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HÉLIO ULISSES OLIVEIRA CARMO O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II: AS PERSPECTIVAS DA AGROPECUÁRIA FRANTE À ECONOMIA DE DO MUNICÍPIO DE PEDRO II. Monografia apresentada à Universidade Estadual de Piauí, núcleo de Pedro II, como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Geografia. Orientado pelo Professor Marcondes Francisco dos Santos Sales.

O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

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Page 1: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

HÉLIO ULISSES OLIVEIRA CARMO

O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II:AS PERSPECTIVAS DA AGROPECUÁRIA FRANTE À ECONOMIA DE

DO MUNICÍPIO DE PEDRO II.

Monografia apresentada à Universidade

Estadual de Piauí, núcleo de Pedro II, como

requisito parcial para obtenção do grau de

Licenciado em Geografia. Orientado pelo

Professor Marcondes Francisco dos Santos

Sales.

PEDRO II - PI2010

Page 2: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

HÉLIO ULISSES OLIVEIRA CARMO

O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II:AS PERSPECTIVAS DA AGROPECUÁRIA FRANTE À ECONOMIA DE

DO MUNICÍPIO DE PEDRO II.

Monografia apresentada à Universidade

Estadual de Piauí, núcleo de Pedro II, como

requisito parcial para obtenção do grau de

Licenciado em Geografia. Orientado pelo

Professor Marcondes Francisco dos Santos

Sales.

Aprovado em 30 de julho de 2010.

BANCA EXAMINADORA

Prof.º Marcondes Francisco dos Santos Sales

Examinador

Prof.º Hidelberto da Silva Carvalho

Examinador

Prof.ª Osmarina Teixeira de Castro

Examinador

PEDRO II - PI2010

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Page 3: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

Dedico este trabalho a Deus, e aos meus pais, familiares e amigos pela paciência confiança e apoio.

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Page 4: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

AGRADECIMENTOS.

Ao professor Marcondes Sales, pelo profissionalismo e orientação. Aos produtores rurais que dedicam suas vidas a alimentar o mundo. E a todas as pessoas que direta ou indiretamente colaboraram para a realização desse trabalho.

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Page 5: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

“É melhor atirar-se à luta em busca de dias melhores, do que permanecer estático como os que não lutam, mas também não vencem, que não conhecem a dor da derrota, mas não tem a glória de ressurgir dos escombros.”

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Page 6: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

Bob MarleyRESUMO:

Este trabalha busca descrever como o setor agropecuário do município de Pedro II se comporta em relação à economia local. Enfatizando o desenvolvimento histórico do setor primário do Piauí, contextualizando-o à Pedro II. Abordam-se as condições produtivas locais. As características naturais do município, sua localização, os aspectos sociais. Se da ênfase a estrutura fundiária, os processo migratório acentuado da região, as políticas publicas voltadas à agropecuária, o credito rural e a assistência técnica. Destacando o modelo de produção agrícola e pecuário praticado no município, a agroindústria e a parcela de contribuição da agropecuária ao desenvolvimento econômico de Pedro II.

Palavras-chave: agropecuária, economia, Pedro II, representatividade.

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Page 7: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

ABSTRACT:

This work seeks to describe how the agricultural sector in the municipality of Pedro II behaves in relation to the local economy. Emphasizing the historical development of the primary sector of Piauí, contextualizing it to Pedro II. It addresses the local production conditions. The natural characteristics of the municipality, its location, the social aspects. If the emphasis on land ownership, the migration process accentuated the region, public policies directed to agriculture, the rural credit and technical assistance. Highlighting model of agricultural production and animal husbandry practiced in the city, the agricultural industry and its share of contribution to economic development of Pedro II.

Keywords: agriculture, economy, Pedro II, representative.

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Page 8: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

SUMÁRIO.

INTRODUÇÃO..…………………………………………………………………………….09

CAPÍTULO I: A RELEVANCIA DO SETOR AGROPECUÁRIO..................................11

1. A AGROPECUÁRIA UM BREVE HISTÓRICO..................................................11

2. EVOLUÇÃO DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA............................................12

CAPÍTULO II: PIAUÍ: UMA VISÃO HOLÍSTICA...........................................................13

1. DESNVOLVIMENTO HISTÓRICO.......................................................................13

2. ASPÉCTOS GERAIS DA ECONÔMIA DO PIAUÍ..............................................14

3. UMA VISÃO SUMÁRIA DO SETOR PRIMÁRIO PIAUÍENSE........................16

CAPÍTULO III: CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PEDRO II.......................19

1. HISTÓTICO...............................................................................................................19

2. LOCALIZAÇÃO.......................................................................................................19

3. ASPECTOS SOCIAIS...............................................................................................20

4. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS................................................................................20

5. GEOLOGIA...............................................................................................................21

6. RECURSOS HÍDRICOS..........................................................................................21

CAPÍTULO IV: PEDRO II: O SETOR AGROPEUÁRIO EM UMA VISÃO AMPLA.22

1. ESTRUTURA FUNDIÁRIA.....................................................................................22

2. A MIGRAÇÃO RURAL...........................................................................................23

3. A POLÍTICA DE CRÉDITO RURAL.....................................................................23

4. POLÍTICAS PÚBLICAS AO SETOR AGROPECUÁRIO

PEDROSEGUNDENSE.................................................................................................26

5 A AGRICULTURA EM PEDRO II..........................................................................28

6. A PECUÁRIA EM PEDRO II..................................................................................29

7. O SETOR AGROINDUSTRIAL DE PEDRO II....................................................30

8. O SETOR AGROPECUÁRIO E SUA REPRESENTATIVIDADE NA

ECONOMIA DE PEDRO II.........................................................................................31

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................33

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................34

APÊNDICES............................................................................................................................35

ANEXOS..................................................................................................................................39

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Page 9: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

INTRODUÇÃO.

A agropecuária teve grande relevância quanto à ocupação do território nacional que

iniciou com a produção de cana-de-açúcar, posteriormente do café e, por fim, a pecuária, que

conduziu o povoamento do interior do país. A atividade agropecuária no Brasil representa 8%

do PIB (Produto Interno Bruto) e gera emprego para pelo menos 20% da população

economicamente ativa do país. A produção agropecuária tem como objetivo destinar seus

produtos, tais como grãos, frutas, verduras e também carne, leite, ovos dentre outros, para

abastecer o mercado interno e especialmente o mercado externo. Nos últimos anos o cenário

agropecuário nacional alcançou grandes avanços. Novas tecnologias foram empregadas

visando o aumento da produtividade, conservação do solo o do meio ambiente em geral.

Destacando a agropecuária do Piauí, esteve vinculada, em sua grande maioria, à

subsistência, no entanto, nos últimos anos essa atividade alcançou uma configuração voltada

para a comercialização da produção. Mesmo assim, os níveis de produtividade ainda são

modestos e não conseguem sequer suprir as necessidades internas de consumo. Dentre as

várias culturas desenvolvidas ao longo do território piauiense, as de maior destaque são:

milho, feijão, arroz, mandioca, algodão, cana-de-açúcar e soja (culturas temporárias),

incluindo ainda a produção de manga, laranja, castanha de caju. A atividade pecuária no

Estado é tradicional; a mesma foi uma das primeiras fontes de renda ao longo da história do

Piauí. As principais criações praticadas no Estado são: caprinos, suínos, ovinos, bovinos e

eqüídeos. No setor extrativista já foi destaque a produção de ceras vegetais, óleo do coco

babaçu, e maniçoba que dela se explorava o látex, utilizado para produção de borracha,

aproximadamente de 1845 a 1916, período do auge da cultura. O maior destaque na pecuária é

a criação de caprinos.

Em Pedro II não há uma sistemática bem organizada para incrementar a política

desenvolvimento da agropecuária. A maioria dos produtos agropecuários consumidos:

(carnes, hortaliças, frutas, grãos e etc.) são oriundos de outros estados. Pedro II tem o quarto

maior rebanho caprino do estado, além de condições favoráveis para produção de produtos

hortifrutigranjeiros, um potencial inexplorado. Alem do pouco incentivo outro fator que

impede o fortalecimento da agropecuária Pedrosegundense é a redução de mão de obra

disponível e apta ao trabalho devido à migração para grandes centros em busca de empregos

melhores.

Este trabalho restringiu-se a destacar como está se comportando o setor agropecuário

do município de Pedro II, enfatizando sua contribuição para economia da região. Por meio

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Page 10: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

deste, poderá se fazer uma análise da real situação em que se encontra o setor no município. O

que poderá desperta o interesse dos poderes públicos e privado, para promover investimentos

nessas atividades, e desenvolver as potencialidades agropecuárias do município.

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Page 11: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

CAPÍTULO I - A RELEVÂNCIA DO SETOR AGROPECUÁRIO.

1. A AGROPACUÁRIA UM BREVE HISTÓRICO.

Há cerca de doze mil anos, durante a pré-história, no período Neolítico ou período da

pedra polida, alguns indivíduos de povos caçadores e coletores notaram que alguns grãos que

eram coletados da natureza para sua alimentação poderiam ser semeados a fim de produzir

novas plantas iguais às que os originaram.

Essa prática permitiu o aumento da oferta de alimento dessas pessoas, as plantas

começaram a ser cultivadas muito próximas uma das outras. Isso porque elas podiam produzir

frutos, que eram facilmente colhidos quando maturassem o que permitia uma maior

produtividade das plantas cultivadas em relação ao seu habitat natural.

