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Cartilha da Tendência Nós da Base. "A tendência "Nós da base" é um grupo de estudantes do CPII-Realengo que surgiu a partir da indignação coletiva sobre o sistema explorador capitalista e a invasão de partidos e organizações que deturparam o objetivo do movimento estudantil. Nós não somos vanguarda, nem centralistas. Nós acreditamos na força da base, acreditamos num movimento popular na qual não estejamos subjugados a nada nem ninguém." Observação: mesmo que na página venha escrito que os direitos são reservados, nosso texto segue os modelos de Copyleft, ou seja, a disseminação desse conteúdo é livre, mas não pode ser usado para fins lucrativos/comerciais e sem ser citado a autoria do conteúdo.
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´ GRUPO DE TENDÊNCIA
“TODO PODER ÀS/AOS ESTUDANTES!”
Facebook: Tendência Nós da Base
Email: [email protected]
“Somente a/o ferroviária/o sabe como melhor administrar as suas ferrovias.”
Esta cartilha tem por objetivo fazer uma análise do movimento estudantil e, a partir disso, trabalhar quais caminhos nós estudantes
devemos tomar para que o movimento deixe de ser subordinado a interesses individuais, políticos, de direções, governos etc. e torne-se um
movimento classista, autônomo, revolucionário, utilizando da democracia direta e da ação direta como estratégia de luta. A cartilha está
dividida em:
• Análise de situação histórica.
• Movimento estudantil ontem e hoje.
• Realidade do colégio Pedro II.
• Princípios da tendência “Nós da base”.
• Objetivos e metas da tendência.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ............................................................................. Pág.2
ANÁLISE DE SITUAÇÃO HISTÓRICA ................................................ Pág.4
O MOVIMENTO ESTUDANTIL ONTEM E HOJE ............................... Pág.5
A REALIDADE DO COLÉGIO PEDRO II ............................................. Pág.7
PRINCÍPIOS DA TENDÊNCIA “NÓS DA BASE” ................................. Pág.8
TENDÊNCIA .................................................................................... Pág.9
“V IVEMOS EM TEMPOS DE NEOLIBERALISMO, OU DITO DE OUTRA FORMA, VIVEMOS TEMPOS DE ASCENSÃO DE ACUMULAÇÃO DOS CAPITALISTAS E DE DECLÍNIO DE ORGANIZAÇÃO DA CLASSE.”
Os atuais governos e futuros
governos — representados nos partidos, ditos de esquerda ou
direita tentam desarticular os movimentos sociais e de base com
um ob jet ivo est ratég ico e intencional que é a geração de
ignorância política e econômica dos 99% da
população. Muitas vezes, devido à
f a l t a d e reconhecimento, à
mídia, à falta de c o m p a n h e i r a s /
companheiros de luta no nosso círculo de amizades etc. nós
pensamos estar sozinhas/sozinhos (até loucas/loucos) e que não
somos capazes de alterar o nosso atual quadro de desigualdades e
de falsas promessas. O nosso o b j e t i v o é a j u d a r a s / o s
companheiras/os do movimento estudantil a encontrarem pessoas
que as acompanhe e pensem parecido (fim do emparelhamento
partidário no movimento social e estudantil, conscientização da
base, ação direta, auto-gestão), permitindo a ampliação do
debate.
“APÓS A CRISE DO CAPITAL NA DÉCADA DE 70 O CAPITALISMO PRECISOU SE REORIENTAR PARA SE DESENVOLVER, TENDO EM VISTA O ESGOTAMENTO DO FORDISMO-KEYNESIANO.”
Com o aumento nos preços
do petróleo os EUA teve sua economia muito prejudicada e o
mundo todo sentiu essa crise. Nesse momento, o “Welfare
State” (Estado de bem-estar social), surgido logo após a crise
de 1929, começou a ser questionado na Europa e depois
no mundo e ocorreu a ascensão da retomada do liberalismo
(mínima intervenção do estado na economia, garantia de segurança
ao capital, flexibilidade das leis trabalhistas e sociais etc.) num
novo contexto histórico, o que f i c o u c o n h e c i d o c o m o
“neoliberalismo”.
