lei.
§ 2º Em caso de desistência ou abandono da ação por
associação legitimada, o Ministério Público ou outro
legitimado poderá assumir a titularidade ativa.
Art. 211. Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos
interessados compromisso de ajustamento de sua conduta
às exigências legais, o qual terá eficácia de título executivo
extrajudicial.
Art. 212. Para defesa dos direitos e interesses protegidos por
esta Lei, são admissíveis todas as espécies de ações
pertinentes.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 132/144
§ 1º Aplicam-se às ações previstas neste Capítulo as normas
do Código de Processo Civil.
§ 2º Contra atos ilegais ou abusivos de autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do
poder público, que lesem direito líquido e certo previsto
nesta Lei, caberá ação mandamental, que se regerá pelas
normas da lei do mandado de segurança.
Art. 213. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de
obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
§ 1º Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo
justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito
ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação
prévia, citando o réu.
§ 2º O juiz poderá, na hipótese do parágrafo anterior ou na
sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de
pedido do autor, se for suficiente ou compatível com a
obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do
preceito.
§ 3º A multa só será exigível do réu após o trânsito em
julgado da sentença favorável ao autor, mas será devida
desde o dia em que se houver configurado o
descumprimento.
Art. 214. Os valores das multas reverterão ao fundo gerido
pelo Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente do
respectivo município.
§ 1º As multas não recolhidas até trinta dias após o trânsito
em julgado da decisão serão exigidas através de execução
promovida pelo Ministério Público, nos mesmos autos,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
§ 2º Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro
ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em
conta com correção monetária.
Art. 215. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos
recursos, para evitar dano irreparável à parte.
Art. 216. Transitada em julgado a sentença que impuser
condenação ao poder público, o juiz determinará a remessa
de peças à autoridade competente, para apuração da
responsabilidade civil e administrativa do agente a que se
atribua a ação ou omissão.
Art. 217. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da
sentença condenatória sem que a associação autora lhe
promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público,
facultada igual iniciativa aos demais legitimados.
Art. 218. O juiz condenará a associação autora a pagar ao
réu os honorários advocatícios arbitrados na conformidade
do § 4º do art. 20 da Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973
(Código de Processo Civil), quando reconhecer que a
pretensão é manifestamente infundada.
§ú. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os
diretores responsáveis pela propositura da ação serão
solidariamente condenados ao décuplo das custas, sem
prejuízo de responsabilidade por perdas e danos.
Art. 219. Nas ações de que trata este Capítulo, não haverá
adiantamento de custas, emolumentos, honorários periciais
e quaisquer outras despesas.
Art. 220. Qualquer pessoa poderá e o servidor público
deverá provocar a iniciativa do Ministério Público,
prestando-lhe informações sobre fatos que constituam
objeto de ação civil, e indicando-lhe os elementos de
convicção.
Art. 221. Se, no exercício de suas funções, os juízos e
tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam
ensejar a propositura de ação civil, remeterão peças ao
Ministério Público para as providências cabíveis.
Art. 222. Para instruir a petição inicial, o interessado poderá
requerer às autoridades competentes as certidões e
informações que julgar necessárias, que serão fornecidas no
prazo de quinze dias.
Art. 223. O Ministério Público poderá instaurar, sob sua
presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer
pessoa, organismo público ou particular, certidões,
informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o
qual não poderá ser inferior a dez dias úteis.
§ 1º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as
diligências, se convencer da inexistência de fundamento
para a propositura da ação cível, promoverá o arquivamento
dos autos do inquérito civil ou das peças informativas,
fazendo-o fundamentadamente.
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§ 2º Os autos do inquérito civil ou as peças de informação
arquivados serão remetidos, sob pena de se incorrer em
falta grave, no prazo de três dias, ao Conselho Superior do
Ministério Público.
§ 3º Até que seja homologada ou rejeitada a promoção de
arquivamento, em sessão do Conselho Superior do
Ministério público, poderão as associações legitimadas
apresentar razões escritas ou documentos, que serão
juntados aos autos do inquérito ou anexados às peças de
informação.
§ 4º A promoção de arquivamento será submetida a exame
e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público,
conforme dispuser o seu regimento.
§ 5º Deixando o Conselho Superior de homologar a
promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro
órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.
Art. 224. Aplicam-se subsidiariamente, no que couber, as
disposições da Lei n.º 7.347, de 24 de julho de 1985.
Título VII
Dos Crimes e Das Infrações Administrativas
Capítulo I
Dos Crimes
Seção I
Disposições Gerais
Art. 225. Este Capítulo dispõe sobre crimes praticados contra
a criança e o adolescente, por ação ou omissão, sem prejuízo
do disposto na legislação penal.
Art. 226. Aplicam-se aos crimes definidos nesta Lei as
normas da Parte Geral do Código Penal e, quanto ao
processo, as pertinentes ao Código de Processo Penal.