Logo, as freqüentes e perigosas buscas á procuram de alimentos eram evitadas. Com o

tempo, foram selecionados os grãos selvagens aqueles que possuíam as características que

mais inteiriçavam aos primeiros agricultores, tais como tamanho, produtividade, sabor, etc.

Assim surgiu o cultivo das primeiras plantas domesticas, entre as quais se inclui o trigo e

cevada. O inicio das atividades agrícolas separa o período neolítico imediatamente do

anterior, o período da idade da pedra lascada.

Como anterior a história escrita, os primórdios da agricultura são obscuros, mas

admiti-se que ela tenha surgido independentemente em diferentes lugares do mundo,

provavelmente nos vales e várzeas fluviais habitadas por antigas civilizações.

Durante o período neolítico, as principais áreas agrícolas estavam localizadas nos

vales dos rios Nilo (Egito), Tigre e Eufrates (Mesopotâmia, atual Iraque) e rios Amarelo e

Azul (China). Há registros de cultivos em pelo menos três regiões diferentes do mundo em

períodos distintos: Mesopotâmia (provavelmente pala cultura Natufianal), America Central

(pelas culturas pré-colombianas) e nas bacias hidrográficas da China e da Índia.

Mudanças no clima ou desenvolvimento da tecnologia humana podem ter sito as

razões iniciais que levaram à descoberta da agricultura.

A agricultura permite a existência de aglomerados humanos com maior densidade

populacional que os que podem ser suportados pela caça e coleta. Houve uma transição

gradual na qual a economia de caça e coleta coexistiram a economia agrícola: algumas

culturas eram deliberadamente plantadas e outros alimentos obtidos da natureza.

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Page 12: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

A importância da prática da agricultura na história do homem é tanto elogiada como

criticada: alguns consideram que o passo decisivo para o desenvolvimento da humanidade,

críticos afirmam que foi o maior erro na história da raça humana.

2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AGROPECUÁRIA BRASILEIRA.

Desde o início da colonização, até os dias atuais, a agropecuária sempre teve um papel

de destaque na economia brasileira, sendo que ela é de fundamental importância para a

geração de riquezas e o aumento do bem estar social.

Pode-se dizer que produtos agrícolas como o pau-brasil (extrativismo), a cana de

açúcar, o fumo, o algodão, o café, a borracha e o cacau foram os principais geradores de renda

para o pais no período de 1500 a 1930.

Nesta fase caracterizou-se como modelo econômico primário exportador, quase todos

os outros bens de consumo que não eram produzidos internamente dependiam da renda gerada

pala exportação de produtos agropecuários para serem adquiridos.

A partir de 1920, e principalmente após a década de 1930, a indústria brasileira

começa a desenvolver-se com maior intensidade. O financiamento desse crescimento é

baseado na riqueza gerada pela agropecuária. A maior parte dos incentivos e políticas

governamentais, a partir de então, esteve voltada para o desenvolvimento da indústria.

Em 1960 a renda gerada pelo setor agropecuário já é menor que a produzida pelo setor

industrial, passando este último a ganhar cada vez mais destaque na economia brasileira.

O Brasil dispõe de uma das mais extensas áreas agrícolas do mundo. Embora o

número desses estabelecimentos tenha diminuído, eles ocupam cerca e 3,5 milhões de km² ou

353,6 milhões de hectares (41,4%, a área territorial do país). O espaço agrícola brasileiro não

depende exclusivamente das condições naturais como solo e o clima. Na verdade as

atividades agropecuárias dependem fortemente de outros fatores de influência, como a

disponibilidade de capital, o perfil do mercado consumidor e as características das tecnologias

utilizadas, entre tantas outras variações.

Essas variações, por sua vez, dependem de eventuais mudanças que afetam as

características socioeconômicas do sistema capitalista vigente no Brasil. Enfim, ao longo do

tempo, as atividades rurais vão refletindo cada vez mais o modelo econômico brasileiro.

O que permitiu grandes mudanças nos últimos anos no setor. Como a utilização e

difusão de novas tecnologias, cresceram o número de estabelecimentos que possuem tratores,

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Page 13: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

empregam fertilizantes e outros insumos agrícolas e adotam práticas de conservação do solo,

como a recuperação de terrenos e a irrigação de regiões com baixo índice pluviométrico.

CAPÍTULO II - PIAUÍ: UMA VISÃO HOLÍSTICA.

1. DESENVOVIMENTO HISTÓRICO.

Em começo do século XVII, fazendeiros do São Francisco procuravam expandir suas

criações de gado, quando os vaqueiros, vindos principalmente da Bahia, chegaram procurando

pastos e passaram à ocupar as terras ao lado do rio Gurguéia. Em 1718, o território, até então

sob a jurisdição da Bahia, passou para a do Maranhão. Para estas terras existiam as sesmarias.

O capitão Domingos Afonso Mafrense ou capitão Domingos Sertão como era conhecido, era

um desses sesmeiros; possuía trinta fazendas de gado e foi o mais alto colonizador da região

doando suas fazendas - após sua morte - aos padres jesuítas da Companhia de Jesus.

A contribuição dos padres jesuítas foi decisiva, principalmente no desenvolvimento da

pecuária que em meados do século XVIII atingiu seu auge. A região Nordeste, o Maranhão e

as províncias do sul eram abastecidas pelos rebanhos originários do Piauí até a expulsão dos

jesuítas (período pombalino), quando as fazendas foram incorporadas à Coroa e entraram em

declínio. Quanto à colonização esta se deu do interior para o litoral.

Em 1811, o Piauí tornou-se uma capitania independente. Após a idependência do

Brasil em 1822, algumas províncias continuaram sobre o poder de Portugal (entre essas o

Piauí), e esta com medo de perder essa província mandou de Oeiras à cidade de Parnaíba

tropas portuguesas; o grupo recebeu adesões, mas acabou derrotado em 1823, por ocasião da

Batalha do Jenipapo onde piauienses lutaram contra os portuguese com armas brancas em

Campo Maior. A tropa de Fidié, capitão da tropa portuguesa, saiu enfraquecido e acabou por

ser preso em Caxias no Maranhão. Alguns anos depois, movimentos revoltosos, como a

Confederação do Equador e a Balaiada, atingiram também o Piauí.

Em 1852, a capital foi transferida de Oeiras para Teresina, tendo início um período de

crescimento econômico. A partir da República, o Estado apresentou tranquilidade no terreno

político, mas grandes dificuldades no desenvolvimento econômico-social.

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Page 14: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

Em 1880, em troca do município de Crateús, a então Província do Ceará cede ao Piauí

a cidade de Parnaíba possibilitando ao estado a tão almejada saída para o mar.

2. ASPÉCTOS GERAIS DA ECONÔMIA DO PIAUÍ.

A economia do estado é baseada no setor de serviços (comércio), na indústria

(química, têxtil, de bebidas), na agricultura (soja, algodão, arroz, cana-de-açúcar, mandioca) e

na pecuária extensiva. Ainda merecem destaque a produção de mel, o caju e o setor terciário

em Picos e produção de biodiesel através da mamona em Floriano.

No setor de mineração, a Vale do Rio Doce está em operação no município de Capitão

Gervásio Oliveira, onde foi encontrada a segunda maior reserva de níquel do Brasil, pesquisas

estão sendo realizadas para verificar a viabilidade de exploração de petróleo e gás natural ao

longo do Rio Parnaíba, provavelmente, em Floriano.

No tocante à industrialização, ressalta-se a multinacional Bunge, instalada em Uruçuí

para exploração da soja e da empresa de cimento Nassau, em Fronteiras, onde se obtém

matéria-prima para sua produção.

A agricultura é forte em Altos (manga) e União (cana-de-açúcar). Há previsão da

construção de um porto seco em Teresina e, também, da construção de oito novas usinas

hidrelétricas no Piauí, para tornar possível a navegação do Rio Parnaíba e gerar mais energia

elétrica.

2.1. EXTRATIVISMO VEGETAL.

Ocorre principalmente nos vales úmidos, onde predominam as matas de babaçu e

carnaúba. Estudos de laboratório sobre a carnaúba demonstraram ser possível a elevado do

nível tecnológico de seu aproveitamento, sendo a celulose o derivado de maior potencial para

viabilizar a exploração dessa imensa riqueza natural do Estado.

2.2. EXTARTIVISMO MINERAL.

Diversos estudos geológicos demonstram a existência de potencial bastante promissor

de exploração mineral. Entre as ocorrências de maior interesse econômico, encontram-se o

Mármore, o amianto, as gemas, a ardósia, o níquel, o calcário e a vermiculita.

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Page 15: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

Vale ressaltar que o Piauí é dotado de grandes reservas de águas subterrâneas

artesianas e possui a segunda maior jazida de níquel do Brasil, localizada no município de São

João do Piauí. Ainda em 2009 foi anunciada a descoberta de uma grande jazida de ferro no

município de Paulistana. Ferro este que a companhia siderúrgica brasileira tem muito

interesse.

2.3. PECUÁRIA.

A pecuária foi a primeira atividade econômica desenvolvida no estado, fazendo parte

de sua tradição histórica. O folclore e os costumes regionais derivam em grande parte da

atividade pastoril. Entre os rebanhos, destacam-se os caprinos, bovinos, suínos, ovinos e

asininos. A Caprinocultura, pela capacidade de adaptação dos animais a condições climáticas

inóspitas, tem sido incentivada pelo Governo, proporcionando meio de vida a significantes

parcelas da população carente, principalmente nas regiões de Campo Maior e do Alto Piauí e

Canidé. No Sul do estado algumas fazendas estão investindo bastante na qualidade genética

do rebanho. Podemos citar a cidade de Corrente no sul do estado que possuem fazendas com

um rebanho de alta qualidade genética.

