Upload
isabella-guerreiro
View
197
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
OdisseiaCanto XXI
Resumo do enredo do canto XXI
• Atena inspira Penélope a propor o jogo do arco aos pretendentes
• O arco que Penélope busca foi um presente de Ífito a Odisseu
• Na sala, Penélope propõe a competição. O vencedor se casará com ela
• Telêmaco é o primeiro a tentar envergar o arco. Liodes, o segundo
• Odisseu se revela ao vaqueiro Filécio e ao porqueiro Eumeu
• Eurímaco é o terceiro a jogarPenélope chora sobre o arco de Odisseu
Angelika Kauffmann
Resumo do enredo do canto XXI
• Como é dia da festa de Apolo, pretendentes sugerem adiar o jogo
• Odisseu (vestido como mendigo) pede para usar o arco. Pretendentes zombam.
• Penélope permite que Odisseu participe• Telêmaco manda a mãe voltar para o quarto• As portas são fechadas pelos aliados de
Odisseu, Filécio e Euricleia• Odisseu dobra o arco e acerta• Telêmaco pega a espada e se junta ao pai
Penéope pega o arco de OdisseuAngelika Kauffmann
Trecho central do canto“Vós, pretendentes ilustres, ouvi quando passo a dizer-vos:O meu palácio invadistes, comendo e bebendo sem regra,por estar longe o senhor há bem tempo. Nenhuma desculpapara essa vossa conduta até agora aduzir conseguistesfora o dizerdes que esposa queríeis que eu de um a ser viesse.Ânimo, pois, pretendentes, que um pleito ora passo a propor-vos.Ora apresento-vos o arco do grande e divino Odisseu.Quem conseguir, facilmente, passar nele a corda, encurvando-o, e remessar, logo após, pelos doze orifícios, a seta, a esse estou pronta a seguir como esposa, deixando o paláciodo meu primeiro marido, tão belo e com tantas riquezas,que na memória hei de ter sempre vivo, até mesmo nos sonhos.”
Tradução de Carlos Alberto Nunes (v. 68-79)
Destaques da construção poética
“No entanto Odisseu,quando já havia o grande arco apalpado por todos os lados -,como cantor primoroso que sabe o manejo da cítara,mui facilmente consegue passar na cravelha uma cordafeita de tripa torcida, depois de a firmar dos dois lados:do mesmo modo Odisseu o grande arco vergou facilmente.Na mão direita tomando-o, fez logo experiência da corda, que um belo som produziu, qual se fosse o cantar da andorinha. Os pretendentes ficaram tomados de susto, fugindo-lhesdo rosto o sangue. Mandou logo Zeus um terrível rimbombo.
“As observações dos pretendentes não abalaramo meticuloso exame de Odisseu. Imaginem umprofissional entendido no canto e na liraque com leves dedos trata a tripa e a ajustaretesada em uma e outra cravelha. Não foioutra a arte de Odisseu ao vergar a arma.A corda tine ao toque dos dedos do mestre.Cicios como de andorinha circulam na sala. Susto sacode os presentes. Sangue não lhesresta no rosto. Ribomba trovoando a voz de Zeus.
Destaques da construção poética
Muito se alegra com isso o divino e sofrido Odisseu,pois Zeus, nascido de Crono astucioso, um sinal lhe mandara.Toma depressa de um dardo veloz, que se achava isolado,junto da mesa; os demais, que os acaios provar deveriamdentro de pouco, ainda estavam guardados na aljava escavada.Sobre o arco, então, apoiando-a, puxou logo as barbas e a corda,de onde se achava sentado, no banco, e com vista segurafez o disparo da flecha, que pelos machados perpassa,sem falha alguma. Através dos anéis e da porta evolou-seo dardo bronzêo”.
Tradução de Carlos Alberto Nunes (v. 404 - 423)
Regozijou-se o corajoso coração do rei sofredorcom o ruidosa aprovação do filho de Crono.Tomou nas mãos uma seta veloz que o seduzianua sobre a mesa. No carcás dormiam caladasas outras. O sabor delas saberia em breve o corpoda corja. Ajustada a seta, puxou entalhes e corda.Ali mesmo, na banqueta em que estava sentado.Feita a mira, a flecha não falha, perpassa oorifício de todos os machados e acha o fim nofundo”.
