33
Oficina de Mobilização em Rede @heliopaz | Facebook | Skype: heliopaz | e-mail + iChat: [email protected] | prof. @unisinos @comdig @cultdigitalunis | editor http://comdig.info | coordenador @jetunisinos + núcleo comdig @agexcom | http://heliopaz.com

Oficina de Mobilização em Rede

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Slides das aulas da Unidade Temática de 08 e 09/11/2013. ;)

Citation preview

Page 1: Oficina de Mobilização em Rede

Oficina de Mobilização em Rede

@heliopaz | Facebook | Skype: heliopaz | e-mail + iChat: [email protected] | prof. @unisinos @comdig @cultdigitalunis | editor http://comdig.info  | coordenador @jetunisinos + núcleo comdig @agexcom | http://heliopaz.com

Page 2: Oficina de Mobilização em Rede

O que veremos?

• O conceito de MULTIDÃO (HARDT, M. E NEGRI, A., 2005);

• Análise de casos de ciberativismo em múltiplas mídias digitais com histórias apropriadas e expandidas coletivamente;

• A metodologia do Design Thinking (BROWN, Tim, 2009);

• A metodologia de engajamento Efeito Libélula (AAKER, J. E SMITH, A., 2010);

• Reflexão final sobre a intensidade/viabilidade da aplicabilidade das dinâmicas acima.

Page 3: Oficina de Mobilização em Rede

MULTIDÃO HARDT E NEGRI, 2005

Page 4: Oficina de Mobilização em Rede

Do imperialismo ao poder em rede

• IMPERIALISMO (“velha” ordem)• soberania do estado-nação ampliada p/territórios estrangeiros (modernidade); (p. 10)

• PODER EM REDE (“nova” ordem)• estados-nação + instituições supranacionais + grandes corporações capitalistas (contemporaneidade). (p. 10)

• “A Multidão é a alternativa viva que vem se constituindo dentro do Império.” (p. 12)

Page 5: Oficina de Mobilização em Rede

O Império e a ordem global (p. 11)

• Nenhum estado-nação pode manter a [sua visão de] ordem global sem colaborar com os outros grandes poderes na REDE do Império;

• A ordem global contemporânea não se caracteriza nem pode ser sustentada pela participação igualitária de todos, nem pelo controle multilateral sob a autoridade das Nações Unidas (ONU);

• A atual ordem global é definida por RÍGIDAS DIVISÕES E HIERARQUIAS em termos regionais [no sentido de blocos de nações], nacionais e locais;

• TESE: unilateralismo e multilateralismo não são desejáveis como tem sido apresentados nem mesmo possíveis: as tentativas de sustentá-los não serão capazes de manter a atual ordem global considerando-se as condições atuais.

Page 6: Oficina de Mobilização em Rede

O Império e a ordem global (p. 11)

• O estado de guerra é inevitável no império: a guerra funciona como instrumento de domínio.

• Pax Imperii = arremedo de paz que, na realidade, preside um ESTADO DE GUERRA PERMANENTE:Democratas x Republicanos; PT x PSDB; Grêmio x Inter; heavy metal x axé; ateus x evangélicos…

• … O ESTADO DE GUERRA PERMANENTE FAZ COM QUE SEMPRE SE ESTEJA EM CAMPANHA!!!(manutenção ou tomada do poder: reforço simbólico constante)

Page 7: Oficina de Mobilização em Rede

Povo, massa e classe operária não são a Multidão

• POVO: concepção unitária que reduz as mais amplas diferenças que caracterizam a população a uma identidade única: o “povo” é UNO. (p. 12)

• MASSAS: são compostas de todos os tipos e espécies, mas não se pode afirmar que diferentes sujeitos sociais formam as massas. Sua essência é a INDIFERENÇA: todas as diferenças são submersas e afogadas. Todas as cores são cinza. Só são capazes de mover-se em uníssono porque constituem um CONGLOMERADO INDISTINTO E UNIFORME; (p. 13)

• CLASSE OPERÁRIA: refere-se a todos os trabalhadores assalariados, diferenciando-os dos pobres que prestam serviços domésticos sem remuneração e de todos os demais que não recebem salário. (p. 13)

Page 8: Oficina de Mobilização em Rede

PERAÍ!

Onde é que eu me encaixo?!!Povo, massa e classe operária são conceitos cunhados a partir da Revolução Industrial. Assim como naquele período, a atual reconfiguração sociotécnica requer novas reflexões conceituais…

Page 9: Oficina de Mobilização em Rede

AS DUAS FACES DA GLOBALIZAÇÃO (p. 12)

• O Império dissemina em caráter global sua rede de hierarquias e divisões que mantém a ordem através de novos mecanismos de controle e permanente conflito;

• A globalização também é a CRIAÇÃO de NOVOS CIRCUITOS de COOPERAÇÃO e COLABORAÇÃO que se ALARGAM pelas nações e os continentes, FACULTANDO uma QUANTIDADE INFINITA de ENCONTROS.

