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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU FECLI CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS JANILANE FELIPE DA SILVA O PAPEL DA ESCOLA COMO PROMOTORA DE SAÚDE: PERCEPÇÃO DE PROFESSORES E ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE QUIXELÔ/CE IGUATU-CEARÁ 2014

O papel da escola como promotora de saúde percepção de professores e alunos de escolas públicas de quixelô ce - janilane felipe da silva

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ - UECE

FACULDADE DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E LETRAS DE IGUATU – FECLI

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

JANILANE FELIPE DA SILVA

O PAPEL DA ESCOLA COMO PROMOTORA DE SAÚDE:

PERCEPÇÃO DE PROFESSORES E ALUNOS DE ESCOLAS

PÚBLICAS DE QUIXELÔ/CE

IGUATU-CEARÁ

2014

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JANILANE FELIPE DA SILVA

O PAPEL DA ESCOLA COMO PROMOTORA DE SAÚDE:

PERCEPÇÃO DE PROFESSORES E ALUNOS DE ESCOLAS

PÚBLICAS DE QUIXELÔ/CE

Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para a conclusão do curso. Orientação: Prof. Dr. Fernando Roberto Ferreira Silva

IGUATU-CEARÁ

2014

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S586p Silva, Janilane Felipe da.

O Papel da Escola como Promotora de Saúde: percepção de

professores e alunos de escolas públicas de Quixelô-Ce / Janilane

Felipe da Silva. [Orientada por] Fernando Roberto Ferreira Silva. –

Iguatu, 2014.

37 p.

Monografia (Graduação) – Universidade Estadual do Ceará,

Coordenação do Curso de Licenciatura Plena em Ciências

Biológicas, Iguatu, 2014.

1. Saúde 2. Projetos 3 Resultados 4.Avaliação 5. Escola I. Silva, Fernando Roberto Ferreira (Orient.) II. Universidade

Estadual do Ceará – UECE – Graduação (Licenciatura) em Ciências

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RESUMO

A execução desse estudo apresenta como principal objetivo investigar se as ações promovidas pelas escolas da rede pública de ensino de Quixelô/CE em parceria com a secretaria de saúde, voltadas para a promoção da saúde, são consideradas eficazes na percepção dos professores e alunos das escolas pesquisadas. É relevante essa investigação, já que contribui para uma melhor visão de como funciona a promoção de saúde na escola e, principalmente, se existe a execução de projetos direcionados para esta promoção e se estes produzem resultados significativos. Trata-se de uma investigação realizada em duas escolas da rede pública de ensino de Quixelô/CE. Uma escola municipal, que é a E.E.F. José Maia Filho e uma estadual, a E.E.M. Professor Luiz Gonzaga da Fonseca Mota. A pesquisa foi realizada com professores das duas escolas e alunos da escola de Ensino Médio. Os resultados mostram que as ações promovidas pelas escolas da rede pública de ensino de Quixelô/CE recebem uma avaliação positiva dos sujeitos da pesquisa, em relação às questões abordadas, mas, não se mostram totalmente conclusivos, abrindo espaço para futuros estudos sobre o tema. Palavras-chave: Projetos; Resultados; Avaliação.

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ABSTRACT

Running this study has as main objective to investigate whether the actions promoted by public schools teaching Quixelô / CE in partnership with the health department , dedicated to promoting health , are considered effective in the perception of teachers and students of schools surveyed . It is relevant to this research , since it contributes to a better vision of how health promotion in school work , and especially if there is the implementation of projects targeted for this promotion and these produce significant results . This is an investigation carried out in two public schools teaching Quixelô / EC . A public school , which is the E.E.F. José Maia Filho and a state , the E.E.M. Professor Luiz Gonzaga da Fonseca Mota . The survey was conducted with teachers from both schools and students of high school . The results show that the actions promoted by public schools teaching Quixelô / EC receive a positive evaluation of the subjects in relation to the issues raised , but not fully conclusive show , paving the way for future studies on the topic . Keywords: Project, Results, Rating.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 08

2 OBJETIVOS ................................................................................................. 10

2.1 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 10

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .......................................................................

3 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................

3.1 PROMOÇÃO DA SAÚDE ...........................................................................

3.2 EDUCAÇÃO E SAÚDE ...............................................................................

3.3 SAÚDE NA ESCOLA ..................................................................................

10

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11

12

14

4 METODOLOGIA ......................................................................................... 17

4.1 TIPO DE PESQUISA .................................................................................. 17

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ....................................................................... 17

4.3 LOCAL DA PESQUISA .............................................................................. 18

4.4 COLETA DOS DADOS ............................................................................... 18

4.5 ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................. 19

4.6 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA ....................................... 19

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 20

5.1 PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES .......................................................

5.2 PERCEPÇÃO DOS ALUNOS ....................................................................

20

22

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 28

REFERÊNCIAS............................................................................................. ... 30

APÊNDICES .................................................................................................... 32

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1 INTRODUÇÃO

A relação entre saúde e educação tem ganhado mais espaço na

promoção de políticas públicas relacionadas a esses dois setores, o que se

pode atribuir, principalmente, às transformações na concepção de fazer

educação nas últimas décadas, acentuando a função social da escola.

Isso implica na atenção não apenas com a mera escolaridade do

aluno, mas, uma atenção maior ao ser humano de uma forma holística, ou seja,

o ser humano é compreendido em um todo, por isso, o corpo não pode ser

tratado como algo isolado, fenômeno que já vem sendo intensificado no âmbito

da saúde. Na educação, essa visão holística aponta norteamentos que

oferecem novas propostas voltadas para uma visão integral da pessoa

(BRASIL, 1997a).

A promoção de saúde, então, apresenta uma concepção na qual o

pensar e agir deve atuar de forma sintonizada com o processo educativo, que

tem como finalidade, a formação de pessoas e a realização de projetos

pedagógicos que visem o direito à vida (BRASIL, 2009).

Que a educação acaba reunindo condições favoráveis para a prática

promotora em saúde, é fato, já que a educação é, inquestionavelmente, a base

formadora do homem que transforma, atua sobre a sociedade, conquista sua

cidadania e, assim, a qualidade nesse aspecto indubitavelmente está

relacionada à qualidade em saúde, dignidade, à qualidade de vida de uma

forma geral (BRASIL, 2008a).

Essa educação para a promoção em saúde de que trata este estudo,

acontece na escola, no cotidiano da sala de aula, sendo, pelo menos,

teoricamente, realidade projetada. É relevante, porém, observar a realidade

prática, a promoção da saúde acontecendo e como vem acontecendo.