Tradução de Donaldo Schüler (v. 404 - 423)
Figuras mitológicasAtena
Deusa mais importante da Odisseia, guardiã de Odisseu. Sem mãe, nasce já adulta da cabeça de Zeus. É tanto deusa da guerra quanto das artes e profissões. Famosa por ser astuta, assim como Odisseu.
Figuras mitológicasHerácles ou Hércules
Filho de Zeus e Alcmena. Famoso pelos 12 trabalhos que Hera, a ciumenta esposa de Zeus, o força a executar por meio de ordens de seu primo Euristeu. Assim como Odisseu, é protegido por Atena.
Herácles e Odisseu transgridem a hospitalidade grega mas sofrem consequências diferentes.
Figuras mitológicas
Apolo
Deus da adivinhação, das artes e da música. Deus arqueiro. Filho de Zeus e Leto (ou Latona) e irmão gêmeo de Ártemis, também flecheira.
Figuras mitológicasEurício
É um dos centauros - metade homem, metade cavalo - que rapta a noiva de Pirítoo (Hipodâmia), o que dá início a guerra entre homens e centauros (centauromaquia). Não têm hábito do vinho, bebida que os deixa mais violentos (“animais”).
Peter Paul Rubens - O estupro de Hipodâmia, 1636-1638
Crítica literária Análise da personagem Penélope:
• Transformação da personagem
• Questão da hospitalidade
• Penélope reconheceu Odisseu ou não?
• “Mão forte” de Penélope versus “mão forte” de Odisseu
Penélope Vaticana
Crítica literária Arco:
• Objeto que evoca lembranças - Proust
• Comparação com a lira - Heráclito
Crítica literáriaCenas de reconhecimento:
• Crítica de Aristóteles
• Episódio com Eumeu e Filécio
Crítica literáriaAnálise do personagem Telêmaco:
• Transformação
• Ingresso na vida adulta
Crítica literáriaAnálise do personagem Odisseu:
• Reflexões sobre Zeus, o homem grego e o destino (liberdade)
• Glória em Ilíada versus Odisseia
• Ulysses, de James Joice
ReferênciasARISTÓTLES. A poética clássica. 1ª Ed. São Paulo: Cultrix, 2014.
DUARTE, Adriane da S. As relações entre retorno e glória na Odisseia. Letras Clássicas, São Paulo, n.5, p. 89-97, 2001. Disponível em <http://www.revistas.fflch.usp.br/letrasclassicas/article/view/804>. Acesso em 21/05/2016.
GAGNEBIN, Jeanne M. Lembrar escrever esquecer. 1ª Ed. São Paulo: Editora 34, 2006.
HOMERO. Odisseia. Tradução por Carlos Alberto Nunes. 25ª Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
HOMERO. Odisseia. Tradução por Donaldo Shüler. Porto Alegre: L&PM, 2011.
MALTA, André. Penélope e a arte da indecisão na Odisseia. Nuntius Antiquus, Belo Horizonte, v.VIII, n. 1, 2012. Disponível em <http://www.periodicos.letras.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/2246/2180>. Acesso em 21/05/2016.
ReferênciasNUSS, Maria Virgínia. Cenas de reconhecimento na obra Odisseia. 2012. Disponível em <http://www.webartigos.com/artigos/cenas-de-reconhecimento-na-obra-odisseia/89426/>
PEREIRA, Maria H. da R. Fórmulas e epítetos na linguagem homérica. Alfa, São Paulo, 28:1-9, 1984. Disponível em <http://seer.fclar.unesp.br/alfa/article/view/3662>. Acesso em 21/05/2016.
SAIS, Lilian A. Odisseia XIX: Penélope anfitriã. Letras Clássicas, São Paulo, n.15, p. 62-77, 2011. Disponível em <http://www.revistas.usp.br/letrasclassicas/article/view/104948>. Acesso em 21/05/2016.
SCHÜLER, Donaldo. Origens do Discurso Democrático. Porto Alegre: L&PM, 2002.
SILVA. Luciene L. Herácles e Odisseu: dois pesos e duas medidas da hospitalidade grega. Todas as letras, São Paulo, n. 6, p. 19-24, 2004. Disponível em <http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tl/article/viewFile/976/705>. Acesso em 21/05/2016