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MÓDULO I ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS LÍNGUA PORTUGUESA 8º ANO (2010) PROJETO (CON)SEGUIR MÓDULO 1 8º ANO 1 LÍNGUA PORTUGUESA - 2010

Orientações pedagógicas módulo 1 língua portuguesa 8º ano

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Orientações pedagógicas para o monitor

8º Ano de Escolaridade

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Caro monitor,

Apresentamos as Orientações Pedagógicas referentes ao Módulo I - Apostila de Língua

Portuguesa para as turmas de 4º ano de escolaridade da Rede Municipal de Educação de Duque de Caxias.

Nesse material pretendemos focalizar habilidades e competências relativas à proficiência

leitora de nossos alunos, de acordo com os Tópicos e Descritores da Prova Brasil.

O material pretende focalizar habilidades e competências relativas à proficiência leitora de

nossos alunos, e se apresenta em 61 questões no formato múltipla escolha, comentadas, nas quais são

apontados as habilidades a serem mensuradas. Em anexo, seguem 10 sugestões de atividades com

enfoque em leitura e escrita.

Busque explorar cada um dos textos que compõem este material em todas as suas

possibilidades, o tema de que tratam, o gênero a que pertencem, sua finalidade e estrutura, o suporte em

que se apresentam etc.

Procure levar os alunos a refletir sobre

• a adequação da linguagem em função da intenção comunicativa, do contexto e dos

interlocutores a quem o texto se dirige;

• a utilização dos recursos coesivos oferecidos pelo sistema de pontuação e pela introdução

de conectivos mais adequados à linguagem escrita;

• o fato de o texto ser um todo significativo e poder ser segmentado em versos, no caso dos

poemas, frases e parágrafos, nos textos em prosa, com vistas à continuidade de sentido do texto.

Contamos com sua contribuição imprescindível para que o trabalho pedagógico seja

agradável e produtivo, tanto para você quanto para os alunos. Utilize sua criatividade e entusiasmo,

sempre.

Equipe Projeto (CON)SEGUIR

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1) TEXTO

ROBÔ AUTOSSUFICIENTE SE ALIMENTA DE ESGOTO PARA GERAR SUA PRÓPRIA ENERGIA

Thays Prado, 2 de agosto de 2010.

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Após três anos de estudo, pesquisadores do Bristol Robotics Laboratory desenvolveram o Ecobot-III, um robô que tem uma espécie de intestino sintético que consome esgoto para alimentar suas células de combustível e realizar atividades.

Não é a primeira vez que resíduos são utilizados para manter máquinas funcionando, mas o Ecobot-III é o primeiro que faz isso de maneira autônoma. Ele percorre um dispenser preenchido por esgoto e pega o que precisa. Em seguida, metaboliza os resíduos em átomos de hidrogênio, que migram para um eletrodo, alimentam as células de combustível e geram uma corrente elétrica.

A cada 24 horas, o Ecobot-III limpa seu próprio intestino, eliminando os excrementos em uma câmara de resíduos especiais. Ele pode passar até sete dias fazendo isso sem qualquer manutenção. Mas os pesquisadores afirmam que ainda há ajustes a ser feitos para tornar a digestão do robô mais eficiente. O cientista-chefe do grupo, Dr. Ioannis Ieropoulos, diz que a urina seria o resíduo mais indicado como fonte de energia.

A invenção pode ser útil, no futuro, tanto para a construção de máquinas que não consumam energia elétrica quanto para diminuir a carga de efluentes que vai para nossos rios e lagos sem qualquer tratamento.

Bristol Robotics Laboratory (http://super.abril.com.br/blogs/planeta/robo-autossuficiente-se-alimenta-de-esgoto-para-gerar-sua-propria-energia/)

Segundo o texto anterior, o resíduo mais adequado como fonte de energia seria(m) (A) as fezes. (B) a urina. (C) as células de combustível. (D) os detritos.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D1 – Localizar informações explícitas em um texto GABARITO: B DISTRATORES:

Os distratores (A), (C) e (D) não seriam respostas possíveis, visto que a simples recorrência ao texto corrobora o gabarito – ―O cientista-chefe do grupo, Dr. Ioannis Ieropoulos, diz que a urina seria o resíduo mais indicado como fonte de energia.‖ (L.11-12)

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2)

TEXTO I

―O VERDADEIRO AMOR NUNCA SE DESGASTA. QUANTO MAIS SE DÁ MAIS SE TEM‖

Antoine de Saint-Exupéry

TEXTO II

SONETO DE FIDELIDADE

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De tudo, ao meu amor serei atento Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. Quero vivê-lo em cada vão momento E em seu louvor hei de espalhar meu canto E rir meu riso e derramar meu pranto Ao seu pesar ou seu contentamento. E assim, quando mais tarde me procure Quem sabe a morte, angústia de quem vive Quem sabe a solidão, fim de quem ama Eu possa dizer do meu amor (que tive): Que não seja imortal, posto que é chama Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes

(http://www.pensador.info/soneto_do_amor_eterno/)

Da leitura dos dois textos, entende-se que (A) ambos possuem a mesma visão sobre o amor. (B) o texto II complementa o texto I. (C) o texto II questiona o texto I. (D) o texto II possui visão oposta sobre o amor.

TÓPICO III – Relação entre textos DESCRITOR D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos

que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido.

GABARITO: D DISTRATORES:

Enquanto o texto I fala que ―o verdadeiro amor nunca se desgasta‖, o texto II tem outra concepção acerca do mesmo tema: ―Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure.‖ Portanto, os textos não possuem a mesma visão sobre o amor (A), nem se complementam (B), tampouco se questionam (fazer ou levantar questão acerca de; discutir, disputar) <Dicionário Aurélio> (C).

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3) TEXTO

(http://www.google.com.br/images)

A leitura da charge indica que o mercado de trabalho está (A) estático. (B) amplo. (C) reduzido. (D) intenso.

4) TEXTO

OUVIR MÚSICA NO TRABALHO PREJUDICA MESMO A PRODUTIVIDADE

Thiago Perin, 4 de agosto de 2010

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(Essa é pra esconder do chefe.) Psicólogos da Universidade de Wales, no Reino Unido, apareceram para dizer que, apesar de várias pesquisas mostrarem que a música tem vários efeitos positivos sobre a nossa capacidade mental (memória, atenção etc.), as empresas que proíbem os fones de ouvido durante o expediente estão certinhas: de acordo com eles, a música não faz bem nenhum à produtividade. E isso seja a sua banda do coração tocando no iPod ou o som daquele hit pavoroso do rádio vindo lá de não sei onde.

Em testes, voluntários que ouviram música – em diferentes momentos, canções de artistas queridos

TÓPICO II – Implicações do suporte, do gênero e/ou enunciador DESCRITOR D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso

(propagandas, quadrinhos, foto etc.) GABARITO: C DISTRATORES

Pela leitura da charge, pode-se perceber a grande quantidade de pessoas à

procura de emprego. No entanto, poucas vagas são oferecidas pelo empregador: ―- Torneiro: uma vaga. Motoboy: duas vagas...‖ Logo, o mercado de trabalho não pode estar (A) estático (imóvel como estátua) - pois ainda há vagas -, (B) amplo (muito extenso) nem (D) intenso (ativo, energético, forte).

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(entre eles, Rihanna, The Stranglers e Arcade Fire) e a faixa Thrashers, da banda Death Angel, da qual ninguém gostava (!) – tiveram um desempenho ―mais pobre‖ nas tarefas atribuídas do que os que ficaram quietinhos no silêncio. Os pesquisadores dizem que o estímulo sonoro é bom para preparar a mente antes do trabalho. Durante o expediente, as variações acústicas nos deixam confusos. E bem menos eficientes.

Mas a gente pode muito bem fingir que esse estudo não existe, que esse post nunca aconteceu e continuar com o som rolando solto, né? É o meu plano, pelo menos.

(http://super.abril.com.br/home/)

No texto, há exemplo de linguagem simples e coloquial em (A) ―Psicólogos da Universidade de Wales, no Reino Unido, apareceram‖ (L. 1 – 3). (B) ―as empresas que proíbem os fones de ouvido‖ (L. 3 – 4). (C) ―Em testes, voluntários que ouviram música‖ (L. 6). (D) ―continuar com o som rolando solto, né?‖ (L. 12).

5) TEXTO

(http://clubedamafalda.blogspot.com/2007/12/tirinha-413.html)

Da leitura da tirinha, pode-se concluir que (A) Mafalda acordará bem tarde. (B) Mafalda não dormirá. (C) Mafalda acordará bem cedo. (D) Mafalda não precisa de ajuda.

TÓPICO VI – Variação linguística DESCRITOR D13 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de

um texto GABARITO: D DISTRATORES:

A linguagem coloquial é a que está presente no cotidiano das pessoas, na língua falada. Tal recurso

não foi empregado nos distratores (A), (B) e (C). Todavia, ao usar a expressão ―rolando solto, né?‖, o autor usa o estilo que se aproxima do vocabulário e da sintaxe do dia a dia.

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6) TEXTO

AS MONTANHAS DO JARDIM GRAMACHO

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É o maior aterro sanitário da América Latina. Cenário do documentário Estamira (2005), o polêmico Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho gera muitos impasses ambientais e sociais. Com sua capacidade saturada, inúmeras famílias da região metropolitana do Rio de Janeiro tiram seu sustento da coleta do lixo ali depositado.

Mas o que fazer com toda aquela montanha de lixo? Entre outras medidas, a Comlurb abriu em dezembro de 2006 licitação para o uso do biogás na área do aterro. O objetivo é gerar recursos para a Prefeitura na forma de créditos de carbono obtidos com a redução das emissões de gases de efeito estufa. A empresa selecionada, além de investir em toda estrutura operacional, deverá depositar, anualmente e durante 14 anos, o valor de R$ 1,2 milhão para o Fundo de Participação dos Catadores de Gramacho. Com a desativação do aterro, essa pode ser uma saída para o sustento dos inúmeros catadores e suas famílias que ali trabalham.

Patricia Magrini. <http://patriciamagrini.wordpress.com/2007/08/14/as-montanhas-do-jardim-gramacho/> (com adaptações)

O texto permite afirmar que o aterro sanitário de Jardim Gramacho é (A) o maior do Brasil. (B) o maior da Baixada Fluminense. (C) o maior de Duque de Caxias. (D) o maior da América Latina.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D4 – Inferir uma informação implícita em um texto GABARITO: C DISTRATORES: Esta é uma questão de inferência, pois são cobradas informações que estão implícitas no texto. Mafalda ―leva ao pé da letra‖ o dito popular presente no primeiro quadrinho: ―Deus ajuda a quem cedo madruga‖. E toda a sequência de ações que vêm a seguir – pegar o relógio (2º quadrinho), pôr para despertar às 4h (3º quadrinho) e dizer que Deus terá muito o que fazer de manhã – desqualifica distratores (A), (B) e (D).

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D1 – Localizar informações explícitas em um texto

GABARITO: D DISTRATORES:

Questão de simples recorrência, ou seja, basta ler as linhas 1 e 2: ―É o maior aterro sanitário da América Latina.‖, para eliminar os distratores (A), (B) e (C).

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7) TEXTO

SER SOCIÁVEL É SINÔNIMO DE RIQUEZA

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Alunos do ensino médio que foram classificados como cooperativos e conscientes, há dez anos, hoje têm um salário maior do que o de seus colegas – considerados com poucas habilidades sociais.

O estudo, feito pela Universidade de Illinois, nos Estados Unidos, contesta que a capacidade de se comunicar e trabalhar em grupo é mais determinante para o sucesso da sua carreira do que tirar notas altas na escola (com exceção do Bill Gates, claro).

E você? Como era no colégio (isolado, nerd, nunca fez uma lição de casa)? E acha que ganha melhor do que seus colegas?

Nina Weingrill (http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/ser-sociavel-e-sinonimo-de-riqueza/)

Em ―hoje têm um salário maior do que o de seus colegas‖ (L.3-4), a eliminação do termo sublinhado (A) não provocaria alteração de sentido. (B) tornaria o trecho incompreensível. (C) seria inadmissível. (D) causaria mudança total de sentido.

TÓPICO V – Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido DESCRITOR D19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração

de recursos ortográficos e/ou morfossintáticos GABARITO: A DISTRATORES: Na expressão comparativa ‗do que‘, o termo ‗do‘ é uma partícula expletiva ou de realce, ou seja, sua retirada não provoca prejuízo sintático nem alteração semântica ao texto. Portanto, os distratores (B), (C) e (D) não seriam respostas cabíveis.

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8) TEXTO

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A obesidade é um problema grave e deve ser encarado com cuidado. Se você está ou conhece alguém que esteja acima do peso, deve procurar ajuda médica, pois as causas da obesidade podem ter diversas origens desde hábitos irregulares até fatores genéticos e hormonais. Quanto mais cedo for tratado, maiores são as chances de cura. Mas não se esqueça que o mais importante é estarmos de bem com nós mesmos. Ter um corpo legal depende do equilíbrio emocional e uma mente consciente.

Ivana Silva e Cássia Nunes

(http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/obesidade-infantil.htm)

As autoras defendem a tese de que (A) a obesidade é uma questão de estética. (B) a obesidade tem sempre fator genético. (C) a obesidade é uma doença. (D) a obesidade é causada por maus hábitos.

9) TEXTO

INSETOS PODEM SALVAR O MUNDO DA FOME E DO AQUECIMENTO GLOBAL?

Larvas de formigas, comercializadas em Isaan, na Tailândia

Atualmente, vacas, porcos e ovelhas ocupam dois terços das terras agrícolas do mundo e emitem 20% dos gases de efeito estufa que lançamos na atmosfera. E o consumo de carne só aumenta: há 20 anos, a média global de consumo era de 20 Kg por ano, hoje, consome-se 50 kg, e, em vinte anos, a

TÓPICO IV – Coerência e Coesão no Processamento do Texto DESCRITOR D7 – Identificar a tese de um texto GABARITO: C DISTRATORES: Já que as autoras consideram a obesidade um problema grave que precisa ser tratado com cuidado, distrator (A) não pode ser a resposta adequada. Os distratores (B) e (D) também são considerados impróprios, pois o texto diz que ―as causas da obesidade podem ter diversas origens, desde hábitos irregulares até fatores genéticos e hormonais.‖ (L.3), ou seja, não somente ―fatores genéticos‖ ou ―maus hábitos‖.