É necessário observar se elas acompanham orientações

determinadas no projeto político pedagógico e se contemplam políticas

públicas educacionais voltadas para este aspecto e, o mais importante, se o

profissional de educação tem sido preparado para essa abordagem.

Foi com base nesses pressupostos que se planejou a produção

deste estudo, sabendo que seria importante uma investigação mais ampla

sobre o tema, nas escolas, mas, delimitando-a nesta pesquisa, para a

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percepção dos professores, tendo como cenário, escolas públicas do Ensino

Fundamental e Médio, localizadas em Quixelô/CE, na zona urbana, como

também a percepção de alunos do Ensino Médio do referido município.

Sabe-se que as escolas nas quais foi realizada a pesquisa, têm

configuradas práticas como palestras, visitas do dentista com escovação

supervisionada, aplicação de flúor e bochecho fluoretado, orientações de

fisioterapeuta e educador físico, atendimento especializado de psicólogo e

assistente social, entre outras. Assim, neste estudo, o que se apresenta como

questão norteadora para a pesquisa, é responder ao seguinte problema: as

práticas desenvolvidas na escola, voltadas, para a promoção da saúde são

consideradas eficazes na percepção dos professores e alunos?

Parte-se do pressuposto que, pelo fato de existir documentos

norteadores das práticas de promoção de saúde na escola, o que se supõe que

haja orientações e diretrizes bem definidas para essas ações, o que se admite

como mais provável é que as ações, mesmo que em processo gradativo,

venham produzindo efeitos significativos.

Não se exclui, no entanto, as dificuldades que podem vir desse

processo, por implicar em mudanças que afetam diretamente a escola e,

principalmente, a ação docente, então, a possibilidade de que possa ainda

existir desafios para a adaptação a uma prática mais efetiva de promoção de

saúde pode fazer parte da realidade pesquisada.

O interesse pela abordagem deste tema é porque se considera

importante fazer uma investigação mais precisa quanto à eficiência do elo

saúde e educação, no que se refere às ações que são desenvolvidas na

escola. É relevante essa investigação, já que contribui para uma melhor visão

de como funciona a promoção de saúde na escola e, principalmente, se existe

a execução de projetos direcionados para esta promoção e se estes produzem

resultados significativos.

Acredita-se no elo necessário entre educação e saúde, e, sobretudo,

que existe potencial para um trabalho efetivo nesse sentido, porém, será a

partir das ações que serão observadas e dos questionamentos que serão feitos

aos professores e alunos, que se poderá afirmar se essa credibilidade é válida

ou se este é um processo que não tem se mostrado efetivo ou não tem sido

producente como se desejaria.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Investigar se as ações promovidas pelas escolas da rede pública de

ensino de Quixelô/CE, em parceria com a Secretaria de Saúde, voltadas para a

promoção da saúde, são consideradas eficazes na percepção dos professores

e alunos das escolas pesquisadas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Elencar as ações e programas desenvolvidos nas escolas, voltados

para a promoção da saúde;

- Verificar como o tema saúde é abordado nas escolas;

- Identificar se essas ações têm levado à discussões sobre a

importância da promoção da saúde na escola, além das ações pontuais;

- Identificar se a metodologia para a abordagem em saúde na escola

tem sido considerada adequada pelos sujeitos da pesquisa.

- Apresentar à Secretaria de saúde um relatório com os resultados

obtidos através da pesquisa.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 PROMOÇÃO DA SAÚDE

Tanto o surgimento do Sistema único de Saúde - SUS na década de

80 como a descentralização das ações de saúde possibilita através da

implantação das Estratégias de Saúde da Família-ESF, importantes mudanças

começaram a acontecer, havendo uma maior valorização e preocupação das

políticas de saúde com atividades relacionadas à promoção e prevenção como

também uma participação mais direta do sujeito no seu processo saúde-

doença, estando então, configurada a integralidade da assistência.

A Atenção Primária em Saúde em oposição ao antigo modelo

médico-hospitalocêntrico vem apresentando influência positiva no que diz

respeito aos indicadores do Sistema Nacional de Saúde, “com grande potencial

regulador dos recursos de alta densidade tecnológica, garantindo o acesso

universal aos serviços que tragam reais benefícios à saúde da população”

(BRASIL, 2007, p. 16).

Verificando o modelo assistencial vigente, em relação à Estratégia

Saúde da Família, vê-se que a integração da ESF deve realizar planejamento

para realização de suas atividades, a partir da perspectiva de mudança

proposta pelo SUS, que trabalha de acordo com as necessidades locais de

uma comunidade ou pelo desenvolver do trabalho dos profissionais da ESF, de

forma que cada indivíduo da equipe desenvolva suas atribuições, para que não

haja conflitos de papeis ou sobrecarga para um dos profissionais da equipe

(FIGUEIREDO; TONINI, 2008).

“A Estratégia Saúde da Família consiste em um trabalho conjunto de

diversos saberes, ou seja, interdisciplinar, visando o individuo como um todo e

realizando ações resolutivas” (PAVONI; MEDEIROS, 2009, p. 266).

As mudanças oriundas, principalmente, do processo de implantação

do SUS e do surgimento do Programa Saúde da Família, hoje, Estratégia

Saúde da Família – ESF, foram indicadores da necessidade um novo olhar

para a promoção da saúde, principalmente, o reconhecimento de outros

espaços, pelas políticas de saúde, como a escola, vista como espaço

privilegiado para práticas promotoras da saúde, preventivas e de educação

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para saúde. Pode-se citar como exemplo, o Programa Mais Saúde: Direito de

Todos, lançado pelo Ministério da Saúde, em 2008 (BRASIL, 2008b).

Compreender essa necessidade de parceria educação/saúde

implica, também, em considera-la além do estabelecimento das diretrizes dos

programas que vão surgindo, já que de forma sistematizada, ou não, ações na

escola voltadas para a saúde, sempre estiveram presentes na educação de

uma forma ou outra, como se verá a seguir.

3.2 EDUCAÇÃO E SAÚDE

As concepções em torno da saúde, consideradas na atualidade,

extrapolam a abordagem exclusivamente orgânica, com dimensões bem mais

abrangentes, em que são considerados diversos fatores sociopolíticos,

permeados por ações voltadas para diferentes aspectos da vida do indivíduo, e

que tragam a garantia de que sejam estabelecidas condições sociais

condizentes à qualidade de vida e saúde, suprindo as necessidades reais do

ser humano.