O Toyotismo (modo de produção em contraposição do
Fordismo baseado em alguns princípios como: a dinamização
da produção e dos produtos; utilização de novas tecnologias;
produção sobre encomenda “Just
-in-time”, o que impediria futuras crises de estoque; etc.) juntamente
c o m a n o v a D I T (D i v i s ã o internacional do Trabalho) também
encontraram um “bom terreno” para se desenvolverem nesse
período mundial pós-1970.
Com essas novas mudanças mundiais as economias em todo globo deram um “BOOM”, mas as/os trabalhadoras/es e estudantes não foram chamados para o lado dos privilegiados – os mesmos só eram chamados paras as festas nas propagandas do próprio sistema para eleições, manutenção da “ordem” vigente etc. As/os trabalhadoras/os e estudantes não
foram atendidos porque continuava a existir o princípio do capitalismo, ou seja, a dominação de pessoas sobre pessoas, econômica e politicamente.
“ A S E G U N D A C A R A C T E R Í S T I C A DIALETICAMENTE VINCULADA É A ORIENTAÇÃO NEOLIBERAL QUE OPERA UMA SÉRIE DE MEDIDAS PARA FAVORECER O LIBERALISMO ECONÔMICO. DENTRE ELAS PODERIAM SE DESTACAR: F L E X I B I L I Z A Ç Ã O D O S D I R E T O S TRABALHISTAS, FINANCEIRIZAÇÃO DA E C O N O M I A , C A N A L I Z A Ç Ã O D A PREVIDÊNCIA E FUNDOS DE PENSÃO PARA ACUMULAÇÃO DE CAPITAL, PRIVATIZAÇÃO DE DIVERSOS SEGMENTOS DE PRODUÇÃO E SERVIÇOS, TRANSFORMAÇÃO DAS UNIVERSIDADES EM ESPAÇO DE AMPLIAÇÃO DO CAPITAL E QUALIFICAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA SUPEREXPLORADA,
AMPLIAÇÃO DA EXPLORAÇÃO TANTO OBJETIVA QUANTO RELATIVA ETC.”
No Brasil os governos FHC (Fernando Henrique Cardoso) e do
P T f o r a m e x e m p l o s d o neoliberalismo e seus mecanismos
para por em prática o sistema neol iberal . Por exemplo: o
sucateamento das escolas públicas e setores públicos; privatização de
empresas estatais; favorecimento de órgãos terceirizados e privados
tanto na rede de saúde e de ensino; retaliação e intransigência
com as greves dos trabalhadores e movimentos sociais; favorecimento
ANÁLISE DE SITUAÇÃO HISTÓRICA
99%
Países
centrais
Produtos primários; Prod.
Industrializados; capitais:
juros, royal�es e lucros.
Países
periféricos e
semiperiféricos Prod. Industrializados
(geralmente de alta
tecnologia); capitais
(emprés�mos,
inves�mentos,
NOVA DIT
de grandes grupos empresariais; entre outros.
O movimento estudantil brasileiro
desde os anos 80 foi e é dominado
pela prática política das correntes
estudantis ligada ao Partido dos
Trabalhadores e ao Partido
Comunista do Brasil (PCdoB). Desde
então, serve para a inserção na
polít ica institucional e para
arregimentar quadros para os
partidos eleitoreiros. Lindberg Farias,
Orlando Costa, Renildo Calheiros,
Fernando Gusmão e Aldo Rebelo
são alguns exemplos desta política.
Hoje, a UNE (União Nacional dos
REFERÊNCIA:
(Fragmentos re;rados de: Tese
apresentada ao I Congresso da
Coordenação Nacional de Lutas
(CONLUTAS), ocorrido nos dias 3 a 6 de
julho de 2008, na cidade de Be;m-MG.) .
Adaptado.
Estudantes) comandada pela UJS/
PCdoB apoia e formula políticas
para o Ministério da Educação
(exemplo dessa coligação temos o
apoio da UNE as propagandas de
voluntários para a copa .
A UNE, assim como a estrutura
sindical oficial e corporativista,
nasceu em pleno Estado Novo, em
1937. Desde então, ela foi
hegemonizada pelos partidos
burgueses, correntes políticas da
esquerda reformista e da Igreja
Católica. Assim, em seu segundo
congresso elege como Presidente
de honra, Getúlio Vargas. Em 1947,
sob a hegemonia do Partido
Socialista Brasileiro (PSB), participa
da campanha "O Petróleo é
Nosso".