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8º ANO (2010)

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perspectiva é de que cada pessoa coma 80 kg de carne por ano. Não há planeta que aguente produzir tanta carne e, muito menos, suportar um aumento tão drástico

nas emissões de carbono. Desde 2008, a FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação discute

a possibilidade de se incluírem insetos na dieta humana. Na realidade, mais de mil tipos de insetos já fazem parte do cardápio de 80% dos países, especialmente na porção oriental do globo, e são mais populares nas regiões tropicais, onde ficam maiores e são mais fáceis de serem capturados.

A ideia tem o aval do entomologista (estudioso de insetos) Arnold van Huis, da Universidade de Wageningen, na Holanda. Ele diz que essa classe de animais possui um alto nível de proteínas, vitaminas e minerais. Além disso, de acordo com suas pesquisas, as fazendas de insetos produzem uma quantidade muito menor de gases de efeito estufa se comparadas à pecuária: uma criação de gafanhotos, grilos ou minhocas emite 10 vezes menos metano. Os insetos ainda produzem 300 vezes menos óxido nitroso, que também tem efeito estufa, e muito menos amônia, comum nas criações de porcos e aves.

Thays Prado <http://super.abril.com.br/blogs/planeta/insetos-podem-salvar-o-mundo-da-fome-e-do-aquecimento-global/> (com adaptações)

Em ―A ideia tem o aval do entomologista (estudioso de insetos) Arnold van Huis‖ (L.21-22), a expressão sublinhada se refere (A) à diminuição do consumo de carne. (B) à criação de insetos em zonas tropicais. (C) ao aumento da produção de carne. (D) à inclusão de insetos na dieta das pessoas.

10) TEXTO

A BARATA E A VASSOURA

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Uma barata atrevida entrou, por uma janela, na casa limpíssima de uma senhora. Vendo a intrusa andando apressada pela cozinha, a senhora muniu-se de uma vassoura e passou a perseguir a barata dando vassouradas a fim de colocar para fora o asqueroso inseto. Mas a bichinha, rápida como ela só, conseguiu escapar e foi se esconder na área de serviço numa saliência da máquina de lavar.

Exausta e sem ver onde a barata se escondeu, a mulher pendurou a vassoura com o firme propósito de, no dia seguinte, continuar com a perseguição.

Anoiteceu. A barata continuava lá no seu esconderijo bem quietinha, porém o seu estômago roncava de tanta fome. O medo a fazia aguentar. Pensava: —- Seu sair agora a mulher me pega... o melhor é esperar...

TÓPICO IV – Coerência e Coesão no Processamento do Texto DESCRITOR D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto GABARITO: D DISTRATORES:

Nesta questão, há uso da coesão lexical, ou seja, vocábulos ou expressões que já ocorreram são

retomados por outros elementos, já que existem traços semânticos semelhantes, ou até opostos, entre eles. E, no texto, o que está sendo discutido é o consumo de insetos pelos seres humanos – ―Desde 2008, a FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação discute a possibilidade de se incluírem insetos na dieta humana.‖ (L. 7- 8), o que eliminaria os distratores (A), (B) e (C).

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8º ANO (2010)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 12 LÍNGUA PORTUGUESA

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E quando o silêncio se fez na casa, ela foi saindo devagar, silenciosamente. Caminhou um pouquinho. Olhou ao seu redor. Não havia ninguém. Avançou mais um pouco e, de repente, ouviu aquele barulho de cerdas duras raspando o chão: chap, chap, chap.

Olhou assustada e viu que era a vassoura, pendurada num prego, que fazia movimentos para atingi-la. Sabendo que a vassoura não podia sair dali sem ajuda, a barata partiu para a cozinha a procura de comida. Subiu pelo pé da mesa e chegou até o cesto de pães coberto com uma toalhinha branca. Infiltrou-se por baixo da toalhinha e roeu, roeu cada pão com gosto. Era um sabor indescritível.

Satisfeita, ela desceu pelo mesmo lugar que subiu. Andou, no escuro, pela casa toda deixando o seu cheiro e as fezes, em forma de bolinhas, por todos os lugares. Voltou para a área de serviço e parando diante da vassoura disse: — Sofreste tanto para me expulsar e aqui estou eu de barriga cheia, enquanto tu, escrava, estás aí pendurada. Nada podes fazer. – e pondo as patinhas na cintura ela fez caretas para a vassoura cantando: — nhã, nhã, nhã, nhã... A vassoura ficou nervosa, rebolava, rebolava, mas do prego ela não saía. — Mas que barata atrevida... e eu sem poder fazer nada... E antes que amanhecesse e a dona da casa se levantasse e desse de cara com ela, a barata subiu pela parede da área de serviço, na direção de uma fresta do vitrô e, antes de sair e ainda rindo da vassoura, despediu-se: — Adeus! Espero que a tua dor de cabeça sare logo... foram tantas as pancadas para me atingir... nhã, nhã, nhã, nhã...

E saiu descendo pela parede exterior do prédio rumo ao seu ninho num lugar que só ela sabe.

Maria Hilda de J. Alão. (http://www.contos.poesias.nom.br/abarataeavassoura/abarataeavassoura.htm)

No texto, o conflito é causado (A) pela impaciência da mulher. (B) pela invasão da barata. (C) pela fome da barata. (D) pela provocação da barata.

11) TEXTO

ÁGUAS DO SANTINHO RESIDENCE

Comprar um apartamento no novo empreendimento Águas do Santinho Residence pode não lhe garantir um lugar cativo no Paraíso, mas certamente é o portão de acesso para algo que a tal se assemelhe

TÓPICO IV – Coerência e Coesão no Processamento do Texto DESCRITOR D10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa GABARITO: DISTRATORES: No texto, o fato gerador do conflito só pode ser a insolente entrada do inseto, porquanto ―a senhora muniu-se de uma vassoura e passou a perseguir a barata dando vassouradas‖ (L.2-3). Assim, a quebra da rotina não aconteceu por impaciência da mulher (A), fome (C) ou provocação da barata (D).

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8º ANO (2010)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 13 LÍNGUA PORTUGUESA

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aqui neste plano terrestre! Com o charme adicional de estar encostado, quase um prolongamento natural do Costão do Santinho Resort, eleito pela quarta vez o melhor resort de praia do Brasil, e fincado na praia do Santinho, uma praia de águas azuis e cristalinas e considerada uma das praias mais limpas do Brasil, esse novo empreendimento da Hantei que já teve Gustavo Kuerten como seu luxuoso garoto-propaganda, é sem dúvida o mais sensacional lançamento do ano na Ilha da Magia.

O anúncio acima tem a finalidade de (A) informar. (B) convencer. (C) recomendar. (D) comentar.

12) TEXTO

UM PEQUENO IMPREVISTO (Herbert Vianna & Thedy Correa)

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Eu quis querer o que o vento não leva Pra que o vento só levasse o que eu não quero Eu quis amar o que o tempo não muda Pra que quem eu amo não mudasse nunca Eu quis prever o futuro, consertar o passado Calculando os riscos Bem devagar, ponderado Perfeitamente equilibrado Até que num dia qualquer Eu vi que alguma coisa mudara Trocaram os nomes das ruas E as pessoas tinham outras caras No céu havia nove luas E nunca mais encontrei minha casa

TÓPICO II – Implicações do suporte, do gênero e/ou enunciador na compreensão do texto DESCRITOR D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros GABARITO: B DISTRATORES: A função básica desse gênero textual é convencer os leitores, visto que algum produto é oferecido ao público. No anúncio, há forte apelo emocional e uso excessivo de adjetivos, o que provoca subjetivismo de linguagem. Então, não se pode conceber que a intenção precípua do texto seja informar (A), recomendar (B) ou comentar (D).

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8º ANO (2010)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 14 LÍNGUA PORTUGUESA

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No céu havia nove luas E nunca mais eu encontrei minha casa

Indique a circunstância expressada pela palavra em destaque no texto (A) modo. (B) tempo. (C) intensidade. (D) lugar.

13) TEXTO I

PLENILÚNIO (Raimundo Correia) Além nos ares, tremulamente, Que visão branca das nuvens sai! Luz entre as franças, fria e silente; Assim nos ares, tremulamente, Balão aceso subindo vai... Há tantos olhos nela arroubados, No magnetismo do seu fulgor! Lua dos tristes e enamorados, Golfão de cismas fascinador! Astro dos loucos, sol da demência, Vaga, noctâmbula aparição! Quantos, bebendo-te a refulgência, Quantos por isso, sol da demência, Lua dos loucos, loucos estão! Quantos à noite, de alva sereia O falaz canto na febre a ouvir, No argênteo fluxo da lua cheia, Alucinados se deixam ir... Também outrora, num mar de lua,

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto,

marcadas por conjunções, advérbios etc. GABARITO: C DISTRATORES:

Pode-se esperar que grande parte dos alunos escolha o distrator (A), pelo fato de ela apresentar a semântica mais característica do advérbio em questão, porém, se o aluno levar em consideração o contexto em que tal vocábulo está inserido, ele logo perceberá o valor intensivo.

O aluno que selecionar o distrator (B) provavelmente estará fazendo uma analogia ao conteúdo da estrofe, pois esta faz referência aos tempos passado e futuro.

O distrator (C) é a menos adequado, pois dificilmente encontrar-se-ia o advérbio BEM assumindo esse sentido.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 15 LÍNGUA PORTUGUESA

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Voguei na esteira de um louco ideal; Exposta aos euros a fronte nua, Dei-me ao relento, num mar de lua, Banhos de lua que fazem mal. (...) Fúlgida névoa vem-me ofuscante De um pesadelo de luz encher, E a tudo em roda, desde esse instante, Da cor da lua começo a ver. (...) Um luar amplo me inunda, e eu ando Em visionária luz a nadar. Por toda parte louco arrastando O largo manto do meu luar...

TEXTO II

SATÉLITE (Manuel Bandeira)

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20

Fim de tarde. No céu plúmbeo A Lua baça Paira Muito cosmograficamente Satélite. Desmetaforizada, Desmitificada, Despojada do velho segredo de melancolia, Não é agora o golfão de cismas, O astro dos loucos e dos enamorados. Mas tão-somente Satélite. Ah Lua deste fim de tarde, Demissionária de atribuições românticas, Sem show para as disponibilidades sentimentais! Fatigado de mais-valia, Gosto de ti assim: Coisa em si, - Satélite.

É comum encontrarmos em textos modernos críticas ao sentimentalismo exacerbado dos poetas românticos. Identifique o trecho do poema de Manuel Bandeira que melhor traduz essa crítica: (A) ―(...) a Lua baça paira muito cosmograficamente satélite.‖ (B) ―(...) Não é agora o golfão de cismas, o astro dos loucos e dos enamorados.‖ (C) ―(...) Demissionária de atribuições românticas, sem show para as disponibilidades sentimentais!‖ (D) ―(...) Gosto de ti assim: coisa em si, satélite.‖

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14) TEXTO

A RAPOSA E AS UVAS

(Monteiro Lobato)

5

Certa raposa esfomeada encontrou uma parreira carregadinha de lindos cachos maduros, coisa de fazer vir água na boca. Mas tão altos que nem pulando. O matreiro bicho torceu o focinho. — Estão verdes – murmurou. — Uvas verdes, só para cachorro. E foi-se. Nisto deu o vento e uma folha caiu. A raposa ouvindo o barulhinho voltou depressa e pôs-se a farejar... Moral da estória: Quem desdenha quer comprar.

Assinale a frase que tem o mesmo significado de Quem desdenha quer comprar.

(A) Quem não se esforça, não consegue o que deseja. (B) Ninguém consegue obter aquilo que está fora de seu alcance. (C) As pessoas fingem desprezar aquilo que não podem ter. (D) Todos querem o que é impossível.

TÓPICO III – Relação entre textos DESCRITOR D21 – Reconhecer posições distintas entre duas ou mais opiniões relativas ao mesmo

fato ou ao mesmo tema GABARITO: C DISTRATORES:

Ao longo do poema de Manuel Bandeira encontram-se críticas ao sentimentalismo exacerbado através

da negação das conotações românticas atribuídas à imagem da lua. No entanto, houve a opção que melhor expressou a crítica, e o distrator (A) faz apenas uma descrição da lua.

Já o distrator (B) nega a lua que os românticos exaltam, sem criticar, logo está opção é correta, contudo incompleta.

O distrator (D) resume a lua querida pelo poeta moderno. Caro monitor, cabe, no trabalho com os textos I e II, explorar seu vocabulário específico e rebuscado,

com auxílio de dicionário, se necessário for. Você poderá também fazer uma breve exposição sobre as escolas literárias: Romantismo e Modernismo.

TÓPICO I - Procedimentos de leitura DESCRITOR D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão GABARITO: C DISTRATORES:

O distrator (A) apresenta o que se pode considerar literalmente do texto, pois a raposa não consegue as uvas porque, além de estarem altas, ela não se esforçou para tê-las.

Em relação ao distrator (B), o aluno que a escolher estará levando em consideração a cena descrita no texto e não o significado da moral da história.

O distrator (D) não faz relação nem com a narrativa, nem com a moral.

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15) Observe as orações abaixo: I- Eu vou logo, você não vai. II- Eu vou, logo você não vai. Observando o emprego da vírgula, é possível inferir do segundo período que: (A) Se eu for rápido você também irá. (B) Você somente irá se eu for. (C) Se eu for, você não vai. (D) Você vai aonde quer que eu vá.