Para a promoção da saúde, é preciso condições sociais satisfatórias,

como as de infraestrutura, saneamento, habitação, educação, trabalho,

atendimento médico, hospitalar, odontológico de qualidade, como, também,

condições de vacina, de informações ao público sobre prevenção de doenças e

formação de atitudes e hábitos para uma vida saudável (RANGEL, 2009).

Numa análise histórica das ações voltadas para a promoção da

saúde na escola, no Brasil, verifica-se que em 1984, foi criado o “Programa de

Saúde do Escolar”, embora, de forma desarticulada, através do Fundo de

Desenvolvimento da Educação, propondo ações cujo objetivo seria

proporcionar aos escolares condições adequadas de promoção, proteção e

recuperação da saúde, de modo que o processo educacional se desenvolvesse

plenamente (GOMES; HORTA, 2010).

Mas, apesar do reconhecimento do importante elo entre educação e

saúde, esse programa não mostrou eficácia, tendo gestão deficiente, sendo

observadas várias irregularidades, ganhando uma segunda versão denominada

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Programa de Saúde Escolar, oriunda da Política Nacional de Educação e

Saúde na Escola, surgida em 2001.

Mas, antes disso, já se tem, no âmbito educacional, através dos

Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN – Temas Transversais (BRASIL,

1997b), o tema voltado para a saúde com os norteamentos para a sua

abordagem na escola, quando este documento apresenta a seguinte reflexão e

orientação.

Não é papel da educação para a saúde, substituir as mudanças

estruturais da sociedade, mesmo porque sabe o quanto se tem uma realidade

problemática, pois, trata-se de mudanças necessárias à garantia da qualidade

de vida e saúde, porém, esta articulação entre educação e saúde pode

influenciar fortemente a sua consolidação. Por mais que se defenda e esta é

uma realidade, que educação para a saúde é responsabilidade, principalmente,

dos serviços de saúde, a escola continua sendo local privilegiado com poder

transformador, tornando-se em uma espaço genuíno de promoção da saúde

(BRASIL, 1997b).

Ao delegar à escola esse papel, que não exerce sozinha, mas, o faz

de forma privilegiada, o que se percebe é a amplitude da visão de um espaço

que pode ser promotor de saúde, principalmente por ser promotora significativa

de transformações na vida do indivíduo.

Para se chegar ao entendimento da necessidade de uma sintonia

maior entre educação e saúde, obviamente, houve todo um processo que

gradativamente vem sendo aperfeiçoado, para que se atinja os objetivos

desejados. No documento abaixo, encontra-se um trecho que sintetiza esse

processo:

A partir dos anos 50 até o início dos anos 2000, passando pela redemocratização do Brasil e pela Constituição Federal de 1988, muitas foram as iniciativas e abordagens que pretendiam focalizar o espaço escolar e, em especial, os estudantes, a partir e/ou dentro de uma perspectiva sanitária. Em sua maioria, tais experiências tiveram como centro a transmissão de cuidados de higiene e primeiros socorros, bem como a garantia de assistência médica e/ ou odontológica. Assim, centraram-se na apropriação dos corpos dos estudantes, que, sob o paradigma biológico e quaisquer paradigmas, deveriam ser saudáveis (BRASIL, 2009).

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Entre essas abordagens, percebe-se em certo período, uma ótica

mais voltada para um tipo de assistência que parecia desvinculada de uma

intensificação do papel da escola promovendo a saúde, de forma a educar o

indivíduo, orientá-lo, leva-lo a construir o conhecimento maior sobre esse

universo dentro da dimensão que a escola pode oferecer. Tinha-se, sim, uma

ótica sanitarista, assistencial, que pode ser exemplificada, por exemplo, quando

se via as ações restringirem-se a aplicação de flúor, periodicamente, em

escolares; os profissionais chegavam realizavam essa ação e o que os alunos

sabiam era que iam para aquela fila, participar daquele processo, quando

muito, sabiam que aquilo evitaria a cárie.

Atualmente, os projetos relacionados à prevenção da cárie,

aplicação do flúor ainda existem, porém, o que se tem, atualmente, é uma

abordagem mais voltada para a orientação nas escolas, não sendo, portanto,

apenas uma ação isolada.

Educação e saúde, concebida sob uma percepção didática, exige

uma atenção maior ao saber acadêmico, não ignorando o saber de senso

comum, que é fruto da experiência, que surge no cotidiano dos grupos sociais.

É esta atenção caracterizada pela qualificação do saber, que deve está

presente na escola, como espaço de formação, de pesquisa, como também

deve chegar até os usuários dos serviços de saúde, nos espaços de

atendimento (RANGEL, 2009).

3.3 SAÚDE NA ESCOLA

A saúde na escola passou por uma evolução, sendo alvo de atenção

das políticas públicas, e, atualmente, faz parte dos debates contemporâneos

acerca da formação do indivíduo e da relevância do papel da escola, em sua

função social, o que envolve a promoção de vários aspectos que fazem

diferença no desenvolvimento do indivíduo, desde cuidados preventivos

básicos à postura que adota em relação ao meio em que vive.

Em 2006 é publicada a Política Nacional de Promoção da Saúde

(PNPS), do Ministério da Saúde que aparece pontuando um viés interessante,

retomando o debate sobre saúde dos sujeitos e comunidade, além da mera

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medicalização. Este documento trazia, então, como objetivo enfrentar os

determinantes da saúde em toda a sua amplitude levando em conta muitos

componentes da vida social como modos de viver, condições de trabalho,

habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços

essenciais, que contribuem para uma vida com qualidade (BRASIL, 2006).

Instituído em 2007, a partir de 2008 passa a ser implantado o

Programa Saúde na Escola, numa articulação entre o Ministério da Saúde e o

Ministério da Educação. Trata-se de um programa, cujos objetivos, conforme

se pode encontrar em BRASIL (2009, p. 12-13), são:

I – Promover a saúde e a cultura de paz, reforçando a prevenção de

agravos à saúde;

II – Articular as ações da rede pública de saúde com as ações da

rede pública de Educação Básica, de forma a ampliar o alcance e o impacto de

suas ações relativas aos estudantes e suas famílias, otimizando a utilização

dos espaços, equipamentos e recursos disponíveis;

III – Contribuir para a constituição de condições para a formação

integral de educandos;

IV – Contribuir para a construção de sistema de atenção social, com

foco na promoção da cidadania e nos direitos humanos;

V – Fortalecer o enfrentamento das vulnerabilidades, no campo da

saúde, que possam comprometer o pleno desenvolvimento escolar;

VI – Promover a comunicação entre escolas e unidades de saúde,

assegurando a troca de informações sobre as condições de saúde dos

estudantes;

VII – Fortalecer a participação comunitária nas políticas de

Educação Básica e saúde, nos três níveis de governo.