Após a participação da direita,
inicia-se na entidade um período
de ascensão das organizações
católicas de esquerda. Começa
com Aldo Arantes e depois
culmina na vitória para presidente
de José Serra, militante da Ação
Popular (AP). Esta organização
havia surgido de uma dissidência
entre a hierarquia religiosa e o
grupo da Juventude Universitária
Católica (JUC).
No período que vai de 1964 -73
podemos identificar a UNE como
uma organização coirmã das/dos
trabalhadoras/trabalhadores e
camponesas/camponenses. As
organizações revolucionárias
como VAR-Palmares (Vanguarda
Popular Revolucionária) e ALN
(Aliança Libertadora Nacional)
passam atuar no movimento
estudant i l . Vár ios das/dos
militantes dessas organizações
revolucionárias morreram em
combate contra a ditadura civil-
militar (1964-89). Desde o início da
Ditadura até o ano de 1973, o
movimento estudantil atou em
colaboração com o movimento
das trabalhadoras/trabalhadores e
camponesas/es e combateu a
política educacional da ditadura
expressa nos acordos MEC-USAID.
A repressão ao Congresso de
Ibiúna/MG em 1968 decretou a
p e r s e g u i ç ã o p o l í t i c a a o
m o v i m e n t o e s t u d a n t i l ,
principalmente das correntes
classistas e combativas. Foi uma
das primeiras ações da ditadura
para endurecer o regime, para
controlar o avanço das ideias
revolucionárias dentro da UNE e
do Movimento Estudantil. Uma
ação político-militar, realizada
principalmente depois do AI-5, e
com a reformulação total da
organização universitária para
dif icultar a organização do
movimento estudantil.
A refundação da UNE em 1979
já se dá em um quadro
completamente diferente. A
esquerda revolucionária que
participara da luta armada (1968-
75) já havia sido derrotada e não
representava nenhuma influência
no Movimento Estudantil. O modelo
universitário de 68 já estava
consolidado. A partir de então, a
e n t i d a d e p a s s a a s e r
hegemon i zada pelo PT e ,
principalmente, pelo PCdoB –
através da UJS (União da Juventude
Socialista). Os setores reformistas
refundaram a UNE e mantiveram
sua característica corporativista.
Iniciaram a prática de encontros
nacionais por região que serviu
como elemento desorganizador
para os movimentos das regiões dos
encontros. Ao mesmo tempo
burocratizavam os congressos de
base.
A partir de então a concepção
política hegemônica não entende
as/os estudantes como uma fração
da classe da trabalhadora capaz
de se organizar e criar um
movimento de massa e classista. O
movimento abdica de ter suas
bandeiras reivindicativas e de se
O MOVIMENTO ESTUDANTIL ONTEM E
aliar aos outros setores da classe
para construção de greves gerais.
Passa-se então para a prática
política policlassista. As correntes
estudantis reformistas ficavam à
reboque de bandeiras partidárias
de colaboração de classe. Isso
levou a defesa do modelo de
Universidade da ditadura civil-militar,
que tanto as/os estudantes de 68
lutaram contra. Ou seja, ao invés de
construir na base do Movimento
Estudantil a reivindicação pelo
acesso livre, reivindicando o voto
universal em todas as instâncias e
um outro modelo de gestão que
não o departamental, transformou
em fetiche o jargão "público,
gratuito e de qualidade”.
A política de capitulação
definitiva da UNE pode ser vista no
movimento dos "caras pintadas". A
entidade foi às ruas contra a
c o r r u p ç ã o e p e d i n d o o
impeachment de Fernando Collor,
demonstrando toda sua política
policlassista e suas bandeiras
burguesas.
Os congressos da entidade se
burocratizavam cada vez mais e
não representavam a base das/dos
estudantes. O movimento estudantil
p a s s o u p o r u m a i m e n s a
desmoralização, uma vez que servia
de trampolim político-partidário.
O a p o d e r a m e n t o d e
estudantes de direções de
entidades através de eleições
forjadas e viciadas, com a UJS/
P Cd o B ag in d o d e f o r ma
semelhante a um Sindicalismo
Maf ioso, tornou-se prát ica
corriqueira.