16) TEXTO

O TEXTO ESCRITO

(Fragmento)

5

10

A luta que os alunos enfrentam com relação à produção de textos escritos é muito especial. Em geral, eles não apresentam dificuldades em se expressar através da fala coloquial. Os problemas começam a surgir quando esse aluno tem necessidade de se expressar formalmente e se agravam no momento de produzir um texto escrito. Nesta última situação ele deve ter claro que há diferenças marcantes entre falar e escrever. Na linguagem oral o falante tem claro com quem fala e em que contexto. O conhecimento da situação facilita a produção oral. (...) Escrever não é apenas traduzir a fala em sinais gráficos. O fato de um texto escrito não ser satisfatório não significa que seu produtor tenha dificuldades quanto ao manejo da linguagem cotidiana e sim que ele não domina os recursos específicos da modalidade escrita. A escrita tem normas próprias, tais como regras de ortografia – que, evidentemente, não é marcada na fala -, de pontuação, de concordância, de uso de tempos verbais. Entretanto, a simples utilização de tais regras e de outros recursos da norma culta não garante o sucesso de um texto escrito. (...) Para que esse discurso seja bem sucedido deve constituir um todo significativo e não fragmentos isolados justapostos. No interior de um texto devem existir elementos que estabelecem uma ligação entre as

TÓPICO V – Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido DESCRITOR D17 - Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações GABARITO: C DISTRATORES:

O distrator (A) mostra o que se pode inferir do primeiro período. Já os distratores (B) e (D) apresentam um conteúdo contrário ao gabarito. Caro monitor, você poderá ampliar a discussão sobre os efeitos de sentido decorrente do uso da vírgula

em orações semelhantes, de modo que os alunos percebam que isso não é exclusivo daquelas analisadas nesta questão.

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15 partes, isto é, elos significativos que confiram coesão ao discurso. Considera-se coeso o texto em que as partes referem-se mutuamente, só fazendo sentido quando consideradas em relação umas com as outras.

(Regina H. de Almeida Durigan e outros)

A expressão ―nesta última situação‖ (linha 4) faz referência (A) ao momento de se expressar formalmente. (B) ao momento de se expressar oralmente. (C) ao momento de produzir um texto escrito. (D) ao momento de se expressar formalmente e produzir um texto escrito.

17) TEXTO

ANGELI. Luke & Tranta: Sangue de bom. São Paulo, Devir/Jacarandá, 200. p. 17.

Com base na observação do diálogo dos personagens da tira é possível afirmar que (A) há compreensão mútua entre os personagens através do uso de gírias. (B) os três personagens apresentam códigos linguísticos distintos. (C) o personagem mais alto não compreende as gírias utilizadas pelos outros dois. (D) na tirinha, o vocábulo cabeça é o apelido de um dos personagens devido a sua cabeçorra.

TÓPICO IV – Coerência e Coesão no Processamento do Texto DESCRITOR D2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições

ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto GABARITO: C DISTRATORES:

O aluno que optar pelo distrator (A) não leu o texto na íntegra, pois a referência às dificuldades de se expressar formalmente aparece no primeiro parágrafo sem a presença da expressão ―nesta última situação‖.

O distrator (B) faz referência ao momento em que o aluno não apresenta dificuldade. O distrator (D) refere-se a dois momentos enquanto a expressão faz referência a apenas

um.

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18)

TEXTO O MUNDO DA TELEVISÃO

―Depois de passar horas em frente à televisão, pulando de canal em canal, de programa de auditório para novela, de novela para telejornal, de telejornal para videoclipe, a garota deu um clique final no controle remoto e a tela escureceu. Em uma fração de segundo, aquele mundo de cubo animado, colorido e fascinante, havia desaparecido. Silêncio. Uma sensação de vazio tomou conta da sala. E a garota teve a nítida impressão de que o mundo em que estava era menos real do que dentro da tv. Lembrou-se de quando era criança e achava que televisão era isso mesmo: um mundo real com minúsculas pessoas vivendo dentro do aparelho. Por que agora quem se sentia minúscula era ela? Solidão. Clique, ligou a TV de novo. Som, música, pessoas alegres e sorridentes, palmas, folia. Até a desgraça parecia um show. Isso deveria ser triste, muito triste. Mas parece que a gente vai se acostumando... Não! Clique, desligou novamente. A sala vazia, o chiado do silêncio. O ato de desligar abria um espaço em sua cabeça e era em si mesma que começava a pensar. Seus problemas, sua rotina mecânica e sem graça, sua vida sem sabor, era isso! A vida na tela tinha sabor. Clique, ligou outra vez. (...) Nossa, suas costas já estavam doendo de tanto sofá. Clique, desligou. Além do mais, ela não era a única. Conhecia muita gente que ligava a tv assim que chegava em casa. Clique. Ligou a televisão e ficou pensando que daria tudo para entrar naquele aparelho e pertencer àquele mundo, ainda que só por um dia. E de lá de dentro olharia para a menina aqui fora, sentada no sofá. Quem sabe assim gostaria mais dela, se sentia um pouquinho especial...‖

(POLIZZI, Valéria. Papo de Garota. Ed. Símbolo e Ed. Nome da Rosa. SP, 2001. p. 25-27)

Observe o seguinte período: ―Até a desgraça parecia um show. Isso deveria ser triste, muito triste. Mas parece que a gente vai se acostumando,...‖ A oração em destaque estabelece em relação à oração anterior uma ideia de (A) adição. (B) alternância. (C) oposição. (D) conclusão.

TÓPICO VI – Variação linguística DESCRITOR D13 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um

texto GABARITO: A DISTRATORES:

O distrator (B) apresenta problema de inversão, ou seja, diz o contrário do que as imagens dizem, pois

todos os personagens se entendem, apesar de as expressões utilizadas serem aparentemente vazias de conteúdo.

Aquele que optar pelo distrator (C) não atentou para a fala apresentada no último quadrinho. Já o distrator (D) será escolhido por aqueles que não compreenderam o significado do vocábulo cabeça

nesse contexto.

Monitor, comente com os alunos que, em textos dessa natureza, palavras e imagens se complementam, formando um todo significativo.

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19) TEXTO

DUAS-PEÇAS (Luís Fernando Veríssimo)

Pai e filha, 1951, 52, por aí. PAI - Minha filha, você vai usar ... isso? FILHA – Vou, pai. PAI – Mas aparece o umbigo! FILHA – Que que tem ? PAI – Você vai andar por aí com o umbigo de fora? FILHA – Por aí, não. Só na praia. Todo mundo está usando duas-peças, pai. PAI – Minha filha... Pelo seu pai. Pelo nome da família. Pelo seu bom nome. Use maiô de uma peça só. FILHA – Não quero! PAI – Então este ano não tem praia! FILHA – Mas pai! Pai e filha, 1986. FILHA – Pai, vou usar maiô de uma peça. Pai – Muito bem, minha filha. Gostei da sua independência. Por que ser como todas as outras? Uma peça. Ótimo. Você até vai chamar mais atenção. FILHA – Só não decidi ainda qual das duas, a de cima ou a de baixo.

VERÍSSIMO, Luís Fernando. Mais comédias para ler na escola. Rio de Janeiro: objetiva, 2008. p.83

Qual frase foi responsável por gerar o humor na história? (A) ―Minha filha, você vai usar ...isso?‖ (B) ―Minha filha...Pelo seu pai. Pelo nome da família. Pelo seu nome.‖ (C) ―Pai, vou usar maiô de uma peça.‖ (D) ―Só não decidi ainda qual das duas, a de cima ou a de baixo.‖

TÓPICO IV – Coerência e Coesão no Processamento do Texto DESCRITOR D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto,

marcadas por conjunções, advérbios etc). GABARITO: C DISTRATORES:

É possível que alguns alunos optem pelo distrator (A), devido à associação de estruturas correlatas do tipo ―Ele não só trabalha, mas também estuda‖ cujo valor semântico é aditivo;

O distrator (B) é pouco provável, apenas os alunos que desconhecem as conjunções marcariam esta alternativa;

O distrator (D) é decorrente do desconhecimento dos conectores adversativos. Ainda que o aluno não faça associação semântica dos conteúdos das orações interligadas pelo conector ―mas‖, ele tem no enunciado uma conjunção tipicamente adversativa.

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20) TEXTO

AS MÃOS DE EDIENE

5

Ediene tem 16 anos, rosto redondo, trigueiro, índio e bonito das meninas do sertão nordestino. Vaidosa, põe anéis nos dedos e pinta os lábios com batom. Mas Ediene é diferente. Jamais abraçará, não namorará de mãos dadas e, se tiver filhos, não os aconchegará em seus braços para dar-lhes o calor e o alimento dos seios de mãe. A razão é simples. Ediene não tem braços. Ela os perdeu numa maromba, máquina do século passado, com dois cilindros de metal que amassam barro para fazer telhas e tijolos numa olaria.Os dedos que enche de anéis são os dos pés, com os quais escreve, desenha e passa batom nos lábios. Ediene, ainda menina, trabalhava na máquina infernal, quando se distraiu e seus braços voltaram ao barro. (...)

Fritz Utzeri – Jornal do Brasil – Caderno B 02/12/99

O texto que você acabou de ler é uma narrativa, marque a opção que apresenta o fato responsável por gerar a complicação da história: (A) ―Ediene tem 16 anos‖. (B) ―A razão é simples. Ediene não tem braços.‖ (C) Os dedos que enche de anéis são os dos pés.‖ (D) ―Ediene, ainda menina, trabalhava na máquina infernal (...)‖

TÓPICO V – Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido DESCRITOR D16 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados GABARITO: D DISTRATORES:

O distrator (A) é o que, talvez, mais provocaria dúvida nos alunos, visto que a pontuação e a entonação dada à oração no momento da leitura pode levá-los a concluir que essa oração foi responsável por gerar o humor no texto;

Os distratores (B) e (C) dificilmente seriam escolhidos pelos alunos. Apesar de as orações que pertencem a essas opções terem contribuído para a construção do humor, essas alternativas não responderiam integralmente a pergunta em questão.

TÓPICO IV – Coerência e Coesão no Processamento do Texto DESCRITOR 10 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa) GABARITO: B DISTRATORES:

O distrator (A) mostra parte da descrição da menina Ediene. É importante que o aluno tenha consciência

de que o texto narrativo também apresenta partes descritivas e que, muitas vezes, a descrição funciona como um auxiliar para que a narrativa se prolongue.

Em relação ao distrator C, tem-se a continuidade da descrição. Na verdade, o que ocorre nesse trecho é a explicação da primeira parte do texto, justificando quais os dedos que Ediene enche de anéis.

É importante destacar, no distrator (D), o emprego do tempo verbal pretérito imperfeito, característico da descrição. Essa oração, então, não poderia ser a responsável por gerar o conflito da narrativa.

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21) TEXTO

O poder dos amigos

Uma pesquisa realizada na Suécia comprovou que bons amigos fazem mesmo bem ao coração. O estudo acompanhou a evolução do estado de saúde de 741 homens por 15 anos e concluiu que aqueles que mantinham ótimas amizades apresentaram muito menos chances de desenvolver doenças cardíacas do que aqueles que não contavam com o ombro amigo de alguém.

Revista ISTO É, 3 de março de 2004.

Que tese você identifica nesse texto? (A) As pessoas com mais amigos vivem mais. (B) Ter amizades é importante para a saúde do coração. (C) Ter amigos evita doenças. (D) Quando se tem o ombro amigo de alguém não se fica doente.

22) TEXTO I

MUROS DA VERGONHA (fragmento)

(...) Do lado de fora das cadeias, não se vive exatamente em liberdade. Há uma parte da população trancada em casa, atrás de grades. É a violência que faz inclusive os prédios novos deixarem as pranchetas dos arquitetos já murados com aço inox e tubos galvanizados – em certos casos, até mesmo com cercas elétricas e de arame farpado. A estética do medo mudou radicalmente a paisagem mais famosa do Rio, a orla de Copacabana. Onde há 20 anos havia portaria nas calçadas, hoje existem verdadeiras fortalezas, na tentativa de deixar a violência trancada do lado de fora de casa, mas que aprisionam também os moradores. Nem hospitais escapam da ‗moda‘ dos paredões. Não é raro encontrar muros altos com arame farpado – lembrança próxima dos campos de concentração e presídios – em unidades de saúde do Rio.

( João Antônio Barros & Paula Sarapu – Jornal O DIA – 8/11/2009) TEXTO II

MINHA ALMA Letra: Marcelo Yuka e Música O RAPPA

A minha alma está armada E apontada para a cara

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D7 – Identificar a tese de um texto GABARITO:B DISTRATORES:

O distrator (A) faz um acréscimo às informações contidas no texto, não é dito no texto que ter amigos faz a pessoa viver mais. Existe apenas a possibilidade de o aluno inferir isso.

Segundo o texto, as únicas doenças que a amizade evita são as doenças do coração e não outros tipos de doença (C). A falta de atenção levaria os alunos a marcar essa alternativa;

No distrator (D) há uma espécie de generalização das doenças evitadas pela amizade e o texto centraliza os efeitos da amizade nas doenças cardíacas.

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5

10

15

20

25

Do sossego Pois paz sem voz Não é paz é medo Às vezes eu falo com a vida Às vezes é ela quem diz Qual a paz que eu não Quero conservar Para tentar ser feliz As grades do condomínio São para trazer proteção Mas também trazem a dúvida Se é você que está nessa prisão Me abrace e me dê um beijo Faça um filho comigo Mas não me deixe sentar Na poltrona no dia de domingo Procurando novas drogas De aluguel nesse vídeo Coagido pela paz Que eu não quero Seguir admitindo Às vezes eu falo com a vida Às vezes é ela quem diz

A relação de oposição existente no trecho ―(...) mas que aprisionam também os moradores‖ pode ser notada em qual trecho da música? (A) ―(...) e apontada para a cara do sossego (...).‖ (B) ―(...) Pois paz sem voz não é paz é medo (...).‖ (C) ―(...) mas também trazem a dúvida se é você que está nessa prisão (...).‖ (D) ―(...) mas não me deixe sentar na poltrona no dia de domingo (...).‖

TÓPICO III – Relação entre textos DESCRITOR D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de textos

que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR 15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por

conjunções, advérbios, etc GABARITO: C DISTRATORES:

A escolha pelo distrator (A) mostra que o aluno apresenta dificuldade em relacionar a oração precedente com a subsequente ao conector, não atribuindo valor semântico a este;

A minoria da turma marcaria o distrator (B), visto que o conector ―pois‖ dificilmente estabeleceria uma contra argumentação com a oração anterior;

O aluno que optar pelo distrator (D), estará atento apenas à conjunção ―mas‖, sem observar o conteúdo semântico das orações que o conector está ligando.