2.4. AGRICULTURA.

A agricultura no Piauí desenvolveu-se paralelamente á pecuária, como atividade quase

que exclusivamente de subsistência. Posteriormente, adquiriu maior caráter comercial,

embora de forma lenta e insuficiente para abastecer o crescente mercado interno do Estado.

Entre as culturas tradicionais temporárias sobressaem-se o milho, o feijão, o arroz, a

mandioca, o algodão herbáceo, a cana-de-açúcar e a soja. Entre as culturas permanentes,

destacam-se a manga, a laranja, castanha-de-caju e o algodão.

O Piauí tem intensificado investimentos em sua agricultura que está se mecanizando.

No sul do Estado cidades como Uruçui, Bom Jesus e Ribeiro Gonçalves, produzem soja,

sorgo, milho e algodão para exportação. O estado é o terceiro maior produtor de grãos do

nordeste, devido os seus cerrados.

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Page 16: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

3. UMA VISÃO SUMÁRIA DO SETOR PRIMÁRIO PIAUÍENSE.

O estado do Piauí é uma das unidades mais pobres da federação. Localizado no oeste

da região Nordeste do País, tem pouco mais de 3,1 milhões de habitantes distribuídos em uma

área de 251.529,186 km², estabelecendo a menor densidade demográfica do Nordeste, da

ordem de 12,06 habitantes por quilometro quadrados. A população de Piauí representa 6% e

1,7%, respectivamente, da população do Nordeste e do Brasil.

Uma análise mais geral das condições socioeconômica do Estado permite afirmar que

predomina uma situação de pobreza da maioria da população e que os indicadores de

desenvolvimento mostram existir, ainda, uma razoável distância em relação às condições

media da região Nordeste. Esse quadro não foi alterado nem com o crescimento econômico

recente. Entretanto, ao contrário da situação socioeconômica, o Estado é dotado de condições

ambientais melhores que as demais da região Nordeste, sobretudo em se tratando de terras

agricultáveis, recursos hídricos (de superfície e subterrâneo) e, para espanto, volumes de

precipitações pluviométricas com certa regularidade.

É importante destacar que as dinâmicas na economia do Piauí fazem parte de um

processo que atingiu toda a região Nordeste, particularmente a partir dos anos 1960. De

acordo com Araujo (1997, p. 7 - 8),

“o lento crescimento econômico, que durante muitas décadas caracterizou o ambiente econômico nordestino [...], foi substituído pelo forte dinamismo de numerosas atividades que se desenvolveram recentemente na região [...]. A pobreza, porém, continua a ser uma das características mais marcantes do Nordeste, quando visto no contexto nacional. É um traço antigo que o dinamismo econômico das últimas décadas não conseguiu alterar significativamente,”

“a partir dos anos 60, impulsionado por isenções fiscais - 34/18 – Finor e isenção de impostos sobre a renda, principalmente -, por investimento de empresas estatais [...], complementados com créditos públicos (do BNDS e BNB, particularmente) e com recursos próprios de importantes empresas locais, nacionais e multinacionais, as atividades urbanas – e, dentro delas, as atividades industriais – ganham crescente espaço no ambiente econômico do Nordeste e passam a comandar o crescimento econômico na região, rompendo a fraca dinâmica preexistente. Entre 1967 e 1989 agropecuária reduziu sua contribuição ao PIB regional de 27, 4% para 18, 9% (...). Enquanto isso, a indústria passou de 22, 6% para 29, 3%, e setor de terciário cresceu de 49, 9% para 58,6% [...].”

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Page 17: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

Esses avanços econômicos sofreram retração a partir da década de 1990, com a crise

instaurada na economia brasileira. Que sofre modificações com a implantação do Plano Real e

abertura do mercado brasileiro para o capital estrangeiro.

Para explicar o atraso da economia piauiense, deve-se compreender que,

historicamente, a integração do Piauí na economia nacional e internacional se deu de forma

subordinada e dependente. O Piauí sempre foi importador de produtos industrializados e

exportador de matérias-primas e alimentos. Até o final do século XIX predominaram na

economia piauiense a pecuária extensivo e a agricultura de subsistência. Posteriormente

destacou-se o extrativismo vegetal, através da exploração da maniçoba, da cera de carnaúba e

da amêndoa do babaçu, cuja produção sobressaiu durante a primeira metade do século XIX,

estava voltado para o atendimento das demandas, no mercado interno brasileiro e no mercado

internacional. Segundo Queiroz (1998, p. 57),

“as atividades econômicas do Piauí desde o inicio da colonização têm

confluído no sentido da consolidação de certos traços básicos. Dentre

esses traços, a extrema concentração de riquezas e, por conseqüência de

poder. Essa riqueza se expressa, em grande parte, na posse da terra, seja

em fazendas de criação extensiva de bovinos, seja em áreas imensas de

exploração extrativista [...].”

3.1. PECUÁRIA EXTENSIVA.

A criação extensiva de gado no Piauí tinha como objetivo a comercialização de carne

e o destino eram outras províncias do Nordeste ou mesmo da região Norte. No mercado

externo, destacava-se o mercado da Guiana Francesa. Os derivados da pecuária, no momento

o couro, seguiam para o exterior, cujo principal mercado era a Inglaterra. “Entre 1850 e 1890,

as receitas derivadas da pecuária correspondiam a uma media de 50% do total das receitas

alfandegárias pelo Tesouro Provincial [...]” (QUEIROZ, 1998, p. 21).

Atualmente os principais rebanhos em termos quantitativos, em ordem decrescente,

são: bovinos (1.750.910), ovinos (1.444.373), caprinos (1.370.372) e suínos (1.150.329).

Embora as técnicas de criação tenham se modernizado, permanece o latifúndio improdutivo e

a pecuária extensiva. De todo modo, a pecuária está muito longe da importância que já

representou para a economia do Piauí.

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Page 18: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

3.2. AGRICULTURA SUBSISTÊNCIAL.

No setor agrícola, historicamente, predominou a agricultura de subsistência. O Piauí

sempre dependeu de outros Estados no suprimento de produtos agrícolas. De certo modo esse

resultou de uma estrutura agrária baseada no latifúndio, onde a maior parte dos pastos foi

desenvolvida à pecuária extensiva, bem como da ausência de um mercado interno que

estimulasse a agricultura.

3.3. O EXTRATIVISMO VEGETAL.

A exploração da borracha de maniçoba, da cera de carnaúba e o coco babaçu,

mudaram a economia do Piauí entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX.

Queiroz (1998, p. 33) diz que,

“ao longo de cinco décadas [...], sobrepujaram e alteraram a função ate então exercida pela atividade pecuária. Se por mais de dois séculos, a base da economia do Piauí fora a criação de gado e à volta dela apenas desenvolveu-se rudimentarmente agricultura de subsistência, na primeira metade do século XX o Estado concretiza o objetivo de integração ao modelo nacional, passando a ocupar lugar mais ativo da divisão internacional do trabalho.”

Esses produtos alcançaram valor comercial na primeira metade do século atual, o que

proporcionou certo desenvolvimento para o Piauí, com grande absorção de força de trabalho,

advinda, inclusive, de outros estados. Entretanto, a vulnerabilidade da economia através da

dependência das mudanças no mercado externo e da concorrência internacional, levou à crise

do extrativismo. A década de 1950 marca o declínio do extrativismo vegetal.

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Page 19: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

CAPÍTULO III - CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PEDRO II.

1. HISTÓRICO.

O Município de Pedro II, primitivamente chamado Piquizeiro, foi fundado no final do

século XVIII, por João Alves Pereira, seus irmãos e alguns amigos, todos de origem

portuguesa. Levados pelo espírito de regiliosadade, edificaram uma pequena capela,

consagrada a Nossa Senhora da Conceição, mandando vir de Portugal uma imagem. para

constituição do patrimônio da igreja, João Alves Pereira doou um quilômetro e meio de terra.

Em 1851, foi criada a paróquia de Nossa Senhora da Conceição dos Matões,

denominação indicativa que havia substituido o nome Piquizeiro.

O Povoado elevou-se a Vila e Município, com a denominação de Pedro II, em

homenagem ao Imperador do Brasil, desmembrado do Município de Piracuruca, criado pela

Resolução nº 367, de 11/08/1854. No ano seguinte foi estabelecido o patrimônio municipal,

abrangendo todo o território correspondente à Serra dos Matões. Com a queda do Império,

tomou a denominação de Matões em dezembro de 1889. O Decreto Estadual nº 50, de

21/02/1891, elevou a Vila à categoria de Cidade, com a denominação de Itamarati, em

homenagem ao Palácio da Presidência da República. O Topônimo Pedro II foi estabelecido

em obdiência à Lei Estadual nº 641, de 13/ 07/ 1911.

Na divisão Adminstrativa de 1911, o Município de Pedro II figurou apenas como o

Distrito Sede, criado pela Resolução Provincial nº 295, de 20/ 08/ 1851, situação em que

permanece.

