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vania-piedade
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O Pequeno Príncipe …
e a rosa.
Pude bem cedo conhecer melhor aquela flor. Sempre houvera, no planeta do pequeno príncipe, flores muito simples, ornadas de uma só fileira de pétalas, e que não ocupavam lugar nem incomodavam ninguém. Apareciam certa manhã na relva, e já à tarde se extinguiam.
Mas aquela brotara um dia de uma semente trazida não se sabe de onde, e o principezinho vigiava de perto o pequeno rebento, tão diferente dos outros. Podia ser uma nova espécie de arbusto.
Mas o arbusto parou de crescer, e começou então a preparar uma flor. O principezinho, que assistia ao nascimento de um enorme botão, sentiu que saíra dali iria sair algo muito belo.
Mas a flor não acabava de se preparar, de preparar sua beleza… Escolhia as cores com cuidado. Vestia-se lentamente, ajustava uma a uma suas pétalas. Não queria sair como os cravos, amarrotada.
Era vaidosa.. E eis que uma bela manhã, justamente à hora do sol nascer, havia-se, afinal, mostrado
E ela, que se tinha prepara com tanto cuidado, disse, bocejando : - Ah! Acabei de despertar... Desculpa... Estou ainda toda despenteada...
O principezinho, então, não pôde conter o seu espanto :
- Como és bonita !
-Creio que é a hora do almoço, acrescentou ela. -Tu poderias cuidar de mim...
E o príncipezinho, embaraçado, fora buscar um regador com água fresca, e serviu à flor. Era uma flor muito vaidosa.
Um dia, por exemplo, falando dos seus quatro espinhos, disse ao pequeno príncipe : - É que eles podem vir… os tigres, com suas garras ! -Não há tigres no meu planeta… disse o principezinho. E depois, os tigres não comem erva.
- Não sou uma erva, responde a flor suavemente. - Perdoa-me... -Não tenho receio dos tigres, mas tenho horror das correntes de ar. Não terias acaso um pára-vento ?
« Horror das correntes de ar... Não é muito bom para uma planta, notara o principezinho. É muito complicada esta flor. ».
-À noite me colocarás sob a redoma. Faz muito frio no teu planeta. Está mal instalado. De onde eu venho...
Mas interrompeu-se de súbito. Viera em forma de semente. Não pudera conhecer nada dos outros mundos.
Um dia o Príncipe decidiu que estava na hora de partir… tinha muitas coisas para descobrir fora daquele planeta…
Trata de ser feliz... Disse-lhe a rosa.-Mas pode deixar em paz a redoma.- Não preciso mais dela. - Mas o vento... Disse o Príncipe.-Não estou assim tão constipada... -O ar fresco da noite me far-me-á bem. Eu sou uma flor. - Mas os bichos... -É preciso que eu suporte duas ou três larvas se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas! Se não for assim, quem virá visitar-me? -Tu estarás longe... Quanto aos bichos grandes, não tenho medo deles. Eu tenho as minhas garras.
E ela mostrava ingenuamente seus quatro espinhos. Em seguida acrescentou : -Não demores assim tanto. Tu decidiste partir. Vai-te embora ! Pois ela não queria que ele a visse chorar. Era uma flor muito orgulhosa...