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23) TEXTO

Com base na leitura do texto e na observação das imagens que o compõem, é possível inferir da última imagem que

(A) todas as figuras apresentam a mesma opinião. (B) o indivíduo do meio foi induzido a aceitar a opinião alheia. (C) o indivíduo do meio é criticado por apresentar uma expressão própria. (D) a figura do meio desafia os outros por apresentar uma opinião distinta.

Você, monitor, poderá comentar que o valor semântico das conjunções é perceptível, de

fato, no universo textual. Por isso, procure mostrar aos alunos que, em vez de tentar ―decorar‖ listas de conjunções, faz-se necessário localizá-las no texto e identificar o valor que ali assumem.

Exemplo: Classificada como aditiva, a conjunção E revela contraste em orações como Estudei tanto para a prova e não acertei uma questão sequer e Corremos tanto e chegamos atrasados assim mesmo!

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24) TEXTO Veja o que Mafalda diz na TV

QUINO, Toda a Mafalda. Lisboa, Publicações D. Quixote, 1987

Nas expressões ―Que estás a fazer‖ e ―Estou a pensar‖, verifica-se a presença da construção verbal: verbo ESTAR + infinitivo, característica do português de Portugal. Marque a opção que apresente a forma predominante no português do Brasil: (A) fazes e pensas. (B) está fazendo e estou pensando. (C) faz e penso. (D) vai fazer e irei pensar.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D4 – Inferir uma informação implícita em um texto TÓPICO II – Implicações do Suporte, do Gênero e/ou Enunciador na Compreensão do Texto DESCRITOR D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico GABARITO: B DISTRATORES:

O aluno que marcar o distrator (A) não estará levando em consideração a posição mais baixa do

indivíduo do meio, pois, apesar de todos terem a mesma expressão, a forma como este indivíduo assumiu tal expressão foi distinta da dos demais;

A inferência contida no distrator (C) revela o conteúdo expresso na segunda imagem e não na última;

Em relação ao distrator (D), a figura do meio desafia os demais somente quando mostra uma expressão própria, isso ocorre nas imagens 2, 3 e 4. A questão pede a inferência da última imagem.

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25) TEXTO

O humor da tirinha se dá, justamente, porque Chico Bento não estabelece a relação entre: (A) riqueza x pobreza. (B) parte x todo. (C) arrogância x modéstia. (D) negligência x cuidado.

TÓPICO VI – Variação linguística DESCRITOR D13 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o

interlocutor de um texto). GABARITO: B DISTRATORES:

A escolha pela opção A mostra que o aluno não tem conhecimento do português predominante no Brasil.

Em relação às alternativas C e D, os tempos verbais apresentados não substituiriam com adequação as locuções da fala das personagens da tirinha, pois a ideia que se quer passar no enunciado é de uma ação que está em andamento, e isso justifica o emprego do gerúndio no português do Brasil, ao passo que a opção C apresenta ações do presente e a opção D ações futuras.

Caro monitor, você poderá ampliar a discussão para além de um uso linguístico. Busque explorar a crítica da personagem Mafalda em relação à TV, expressada em

sua fala no último quadrinho, e promover um breve debate sobre tal assunto.

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- 2010

26) TEXTO

O texto tem por finalidade: (A) descrever a escrita rupestre encontrada em um sítio arqueológico. (B) divulgar a área de atuação e os serviços de uma empresa. (C) informar sobre os hábitos alimentares do ser humano. (D) aumentar o consumo de carne pela população.

TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido). DESCRITOR D16 – Identificar os efeitos de ironia e humor em textos variados GABARITO: B DISTRATORES:

No que concerne ao distrator (A), a relação riqueza x pobreza, apesar de inferida no texto pela diferença entre a quantidade de gado que o pai do menino e o pai de Bento possuem (respectivamente, oitocentas cabeças e um boi – diferença essa semanticamente reforçada pelo advérbio ―só‖), não é a responsável pela construção do humor, localizado, justamente, no fato de Chico Bento não ter compreendido a sinédoque (parte/ cabeças pelo todo/ gado) expressa por seu interlocutor.

O distrator (C) não pode ser considerado como correto, visto que a relação arrogância (menino) x modéstia (Chico Bento), embora possa ser inferida na fala e na caracterização das personagens, não é, em si, a geradora do humor, constituindo-se, em verdade, como uma espécie de ―ambientalização‖ para o desenvolvimento discursivo.

Em (D), a relação negligência x cuidado não pode ser entendida como a geradora do humor, localizado, como se dissera, na incompreensão, por parte de Chico Bento, da relação parte x todo. A relação em (D) está situada, justamente, no erro de compreensão cometido por aquela personagem, que, em sua fala, deixa entender, que o pai do menino era negligente com a criação do gado (tinha apenas as cabeças dos bois), em contraponto a seu pai, cuidadoso com seu único boi (―inteirinho‖).

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- 2010

27) TEXTO

“SE A VIDA LHE DER UM LIMÃO, FAÇA UMA LIMONADA” O sentido da palavra sublinhada é o de (A) oportunidade. (B) alegria. (C) dificuldade. (D) tristeza.

TÓPICO II – Implicações do suporte, do gênero e/ou enunciador na compreensão do texto

DESCRITOR D9 – Identificar a finalidade de texto de diferentes gêneros

GABARITO: B DISTRATORES:

O distrator (A) não é a resposta adequada, porque, não obstante o texto faça referência

explícita à escrita rupestre, sua finalidade não é, tal como seria em um texto de cunho didático, descrever particularidades da gravura em si. Há, em vez disso, a intenção de promover uma empresa (uma churrascaria). A propaganda usa a gravura como um intertexto, inserindo-a explicitamente no corpo do texto publicitário, conduzindo o leitor à analogia entre a figura e a churrascaria, por uma série de metonímias e sinédoques: gravura ≈ boi ≈ carne ≈ sonho do homem (gula pela carne, desde o primórdios pré-históricos). Assim, pela referência à figura, coloca-se a necessidade humana de se alimentar de carne como um instinto que unifica o homem pré-histórico ao homem contemporâneo, induzindo o leitor a sentir a necessidade de saciar esse impulso e, para isso, ir à churrascaria mencionada. As frases apresentadas pelo cartaz (suporte/ gênero, aliás, típico do discurso publicitário) são as responsáveis pela série de encadeamentos descritos anteriormente. A legitimidade da churrascaria é apresentada pelo seu tempo de existência no mercado (dez anos) e por ser caracterizada como a que deixa ―a carne no ponto certo‖.

O distrator (C) não satisfaz a questão, visto que, embora haja no texto uma referência explícita ao hábito e desejo humano de se alimentar de carne, a prioridade do texto é divulgar, por meio da propaganda, uma empresa – o texto quer vender um produto/ serviço.

Em relação a (D), ainda que haja a preocupação implícita, por parte do texto, de fazer com que o leitor consuma mais carne, o objetivo central é promover a churrascaria – o leitor é visto como um consumidor. Deve-se, pois, respeitar a hierarquia entre as informações apresentadas no texto, para saber qual informação deve ser vista como figura (vender o produto/ serviço divulgado pela propaganda) e qual deve ser interpretada como fundo (aumentar o consumo de carne pela população).

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- 2010

28) TEXTO A BONECA

5 10

Deixando a bola e a peteca Com que inda há pouco brincavam, Por causa de uma boneca, Duas meninas brigavam. Dizia a primeira: ―É minha!‖ — ―É minha!― a outra gritava; E nenhuma se continha, Nem a boneca largava. Quem mais sofria (coitada!) Era a boneca. Já tinha Toda a roupa estraçalhada, E amarrotada a carinha.

15

20

Tanto puxaram por ela, Que a pobre rasgou-se ao meio, Perdendo a estopa amarela Que lhe formava o recheio. E, ao fim de tanta fadiga, Voltando à bola e à peteca, Ambas, por causa da briga, Ficaram sem a boneca...

BILAC, Olavo. Palavras de encantamento. São Paulo: Moderna. v.1, p.60.

No poema ―A boneca‖, o vocábulo em destaque “E”, nos versos 7, 12 e 17, assume, respectivamente, os valores (A) aditivo, aditivo, conclusivo. (B) adversativo, aditivo, conclusivo. (C) aditivo, adversativo, conclusivo. (D) adversativo, conclusivo, aditivo.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D2 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão GABARITO: C DISTRATORES:

A palavra ―limão‖ apresenta o traço semântico ―azedo‖, interpretado como negativo. O distrator (A) pode ser interpretado tanto em uma perspectiva positiva como negativa (uma oportunidade pode nascer ou não de uma dificuldade), não correspondendo, pois, necessariamente, ao sentido da palavra destacada no provérbio.

O distrator (B) não satisfaz a questão, visto que a palavra alegria não apresenta traço interpretado como negativo, equivalente a ―azedo‖, encontrado na palavra limão.

Embora (D) apresente valores negativos em sua constituição semântica, não se encaixa perfeitamente à questão, visto que o provérbio apresenta como ―limão‖ um entrave, um obstáculo, uma dificuldade a uma ação, não necessariamente englobando a noção de tristeza ao sentido daquele termo.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 30 LÍNGUA PORTUGUESA

- 2010

29) TEXTO

Níquel Náusea. Disponível em www.niquel.com.br. Acesso em agosto de 2010.

O filhote percebe que Níquel Náusea não sabe ler, porque: (A) Níquel Náusea substitui as personagens da história. (B) Níquel Náusea altera as ações das personagens da história. (C) Níquel Náusea inverte a sequência da história. (D) Níquel Náusea recria o final da história.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D12 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto,

marcadas por conjunções, advérbios etc GABARITO: B DISTRATORES:

A questão exige que se perceba a relação entre as orações interligadas pelo conectivo ―e‖, observando os valores que esse elemento pode assumir, em função do contexto.

(A) é incorreta, pois o primeiro ―e‖ apresenta-se sob valor adversativo (verso 7), absorvido das orações por ele relacionadas. Ratifica-se tal afirmação pela substituição daquele conector por conjunções adversativas (mas, porém etc.).

(C) é inadequada, pois, além do primeiro ―e‖ ter valor adversativo, o segundo se apresenta sob valor aditivo (verso 12) – ―Toda a roupa estraçalhada‖ e ―amarrotada a carinha‖ são informações que se somam, para caracterizar o estado da boneca.

(D) não está certa, porque, como se dissera, o segundo ―e‖ tem valor aditivo e o terceiro (verso 17) apresenta-se sob valor conclusivo, encaminhando a progressão textual para uma conclusão do discurso – algo equivalente acontece nos contos de fadas na expressão ―e foram felizes para sempre‖. No caso do conectivo do verso 17, a conclusão não se refere à oração anterior, mas sim ao fechamento do texto como um todo.

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- 2010

30) TEXTO I

IBGE: BRASIL NÃO TEM DEPÓSITOS DEFINITIVOS PARA LIXO RADIOATIVO

5

10

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) lançou o livro ―Indicadores de Desenvolvimento Sustentável 2008 (IDS 2008)‖. Nele, os pesquisadores constataram que apesar de produzir 13.775 metros cúbicos de resíduos radioativos, o Brasil ainda não tem, com exceção do depósito de Abadia de Goiás - que contém os rejeitos do acidente com césio — 137, ocorrido em Goiânia, em 1987—, depósitos finais para onde encaminhar esse material perigoso com segurança. (...) ―É como se as pessoas guardassem rejeito radioativo tóxico em casa. Por mais que o mantenham em segurança, o ideal é que o rejeito radioativo vá para o local no qual será, definitivamente, armazenado‖, explicou o pesquisador Judicael Clevelário, da Coordenação dos Recursos Naturais do IBGE. Segundo o pesquisador, a questão é polêmica e envolve decisões políticas. ―Você deve colocar [o rejeito radioativo] em um local onde possa vigiá-lo, para ver o que está acontecendo, intervindo quando necessário, e ao mesmo tempo longe do alcance das pessoas. Aí entra a questão de quem quer um depósito perto de sua casa? Essa questão ainda não foi resolvida pelos canais responsáveis‖, disse.

Disponível em http://www.saudeemmovimento.com.br/reportagem/noticia_exibe.asp?cod_noticia=2652.

Acesso em agosto de 2010.

TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido DESCRITOR D16 – Identificar os efeitos de ironia e humor em textos variados GABARITO: B DISTRATORES:

Em sua narração, Níquel Náusea cita as personagens principais da versão tradicional do conto Chapeuzinho Vermelho - a própria Chapeuzinho (―essa de chapéu vermelho‖), o lobo e a avó – a ―velha‖). Assim, a alternativa (A) não é adequada à questão.

(C) é incorreta, porque a narração de Níquel Náusea não é uma sequência invertida das ações apresentadas no conto tradicional, mas sim uma reinvenção dessas ações, a partir da reformulação das personagens principais. Note-se que é possível imaginar as imagens que Níquel vê no livro, conforme a sequência de sua narrativa (no primeiro quadro, a figura de Chapeuzinho; no segundo, o encontro com o lobo; no terceiro, a figura da avó e sua substituição pela figura do lobo, já vestido com as roupas da avó).

(D) Níquel Náusea não recria o final da história, ela altera toda a versão tradicional em si, ao caracterizar as personagens diferentemente do que elas aparecem no conto tradicional, e ao alterar o enredo original da história.

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- 2010

TEXTO II

Níquel Náusea. Disponível em www.nquel.com.br. Acesso em agosto de 2010.