2. LOCALIZAÇÃO.

O município está localizado na mesorregião do Centro-Norte Piauiense, microrregião

de Campo Maior, compreendendo uma área irregular de 1.948 km², tendo como limites ao

Norte com os municípios de Domingos Mourão e Lagoa de São Francisco; ao sul com Milton

Brandão, Buriti dos Montes e Jatobá do Piauí; a Leste com o Estado do Ceará e a Oeste com

os municípios de Capitão de Campos e Piripiri. A sede municipal tem as coordenadas

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Page 20: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

geográficas de 04°25’29” de latitude sul e 41°27’31” de longitude oeste de Greenwich e

distancia-se cerca de 212 km de Teresina, Capital do Estado.

3. ASPECTOS SOCIAIS.

O município foi criado pela Lei Estadual nº 641 de 13/07/1911, sendo desmembrado

do município de Piracuruca. A população total, segundo o Censo Demográfico 2007 do

IBGE, é de 36.675 habitantes e uma densidade demográfica de 18,58 hab/km2, onde cerca de

58% das pessoas estão na zona urbana. Com relação à educação, 63,90% da população acima

de 10 anos de idade é alfabetizada.

A sede do município dispõe de abastecimento de água, energia elétrica distribuída pela

Companhia Energética do Piauí S/A - CEPISA, terminais telefônicos atendidos pela

TELEMAR Norte Leste S/A, agencia de correios e telégrafos, escolas de ensino fundamental

e médio e instituições de ensino superior publica, como a Universidade Estadual do Piauí, e

privada, e intuições de crédito como o Banco do Brasil S/A, entra outras.

4. ASPECTOS FISIOGRÁFICOS.

As condições climáticas do município de Pedro II (com altitude da sede a 630 m acima

do nível do mar) apresentam temperaturas mínimas de 18° C e máximas de 28° C, com clima

quente tropical. A precipitação pluviométrica média anual (registrada, na sede, 1.000 mm) é

definida no Regime Equatorial Marítimo, com isoietas anuais em entre 800 a 1.600 mm, cerca

de 5 a 6 meses como os mais chuvosos e período restante do ano de estação seca. Os meses de

fevereiro, março e abril correspondem ao trimestre mais úmido da região. Os solos da região

compreendem principalmente plintossolos álicos de textura média, fase complexo campo

maior. Solos podzólicos vermelho-amarelos, plínticos e não plínticos com transições vegetais

caatinga/cerrado caducifólio, floresta ciliar de carnaúba e caatinga de várzea e,

secundariamente, solos arenosos essencialmente quartzosos, profundos, drenados,

desprovidos de minerais primários, de baixa fertilidade, com transições vegetais, fase caatinga

hiperxerófila e/ou cerrado sub-caducifólio/floresta sub-caducifólia e/ou carrasco. As feições

geomorfológicas da região compreendem superfície aplainada com presença de áreas

deprimidas, que formam lagoas temporárias; superfícies tabulares reelaboradas (chapadas

baixas), relevo plano com partes suavemente onduladas e altitudes variando de 150 a 300

metros; superfícies onduladas, relevo movimentado, correspondendo a encostas e

20

Page 21: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

prolongamentos residuais de chapadas, desníveis e encostas acentuadas de vales e elevações,

altitudes entre 150 a 500 metros (serras, morros e colinas) e superfícies tabulares cimeiras

(chapadas altas), com relevo plano, altitudes entre 400 a 750 metros, com grandes mesas

recortadas.

5. GEOLOGIA.

A totalidade da área do município é ocupada por litologias pertencentes às coberturas

sedimentares. Destacam-se sedimentos da Formação Longá, com folhelho, siltito e calcário. A

denominada Formação cabeça, reunindo arenito, conglomerado e siltito. Presença da

Formação Pimenteira, englobando folhelho, siltito e arenito. E, na base do pacote sedimentar,

o grupo Serra Grande, incluindo arenito, siltito, conglomerado e folhelho. Verificar Anexo 02.

6. RECURSOS HÍDRICOS.

6.1. ÁGUAS SUPERFICIAIS.

O Município é banhado pelos rios, Piracuruca, Caldeirão, Corrente, Parafuso,

Capivara, Macambira e Rio dos Matos, todos temporários. Existem ainda quatro lagoas, cinco

riachos temporários, vinte e três barragens e um açude, o Joana.

6.2. ÁGUAS SUTERRÂNEAS.

No município de Pedro II distingue-se somente o domínio hidrogeológico pertencente

às rochas sedimentares, da Bacia do Parnaíba e representadas pelo Grupo Serra Grande e

formações Cabeças e Longá.

O Grupo Serra Grande é constituído litologicamente de arenitos e conglomerados e

normalmente apresentam um potencial médio, sob o ponto de vista da ocorrência de água

subterrânea, tanto do ponto de vista quantitativo quanto qualitativo.

A Formação Pimenteiras não apresenta importância hidrogeológica pelo fato de

possuir constituintes litológicos da baixa permeabilidade.

21

Page 22: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

As características litológicas da Formação Cabeças indicam boas condições de

permeabilidade e porosidade, favorecendo, assim, o processo de recarga por infiltração direta

das águas de chuvas. Tal aqüífero se constitui num importante elemento de armazenamento de

água subterrânea, também pelo fato de ocorrer em cerca de 50% da área do município.

A Formação Longá, pela sua constituição litológica quase que exclusivamente de

folhelhos, que são rochas que apresentam baixíssima permeabilidade, não apresenta

importância hidrogeológica.

CAPÍTULO IV - PEDRO II: O SETOR AGROPECUÁRIO EM UMA VISÃO AMPLA.

1. ESTRUTURA FUNDIÁRIA.

O latifúndio é uma característica predominante no Brasil, Piauí, e Pedro II, em

particular, não iria fugir a essa regra. Segundo Manuel Andrade (1998),

“a concentração fundiária existente no Nordeste é conseqüência do caráter essencialmente comercial de agricultura, Carter este que se manifestou desde o inicio da colonização e que ainda hoje, a pesar do crescimento cessível classe media e do mercado interno, conseqüência da industrialização, é predominante. Seu domínio se manifesta através da proteção desempenhada pelos órgãos governamentais á grande lavoura – à cana de açúcar, ao café, ao cacau, etc. – e ao completo disperso às lavouras de subsistência ou “lavouras de pobres”, [...]. Daí o florescimento constante da grande lavoura e, conseqüente da grande propriedade, e o estacionamento, talvez mesmo a decadência da pequena lavoura, à qual esta ligada a pequena propriedade.”

As atividades que propiciaram a estrutura fundiária no município foram a

bovinocultura criada extensivamente, e o extrativismo vegeta, em especial a exploração do

pó-de-carnauba. Em maioria predomina os minifúndios, com áreas inferiores a 100 hectares,

correspondendo a 96,1%, porém os latifúndios, com área superior a 100 hectares, detêm

70,4% das terras do município.

Esta configuração fundiária dificulta o desenvolvimento das atividades

agropecuárias do município. Pois as maiorias das grandes propriedades não são, no total de

sua área, produtivas por falta de exploração.

22

Page 23: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

2. A MIGRAÇÃO RURAL.

Desde o ciclo da mineração, no século XVIII, até os dias atuais, a região Nordeste vem

sofrendo um processo contínuo esvaziamento populacional relativo, em geral a favor da

região Sudeste. Ambas são, portanto, regiões bem caracterizadas do ponto de vista migratório:

a primeira é uma típica região emigratória, ou de evasão populacional, e a segunda é uma

região imigratória, ou de atração populacional.

Se, por um lado, a cultura do café, a indústria e o rápido desenvolvimento do estado de

São Paulo transformaram-no em um dos mais importantes pólos de atração dos fluxos

migratórios, por outro, as desigualdades econômicas e sociais associadas às secas no

Nordeste, na década de 1950, além da construção de rodovias interligando as duas regiões,

contribuíram decisivamente para essas migrações. Além da região Sudeste, todas as demais

regiões recebem migrantes nordestinos. No entanto, em sua maioria, a miséria segue junto

com os migrantes nordestinos, contribuindo para a ocupação irregular e ampliação das

desigualdades sociais nos grandes cetros.

Em Pedro II o processo migratório é bastante acentuado. A pouca oferta de trabalho, e

pouco incentivo ao empreendedorismo, principalmente rural, leva uma parcela significativa

da população a migrar para grandes cetros urbanos, como as regiões metropolitanas de São

Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal.

Reduzindo assim a mão-de-obra apta a desempenhar atividades agroprodutivas no

meio rural. Segundo o IBGE (2000) 57,8% da população pedrosegundense vive na zona

urbana, e 42,2% na zona rural. A transferência da população do meio rural para o urbano

contribui para o mau desempenho produtivo do setor agropecuário.

3. A POLITICA DE CRÉDITO RURAL.

Pode-se dividir a política de crédito rural no Brasil em dois grandes períodos, a partir

da criação do SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural): um primeiro que abrange o

intervalo de 1965 a 1985; e outro, de 1986 a 1996. Os 20 anos iniciais da política de crédito

rural caracterizam-se pela relativa facilidade de expansão creditícia e condições de repasse

aos beneficiários. Notam-se ainda a presença significativa do Tesouro Nacional como fonte

originária dos recursos e a atuação do BB (Banco do Brasil S/A) como agente intermediário.

No segundo período, em virtude da unificação orçamentária e do encerramento da conta-

23

Page 24: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

movimento junto ao BACEN (Banco Central do Brasil), estas facilidades se reduzem como

também é reduzida a participação do Tesouro no financiamento do programa. Verifica-se a

criação de novos instrumentos de captação de recursos, como a poupança rural e a emissão de

títulos privados.