Neste Programa, enfatiza-se a necessidade da parceria entre a rede

pública de saúde e a rede pública de educação. Além disso, existe o trabalho

realizado no cotidiano da escola, com ações de caráter interdisciplinar, no qual

vários temas devem ser abordados, voltados para qualidade de vida,

sexualidade, violência, meio ambiente, enfim, já faz parte do projeto

pedagógico das escolas, temas relacionados a aspectos vários relacionados à

saúde individual ou coletiva. O que deve ser feito, então, é reforçar essas

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ações, promovendo um melhor preparo do professor, a integralidade entre os

diferentes saberes e as parcerias, sempre fundamentais.

A indicação do espaço escolar como local adequado para o

desenvolvimento de ações de educação em saúde está inserida em várias

políticas públicas de saúde. Da mesma forma, essas políticas enfatizam a

importância da articulação entre escola e unidade de saúde, além da execução

de um trabalho com equipamentos sociais existentes no território, no qual

exista a participação da comunidade (BRASIL, 2008a).

Porém, apesar dos avanços, práticas prescritivas e higienistas de

educação em saúde ainda são realidade, contribuindo muito pouco para a

formação de sujeitos autônomos, participativos e críticos. Mesmo existindo a

recomendação para ações de promoção da saúde e prevenção na escola,

ainda persiste de forma frequente a oferta de programas/projetos de prevenção

de doenças verticais e que não fazem parte das principais demandas da

comunidade escolar. Vê-se, então, a necessidade de uma reorientação destas

práticas e a institucionalização da articulação entre a escola e a unidade básica

de saúde (BRESSAN apud BRASIL, 2008).

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4 METODOLOGIA

4.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se de um estudo de caráter descritivo-exploratório com uma

abordagem quanti-qualitativa. Sobre essa combinação, Figueiredo (2007)

explica que a pesquisa quanti-qualitativa, faz a associação entre a análise

estatística à investigação dos significados das relações humanas, para que

ocorra uma melhor compreensão do tema a ser estudado, facilitando assim a

interpretação dos dados obtidos.

Gil (2009) define que a pesquisa descritiva tem como objetivo

principal a descrição das características de determinada população ou

fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.

De acordo com Marconi e Lakatos (2006), um estudo exploratório-

descritivo tem como objetivo descrever inteiramente um fenômeno

estabelecido.

Para Minayo (2007) a abordagem quantitativa traduz em números as

informações e opiniões para serem analisadas e classificadas, utilizando-se as

técnicas estatísticas.

A abordagem qualitativa busca o entendimento do problema através da

perspectiva dos envolvidos no estudo e por parte do entrevistado conhecendo

sua vida, satisfação, surpresas, sentimentos e do pesquisador através da

analise dos dados e objetivos a serem alcançados (LEOPARDI, 2002).

4.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população da pesquisa foi composta por professores do Ensino

Fundamental e do Ensino Médio, em um total de 09 docentes, como também

alunos do Ensino Médio de escolas públicas do município de Quixelô/CE. No

caso dos alunos, a pesquisa foi realizada envolvendo turmas do 1º ao 3º ano

do Ensino Médio o que totaliza uma média de 265 alunos, sendo a amostra

composta por 55 alunos.

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4.3 LOCAL DA PESQUISA A pesquisa foi realizada em duas escolas. Uma da rede municipal de

ensino, E.E.F. José Maia Filho e a outra, da rede estadual de ensino, a E. E. M.

Professor Luiz Gonzaga da Fonseca Mota, ambas localizadas no município de

Quixelô/CE.

A E.E.F José Maia Filho, oferece o Ensino Fundamental I e II,

funcionando nos turnos manhã e tarde, atendendo ao número de 549 alunos

regularmente matriculados.

A E.E.M. Prof. Luís Gonzaga da Fonseca Mota, conta uma sede na

zona urbana da cidade e ainda com três extensões na zona rural, nas

localidades do Sitio Mulungu, Sitio Matapasto e Sitio Riacho do Meio, e ainda

com uma turma de EJA na localidade de Vila Antonico.

Até 1997, a E.E.M. Prof. Luiz Gonzaga da Fonseca Mota ofertava o

Ensino Fundamental e Médio, só que com a redistribuição das redes de Ensino

Municipal e Estadual que ocorreu em 1998, a escola passou as séries do

Ensino Fundamental para a responsabilidade do município, que fundou a

Escola de Ensino Fundamental José Maia Filho. Mesmo depois desse

remanejamento, as duas escolas ainda funcionam no mesmo espaço através

de um regime de cogestão. Sendo que a E.E.F. José Maia Filho funciona pela

manhã, enquanto E.E.M. Prof. Luiz Gonzaga da Fonseca Mota funciona nos

períodos vespertino e noturno.

A opção por essas duas escolas dá-se pela facilidade de acesso, já

que ambas estão localizadas na sede urbana do município, como também, no

caso da E.E.M Luís Gonzaga Fonseca Mota, por ser a única escola de Ensino

Médio regular da cidade e receber uma grande parte de alunos da zona rural.

4.4 COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados foi utilizado como instrumento de pesquisa,

uma entrevista do tipo semiestruturada, com perguntas abertas e fechadas,

abrangendo dados referentes à temática abordada no estudo. Segundo Gil

(2009) entrevista é a técnica de coleta de dados em que o investigador se

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apresenta frente ao entrevistado e lhe formulam perguntas, com o objetivo de

obter os dados que interessam a uma investigação.

4.5 ANÁLISE DOS DADOS

A análise de dados foi realizada com a demonstração em tabelas no

caso das perguntas fechadas, seguida da análise textual.

Em relação às questões abertas, Minayo (2007) esclarece que a

análise e a interpretação dentro de uma perspectiva de pesquisa qualitativa

têm como foco principal a exploração do conjunto de opiniões a respeito do

tema que se pretende investigar. Ressalta ainda, que o estudo do material

dispensa a abrangência da totalidade das falas e expressões dos

interlocutores, devido geralmente a dimensão sociocultural das opiniões

costumarem ter muitos pontos em comum, ao mesmo tempo em que

apresentam singularidades próprias da biografia de cada interlocutor. No

entanto, sempre que surgir diversidade de opiniões e crenças dentro de um

mesmo grupo, a análise deverá ser feita considerando essa diferenciação.

