Upload
adapi
View
3.386
Download
5
Embed Size (px)
Citation preview
HÉLIO ULISSES OLIVEIRA CARMO
O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II:AS PERSPECTIVAS DA AGROPECUÁRIA FRANTE À ECONOMIA DE
DO MUNICÍPIO DE PEDRO II.
Monografia apresentada à Universidade
Estadual de Piauí, núcleo de Pedro II, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciado em Geografia. Orientado pelo
Professor Marcondes Francisco dos Santos
Sales.
PEDRO II - PI2010
HÉLIO ULISSES OLIVEIRA CARMO
O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II:AS PERSPECTIVAS DA AGROPECUÁRIA FRANTE À ECONOMIA DE
DO MUNICÍPIO DE PEDRO II.
Monografia apresentada à Universidade
Estadual de Piauí, núcleo de Pedro II, como
requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciado em Geografia. Orientado pelo
Professor Marcondes Francisco dos Santos
Sales.
Aprovado em 30 de julho de 2010.
BANCA EXAMINADORA
Prof.º Marcondes Francisco dos Santos Sales
Examinador
Prof.º Hidelberto da Silva Carvalho
Examinador
Prof.ª Osmarina Teixeira de Castro
Examinador
PEDRO II - PI2010
2
Dedico este trabalho a Deus, e aos meus pais, familiares e amigos pela paciência confiança e apoio.
3
AGRADECIMENTOS.
Ao professor Marcondes Sales, pelo profissionalismo e orientação. Aos produtores rurais que dedicam suas vidas a alimentar o mundo. E a todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram para a realização desse trabalho.
4
“É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, do que permanecer estático como os que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a dor da derrota, mas não tem a glória de ressurgir dos escombros.”
5
Bob MarleyRESUMO:
Este trabalha busca descrever como o setor agropecuário do município de Pedro II se comporta em relação à economia local. Enfatizando o desenvolvimento histórico do setor primário do Piauí, contextualizando-o à Pedro II. Abordam-se as condições produtivas locais. As características naturais do município, sua localização, os aspectos sociais. Se da ênfase a estrutura fundiária, os processo migratório acentuado da região, as políticas publicas voltadas à agropecuária, o credito rural e a assistência técnica. Destacando o modelo de produção agrícola e pecuário praticado no município, a agroindústria e a parcela de contribuição da agropecuária ao desenvolvimento econômico de Pedro II.
Palavras-chave: agropecuária, economia, Pedro II, representatividade.
6
ABSTRACT:
This work seeks to describe how the agricultural sector in the municipality of Pedro II behaves in relation to the local economy. Emphasizing the historical development of the primary sector of Piauí, contextualizing it to Pedro II. It addresses the local production conditions. The natural characteristics of the municipality, its location, the social aspects. If the emphasis on land ownership, the migration process accentuated the region, public policies directed to agriculture, the rural credit and technical assistance. Highlighting model of agricultural production and animal husbandry practiced in the city, the agricultural industry and its share of contribution to economic development of Pedro II.
Keywords: agriculture, economy, Pedro II, representative.
7
SUMÁRIO.
INTRODUÇÃO..…………………………………………………………………………….09
CAPÍTULO I: A RELEVANCIA DO SETOR AGROPECUÁRIO..................................11
1. A AGROPECUÁRIA UM BREVE HISTÓRICO..................................................11
2. EVOLUÇÃO DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA............................................12
CAPÍTULO II: PIAUÍ: UMA VISÃO HOLÍSTICA...........................................................13
1. DESNVOLVIMENTO HISTÓRICO.......................................................................13
2. ASPÉCTOS GERAIS DA ECONÔMIA DO PIAUÍ..............................................14
3. UMA VISÃO SUMÁRIA DO SETOR PRIMÁRIO PIAUÍENSE........................16
CAPÍTULO III: CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PEDRO II.......................19
1. HISTÓTICO...............................................................................................................19
2. LOCALIZAÇÃO.......................................................................................................19
3. ASPECTOS SOCIAIS...............................................................................................20
4. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS................................................................................20
5. GEOLOGIA...............................................................................................................21
6. RECURSOS HÍDRICOS..........................................................................................21
CAPÍTULO IV: PEDRO II: O SETOR AGROPEUÁRIO EM UMA VISÃO AMPLA.22
1. ESTRUTURA FUNDIÁRIA.....................................................................................22
2. A MIGRAÇÃO RURAL...........................................................................................23
3. A POLÍTICA DE CRÉDITO RURAL.....................................................................23
4. POLÍTICAS PÚBLICAS AO SETOR AGROPECUÁRIO
PEDROSEGUNDENSE.................................................................................................26
5 A AGRICULTURA EM PEDRO II..........................................................................28
6. A PECUÁRIA EM PEDRO II..................................................................................29
7. O SETOR AGROINDUSTRIAL DE PEDRO II....................................................30
8. O SETOR AGROPECUÁRIO E SUA REPRESENTATIVIDADE NA
ECONOMIA DE PEDRO II.........................................................................................31
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................34
APÊNDICES............................................................................................................................35
ANEXOS..................................................................................................................................39
8
INTRODUÇÃO.
A agropecuária teve grande relevância quanto à ocupação do território nacional que
iniciou com a produção de cana-de-açúcar, posteriormente do café e, por fim, a pecuária, que
conduziu o povoamento do interior do país. A atividade agropecuária no Brasil representa 8%
do PIB (Produto Interno Bruto) e gera emprego para pelo menos 20% da população
economicamente ativa do país. A produção agropecuária tem como objetivo destinar seus
produtos, tais como grãos, frutas, verduras e também carne, leite, ovos dentre outros, para
abastecer o mercado interno e especialmente o mercado externo. Nos últimos anos o cenário
agropecuário nacional alcançou grandes avanços. Novas tecnologias foram empregadas
visando o aumento da produtividade, conservação do solo o do meio ambiente em geral.
Destacando a agropecuária do Piauí, esteve vinculada, em sua grande maioria, à
subsistência, no entanto, nos últimos anos essa atividade alcançou uma configuração voltada
para a comercialização da produção. Mesmo assim, os níveis de produtividade ainda são
modestos e não conseguem sequer suprir as necessidades internas de consumo. Dentre as
várias culturas desenvolvidas ao longo do território piauiense, as de maior destaque são:
milho, feijão, arroz, mandioca, algodão, cana-de-açúcar e soja (culturas temporárias),
incluindo ainda a produção de manga, laranja, castanha de caju. A atividade pecuária no
Estado é tradicional; a mesma foi uma das primeiras fontes de renda ao longo da história do
Piauí. As principais criações praticadas no Estado são: caprinos, suínos, ovinos, bovinos e
eqüídeos. No setor extrativista já foi destaque a produção de ceras vegetais, óleo do coco
babaçu, e maniçoba que dela se explorava o látex, utilizado para produção de borracha,
aproximadamente de 1845 a 1916, período do auge da cultura. O maior destaque na pecuária é
a criação de caprinos.
Em Pedro II não há uma sistemática bem organizada para incrementar a política
desenvolvimento da agropecuária. A maioria dos produtos agropecuários consumidos:
(carnes, hortaliças, frutas, grãos e etc.) são oriundos de outros estados. Pedro II tem o quarto
maior rebanho caprino do estado, além de condições favoráveis para produção de produtos
hortifrutigranjeiros, um potencial inexplorado. Alem do pouco incentivo outro fator que
impede o fortalecimento da agropecuária Pedrosegundense é a redução de mão de obra
disponível e apta ao trabalho devido à migração para grandes centros em busca de empregos
melhores.
Este trabalho restringiu-se a destacar como está se comportando o setor agropecuário
do município de Pedro II, enfatizando sua contribuição para economia da região. Por meio
9
deste, poderá se fazer uma análise da real situação em que se encontra o setor no município. O
que poderá desperta o interesse dos poderes públicos e privado, para promover investimentos
nessas atividades, e desenvolver as potencialidades agropecuárias do município.
10
CAPÍTULO I - A RELEVÂNCIA DO SETOR AGROPECUÁRIO.
1. A AGROPACUÁRIA UM BREVE HISTÓRICO.
Há cerca de doze mil anos, durante a pré-história, no período Neolítico ou período da
pedra polida, alguns indivíduos de povos caçadores e coletores notaram que alguns grãos que
eram coletados da natureza para sua alimentação poderiam ser semeados a fim de produzir
novas plantas iguais às que os originaram.
Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento dessas pessoas, as plantas
começaram a ser cultivadas muito próximas uma das outras. Isso porque elas podiam produzir
frutos, que eram facilmente colhidos quando maturassem o que permitia uma maior
produtividade das plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural.
Logo, as freqüentes e perigosas buscas á procuram de alimentos eram evitadas. Com o
tempo, foram selecionados os grãos selvagens aqueles que possuíam as características que
mais inteiriçavam aos primeiros agricultores, tais como tamanho, produtividade, sabor, etc.
Assim surgiu o cultivo das primeiras plantas domesticas, entre as quais se inclui o trigo e
cevada. O inicio das atividades agrícolas separa o período neolítico imediatamente do
anterior, o período da idade da pedra lascada.