Nos Movimento de Áreas do
brasil, a adoção de Encontros
ajudou a desorganizá-los com
plenárias finais despolitizadas e
s e m n e n h u m c r i t é r i o d e
d e l e g a ç ã o . A s p l e n á r i a s
transformaram-se em disputas de
bandeiras políticas partidárias de
c o r r e n t e s e s t u d a n t i s ,
transformando executivas e
federações em meras correias de
transmissões dos partidos. O
movimento estudantil, assim como
o sindical, ficou subordinado à luta
parlamentar, institucional, e deixou
de se organizar, discutir suas
questões e as alianças com as
outras frações da classe.
A d e s o r g a n i z a ç ã o e
centralização/burocratização com
a Pol ít ica Pol iclass ista dos
r e f o r m i s t a s , a j u d a r a m
continuamente a enfraquecer o
Movimento Estudantil – e distanciá-
lo da luta das/dos trabalhadoras/
es do campo e da cidade,
r e f o r ç a n d o s u a c o n d u t a
corporativista. Tal como o
m o v i m e n t o s i n d i c a l , n ã o
conseguiu destruir a estrutura
oficial. Isso significou a contínua
evolução das práticas legalistas
de ação e as práticas cupulistas
de decisão.
A política de capitulação da
UNE se intensificou no governo
FHC. Na greve de 2001, a
entidade só aderiu ao movimento
quando o governo acabou com o
monopólio da confecção de
carteiras de estudantes para meia
-entrada. A eleição de Lula em
2002 só veio expor claramente
esta situação, uma vez que a UNE,
t o t a l m ent e b u r o c ra t i z ad a ,
começou a servir de Secretaria da
Juventude do Ministério da
Educação. Inclusive, fazendo
p a r t e d o C o n s e l h o d e
Desenvolvimento Econômico e
Social.
A partir de então, o PSTU puxa
uma ruptura com a UNE e forma a
Coordenação Nacional de Lutas
Estudantis (CONLUTE). Apesar de
sair da entidade, o Partido teve
uma concepção e prática
policlassista para o Movimento
Estudantil, mantendo as práticas
p o l í t i c a s g o v e r n i s t a s e a
colaboração de classe. Com isso
mantém uma política de aliança
com o PSOL, que faz parte da atual
diretoria da UNE. A CONLUTE nunca
se consolidou. Mesmo com os
pedidos humilhantes do PSTU o PSOL
nunca aderiu à entidade. Embora
atue com a mesma concepção, o
PSOL tem uma ação mais
destruidora para o movimento, pois
sua colaboração de classe sempre
foi feita sem constrangimentos. Sem
nenhuma vergonha, todas as
correntes ligadas ao partido
liquidaram as recentes mobilizações
estudantis de massa. O objetivo
principal sempre foi se concentrar
em tentar fazer uma débil oposição
parlamentar à UJS na UNE, através
da Frente de Oposição de Esquerda
(FOE) - frente essa que já acabou.
Por sua vez, a política do PSTU de
aliança com este setor só conduz o
movimento para sua tota l
desmobilização e desorganização.
Não rompe definitivamente com a
UNE e com o governismo. Não por
acaso foram estas correntes que
acabaram com a Ocupação da
USP e da UnB, além de terem
apostado todas suas fichas na
mobilização legalista, por dentro
dos conselhos universitários, contra o
REUNI. Elas não acreditam na
capacidade de mobilização e
ação das/dos estudantes.
O Movimento Estudantil, para o
setor majoritário, é puro aliciamento
partidário. Para esse setor, a/o
estudante serve apenas de "boiada"
em atividades específicas, tal qual
a prática parlamentar dos Partidos.
Procuram as/os estudantes para
representá-las/os e não para trazer
estes para a luta reivindicativa. Um
e x e m p l o d e s t a p o l í t i c a
colaboracionista foi a adoção, no
Congresso de Betim da CONLUTAS,
de uma limitação de 10% no peso
da participação estudantil. Essa
medida leva o Movimento Estudantil
a se distanciar da aliança com
o u t r a s f r a ç õ e s d a c l a s s e
trabalhadora.