Art. 227. Os crimes definidos nesta Lei são de ação pública
incondicionada
Seção II
Dos Crimes em Espécie
Art. 228. Deixar o encarregado de serviço ou o dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de manter
registro das atividades desenvolvidas, na forma e prazo
referidos no art. 10 desta Lei, bem como de fornecer à
parturiente ou a seu responsável, por ocasião da alta
médica, declaração de nascimento, onde constem as
intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ú. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 229. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de
identificar corretamente o neonato e a parturiente, por
ocasião do parto, bem como deixar de proceder aos exames
referidos no art. 10 desta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ú. Se o crime é culposo:
Pena - detenção de dois a seis meses, ou multa.
Art. 230. Privar a criança ou o adolescente de sua liberdade,
procedendo à sua apreensão sem estar em flagrante de ato
infracional ou inexistindo ordem escrita da autoridade
judiciária competente:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
§ú. Incide na mesma pena aquele que procede à apreensão
sem observância das formalidades legais.
Art. 231. Deixar a autoridade policial responsável pela
apreensão de criança ou adolescente de fazer imediata
comunicação à autoridade judiciária competente e à família
do apreendido ou à pessoa por ele indicada:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 232. Submeter criança ou adolescente sob sua
autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a
constrangimento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 234. Deixar a autoridade competente, sem justa causa,
de ordenar a imediata liberação de criança ou adolescente,
tão logo tenha conhecimento da ilegalidade da apreensão:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 235. Descumprir, injustificadamente, prazo fixado nesta
Lei em benefício de adolescente privado de liberdade:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
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POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 134/144
Art. 236. Impedir ou embaraçar a ação de autoridade
judiciária, membro do Conselho Tutelar ou representante do
Ministério Público no exercício de função prevista nesta Lei:
Pena - detenção de seis meses a dois anos.
Art. 237. Subtrair criança ou adolescente ao poder de quem
o tem sob sua guarda em virtude de lei ou ordem judicial,
com o fim de colocação em lar substituto:
Pena - reclusão de dois a seis anos, e multa.
Art. 238. Prometer ou efetivar a entrega de filho ou pupilo a
terceiro, mediante paga ou recompensa:
Pena - reclusão de um a quatro anos, e multa.
§ú. Incide nas mesmas penas quem oferece ou efetiva a
paga ou recompensa.
Art. 239. Promover ou auxiliar a efetivação de ato destinado
ao envio de criança ou adolescente para o exterior com
inobservância das formalidades legais ou com o fito de obter
lucro:
Pena - reclusão de quatro a seis anos, e multa.
§ú. Se há emprego de violência, grave ameaça ou fraude:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 8 (oito) anos, além da pena
correspondente à violência.
Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou
pornográfica, envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
§ 1o Incorre nas mesmas penas quem agencia, facilita,
recruta, coage, ou de qualquer modo intermedeia a
participação de criança ou adolescente nas cenas referidas
no caput deste artigo, ou ainda quem com esses contracena.
§ 2o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o agente
comete o crime:
I – no exercício de cargo ou função pública ou a pretexto de
exercê-la;
II – prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação
ou de hospitalidade; ou
III – prevalecendo-se de relações de parentesco
consangüíneo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de
tutor, curador, preceptor, empregador da vítima ou de
quem, a qualquer outro título, tenha autoridade sobre ela,
ou com seu consentimento.
Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou
outro registro que contenha cena de sexo explícito ou
pornográfica envolvendo criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir,
distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive
por meio de sistema de informática ou telemático,
fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de
sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou
adolescente:
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem:
I – assegura os meios ou serviços para o armazenamento das
fotografias, cenas ou imagens de que trata o caput deste
artigo;
II – assegura, por qualquer meio, o acesso por rede de
computadores às fotografias, cenas ou imagens de que trata
o caput deste artigo.
§ 2o As condutas tipificadas nos incisos I e II do § 1o deste
artigo são puníveis quando o responsável legal pela
prestação do serviço, oficialmente notificado, deixa de
desabilitar o acesso ao conteúdo ilícito de que trata o caput
deste artigo.
Art. 241-B. Adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer
meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que
contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo
criança ou adolescente:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1o A pena é diminuída de 1 (um) a 2/3 (dois terços) se de
pequena quantidade o material a que se refere o caput
deste artigo.
§ 2o Não há crime se a posse ou o armazenamento tem a
finalidade de comunicar às autoridades competentes a
ocorrência das condutas descritas nos arts. 240, 241, 241-A e
241-C desta Lei, quando a comunicação for feita por:
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 135/144
I – agente público no exercício de suas funções;
II – membro de entidade, legalmente constituída, que
inclua, entre suas finalidades institucionais, o recebimento, o
processamento e o encaminhamento de notícia dos crimes
referidos neste parágrafo;
III – representante legal e funcionários responsáveis de
provedor de acesso ou serviço prestado por meio de rede de
computadores, até o recebimento do material relativo à
notícia feita à autoridade policial, ao Ministério Público ou
ao Poder Judiciário.
§ 3o As pessoas referidas no § 2o deste artigo deverão
manter sob sigilo o material ilícito referido.