Tanto o primeiro quanto o segundo momento podem ser, ainda, subdividos em outros

dois períodos. No primeiro caso, tem-se um contexto inicial de concessão farta de créditos e

subsídios aos produtores que se estende até 1980. A partir desta data, existe claramente uma

preocupação de reduzir os recursos transferidos, mediante a indexação dos empréstimos. No

segundo período assinalado, a criação do Orçamento das Operações Oficiais de Crédito (OC)

atuantes para o exercício de 1988 impõe uma transparência às operações de crédito e uma

limitação no volume concedido.

O setor agrícola experimentou, praticamente até o final dos anos de 1980, a existência

de taxas de juros reais negativas, valendo-se do índice geral de preços como deflator. Tal

situação irá reverter-se fortemente nos anos de 1990, em especial no ano de 1995, quando

eclodiu o movimento de produtores rurais contestando o veto presidencial ao artigo 16 da Lei

8.880, que previa a indexação do empréstimo rural pelos mesmos parâmetros empregados na

correção dos preços mínimos (LEITE, 1998).

No período que compreende as décadas de 1970 e 1980, como ocorreu em todo o

Brasil, o setor agropecuário de Pedro II teve grandes avanços devido o volume de crédito

concedido. Tanto créditos concedidos a fundos perdidos como em instituições bancarias. Os

financiamentos eram realizados em maiorias, através do BB, BNB e BEP, e os projetos

elaborados e acompanhados pela EMATER. Funcionava da seguinte forma: a EMATER

recebia o Manual de Crédito Rural onde descrevia toda a política de financiamento adotada

pelo banco, para elaborar os projetos; para financiamento de custeio agrícola os valores eram

baseados no VBC (Valor Básico de Custeio), este com linhas de financiamento para culturas

puras ou consorciadas; o credito era concedido em grupos de no mínimo três agricultares onde

um avalizava o outro, ou individual, porém necessitando avalista. E para financiamento de

investimentos agrícolas, havia a necessidade do penhor de bens que equivalessem a 60% a

mais do valor creditado. Os recursos eram liberados em três fases, primeiramente implantação

da atividade (preparação de área para plantio, confecção de cerca, implantação de pastagens,

etc.), segundo para manutenção da atividade (tratos culturais, fitossanitários, construção de

instalações, etc.), e terceiro para beneficiamento da produção (colheita, armazenamento da

24

Page 25: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

produção, aquisição de animais, etc.), as parcelas eram liberadas logo após laudo emitido

pelos técnicos da EMATER atestando que os recursos foram devidamente empregados e se

não havia percas de produção. Deste modo esses financiamentos tinham um constante

acompanhamento técnico. Além do seguro garantindo indenização se houvesse percas

significativas de produção, através do PROAGUA (Programa de Garantia da Atividade

Agropecuária)

Este modelo de financiamento modificasse a partir da década de 1990 com as

mudanças nas políticas de crédito rural e na retração da economia brasileira. O que também

ocasionou o sucateamento dos órgãos de assistência técnica de todo Brasil, restringido sua

atuação junto ao produtor rural.

A partir de 2003 há uma oferta maior de crédito rural através de linhas de

financiamento do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

Criado em 1994, através de reivindicação da CONTAG (Confederação Nacional dos

Trabalhadores Rurais na Agricultura).  Com a finalidade de financiamento de projetos

individuais ou coletivos de agricultores familiares e assentados da reforma agrária. Para

acessar o crédito é preciso obter nos sindicatos ou EMATER a  Declaração de Aptidão ao

Pronaf (DAP), que é emitida segundo a renda anual e as atividades exploradas. Para os

beneficiários da reforma agrária e do crédito fundiário, procura-se o Instituto Nacional de

Colonização e Reforma Agrária (INCRA) ou a Unidade Técnica Estadual (UTE).

Os pricipais financiamentos contardados pelos produtores de Pedro II segundo a

EMATER, são os PRONAF “B”, “A” e Comum, além do FNE Rural para aqueles produrores

que não se enquadram no PRONAF. Os financiamentos são principalmente para custeio

agricola. Onde segundos criterios de financiamento, a área deve ser mecazinada, o produtor

deve ter a DAP inguadrando-no ao PRONAF Comum com reda familiar bruta superior a seis

mil reais, financia somente culturas puras, e aquisição de ensumos agricolas e mão-de-obra,

com devida comprovação dos gastos dos recursos. Além do produtor assinar uma carta de

credito rural, onde o mesmo comprometi-se a cumprir todos os requezitos do crétito de

custeio, para o mesmo poder ter as culturas cobertas pelo seguro Garantia Safra ou

PROAGUA +. Para investimentos agriculas os creditos mais procurados são financiamento de

atividades pecuárias (caprinovinocultura e suinocultura são as principais). Em relação as

formas de liberação dos recursos são feitas de duas formas bem distintas.Nas lihas credito do

PRONAF “B” e custeio agricola os valores são liberados em pracela única diretamente ao

25

Page 26: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

contratante do credito. Para os investimentos os recursos devem ser liberados diretamente

para os fornecedores do contratante do credito. Este financiamento podem ser feitos atraves

de BB (Banco do Brasil S/A) ou do BNB (Banco do Nordeste do Brasil S/A).

Segundo os técnico da EMATER em Pedro II, os criterios do credito de custeio

descritos anteriormente não são seguidos pelos produtores da região. Primeiramente não se

planta culturas puras, em maioria as áreas são inferiores as que são colocadas no projeto e não

trabalham com mecanização agrícola. Como os produtores tem acesso direto aos recursos

contratados, empregam-nos em outras finalidades. O mesmo acontesse com o PRONAF “B”,

os recurso são gastos em outras finalidades. Isto promove o crescimento da inadimplencia no

municipio, que está em torno de 15%, segundos dados obtidos na Agencia de BB em Pedro II.

E faz com que os produtores não tenham acesso ao Garantia Safra, devido não terem

cumprido o contrato da carta de crédito.

Outor problema verificado é a falta de assistencia técnica. Em pesquiza realiza com os

produtores rurais notou-se que 96,8% não resecebem assitencia técnica efetiva no seus

projetos. O que leva a ineficiencia das atividades agropecuárias e endivademento dos

produtores.

4. POLÍTICAS PÚBLICAS AO SETOR AGROPECUÁRIO PEDROSEGUNDENSE

A partir de 1990, segundo o IBGE, o estado do Piauí passa a ter seus municípios

agrupados em meso e macrorregiões geográficas, para planejamento de ações visando o

desenvolvimento econômico. De acordo com essa divisão o estado possui quatro

mesorregiões e 15 microrregiões.

Com o objetivo de dar um sentido organizativo consistente e compatibilizar as linhas

do estudo ao modelo de regionalização, através da lei complementar Lei Complementar Nº 85

de 08/06/2007, proposta pela Secretaria do Planejamento para o Estado do Piauí, tomaram-se

como referencial geográfico as unidades definidas como Territórios de Desenvolvimento e a

partir das quais se elegeram dois municípios como representantes, recaindo a escolha sobre o

centro polarizador regional, em função de gravitarem sobre seus interesses os demais

municípios e território. E supletivamente tomou-se outro município que, mesmo tendo suas

26

Page 27: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

atividades atreladas ao primeiro, destaca-se por um segmento econômico específico ou por

uma atividade sociocultural de grande atratividade populacional.

A partir do cruzamento das variáveis ambientais, sociais, econômicas e político

institucional, foi estabelecida como base da divisão territorial aspectos da geografia política e

econômica da bacia do Rio Parnaíba, permitindo uma primeira divisão em macrorregiões

baseadas nas características físicas, potencialidades de produção e dinâmica de

desenvolvimento, configurando-se em quatro macrorregiões conforme mostra o anexo.

Além disso, outro aspecto importante é a diferença de níveis de desenvolvimento dos

municípios que compõem essas regiões (tomando-se como indicadores o IDH, os aspectos

tecnológicos, acesso à informação e capacidade de resposta a estímulos vinculados ao

desenvolvimento). Estas diferenças exigem outro nível de divisão territorial que permita

aproximar mais municípios com realidade semelhantes.

Diante desta análise, optou-se pela divisão das macrorregiões em territórios de

desenvolvimento (TD). Para tanto, a atenção foi concentrada no estudo das vocações

produtivas e dinâmicas de desenvolvimento das regiões, tendo como base a divisão dos

municípios. Desta forma, foi possível estabelecer um corte que permitiu a divisão do Estado

em 11 territórios de desenvolvimento.

Esta divisão visa viabilizar políticas de desenvolvimento econômico sustentável à

região. Pedro II está situado no território do desenvolvimento dos Cocais.

Outras ações de políticas públicas para o setor agropecuário de Pedro II são realizadas

por ONGs (Organizações Não Governamentais), como a Fundação Santa Ângela, o Centro de

Formação Mandacaru, a Obra Kolping, e o CERAC (Centro Regional de Assessoria e

Capacitação). Estas instituições coordenam políticas nas áreas de educação voltada para o

meio rural, capacitação técnica, captação de água das chuvas e suas utilizações, divulgação de

tecnologias de produção contextualizadas para a convivência com o clima semi-árido,

financiamento de projetos agroprodutivos, reforma agrária, etc. Infelizmente esses trabalhos

ainda são insuficientes para atender as deficiências instaladas no setor agropecuário do

município, quer seja por falta de recursos humanos e/ou financeiros, ou pro falta de uma

gestão dos projetos coordenados por algumas dessas ONGs.