4.6 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DA PESQUISA

Toda a pesquisa será desenvolvida de acordo com a Resolução N°

196/96, do Conselho Nacional de Saúde (CNS) - Ministério da Saúde (MS), que

aborda as pesquisas envolvendo seres humanos, na qual incorpora, sob a

percepção do indivíduo e das coletividades, os quatro referenciais básicos da

Bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e

visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade

científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado (BRASIL, 1996).

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES Inicialmente, tem-se o perfil dos professores envolvidos na pesquisa,

conhecendo sobre sua faixa etária, experiência docente, formação acadêmica:

TABELA 01 – Perfil dos Profissionais

Variáveis N %

Faixa etária

Entre 20 e 30 03 33

30 e 40 05 56

40 e 50 01 11

Tempo de docência

Menos de 05 anos 01 11

Entre 05 e 10 anos 03 33

Entre 11 e 15 anos 01 11

Mais de 15 anos 04 45

Escolaridade

Superior 03 33

Superior incompleto 02 22

Especialista 04 45

Fonte: Alunos do Ensino Médio da E.E.M Gonzaga Mota

A faixa etária de 56% é entre os 30 e 40 anos de idade, mostrando

bastante experiência na prática docente e 45% já tem uma especialização,

22% ainda estão cursando a graduação e 33% já concluíram. Na informação

sobre qual curso estão fazendo ou fizeram, predominou, no curso superior, a

Pedagogia e Letras, aparecendo, ainda, um com habitação em Biologia e

Química, outro em Matemática e outro em História. Quanto a Pós-Graduação,

a maioria fez Especialização em Gestão Escolar e Coordenação Pedagógica,

apenas um fez Especialização em Matemática.

Questionados acerca das ações desenvolvidas na escola, os

professores citaram que há a Aplicação Tópica de Flúor – ATF, abordagens de

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temas em sala de aula voltados para a alimentação, higiene, como também,

aulas norteadas pelos Temas Transversais, como saúde, ética, sexualidade,

exploração do trabalho infantil, preconceitos, palestras relacionadas a temas

diversos, ministradas por profissionais da saúde, entre elas dengue, gravidez

na adolescência etc.

Questionados se consideram essas ações eficazes, e, segundo um

dos professores:

“ Sim. Melhoraram relacionamento com os colegas, as atividades, a

higiene, a alimentação”

Outro professor, porém, pensa diferente:

“Não, deveria ter um trabalho intensificado com o profissional da

área”.

Os demais professores que afirmaram considerar eficazes as ações,

citaram que é um trabalho em que se aborda a prevenção, o cuidado, desperta

o aluno para a mudanças de hábitos não saudáveis, informa entre outros

aspectos.

Em relação às parcerias (comunidade, unidades de saúde e outros

serviços), foi perguntado aos professores se eles consideram que se pode

fazer uma avaliação positiva.

TABELA 02 – Avaliação positiva quanto às parcerias

Variáveis N %

As parcerias são positivas

Sim 07 88

Não 02 22

Para 88% dos professores essas parcerias têm sido positivas, o que

se apresenta como algo que aponta para uma perspectiva de um trabalho

satisfatório no que se refere à promoção da saúde relacionada à articulação

entre os dois setores, saúde e educação, já que se faz necessário esse

trabalho coletivo, pois, a partir do momento em que acontece essa participação

efetiva de outros atores sociais, a possibilidade de êxito é bem maior.

Os professores consideram que poderia haver um trabalho melhor

em torno das ações de promoção de saúde, mediante mais palestras, maior

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presença de profissionais da saúde, que os assuntos abordados por esses

profissionais fossem tratados de forma didática, com exibição de vídeos,

banners, etc.

O que se percebe é que há uma transferência da responsabilidade,

como se as ações voltadas para a saúde estivessem atreladas exclusivamente

à questões relacionadas a abordagens feitas por profissionais dessa área.

Uma questão que falta, pelo menos analisando a percepção dos

professores acerca da temática, é relacionada ao trabalho pedagógico

conduzido em sala de aula. A articulação entre saúde e educação envolve

também o dia a dia da ação docente, seu preparo, as ações presentes

inseridas nos conteúdos administrados no dia a dia, nos valores e atitudes

trabalhados pela escola, para o desenvolvimento pleno do aluno.

O que se deve, então, é analisar toda essa questão dentro de uma

dimensão didática relacionada à educação e saúde, na qual ganha destaque a

motivação e disposição, viabilizando momentos em que tanto o educador

possa ensinar a seus alunos, como possa aprender com eles (RANGEL, 2009).

O professor deve ter em mente que saúde está diretamente

relacionada ao bem estar social do indivíduo, o que implica em reunir

condições de desenvolver ações, projetos, atividades, quer sejam provindos da

articulação com outros setores, quer sejam frutos da ação docente em sala de

aula, mas, que tenham como objetivo primordial o bem estar social dos alunos,

o que envolve a preparação desses discentes para serem multiplicadores dos

saberes oriundos dessas ações, em sua família, em sua comunidade, enfim,

em seu entorno social.

5.2 PERCEPÇÃO DOS ALUNOS Assim, como aconteceu com os professores, os alunos foram

questionados basicamente com as mesmas perguntas. Os participantes da

pesquisa apresentam faixa etária entre 15 e 19 anos, todos cursando o Ensino

Médio.

As ações voltadas para a promoção da saúde na escola devem ser

desenvolvidas de forma a levar os alunos a mudanças de hábitos e atitudes,

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visando uma vida mais saudável. Sendo assim, é importante que os alunos

percebam essas ações, razão pela qual o primeiro questionamento foi em torno

de como eles veem este trabalho, ou seja, se essas ações têm sido realmente

desenvolvidas, para, em seguida, apresentar alternativas para que eles

citassem dentre as ações, quais estão presentes na escola.

TABELA 03 – Promoção de saúde na escola

Variáveis N %

Realização de ações de promoção de saúde na escola

Sim 50 91

Não 05 09

Ações desenvolvidas na escola

Aplicação de flúor com visita do dentista 53 -

Palestras ministradas por profissionais da Saúde 48

Abordagem nas aulas sobre temas relacionados à saúde

32 -

Outra 02 -

Fonte: Alunos do Ensino Médio da E.E.M Gonzaga Mota

A adoção do conceito de promoção de saúde na escola é bem

abrangente, constituindo-se em um trabalho que pode estar presente nos

diversos campos de conhecimento. Com base nas respostas, observa-se que

na escola pesquisa o trabalho desenvolvido em torno dessas ações tem sido

percebido pela maioria dos alunos entrevistados, pois 91% responderam

afirmativamente.