Como anterior a história escrita, os primórdios da agricultura são obscuros, mas
admiti-se que ela tenha surgido independentemente em diferentes lugares do mundo,
provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitadas por antigas civilizações.
Durante o período neolítico, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos
vales dos rios Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, atual Iraque) e rios Amarelo e
Azul (China). Há registros de cultivos em pelo menos três regiões diferentes do mundo em
períodos distintos: Mesopotâmia (provavelmente pala cultura Natufianal), America Central
(pelas culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e da Índia.
Mudanças no clima ou desenvolvimento da tecnologia humana podem ter sito as
razões iniciais que levaram à descoberta da agricultura.
A agricultura permite a existência de aglomerados humanos com maior densidade
populacional que os que podem ser suportados pela caça e coleta. Houve uma transição
gradual na qual a economia de caça e coleta coexistiram a economia agrícola: algumas
culturas eram deliberadamente plantadas e outros alimentos obtidos da natureza.
11
A importância da prática da agricultura na história do homem é tanto elogiada como
criticada: alguns consideram que o passo decisivo para o desenvolvimento da humanidade,
críticos afirmam que foi o maior erro na história da raça humana.
2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA.
Desde o início da colonização, até os dias atuais, a agropecuária sempre teve um papel
de destaque na economia brasileira, sendo que ela é de fundamental importância para a
geração de riquezas e o aumento do bem estar social.
Pode-se dizer que produtos agrícolas como o pau-brasil (extrativismo), a cana de
açúcar, o fumo, o algodão, o café, a borracha e o cacau foram os principais geradores de renda
para o pais no período de 1500 a 1930.
Nesta fase caracterizou-se como modelo econômico primário exportador, quase todos
os outros bens de consumo que não eram produzidos internamente dependiam da renda gerada
pala exportação de produtos agropecuários para serem adquiridos.
A partir de 1920, e principalmente após a década de 1930, a indústria brasileira
começa a desenvolver-se com maior intensidade. O financiamento desse crescimento é
baseado na riqueza gerada pela agropecuária. A maior parte dos incentivos e políticas
governamentais, a partir de então, esteve voltada para o desenvolvimento da indústria.
Em 1960 a renda gerada pelo setor agropecuário já é menor que a produzida pelo setor
industrial, passando este último a ganhar cada vez mais destaque na economia brasileira.
O Brasil dispõe de uma das mais extensas áreas agrícolas do mundo. Embora o
número desses estabelecimentos tenha diminuído, eles ocupam cerca e 3,5 milhões de km² ou
353,6 milhões de hectares (41,4%, a área territorial do país). O espaço agrícola brasileiro não
depende exclusivamente das condições naturais como solo e o clima. Na verdade as
atividades agropecuárias dependem fortemente de outros fatores de influência, como a
disponibilidade de capital, o perfil do mercado consumidor e as características das tecnologias
utilizadas, entre tantas outras variações.
Essas variações, por sua vez, dependem de eventuais mudanças que afetam as
características socioeconômicas do sistema capitalista vigente no Brasil. Enfim, ao longo do
tempo, as atividades rurais vão refletindo cada vez mais o modelo econômico brasileiro.
O que permitiu grandes mudanças nos últimos anos no setor. Como a utilização e
difusão de novas tecnologias, cresceram o número de estabelecimentos que possuem tratores,
12
empregam fertilizantes e outros insumos agrícolas e adotam práticas de conservação do solo,
como a recuperação de terrenos e a irrigação de regiões com baixo índice pluviométrico.
CAPÍTULO II - PIAUÍ: UMA VISÃO HOLÍSTICA.
1. DESENVOVIMENTO HISTÓRICO.
Em começo do século XVII, fazendeiros do São Francisco procuravam expandir suas
criações de gado, quando os vaqueiros, vindos principalmente da Bahia, chegaram procurando
pastos e passaram à ocupar as terras ao lado do rio Gurguéia. Em 1718, o território, até então
sob a jurisdição da Bahia, passou para a do Maranhão. Para estas terras existiam as sesmarias.
O capitão Domingos Afonso Mafrense ou capitão Domingos Sertão como era conhecido, era
um desses sesmeiros; possuía trinta fazendas de gado e foi o mais alto colonizador da região
doando suas fazendas - após sua morte - aos padres jesuítas da Companhia de Jesus.
A contribuição dos padres jesuítas foi decisiva, principalmente no desenvolvimento da
pecuária que em meados do século XVIII atingiu seu auge. A região Nordeste, o Maranhão e
as províncias do sul eram abastecidas pelos rebanhos originários do Piauí até a expulsão dos
jesuítas (período pombalino), quando as fazendas foram incorporadas à Coroa e entraram em
declínio. Quanto à colonização esta se deu do interior para o litoral.
Em 1811, o Piauí tornou-se uma capitania independente. Após a idependência do
Brasil em 1822, algumas províncias continuaram sobre o poder de Portugal (entre essas o
Piauí), e esta com medo de perder essa província mandou de Oeiras à cidade de Parnaíba
tropas portuguesas; o grupo recebeu adesões, mas acabou derrotado em 1823, por ocasião da
Batalha do Jenipapo onde piauienses lutaram contra os portuguese com armas brancas em
Campo Maior. A tropa de Fidié, capitão da tropa portuguesa, saiu enfraquecido e acabou por
ser preso em Caxias no Maranhão. Alguns anos depois, movimentos revoltosos, como a
Confederação do Equador e a Balaiada, atingiram também o Piauí.
Em 1852, a capital foi transferida de Oeiras para Teresina, tendo início um período de
crescimento econômico. A partir da República, o Estado apresentou tranquilidade no terreno
político, mas grandes dificuldades no desenvolvimento econômico-social.
13
Em 1880, em troca do município de Crateús, a então Província do Ceará cede ao Piauí
a cidade de Parnaíba possibilitando ao estado a tão almejada saída para o mar.
2. ASPÉCTOS GERAIS DA ECONÔMIA DO PIAUÍ.
A economia do estado é baseada no setor de serviços (comércio), na indústria
(química, têxtil, de bebidas), na agricultura (soja, algodão, arroz, cana-de-açúcar, mandioca) e
na pecuária extensiva. Ainda merecem destaque a produção de mel, o caju e o setor terciário
em Picos e produção de biodiesel através da mamona em Floriano.
No setor de mineração, a Vale do Rio Doce está em operação no município de Capitão
Gervásio Oliveira, onde foi encontrada a segunda maior reserva de níquel do Brasil, pesquisas
estão sendo realizadas para verificar a viabilidade de exploração de petróleo e gás natural ao
longo do Rio Parnaíba, provavelmente, em Floriano.
No tocante à industrialização, ressalta-se a multinacional Bunge, instalada em Uruçuí
para exploração da soja e da empresa de cimento Nassau, em Fronteiras, onde se obtém
matéria-prima para sua produção.
A agricultura é forte em Altos (manga) e União (cana-de-açúcar). Há previsão da
construção de um porto seco em Teresina e, também, da construção de oito novas usinas
hidrelétricas no Piauí, para tornar possível a navegação do Rio Parnaíba e gerar mais energia
elétrica.
2.1. EXTRATIVISMO VEGETAL.
Ocorre principalmente nos vales úmidos, onde predominam as matas de babaçu e
carnaúba. Estudos de laboratório sobre a carnaúba demonstraram ser possível a elevado do
nível tecnológico de seu aproveitamento, sendo a celulose o derivado de maior potencial para
viabilizar a exploração dessa imensa riqueza natural do Estado.
2.2. EXTARTIVISMO MINERAL.
Diversos estudos geológicos demonstram a existência de potencial bastante promissor
de exploração mineral. Entre as ocorrências de maior interesse econômico, encontram-se o
Mármore, o amianto, as gemas, a ardósia, o níquel, o calcário e a vermiculita.
14
Vale ressaltar que o Piauí é dotado de grandes reservas de águas subterrâneas
artesianas e possui a segunda maior jazida de níquel do Brasil, localizada no município de São
João do Piauí. Ainda em 2009 foi anunciada a descoberta de uma grande jazida de ferro no
município de Paulistana. Ferro este que a companhia siderúrgica brasileira tem muito
interesse.
2.3. PECUÁRIA.
A pecuária foi a primeira atividade econômica desenvolvida no estado, fazendo parte
de sua tradição histórica. O folclore e os costumes regionais derivam em grande parte da
atividade pastoril. Entre os rebanhos, destacam-se os caprinos, bovinos, suínos, ovinos e
asininos. A Caprinocultura, pela capacidade de adaptação dos animais a condições climáticas
inóspitas, tem sido incentivada pelo Governo, proporcionando meio de vida a significantes
parcelas da população carente, principalmente nas regiões de Campo Maior e do Alto Piauí e
Canidé. No Sul do estado algumas fazendas estão investindo bastante na qualidade genética
do rebanho. Podemos citar a cidade de Corrente no sul do estado que possuem fazendas com
um rebanho de alta qualidade genética.
2.4. AGRICULTURA.
A agricultura no Piauí desenvolveu-se paralelamente á pecuária, como atividade quase
que exclusivamente de subsistência. Posteriormente, adquiriu maior caráter comercial,
embora de forma lenta e insuficiente para abastecer o crescente mercado interno do Estado.