Em relação aos textos I e II, pode-se afirmar que: (A) os textos I e II não estão relacionados tematicamente. (B) os textos I e II tratam de um problema social. (C) apenas o texto I apresenta uma crítica a um problema social. (D) apenas o texto II apresenta ações para um problema social

TÓPICO III – Relação entre textos DESCRITOR D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na

comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido

GABARITO: B DISTRATORES:

O distrator (A) é inadequado, visto que os textos I e II abordam uma mesma temática: a problemática do lixo e o desenvolvimento tecnológico.

O distrator (C) é incorreto, porque ambos os textos criticam um problema social: o desenvolvimento tecnológico desvinculado de uma preocupação ambiental.

O distrator (D) não responde ao enunciado, uma vez que o texto 2 critica um problema social, mas não propõe ações destinadas a solucioná-lo. Ao contrário, o texto 1 apresenta uma solução para o problema em ―Você deve colocar [o rejeito radioativo] em um local onde possa vigiá-lo, para ver o que está acontecendo, intervindo quando necessário, e ao mesmo tempo longe do alcance das pessoas‖.

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31) TEXTO Um meio parente meu, do interior do Estado de São Paulo, visita pela primeira vez a capital em meados da década de 30. Vai, é claro, visitar a maior atração turística da cidade: o arranha-céu Martinelli. No saguão de entrada, aproximando-se do elevador, ouve o ascensorista perguntar-lhe: ―Em que andar o Senhor quer ir?‖ Sem hesitar, respondeu: ―Quarqué um qui num seja o trote.‖

GENETTE, Gerard. ―Mortos de rir‖. In: Folha de S. Paulo. Mais!18/nov./2001, p.6

O humor dessa anedota é gerado a partir do duplo sentido de um determinado vocábulo. Marque a opção cujo conteúdo apresente esse vocábulo. (A) arranha-céu (B) ir (C) andar (D) trote

32) TEXTO

A RAPOSA E AS UVAS

(MONTEIRO LOBATO)

5

Certa raposa esfomeada encontrou uma parreira carregadinha de lindos cachos maduros, coisa de fazer vir água na boca. Mas tão altos que nem pulando. O matreiro bicho torceu o focinho. __ Estão verdes – murmurou. __ Uvas verdes, só para cachorro. E foi-se. Nisto deu o vento e uma folha caiu. A raposa ouvindo o barulhinho voltou depressa e pôs-se a farejar... Moral da estória: Quem desdenha quer comprar.

TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido DESCRITOR D18– Reconhecer o efeito de sentido decorrente da

escolha de uma determinada palavra ou expressão

GABARITO: C DISTRATORES:

As opções (A), (B) e (D) apresentam vocábulos cuja semântica não apresenta, neste texto, margem para gerar ambiguidade, por isso são inadequadas à resposta.

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- 2010

Muitas vezes a variação do grau das palavras apresenta um sentido conotativo. Marque a opção que contenha o sentido figurado do vocábulo em destaque no período: ―Certa raposa esfomeada encontrou uma parreira carregadinha de lindos cachos...” O valor conotativo que o diminutivo destacado apresentou no texto foi (A) de intensidade. (B) pejorativo. (C) afetivo. (D) de tamanho pequeno.

33) TEXTO

O PÃO NOSSO DE CADA DIA

5

Consumido desde a Pré-história, sendo talvez o primeiro alimento elaborado pelo homem, o pão sempre esteve presente na simbologia religiosa e nos rituais de diferentes sociedades. Na Antiguidade, no Egito, na Grécia e em Roma, ele era dado em oferendas aos deuses e mortos. Com o Cristianismo – a partir da última ceia, quando Jesus dividiu o pão entre seus doze apóstolos dizendo que era o seu corpo e quem dele comesse teria vida eterna – ganhou o significado de alimento do espírito. Mas nunca perdeu sua condição de alimento básico, sinônimo de condição mínima de subsistência, refletido em expressões populares como ―ganhar o pão‖.

Globo Ciência, jun. 1992.

A finalidade desse texto é (A) divulgar. (B) informar. (C) persuadir. (D) resumir.

Tópico II – Implicações do Suporte, do Gênero e/ou Enunciador na Compreensão do texto

Descritor D12 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros GABARITO: B DISTRATORES:

O distrator (A) é inadequado porque o texto proposto não tem por objetivo fazer

a divulgação de um produto e sim informar curiosidades acerca do pão nosso de cada dia.

O distrator (C) é incorreto, pois o texto não visa ao convencimento de um público-alvo.

O distrator (D) é não está correto, pois o texto não nos fornece informações suficientes para sabermos que se trata de um resumo de outro texto.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão

GABARITO: A DISTRATORES:

A opção (B) é inadequada por apresentar um valor conotativo que tem por objetivo diminuir negativamente um determinado conceito, o que não é o caso do vocábulo em questão.

A opção (C) talvez seja uma das mais escolhidas pelos alunos, pelo fato de a linguagem que foi utilizada ao longo do texto trazer traços afetivos, porém a opção é inadequada porque a questão não se refere ao valor atribuído à linguagem no texto como um todo e sim a um único vocábulo.

Já a opção (D) permanece no nível literal.

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34) TEXTO

CAULOS. Só dói quando eu respiro. L&PM, Porto Alegre, 1976. s/p.

A partir do momento em que a TV desliga o homem, pode-se inferir a seguinte crítica: (A) o domínio do meio de comunicação sobre o homem. (B) o domínio do homem sobre os meios de comunicação. (C) homem e TV são uma perfeita combinação. (D) o homem não gosta de ver TV.

35) TEXTO

EU BEBO SIM (Fragmento)

5

―Eu bebo sim Eu to vivendo, Tem gente que não bebe E ta morrendo. Tem gente que já ta com o pé na cova,

TÓPICO II – Implicações do Suporte, do Gênero e/ou Enunciador na Compreensão do texto DESCRITOR D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso GABARITO: A DISTRATORES:

O distrator (B) traz, em seu conteúdo, o contrário do que se infere da imagem. O distrator (C) seria correto se não fosse pelo último quadrinho. Aquele que optar por ele estará levando

em consideração apenas os dois primeiros quadrinhos. O distrator (D) é incoerente quanto ao conteúdo das imagens mostradas pelos quadrinhos.

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Não bebeu e isso prova Que a bebida não faz mal.‖

Luiz Antônio & João do Violão

Com base na leitura da letra do samba acima, assinale a opção cujo conteúdo indique sua tese. (A) Tem gente que não bebe e ta morrendo. (B) Tem gente que já ta com o pé na cova e não bebeu. (C) A bebida não faz mal. (D) A bebida prolonga a vida.

36) TEXTO

TIRO AO ÁLVARO

5

10

De tanto levar frechada do teu olhar Meu peito até parece, sabe o que? Taubua de tiro ao álvaro, não tem mais onde furar Teu olhar mata mais do que bala de carabina Que veneno estriquinina Que peixeira de baiano Teu olhar mata mais Que atropelamento de automóver Mata mais que bala de revórver

Adoniran Barbosa e Oswaldo Moles

As palavras em destaque na música são exemplos de que a nossa língua pode variar (A) de acordo com o grupo social a que pertença a pessoa que fala e com sua idade. (B) de acordo com o lugar de origem da pessoa que fala e com a sua idade. (C) de acordo com a pessoa que fala e com o seu lugar de origem. (D) de acordo com a pessoa que fala e com o grupo social a que pertence.

TÓPICO IV – Coerência e Coesão no Processamento do Texto DESCRITOR D7 – Identificar a tese de um texto GABARITO: C DISTRATORES:

Os distratores (A) e (B) trazem os argumentos que sustentam a tese. O distrator (D) extrapola as informações apresentadas pela letra da música, ou seja, é um

acréscimo que não poderia constituir a tese do texto. Caro monitor, busque explorar com os alunos o que vem a ser um texto argumentativo e

como ele se estrutura. Seria interessante levar para a sala de aula outros textos dessa natureza e nesses exemplares evidenciar o que seja a tese e os argumentos que a sustentam.

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37) TEXTO

“ELA É LOIRA, MAS É TÃO INTELIGENTE.”

O texto acima foi divulgado por uma emissora televisiva às vésperas da estreia de um programa de

auditório comandado por Adriane Galisteu. O emprego da conjunção adversativa MAS no enunciado gerou um preconceito em relação às loiras. Tendo em vista essa observação, qual das expressões abaixo desfaria o preconceito em questão? (A) Entretanto. (B) Por isso. (C) No entanto. (D) Contudo.

TÓPICO VI – Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido DESCRITOR D13 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de

um texto

GABARITO: D DISTRATORES:

O distrator (A) é parcialmente incorreto, pois a letra da música não apresenta usos que caracterizem uma variação histórica.

Os distratores (B) e (C) são inadequados, porque o texto não traz exemplos suficientes para caracterizar um falar regional.

Caro monitor, além de explorar o texto em todas as suas possibilidades, promova entre os alunos

uma discussão acerca dos usos linguísticos apresentados na letra da música como diferentes manifestações linguísticas, próprias da oralidade, e não como erro. Busque explorar a questão do preconceito linguístico e a necessidade de adequação da linguagem a depender do contexto em que a interação ocorre.

TÓPICO IV – Coerência e Coesão no Processamento do Texto DESCRITOR D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por

conjunções, advérbios etc GABARITO: B DISTRATORES:

Os distratores (A), (C) e (D) apresentam conectores de valores semânticos parecidos com o da conjunção Mas, por isso não haveria alteração de sentido e o preconceito manter-se-ia.

Caro monitor, seria interessante solicitar aos alunos que apresentem, em substituição ao conector MAS, outras conjunções que realcem contraste (caso das adversativas), de modo que o preconceito no texto seja mantido, e, na sequência, que apresentem conjunções indicadoras de conclusão (caso das conclusivas), com vistas a eliminar o preconceito marcado no texto.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 38 LÍNGUA PORTUGUESA

- 2010

38) TEXTO

REVISTA NOVA ESCOLA. Ano XXV. N° 234, Agosto 2010. p. 42.

O que o personagem Calvin leva em consideração para chegar à resposta do problema de matemática? (A) Os dados fornecidos pela questão. (B) O contexto situacional em que vive. (C) A distância entre a casa de Dona Joana e a casa dele. (D) A velocidade do deslocamento.

39) TEXTO I

EU, ETIQUETA (Adaptado)

5 10

Em minha calça está grudado um nome, que não é meu de batismo ou de cartório, um nome... estranho. Meu blusão traz lembrete de bebida que jamais pus na boca, nessa vida, em minha camiseta, a marca de cigarro que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produto que nunca experimentei, mas são comunicados a meus pés. Meu tênis é proclama colorido de alguma coisa não provada, por este provador de longa idade. Meu lenço, meu lençol, meu chaveiro, minha gravata e cinto e escova e pente, meu copo, minha xícara, minha toalha de banho e sabonete, meu isso, meu aquilo, desde a cabeça ao bico dos sapatos, são mensagens, letras falantes, gritos visuais, ordens de uso, abuso, reincidências, costume, hábito, premência, indispensabilidade, e fazem de mim homem-anúncio itinerante, escravo da matéria anunciada. Estou, estou na moda!!!.

TÓPICO II – Implicações do Suporte, do Gênero e/ou Enunciador na Compreensão do Texto. DESCRITOR D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propaganda, quadrinhos, foto

etc) GABARITO: B DISTRATORES:

O distrator (A) é inadequado por ser incoerente com a resposta que o Calvin dá ao problema de matemática.

Os distratores (C) e (D) apresentam os dados fornecidos pelo problema de matemática e não o que Calvin levou em consideração para a resolução da questão.

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8º ANO (2010)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 39 LÍNGUA PORTUGUESA

- 2010

15 20 25

É duro andar na moda, ainda que a moda seja negar minha identidade, trocá-la por mil, açambarcando todas as marcas registradas, todos os logotipos do mercado. Com que inocência demito-me de ser Eu que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão mim mesmo, ser pensante sentinte e solitário com outros seres diversos e conscientes de sua humana, invencível condição. Agora sou anúncio, ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (Qualquer principalmente), e nisto me comprazo, tiro glória de minha anulação. Não sou – vê-lá – anúncio contratado. Eu é que mimosamente pago para anunciar, para vender em bares, festas, praias, piscinas, e bem à vista exibo esta etiqueta global no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva, independente, que moda ou suborno algum a compromete. Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher, minhas idiossincrasias tão pessoais, tão minhas que no rosto se espelhavam e cada gesto, cada olhar, cada vinco da roupa. Sou gravado de forma universal, seio da estamparia, não de casa, da vitrine me tiram, recolocam, objeto pulsante mas objeto que se oferece como signo de outros objetos estáticos, tarifados. Por me ostentar assim, tão orgulhoso de ser não Eu, mas artigo industrial, peço que meu nome retifiquem. Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa. Eu sou a coisa, coisamente.

http://www.administradores.com.br

TEXTO II

AO SHOPPING CENTER

5

10

15

Pelos teus círculos Vagamos sem rumo Nós almas penadas Do mundo do consumo. De elevador ao céu Pela escada ao inferno: Os extremos se tocam No castigo eterno. Cada loja é um novo Prego em nossa cruz. Por mais que compremos Estamos sempre nus Nós que por teus círculos Vagamos sem perdão À espera (até quando?) Da Grande Liquidação.

PAES, José Paulo. Melhores poemas. São Paulo: Global, 2000. p. 197.

Ambos os textos fazem referência ao consumismo e demonstram as suas consequências. À medida que as pessoas consomem, têm sua essência esvaziada, vaga, perdem suas identidades. A ideia de ―vaguidão‖ expressa nos versos do texto II pode ser observada no seguinte trecho do texto I: (A) ―Em minha calça está grudado um nome que não é meu de batismo ou de cartório (...)‖ (B) ―Minhas meias falam de produto que nunca experimentei, mas são comunicados a meus pés.‖ (C) ― Estou, estou na moda!!!‖ (D) ―Já não me convém o título de homem. Meu nome novo é Coisa.‖

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8º ANO (2010)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 40 LÍNGUA PORTUGUESA

- 2010

40) TEXTO I

EMIGRAÇÃO E AS CONSEQUÊNCIAS

5

10

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20

Neste estilo popular Nos meus singelos versinhos, O leitor vai encontrar Em vez de rosas espinhos Na minha penosa lida Conheço do mar da vida As temerosas tormentas Eu sou o poeta da roça Tenho mão calosa e grossa Do cabo das ferramentas Por força da natureza Sou poeta nordestino Porém só conto a pobreza Do meu mundo pequenino Eu não sei cantar as glórias Nem também conto as vitórias Do heroi com seu brasão Nem o mar com suas águas Só sei contar minhas mágoas E as mágoas do meu irmão

Patativa do Assaré. ―Emigração e as consequências‖.