Analisando este assunto de forma mais subjetiva, tratando de uma

concepção de promoção de saúde, incluindo as ações desenvolvidas no

ambiente escolar, encontra-se em um documento do Ministério da Saúde, o

seguinte trecho:

Para se promover saúde não é suficiente informar. É necessário uma relação dialogal, uma comunicação emancipadora, em que os sujeitos sejam envolvidos na ação educativa, formativa e criativa, levando em conta a reconstrução do saber da escola e a formação continuada dos docentes. (...) No contexto escolar, tem a ver com respeito às possibilidades e aos limites do corpo, do intelecto e das emoções, da participação social e do estabelecimento de alianças (BRASIL, 2002, p. 534-535).

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Desta forma, quando a maioria dos alunos afirma está percebendo

as ações para a promoção da saúde desenvolvidas no âmbito escolar, é

interessante que esses aspectos estejam englobados.

No que diz respeito a quais seriam essas ações, entre as

alternativas apresentadas, aquelas que funcionam em parcerias com a

Secretaria Municipal de Saúde, foram citadas por grande número de

participantes. A abordagem durante as aulas sobre assuntos relacionados à

saúde, também foram citados, e, dois alunos que citaram outras alternativas,

especificaram-nas, um citando palestras relacionadas à segurança e outro,

assunto relacionado a drogas e prevenção.

A abordagem em aula é um dos pontos mais importantes na

educação em saúde, principalmente, em se tratando de alunos do Ensino

Médio, modalidade composta por adolescentes e jovens, muitos passando por

mudanças específicas da idade, muitos já vivenciam sua sexualidade, e a

necessidade de orientação não só em relação a temas relacionados a sexo,

como drogas, alimentação, qualidade de vida, saúde ambiental, tudo faz parte

de ações que a escola pode e deve realizar, evidente que não exclusivamente

no Ensino Médio, mas, para esse público específico, os questionamentos, as

dúvidas, os riscos eminentes diante da falta de orientação, podem fazer grande

diferença em suas vidas.

Assim, promover a saúde, compreendida dessa forma, implica em

trabalhar no indivíduo, diferentes saberes, que dizem respeito ao seu corpo, a

sua mente, às emoções, ao ambiente em que vive, à sociedade como um todo.

Palestras, como citado, são iniciativas interessantes. Aplicação de flúor é uma

prática vigente nas escolas, mas é preciso perceber o que está acontecendo no

cotidiano, no dia a dia da sala de aula.

Em relação às ações citadas no questionamento, foi perguntado aos

alunos se eles consideram se essas ações contribuem para a promoção de sua

saúde, solicitando, ainda, que os mesmos justificassem suas respostas e que

avaliação fazem das ações na escola para a promoção da saúde. Quando as

respostas dos alunos distribuíram-se principalmente, entre boa e regular,

aparecendo apenas 2% que consideram as ações ruim:

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TABELA 04 – Contribuição e avaliação das ações

Variáveis N %

Contribuição das ações para a promoção da saúde

Sim 51 93

Não 04 07

Avaliação das ações

Boa 39 71

Regular 15 27

Ruim 01 02

Fonte: Alunos do Ensino Médio da E.E.M Gonzaga Mota

Entre as justificativas que os alunos apresentaram, a maioria das

respostas apontou para o fato de ficarem melhor informados, podendo

prevenir-se de alguns tipos de doenças. Destacaram ainda, a importância das

palestras, porque orientam e, além disso, eles têm a oportunidade de fazer

questionamentos a profissionais que entendem dos temas.

Entre os alunos que responderam que isso só acontece em algumas

ações, um deles afirmou que isso nem é a culpa da escola, mas, da falta de

atenção dos alunos, e faz questão de ressaltar que “alguns alunos prestam

atenção e praticam o que aprendem”.

Santos e Bógus (2007) realizaram uma pesquisa cuja abordagem

era semelhante ao tema deste estudo, na cidade de São Paulo, em uma escola

da rede municipal de ensino, sendo, no entanto, o público alvo, apenas os

professores. Nas conclusões apresentadas pelas autoras, elas chamam a

atenção para a postura dos professores, apresentando que:

A maioria dos professores exclui-se do processo de planejamento e execução e atribui esse papel ao diretor e ao coordenador pedagógico. Assim, sua atuação é marcada pela realização de tarefas, definidas pelos que ocupam outras funções, caracterizando um distanciamento entre as atividades de planejamento e as de ação. Embora a maioria não participe de entidades civis, houve referência ao estabelecimento de um sistema de parceria com a comunidade e com instituições da sociedade civil como algo importante para a construção de ações sob o enfoque da promoção da saúde (p. 123).

Essas parcerias são importantes, principalmente, porque, como se

viu, alguns alunos citaram a importância das palestras, mas, não seria só isso.

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Essas parcerias permitem a execução de projetos importantes que podem ser

desenvolvidos pela escola, envolvendo a comunidade e contando, inclusive,

com a Unidade Básica de Saúde, já que, com a descentralização dos serviços

em saúde, essas unidades fazem-se presentes em muitas comunidades,

podendo haver este elo entre elas e a escola.

Diante da avaliação feita pelos alunos em relação às ações, eles

foram questionados sobre o que poderia ser feito para melhorá-las. Foram

selecionadas algumas sugestões dadas por eles, principalmente, aquelas onde

se percebeu maiores repetições:

- “ Mais palestras, orientação com relação à atividade física”

- “A melhora poderia começar a partir dos alunos, mostrando mais

interesse quando tem essas ações na escola, porque isso é muito bom e nos

ajuda quando temos alguma dúvida”.

- “Os temas das palestras deveriam ser abordados com maior

propriedade durante as aulas, pois os professores não podem esperar só pelos

profissionais da saúde, quando vêm à escola”.

- “Que tivesse aulas práticas sobre o assunto saúde”

- “Que as palestras fossem mais dinâmicas e criativas”

- “Que na escola tivesse uma nutricionista para avaliar a

alimentação dos alunos, ensinasse a gente, dando sugestões de alimentação”.

- “Ter dentista na escola, diariamente, dando assistência ao aluno”.

