38
Graziela Andrade Maria Aparecida Moura Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Ciência da Informação Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação Linha de Pesquisa: Informação, Cultura e Sociedade

Nos Em Rede Eeffto

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Apresentação do Nós em Rede no VIII Seminário de Dança Contemporânea, Escola de Educacão Física, UFMG. Nov/09

Citation preview

Page 1: Nos Em Rede Eeffto

Graziela AndradeMaria Aparecida Moura

Universidade Federal de Minas GeraisEscola de Ciência da InformaçãoPrograma de Pós-graduação em Ciência da InformaçãoLinha de Pesquisa: Informação, Cultura e Sociedade

Page 2: Nos Em Rede Eeffto

2

Nós em RedeNós em Rede

Informação = signo (Peirce)

Semiose = produção de sentido

Informação no lugar da criação e interação humana. É da ordem do processo (descola-se). Está em pleno movimento de significação;

Informação enquanto signo, envolve as relações homem x mundo;

Page 3: Nos Em Rede Eeffto

3

Nós em RedeNós em Rede Corpo como suporte informacional.

Page 4: Nos Em Rede Eeffto

4

Nós em RedeNós em Rede

Corpo como suporte informacional. Constitui-se a partir das ininterruptas trocas informacionais que realiza com o meio;

Page 5: Nos Em Rede Eeffto

5

Nós em RedeNós em Rede

Page 6: Nos Em Rede Eeffto

6

Nós em RedeNós em Rede

Contexto sócio-cultural em que os corpos estão inseridos e que envolvem as técnicas de cada período;

As Tecnologias da Informação complexificam os processos de mediação humana, com o acréscimo de mais e mais interfaces.

Page 7: Nos Em Rede Eeffto

7

Nós em RedeNós em Rede

Page 8: Nos Em Rede Eeffto

8

Nós em RedeNós em Rede

A atmosfera social cotidiana na qual estamos envoltos, densa em fluxos informacionais, dinamiza os movimentos de criação que os nossos corpos expressam em um ininterrupto processo semiósico. Sob tal perspectiva, compreendemos que o corpo é constituinte e constituído por nossas práticas informacionais.

Page 9: Nos Em Rede Eeffto

9

Nós em RedeNós em Rede Evidenciar os processos de significação e

construção de sentido. Objeto Movasse, Imagens Deslocadas (2006/2007)

Quadro das Vídeo Cartas

Ester Andréa Arão Fábio Semana

1 VC1

Alto de uma Serra

Canteiro de Avenida

Coreto de praça pública

Área de Lazer de prédio

Semana 2

VC2 Estacionamento Estacionamento Corredor de casa com TV ligada

Em cima de uma Árvore

Semana 3

VC3 Diante do farol de um carro com motor ligado

Vestiário de um clube

Dentro de uma Igreja

Linha de Trem

Semana 4

VC4 Em cima da Cama

Tanque de Areia Escadaria de prédio

Dentro de uma Cachoeira

Semana 5

VC5 Cozinha e área de serviço de casa

Praça pública em frente a praia

Praça pública com flores

Pista de um Boliche

Semana 6

VC6 Estátuas em Praça pública

Box de banheiro com pétalas de flores

Dentro do Armário (Censurada)

Quarto de Hotel com colar cervical

Semana 7

VC7

Em cima de grades de luz em praça pública

Dentro de Loja Diante do Computador

Barragem de contenção em beira de estrada

Semana 8

Esp

aço

s e

/ou

Ele

me

nto

s

VC8 Parque de brinquedos em um clube

Dentro de estúdio de áudio

Sala de dança Carrossel de parque de diversões

Page 10: Nos Em Rede Eeffto

10

Vídeo CartasVídeo Cartas

Page 11: Nos Em Rede Eeffto

11

Vídeo CartasVídeo Cartas

Page 12: Nos Em Rede Eeffto

12

AbordagemAbordagem

Análise: Crítica Genética (Ostrower e Salles). Reconstrução da obra voltando-se para o processo criativo;

Conceitos Semióticos: Signo, Semiose, Observação Colateral, Criação, Percepção, Projeto e Concepção Semiósica, Tradução Intersemiótica;

Tecido Informacional: Luz, cenário, figurino, trilhas e cenas. Construção de sentido que permeou as ações criativas;

Page 13: Nos Em Rede Eeffto

13

AbordagemAbordagem

Análise: Crítica Genética (Ostrower e Salles). Reconstrução da obra voltando-se para o processo criativo;

A crítica genética é uma investigação que vê a obra de arte a partir de sua construção. Acompanhando seu planejamento, execução e crescimento, o crítico genético preocupa-se com a melhor compreensão do processo de criação. É um pesquisador que comenta a história da produção de obras de natureza artística, seguindo as pegadas deixadas pelos criadores. Narrando a gênese da obra, ele pretende tornar o movimento legível e revelar alguns dos sistemas responsáveis pela geração da obra. (SALLES, 2004, p.12-13)

Page 14: Nos Em Rede Eeffto

14

Período Mediação Objetivo Abordagem

1Final de Agosto a início de outubro de 2006 (8 semanas)

Vídeo-CartasCompreender o modelo criativo e participar, como espectadora, das composições elaboradas como possibilidades de cena.