In: Patativa do Assaré: uma voz do Nordeste. São Paulo: Hedra, 2000.

TEXTO II

CANTO I

As armas e os barões assinalados Que da Ocidental praia Lusitana,

TÓPICO III – Relação entre Textos DESCRITOR D20 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação

de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido

GABARITO: D DISTRATORES:

Os distratores (A), (B) e (C) são apenas trechos descritivos do texto I, em que são mostrados estágios do esvaziamento da essência do personagem, mas a ideia de ―vaguidão‖ é expressa por meio do vocábulo COISA (palavra que ao mesmo tempo que significa tudo significa nada) no distrator (D).

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8º ANO (2010)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 41 LÍNGUA PORTUGUESA

- 2010

5

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Por mares nunca dantes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando Cantando espalharei por toda a parte Se a tanto me ajudar o engenho e arte.

Camões, Luís de. Os Lusíadas. São Paulo: Contexto, 1993.

Ao se comparar os textos I e II, é possível afirmar que: (A) ambos os narradores se aproximam dos fatos narrados. (B) ambos os textos tratam de fatos reais. (C) ambos os narradores se aproximam das personagens. (D) ambos os poemas abordam as glórias de um povo.

TÓPICO I – PROCEDIMENTOS DE LEITURA DESCRITOR D4 – INFERIR UMA INFORMAÇÃO IMPLÍCITA NO TEXTO GABARITO: B DISTRATORES

O distrator (A) é incorreto, pois o narrador do texto II não se aproxima dos fatos narrados – ele não participa dos acontecimentos do texto.

O distrator (C) é inadequado, uma vez que o narrador do texto II não se aproxima das personagens, diferentemente do que acontece no texto I, em que o narrador também é personagem e se coloca de forma simétrica, na narrativa, aos outros personagens (―Só sei contar minhas mágoas/ E as mágoas do meu irmão‖).

O distrator (D) não responde a questão, porque o texto I não trata de glória, mas das dificuldades e tristezas vivenciadas por um povo o povo nordestino.

Caro monitor, é possível que os alunos comparem as linguagens empregadas nos

textos I e II e teçam comentários sobre elas. Amplie a discussão, fazendo uma breve exposição acerca de quem foram Patativa do Assaré (poeta popular brasileiro do século XX) e Luís de Camões (poeta português do século XVI), e sobre o contexto (sócio-político-cultural-histórico) em que foi produzido cada texto.

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8º ANO (2010)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 42 LÍNGUA PORTUGUESA

- 2010

41) TEXTO O folheto publicitário apresenta uma contradição: deve atingir um grande público, mas, ao mesmo tempo, alcançar o leitor de forma direta, pessoal. No texto, essa afirmativa se justifica: (A) pelo suporte utilizado. (B) pela indicação de um endereço e telefone para contato. (C) pela utilização de primeira e segunda pessoas verbais. (D) pelo uso de ilustrações atrativas.

42) TEXTO

“CASA DE FERREIRO, ESPETO DE PAU”

Embora haja elipse de um elemento conector, percebemos que os dois segmentos do ditado popular estão relacionados por uma circunstância de: (A) tempo. (B) concessão. (C) condição. (D) causa.

TÓPICO II – Implicações do suporte, do gênero e/ou enunciador na compreensão do texto DESCRITOR D5 – Interpretar texto com auxílio de material diverso (propagandas, quadrinhos, fotos, entre outros) GABARITO: C DISTRATORES:

(A) é inadequado, visto que o suporte (papel de tamanho pequeno a médio) não garante que a mensagem seja neutra o suficiente, para alcançar um grande público e, ao mesmo tempo, direta, para atingir leitor em sua particularidade. O gênero bilhete, geralmente também escrito em pequeno papel, é um exemplo de que o suporte não atende o efeito discursivo descrito na questão.

(B) não responde a questão, porque a simples indicação de um endereço não gera o efeito de linguagem direta ao leitor, não insere a presença de um ―Tu‖ discursivo na formulação do texto. A simples indicação de um endereço relaciona-se mais a gêneros informativos (placas com nomes de rua, por exemplo) do que a gêneros publicitários.

(D) é incorreto, porque, apesar de as ilustrações serem um recurso recorrente em gêneros publicitários, elas não atingem necessariamente o leitor de forma direta, quando desvinculadas da linguagem verbal.

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8º ANO (2010)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 43 LÍNGUA PORTUGUESA

- 2010

43) TEXTO

A LUTA CONTRA OS ALIMENTOS "FRANKENSTEIN"

5 10 15 20

O fato do mercado europeu e asiático não comprar soja transgênica ou carne de animais alimentados com soja GM é um dos argumentos da ONG Greenpeace para lutar contra a liberação de produtos modificados no Brasil. O grupo lançou em sua página de internet (www.greenpeace.org.br) o 'Guia do Consumidor contra Transgênicos' para alertar os compradores sobre quais produtos encontrados em supermercados contém milho, trigo ou soja modificados em sua composição. A lista contém vários produtos de grandes marcas, como Sadia e Perdigão, todas acusadas de trabalhar com vegetais 'frankenstein'.

Segundo Simone Corinn, representante do Greenpeace, o Guia foi elaborado através das respostas das empresas alimentícias para cartas enviadas pela organização ambiental. 'As empresas que puderam comprovar que não usam produtos transgênicos entraram na nossa Lista Verde. Quem simplesmente disse que usa soja ou milho brasileiro – portanto não transgênico - e não nos apresentou testes entrou na lista vermelha. O simples fato da empresa garantir que compra soja brasileira não garante que a soja não é transgênica'. Para não serem pegos em contradição, a ONG também faz testes independentes com os produtos, em laboratórios na Suíça.

Além do fator mercadológico, o guia do Greenpeace alerta para possíveis danos à saúde causados pela comida com matéria-prima GM. 'Os alimentos oriundos de cultivos transgênicos poderiam prejudicar seriamente o tratamento de algumas doenças de homens e animais. Isto ocorre porque muitos cultivos possuem genes de resistência antibiótica. Se o gene resistente atingir uma bactéria nociva, pode conferir-lhe imunidade ao antibiótico, aumentando a lista, já alarmante, de problemas médicos envolvendo doenças ligadas a bactérias imunes', cita o relatório.

Simone Corinn ainda alerta para o fato da empresa Monsanto estar criando uma crise de dependência no consumidor: 'As sementes da Monsanto contém um gene chamado ‗terminator‘, que faz com que a soja não germine após algum tempo', ela explica. 'Isso obriga o produtor a comprar os produtos

TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e exploração de sentido DESCRITOR D19 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da exploração de

recursos ortográficos / morfossintáticos GABARITO: B DISTRATORES:

A relação entre os segmentos se explica por uma quebra da lógica entre o dado (ferreiro) e o esperado (espeto de pau, em lugar de espeto de ferro). Há uma concessão entre os dois segmentos (―Embora a casa seja de ferreiro, o espeto é de pau‖).

(A) é incorreto, porque não é possível inferir uma circunstância de tempo entre os dois segmentos da frase. Essa afirmação se ratifica pela tentativa de se inserir conectivos temporais nos segmentos.

(C) e (D) não são adequados à questão, porque as relações de condição e causa levariam à sequência lógica esperada (respectivamente, *se/ quando/ caso a casa é de ferreiro, o espeto deve ser de ferro e *como/ porque/ a casa é de ferreiro, o espeto é de pau).

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novamente, sem poder estocar uma parte da safra deste ano para o plantio da safra seguinte'.

Disponível em http://revistagloborural.globo.com/Globo Rural/ 0,6993,EEC354955-1641,00.html. Acesso em agosto de 2010.

Segundo o texto, os alimentos transgênicos são prejudiciais ao homem porque: (A) podem aumentar a resistência de bactérias. (B) podem ocasionar prejuízos para a agricultura. (C) podem aumentar a resistência a bactérias. (D) podem alterar produtos de grandes marcas alimentícias.

44) TEXTO ―[...] Porque... assim, com a pessoa que você tá de repente, porque tem vezes que você tá ficando, tá ficando, tá ficando, e aí de repente você já tá até namorando, com aquela pessoa, se você encontra com ela todo dia e tal, mas nunca chega um amigo e fala ‗Ah, essa é sua namorada?‘, e tal, você fala, ‗É‘, ele fala, ‗É minha namorada‘, ‗É meu namorado‘‖ [...].

CHAVES, Jaqueline. ―Ficar com‖: um novo código entre jovens. Rio de Janeiro: Revan, 2001.

No texto, a palavra ―você‖ indica uma referência: (A) ao leitor. (B) a uma pessoa relatada. (C) ao entrevistador. (D) a uma pessoa indeterminada.

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D8 – Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la GABARITO: C DISTRATORES:

(A) é incorreto, porque o texto afirma que alguns transgênicos possuem genes de resistência antibiótica que, caso atinjam uma bactéria nociva, podem-lhe conferir imunidade a antibióticos, o que dificultaria o tratamento de determinadas doenças humanas ou animais.

(B) é inadequado, porque, apesar de todas as problemáticas, o cultivo de transgênicos propicia o desenvolvimento de vegetais mais resistentes. Se tal cultivo fosse totalmente prejudicial, não haveria a preocupação de impedir seu aumento na agricultura brasileira.

(D) não responde a questão, visto que o uso de transgênicos pode afetar a composição dos alimentos, mesmo quando estes são produtos de grandes marcas, fato que pode interferir diretamente na saúde dos seres humanos.

Caro monitor, você poderá levar para a sala de aula outros textos que tratem do assunto explorado

no texto em questão e promover um debate sobre alimentos transgênicos e suas implicações na saúde dos seres humanos.

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45) TEXTO

5

Bezerro de vaca preta Onça pintada não come... Quem casa com muié feia Não tem medo de outro home. Meu fio, muié bonita De duas faia uma tem: Ou qué bem a toda gente Ou não gosta de ninguém.

FALCI, Miridan Konox. Mulheres do sertão nordestino. In: DEL PRIORE, Mary (org.)

HIstória das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2004.(Adaptado.)

No texto, a rima entre as palavras ―come‖ e ―home‖ justifica-se por: (A) uma incorreção na pronúncia. (B) uma marca da oralidade. (C) um registro informal da escrita. (D) uma variação regional da língua.

TÓPICO VI – Variação linguística DESCRITOR D10 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um

texto GABARITO: D DISTRATORES:

(A) é inadequado, pois o narrador do texto, em nenhum momento, se dirige ao leitor. (B) é incorreto, visto que o narrador relata uma situação hipoteticamente, não se referindo a uma pessoa

real em si. (C) não atende ao enunciado, porque o texto não deixa pistas sobre o pronome ―você‖ se referir a um

interlocutor, mas sim a um ser inserido dentro de uma hipótese (uma espécie de ―sujeito oculto‖ – não da sintaxe, mas do discurso).

TÓPICO VI – Variação linguística DESCRITOR D10 – Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto GABARITO: B DISTRATORES:

(A) é inadequado, uma vez que as palavras enfocadas, ao retratarem características da fala, indicam uma

variação da língua, e não um erro de pronúncia. (C) não atende à questão, visto que a língua escrita não apresenta tais registros, mesmo quando

empregada informalmente. (D) é incorreta, pois as palavras destacadas não indicam uma variação regional da língua, pela grande

amplitude desses registros, na modalidade oral do português brasileiro, no país.

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46) TEXTO

QUINCAS BERRO D'ÁGUA Salvador. Quincas (Paulo José) é um funcionário público cansado da vida que leva. Um dia ele resolve deixar sua família de lado e cair na farra, ganhando fama como Quincas Berro D'Água, o rei dos vagabundos. Quando ele é encontrado morto em seu quarto, sua família resolve apagar os vestígios de sua fase arruaceira e lhe dar um enterro respeitável. Só que seus amigos surgem no local e decidem levá-lo para uma última farra.

Disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes /quincas-berro-dagua/. Acesso em agosto de 2010.

O texto apresentado tem por função: (A) avaliar um filme. (B) resumir um filme. (C) promover um filme. (D) comentar um filme.

47) TEXTO I

GUIA PRÁTICO DE BOAS MANEIRAS E ETIQUETA Evite gírias e jargões - Evite gírias e jargões, que, além de causarem má impressão, demonstram pouco conhecimento ou mau uso de vocabulário.

Disponível em: http://www.apparenza.com.br/informe/arti go_secretaria.pdf. Acesso em agosto de 2010. (Adaptado)

TÓPICO II – Implicações do suporte, do gênero e/ou enunciador na compreensão do texto DESCRITOR D9 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros GABARITO: B DISTRATORES:

(A) é incorreto, pois o texto, em momento algum, avalia o filme ao qual se refere - Não há julgamento de nenhum aspecto quanto à qualidade da produção mencionada.

(C) não responde a questão, visto que o objetivo principal do texto não é promover o filme, tal qual uma publicidade. Para tal fim, geralmente são utilizados cartazes, propagandas em rádio e televisão, entre outros gêneros, e, geralmente, há um julgamento apreciativo do produto a ser vendido.

(D) é inadequado, porque um comentário apresentaria um julgamento de valor em relação ao filme – se é bom, regular, ruim. O texto, em passagem alguma, apresenta tal avaliação.

Monitor, explorado o texto em todas as suas possibilidades e comentada a questão, você poderá solicitar

aos alunos que produzam textos de gêneros que atendam à finalidade expressa nos distratores (A), (C) e (D), tomando como referência o assunto do texto aqui analisado.