Diante das respostas apresentadas pelos alunos, sendo

representado acima, o pensamento da maioria, o que se percebe é que, ao

pensar na promoção de saúde na escola, há uma tendência a se voltar para a

temática específica da saúde x doença, não havendo, portanto, menção a

outros fatores bastante abordados nos Parâmetros Curriculares Nacionais,

através dos Temas Transversais, quando a promoção de saúde tem relação

direta com a qualidade de vida, o que abrange o ser individual numa visão

holística, o meio natural em que vive, os fenômenos presentes no ambiente

que afetam a vida da terra, os temas relacionados a hábitos e comportamentos

e tantos outros.

Não há muita diferença entre as respostas dos professores e dos

alunos, ambos parecem ter a mesma visão, que se pode considerar limitada,

em relação à promoção da saúde. Por isso, reitera-se mais uma vez, que o

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tema saúde é bastante abrangente, tendo a ver com vários aspectos da vida do

ser humano, e cabe à escola, cumprindo sua função social, desvendar os

caminhos para que esse processo possa se configurar eficiente e funcional

para que apresente resultados positivos.

Provavelmente, falte a muitos docentes, um aprofundamento maior

sobre a essência do Programa Saúde na Escola, o que pode gerar uma certa

passividade e até comodidade diante dos projetos a serem executados na

escola, por outros profissionais. Isso aponta, de certa forma, para uma

fragilidade da escola e do corpo docente, principalmente, representando,

talvez, uma lacuna em sua formação e preparação profissional, de forma a

habilitá-los a desenvolver um trabalho relacionado à educação e saúde

(GUIMARÃES; LIMA, 2011).

As ações visando a promoção da saúde, educação de qualidade,

participação e inclusão social, têm sua realização e seus resultados

condicionados a todo um processo de planejamento no qual devem estar

incluídas, condições, situações e necessidades que impactem o seu

desenvolvimento. Assim, não é apenas colocar no projeto e fazer discursos

aclamados de que está promovendo essas ações, fazendo valer o princípio da

equidade, mas, sobretudo, colocar em prática, alternativas na qual as

capacidades e diversidades do ser humano sejam instrumentos para uma

sociedade realmente igualitária e, dentro desse processo, embrinca-se com

pertinência, o tema abordado neste estudo, já que saúde e educação deve

fazer parte do desenvolvimento pleno do sujeito (BRASIL, 2008, a).

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Programa Saúde na Escola, os Parâmetros Curriculares

Nacionais, principalmente na série Temas Transversais, são propulsores da

promoção de saúde na escola e, principalmente, mostram diretrizes para que

se compreenda a essência das ações a serem desenvolvidas buscando esta

finalidade.

Trata-se de ações que envolvem o diálogo entre diferentes setores,

seja escola e unidade de saúde, escola e comunidade, escola e família e entre

os atores sociais envolvidos no entorno escolar, o que compreende todos que

compõem a instituição.

Mas, para que isso seja realizado e que a escola possa claramente

afirmar que está promovendo a saúde, de forma a absorver todas as

implicações que se inserem nessa promoção, é necessário bem mais que

determinações a partir de políticas estabelecidas. É preciso preparo,

compreensão e planejamento. Preparo para efetivar as ações de forma

significativa, compreensão de toda a abrangência que faz parte da promoção

da saúde, planejamento das ações, de forma que venham inseridas dentro de

um sistema organizado e bem definido.

Com base nisso, não se pode, a partir da pesquisa realizada nas

escolas, com docentes e discentes, afirmar conclusivamente que haja

efetivamente ações que contribuem para a promoção da saúde, por perceber

que houve superficialidade nas respostas, principalmente, dos professores, que

se repetiam e relacionavam atividades como aplicação de flúor, palestras e

outras, porém, sem muita clareza de que forma os resultados eram

trabalhados.

Além disso, algo que chama a atenção é que, ao escolher esse

público, professores do Ensino Fundamental e Médio e, principalmente, alunos

do Ensino Médio, o que forma um público de adolescentes e jovens, esperava-

se que fossem citados direcionamentos mais específicos para essa clientela.

Na realidade, seriam muitos exemplos do que abrange a promoção

em saúde a serem relacionados aqui, para justificar porque a pesquisa aponta

lacunas no tocante à compreensão dos sujeitos sobre as práticas de Educação

em Saúde.

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Então, diante dos resultados obtidos, acredita-se que este é um

tema que deixa margens para novas pesquisas, para que essas questões

sejam tratadas de forma mais aprofundada.

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REFERÊNCIAS BRASIL. Resolução 196/96 de 10 de outubro de 1996. Dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Conselho Nacional de Saúde, Brasília, DF, 10 de out. de 1996. ______. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais. Meio ambiente e saúde. Brasília: MEC/SEF, 1997 a. ______. Ministério da Educação e Cultura. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: Temas Transversais Brasília: MEC/SEF, 1997 b. _______. Ministério da Saúde. A promoção da saúde no contexto escolar. Informes Técnicos Institucionais. Revista Saúde Pública, 2002, v. 36, n. 2, p. 533-5 _____. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Política Nacional de Atenção Básica. Série Pactos pela Saúde, v. 4. Brasília : Ministério da Saúde, 2006. _____. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Atenção Primária e Promoção da Saúde. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília : CONASS, 2007. ______. Ministério da Educação. Saúde e educação. Salto para o Futuro. Ano XVIII boletim 12 - Agosto de 2008 a. _____. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Mais saúde: direito de todos: 2008-2011. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008 b. _____. Ministério da Saúde. Saúde na escola. Cadernos de Atenção Básica, n.24. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. FIGUEIREDO, N.M.A; TONINI, T. SUS e PSF para enfermagem : práticas para o cuidado em saúde coletiva. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2007. FIGUEIREDO, N.M.A; TONINI, T. SUS e PSF para enfermagem : práticas para o cuidado em saúde coletiva. São Caetano do Sul, SP: Yendis Editora, 2008. GIL, A.C. Como elaborar projetos de pesquisas. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2009. GOMES, C.M; HORTA, N.C. Programa de saúde do adolescente em âmbito escolar. Rev. APS, Juiz de Fora, v. 13, n. 4, p. 486-499, out./dez. 2010. GUIMARÃES, J.S; LIMA, I.M.S.O. A participação juvenil e promoção da saúde: estratégia de desenvolvimento humano. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Hum, 2011, v.21, n.3, p. 856-863

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31

LEOPARDI, M.T. Metodologia da pesquisa na saúde.2 ed. Florianópolis: UFSC/Pós-Graduação em Enfermagem, 2002. PAVONI, Daniela Soccoloski; MEDEIROS, Cássia Regina Gotler. Processos de trabalho na equipe Estratégia de Saúde da Família. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 62, n. 2, Apr. 2009 . MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Metodologia do Trabalho Científico.6 ed. São Paulo: Atlas, 2006. MINAYO, M.C.S. Pesquisa Social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes, 2007.