Art. 241-C. Simular a participação de criança ou
adolescente em cena de sexo explícito ou pornográfica por
meio de adulteração, montagem ou modificação de
fotografia, vídeo ou qualquer outra forma de representação
visual:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ú. Incorre nas mesmas penas quem vende, expõe à venda,
disponibiliza, distribui, publica ou divulga por qualquer meio,
adquire, possui ou armazena o material produzido na forma
do caput deste artigo.
Art. 241-D. Aliciar, assediar, instigar ou constranger, por
qualquer meio de comunicação, criança, com o fim de com
ela praticar ato libidinoso:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
§ú. Nas mesmas penas incorre quem:
I – facilita ou induz o acesso à criança de material contendo
cena de sexo explícito ou pornográfica com o fim de com ela
praticar ato libidinoso;
II – pratica as condutas descritas no caput deste artigo com
o fim de induzir criança a se exibir de forma pornográfica ou
sexualmente explícita.
Art. 241-E. Para efeito dos crimes previstos nesta Lei, a
expressão “cena de sexo explícito ou pornográfica”
compreende qualquer situação que envolva criança ou
adolescente em atividades sexuais explícitas, reais ou
simuladas, ou exibição dos órgãos genitais de uma criança
ou adolescente para fins primordialmente sexuais.
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma,
munição ou explosivo:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos.
Art. 243. Vender, fornecer ainda que gratuitamente,
ministrar ou entregar, de qualquer forma, a criança ou
adolescente, sem justa causa, produtos cujos componentes
possam causar dependência física ou psíquica, ainda que por
utilização indevida:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o
fato não constitui crime mais grave.
Art. 244. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou
entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente fogos
de estampido ou de artifício, exceto aqueles que, pelo seu
reduzido potencial, sejam incapazes de provocar qualquer
dano físico em caso de utilização indevida:
Pena - detenção de seis meses a dois anos, e multa.
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais
definidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à
exploração sexual:
Pena - reclusão de quatro a dez anos, e multa.
§ 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente
ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão
de criança ou adolescente às práticas referidas no caput
deste artigo.
§ 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a cassação
da licença de localização e de funcionamento do
estabelecimento.
Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de
18 (dezoito) anos, com ele praticando infração penal ou
induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem
pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer
meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet.
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são
aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou
induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de
25 de julho de 1990.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 136/144
Capítulo II
Das Infrações Administrativas
Art. 245. Deixar o médico, professor ou responsável por
estabelecimento de atenção à saúde e de ensino
fundamental, pré-escola ou creche, de comunicar à
autoridade competente os casos de que tenha
conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de
maus-tratos contra criança ou adolescente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 246. Impedir o responsável ou funcionário de entidade
de atendimento o exercício dos direitos constantes nos
incisos II, III, VII, VIII e XI do art. 124 desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 247. Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização
devida, por qualquer meio de comunicação, nome, ato ou
documento de procedimento policial, administrativo ou
judicial relativo a criança ou adolescente a que se atribua ato
infracional:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
§ 1º Incorre na mesma pena quem exibe, total ou
parcialmente, fotografia de criança ou adolescente
envolvido em ato infracional, ou qualquer ilustração que lhe
diga respeito ou se refira a atos que lhe sejam atribuídos, de
forma a permitir sua identificação, direta ou indiretamente.
§ 2º Se o fato for praticado por órgão de imprensa ou
emissora de rádio ou televisão, além da pena prevista neste
artigo, a autoridade judiciária poderá determinar a
apreensão da publicação ou a suspensão da programação da
emissora até por dois dias, bem como da publicação do
periódico até por dois números. [Expressão declara
inconstitucional pela ADIN 869-2]
Art. 248. Deixar de apresentar à autoridade judiciária de seu
domicílio, no prazo de cinco dias, com o fim de regularizar a
guarda, adolescente trazido de outra comarca para a
prestação de serviço doméstico, mesmo que autorizado
pelos pais ou responsável:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência,
independentemente das despesas de retorno do
adolescente, se for o caso.
Art. 249. Descumprir, dolosa ou culposamente, os deveres
inerentes ao poder familiar ou decorrente de tutela ou
guarda, bem assim determinação da autoridade judiciária ou
Conselho Tutelar:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 250. Hospedar criança ou adolescente
desacompanhado dos pais ou responsável, ou sem
autorização escrita desses ou da autoridade judiciária, em
hotel, pensão, motel ou congênere: (Redação dada pela Lei
nº 12.038, de 2009).
Pena – multa. (Redação dada pela Lei nº 12.038, de 2009).
§ 1º Em caso de reincidência, sem prejuízo da pena de
multa, a autoridade judiciária poderá determinar o
fechamento do estabelecimento por até 15 (quinze) dias.
(Incluído pela Lei nº 12.038, de 2009).
§ 2º Se comprovada a reincidência em período inferior a 30
(trinta) dias, o estabelecimento será definitivamente
fechado e terá sua licença cassada. (Incluído pela Lei nº
12.038, de 2009).