Em relação às ações dos poderes públicos, são colocadas a disposição dos produtores

rurais, as linhas de crédito do PRONAF, do Credito Fundiário através do PCPR, do INCRA, e

o Bolsa Família. Os financiamentos do PRONAF, como já foram abordados anteriormente,

operam de forma ineficiente. Através do Crédito Fundiário, existem no município oito

Assentamentos, sendo dois deles formados somente por jovens com formação Técnica em

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Page 28: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

Agropecuária, em maioria, projetados a partir da Fundação Santa Ângela, e dois através do

INCRA. Esses Assentamentos Rurais em maioria estão em fase de implantação, os já

consolidados funcionam em condições precárias de produção. Praticam uma agricultura

subsistêncial, atividade pecuária ineficiente, e baixo nível de organização. Outro entrave é a

política assistencialista do Programa Bolsa Família, promovendo a acomodação de muitas

famílias rurais, esses produtores restringem-se a sobreviver desse recurso mínimo e não

buscam melhorias de vida.

De um modo geral as políticas públicas destinadas ao setor agropecuário tanto em

Pedro II como nos demais municípios do Piauí, devem sofre um planejamento condizente

com a realidade da região. Segundo o artigo 187 da Constituição Federal, diz que “a política

agrícola deve ter origem num sistema de planejamento eficaz e que incorpore a participação

de produtores e trabalhadores, procurando garantir resultados satisfatórios, inclusive

aumentando os investimentos públicos no setor agropecuário”.

5. A AGRICULTURA EM PEDRO II.

Pedro II é dotado de condições favoráveis a prática agrícola. A região não tem muitas

restrições naturais, como as demais localidades do semi-árido nordestino. Há disponibilidade

de água no subsolo e sobre o solo, o índice pluviométrico varia de 800 a 1600 mm,

abundância de áreas com solos profundos, planos e mecanizáveis, com características

agronômicas favoráveis, além de áreas de vazante.

Mesmo com essas condições favoráveis a produção agrícola do município é totalmente

subsistêncial e insuficiente para atender as demandas de consumo interno. Segundo

diagnóstico realizado pelo SEBRAE (1991, p.40),

“[...] isto vem reforçar a necessidade de redirecionar ações no sentido de implementar a atividade agrícola e a partir daí incentivar a comunidade para esse segmento econômico bastante subdesenvolvido como também favorecer incentivos para o cultivo de outras culturas que poderiam ser realizadas no município, como por exemplo, produtos de horticulturas e fruticultura[...].”

Observando o Anexo 04, do ano de 1996 a 2008 a área total de produção agrícola

sofreu um decréscimo de –84,13%, saindo de 33.088 hectares de área cultivada, para 5.250

hectares respectivamente. Algumas culturas deixaram de ser contabilizado pelo IBGE, tais

como algodão arbóreo, fumo, abacate, por não possuírem mais área significativa. Culturas

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Page 29: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

como a melancia que teve o cultivo reduzido em -95,45%. A mandioca que tem uma

produtividade excelente, variando de 8.000 a 18.000 mil quilos por hectare, reduziu de 3.150

hectares em 1989, para 108 hectares em 2008, decrescendo -96,57%. A cajucultura é

significativa no município tem sua produção (a castanha) destinada, quase em sua totalidade,

a atravessadores que a enviam para os outros estados, esta adquirida a preços relativamente

baixos.

Outro fator indesejado é o abastecimento local de hortaliças e frutas ser oriundo de

outros estados, principalmente do Ceará. São culturas que poderiam está sendo eficientemente

conduzidas no município gerando empregos, rendas e, evitando a migração tão acentuada na

região.

A redução nas áreas plantadas das principais culturas do município, esta aliada a dois

fatores. O primeiro é a emancipação dos municípios de Milton Brandão e Lagoa de São

Francisco, onde Pedro II teve redução significativa de sua área territorial. O segundo fator

deve-se as mudanças na política de crédito rural e crise na economia brasileira na primeira

metade da década de 1990.

6. A PECUÁRIA EM PEDRO II.

A produção pecuária de Pedro II é significativa em relação à microrregião a que

pertence, destacando-se os rebanhos respectivamente de caprinos, suínos, ovinos, bovinos,

asininos, equinos, e muares. Os rebanhos mais representativos são os de caprinos (o quarto

maior do estado com 26.129 cabeças) e suínos (16.446 cabeças). Porém as técnicas

empregadas pela grande maioria dos produtores ainda são precárias e ultrapassadas, os

animais são criados extensivamente, o que dificulta o controle sanitário das enfermidades e a

tecnificação das propriedades.

Com a instalação de granjas e frigoríficos no município a avicultura ganhou um papel

significativo. Além da apicultura que é uma atividade com potencial crescente na região. No

ano de 2009 contabilizo-se 2.534 colméias produtivas, rentabilizando uma produção de

51.280 kg de mel, com uma produtividade média de 20 kg de mel por colméia, 2.564 kg de

cera bruta. Em média 80% da produção de mel são destinadas as empresas de exportação, este

fato ocorre devido ao preço pago pelo quilo do produto, que é de três reais e de dois reais e

oitenta centavos, praticados no mercado externo e interno respectivamente.

29

Page 30: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

Devido à forma de tecnificação da pecuária pedrosegundense, apesar do efetivo de

rebanho, que pode ser observado no anexo, tal qual a agricultura não atende as necessidades

do mercado interno. Para se ter uma idéia, segundo dados do serviço de inspeção municipal

S.I.M. No ano de 2009 foram abatidos no Abatedouro Público de Pedro II 3.256 bovinos.

Deste total apenas 433 animais, ou seja, 13,2% tiveram procedência do município. Os demais

vieram em maioria de outros estados como Tocantins, Goiás, Maranhão e Pará.

7. O SETOR AGROINDUSTRIAL DE PEDRO II.

As empresas agroindustriais de Pedro II beneficiam apenas cinco tipos diferentes de

produtos. Este fato por si só evidencia a fragilidade do setor na transformação dos produtos

primários que seriam a base para viabilizar a implantação e diversificação de pequenos

empreendimentos agroindustriais que garantiriam ao produtor rural mais facilidade para a

comercialização e escoamento da sua produção. Dentre os principais produtos beneficiados

pelas agroindústrias do município, se destacam o arroz, carnes de aves, bovina, caprina, suína

e ovina, e cachaça.

No geral, o que ocorre com o setor primário de Pedro II, que supostamente daria

sustentáculo às agroindústrias, é que os principais produtos do município são escoados “in

natura” e de modo informal, como é o caso da castanha de caju, água ardente, peles e o mel.

Numa visão ampla, o setor agroindustrial formalmente constituído no município de

Pedro II representa uma parcela reduzida na produção municipal e na geração de renda e

emprego. Além disso, não há efetiva integração entre a produção do setor primário e a

agroindústria local. Daí surge à dependência do município as outras regiões no que se refere à

aquisição da matéria-prima, apontado como maior entrave ao pleno emprego dos fatores

produtivos.

30

Page 31: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

8. O SETOR AGROPECUÁRIO E SUA REPRESENTATIVIDADE NA ECONOMIA

DE PEDRO II.

Pedro II tem sua economia desenvolvida em atividades informais. Sendo um

município onde os setores produtivos são incipientes e o complexo rural não dispõe de

técnicas que lhes permita sair do atual estágio de produção, buscou dentro das atividades

autônomas supri todas as carências e com isto garantir um nível de emprego e renda a uma

parcela da população local. Tais atividades, apesar de não gerarem uma renda tão

significativa, através da coleta de impostos, fazem com que um montante de recursos

advindos do processo de comercialização informal, notadamente dos seus produtos artesanais

seja uma parte integrante no município e que favorece a presença de turistas, potenciais

compradores destes produtos de uma maneira cada vez mais crescente. Dentre as atividades

informais destacam-se as de artesanato em fios, micro-destilarias, cerâmica e a exploração de

opala.

Não sendo indiferente a maioria dos municípios do Piauí, o setor de serviços públicos

dá sustentáculo à economia local. De acordo com dados do IBGE (2005) os serviços públicos

representaram 42,46%, tornando a economia local dependente em sua maioria a repasses de

verbas públicas, através dos salários dos servidores públicos, dos benefícios sociais

principalmente previdenciários, e da manutenção dos órgãos públicos, podendo ser visto no

anexo. Os serviços e comércio somados aos serviços públicos representaram segundo o IBGE

(2007), 81,50% do PIB (Produto Interno Bruto) do município, como mostra o anexo.

O setor agropecuário é o menos representativo, 10,13% das receitas do município em

2005 segundo o IBGE (2005). Em relação a o PIB do ano de 2007 correspondeu a 7,3% do

montante total. Essa diferença é devida a pouca importância que é dado ao setor no município,

pelos poderes públicos. Desperdiçando assim a vocação natural que o município tem neste

setor. O que poderia incrementar de forma significativa a economia local, gerando empregos e

renda.

Em pesquisa de campo realizada com produtores rurais do município, 51% afirmaram

que as maiores dificuldades enfrentadas para desempenharem suas atividades, é a carência de

recursos financeiros e a escasseeis de mão-de-obra. Os demais destacaram pragas e doenças e

falta de planejamento da produção, correspondendo a 15% e 34% respectivamente. Quando

questionados em relação ao que os ajudariam a solucionar os problemas de suas propriedades,

51,2% afirmaram que um projeto de investimento ou custeio, melhoraria suas atividades e,

31

Page 32: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

48,8% destacaram a organização de suas atividades com auxilio de acessória técnica

especializada.