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TEXTO II

MANUAL DE BOAS MANEIRAS E ETIQUETA Gírias: - Podem ser usadas na intimidade, em sociedade quando dão mais sabor ao que se conta. Devem ser evitadas diante de pessoas mais velhas ou de mais cerimônias.

Disponível em: http://www.dicaspraticas.com.br/arti cles.php?article_id=801&rowstart=1. Acesso em agosto de 2010.

TEXTO III Gíria é um dialeto social empregado por um grupo a fim de suprir necessidades peculiares de comunicação. O uso da gíria marca a diferença de um grupo em relação a outro, o que torna a gíria fator de identidade. Palavras próprias aos falantes de certos grupos e mesmo modo s próprios de encadear palavras numa oração tornam-se marcas do falar de um grupo e não de outros. A gíria também pode ser designada como jargão. Como exemplo de diferentes gírias, lembramos as que são usadas por surfistas, funkeiros, profissionais de vários ramos (vendedores ambulantes, economistas, juristas).

In: DISCINI, Norma; TEIXEIRA, Lúcia. Passaporte para a língua portuguesa. São Paulo: Editora do Brasil, 2007.

Em relação aos textos I, II e III, é possível afirmar que: (A) os três textos avaliam o uso de gírias. (B) o texto I apresenta a gíria como recurso estilístico. (C) o texto II restringe o emprego de gírias. (D) o texto III valoriza o uso de gírias.

TÓPICO III – Relação entre textos DESCRITOR D21 – Reconhecer posições distintas entre duas os mais opiniões relativas ao mesmo fato ou ao mesmo tema GABARITO: C DISTRATORES:

(A) é incorreto, visto que, embora os textos I e II sejam contra o uso de gírias, o texto III não se preocupa em julgar, positiva ou negativamente, tais registros - seu objetivo é apenas descrever características próprias de tal registro linguístico.

(B) não atende ao enunciado, pois a noção de recurso estilístico traz consigo uma a ideia de apreciação a algo, o que o texto I não apresenta, de modo algum, em relação à gíria. Ao contrário, o texto I critica veementemente o emprego de tais expressões.

(D) é inadequado, porque o texto III não defende ou critica o uso de gírias, apenas caracteriza condições de emprego de tais registros.

Caro monitor, converse com os alunos sobre as situações de comunicação em que

as gírias frequentemente são empregadas. Leve-os a atentar para a necessidade de adequação da linguagem ao contexto de uso: com quem, para que, com que intenção, quando, onde se fala.

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48) TEXTO

Disponível em http://www.saudeemmovimento.com.br/reportagem /noticia_exibe.asp?cod_noticia=2652

O humor da tirinha se concentra na relação entre: (A) linguagem informativa e linguagem poética. (B) sentido denotativo e sentido conotativo. (C) linguagem verbal e linguagem não-verbal. (D) língua escrita e língua falada.

49) TEXTO

O PODER DOS AMIGOS

Uma pesquisa realizada na Suécia comprovou que bons amigos fazem mesmo bem ao coração. O estudo acompanhou a evolução do estado de saúde de 741 homens por 15 anos e concluiu que aqueles que

TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido DESCRITOR D16 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados GABARITO: B DISTRATORES:

(A) é inadequado, uma vez que a tirinha não apresenta o emprego da linguagem sob enfoque informativo (nas duas falas do inseto, há um julgamento de valor).

(C) não atende à questão, pois as imagens da tirinha não entram em conflito com o texto verbal, gerando conflito – ao contrário, linguagens verbal e não verbal se complementam na geração dos sentidos do texto, em sua globalidade.

(D) é incorreto, porque o texto tenta representar, por meio da escrita, a fala da baratinha (uso de balões, típicos nesse gênero textual), não há uma geração de humor por meio dessa relação.

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mantinham ótimas amizades apresentaram muito menos chances de desenvolver doenças cardíacas do que aqueles que contavam com o ombro amigo de alguém.

(Isto é, 3/3/04)

CANÇÃO DA AMÉRICA (Composição: Fernando Brant e Milton Nascimento)

5

10

15

20

Amigo é coisa para se guardar Debaixo de sete chaves Dentro do coração Assim falava a canção que na América ouvi Mas quem cantava chorou Ao ver o seu amigo partir Mas quem ficou, no pensamento voou Com seu canto que o outro lembrou E quem voou, no pensamento ficou Com a lembrança que o outro cantou Amigo é coisa para se guardar No lado esquerdo do peito Mesmo que o tempo e a distância digam "não" Mesmo esquecendo a canção O que importa é ouvir A voz que vem do coração Pois seja o que vier, venha o que vier Qualquer dia, amigo, eu volto A te encontrar Qualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

(www.terra.com.br)

Com relação à palavra ―coração‖, presente nos dois textos, é possível entender que (A) nos dois textos, a palavra é usada em sentido figurado. (B) no primeiro, é usada em sentido literal, no segundo, em sentido figurado. (C) no primeiro, é usada em sentido figurado, no segundo, em sentido literal. (D) nos dois textos, a palavra é usada em sentido literal.

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão GABARITO: D DISTRATORES:

Como o texto ―O poder dos amigos‖ trata de uma pesquisa, a palavra ―coração‖ foi utilizada para representar o órgão do corpo humano, portanto em sentido denotativo. Sendo assim, as opções (A), (C) e (D) não correspondem às respostas corretas.

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- 2010

50) TEXTO

OS MELHORES AMIGOS DO HOMEM (Fragmento)

5

10

Uma experiência pequena, mas com resultados animadores está empolgando pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo. O trabalho, coordenado pelo prof. Marcelo Ribeiro, consiste em usar animais para ajudar crianças deficientes mentais para melhorar o desempenho escolar. As crianças cuidam de cabras, coelhos, peixes, etc. Durante as atividades, aprendem conceitos e desenvolvem habilidades de maneira fácil e divertida. Além da evolução no aprendizado, os pequenos ganham um sentimento que muitos nem sequer haviam experimentado: auto-estima. Essa pequena sensação enche de alegria o coração do menino Leonardo Neves, 11 anos, cada vez que ele monta o cavalo Pantanal. Tetraplégico de nascença (faltou oxigênio durante o parto), Leonardo hoje é capaz de feitos que, tempos atrás, eram inimagináveis. Na verdade, o uso de animais no tratamento de várias doenças tem sido um recurso cada vez mais utilizado. Várias pesquisas demonstram que os bichos têm um fabuloso poder terapêutico. ―Eles são remédios vivos‖, afirma a veterinária Hannelore Fuchs, uma das principais especialistas no assunto do país. De acordo com pesquisas do cientista Dennis Turner, professor da Universidade de Duke (Estados Unidos), por exemplo, o contato com animais ajuda a reduzir a pressão sanguinea, a diminuir os níveis de colesterol e de estresse.

Adaptado de Isto É, 11/12/2004

No trecho ―Eles são remédios vivos‖, as aspas foram utilizadas para (A) indicar que a palavra REMÉDIO foi utilizada em sentido figurado. (B) indicar que a frase usada está em linguagem coloquial. (C) introduzir, no texto, fala diferente da do autor. (D) indicar que a palavra VIVOS foi usada em sentido figurado.

TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido DESCRITOR D17– Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de

outras notações GABARITO: C DISTRATORES:

Se as aspas tivessem sido utilizadas para indicar o sentido figurado, elas marcariam apenas a palavra remédio, portanto a resposta (A) não é adequada.

A resposta (D) não é adequada, pois a palavra vivos foi utilizada no sentido denotativo.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 51 LÍNGUA PORTUGUESA

- 2010

51) TEXTO

O uso da palavra ―MAS‖ feito pelo pai indica: (A) oposição à argumentação da filha. (B) concordância com o questionamento da filha. (C) acréscimo à argumentação da filha. (D) irritação ao questionamento da filha

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D15 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas

por conjunções, advérbios etc GABARITO: A DISTRATORES:

O distrator (B) não responde à questão, pois a ideia de concordância está contida na forma verbal ―É‖, não no conectivo MAS.

O distrator (C) C não serve como resposta correta, visto que o conector MAS, embora em alguns contextos possa apresentar valor aditivo, não o faz no texto.

Apesar de visível irritação com a filha, no semblante do pai, não é possível observar tal sentimento apenas com o conectivo MAS.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 52 LÍNGUA PORTUGUESA

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52) TEXTO

A expressão ―vão para a rua‖ indica que os operários (A) Farão greve. (B) Serão despedidos. (C) Protestarão contra os baixos salários. (D) Entrarão em férias.

53)

TÓPICO I – Procedimentos de Leitura. DESCRITOR D1 - Localizar informações explícitas em um texto GABARITO: B DISTRATORES

Ainda que os distratores (A) e (C) possam representar, em outros contextos, a ideia de ―ir para a rua‖, não é o que se verifica, pois o segundo quadrinho deixa claro o significado de dispensa. Além disso, no último quadrinho, a expressão INDICADOR DE DESEMPREGO exclui qualquer outra possibilidade, inclusive o distrator (D),que é o mais dissonante de todos.

Caro monitor, busque explorar o texto para além do enunciado. Explique a eles o

que significa a expressão ―indicador de desemprego‖. Se for possível, discuta com eles sobre a questão do desemprego no país.

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TEXTO

A palavra ―porque‖, empregada no último quadrinho, pode ser substituída, sem alteração de sentido, por: (A) porém. (B) embora. (C) visto que. (D) contanto que.

54)

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto. DESCRITOR D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto,

marcadas por conjunções, advérbios etc GABARITO: C DISTRATORES:

As opções (A), (B) e (D) não podem ser a opção correta, pois ligam orações que apresentam ideia de oposição, enquanto VISTO QUE, valor causal, o mesmo que ocorre com o conector PORQUE.

Caro monitor, comente com os alunos sobre o gênero a que pertence o texto, sobre

sua finalidade. Fale com eles acerca das linguagem verbal e não verbal que o tornam um todo significativo.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 54 LÍNGUA PORTUGUESA

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TEXTO

O primeiro quadrinho: (A) introduz o humor presente na tirinha. (B) confirma a troca de papéis entre os bichos e o homem. (C) contraria o poema de Bandeira. (D) debocha do poema, quando personifica os animais e animaliza o homem.

55)

TÓPICO II – Implicações do suporte, do gênero e/ou enunciador na compreensão do texto. DESCRITOR D5 – Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso

GABARITO: B DISTRATORES:

O distrator (A) não pode ser a opção correta pelo fato de o poema não apresentar traços de humor. O distrator (B) não condiz com a resposta correta, visto que os animais com atitudes humanas não

contrariam, mas corroboram com a parte escrita da tirinha. A personificação presente no primeiro quadrinho não tem a função de debochar do poema, mas sim

ratificar a inversão de papéis entre o homem e os bichos, por isso a resposta não corresponde ao distrator (D).

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 55 LÍNGUA PORTUGUESA

- 2010

TEXTO

Na tirinha acima, a palavra COMO indica (A) modo (B) causa (C) conformidade (D) comparação

56) TEXTO

OS MELHORES AMIGOS DO HOMEM (Fragmento)

5

Uma experiência pequena, mas com resultados animadores está empolgando pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo. O trabalho, coordenado pelo prof. Marcelo Ribeiro, consiste em usar animais para ajudar crianças deficientes mentais para melhorar o desempenho escolar. As crianças cuidam de cabras, coelhos, peixes, etc. Durante as atividades, aprendem conceitos e desenvolvem habilidades de maneira fácil e divertida. Além da evolução no aprendizado, os pequenos ganham um sentimento que muitos nem sequer haviam experimentado: auto-estima.

Essa pequena sensação enche de alegria o coração do menino Leonardo Neves, 11 anos, cada vez que ele monta o cavalo Pantanal. Tetraplégico de nascença (faltou oxigênio durante o parto), Leonardo

TÓPICO IV – Coerência e coesão no processamento do texto. DESCRITOR D15 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas

por conjunções, advérbios etc. GABARITO: D DISTRATORES:

Calvin, no segundo quadrinho, compara a ação de ligar a criatividade à de ligar uma torneira, portanto os distratores (A), (B) e (C) não podem funcionar como resposta ao comando da questão, mesmo que a palavra COMO possa assumir os valores de modo, causa e conformidade, em outros contextos.

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PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 56 LÍNGUA PORTUGUESA

- 2010

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hoje é capaz de feitos que, tempos atrás, eram inimagináveis. Na verdade, o uso de animais no tratamento de várias doenças tem sido um recurso cada vez mais

utilizado. Várias pesquisas demonstram que os bichos têm um fabuloso poder terapêutico. ―Eles são remédios vivos‖, afirma a veterinária Hannelore Fuchs, uma das principais especialistas no assunto do país. De acordo com pesquisas do cientista Dennis Turner, professor da Universidade de Duke (Estados Unidos), por exemplo, o contato com animais ajuda a reduzir a pressão sanguínea, a diminuir os níveis de colesterol e de estresse.

Adaptado de Isto É, 11/12/2004

O trecho ―Essa pequena sensação‖ retoma no texto o termo (A) auto-estima. (B) alegria. (C) sentimento. (D) habilidades.

57)

Na tirinha, nota-se uma característica da linguagem coloquial, que é: (A) a utilização da palavra ―já‖ em dois quadrinhos. (B) a utilização de ―mais‖ em vez de ―mas‖. (C) a forma verbal abreviada ―tô‖. (D) a locução ―indo brincar‖ em vez de ―brincarei‖. 58)

TÓPICO IV – D - Coerência e coesão no processamento do texto DESCRITOR D2– Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições

ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto GABARITO: A DISTRATORES:

As respostas (B), (C) e (D) não são adequadas ao enunciado. A simples recorrência ao

texto (l. 6-8) elimina a possibilidade de elas serem escolhidas como corretas.