Art. 251. Transportar criança ou adolescente, por qualquer
meio, com inobservância do disposto nos arts. 83, 84 e 85
desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 252. Deixar o responsável por diversão ou espetáculo
público de afixar, em lugar visível e de fácil acesso, à entrada
do local de exibição, informação destacada sobre a natureza
da diversão ou espetáculo e a faixa etária especificada no
certificado de classificação:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
aplicando-se o dobro em caso de reincidência.
Art. 253. Anunciar peças teatrais, filmes ou quaisquer
representações ou espetáculos, sem indicar os limites de
idade a que não se recomendem:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, duplicada
em caso de reincidência, aplicável, separadamente, à casa
de espetáculo e aos órgãos de divulgação ou publicidade.
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Art. 254. Transmitir, através de rádio ou televisão,
espetáculo em horário diverso do autorizado ou sem aviso
de sua classificação:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; duplicada
em caso de reincidência a autoridade judiciária poderá
determinar a suspensão da programação da emissora por
até dois dias.
Art. 255. Exibir filme, trailer, peça, amostra ou congênere
classificado pelo órgão competente como inadequado às
crianças ou adolescentes admitidos ao espetáculo:
Pena - multa de vinte a cem salários de referência; na
reincidência, a autoridade poderá determinar a suspensão
do espetáculo ou o fechamento do estabelecimento por até
quinze dias.
Art. 256. Vender ou locar a criança ou adolescente fita de
programação em vídeo, em desacordo com a classificação
atribuída pelo órgão competente:
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o
fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
Art. 257. Descumprir obrigação constante dos arts. 78 e 79
desta Lei:
Pena - multa de três a vinte salários de referência,
duplicando-se a pena em caso de reincidência, sem prejuízo
de apreensão da revista ou publicação.
Art. 258. Deixar o responsável pelo estabelecimento ou o
empresário de observar o que dispõe esta Lei sobre o acesso
de criança ou adolescente aos locais de diversão, ou sobre
sua participação no espetáculo:
Pena - multa de três a vinte salários de referência; em caso
de reincidência, a autoridade judiciária poderá determinar o
fechamento do estabelecimento por até quinze dias.
Art. 258-A. Deixar a autoridade competente de providenciar
a instalação e operacionalização dos cadastros previstos no
art. 50 e no § 11 do art. 101 desta Lei:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
mil reais).
§ú. Incorre nas mesmas penas a autoridade que deixa de
efetuar o cadastramento de crianças e de adolescentes em
condições de serem adotadas, de pessoas ou casais
habilitados à adoção e de crianças e adolescentes em regime
de acolhimento institucional ou familiar.
Art. 258-B. Deixar o médico, enfermeiro ou dirigente de
estabelecimento de atenção à saúde de gestante de efetuar
imediato encaminhamento à autoridade judiciária de caso
de que tenha conhecimento de mãe ou gestante interessada
em entregar seu filho para adoção:
Pena - multa de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 3.000,00 (três
mil reais).
§ú. Incorre na mesma pena o funcionário de programa
oficial ou comunitário destinado à garantia do direito à
convivência familiar que deixa de efetuar a comunicação
referida no caput deste artigo.
Disposições Finais e Transitórias
Art. 259. A União, no prazo de noventa dias contados da
publicação deste Estatuto, elaborará projeto de lei dispondo
sobre a criação ou adaptação de seus órgãos às diretrizes da
política de atendimento fixadas no art. 88 e ao que
estabelece o Título V do Livro II.
§ú. Compete aos estados e municípios promoverem a
adaptação de seus órgãos e programas às diretrizes e
princípios estabelecidos nesta Lei.
Art. 260. Os contribuintes poderão efetuar doações aos
Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente nacional,
distrital, estaduais ou municipais, devidamente
comprovadas, sendo essas integralmente deduzidas do
imposto de renda, obedecidos os seguintes limites:
I - 1% (um por cento) do imposto sobre a renda devido
apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base no
lucro real; e
II - 6% (seis por cento) do imposto sobre a renda apurado
pelas pessoas físicas na Declaração de Ajuste Anual,
observado o disposto no art. 22 da Lei no 9.532, de 10 de
dezembro de 1997.
§ 1o-A. Na definição das prioridades a serem atendidas com
os recursos captados pelos Fundos Nacional, Estaduais e
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, serão
consideradas as disposições do Plano Nacional de Promoção,
Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes à
Convivência Familiar, bem como as regras e princípios
relativos à garantia do direito à convivência familiar
previstos nesta Lei.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 138/144
§ 2º Os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional dos
Direitos da Criança e do Adolescente fixarão critérios de
utilização, através de planos de aplicação das doações
subsidiadas e demais receitas, aplicando necessariamente
percentual para incentivo ao acolhimento, sob a forma de
guarda, de criança ou adolescente, órfãos ou abandonado,
na forma do disposto no art. 227, § 3º, VI, da Constituição
Federal.
§ 3º O Departamento da Receita Federal, do Ministério da
Economia, Fazenda e Planejamento, regulamentará a
comprovação das doações feitas aos fundos, nos termos
deste artigo.
§ 4º O Ministério Público determinará em cada comarca a
forma de fiscalização da aplicação, pelo Fundo Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, dos incentivos fiscais
referidos neste artigo.