Desta forma pode-se destacar a insipiência do setor agropecuário pedrosegundense

como anteriormente já se enfatizara. De acordo com o SEBRAE (1991), em diagnóstico

socioeconômico realizado no município,

“[...] é necessário que se de apoio efetivo ao pequeno produtor, responsável pela maior parcela da produção agropecuária local, de modo a modificar as condições de produção tais como: financiamentos, custeio e investimento, inventivo a irrigação de culturas adequadas às características do município, [...]”.

Faz-se necessário investir mais nas atividades agropecuárias em Pedro II, tendo em

vista, a expansão do setor turístico proporcionado pelo evento cultural Festival de Inverno,

realizado anualmente na cidade. O que garantiu a presença constante de turistas na cidade e o

aumento do número estabelecimentos comerciais fornecedores de refeições. Aumentando

ainda mais a demanda de alimentos no município.

32

Page 33: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

CONSIDERÇÕES FINAIS.

É inegável a expressão que o setor agropecuário tem no que diz respeito a prestar

contribuição para a geração de emprego, renda e por conseqüência garantir qualidade de vida.

Uma agricultura desenvolvida e equilibrada traz para a sociedade significativos resultados que

normalmente são esquecidos pelos consumidores. Produtos com qualidade, produzidos com

orientação técnica, comercializados de forma correta chegam à mesa da sociedade para

contribuir e atender as necessidades alimentares da população, melhorando sua nutrição e

renda.

Independente de se fortalecer a agricultura de subsistência, dar maior apoio técnico

aos agricultores assentados e também aos produtores rurais, é necessário ampliar os trabalhos

de habitação rural, saúde e educação, sobretudo para diminuir as migrações.

É preciso capacitar pessoas, mão-de-obra, é essencial que se tenha um modelo de

assistência técnica e de geração de tecnologias modernas e adequadas às características da

região. É urgente que o associativismo em suas diversas formas se manifeste para ajudar no

desenvolvimento sustentável e modernização da economia de Pedro II. Sem que ocorram

modificações no perfil da produção agropecuária, aumento de produtividade e produção,

torna-se difícil melhorar as condições nutricionais, de alimentação e renda da população.

Podem-se destacar algumas atividades agropecuárias com potencial ainda inexplorado

em Pedro II como: a apicultura, a ovinocaprinocultura, a piscicultura, o extrativismo vegetal,

a fruticultura irrigada, a agroindústria, o turismo e artesanato, e o cultivo do arroz. Tendo o

município que vencer sérias limitações para o seu melhor aproveitamento seja com relação à

infraestrutura de apoio à produção, de organização e fortalecimento dos produtores, na

qualificação dos recursos humanos, e outros mais, além da apresentação de baixos indicadores

sociais e econômicos.

33

Page 34: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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UFPE, 1998.

ARAÚJO, Tênia Bacelar. O Nordeste: herança de diferenciação e futuro de fragmentação.

Revista do Instituto de Estudos Avançados (IEA) as USP. São Paulo: EDUSP, n. 29,

1997.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da Republica Federativa do Brasil. Brasília, DF:

Senado Federal, 1988.

BRASIL, Ministério de Minas e Energia. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por

água subterrânea do estado do Piauí: Diagnostico do Município de Pedro II/

Organização do texto [por] Roberto Boto Aguiar [e] José de Carvalho Gomes –

Fortaleza: CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2004.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATISCA – IBGE. Disponível em: <

http : // www.ibge.gov.br/ >. Acesso em: 23 de mai. 2010.

PIAUÍ. Lei Complementar nº 87, de 22 de gosto de 2007. Estabelece o Planejamento

Participativo Territorial para o Desenvolvimento Sustentável do Estado do Piauí e dá

outras Providências. DOE nº 159 de 22 de gostode2007. Disponível em < http:

//www.piaui.pi.gov.br/ índex.php>. Acesso em: 17 de jun. 2010.

QUEIROZ, Terezinha de J.M. Economia piauiense: da pecuária ao extrativismo. 2. ed.

Teresina: EDUFIPI, 1998.

SEBRAE. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Diagnostico Sócio-Econômico

do Município de Pedro II. Teresina: SEBRAE/PI, 1998. 36 p.

SEBRAE. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Diagnostico Sócio-Econômico

do Município de Pedro II. Teresina, COMEPI. 1991. 105 p.

SILVA, Réia Silva Rios Magalhães e. A monografia na pratica do graduando: como elaborar

um trabalho de conclusão de curso – tcc /José Augusto Paz Ximenes. Teresina, CEUT,

2002.

34

Page 35: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

APÊDICES

35

Page 36: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

APÊNDICE 01

PESQUISA DE CAMPOQUETIONÁRIO

“Questionário aplicado à produtores rurais do município de Pedro II no período de 03 de maio de 2010 a 09 de junho de 2010.”

1. Nas atividades agropecuárias da sua propriedade quais os principais problemas que você enfrenta?

( ) Pragas e doenças( ) falta de organização da produção( ) falta de recursos humanos e financeirosOutro:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. O que você apontaria como solução para seus problemas nas atividades agropecuárias:( ) Organização e orientação das atividades com ajuda de um técnico;( ) Financiamento de um projeto de investimento ou custeio;( ) Você acha que não precisa de ajuda para solucionar os problemas da sua propriedade;Outro:_____________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Você recebe assistência técnicas em sua propriedade de forma direta ou indiretamente?

( ) Sim( ) Não

36

Page 37: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

APÊNDICE 02

TABULAÇÃO DOS DEDOS OBTIDOS COM A PESQUISA DE CAMPO

QUESTÃO 01: Nas atividades agropecuárias da sua propriedade quais os principais problemas que você enfrenta.

ALTERNATIVAS INDICES OBTIDOSPragas e doenças 15%

Falta de organização da produção 34%Falta de recursos humanos e financeiros 51%

TOTAL 100%

QUESTÃO 02: O que você apontaria como solução para seus problemas nas atividades agropecuárias.

ALTERNATIVAS INDICES OBTIDOSOrganização e orientação das atividades com

ajuda de um técnico.47%

Financiamento de um projeto de investimento ou custeio.

53%

Você acha que não precisa de ajuda para solucionar os problemas da sua propriedade.

00%

TOTAL 100%

QUESTÃO 03: Você recebe assistência técnicas em sua propriedade de forma direta ou indiretamente.

ALTERNATIVAS INDICES OBTIDOSSIM 3,2%NÃO 98,8%

TOTAL 100%

37

Page 38: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

APÊNDICE 03

QUESTINÁRIOPESQUIZA DE CAMPO

“Questionário aplicado à funcionário do EMATER – Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Piauí, unidade de Pedro II.”

1. Como funcionou a extensão rural no período das décadas de 1980 a 1990?________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2. Como está funcionando a assistência técnica atualmente?________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3. Como era a política de crédito rural nas décadas de 1980 a 1990?________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4. Como funciona a política de crédito rural atualmente?________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5. Faça um comparativo do setor agropecuário de Pedro II, a partir da década de 1980.___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

38

Page 39: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

ANEXOS

39

Page 40: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

ANEXO 01

LOCALIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE PEDRO II - PI

Fonte: Figura Ilustrativa. BRASIL, Ministério de Minas e Energia. Projeto cadastro de fontes de abastecimento

por água subterrânea do estado do Piauí: Diagnostico do Município de Pedro II / Organização do texto

[por] Roberto Boto Aguiar [e] José de Carvalho Gomes – Fortaleza: CPRM – Serviço Geológico do

Brasil, 2004.

.

40

Page 41: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

ANEXO 02

ESBOÇO GEOLOGICO DE PEDRO II

Fonte: Figura Ilustrativa. BRASIL, Ministério de Minas e Energia. Projeto cadastro de fontes de

abastecimento por água subterrânea do estado do Piauí: Diagnostico do Município de Pedro II/

Organização do texto [por] Roberto Boto Aguiar [e] José de Carvalho Gomes – Fortaleza: CPRM –

Serviço Geológico do Brasil, 2004.

41

Page 42: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

ANEXO 03

Fonte: Figura Ilustrativa. RODRIGUES, Joselina Lima Pereira. Estudos Regionais: Geografia e

Historia do Piauí. Ed. Halley S/A. Teresina, 2004.

42

Page 43: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

ANEXO 04

QUADRO COMPARATIVO: PRICIPAIS CULTURAS DO MUNICÍPIO DE PEDRO II, 1989 / 1996 / 2008.