Entre as culturas tradicionais temporárias sobressaem-se o milho, o feijão, o arroz, a
mandioca, o algodão herbáceo, a cana-de-açúcar e a soja. Entre as culturas permanentes,
destacam-se a manga, a laranja, castanha-de-caju e o algodão.
O Piauí tem intensificado investimentos em sua agricultura que está se mecanizando.
No sul do Estado cidades como Uruçui, Bom Jesus e Ribeiro Gonçalves, produzem soja,
sorgo, milho e algodão para exportação. O estado é o terceiro maior produtor de grãos do
nordeste, devido os seus cerrados.
15
3. UMA VISÃO SUMÁRIA DO SETOR PRIMÁRIO PIAUÍENSE.
O estado do Piauí é uma das unidades mais pobres da federação. Localizado no oeste
da região Nordeste do País, tem pouco mais de 3,1 milhões de habitantes distribuídos em uma
área de 251.529,186 km², estabelecendo a menor densidade demográfica do Nordeste, da
ordem de 12,06 habitantes por quilometro quadrados. A população de Piauí representa 6% e
1,7%, respectivamente, da população do Nordeste e do Brasil.
Uma análise mais geral das condições socioeconômica do Estado permite afirmar que
predomina uma situação de pobreza da maioria da população e que os indicadores de
desenvolvimento mostram existir, ainda, uma razoável distância em relação às condições
media da região Nordeste. Esse quadro não foi alterado nem com o crescimento econômico
recente. Entretanto, ao contrário da situação socioeconômica, o Estado é dotado de condições
ambientais melhores que as demais da região Nordeste, sobretudo em se tratando de terras
agricultáveis, recursos hídricos (de superfície e subterrâneo) e, para espanto, volumes de
precipitações pluviométricas com certa regularidade.
É importante destacar que as dinâmicas na economia do Piauí fazem parte de um
processo que atingiu toda a região Nordeste, particularmente a partir dos anos 1960. De
acordo com Araujo (1997, p. 7 - 8),
“o lento crescimento econômico, que durante muitas décadas caracterizou o ambiente econômico nordestino [...], foi substituído pelo forte dinamismo de numerosas atividades que se desenvolveram recentemente na região [...]. A pobreza, porém, continua a ser uma das características mais marcantes do Nordeste, quando visto no contexto nacional. É um traço antigo que o dinamismo econômico das últimas décadas não conseguiu alterar significativamente,”
“a partir dos anos 60, impulsionado por isenções fiscais - 34/18 – Finor e isenção de impostos sobre a renda, principalmente -, por investimento de empresas estatais [...], complementados com créditos públicos (do BNDS e BNB, particularmente) e com recursos próprios de importantes empresas locais, nacionais e multinacionais, as atividades urbanas – e, dentro delas, as atividades industriais – ganham crescente espaço no ambiente econômico do Nordeste e passam a comandar o crescimento econômico na região, rompendo a fraca dinâmica preexistente. Entre 1967 e 1989 agropecuária reduziu sua contribuição ao PIB regional de 27, 4% para 18, 9% (...). Enquanto isso, a indústria passou de 22, 6% para 29, 3%, e setor de terciário cresceu de 49, 9% para 58,6% [...].”
16
Esses avanços econômicos sofreram retração a partir da década de 1990, com a crise
instaurada na economia brasileira. Que sofre modificações com a implantação do Plano Real e
abertura do mercado brasileiro para o capital estrangeiro.
Para explicar o atraso da economia piauiense, deve-se compreender que,
historicamente, a integração do Piauí na economia nacional e internacional se deu de forma
subordinada e dependente. O Piauí sempre foi importador de produtos industrializados e
exportador de matérias-primas e alimentos. Até o final do século XIX predominaram na
economia piauiense a pecuária extensivo e a agricultura de subsistência. Posteriormente
destacou-se o extrativismo vegetal, através da exploração da maniçoba, da cera de carnaúba e
da amêndoa do babaçu, cuja produção sobressaiu durante a primeira metade do século XIX,
estava voltado para o atendimento das demandas, no mercado interno brasileiro e no mercado
internacional. Segundo Queiroz (1998, p. 57),
“as atividades econômicas do Piauí desde o inicio da colonização têm
confluído no sentido da consolidação de certos traços básicos. Dentre
esses traços, a extrema concentração de riquezas e, por conseqüência de
poder. Essa riqueza se expressa, em grande parte, na posse da terra, seja
em fazendas de criação extensiva de bovinos, seja em áreas imensas de
exploração extrativista [...].”
3.1. PECUÁRIA EXTENSIVA.
A criação extensiva de gado no Piauí tinha como objetivo a comercialização de carne
e o destino eram outras províncias do Nordeste ou mesmo da região Norte. No mercado
externo, destacava-se o mercado da Guiana Francesa. Os derivados da pecuária, no momento
o couro, seguiam para o exterior, cujo principal mercado era a Inglaterra. “Entre 1850 e 1890,
as receitas derivadas da pecuária correspondiam a uma media de 50% do total das receitas
alfandegárias pelo Tesouro Provincial [...]” (QUEIROZ, 1998, p. 21).
Atualmente os principais rebanhos em termos quantitativos, em ordem decrescente,
são: bovinos (1.750.910), ovinos (1.444.373), caprinos (1.370.372) e suínos (1.150.329).
Embora as técnicas de criação tenham se modernizado, permanece o latifúndio improdutivo e
a pecuária extensiva. De todo modo, a pecuária está muito longe da importância que já
representou para a economia do Piauí.
17
3.2. AGRICULTURA SUBSISTÊNCIAL.
No setor agrícola, historicamente, predominou a agricultura de subsistência. O Piauí
sempre dependeu de outros Estados no suprimento de produtos agrícolas. De certo modo esse
resultou de uma estrutura agrária baseada no latifúndio, onde a maior parte dos pastos foi
desenvolvida à pecuária extensiva, bem como da ausência de um mercado interno que
estimulasse a agricultura.
3.3. O EXTRATIVISMO VEGETAL.
A exploração da borracha de maniçoba, da cera de carnaúba e o coco babaçu,
mudaram a economia do Piauí entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX.
Queiroz (1998, p. 33) diz que,
“ao longo de cinco décadas [...], sobrepujaram e alteraram a função ate então exercida pela atividade pecuária. Se por mais de dois séculos, a base da economia do Piauí fora a criação de gado e à volta dela apenas desenvolveu-se rudimentarmente agricultura de subsistência, na primeira metade do século XX o Estado concretiza o objetivo de integração ao modelo nacional, passando a ocupar lugar mais ativo da divisão internacional do trabalho.”
Esses produtos alcançaram valor comercial na primeira metade do século atual, o que
proporcionou certo desenvolvimento para o Piauí, com grande absorção de força de trabalho,
advinda, inclusive, de outros estados. Entretanto, a vulnerabilidade da economia através da
dependência das mudanças no mercado externo e da concorrência internacional, levou à crise
do extrativismo. A década de 1950 marca o declínio do extrativismo vegetal.
18
CAPÍTULO III - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PEDRO II.
1. HISTÓRICO.
O Município de Pedro II, primitivamente chamado Piquizeiro, foi fundado no final do
século XVIII, por João Alves Pereira, seus irmãos e alguns amigos, todos de origem
portuguesa. Levados pelo espírito de regiliosadade, edificaram uma pequena capela,
consagrada a Nossa Senhora da Conceição, mandando vir de Portugal uma imagem. para
constituição do patrimônio da igreja, João Alves Pereira doou um quilômetro e meio de terra.
Em 1851, foi criada a paróquia de Nossa Senhora da Conceição dos Matões,
denominação indicativa que havia substituido o nome Piquizeiro.
O Povoado elevou-se a Vila e Município, com a denominação de Pedro II, em
homenagem ao Imperador do Brasil, desmembrado do Município de Piracuruca, criado pela
Resolução nº 367, de 11/08/1854. No ano seguinte foi estabelecido o patrimônio municipal,
abrangendo todo o território correspondente à Serra dos Matões. Com a queda do Império,
tomou a denominação de Matões em dezembro de 1889. O Decreto Estadual nº 50, de
21/02/1891, elevou a Vila à categoria de Cidade, com a denominação de Itamarati, em
homenagem ao Palácio da Presidência da República. O Topônimo Pedro II foi estabelecido
em obdiência à Lei Estadual nº 641, de 13/ 07/ 1911.
Na divisão Adminstrativa de 1911, o Município de Pedro II figurou apenas como o
Distrito Sede, criado pela Resolução Provincial nº 295, de 20/ 08/ 1851, situação em que
permanece.
2. LOCALIZAÇÃO.
O município está localizado na mesorregião do Centro-Norte Piauiense, microrregião
de Campo Maior, compreendendo uma área irregular de 1.948 km², tendo como limites ao
Norte com os municípios de Domingos Mourão e Lagoa de São Francisco; ao sul com Milton
Brandão, Buriti dos Montes e Jatobá do Piauí; a Leste com o Estado do Ceará e a Oeste com
os municípios de Capitão de Campos e Piripiri. A sede municipal tem as coordenadas
19
geográficas de 04°25’29” de latitude sul e 41°27’31” de longitude oeste de Greenwich e
distancia-se cerca de 212 km de Teresina, Capital do Estado.