Acompanhamento da produção das VC a medida em que iam sendo publicadas no you tube.

2 Novembro de 2006 Primeira entrevista

Buscar entender o ponto de vista dos sujeitos implicados no processo de criação a respeito das trocas que estabeleceram e da influência das tecnologias no processo, em um momento onde as sensações eram recentes.

Entrevistas com o grupo de bailarinos ao fim do processo de criação das VC.

3 Novembro de 2006 DocumentárioProduzir um vídeo com as falas dos bailarinos para apresentação em um seminário em sala de aula.

Produção de um vídeo documentário com o material das entrevistas.

4 Março a Julho de 2006

Pesquisa Bibliográfica

Buscar aporte teóricos na Ciência da Informação através da identificação de autores que discutam a informação constituída a partir do contexto sócio-cultural

Pesquisa em Livros, artigos de periódicos, sites da internet, dissertações e teses da área e afins.

5Agosto a Dezembro de 2006

Revisão de Literatura

Analisar discussões instauradas sobre os temas corpo e tecnologias, considerando o campo acadêmico e o da arte. Levantar os conceitos que dão suporte a essas discussões.

Avaliação de produção científica especializada, pesquisa em livros de distintas áreas, busca de artigos e consulta a sites especializados.

6 Março de 2007Estréia em SãoPaulo

Não foi possível acompanhar pessoalmente a estréia, mas adquirimos uma cópia em vídeo do espetáculo para nossas análises.

Estréia do Espetáculo no programaRumos Itau Cultural com posterior debate entre os artistas e críticos.

7 Março de 2007 ClippingAcompanhar a recepção do espetáculo para o público especializado em dança, bem como sua divulgação.

Leitura de críticas e resenhas sobre o espetáculo em jornais e sites web(ver anexo)

8 Janeiro aJulho de 2007

Pesquisa Bibliográfica Especializada

Compreender a abordagem da teoria semiótica e identificar os conceitos que seriam utilizados.

Pesquisa em papers e manuscritos de Peirce e consulta à livros e artigos de autores que refletem sobre sua obra.

9 Setembro de 2007Ensaio no espaçoMovasse

Coletar imagens em momentos distintos que permitissem explicitar construções entre as VC, espetáculos e ensaios. Experimentar o espetáculo na ausência de sua plenitude cênica (sem figurino, luz, cenário)

Registro por meio de fotografias do ensaio do grupo no espaço Movasse.

10 Setembro de 2007 Ensaio no Teatro

Coletar imagens variadas para nossa análise, perceber a preparação dos bailarinos para o espetáculo e acompanhar suas decisões em inserir novos elementos das VC nas cenas usando, inclusive, ferramentas tecnológicas.

Registro por meio de vídeo do ensaio geral do grupo no Teatro em Belo Horizonte.

11 Setembro de 2007Apresentação emBelo Horizonte

Assistir o espetáculo no momento em que se conjugaram todos os elementos cênicos construídos criativamente. Experimentar o lugar do receptor e buscar as sensações despertadas e percebidas nesta posição.

Espetáculo assistido em BeloHorizonte, Teatro Atiaia.

12Agosto aNovembro de 2007

Pesquisa Complementar

Levantar pensamentos filosóficos e da dança que pudessem sustentar a subjetividade que o tema havia alcançado.

Aproximação inicial da obra de Deleuze por meio de site e livros do próprio autor e seus leitores. Retorno as temáticas levantadas por José Gil e Helena Katz, através de seus livros.

13 Dezembro de 2007Entrevista parcialmenteestruturada

Realizar entrevistas individuais com auxílio de uma equipe de vídeo para produzir um resultado final de qualidade. Elaborar e aplicar três questionários semelhantes: um para bailarinos, um para a equipe cênica e outro para a interocutora.

Execução e registro videográfico das entrevistas com os bailarinos e também com os demais membros da equipe, seguindo a previsão dos roteiros.

14Janeiro a Setembro de 2008

DissertaçãoReunir a pesquisa teórica e as análises realizadas de forma consistente e bem estruturada ao entendimento.

Elaboração dessa dissertação por escrito.

15 Outubro de 2008 Vídeo Final

Registrar, resumidamente, as análises realizadas nessa pesquisa, como forma de auxílio em se exprimir nossos registros e conclusões referentes a essa dissertação.