§ 5º Observado o disposto no § 4o do art. 3o da Lei no 9.249,
de 26 de dezembro de 1995, a dedução de que trata o inciso
I do caput:
I - será considerada isoladamente, não se submetendo a
limite em conjunto com outras deduções do imposto; e
II - não poderá ser computada como despesa operacional na
apuração do lucro real.
Art. 260-A. A partir do exercício de 2010, ano-calendário de
2009, a pessoa física poderá optar pela doação de que trata
o inciso II do caput do art. 260 diretamente em sua
Declaração de Ajuste Anual.
§ 1o A doação de que trata o caput poderá ser deduzida até
os seguintes percentuais aplicados sobre o imposto apurado
na declaração:
III - 3% (três por cento) a partir do exercício de 2012.
§ 2o A dedução de que trata o caput:
I - está sujeita ao limite de 6% (seis por cento) do imposto
sobre a renda apurado na declaração de que trata o inciso II
do caput do art. 260;
II - não se aplica à pessoa física que:
a) utilizar o desconto simplificado;
b) apresentar declaração em formulário; ou
c) entregar a declaração fora do prazo;
III - só se aplica às doações em espécie; e
IV - não exclui ou reduz outros benefícios ou deduções em
vigor.
§ 3o O pagamento da doação deve ser efetuado até a data
de vencimento da primeira quota ou quota única do
imposto, observadas instruções específicas da Secretaria da
Receita Federal do Brasil.
§ 4o O não pagamento da doação no prazo estabelecido no
§ 3o implica a glosa definitiva desta parcela de dedução,
ficando a pessoa física obrigada ao recolhimento da
diferença de imposto devido apurado na Declaração de
Ajuste Anual com os acréscimos legais previstos na
legislação.
§ 5o A pessoa física poderá deduzir do imposto apurado na
Declaração de Ajuste Anual as doações feitas, no respectivo
ano-calendário, aos fundos controlados pelos Conselhos dos
Direitos da Criança e do Adolescente municipais, distrital,
estaduais e nacional concomitantemente com a opção de
que trata o caput, respeitado o limite previsto no inciso II do
art. 260.
Art. 260-B. A doação de que trata o inciso I do art. 260
poderá ser deduzida:
I - do imposto devido no trimestre, para as pessoas jurídicas
que apuram o imposto trimestralmente; e
II - do imposto devido mensalmente e no ajuste anual, para
as pessoas jurídicas que apuram o imposto anualmente.
§ú. A doação deverá ser efetuada dentro do período a que
se refere a apuração do imposto.
Art. 260-C. As doações de que trata o art. 260 desta Lei
podem ser efetuadas em espécie ou em bens.
§ú. As doações efetuadas em espécie devem ser
depositadas em conta específica, em instituição financeira
pública, vinculadas aos respectivos fundos de que trata o art.
260.
Art. 260-D. Os órgãos responsáveis pela administração das
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
nacional, estaduais, distrital e municipais devem emitir
recibo em favor do doador, assinado por pessoa competente
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e pelo presidente do Conselho correspondente,
especificando:
I - número de ordem;
II - nome, Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) e
endereço do emitente;
III - nome, CNPJ ou Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) do
doador;
IV - data da doação e valor efetivamente recebido; e
V - ano-calendário a que se refere a doação.
§ 1o O comprovante de que trata o caput deste artigo pode
ser emitido anualmente, desde que discrimine os valores
doados mês a mês.
§ 2o No caso de doação em bens, o comprovante deve
conter a identificação dos bens, mediante descrição em
campo próprio ou em relação anexa ao comprovante,
informando também se houve avaliação, o nome, CPF ou
CNPJ e endereço dos avaliadores.
Art. 260-E. Na hipótese da doação em bens, o doador
deverá:
I - comprovar a propriedade dos bens, mediante
documentação hábil;
II - baixar os bens doados na declaração de bens e direitos,
quando se tratar de pessoa física, e na escrituração, no caso
de pessoa jurídica; e
III - considerar como valor dos bens doados:
a) para as pessoas físicas, o valor constante da última
declaração do imposto de renda, desde que não exceda o
valor de mercado;
b) para as pessoas jurídicas, o valor contábil dos bens.
§ú. O preço obtido em caso de leilão não será considerado
na determinação do valor dos bens doados, exceto se o
leilão for determinado por autoridade judiciária.
Art. 260-F. Os documentos a que se referem os arts. 260-D e
260-E devem ser mantidos pelo contribuinte por um prazo
de 5 (cinco) anos para fins de comprovação da dedução
perante a Receita Federal do Brasil.
Art. 260-G. Os órgãos responsáveis pela administração das
contas dos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente
nacional, estaduais, distrital e municipais devem:
I - manter conta bancária específica destinada
exclusivamente a gerir os recursos do Fundo;
II - manter controle das doações recebidas; e
III - informar anualmente à Secretaria da Receita Federal do
Brasil as doações recebidas mês a mês, identificando os
seguintes dados por doador:
a) nome, CNPJ ou CPF;
b) valor doado, especificando se a doação foi em espécie ou
em bens.