3. ASPECTOS SOCIAIS.
O município foi criado pela Lei Estadual nº 641 de 13/07/1911, sendo desmembrado
do município de Piracuruca. A população total, segundo o Censo Demográfico 2007 do
IBGE, é de 36.675 habitantes e uma densidade demográfica de 18,58 hab/km2, onde cerca de
58% das pessoas estão na zona urbana. Com relação à educação, 63,90% da população acima
de 10 anos de idade é alfabetizada.
A sede do município dispõe de abastecimento de água, energia elétrica distribuída pela
Companhia Energética do Piauí S/A - CEPISA, terminais telefônicos atendidos pela
TELEMAR Norte Leste S/A, agencia de correios e telégrafos, escolas de ensino fundamental
e médio e instituições de ensino superior publica, como a Universidade Estadual do Piauí, e
privada, e intuições de crédito como o Banco do Brasil S/A, entra outras.
4. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS.
As condições climáticas do município de Pedro II (com altitude da sede a 630 m acima
do nível do mar) apresentam temperaturas mínimas de 18° C e máximas de 28° C, com clima
quente tropical. A precipitação pluviométrica média anual (registrada, na sede, 1.000 mm) é
definida no Regime Equatorial Marítimo, com isoietas anuais em entre 800 a 1.600 mm, cerca
de 5 a 6 meses como os mais chuvosos e período restante do ano de estação seca. Os meses de
fevereiro, março e abril correspondem ao trimestre mais úmido da região. Os solos da região
compreendem principalmente plintossolos álicos de textura média, fase complexo campo
maior. Solos podzólicos vermelho-amarelos, plínticos e não plínticos com transições vegetais
caatinga/cerrado caducifólio, floresta ciliar de carnaúba e caatinga de várzea e,
secundariamente, solos arenosos essencialmente quartzosos, profundos, drenados,
desprovidos de minerais primários, de baixa fertilidade, com transições vegetais, fase caatinga
hiperxerófila e/ou cerrado sub-caducifólio/floresta sub-caducifólia e/ou carrasco. As feições
geomorfológicas da região compreendem superfície aplainada com presença de áreas
deprimidas, que formam lagoas temporárias; superfícies tabulares reelaboradas (chapadas
baixas), relevo plano com partes suavemente onduladas e altitudes variando de 150 a 300
metros; superfícies onduladas, relevo movimentado, correspondendo a encostas e
20
prolongamentos residuais de chapadas, desníveis e encostas acentuadas de vales e elevações,
altitudes entre 150 a 500 metros (serras, morros e colinas) e superfícies tabulares cimeiras
(chapadas altas), com relevo plano, altitudes entre 400 a 750 metros, com grandes mesas
recortadas.
5. GEOLOGIA.
A totalidade da área do município é ocupada por litologias pertencentes às coberturas
sedimentares. Destacam-se sedimentos da Formação Longá, com folhelho, siltito e calcário. A
denominada Formação cabeça, reunindo arenito, conglomerado e siltito. Presença da
Formação Pimenteira, englobando folhelho, siltito e arenito. E, na base do pacote sedimentar,
o grupo Serra Grande, incluindo arenito, siltito, conglomerado e folhelho. Verificar Anexo 02.
6. RECURSOS HÍDRICOS.
6.1. ÁGUAS SUPERFICIAIS.
O Município é banhado pelos rios, Piracuruca, Caldeirão, Corrente, Parafuso,
Capivara, Macambira e Rio dos Matos, todos temporários. Existem ainda quatro lagoas, cinco
riachos temporários, vinte e três barragens e um açude, o Joana.
6.2. ÁGUAS SUTERRÂNEAS.
No município de Pedro II distingue-se somente o domínio hidrogeológico pertencente
às rochas sedimentares, da Bacia do Parnaíba e representadas pelo Grupo Serra Grande e
formações Cabeças e Longá.
O Grupo Serra Grande é constituído litologicamente de arenitos e conglomerados e
normalmente apresentam um potencial médio, sob o ponto de vista da ocorrência de água
subterrânea, tanto do ponto de vista quantitativo quanto qualitativo.
A Formação Pimenteiras não apresenta importância hidrogeológica pelo fato de
possuir constituintes litológicos da baixa permeabilidade.
21
As características litológicas da Formação Cabeças indicam boas condições de
permeabilidade e porosidade, favorecendo, assim, o processo de recarga por infiltração direta
das águas de chuvas. Tal aqüífero se constitui num importante elemento de armazenamento de
água subterrânea, também pelo fato de ocorrer em cerca de 50% da área do município.
A Formação Longá, pela sua constituição litológica quase que exclusivamente de
folhelhos, que são rochas que apresentam baixíssima permeabilidade, não apresenta
importância hidrogeológica.
CAPÍTULO IV - PEDRO II: O SETOR AGROPECUÁRIO EM UMA VISÃO AMPLA.
1. ESTRUTURA FUNDIÁRIA.
O latifúndio é uma característica predominante no Brasil, Piauí, e Pedro II, em
particular, não iria fugir a essa regra. Segundo Manuel Andrade (1998),
“a concentração fundiária existente no Nordeste é conseqüência do caráter essencialmente comercial de agricultura, Carter este que se manifestou desde o inicio da colonização e que ainda hoje, a pesar do crescimento cessível classe media e do mercado interno, conseqüência da industrialização, é predominante. Seu domínio se manifesta através da proteção desempenhada pelos órgãos governamentais á grande lavoura – à cana de açúcar, ao café, ao cacau, etc. – e ao completo disperso às lavouras de subsistência ou “lavouras de pobres”, [...]. Daí o florescimento constante da grande lavoura e, conseqüente da grande propriedade, e o estacionamento, talvez mesmo a decadência da pequena lavoura, à qual esta ligada a pequena propriedade.”
As atividades que propiciaram a estrutura fundiária no município foram a
bovinocultura criada extensivamente, e o extrativismo vegeta, em especial a exploração do
pó-de-carnauba. Em maioria predomina os minifúndios, com áreas inferiores a 100 hectares,
correspondendo a 96,1%, porém os latifúndios, com área superior a 100 hectares, detêm
70,4% das terras do município.
Esta configuração fundiária dificulta o desenvolvimento das atividades
agropecuárias do município. Pois as maiorias das grandes propriedades não são, no total de
sua área, produtivas por falta de exploração.
22
2. A MIGRAÇÃO RURAL.
Desde o ciclo da mineração, no século XVIII, até os dias atuais, a região Nordeste vem
sofrendo um processo contínuo esvaziamento populacional relativo, em geral a favor da
região Sudeste. Ambas são, portanto, regiões bem caracterizadas do ponto de vista migratório:
a primeira é uma típica região emigratória, ou de evasão populacional, e a segunda é uma
região imigratória, ou de atração populacional.
Se, por um lado, a cultura do café, a indústria e o rápido desenvolvimento do estado de
São Paulo transformaram-no em um dos mais importantes pólos de atração dos fluxos
migratórios, por outro, as desigualdades econômicas e sociais associadas às secas no
Nordeste, na década de 1950, além da construção de rodovias interligando as duas regiões,
contribuíram decisivamente para essas migrações. Além da região Sudeste, todas as demais
regiões recebem migrantes nordestinos. No entanto, em sua maioria, a miséria segue junto
com os migrantes nordestinos, contribuindo para a ocupação irregular e ampliação das
desigualdades sociais nos grandes cetros.
Em Pedro II o processo migratório é bastante acentuado. A pouca oferta de trabalho, e
pouco incentivo ao empreendedorismo, principalmente rural, leva uma parcela significativa
da população a migrar para grandes cetros urbanos, como as regiões metropolitanas de São
Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
Reduzindo assim a mão-de-obra apta a desempenhar atividades agroprodutivas no
meio rural. Segundo o IBGE (2000) 57,8% da população pedrosegundense vive na zona
urbana, e 42,2% na zona rural. A transferência da população do meio rural para o urbano
contribui para o mau desempenho produtivo do setor agropecuário.
3. A POLITICA DE CRÉDITO RURAL.
Pode-se dividir a política de crédito rural no Brasil em dois grandes períodos, a partir
da criação do SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural): um primeiro que abrange o
intervalo de 1965 a 1985; e outro, de 1986 a 1996. Os 20 anos iniciais da política de crédito
rural caracterizam-se pela relativa facilidade de expansão creditícia e condições de repasse
aos beneficiários. Notam-se ainda a presença significativa do Tesouro Nacional como fonte
originária dos recursos e a atuação do BB (Banco do Brasil S/A) como agente intermediário.
No segundo período, em virtude da unificação orçamentária e do encerramento da conta-
23
movimento junto ao BACEN (Banco Central do Brasil), estas facilidades se reduzem como
também é reduzida a participação do Tesouro no financiamento do programa. Verifica-se a
criação de novos instrumentos de captação de recursos, como a poupança rural e a emissão de
títulos privados.