Vídeo roteirizado, editado e produzido a partir das últimas entrevistas, inclui ainda imagens das outras etapas.

Quadro Metodológico

Eta

pa

2E

tap

a 1

Eta

pa

3

Page 15: Nos Em Rede Eeffto

15

Nós em RedeNós em Rede

Tecer Signos,

Conceber arte

Page 16: Nos Em Rede Eeffto

Silma Dornas, figurinista:

• Imagens Deslocadas, roupas deslocadas. Eu

desloquei, né! Foi uma coisa assim...é muito sutil e eles

viram isso. Mas, o público, só quem é mais atento que vê,

porque gola era perna, gola era manga, manga era gola.

16

Cores e Sons: Um deslocamento de Cores e Sons: Um deslocamento de qual idadesqualidades

Page 17: Nos Em Rede Eeffto

17

Cores e Sons: Um deslocamento de Cores e Sons: Um deslocamento de qual idadesqualidades

Page 18: Nos Em Rede Eeffto

Silma Dornas, figurinista:

• Foi completamente intuitivo. Estava todo mundo tão interligado na coisa que ela fluiu de maneira super harmônica (...) totalmente atropelado pelo processo do tempo, mas eu falei assim: Ta faltando aquele vermelho naquela hora lá! Ai eu senti e todo mundo sentiu, então foi bem bacana.

• Também o que me influenciou foram as cores, porque tem cores que no trabalho são muito fortes. Então eu tentei trabalhar com essas cores e talvez até algumas estampas. Mas, como a gente tem sempre um tempo muito curto, um monte de coisa não pode se realizar (...) Eu tive uma semana pra fazer o figurino.

18

Cores e Sons: Um deslocamento de Cores e Sons: Um deslocamento de qual idadesqualidades

Page 19: Nos Em Rede Eeffto

19

Cores e Sons: Um deslocamento de Cores e Sons: Um deslocamento de qual idadesqualidades

Page 20: Nos Em Rede Eeffto

Kiko Klaus, músico:

• Em minha primeira decupagem (...) peguei todas as Vídeo-

Cartas, uma por uma e fui ouvindo áudio por áudio sem ver

o vídeo. Porque eu já tinha visto, ai eu pensei: não, agora

eu quero simplesmente ter a referência auditiva disso.

Aonde isso me leva? Que imagem sonora é essa? (...)

Como isso se traduziu na minha maneira de

interpretar o todo do espetáculo? (...) como isso se

traduziu e aí sim ter uma imagem global de como eu

poderia em cada cena traduzir essa informação das

imagens e dos áudios, mas em forma de trilha.

20

Cores e Sons: Um deslocamento de Cores e Sons: Um deslocamento de qual idadesqualidades

Page 21: Nos Em Rede Eeffto

Kiko Klaus, músico:

• Havia muita coisa muito rica, desde sons, por exemplo, o

Arão fez coisas dentro de igreja então tinha, às vezes o

solado do sapato no chão da igreja com aquele

reverberação, daquele ambiente muito vivo, muito vidro,

muito cimento, então ficava um som muito rico! O Fábio

fez uma outra na cachoeira, essa foi muito curiosa porque

enquanto ele tava filmando (...) havia uma criança, uma

menina que tava cantando, aleatoriamente, e isso foi a

base de uma melodia. Então eu peguei isso, peguei só a

frase da menina com o barulho da cachoeira.

21

Cores e Sons: Um deslocamento de Cores e Sons: Um deslocamento de qual idadesqualidades

Page 22: Nos Em Rede Eeffto

22

Cores e Sons: Um deslocamento de Cores e Sons: Um deslocamento de qual idadesqualidades

Talvez sejam apenas marcas do acaso, mas é curioso notar como o

movimento de pausa da bailarina foi um dos

elementos que o músico utilizou para instaurar o início do

movimento de aceleração da trilha.

Page 23: Nos Em Rede Eeffto

Fábio Araújo, cenógrafo: • Os bailarinos entendiam que o cenário tinha que ser o mais

invisível possível. Era um pré-requisito já. O objetivo era valorizar os movimentos, valorizar os corpos, valorizar a presença das pessoas. E o cenário ele se tornou, eu não digo secundário, mas ele se tornou um suporte ao que foi visto no dia a dia durante as Vídeo-Cartas. Então o desafio maior foi transpor o uso das Vídeo-Cartas, transpor as imagens, transpor os meios que eles utilizaram para o cenário. Então, nesse momento eles deram o norte da pesquisa, em que o cenário precisava ser fácil de ser montado e desmontado, o cenário precisava... tinha que ser "invisível" para o público, para que ele influenciasse o mínimo possível aquela concepção de imagem.