RANGEL, M. Educação e saúde: uma relação humana, política e didática. Educação, Porto Alegre, v. 32, n. 1, p. 59-64, jan./abr. 2009.

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APÊNDICE A – Roteiro para entrevista aos professores das escolas: E.E.F

José Maia Filho e E.E.M. Prof. Luiz Gonzaga da Fonseca Mota, em

Quixelô/CE.

Universidade Estadual do Ceará – UECE

Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI

Curso de Ciências Biológicas

Responsável pela pesquisa: Janilane Felipe da Silva

Orientador: Prof. Me. Fernando Roberto Ferreira Silva

Tema: O papel da escola como promotora de saúde: percepção de professores e alunos de escolas públicas de Quixelô/CE

PERFIL DOS PROFESSORES Idade entre: ( )20 e 30; ( ) 30 e 40; ( ) 40 e 50; ( )50 e 60; ( ) 60 e 70 4.Tempo de docência. ( ) Menos de 05 anos ( ) entre 5 e 10 anos ( )entre 11 e 15 anos ( ) mais de 15 anos 5.Qual nível de escolaridade? ( ) Médio ( ) Superior ( ) Superior Incompleto ( ) Especialista ( ) Mestre Especifique o curso: ___________________________________________________________________

PERCEPÇÃO SOBRE O TEMA 6. Cite algumas das ações desenvolvidas na escola, voltadas para a promoção da saúde: ______________________________________________________________________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________________________________________________________________ 8 Você considera essas ações são eficazes? Por que? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 9 No que se refere às parcerias da escola (comunidade, unidades de saúde e outros serviços) você considera que há uma avaliação positiva? ( ) Sim ( ) Não

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10 O que você acha que poderia melhorar no trabalho de promoção de saúde na escola? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE B– Roteiro para entrevista aos alunos da E.E.M Prof. Luiz

Gonzaga da Fonseca Mota, em Quixelô/CE.

Universidade Estadual do Ceará – UECE

Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI

Curso de Ciências Biológicas

Responsável pela pesquisa: Janilane Felipe da Silva

Orientador: Prof. Me. Fernando Roberto Ferreira Silva Tema: O papel da escola como promotora de saúde: percepção de professores

e alunos de escolas públicas de Quixelô/CE

PERFIL DOS ALUNOS: 1 Idade: _______ 2 Série _______ PERCEPÇÃO SOBRE O TEMA 3. Numa análise das ações desenvolvidas na escola, você considera que há um trabalho voltado para a promoção da saúde? ( ) Sim ( ) Não 4 Cite das ações abaixo, quais estão presentes na escola: ( ) Aplicação de flúor com visita do dentista ( ) Palestras ministradas por profissionais da Saúde ( ) Abordagem nas aulas sobre temas relacionados à saúde ( ) Outra: ________________________________________________ 5 Você acha que essas ações têm contribuído para promover a saúde dos alunos? De que forma? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 6 Que avaliação você faz das ações na escola, sobre a promoção da saúde? ( ) ótima ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim 7 O que poderia melhorar, em relação a essas ações? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Universidade Estadual do Ceará – UECE

Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI

Curso de Ciências Biológicas

_______________________________________________________________

APÊNDICE C - TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO (TALE)

Janilane Felipe da Silva, aluna do Curso de Ciências Biológicas da

Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu- FECLI/Universidade

Estadual do Ceará – UECE, está realizando a pesquisa intitulada “O PAPEL

DA ESCOLA COMO PROMOTORA DE SAÚDE: PERCEPÇÃO DE

PROFESSORES E ALUNOS DE ESCOLAS PÚBLICAS DE QUIXELÔ-CE”,

que tem como objetivo investigar se as ações promovidas pelas escolas da

rede pública de ensino de Quixelô/CE em parceria com a Secretaria de Saúde,

voltadas para a promoção da saúde, são consideradas eficazes na percepção

dos professores e alunos das escolas pesquisadas.

Para isso, está desenvolvendo um estudo que consta das seguintes

etapas: contato com a escola; envio do termo de assentimento aos sujeitos

através dos coordenadores da escola; envio do instrumento de coleta aqueles

a quem foi autorizado participar e que assinarem o termo; recolhimento dos

instrumentos; organização e análise dos dados; construção do relatório da

pesquisa e divulgação dos resultados em meio científico.

Por essa razão, seu filho está sendo convidado para participar da

pesquisa. Sua participação consistirá em responder uma entrevista que será

realizada pela pesquisadora. O instrumento utilizado não causará nenhum tipo

de constrangimento aos sujeitos do estudo.

Todas as informações que os escolares nos fornecer será utilizada

somente para esta pesquisa. Suas respostas serão confidenciais e seu nome

não aparecerá nas entrevistas e nem quando os resultados forem

apresentados.

A participação em qualquer tipo de pesquisa é voluntária. Caso

autorize a participação, não receberá nenhuma compensação financeira.

Também não sofrerá qualquer prejuízo se não aceitar ou se desistir após ter

iniciado o preenchimento dos questionários.

Page 36: O papel da escola como promotora de saúde percepção de professores e alunos de escolas públicas de quixelô ce - janilane felipe da silva

36

Se o(a) Sr.(a) estiver de acordo com a participação do seu filho

deverá preencher e assinar o Termo de assentimento e Pós-esclarecido que

se segue, e receberá uma cópia deste Termo.

Page 37: O papel da escola como promotora de saúde percepção de professores e alunos de escolas públicas de quixelô ce - janilane felipe da silva

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Universidade Estadual do Ceará – UECE

Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu – FECLI

Curso de Ciências Biológicas

APÊNDICE D - TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS - ESCLARECIDO

Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o

Sr.(a)___________________________________________________________

________________, portador(a) da cédula de identidade

__________________________, declara que, após leitura minuciosa do TCLE,

teve oportunidade de fazer perguntas, esclarecer dúvidas que foram

devidamente explicadas pelos pesquisadores, ciente dos serviços e

procedimentos aos quais meu filho será submetido e, não restando quaisquer

dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO na participação voluntariamente desta pesquisa.

E, por estar de acordo, assino o presente termo.

Quixelô-CE, _______ de ________________ de _________

_________________________________________

Assinatura do responsável

_________________________________________

Assinatura do Pesquisador