Tanto o primeiro quanto o segundo momento podem ser, ainda, subdividos em outros
dois períodos. No primeiro caso, tem-se um contexto inicial de concessão farta de créditos e
subsídios aos produtores que se estende até 1980. A partir desta data, existe claramente uma
preocupação de reduzir os recursos transferidos, mediante a indexação dos empréstimos. No
segundo período assinalado, a criação do Orçamento das Operações Oficiais de Crédito (OC)
atuantes para o exercício de 1988 impõe uma transparência às operações de crédito e uma
limitação no volume concedido.
O setor agrícola experimentou, praticamente até o final dos anos de 1980, a existência
de taxas de juros reais negativas, valendo-se do índice geral de preços como deflator. Tal
situação irá reverter-se fortemente nos anos de 1990, em especial no ano de 1995, quando
eclodiu o movimento de produtores rurais contestando o veto presidencial ao artigo 16 da Lei
8.880, que previa a indexação do empréstimo rural pelos mesmos parâmetros empregados na
correção dos preços mínimos (LEITE, 1998).
No período que compreende as décadas de 1970 e 1980, como ocorreu em todo o
Brasil, o setor agropecuário de Pedro II teve grandes avanços devido o volume de crédito
concedido. Tanto créditos concedidos a fundos perdidos como em instituições bancarias. Os
financiamentos eram realizados em maiorias, através do BB, BNB e BEP, e os projetos
elaborados e acompanhados pela EMATER. Funcionava da seguinte forma: a EMATER
recebia o Manual de Crédito Rural onde descrevia toda a política de financiamento adotada
pelo banco, para elaborar os projetos; para financiamento de custeio agrícola os valores eram
baseados no VBC (Valor Básico de Custeio), este com linhas de financiamento para culturas
puras ou consorciadas; o credito era concedido em grupos de no mínimo três agricultares onde
um avalizava o outro, ou individual, porém necessitando avalista. E para financiamento de
investimentos agrícolas, havia a necessidade do penhor de bens que equivalessem a 60% a
mais do valor creditado. Os recursos eram liberados em três fases, primeiramente implantação
da atividade (preparação de área para plantio, confecção de cerca, implantação de pastagens,
etc.), segundo para manutenção da atividade (tratos culturais, fitossanitários, construção de
instalações, etc.), e terceiro para beneficiamento da produção (colheita, armazenamento da
24
produção, aquisição de animais, etc.), as parcelas eram liberadas logo após laudo emitido
pelos técnicos da EMATER atestando que os recursos foram devidamente empregados e se
não havia percas de produção. Deste modo esses financiamentos tinham um constante
acompanhamento técnico. Além do seguro garantindo indenização se houvesse percas
significativas de produção, através do PROAGUA (Programa de Garantia da Atividade
Agropecuária)
Este modelo de financiamento modificasse a partir da década de 1990 com as
mudanças nas políticas de crédito rural e na retração da economia brasileira. O que também
ocasionou o sucateamento dos órgãos de assistência técnica de todo Brasil, restringido sua
atuação junto ao produtor rural.
A partir de 2003 há uma oferta maior de crédito rural através de linhas de
financiamento do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).
Criado em 1994, através de reivindicação da CONTAG (Confederação Nacional dos
Trabalhadores Rurais na Agricultura). Com a finalidade de financiamento de projetos
individuais ou coletivos de agricultores familiares e assentados da reforma agrária. Para
acessar o crédito é preciso obter nos sindicatos ou EMATER a Declaração de Aptidão ao
Pronaf (DAP), que é emitida segundo a renda anual e as atividades exploradas. Para os
beneficiários da reforma agrária e do crédito fundiário, procura-se o Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (INCRA) ou a Unidade Técnica Estadual (UTE).
Os pricipais financiamentos contardados pelos produtores de Pedro II segundo a
EMATER, são os PRONAF “B”, “A” e Comum, além do FNE Rural para aqueles produrores
que não se enquadram no PRONAF. Os financiamentos são principalmente para custeio
agricola. Onde segundos criterios de financiamento, a área deve ser mecazinada, o produtor
deve ter a DAP inguadrando-no ao PRONAF Comum com reda familiar bruta superior a seis
mil reais, financia somente culturas puras, e aquisição de ensumos agricolas e mão-de-obra,
com devida comprovação dos gastos dos recursos. Além do produtor assinar uma carta de
credito rural, onde o mesmo comprometi-se a cumprir todos os requezitos do crétito de
custeio, para o mesmo poder ter as culturas cobertas pelo seguro Garantia Safra ou
PROAGUA +. Para investimentos agriculas os creditos mais procurados são financiamento de
atividades pecuárias (caprinovinocultura e suinocultura são as principais). Em relação as
formas de liberação dos recursos são feitas de duas formas bem distintas.Nas lihas credito do
PRONAF “B” e custeio agricola os valores são liberados em pracela única diretamente ao
25
contratante do credito. Para os investimentos os recursos devem ser liberados diretamente
para os fornecedores do contratante do credito. Este financiamento podem ser feitos atraves
de BB (Banco do Brasil S/A) ou do BNB (Banco do Nordeste do Brasil S/A).
Segundo os técnico da EMATER em Pedro II, os criterios do credito de custeio
descritos anteriormente não são seguidos pelos produtores da região. Primeiramente não se
planta culturas puras, em maioria as áreas são inferiores as que são colocadas no projeto e não
trabalham com mecanização agrícola. Como os produtores tem acesso direto aos recursos
contratados, empregam-nos em outras finalidades. O mesmo acontesse com o PRONAF “B”,
os recurso são gastos em outras finalidades. Isto promove o crescimento da inadimplencia no
municipio, que está em torno de 15%, segundos dados obtidos na Agencia de BB em Pedro II.
E faz com que os produtores não tenham acesso ao Garantia Safra, devido não terem
cumprido o contrato da carta de crédito.
Outor problema verificado é a falta de assistencia técnica. Em pesquiza realiza com os
produtores rurais notou-se que 96,8% não resecebem assitencia técnica efetiva no seus
projetos. O que leva a ineficiencia das atividades agropecuárias e endivademento dos
produtores.
4. POLÍTICAS PÚBLICAS AO SETOR AGROPECUÁRIO PEDROSEGUNDENSE
A partir de 1990, segundo o IBGE, o estado do Piauí passa a ter seus municípios
agrupados em meso e macrorregiões geográficas, para planejamento de ações visando o
desenvolvimento econômico. De acordo com essa divisão o estado possui quatro
mesorregiões e 15 microrregiões.
Com o objetivo de dar um sentido organizativo consistente e compatibilizar as linhas
do estudo ao modelo de regionalização, através da lei complementar Lei Complementar Nº 85
de 08/06/2007, proposta pela Secretaria do Planejamento para o Estado do Piauí, tomaram-se
como referencial geográfico as unidades definidas como Territórios de Desenvolvimento e a
partir das quais se elegeram dois municípios como representantes, recaindo a escolha sobre o
centro polarizador regional, em função de gravitarem sobre seus interesses os demais
municípios e território. E supletivamente tomou-se outro município que, mesmo tendo suas
26
atividades atreladas ao primeiro, destaca-se por um segmento econômico específico ou por
uma atividade sociocultural de grande atratividade populacional.
A partir do cruzamento das variáveis ambientais, sociais, econômicas e político
institucional, foi estabelecida como base da divisão territorial aspectos da geografia política e
econômica da bacia do Rio Parnaíba, permitindo uma primeira divisão em macrorregiões
baseadas nas características físicas, potencialidades de produção e dinâmica de
desenvolvimento, configurando-se em quatro macrorregiões conforme mostra o anexo.
Além disso, outro aspecto importante é a diferença de níveis de desenvolvimento dos
municípios que compõem essas regiões (tomando-se como indicadores o IDH, os aspectos
tecnológicos, acesso à informação e capacidade de resposta a estímulos vinculados ao
desenvolvimento). Estas diferenças exigem outro nível de divisão territorial que permita
aproximar mais municípios com realidade semelhantes.
Diante desta análise, optou-se pela divisão das macrorregiões em territórios de
desenvolvimento (TD). Para tanto, a atenção foi concentrada no estudo das vocações
produtivas e dinâmicas de desenvolvimento das regiões, tendo como base a divisão dos
municípios. Desta forma, foi possível estabelecer um corte que permitiu a divisão do Estado
em 11 territórios de desenvolvimento.
Esta divisão visa viabilizar políticas de desenvolvimento econômico sustentável à
região. Pedro II está situado no território do desenvolvimento dos Cocais.
Outras ações de políticas públicas para o setor agropecuário de Pedro II são realizadas
por ONGs (Organizações Não Governamentais), como a Fundação Santa Ângela, o Centro de
Formação Mandacaru, a Obra Kolping, e o CERAC (Centro Regional de Assessoria e
Capacitação). Estas instituições coordenam políticas nas áreas de educação voltada para o
meio rural, capacitação técnica, captação de água das chuvas e suas utilizações, divulgação de
tecnologias de produção contextualizadas para a convivência com o clima semi-árido,
financiamento de projetos agroprodutivos, reforma agrária, etc. Infelizmente esses trabalhos
ainda são insuficientes para atender as deficiências instaladas no setor agropecuário do
município, quer seja por falta de recursos humanos e/ou financeiros, ou pro falta de uma
gestão dos projetos coordenados por algumas dessas ONGs.