Page 10: Oficina de Mobilização em Rede

ESSA IDEIA ESTÁ CONECTADA A…

Page 11: Oficina de Mobilização em Rede

A internet: um modelo para a Multidão

Multidão e internet = redes distributivas:- Os vários nós se mantém diferentes, mas estão todo conectados na rede.

Page 12: Oficina de Mobilização em Rede

MULTIDÃO NA PRIMAVERA ÁRABE Praça Tahrir, Cairo, 2011.

Page 13: Oficina de Mobilização em Rede

GESTOS #occupyws Como a Multidão se comunica

Page 14: Oficina de Mobilização em Rede

DESAFIO

• Fazer com que uma multiplicidade social seja capaz de se comunicar e agir em comum, ao mesmo tempo em que se mantém internamente diferente.

Page 15: Oficina de Mobilização em Rede

MULTIDÃO E DEMOCRACIA

• Se a Multidão não é uma identidade (como o povo) nem é uniforme (como as massas), suas diferenças internas devem descobrir o comum [the common] que lhe permite COMUNICAR-SE e AGIR em CONJUNTO. (p. 14)

Page 16: Oficina de Mobilização em Rede

PRODUÇÃO BIOPOLÍTICA (p. 14-15)

• Não envolve apenas a produção de bens materiais (no sentido econômico) como também afeta e produz todas as facetas da vida social, sejam econômicas, culturais ou políticas.

• O trabalho tende a criar redes de cooperação e comunicação e a funcionar dentro delas;

• Todo aquele que TRABALHA com a INFORMAÇÃO ou o CONHECIMENTO depende do conhecimento COMUM recebido de outros e, por sua vez, cria NOVOS CONHECIMENTOS COMUNS.

• Aplica-se a todas as formas de trabalho que criam projetos imateriais como ideias, imagens, afetos e relações.

Page 17: Oficina de Mobilização em Rede

A importância da Multidão (p. 16-17)

• A atual quebra de paradigma sociotécnico induz a repensarmos conceitos políticos básicos como poder, resistência, multidão e democracia;

• A Multidão é a classe global emergente, que atua através do Império para criar uma sociedade global alternativa;

• Uma democracia da Multidão pode ser um vetor para a saída dessa eterna situação de conflito e guerra operada pelo poder do Império.

Page 18: Oficina de Mobilização em Rede

Tópicos relacionados à Multidão

• Resistência;

• A produção do comum;

• A mobilização do comum.(isso leva à cultura hacker, às ciberguerras, ao hacktivismo, ao crowdfunding, ao crowdsourcing… Mas o Império também se rearticula em rede – é uma briga de gato e rato)

Page 19: Oficina de Mobilização em Rede

EMERGÊNCIA JOHNSON, Steven, 2001.

Page 20: Oficina de Mobilização em Rede

EMERGÊNCIA

• Dictyostelium discoideum (NAKAGAKI, T., 2000): bactéria cujo comportamento oscila entre ser uma criatura única e uma multidão.

• Na maior parte do tempo, cada criatura comporta-se como um indivíduo.

• Sob condições adequadas (calor, umidade, luz, condição do ar, abundância de alimento, etc.), aglomeram-se em um organismo maior, que passa a consumir madeira e folhas apodrecidas.

• Quando o ambiente torna-se hostil, separam-se novamente.

• Comportamento de grupo coordenado –> MORFOGÊNESE (TURING, 1954): capacidade de todas as formas de vida de desenvolverem progressivamente corpos mais elaborados a partir de inícios incrivelmente simples.

Page 21: Oficina de Mobilização em Rede

EMERGÊNCIA

• Comportamento bottom-up: avaliação geral das condições ambientais – liberação de feromônios que faz com que os demais indivíduos ajam coordenadamente SEM UM LÍDER, SEM UMA ORDEM (KELLER e SEGEL, 1968);

• CIÊNCIA DA AUTO-ORGANIZAÇÃO (Adam SMITH, ENGELS, Charles DARWIN, Alan TURING): reconhecimento de padrões comuns em dinâmicas físicas, químicas, biológicas, sociais…

• Isso também leva ao PENSAMENTO EM REDE!!!

• POR QUE HÁ O CENTRO E A PERIFERIA EM UMA CIDADE?!

Page 22: Oficina de Mobilização em Rede

DESIGN THINKING BROWN, Tim, 2009.

