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O Sistema Penitenciário Brasileiro

O sistema prisional e a redução da maioridade penal

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O SistemaPenitenciário

Brasileiro

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• População carcerária: 550 mil (a quarta maior do mundo).

• Custo mensal do preso brasileiro: R$ 1800,00

• Percentual de reincidência: 75%.

"Se fosse para cumprir muitos anos na prisão, emalguns dos nossos presídios, eu preferiria morrer. Doque nós precisamos? De um bom sistema, comreinserção social, e não prisão perpétua ou pena demorte. Temos um sistema prisional medieval, que nãosó desrespeita os direitos humanos como tambémnão possibilita a reinserção".

José Eduardo Cardozo, Ministro da Justiça.

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“Denúncias de superfaturamento e falta de higiene

no preparo dos alimentos pipocam em quase todos

os estados. "O modelo adotado favorece a fraude",

afirma Eduardo Nepomuceno, da Promotoria de

Defesa do Patrimônio Público de Minas Gerais. "As

empresas superestimam a quantidade de presos,

vendem um cardápio e entregam outro, e a

fiscalização não existe. ”

Fonte : http://www.asmetro.org.br/portal/portal/area-restrita/21-clipping/2274-revista-carta-capital-os-mercadores-das-cadeias

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Privatização dos Presídios

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Em São Pauto, que abriga um terço do total de

presos brasileiros, o governo aguarda a definição dos

terrenos para lançar o edital da Parceria Público-

Privada (PPP) para a construção de três complexos

penitenciários que abrigarão mais de 10 mil detentos

e serão administrados pela iniciativa privada. "As

prisões privadas estão entrando como um tsunami no

Brasil, infelizmente", critica a socióloga Julita

Lemgruber, ex-diretora do Sistema Penitenciário do

Rio de Janeiro e coordenadora do Centro de Estudos

de Segurança e Cidadania da Universidade Cândido

Mendes, "Espanta-me que o governo federal, do PT,

esteja comprando a ilusão de que privatizar uma

prisão resolve." Segundo o Ministério da Justiça, o

governo ainda estuda o tema.

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Modelos:• MODELO AMERICANO: o preso é entregue pelo

Estado à iniciativa privada, que o acompanhará

até o final de sua pena, ficando o preso

inteiramente nas mãos do administrador.

• No Brasil, é indelegável o poder jurisdicional do

Estado, que contempla o tempo que o homem fica

encarcerado e suas infrações disciplinares no

cárcere.

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A Privatização dos Presídios

• Cresce o lobby para expandir a terceirização no

Pais até a administração das próprias cadeias.

• O Brasil tem atualmente 21 presídios com gestão

privatizada.

• Há quem considere o modelo, à moda norte-

americana, uma benesse, mas o fato é que ele

não reduz os gastos públicos. Ao contrário. Cada

detento no sistema privado, calcula-se, custa perto

de 3 mil reais por mês, ante 1,3 mil em cadeias

públicas.

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• Além disso, comprova a experiência nos EUA, o sistema leva a uma mercantilização das prisões.

• Com 2,3 milhões de encarcerados, as cadeias americanasviraram um grande negócio e dão enorme lucro a empresasdos ramos de telefonia e saúde privada.

• A revista The Nation publicou recentemente um levantamento do lucro fácil nos presídios de Tio Sam. Uma ligação telefônica de uma cadeia custa 1,13 dólar porminuto, até 30 vezes mais do lado de fora. Apenas umaoperadora, a GTL, fatura 500 milhões de dólares anuais com a exploração das chamadas feitas por presidiários.

• A privatização das prisões nos EUA não eliminou as denúnciasde maus-tratos e torturas. Segundo os defensores de direitoshumanos. a fórmula adotada (o governo paga por vagaexistente em cada cadeia, esteja ela ocupada ou não) terialevado ao aumento galopante no número de encarceradose à aplicação de penas mais duras. Dessa forma, o poderpúblico justificaria o modelo de pagamento adotado. "A prisão tornou-se um depósito de pobres"", afirmou ao The New York Times o sociólogo Bruce Western, da UniversidadeHarvard.