Como consequência, temos a
política equivocada do setor
majoritário da CONLUTAS, de
convocar um congresso para
formar uma entidade semelhante a
UNE. Os Diretórios Acadêmicos,
DCE’s e Executivas de Cursos
devem estar em uma Central de
Classe e não em organização como
a UNE!
Por isso, é mais do que necessário
organizar o movimento estudantil
com uma verdadeira mobilização
pela base. E romper definitivamente
com a UNE e os para-governistas.
As práticas policlassistas do
Parlamentarismo Estudantil que
assolam o Movimento Estudantil
desde a década de 80 devem ser
destruídas. Precisamos construir um
movimento classista e combativo
que leve para as ruas bandeiras
como acesso livre, fim dos cursos
pagos e voto universal em todas
as instâncias.
Como dito anteriormente o setor partidário não acredita na
capacidade de mobilização da base das/dos estudantes e
também veem nas/nos estudantes possibilidades de aumentar seu
campo de eleitora/es. Devido a isso os partidários desejam e
tentam subordinar o Movimento Estudantil as suas direções de
partidos/vanguardas ignorando a vontade das bases do movimento
– entendemos como base as pessoas que estão dentro da
realidade que dá origem/mantém
o movimento social (no nosso caso, o movimento estudantil),
sabendo essa base a melhor forma de como se gerir, pois só ela
m e l h o r e n t e n d e s u a s necessidades.
Essa infiltração acaba levando
a perda de caráter tornando o ME
mero comício partidário que não
s e i m p o r t a m c o m a conscientização de base e sim
com fortalecimento do eleitorado/partido. Essa triste realidade deixa
o ME (assim como todos os movimentos sociais na qual
podemos ver o emparelhamento) desmobilizado e enfraquecido,
pois o movimento perde seu caráter.
O campus Realengo passa por
esse período de desmobilização do ME tendo duas correntes de
grande influência: o partidarismo e o conservadorismo. Essas duas
correntes tentam criar dentro da unidade uma realidade baseada
n a d o m i n a ç ã o d a s / d o s estudantes. Essa dominação se
propaga nas regras, posturas, morais impostas (sem qualquer
consulta/conscientização prévia), burocracias e toda questão
psicológica (de dominação) que estes acarretam.
A/o aluna/aluno se sente desmobilizado e insatisfeito e
não consegue se organizar, pois estas correntes criam
todos os mecanismos de desmobilização,
como a difamação, a chacota, as punições e
impedimentos (boicote de informação, de
part icipação etc.) . Mesmo insat i s feita/
insatisfeito a/o aluna/aluno “vendo-se sozinha/
o” acaba dissolvendo-se e alienando-se (alienação
ocorre quando todas as forças de um indivíduo são
gastas em prol de outro/classe e este indivíduo acaba
incorporando a realidade dessa outra classe no seu
d i a - a - d i a s e m s e preocupar com sua
realidade ou de sua classe).
O m o v i m e n t o
estudantil nasce da mobi l i zação das
m a s s a s , d a organização de
baixo para cima; é a expressãooprimidos contra a
r e p r e s s ã o v i n d a d o s dominadores, utilizando da sua
força para a derrota destes
REFERENCIA:
(CONSTRUINDO O MOVIMENTO
ESTUDANTIL CLASSISTA E COMBATIVO —
TESES DE CONSTRUÇÃO 2008-2010)
A REALIDADE DO COLÉGIO PEDRO II
opressores. Nós nos vemos como classe dominada e explorada, e devemos lutar junto com a classe trabalhadora pela nossa emancipação. das oprimidas e
É necessário que haja o apoderamento de nossas lutas por todas e todos aquelas/aqueles que são explorados, dominados e
massacrados na nossa sociedade, seja pelo machismo/patriarcado, eurocentrismo/racismo, pela propriedade privada, pela
heteronormatividade/cis-normatividade etc. É necessário que a luta seja emponderada pela mulher, pela negra e negro, pelas/os sem-teto, pelas
moradoras e moradores de favela, pelos povos indígenas etc. Portanto, é
necessáro criar um movimento estudantil de baixo para cima!
TODO PODER AO MOVIMENTO ESTUDANTIL!