Em relação às ações dos poderes públicos, são colocadas a disposição dos produtores
rurais, as linhas de crédito do PRONAF, do Credito Fundiário através do PCPR, do INCRA, e
o Bolsa Família. Os financiamentos do PRONAF, como já foram abordados anteriormente,
operam de forma ineficiente. Através do Crédito Fundiário, existem no município oito
Assentamentos, sendo dois deles formados somente por jovens com formação Técnica em
27
Agropecuária, em maioria, projetados a partir da Fundação Santa Ângela, e dois através do
INCRA. Esses Assentamentos Rurais em maioria estão em fase de implantação, os já
consolidados funcionam em condições precárias de produção. Praticam uma agricultura
subsistêncial, atividade pecuária ineficiente, e baixo nível de organização. Outro entrave é a
política assistencialista do Programa Bolsa Família, promovendo a acomodação de muitas
famílias rurais, esses produtores restringem-se a sobreviver desse recurso mínimo e não
buscam melhorias de vida.
De um modo geral as políticas públicas destinadas ao setor agropecuário tanto em
Pedro II como nos demais municípios do Piauí, devem sofre um planejamento condizente
com a realidade da região. Segundo o artigo 187 da Constituição Federal, diz que “a política
agrícola deve ter origem num sistema de planejamento eficaz e que incorpore a participação
de produtores e trabalhadores, procurando garantir resultados satisfatórios, inclusive
aumentando os investimentos públicos no setor agropecuário”.
5. A AGRICULTURA EM PEDRO II.
Pedro II é dotado de condições favoráveis a prática agrícola. A região não tem muitas
restrições naturais, como as demais localidades do semi-árido nordestino. Há disponibilidade
de água no subsolo e sobre o solo, o índice pluviométrico varia de 800 a 1600 mm,
abundância de áreas com solos profundos, planos e mecanizáveis, com características
agronômicas favoráveis, além de áreas de vazante.
Mesmo com essas condições favoráveis a produção agrícola do município é totalmente
subsistêncial e insuficiente para atender as demandas de consumo interno. Segundo
diagnóstico realizado pelo SEBRAE (1991, p.40),
“[...] isto vem reforçar a necessidade de redirecionar ações no sentido de implementar a atividade agrícola e a partir daí incentivar a comunidade para esse segmento econômico bastante subdesenvolvido como também favorecer incentivos para o cultivo de outras culturas que poderiam ser realizadas no município, como por exemplo, produtos de horticulturas e fruticultura[...].”
Observando o Anexo 04, do ano de 1996 a 2008 a área total de produção agrícola
sofreu um decréscimo de –84,13%, saindo de 33.088 hectares de área cultivada, para 5.250
hectares respectivamente. Algumas culturas deixaram de ser contabilizado pelo IBGE, tais
como algodão arbóreo, fumo, abacate, por não possuírem mais área significativa. Culturas
28
como a melancia que teve o cultivo reduzido em -95,45%. A mandioca que tem uma
produtividade excelente, variando de 8.000 a 18.000 mil quilos por hectare, reduziu de 3.150
hectares em 1989, para 108 hectares em 2008, decrescendo -96,57%. A cajucultura é
significativa no município tem sua produção (a castanha) destinada, quase em sua totalidade,
a atravessadores que a enviam para os outros estados, esta adquirida a preços relativamente
baixos.
Outro fator indesejado é o abastecimento local de hortaliças e frutas ser oriundo de
outros estados, principalmente do Ceará. São culturas que poderiam está sendo eficientemente
conduzidas no município gerando empregos, rendas e, evitando a migração tão acentuada na
região.
A redução nas áreas plantadas das principais culturas do município, esta aliada a dois
fatores. O primeiro é a emancipação dos municípios de Milton Brandão e Lagoa de São
Francisco, onde Pedro II teve redução significativa de sua área territorial. O segundo fator
deve-se as mudanças na política de crédito rural e crise na economia brasileira na primeira
metade da década de 1990.
6. A PECUÁRIA EM PEDRO II.
A produção pecuária de Pedro II é significativa em relação à microrregião a que
pertence, destacando-se os rebanhos respectivamente de caprinos, suínos, ovinos, bovinos,
asininos, equinos, e muares. Os rebanhos mais representativos são os de caprinos (o quarto
maior do estado com 26.129 cabeças) e suínos (16.446 cabeças). Porém as técnicas
empregadas pela grande maioria dos produtores ainda são precárias e ultrapassadas, os
animais são criados extensivamente, o que dificulta o controle sanitário das enfermidades e a
tecnificação das propriedades.
Com a instalação de granjas e frigoríficos no município a avicultura ganhou um papel
significativo. Além da apicultura que é uma atividade com potencial crescente na região. No
ano de 2009 contabilizo-se 2.534 colméias produtivas, rentabilizando uma produção de
51.280 kg de mel, com uma produtividade média de 20 kg de mel por colméia, 2.564 kg de
cera bruta. Em média 80% da produção de mel são destinadas as empresas de exportação, este
fato ocorre devido ao preço pago pelo quilo do produto, que é de três reais e de dois reais e
oitenta centavos, praticados no mercado externo e interno respectivamente.
29
Devido à forma de tecnificação da pecuária pedrosegundense, apesar do efetivo de
rebanho, que pode ser observado no anexo, tal qual a agricultura não atende as necessidades
do mercado interno. Para se ter uma idéia, segundo dados do serviço de inspeção municipal
S.I.M. No ano de 2009 foram abatidos no Abatedouro Público de Pedro II 3.256 bovinos.
Deste total apenas 433 animais, ou seja, 13,2% tiveram procedência do município. Os demais
vieram em maioria de outros estados como Tocantins, Goiás, Maranhão e Pará.
7. O SETOR AGROINDUSTRIAL DE PEDRO II.
As empresas agroindustriais de Pedro II beneficiam apenas cinco tipos diferentes de
produtos. Este fato por si só evidencia a fragilidade do setor na transformação dos produtos
primários que seriam a base para viabilizar a implantação e diversificação de pequenos
empreendimentos agroindustriais que garantiriam ao produtor rural mais facilidade para a
comercialização e escoamento da sua produção. Dentre os principais produtos beneficiados
pelas agroindústrias do município, se destacam o arroz, carnes de aves, bovina, caprina, suína
e ovina, e cachaça.
No geral, o que ocorre com o setor primário de Pedro II, que supostamente daria
sustentáculo às agroindústrias, é que os principais produtos do município são escoados “in
natura” e de modo informal, como é o caso da castanha de caju, água ardente, peles e o mel.
Numa visão ampla, o setor agroindustrial formalmente constituído no município de
Pedro II representa uma parcela reduzida na produção municipal e na geração de renda e
emprego. Além disso, não há efetiva integração entre a produção do setor primário e a
agroindústria local. Daí surge à dependência do município as outras regiões no que se refere à
aquisição da matéria-prima, apontado como maior entrave ao pleno emprego dos fatores
produtivos.
30
8. O SETOR AGROPECUÁRIO E SUA REPRESENTATIVIDADE NA ECONOMIA
DE PEDRO II.
Pedro II tem sua economia desenvolvida em atividades informais. Sendo um
município onde os setores produtivos são incipientes e o complexo rural não dispõe de
técnicas que lhes permita sair do atual estágio de produção, buscou dentro das atividades
autônomas supri todas as carências e com isto garantir um nível de emprego e renda a uma
parcela da população local. Tais atividades, apesar de não gerarem uma renda tão
significativa, através da coleta de impostos, fazem com que um montante de recursos
advindos do processo de comercialização informal, notadamente dos seus produtos artesanais
seja uma parte integrante no município e que favorece a presença de turistas, potenciais
compradores destes produtos de uma maneira cada vez mais crescente. Dentre as atividades
informais destacam-se as de artesanato em fios, micro-destilarias, cerâmica e a exploração de
opala.
Não sendo indiferente a maioria dos municípios do Piauí, o setor de serviços públicos
dá sustentáculo à economia local. De acordo com dados do IBGE (2005) os serviços públicos
representaram 42,46%, tornando a economia local dependente em sua maioria a repasses de
verbas públicas, através dos salários dos servidores públicos, dos benefícios sociais
principalmente previdenciários, e da manutenção dos órgãos públicos, podendo ser visto no
anexo. Os serviços e comércio somados aos serviços públicos representaram segundo o IBGE
(2007), 81,50% do PIB (Produto Interno Bruto) do município, como mostra o anexo.
O setor agropecuário é o menos representativo, 10,13% das receitas do município em
2005 segundo o IBGE (2005). Em relação a o PIB do ano de 2007 correspondeu a 7,3% do
montante total. Essa diferença é devida a pouca importância que é dado ao setor no município,
pelos poderes públicos. Desperdiçando assim a vocação natural que o município tem neste
setor. O que poderia incrementar de forma significativa a economia local, gerando empregos e
renda.