Art. 260-H. Em caso de descumprimento das obrigações
previstas no art. 260-G, a Secretaria da Receita Federal do
Brasil dará conhecimento do fato ao Ministério Público.
Art. 260-I. Os Conselhos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais
divulgarão amplamente à comunidade:
I - o calendário de suas reuniões;
II - as ações prioritárias para aplicação das políticas de
atendimento à criança e ao adolescente;
III - os requisitos para a apresentação de projetos a serem
beneficiados com recursos dos Fundos dos Direitos da
Criança e do Adolescente nacional, estaduais, distrital ou
municipais;
IV - a relação dos projetos aprovados em cada ano-
calendário e o valor dos recursos previstos para
implementação das ações, por projeto;
V - o total dos recursos recebidos e a respectiva destinação,
por projeto atendido, inclusive com cadastramento na base
de dados do Sistema de Informações sobre a Infância e a
Adolescência; e
VI - a avaliação dos resultados dos projetos beneficiados
com recursos dos Fundos dos Direitos da Criança e do
Adolescente nacional, estaduais, distrital e municipais.
Art. 260-J. O Ministério Público determinará, em cada
Comarca, a forma de fiscalização da aplicação dos incentivos
fiscais referidos no art. 260 desta Lei.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 140/144
§ú. O descumprimento do disposto nos arts. 260-G e 260-I
sujeitará os infratores a responder por ação judicial proposta
pelo Ministério Público, que poderá atuar de ofício, a
requerimento ou representação de qualquer cidadão.
Art. 260-K. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República (SDH/PR) encaminhará à Secretaria da Receita
Federal do Brasil, até 31 de outubro de cada ano, arquivo
eletrônico contendo a relação atualizada dos Fundos dos
Direitos da Criança e do Adolescente nacional, distrital,
estaduais e municipais, com a indicação dos respectivos
números de inscrição no CNPJ e das contas bancárias
específicas mantidas em instituições financeiras públicas,
destinadas exclusivamente a gerir os recursos dos Fundos.
Art. 260-L. A Secretaria da Receita Federal do Brasil expedirá
as instruções necessárias à aplicação do disposto nos arts.
260 a 260-K.
Art. 261. A falta dos conselhos municipais dos direitos da
criança e do adolescente, os registros, inscrições e
alterações a que se referem os arts. 90, §ú, e 91 desta Lei
serão efetuados perante a autoridade judiciária da comarca
a que pertencer a entidade.
§ú. A União fica autorizada a repassar aos estados e
municípios, e os estados aos municípios, os recursos
referentes aos programas e atividades previstos nesta Lei,
tão logo estejam criados os conselhos dos direitos da criança
e do adolescente nos seus respectivos níveis.
Art. 262. Enquanto não instalados os Conselhos Tutelares, as
atribuições a eles conferidas serão exercidas pela autoridade
judiciária.
Art. 263. O Decreto-Lei n.º 2.848, de 7 de dezembro de 1940
(Código Penal), passa a vigorar com as seguintes alterações:
1) Art. 121 ............................................................
§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de um
terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica
de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar
imediato socorro à vítima, não procura diminuir as
conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em
flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de
um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de
catorze anos.
2) Art. 129 ...............................................................
§ 7º Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer
das hipóteses do art. 121, § 4º.
§ 8º Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121.
3) Art. 136.................................................................
§ 3º Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado
contra pessoa menor de catorze anos.
4) Art. 213 ..................................................................
§ú. Se a ofendida é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de quatro a dez anos.
5) Art. 214...................................................................
§ú. Se o ofendido é menor de catorze anos:
Pena - reclusão de três a nove anos.»
Art. 264. O art. 102 da Lei n.º 6.015, de 31 de dezembro de
1973, fica acrescido do seguinte item:
"Art. 102 ....................................................................
6º) a perda e a suspensão do pátrio poder. "
Art. 265. A Imprensa Nacional e demais gráficas da União, da
administração direta ou indireta, inclusive fundações
instituídas e mantidas pelo poder público federal
promoverão edição popular do texto integral deste Estatuto,
que será posto à disposição das escolas e das entidades de
atendimento e de defesa dos direitos da criança e do
adolescente.
Art. 266. Esta Lei entra em vigor noventa dias após sua
publicação.
§ú. Durante o período de vacância deverão ser promovidas
atividades e campanhas de divulgação e esclarecimentos
acerca do disposto nesta Lei.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 141/144
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PARABÉNS POR TER CHEGADO ATÉ AQUI!