CULTURA1989 (A) 1996 (B) 2008 (C) (%)

VARIAÇÃO(A) (B) (C)

ÁREA PLANTADA

(ha)

ÁREA COLHIDA

(ha)

ÁREA PLANTADA

(ha)

ÁREA COLHIDA

(ha)

ÁREA PLANTADA

(ha)

ÁREA COLHIDA

(ha)

ABACATE 10 10 - - - - - 100%ALGODÃO RABÓRIO 60 60 - - - - - 100%ARROS SEQUEIRO 1958 1958 1988 1988 290 290 - 85,50%BANANA 160 160 - - 34 34 - 78,75%CAJU 3456 1440 3850 3850 1280 1280 - 66,75%CANA DE AÇUCAR 936 * 940 940 54 54 - 94,25%COCO 56 56 - - 08 08 - 85,71%FAVA 55 55 - - 10 10 - 81,81%FEIJÃO 8400 8400 10945 10945 1729 1623 - 84,20%FUMO 39 39 - - - - - 100%MANDIOCA 3150 * 2536 2536 108 108 - 96,57%MANGA 320 320 - - 36 36 - 88,75%MELANCIA 220 220 - - 10 10 -95,45%MILHO 9492 * 12829 12829 1691 1606 - 86,81%TOTAL 28092 12718 33088 33088 5250 5059 - 84,13%

Fonte: Produção Agrícola Municipal – FIBGE – Teresina/EMATER – Pedro II – 1990. Produção Agrícola Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

* Dados não disponibilizados.

43

Page 44: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

ANEXO 05

PRINCIPAIS CULTURAS AGRICOLAS E EXTARTIVISMO VEGETAL – 2008

PEDRO II LAVOURA PERMANENTE - 2008

CULTURAÁREA

PLANTADAÁREA

COLHIDAQUANTIDADE PRODUZIDA

RENDIMENTO MÉDIO

BANANA 34 ha 34 ha 408 t 12000 kg / haCASTANHA DE

CAJU 1280 ha 1280 ha 425 t 332 kg / ha

COCO 08 ha 08 ha 40 Mil Frutos 5000 frutos/haLARANJA 06 ha 06 ha 120 t 20000 kg / haMANGA 36 ha 36 ha 270 t 7500 kg / ha

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

PEDRO II LAVOURA TEMPORARIA - 2008

CULTURA ÁREA PLANTADA ÁREA COLHIDAQUANTIDADE PRODUZIDA

RENDIMENTO MÉDIO

Arroz (em casca) 290 ha 290 ha 412 t 1498 kg/haCana-de-açúcar 54 ha 54 ha 3348 t 62000 kg/haFava (em grão) 10 ha 10 ha 04 t 400 kg/ha

Feijão (em grão) 1729 ha 1623 ha 199 t 122 kg/haMandioca 108 ha 108 ha 140 mil t 8648 kg/haMelancia 10 ha 10 ha 210 t 210000 kg/ha

Milho 1691 ha 1606 ha 883 t 549 kg/haTomate 04 ha 04 ha 27 t 6750 kg/ha

Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

EXTRAÇÃO VEGETAL E SILVICULTURA - 2008

ATIVIDADEQUANTIDADE PRODUZIDA

VALOR DA PRODUÇÃO

Carnaúba - Pó 334 t 1086 mil reaisCarvão Vegetal 597 t 269 mil reaisMadeira- Lenha 22826 m³ 80 mil reais

Fonte: IBGE, Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2008. Rio de Janeiro: IBGE, 2009.

ANEXO 06

44

Page 45: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

PREINCIPAIS REBANHOS DE PEDRO II - 2009

ESPÉCIE EFEVITO EM CABEÇAS

AVES 68,7 MILCAPRINOS 26.129

SUINOS 16.446OVINOS 12.234

BOVINOS 8.523ASININOS 1.338EQUÍNOS 526MUARES 377

Fonte: Cadastro de Propriedades Rurais. Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí – ADAPI, Unidade de Pedro II – 2009.

ANEXO 07

ORIGEM DOS BOVINOS ABATIDOS NO MATADOURO PÚBLICO DE PEDRO II

2009

MESESORIGEM DO

MUNICÍPIO

OUTRAS

REGIÔES

TOTAL DE BOVINOS

ABATIDOS

(%) ORIGEM DO

MUNICÍPIO

JANEIRO - 244 244 0%

FEVEREIRO 28 192 220 12,7%

MARÇO 08 234 242 03,0%

ABRIL 10 182 192 05,2%

MAIO 22 242 264 08,3%

JUNHO 31 271 302 10,2%

JULHO 36 265 301 11,9%

AGOSTO 53 226 279 18,9%

SETEMBRO 36 268 304 11,8%

OUTUBRO 78 225 303 25,7%

NOVEMBRO 47 238 285 16,4%

DEZEMBRO 84 236 320 26,25%

TOTAL GERAL 433 2.823 3.256 13,2%

Fonte: Serviço de Inspeção Municipal S.I.M. Mapas de Abate de Bovinos, fornecidos à Agência de Defesa

Agropecuária do Estado do Piauí - ADAPI, 2009.

ANEXO 08

45

Page 46: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

QUADRO COMPARATIVO: PRINCIPAIS REBANHOS DO MUNICÍPIO DE

PEDRO II 1988 / 1996 / 2009

REBANHOS EFETIVO

1988

EFETIVO

1996

EFETIVO

2009

AVES 153,3 MIL 144 MIL 68,7 MIL

BOVINOS 21.217 21.101 8.523

CAPRINOS 42.741 47.368 26.129

OVINOS 11.414 17.928 12.234

SUINOS 37.689 34.219 16.446

Fonte: Produção Pecuária Municipal – FIBGE – 1988. / Censo Agropecuário – IBGE – 1996. / Cadastro de Propriedades Rurais. Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí – ADAPI, Unidade de Pedro II - 2009.

ANEXO 09

PECUÁRIA DO PEAUÍ 2008

Bovinos 1.750.910 cabeçasEqüinos 146.039 cabeçasBubalinos 594 cabeçasAsininos 197.927 cabeçasMuares 36.367 cabeçasSuínos 1.150.329 cabeçasCaprinos 1.370.372 cabeçasOvinos 1.444.373 cabeçasGalos, frangas, frangos e pintos 7.790.609 cabeçasGalinhas 2.474.754 cabeçasCodornas 31.518 cabeçasCoelhos - cabeçasVacas ordenhadas 194.194 cabeçasOvinos tosquiados - cabeçasProdução de leite 77.784 mil litrosOvos de galinha 16.449 mil dúziasOvos de codorna 341 mil dúziasProdução de mel de abelha 4.143.804 KgProdução de casulos do bicho-da-seda - KgProdução de lã - KgFonte: IBGE, Produção da Pecuária Municipal - 2008.

ANEXO 10

PRODUÇÃO APÍCOLA DE PEDO II 2009

COLMÉIAS PRODUTIVAS 2.534 unidadesPRODUTIVIDADE DE MEL 20 kg/colméia/ano

46

Page 47: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

PRODUÇÃO DE MEL 51.280 kgPRODUÇÃO DE CERA 2.564 kgGALPÕES APÍCOLAS 03 unidades

DISTRIBUIÇÃO DA PRODUÇÃO

MERCADO INTERNO ¹ 10.256 kgMERCADO EXTERNO ² 41. 024 kg

PEÇOS PRATICADOSMERCADO INTERNO ¹ R$ 2,80 / kgMERCADO EXTERNO ² R$ 3,00 / kg

RETABILIDADE DA PRODUÇÃO R$ 151.788, 80Fonte: Produção de Apícola de Pedro II, 2009. ACPC - Associação Comunitária de Produtores e Consumidores

de Pedro II, Av. Coronel Cordeiro n° 734, Pedro II-PI.¹ Mercado Nacional.² Mercado Internacional.

ANEXO 11

47

Setores Econômicos de Pedro II - 2005³

10,13% 9,47%

33,98%

46,42%

AGROPECUÁRIA INDUSTRIA SERVIÇOS* ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA

Fonte: IBGE - Produto Interno Bruto, 2005

*O setor Serviços compreende as atividades de serviços e comércio(exclusive administração pública)

Page 48: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

ANEXO 12

48

Page 49: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

Fonte: IBGE - Produto Interno Bruto dos Municípios, 2007.

ANEXO 13

PEDRO II: DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO SEGUNDO A LOCALIDADE

49

Produto Interno Bruto de Pedro II - 200766.63181,50%

9.14611,18%5.972

07,30%

·                     Agropecuária ·                     Indústria ·                     Serviços

Page 50: O SETOR AGROPECUÁRIO DE PEDRO II

DISTRIBUIÇÃO Nº ABSOLUTO %Urbana 20.917 57,8Rural 15.284 42,2TOTAL 36.201 100,0

Fonte: IBGE, Censo Demográfico – 2000

PEDRO II: DISTRIBUIÇÃO DAS TERRAS POR GRUPO DE ÁREA E ESTABELECIMENTO

GRUPO DE ÁREA (ha)ESTABELECIMENTOS ÁREA (ha)

N° ABSOLUTO % N° ABSOLUTO %Menos de 10 2.255 80,0 5.227 8,3De 10 a menos de 50 370 13,1 7.610 12,1De 50 a menos de 100 86 3,0 5.707 9,1De 100 a menos de 500 75 2,7 16.122 25,8De 500 a mais 18 0,6 27.986 44,7Sem declaração 16 0,6 - -

TOTAL 2.820 100,0 62.651 100,0Fonte: IBGE, Censo Agropecuário – 1995-1996

PEDRO II: CONDIÇÃO DO PRODUTOR POR ESTABELECIMENTO E ÁREA.

CONDIÇÃO DO PRODUTOR

ESTABELECIMENTOS ÁREA (ha)N° ABSOLUTO % N° ABSOLUTO %

Proprietário 962 34,1 56.521 90,2Arrendatário 06 0,2 11 0,0Parceiro 978 34,7 2.668 4,3Ocupante 874 31,0 3.450 5,5

TOTAL 2.820 100,0 62.651 100,0Fonte: IBGE, Censo Agropecuário – 1995-1996

50