Em pesquisa de campo realizada com produtores rurais do município, 51% afirmaram
que as maiores dificuldades enfrentadas para desempenharem suas atividades, é a carência de
recursos financeiros e a escasseeis de mão-de-obra. Os demais destacaram pragas e doenças e
falta de planejamento da produção, correspondendo a 15% e 34% respectivamente. Quando
questionados em relação ao que os ajudariam a solucionar os problemas de suas propriedades,
51,2% afirmaram que um projeto de investimento ou custeio, melhoraria suas atividades e,
31
48,8% destacaram a organização de suas atividades com auxilio de acessória técnica
especializada.
Desta forma pode-se destacar a insipiência do setor agropecuário pedrosegundense
como anteriormente já se enfatizara. De acordo com o SEBRAE (1991), em diagnóstico
socioeconômico realizado no município,
“[...] é necessário que se de apoio efetivo ao pequeno produtor, responsável pela maior parcela da produção agropecuária local, de modo a modificar as condições de produção tais como: financiamentos, custeio e investimento, inventivo a irrigação de culturas adequadas às características do município, [...]”.
Faz-se necessário investir mais nas atividades agropecuárias em Pedro II, tendo em
vista, a expansão do setor turístico proporcionado pelo evento cultural Festival de Inverno,
realizado anualmente na cidade. O que garantiu a presença constante de turistas na cidade e o
aumento do número estabelecimentos comerciais fornecedores de refeições. Aumentando
ainda mais a demanda de alimentos no município.
32
CONSIDERÇÕES FINAIS.
É inegável a expressão que o setor agropecuário tem no que diz respeito a prestar
contribuição para a geração de emprego, renda e por conseqüência garantir qualidade de vida.
Uma agricultura desenvolvida e equilibrada traz para a sociedade significativos resultados que
normalmente são esquecidos pelos consumidores. Produtos com qualidade, produzidos com
orientação técnica, comercializados de forma correta chegam à mesa da sociedade para
contribuir e atender as necessidades alimentares da população, melhorando sua nutrição e
renda.
Independente de se fortalecer a agricultura de subsistência, dar maior apoio técnico
aos agricultores assentados e também aos produtores rurais, é necessário ampliar os trabalhos
de habitação rural, saúde e educação, sobretudo para diminuir as migrações.
É preciso capacitar pessoas, mão-de-obra, é essencial que se tenha um modelo de
assistência técnica e de geração de tecnologias modernas e adequadas às características da
região. É urgente que o associativismo em suas diversas formas se manifeste para ajudar no
desenvolvimento sustentável e modernização da economia de Pedro II. Sem que ocorram
modificações no perfil da produção agropecuária, aumento de produtividade e produção,
torna-se difícil melhorar as condições nutricionais, de alimentação e renda da população.
Podem-se destacar algumas atividades agropecuárias com potencial ainda inexplorado
em Pedro II como: a apicultura, a ovinocaprinocultura, a piscicultura, o extrativismo vegetal,
a fruticultura irrigada, a agroindústria, o turismo e artesanato, e o cultivo do arroz. Tendo o
município que vencer sérias limitações para o seu melhor aproveitamento seja com relação à
infraestrutura de apoio à produção, de organização e fortalecimento dos produtores, na
qualificação dos recursos humanos, e outros mais, além da apresentação de baixos indicadores
sociais e econômicos.
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Manuel Correia de. A Terra e o Homem no Nordeste. Recife – PE. Editora da
UFPE, 1998.
ARAÚJO, Tênia Bacelar. O Nordeste: herança de diferenciação e futuro de fragmentação.
Revista do Instituto de Estudos Avançados (IEA) as USP. São Paulo: EDUSP, n. 29,
1997.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF:
Senado Federal, 1988.
BRASIL, Ministério de Minas e Energia. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por
água subterrânea do estado do Piauí: Diagnostico do Município de Pedro II/
Organização do texto [por] Roberto Boto Aguiar [e] José de Carvalho Gomes –
Fortaleza: CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2004.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISCA – IBGE. Disponível em: <
http : // www.ibge.gov.br/ >. Acesso em: 23 de mai. 2010.
PIAUÍ. Lei Complementar nº 87, de 22 de gosto de 2007. Estabelece o Planejamento
Participativo Territorial para o Desenvolvimento Sustentável do Estado do Piauí e dá
outras Providências. DOE nº 159 de 22 de gostode2007. Disponível em < http:
//www.piaui.pi.gov.br/ índex.php>. Acesso em: 17 de jun. 2010.
QUEIROZ, Terezinha de J.M. Economia piauiense: da pecuária ao extrativismo. 2. ed.
Teresina: EDUFIPI, 1998.
SEBRAE. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Diagnostico Sócio-Econômico
do Município de Pedro II. Teresina: SEBRAE/PI, 1998. 36 p.
SEBRAE. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Diagnostico Sócio-Econômico
do Município de Pedro II. Teresina, COMEPI. 1991. 105 p.
SILVA, Réia Silva Rios Magalhães e. A monografia na pratica do graduando: como elaborar
um trabalho de conclusão de curso – tcc /José Augusto Paz Ximenes. Teresina, CEUT,
2002.
34
APÊDICES
35
APÊNDICE 01
PESQUISA DE CAMPOQUETIONÁRIO
“Questionário aplicado à produtores rurais do município de Pedro II no período de 03 de maio de 2010 a 09 de junho de 2010.”
1. Nas atividades agropecuárias da sua propriedade quais os principais problemas que você enfrenta?
( ) Pragas e doenças( ) falta de organização da produção( ) falta de recursos humanos e financeirosOutro:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. O que você apontaria como solução para seus problemas nas atividades agropecuárias:( ) Organização e orientação das atividades com ajuda de um técnico;( ) Financiamento de um projeto de investimento ou custeio;( ) Você acha que não precisa de ajuda para solucionar os problemas da sua propriedade;Outro:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Você recebe assistência técnicas em sua propriedade de forma direta ou indiretamente?
( ) Sim( ) Não
36
APÊNDICE 02
TABULAÇÃO DOS DEDOS OBTIDOS COM A PESQUISA DE CAMPO
QUESTÃO 01: Nas atividades agropecuárias da sua propriedade quais os principais problemas que você enfrenta.
ALTERNATIVAS INDICES OBTIDOSPragas e doenças 15%
Falta de organização da produção 34%Falta de recursos humanos e financeiros 51%
TOTAL 100%
QUESTÃO 02: O que você apontaria como solução para seus problemas nas atividades agropecuárias.
ALTERNATIVAS INDICES OBTIDOSOrganização e orientação das atividades com
ajuda de um técnico.47%
Financiamento de um projeto de investimento ou custeio.
53%
Você acha que não precisa de ajuda para solucionar os problemas da sua propriedade.
00%
TOTAL 100%
QUESTÃO 03: Você recebe assistência técnicas em sua propriedade de forma direta ou indiretamente.
ALTERNATIVAS INDICES OBTIDOSSIM 3,2%NÃO 98,8%
TOTAL 100%
37
APÊNDICE 03
QUESTINÁRIOPESQUIZA DE CAMPO
“Questionário aplicado à funcionário do EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí, unidade de Pedro II.”
1. Como funcionou a extensão rural no período das décadas de 1980 a 1990?________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Como está funcionando a assistência técnica atualmente?________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Como era a política de crédito rural nas décadas de 1980 a 1990?________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Como funciona a política de crédito rural atualmente?________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Faça um comparativo do setor agropecuário de Pedro II, a partir da década de 1980.___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
38
ANEXOS
39
ANEXO 01
LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PEDRO II - PI
Fonte: Figura Ilustrativa. BRASIL, Ministério de Minas e Energia. Projeto cadastro de fontes de abastecimento
por água subterrânea do estado do Piauí: Diagnostico do Município de Pedro II / Organização do texto
[por] Roberto Boto Aguiar [e] José de Carvalho Gomes – Fortaleza: CPRM – Serviço Geológico do
Brasil, 2004.
.
40
ANEXO 02
ESBOÇO GEOLOGICO DE PEDRO II
Fonte: Figura Ilustrativa. BRASIL, Ministério de Minas e Energia. Projeto cadastro de fontes de
abastecimento por água subterrânea do estado do Piauí: Diagnostico do Município de Pedro II/
Organização do texto [por] Roberto Boto Aguiar [e] José de Carvalho Gomes – Fortaleza: CPRM –
Serviço Geológico do Brasil, 2004.
41
ANEXO 03
Fonte: Figura Ilustrativa. RODRIGUES, Joselina Lima Pereira. Estudos Regionais: Geografia e
Historia do Piauí. Ed. Halley S/A. Teresina, 2004.
42
ANEXO 04
QUADRO COMPARATIVO: PRICIPAIS CULTURAS DO MUNICÍPIO DE PEDRO II, 1989 / 1996 / 2008.