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• MODELO FRANCÊS: o Estado permanece junto à iniciativaprivada, numa co-gestão. O administrador vai gerir osserviços daquela unidade prisional – alimentação, vestimenta, higiene, lazer etc. –, enquanto o Estado administra a pena, cuidando do homem sob o aspectojurídico, punindo-o em caso de faltas ou premiando-o quando merecer. É o Estado que, detendo a funçãojurisdicional, continua a determinar quando o homem vaipreso e quando será libertado.

• Quem fica com o fruto do trabalho do preso?Trata-se de uma terceirização, em que a remuneração do empreendedor privado deve ser suportada pelo Estado, jamais pelo preso, que deve trabalhar e, com os recursosrecebidos, ressarcir prejuízos causados pelo seu crime, assistira sua família e poupar para quando for libertado.

• En Cuba 155 Centros Penitenciarios son de régimen abierto. Tienen garantizada la atención médica, trabajo, el estudio, la recreación, entre otros. El 83% de los reclusos cubanos se reinsertan en la sociedad. (Programa Educa Tu Hijo).

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Problemas do Brasil• Licitar prisões - oferecer o controle da vida de homens e

mulheres para quem der o menor preço, como se o Estado tivesse o direito de dispor dessas vidas comobem lhe aprouvesse.

• Sobram denúncias contra as empresas privadas queadministram prisões

• Corrupção dos funcionários da empresas contratadas -Segundo o Sindicato dos Policiais Civis do Tocantins, o fato de serem contratados e não concursados deixariaos funcionários mais vulneráveis à corrupção.

• Denúncias por tortura e maus-tratos aos detentos.

• Ex: Em Rondônia, funcionários da empresa Bandolin, outra fornecedora de marmitas aos presídios públicos, foram demitidos ao se comprovar seu auxílio nainfiltração de celulares na cadeia de Vilhena dentro de garrafas térmicas.

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Solução• não se trata de privatizar ou abrir novas vagas, mas de reduzir a

superlotação e cobrar eficiência da direção dos presídios.

• Em termos alimentares, está comprovado, como sugeriu a CPI do Sistema Carcerário, que a comida melhora quando os presos participamde sua preparação, além de garantir ocupação, remuneração e redução da pena e diminui os custos.

• Também influencia no cardápio a parceria com agricultores das regiõespróximas aos presídios, como ocorre nas 11 unidades prisionais da Região Metropolitana do Vale do Paraíba, no interior de São Paulo.

• "Quando preparada pelos presos, a qualidade da comida é muitosuperior àquela da terceirizada e custa menos", diz Camita Dias, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP, para quem as marmitas e seus "reis" são um indício de que a privatização do sistema não é a saída. "Existe hoje um lobby fortíssimopelo repasse da administração à iniciativa privada, mas as refeiçõesdemonstram que esse modelo não é sustentável."

• Fonte : http://www.asmetro.org.br/portal/portal/area-restrita/21-clipping/2274-revista-carta-capital-os-mercadores-das-cadeias

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Redução da MaioridadePenal

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Dados• Atualmente, o Brasil tem 22 mil adolescentes a cumprir

medidas socioeducativas com privação de liberdade.

• Â grande maioria cometeu infrações de menor

potencial ofensivo, como:o roubo (36%)

o tráfico de drogas (24%)

o Homicídio, roubo seguido dc morte e estupro (17%)

• menos de 4 mil adolescentes que cometeram crimes

contra a vida. Não há como responsabilizá-los pela

violência nas grandes cidades / deve- se levar em

conta que a população carcerária adulta é superior a

550 mil presos"

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• A Rede Nacional de Defensores dos Adolescentes

em Conflito com a Lei (Renade) sustenta que os

jovens são mais vítimas que autores de violência.

De fato, em 2011, 4,3 mil jovens entre 12 e 18 anos

incompletos foram assassinados, ao passo que os

adolescentes foram responsáveis por 1,8 mil

homicídios. Em vez de aumentar o tempo de

internação. os integrantes da rede propõem a

implantação de políticas públicas para os jovens

na educação, saúde, cultura e assistência social.