A NOSSA LUTA É TODO DIA COM AÇÃO DIRETA, APOIO MÚTUO E AUTONOMIA!
PELO FIM DA DOMINAÇÃO E PELA DEMOCRACIA DIRETA!
PRINCÍPIOS DA TENDÊNCIA “NÓS DA BASE”
ANTICAPITALISMO
Por ser o capitalismo (sistema político-econômico-social baseado nas
noções de propriedade privada dos meios de produção, no trabalho
alienado, na exploração, dominação e coerção) perpetuador da miséria,
sofrimento e morte da maior parte da população para manter uma minoria
com riqueza, luxo e poder. É necessário o fim deste sistema e a construção de
um novo, na qual a classe dominada e explorada controle os meios de
produção, possam se organizar e tomar suas próprias decisões, sem se subordinar
APOIO MÚTUO: Por ac red i ta rmos que o
movimento estudantil deve ser um movimento de base classista, ele deve
buscar a fraternidade com todos os outros movimentos de base dando
apoio e recebendo ajudas para que p o s s a m o s j u n t o s c o m n o s s a s
companheiras e companheiros de luta criar uma luta amistosa e forte. O
movimento estudantil (como todos os outros movimentos sociais) é formado
por luta e estudo, portanto a a p r o x i m a ç ã o c o m o s o u t r o s
movimentos nos ajuda a estudarmos a realidade para assim podermos lutar de
forma coerente, sem perder a autonomia estudantil do movimento.
AÇÃO DIRETA:
Apoiamos a ação direta como forma de luta e pressão aqueles que nos
dominam e nos oprimem. Acreditamos que devemos conseguir nossas
reinvindicações com paralizações, b o i c o t e s , g r e v e s , p a s s e a t a s ,
manifestações etc. Precisamos ter um movimento contrário à ação indireta, ou
seja, fazer um movimento contrário às ações que utilizam dos meios
intermediários burocráticos. Não podemos recorrer a parlamentos,
candidatos, direções/reitorias ou qualquer outro meio na qual o movimento fique
subordinado a entidades de fora. Devemos pressionar quem nos domina
com organização e luta!
DEMOCRACIA DIRETA:
Há necessidade (para que o movimento tenha seu real caráter
emancipador) que ele seja construído pela base. Isso significa que todas as
decisões que cabem ao ME devem ser feitas em assembleia na qual todos as/os
estudantes tenham direito a voz e a voto. Lutamos pelo fim do domínio e alienação,
portanto não podemos deixar que alguns tomem as decisões para sí (submetendo o
movimento a suas ideologias e necessidades), mesmo que esses digam
ser iluminados e conhecedores toda a necessidade do movimento.
TENDÊNCIA
A tendência tem como objetivo coordenar as forças das/dos estudantes conscientes e com uma afinidade definida, para que essas
alunas/alunos possam agir dentro do movimento estudantil de forma organizada sem que tenham a insatisfação de serem rechaçadas/os
e perseguidas/os pelos autoritários. A tendência não tem como objetivo substituir o movimento social (como fazem partidos, direções,
governos quando emparelham o movimento) e sim atuar dentro dele buscando trabalhar no movimento estudantil nossos princípios (se
adaptando a realidade e integrando a realidade a tendência). O "Nós da base" quer despertar dentro do movimento estudantil todos os
ideias que constituem um movimento classista e autogestionário para que o sonho de construirmos uma sociedade de Poder Popular esteja
mais próximo.
A tendência "Nós da base" é um grupo de estudantes do CPII-Realengo que surgiu a partir da indignação coletiva sobre o sistema
explorador capitalista e a invasão de partidos e organizações que deturparam o objetivo do movimento estudantil. Nós não somos
vanguarda, nem centralistas. Nós acreditamos na força da base, acreditamos num movimento popular na qual não estejamos subjugados
a nada nem ninguém.
Poder popular!
Autogestão!
Movimento de base!
A FORÇA COLETIVA BEM COORDENADA, NA QUAL TODAS/TODOS ESTÃO BEM CONSCIENTES DO USO DE SUAS FORÇAS CONSEGUE FAZER O QUE A FORÇA INDIVIDUAL OU DESCOORDENADA NÃO FAZ EM UMA
INFINITUDE DE TEMPO.