“Adquire sabedoria, adquire inteligência, e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca. Não a abandones e ela te guardará; ama-a, e ela te protegerá. A sabedoria é a coisa principal; adquire pois a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento. Exalta-a, e ela te exaltará; e, abraçando-a tu, ela te honrará. Dará à tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará. Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se multiplicarão os anos da tua vida.” “O que adquire entendimento ama a sua alma; o que cultiva a inteligência achará o bem.” Provérbios 19:8 “O homem sábio é forte, e o homem de conhecimento consolida a força.” Provérbios 24:5 “Ouve tu, filho meu, e sê sábio, e dirige no caminho o teu coração.” Provérbios 23:19 “Viste o homem diligente na sua obra? Perante reis será posto; não permanecerá entre os de posição” inferior. Provérbios 22:29 'Não ames o sono, para que não empobreças; abre os teus olhos, e te fartarás de pão.” Provérbios 20:13 “Há ouro e abundância de rubis, mas os lábios do conhecimento são jóia preciosa.” Provérbios 20:15 “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; e o que cerra os seus lábios é tido por entendido.” Provérbios 17:28
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NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 142/144
Agente de Polícia Civil, Escrivão de Polícia Civil,
Datiloscopista Policial, Técnico em Necropsia, Agente de
Criminalística e, Técnico de Laboratório.
LÍNGUA PORTUGUESA
1. Compreensão e interpretação de textos. 2. Denotação e conotação. 3. Ortografia: emprego das letras e acentuação
gráfica. Classes de palavras e suas flexões. 4. Processo de formação de palavras. 5. Verbos: conjugação, emprego dos tempos,
modos e vozes verbais. 6. Concordância nominal e verbal. 7. Regência nominal e verbal. 8. Emprego do acento indicativo da crase. 9. Colocação dos pronomes átonos. 10. Emprego dos sinais de pontuação. 11. Semântica: sinonímia, antonímia, homonímia,
paronímia, polissemia e figuras de linguagem. 12. Funções sintáticas de termos e de orações. 13. Processos sintáticos: subordinação e
coordenação.
ATUALIDADES
1. Tópicos referentes ao Brasil e ao mundo, relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança e ecologia, suas inter-relações e suas vinculações históricas.
CONHECIMENTO REGIONAL
1. Constituição do Estado de Rondônia. 2. Lei Complementar Estadual 68/92- Estatuto dos
Servidores Públicos do Estado de Rondônia. 3. Lei Complementar 76/93 - Estatuto da Polícia
Civil do Estado de Rondônia. 4. Região Norte: bacias hidrográficas. 5. Geomorfologia: Planície Amazônica, Encosta
Setentrional do Planalto Brasileiro, Chapada dos Parecis e Vale do Guaporé.
6. Rondônia: aspectos políticos, econômicos e sociais, agricultura e pecuária.
7. Criação do Estado de Rondônia e processos de povoamento.
8. Núcleos de povoamento. Colonização. 9. Ferrovia Madeira- Mamoré (1ª fase e 2ª fase). 10. Ciclo da borracha (1ª fase e 2ª fase). 11. Questão do Acre, formação territorial, evolução
político-administrativa, formação dos núcleos urbanos, construção da BR 364, migração,
população, desmatamento, desenvolvimento econômico, questão indígena, Missão Rondon.
INFORMÁTICA BÁSICA
1. Conceitos de Internet e Intranet; 2. Conceitos básicos e modos de utilização de
tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados à Internet/Intranet; Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de grupos de discussão, de busca e pesquisa;
3. Conceitos de protocolos Word Wide Web, organização de informação para uso na Internet, acesso a distância a computadores, transferência de informação e arquivos, aplicativos de áudio, vídeo, multimídia, uso da Internet na educação, negócios, medicina e outros domínios;
4. Conceitos de proteção e segurança; 5. Conceitos básicos e modos de utilização de
tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos de informática: conceitos de hardware e de software;
6. Procedimentos, aplicativos e dispositivos para armazenamento de dados e para realização de cópia de segurança (backup);
7. Conceitos de organização e de gerenciamento de arquivos, pastas e programas, instalação de periféricos; Processador de textos.
8. MS Office Word/BROffice. Conceitos básicos. Criação de documentos. Abrir e salvar documentos. Edição de textos. Estilos. Formatação. Tabelas e tabulações. Cabeçalho e rodapé. Configuração de página. Corretor ortográfico. Impressão. Ícones. Atalhos de teclado. Uso dos recursos.
9. Planilha Eletrônica. MS Office Excel/BROffice. Conceitos básicos. Criação de documentos. Abrir e Salvar documentos. Estilos. Formatação. Fórmulas e funções. Gráficos. Corretor ortográfico. Impressão. Ícones. Atalhos de teclado. Uso dos recursos.
10. Correio eletrônico. Conceitos básicos. Formatos de mensagens. Transmissão e recepção de mensagens. Catálogo de endereços. Arquivos anexados. Uso dos recursos. Ícones. Atalhos de teclado. Geração de material escrito, visual e sonoro.