Page 23: Oficina de Mobilização em Rede

O Design Thinking

• Metodologia voltada para a inovação;

• Inovação = criatividade focada no desenvolvimento de uma cadeia produtiva;

• Reconhecimento do contexto socioeconômico e cultural, EMPATIA (colocar-se no lugar do público-alvo: concentrar esforços na experiência do usuário e não em como o designer ou o cliente pensa sobre a apropriação que o usuário fará do produto);

• Preocupação com o ambiente (espaço) em que o produto ou serviço será utilizado;

• Foco na ESTRATÉGIA (plataforma) é prioritário sobre o material e a forma.

Page 24: Oficina de Mobilização em Rede
Page 25: Oficina de Mobilização em Rede
Page 26: Oficina de Mobilização em Rede
Page 27: Oficina de Mobilização em Rede
Page 28: Oficina de Mobilização em Rede

O EFEITO LIBÉLULA AAKER e SMITH, 2010

Page 29: Oficina de Mobilização em Rede

A metodologia

• Baseada no Design Thinking;

• Voltada à inovação social;

• Soluções rápidas de comunicação via redes sociais;

• Discurso assertivo, positivo, intimista;

• Solicitação implícita de urgência;

• Metas parciais rumo ao objetivo maior;

• Engajamento.

Page 30: Oficina de Mobilização em Rede
Page 31: Oficina de Mobilização em Rede
Page 32: Oficina de Mobilização em Rede

O MODELO DO “EFEITO LIBÉLULA"

ASA 1: MANTER O FOCO

ASA 2: PRENDER A ATENÇÃO

ASA 3: ENVOLVER

ASA 4: INSTIGAR A AÇÃO

O que é?Concentrar- se em um

único resultado ao invés de “pensar grande"

Fazer-se notar pelo seu público-alvo

tornar a audiência emocionalmente envolvida

com a sua causa.

Estimular o público a realmente agir em nome

da sua causa.

Objetivo principalConcentrar todos os seus

recursos e toda a sua atenção na realização de um único resultado.

Levar as pessoas a prestar atenção em você

e estabelecer a base para envolvê-las.

Atingir diretamente às pessoas que realmente

querem agir.

Atrair voluntariamente o tempo e/ou o dinheiro

do seu público-alvo para a sua causa.

Como fazer?

• Definir uma meta;• Decompô-la em

pequenas submetas facilmente alcançáveis;

• Estabelecer métricas para medir o sucesso;

• Criar um plano de ação;• Ser específico e concreto;• Ser verdadeiro consigo

mesmo.

• Ser original;• Manter a simplicidade;• Manter os pés no chão;• Utilizar imagens.

• Compreender o que envolve o seu público;

• Contar uma história;• Utilizar múltiplas mídias;• Dirigir-se pessoalmente a

cada indivíduo (“olho no olho”).

• Tornar a ação fácil;• Fazê-la divertida;• Ajustar o caminho mais

fácil entre os voluntários já engajados e os novos pedidos de participação;

• Estabelecer um relacionamento firme e próximo junto ao público-alvo.

Mote Um objetivo, uma pessoa. Qual é a sua manchete? Qual é a sua história? O que alguém pode fazer para ajudar?

O que os ativistas fizeram?

• Retirar a conta Lokpal do governo e aceitá-la no Parlamento;

• Aprovar a conta Lokpall em 31/8;

• Tiveram um plano de ação, foram específicos e resolutos.

• Tuitar com sabedoria;• http://facebook.com/

annahazare : 352392 likes;• http://facebook.com/

indiaacor : 468096 likes;• http://

indiaagainstcorruption.org : recebeu 13 MILHÕES de chamadas perdidas.

• Acampamentos de storytelling nos locais de campanha;

• Cobertura ativa de TV 24/7;

• Mais de 2000 vídeos;• Equiparar o movimento

Índia Contra a Corrupção a uma espécie de segunda luta pela independência do país.

• Pedir às pessoas para participarem de enquetes e pesquisas;

• Conclamar as pessoas para a agitação;

• Torná-la divertida;• Incentivar o movimento

horizontal (abertura e autonomia para várias lideranças).

Fonte: AAKER J. e SMITH A., 2010.

Page 33: Oficina de Mobilização em Rede

E-MAIL

• PERSONALIZAR: incluir detalhes específicos e acessíveis sobre a pessoa ou causa que você está tentando ajudar. Dê ao interlocutor uma razão para se preocupar;

• INFORMAR: use o e-mail como uma oportunidade para EDUCAR a sua audiência;

• DIRETO: solicite ajuda específica, explique ao público o que quer que ele faça e lhe dê todas as ferramentas que eles precisam para realizar a tarefa com facilidade