CULTURA1989 (A) 1996 (B) 2008 (C) (%)
VARIAÇÃO(A) (B) (C)
ÁREA PLANTADA
(ha)
ÁREA COLHIDA
(ha)
ÁREA PLANTADA
(ha)
ÁREA COLHIDA
(ha)
ÁREA PLANTADA
(ha)
ÁREA COLHIDA
(ha)
ABACATE 10 10 - - - - - 100%ALGODÃO RABÓRIO 60 60 - - - - - 100%ARROS SEQUEIRO 1958 1958 1988 1988 290 290 - 85,50%BANANA 160 160 - - 34 34 - 78,75%CAJU 3456 1440 3850 3850 1280 1280 - 66,75%CANA DE AÇUCAR 936 * 940 940 54 54 - 94,25%COCO 56 56 - - 08 08 - 85,71%FAVA 55 55 - - 10 10 - 81,81%FEIJÃO 8400 8400 10945 10945 1729 1623 - 84,20%FUMO 39 39 - - - - - 100%MANDIOCA 3150 * 2536 2536 108 108 - 96,57%MANGA 320 320 - - 36 36 - 88,75%MELANCIA 220 220 - - 10 10 -95,45%MILHO 9492 * 12829 12829 1691 1606 - 86,81%TOTAL 28092 12718 33088 33088 5250 5059 - 84,13%
Fonte: Produção Agrícola Municipal – FIBGE – Teresina/EMATER – Pedro II – 1990. Produção Agrícola Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
* Dados não disponibilizados.
43
ANEXO 05
PRINCIPAIS CULTURAS AGRICOLAS E EXTARTIVISMO VEGETAL – 2008
PEDRO II LAVOURA PERMANENTE - 2008
CULTURAÁREA
PLANTADAÁREA
COLHIDAQUANTIDADE PRODUZIDA
RENDIMENTO MÉDIO
BANANA 34 ha 34 ha 408 t 12000 kg / haCASTANHA DE
CAJU 1280 ha 1280 ha 425 t 332 kg / ha
COCO 08 ha 08 ha 40 Mil Frutos 5000 frutos/haLARANJA 06 ha 06 ha 120 t 20000 kg / haMANGA 36 ha 36 ha 270 t 7500 kg / ha
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
PEDRO II LAVOURA TEMPORARIA - 2008
CULTURA ÁREA PLANTADA ÁREA COLHIDAQUANTIDADE PRODUZIDA
RENDIMENTO MÉDIO
Arroz (em casca) 290 ha 290 ha 412 t 1498 kg/haCana-de-açúcar 54 ha 54 ha 3348 t 62000 kg/haFava (em grão) 10 ha 10 ha 04 t 400 kg/ha
Feijão (em grão) 1729 ha 1623 ha 199 t 122 kg/haMandioca 108 ha 108 ha 140 mil t 8648 kg/haMelancia 10 ha 10 ha 210 t 210000 kg/ha
Milho 1691 ha 1606 ha 883 t 549 kg/haTomate 04 ha 04 ha 27 t 6750 kg/ha
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
EXTRAÇÃO VEGETAL E SILVICULTURA - 2008
ATIVIDADEQUANTIDADE PRODUZIDA
VALOR DA PRODUÇÃO
Carnaúba - Pó 334 t 1086 mil reaisCarvão Vegetal 597 t 269 mil reaisMadeira- Lenha 22826 m³ 80 mil reais
Fonte: IBGE, Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.
ANEXO 06
44
PREINCIPAIS REBANHOS DE PEDRO II - 2009
ESPÉCIE EFEVITO EM CABEÇAS
AVES 68,7 MILCAPRINOS 26.129
SUINOS 16.446OVINOS 12.234
BOVINOS 8.523ASININOS 1.338EQUÍNOS 526MUARES 377
Fonte: Cadastro de Propriedades Rurais. Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí – ADAPI, Unidade de Pedro II – 2009.
ANEXO 07
ORIGEM DOS BOVINOS ABATIDOS NO MATADOURO PÚBLICO DE PEDRO II
2009
MESESORIGEM DO
MUNICÍPIO
OUTRAS
REGIÔES
TOTAL DE BOVINOS
ABATIDOS
(%) ORIGEM DO
MUNICÍPIO
JANEIRO - 244 244 0%
FEVEREIRO 28 192 220 12,7%
MARÇO 08 234 242 03,0%
ABRIL 10 182 192 05,2%
MAIO 22 242 264 08,3%
JUNHO 31 271 302 10,2%
JULHO 36 265 301 11,9%
AGOSTO 53 226 279 18,9%
SETEMBRO 36 268 304 11,8%
OUTUBRO 78 225 303 25,7%
NOVEMBRO 47 238 285 16,4%
DEZEMBRO 84 236 320 26,25%
TOTAL GERAL 433 2.823 3.256 13,2%
Fonte: Serviço de Inspeção Municipal S.I.M. Mapas de Abate de Bovinos, fornecidos à Agência de Defesa
Agropecuária do Estado do Piauí - ADAPI, 2009.
ANEXO 08
45
QUADRO COMPARATIVO: PRINCIPAIS REBANHOS DO MUNICÍPIO DE
PEDRO II 1988 / 1996 / 2009
REBANHOS EFETIVO
1988
EFETIVO
1996
EFETIVO
2009
AVES 153,3 MIL 144 MIL 68,7 MIL
BOVINOS 21.217 21.101 8.523
CAPRINOS 42.741 47.368 26.129
OVINOS 11.414 17.928 12.234
SUINOS 37.689 34.219 16.446
Fonte: Produção Pecuária Municipal – FIBGE – 1988. / Censo Agropecuário – IBGE – 1996. / Cadastro de Propriedades Rurais. Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí – ADAPI, Unidade de Pedro II - 2009.
ANEXO 09
PECUÁRIA DO PEAUÍ 2008
Bovinos 1.750.910 cabeçasEqüinos 146.039 cabeçasBubalinos 594 cabeçasAsininos 197.927 cabeçasMuares 36.367 cabeçasSuínos 1.150.329 cabeçasCaprinos 1.370.372 cabeçasOvinos 1.444.373 cabeçasGalos, frangas, frangos e pintos 7.790.609 cabeçasGalinhas 2.474.754 cabeçasCodornas 31.518 cabeçasCoelhos - cabeçasVacas ordenhadas 194.194 cabeçasOvinos tosquiados - cabeçasProdução de leite 77.784 mil litrosOvos de galinha 16.449 mil dúziasOvos de codorna 341 mil dúziasProdução de mel de abelha 4.143.804 KgProdução de casulos do bicho-da-seda - KgProdução de lã - KgFonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal - 2008.
ANEXO 10
PRODUÇÃO APÍCOLA DE PEDO II 2009
COLMÉIAS PRODUTIVAS 2.534 unidadesPRODUTIVIDADE DE MEL 20 kg/colméia/ano
46
PRODUÇÃO DE MEL 51.280 kgPRODUÇÃO DE CERA 2.564 kgGALPÕES APÍCOLAS 03 unidades
DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO
MERCADO INTERNO ¹ 10.256 kgMERCADO EXTERNO ² 41. 024 kg
PEÇOS PRATICADOSMERCADO INTERNO ¹ R$ 2,80 / kgMERCADO EXTERNO ² R$ 3,00 / kg
RETABILIDADE DA PRODUÇÃO R$ 151.788, 80Fonte: Produção de Apícola de Pedro II, 2009. ACPC - Associação Comunitária de Produtores e Consumidores
de Pedro II, Av. Coronel Cordeiro n° 734, Pedro II-PI.¹ Mercado Nacional.² Mercado Internacional.
ANEXO 11
47
Setores Econômicos de Pedro II - 2005³
10,13% 9,47%
33,98%
46,42%
AGROPECUÁRIA INDUSTRIA SERVIÇOS* ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA
Fonte: IBGE - Produto Interno Bruto, 2005
*O setor Serviços compreende as atividades de serviços e comércio(exclusive administração pública)
ANEXO 12
48
Fonte: IBGE - Produto Interno Bruto dos Municípios, 2007.
ANEXO 13
PEDRO II: DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO SEGUNDO A LOCALIDADE
49
Produto Interno Bruto de Pedro II - 200766.63181,50%
9.14611,18%5.972
07,30%
· Agropecuária · Indústria · Serviços
DISTRIBUIÇÃO Nº ABSOLUTO %Urbana 20.917 57,8Rural 15.284 42,2TOTAL 36.201 100,0
Fonte: IBGE, Censo Demográfico – 2000
PEDRO II: DISTRIBUIÇÃO DAS TERRAS POR GRUPO DE ÁREA E ESTABELECIMENTO
GRUPO DE ÁREA (ha)ESTABELECIMENTOS ÁREA (ha)
N° ABSOLUTO % N° ABSOLUTO %Menos de 10 2.255 80,0 5.227 8,3De 10 a menos de 50 370 13,1 7.610 12,1De 50 a menos de 100 86 3,0 5.707 9,1De 100 a menos de 500 75 2,7 16.122 25,8De 500 a mais 18 0,6 27.986 44,7Sem declaração 16 0,6 - -
TOTAL 2.820 100,0 62.651 100,0Fonte: IBGE, Censo Agropecuário – 1995-1996
PEDRO II: CONDIÇÃO DO PRODUTOR POR ESTABELECIMENTO E ÁREA.
CONDIÇÃO DO PRODUTOR
ESTABELECIMENTOS ÁREA (ha)N° ABSOLUTO % N° ABSOLUTO %
Proprietário 962 34,1 56.521 90,2Arrendatário 06 0,2 11 0,0Parceiro 978 34,7 2.668 4,3Ocupante 874 31,0 3.450 5,5
TOTAL 2.820 100,0 62.651 100,0Fonte: IBGE, Censo Agropecuário – 1995-1996
50