23

Luzes e espaços: Tradução de Luzes e espaços: Tradução de sentidosentido

Page 24: Nos Em Rede Eeffto

24

Luzes e espaços: Tradução de Luzes e espaços: Tradução de sentidosentido

Page 25: Nos Em Rede Eeffto

25

Luzes e espaços: Tradução de Luzes e espaços: Tradução de sentidosentido

Page 26: Nos Em Rede Eeffto

26

Luzes e espaços: Tradução de Luzes e espaços: Tradução de sentidosentido

Page 27: Nos Em Rede Eeffto

Márcio Alves, iluminador • Eles me propuseram brincar com o claro e o escuro,

eu fui o elemento que direcionou o olhar do espectador. (...) Apesar de eu ter acompanhado desde o início, eu conclui. Eu fui só vendo, me alimentando, mas não deixando nada definido, eu só sentei pra trabalhar quando isso já estava estruturado .

• (...) as entradas e saídas de efeito, sempre, eu procurei encaixar num momento musical e as cores eu utilizei em função do figurino, pra valorizar o figurino.

• (o uso da luz)... Para poder passar essa idéia de levantar a Ester, aquela coisa assim onde ela meio que flutua, né. Lá no início quando eles vão aparecendo, aquele contra luz que vem. O Arão também, meio que a luz passa por baixo dele (referindo-se ao momento em que o bailarino está na caixa). Então acho que é fundamental nesse sentido. 27

Luzes e espaços: Tradução de Luzes e espaços: Tradução de sentidosentido

Page 28: Nos Em Rede Eeffto

28

Luzes e espaços: Tradução de Luzes e espaços: Tradução de sentidosentido

Page 29: Nos Em Rede Eeffto

29

Luzes e espaços: Tradução de Luzes e espaços: Tradução de sentidosentido

Page 30: Nos Em Rede Eeffto

30

Luzes e espaços: Tradução de Luzes e espaços: Tradução de sentidosentido

Page 31: Nos Em Rede Eeffto

Gabriela Cristófaro, interlocutora• Teve uma cena da Andréa, do banheiro, que a gente

trabalhou também. (...) Porque na imagem do vídeo teve uma coisa muito interessante que o olho da gente não parava (...) E na cena dela, eu tentei discutir isso com ela: Como que o corpo dela ia trazendo esse impulso sem ter uma interrupção? É como se a gente conseguisse fechar o espaço do olhar, sabe como? Tipo, preenchido o tempo todo, com aquele movimento, com aquela dramaticidade que eu via. (...) O que eu sinto é que ela constrói um espaço como se tudo se resumisse àquele pedaço, você não precisa ver o resto. Ela fecha o olhar, ela faz um recorte no espaço que ao mesmo tempo não é um recorte, porque ela está tomando conta de tudo.

31

Informação em ação: o movimento Informação em ação: o movimento semiósico na concepção de cenassemiósico na concepção de cenas

Page 32: Nos Em Rede Eeffto

32

Informação em ação: o movimento Informação em ação: o movimento semiósico na concepção de cenassemiósico na concepção de cenas

Page 33: Nos Em Rede Eeffto

33

Informação em ação: o movimento Informação em ação: o movimento semiósico na concepção de cenassemiósico na concepção de cenas

Page 34: Nos Em Rede Eeffto

34

Informação em ação: o movimento Informação em ação: o movimento semiósico na concepção de cenassemiósico na concepção de cenas

Page 35: Nos Em Rede Eeffto

35

Informação em ação: o movimento Informação em ação: o movimento semiósico na concepção de cenassemiósico na concepção de cenas

Page 36: Nos Em Rede Eeffto

Fábio Dornas, bailarino• A gente tentou ser o mais fiel. Assim, em não

simplesmente pegar aquele movimento e: Vamos copiar esse movimento? Apesar de que tem coisas em que as sensações eram tão fortes que eles ficaram porque eram fortes mesmo.

• - Então, quem vê as Vídeo-Cartas fala assim: Ah! Nó! Remete àquilo.

• - E até, às vezes, vê e fala: Nó era aquilo mesmo!• - Tem gente que vê e fala: Nossa aquilo ali, foi

transformado em não num sei o quê... Mas, eu enxerguei você na cachoeira, eu enxerguei! Mas era em uma coisa completamente diferente. Era uma fidelidade à sensação e que foi dificílima!

36

Informação em ação: o movimento Informação em ação: o movimento semiósico na concepção de cenassemiósico na concepção de cenas

Page 37: Nos Em Rede Eeffto

37

Informação em ação: o movimento Informação em ação: o movimento semiósico na concepção de cenassemiósico na concepção de cenas

Page 38: Nos Em Rede Eeffto

38

[email protected]@gmail.com

www.nosemrede.blogspot.com

Obrigada!