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POLÍCIA CIVIL ATUALIZA JURIS 143/144
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO CONSTITUCIONAL
1. Direitos e deveres fundamentais, direitos e deveres individuais e coletivos; direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade; direitos sociais; nacionalidade; cidadania e direitos políticos; partidos políticos; garantias constitucionais individuais; garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos;
2. Poder Executivo, 3. Poder Legislativo; 4. Poder Judiciário; 5. Defesa do Estado e das instituições
democráticas: segurança pública; organização da segurança pública;
6. Da ordem social, seguridade e previdência.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PENAL
1. A lei penal no tempo; a lei penal no espaço; 2. Infração penal: elementos, espécies; 3. Sujeito ativo e sujeito passivo da infração penal; 4. Tipicidade, ilicitude, culpabilidade, punibilidade; 5. Excludentes de ilicitude e de culpabilidade; 6. Imputabilidade penal; 7. Concurso de pessoas; 8. Extinção da punibilidade; 9. Crimes contra a pessoa; 10. Crimes contra o patrimônio; 11. Crimes contra a dignidade sexual; 12. Crimes contra a fé pública; 13. Crimes de perigo comum; 14. Crimes contra a saúde pública; 15. Crimes contra a Administração Pública; 16. Abuso de autoridade (Lei n.14.898/65); 17. Tráfico ilícito e uso indevido de drogas ilícitas (Lei
n. 11.343/2.006); 18. Crimes da Lei n. 8.137/90); 19. Crimes hediondos (Lei n.1 8.072/90); 20. Crimes de trânsito; 21. Crimes do Estatuto do Desarmamento; 22. Crimes do Estatuto do Idoso; 23. Crimes do Estatuto da Criança e do Adolescente; 24. Contravenções Penais; 25. Crimes Ambientais; 26. Tortura; 27. Lei de Interceptação Telefônica; 28. Crime Organizado; 29. Lei 7.716/89; 30. Crimes do Código de Defesa do Consumidor; 31. Lei Maria da Penha.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
15. Segurança Pública (art. 144, CRF/88). Atividade
de Polícia Judiciária. 16. Da ação penal. 17. Princípios e Norma Processual Penal: fontes e
eficácia. 18. Interpretação retrospectiva e interpretação
prospectiva no Processo Penal. 19. Princípios constitucionais na investigação
criminal. 20. Investigação Criminal. 21. Do inquérito Policial. 22. Da prova. Da prova Ilícita. 23. Prisões processuais de natureza cautelar. Prisão
em flagrante. Prisão preventiva. Prisão temporária (Lei n° 7.960/89). Habeas Corpus.
24. Nulidades na investigação Criminal e no Processo penal.
25. Habeas Corpus. 26. Sistemas processuais penais. 27. O Juiz, O Ministério Público, a Autoridade Policial,
o Defensor do acusado. 28. Garantias constitucionais da investigação
criminal e do processo penal. 29. Incidentes (sanidade e falsidade). 30. Jurisdição e competência. 31. Atribuição e circunscrição. 32. Dos prazos processuais e procedimentais. 33. Da sentença. 34. Citações, Notificações e Intimações. 35. Preclusão. Incidentes (sanidade e falsidade). 36. Abuso de Autoridade (Lei n° 4.898 de 1965). 37. Lei Antidrogas (Lei n° 11.343 de 2006). 38. Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n°
8.069 de 1990). 39. Lei dos Juizados Especiais (Lei n° 9.099 De 1995). 40. Lei dos Juizados Especiais Federais (Lei n° 10.259
de 2001). 41. Violência doméstica e familiar contra a mulher
(Lei n° 11.340 de 2006). 42. Lei da Interceptação telefônica (Lei n° 9.296 de
1996). 43. Lei da Execução Penal (Lei n° 7.210 de 1984). 44. Lei do Crime Organizado (Lei n° 9.034 de 1995). 45. Propriedade Intelectual (Lei n° 9.609 de 1998). 46. Competência da Polícia Judiciária Militar (Lei n°
9.299 de 1996). 47. Crimes Hediondos (Lei n° 8.072 de 1990). 48. Proteção à vítima e a testemunha (Lei n° 9.807
de 1999). 49. Lei º 12.830/2013 (dispõe sobre a investigação
criminal conduzida pelo delegado de polícia). 50. Alterações de todas as normativas supracitadas.
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO PROCESSUAL PENAL – LEIS ESPECIAIS
POLÍCIA CIVIL OS CONCURSEIROS DE RONDÔNIA 144/144
NOÇÕES BÁSICAS DE DIREITO ADMINISTRATIVO
1. Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes e organização; natureza, fins e princípios;
2. Direito Administrativo: conceito, fontes e princípios;
3. Organização administrativa da União; administração direta e indireta;
4. Agentes públicos: espécies e classificação; poderes, deveres e prerrogativas; cargo, emprego e função públicos;
5. regime jurídico único: provimento, vacância, remoção, redistribuição e substituição; direitos e vantagens;
6. regime disciplinar; responsabilidade civil, criminal e administrativa;
7. Poderes administrativos: poder hierárquico; poder disciplinar; poder regulamentar; poder de polícia; uso e abuso do poder;
8. Ato administrativo: validade, eficácia; atributos; extinção, desfazimento e sanatória;
9. classificação, espécies e exteriorização; vinculação e discricionariedade;
10. Serviços Públicos; conceito, classificação, regulamentação e controle; forma, meios e requisitos; delegação, concessão, permissão, autorização;
11. Controle e responsabilização da administração: controle administrativo; controle judicial; controle legislativo;
12. Responsabilidade civil do Estado.
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