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- 2010

TEXTO

O MUNDO DA TELEVISÃO

―Depois de passar horas em frente à televisão, pulando de canal em canal, de programa de auditório para novela, de novela para telejornal, de telejornal para videoclipe, a garota deu um clique final no controle remoto e a tela escureceu. Em uma fração de segundo, aquele mundo de cubo animado, colorido e fascinante, havia desaparecido. Silêncio. Uma sensação de vazio tomou conta da sala. E a garota teve a nítida impressão de que o mundo em que estava era menos real do que dentro da tv. Lembrou-se de quando era criança e achava que televisão era isso mesmo: um mundo real com minúsculas pessoas vivendo dentro do aparelho. Por que agora quem se sentia minúscula era ela? Solidão. Clique, ligou a TV de novo. Som, música, pessoas alegres e sorridentes, palmas, folia. Até a desgraça parecia um show. Isso deveria ser triste, muito triste. Mas parece que a gente vai se acostumando... Não! Clique, desligou novamente. A sala vazia, o chiado do silêncio. O ato de desligar abria um espaço em sua cabeça e era em si mesma que começava a pensar. Seus problemas, sua rotina mecânica e sem graça, sua vida sem sabor, era isso! A vida na tela tinha sabor. Clique, ligou outra vez. (...) Nossa, suas costas já estavam doendo de tanto sofá. Clique, desligou. Além do mais, ela não era a única. Conhecia muita gente que ligava a tv assim que chegava em casa. Clique. Ligou a televisão e ficou pensando que daria tudo para entrar naquele aparelho e pertencer àquele mundo, ainda que só por um dia. E de lá de dentro olharia para a menina aqui fora, sentada no sofá . Quem sabe assim gostaria mais dela, se sentia um pouquinho especial...‖

(POLIZZI, Valéria. Papo de Garota. Ed. Símbolo e Ed. Nome da Rosa. SP, 2001. p. 25-27)

O que acontecia quando a garota desligava a TV? (A) Abria um espaço em sua cabeça e começava a pensar. (B) A desgraça parecia um show. (C) surgia um mundo real com minúsculas pessoas vivendo dentro do aparelho. (D) Suas costas ficavam doendo.

59)

TÓPICO I – Procedimentos de leitura DESCRITOR D1 – Localizar informações explícitas em um texto GABARITO: A DISTRATORES:

As opções B e C dizem respeito ao que ocorria enquanto a TV estava ligada, somente o aluno desatento à leitura marcaria tais opções, não identificando, assim, informações explícitas no texto;

O fato de as costas ficarem doendo (alternativa D) é decorrente dos atos de ligar e desligar a TV e não apenas quando ela desligava o aparelho.

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TEXTO

A expressão ―AAAAAH!‖ indica: (A) Dúvida (B) Admiração (C) Surpresa (D) Descoberta

60) TEXTO

A finalidade da charge é: (A) vender carros potentes. (B) fazer que a população compre carros mais velozes. (C) alertar para o risco de dirigir perigosamente. (D) fazer que a população contrate mais seguros.

TÓPICO II – Implicações do Suporte, do Gênero e/ou Enunciador na Compreensão do Texto. DESCRITOR D12 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros GABARITO: DISTRATORES:

A fala de uma das personagens pode levar o leitor a considerar corretos os distratores (A) e (B), em função do destaque à palavra MOTOR, no primeiro quadrinho, corroborada pela palavra COMERCIAL,

TÓPICO I – Procedimentos de leitura. DESCRITOR D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão GABARITO: D DISTRATORES

Embora a expressão em destaque possa apresentar todos os valores semânticos presentes em

(A), (B) e (C), confirma-se pelo último quadrinho, uma assimilação entre dedo indicador e indicador de desemprego feita pela personagem, apesar de equivocada.

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61) TEXTO

AS MONTANHAS DO JARDIM GRAMACHO 5

É o maior aterro sanitário da América Latina. Cenário do documentário Estamira (2005), o polêmico Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho gera muitos impasses ambientais e sociais. Com sua capacidade saturada, inúmeras famílias da região metropolitana do Rio de Janeiro tiram seu sustento da coleta do lixo ali depositado. Mas o que fazer com toda aquela montanha de lixo? Entre outras medidas, a Comlurb abriu em dezembro de 2006 licitação para o uso do biogás na área do aterro. O objetivo é gerar recursos para a Prefeitura na forma de créditos de carbono obtidos com a redução das emissões de gases de efeito estufa. A empresa selecionada, além de investir em toda estrutura operacional, deverá depositar, anualmente e durante 14 anos, o valor de R$ 1,2 milhão para o Fundo de Participação dos Catadores de Gramacho. Com a desativação do aterro, essa pode ser uma saída para o sustento dos inúmeros catadores e suas famílias que ali trabalham.

Patricia Magrini. <http://patriciamagrini.wordpress.com/2007/08/14/as-montanhas-do-jardim-gramacho/> (com adaptações)

No final do 2º parágrafo, o uso da forma verbal ―pode ser‖ significa que (A) há muitas saídas para o sustento dos catadores. (B) só há uma saída para o sustento dos catadores. (C) existe uma possível solução para o sustento dos catadores. (D) não existe solução possível para o sustento dos catadores.

LEITURA COMPLEMENTAR

TÓPICO V – Relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido DESCRITOR D18 – Reconhecer o efeito de sentido decorrente da escolha de uma determinada palavra ou

expressão GABARITO: C DISTRATORES:

‗Poder‘ é um verbo ‗modal‘ (Verbo que exprime modalidades lógicas, como possibilidade, necessidade,

probabilidade, etc. - Dicionário Aurélio). No texto, a autora faz uso de tal forma verbal para indicar incerteza quanto à solução do problema. Portanto, os distratores (A), (B) e (C) não se enquadram na ideia de probabilidade / possibilidade que a locução verbal denota.

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O texto: base fundamental da construção do item A finalidade da escola é ampliar a vivência dos estudantes, para que saibam produzir e interpretar textos de uso social (orais e escritos), nos diferentes contextos de comunicação que se apresentam nas diferentes situações de comunicabilidade ao longo da vida. A proposta é aproximar os alunos da diversidade textual que existe fora da escola, tendo práticas de leitura e escrita que permitam ao estudante experimentar como cada um está inserido em um ato de comunicação específico, com seus diversos propósitos e leitores. Nossa experiência como falantes nos leva a entender que a comunicação linguística não se dá em unidades isoladas, tais como meros sons, palavras soltas, sílabas ou, simplesmente, sinais. Para que, efetivamente, a situação de comunicação exista, nossa prática discursiva se dá por meio de textos, unidades maiores de significação. Portanto, podemos entender o TEXTO como uma unidade de significação que pressupõe, necessariamente, um contexto, um evento comunicativo para se realizar, com a presença de interlocutores a que denominamos produtores do texto e leitores (ou ouvintes). Os descritores A matriz de referência (com foco em leitura) apresenta um conjunto de descritores de habilidades que atende ao enfoque dado à prova para avaliar um conjunto de procedimentos cognitivos, de capacidades de leitura do estudante. A matriz de referência de Língua Portuguesa está estruturada em duas dimensões. Na primeira dimensão, denominada ―objeto de conhecimento‖, são elencados seis macrotópicos, relacionados a habilidades desenvolvidas pelos estudantes, a saber: a) Tópico I – Procedimento de leitura – Diz respeito a procedimentos fundamentais do ato de ler no que tange às informações explícitas e implícitas do texto, desde a localização, o entendimento de palavra ou expressão, compreensão global da informação, até o resgate de informação nas entrelinhas do texto. b) Tópico II – Implicações do suporte, do gênero, e/ ou do enunciador na compreensão de texto – Diz respeito à ―embalagem‖ em que o texto aparece, ou seja, sua estrutura, seu suporte, a forma como é veiculado, o que o caracteriza em um dado gênero discursivo. c) Tópico III – Relação entre textos – Este tópico diz respeito à intertextualidade, ou seja, a comunhão entre textos quer na forma, quer no conteúdo. É o conjunto de relações explícitas (ou implícitas) que um texto mantém com o outro. Neste caso específico, requer a comparação entre textos do mesmo tema. d) Tópico IV – Coerência e Coesão no Processamento do Texto – Diz respeito às ligações de sentidos, tanto em nível micro quanto em nível macrotextual, ou seja, de que forma os recursos gramaticais estabelecem, por exemplo, as relações de continuidade do texto. A palavra de ordem neste tópico é o estabelecimento de relações semânticas, ou seja, relações de sentido no texto. e) Tópico V - Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido – Este tópico diz respeito ao uso de recursos quer lexicais (vocabulário), quer fonológicos (da relação entre letra e som), quer notacionais (pontuação e de outros sinais gráficos), e o efeito de seu uso, de sua escolha no texto. f) Tópico VI - Variação Linguística - Considerando a heterogeneidade da língua (as diferenças de cada falante no uso da língua), e partindo de uma concepção de língua que varia no tempo, no espaço, socialmente, nas diferentes formas de falar das pessoas, homens, mulheres, crianças, idosos, este tópico visa à identificação das marcas que caracterizam os interlocutores do texto. À primeira vista, pode-se afirmar que os seis tópicos que abrigam os quinze descritores da 4ª. série do ensino fundamental se apresentam em uma perspectiva do texto e de seu processo de uso, não em uma perspectiva do conteúdo.

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Não estão sendo avaliados conteúdos específicos de língua portuguesa na série ou na etapa da escolarização. É esta a peculiaridade de uma matriz que avalia a competência leitora. Os tópicos que aglutinam os diferentes descritores de habilidades apresentam as condições necessárias para um adequado processamento da leitura pelo sujeito. O leitor proficiente é capaz de reconstruir diferentes situações, eventos, ações, personagens, léxico (vocabulário), expressões para chegar à compreensão do texto, utilizando para isto muitas operações que nem sempre são conscientes. É interessante observar, ainda, que os três primeiros tópicos estão ligados ao texto em sua ―estruturação arquitetônica‖; os três últimos, à sua constituição corporal, ou seja, os recursos linguísticos que contribuem, em diferentes perspectivas, para a construção do texto. Cada tópico reúne um grupo de descritores que visa à avaliação de diferentes competências do leitor. Passemos à análise dos descritores. Tópico I – Procedimento de leitura Constituem este tópico cinco descritores de habilidades. D1 - Localizar informações explícitas do texto Esta é uma habilidade básica na compreensão leitora do texto: a identificação de informações que estão claramente apresentadas no texto. Trata-se de localização de informação explícita, claramente identificável, o que permite avaliar se o estudante é capaz de localizar a informação, sem o auxílio de informação concorrente no texto. D3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão O grau de familiaridade com uma palavra depende da frequência de convivência com ela, que, por sua vez, está ligada à intimidade com a leitura, de um modo geral, e, por conseguinte, à frequência de leitura de diferentes gêneros discursivos. Por isso, a capacidade de inferir o significado de palavras – depreensão do que está nas entrelinhas do texto, do que não está explícito – evita o sério problema que se constitui quando o leitor se depara com um grande número de palavras cujo significado desconhece, o que interfere na leitura fluente do texto. Assim, a inferência lexical – recobrir o sentido de algo que não está claro no texto – depende de outros fatores, tais como: contexto, pistas linguísticas, para haver compreensão. D4 – Inferir uma informação implícita em um texto Da mesma forma que se depreende o sentido implícito de uma expressão, há uma complexidade um pouco maior quando se pensa em inferência de informações. Este descritor requer do leitor uma capacidade de construir a informação que está subjacente ao texto, partindo do contexto e das pistas linguísticas que o texto oferece. Trata-se, na verdade, do desvendamento do que está subjacente, posto que há um balanceamento entre as informações de superfície do texto e aquelas que serão resgatadas nas entrelinhas do texto. Não é possível explicitar 100% as informações, sejam elas quais forem. Por isso, pode-se dizer que existem graus diferentes de implicitudes do texto. D6 - Identificar o tema de um texto Constitui-se em competência básica na compreensão do texto, pois trata do reconhecimento do tópico global do texto, ou seja, o leitor precisa transformar os elementos dispostos localmente em um todo coerente. D11 - Distinguir um fato da opinião relativa deste fato Dois conceitos são importantes neste descritor: fato e opinião relativa ao fato. O primeiro – fato – algo que aconteceu (acontece), está relacionado a algo real, quer no mundo ―extratextual‖, quer no mundo textual. Já a opinião é algo subjetivo, quer no mundo real, quer no mundo textual, que impõe, necessariamente, uma posição do locutor do texto. Este é um descritor bastante importante, porque indica uma proficiência crítica em relação à leitura: a de diferenciar informação de uma opinião sobre algo. É preciso ressaltar que, frente aos objetivos da avaliação a que estes descritores estão ligados, os procedimentos de leitura dizem respeito à localização e à identificação das informações. Tópico II – Implicações do suporte, do gênero, e/ ou do Enunciador na compreensão de texto

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São dois os descritores deste tópico. D5 - Interpretar texto com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, foto, etc.) Considera-se parte constitutiva da habilidade de leitura a construção da estrutura textual e de que forma esta estrutura traz implicações na compreensão de texto. Por isso, entende-se que este descritor requer a construção de uma ―armação‖ sustentadora do assunto, ligada ao texto. Neste caso, o material gráfico pode levar o leitor a entender as relações mais abstratas. A informação focada no material gráfico pode preparar para a leitura verbal do texto. Entretanto, é, sem dúvida, necessária uma intimidade com este tipo de linguagem, que visa à articulação dessas duas formas de linguagem (verbal e não verbal). D9 - Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros Este é um descritor em nível macrotextual que visa à identificação do gênero do texto, como também ao reconhecimento de sua finalidade, seu propósito comunicativo. Tópico III – Relação entre texto Há apenas um descritor de habilidade neste tópico. D15 - Reconhecer diferentes formas de tratar a informação na comparação de textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi produzido e daquelas em que será recebido Neste descritor, a palavra-chave é a intertextualidade. Está inscrita na concepção do descritor a relação de interação que se estabelece entre os interlocutores. Isto pressupõe entender de que forma o texto é produzido e como ele é recebido. Neste sentido, admite-se a ideia de polifonia, ou seja, da existência de muitas vozes no texto, o que constitui um princípio que trata o texto como uma comunhão de discursos e não como algo isolado. Neste tópico, a ideia central é a ampliação do mundo textual. Tópico IV – Coerência e Coesão no Processamento do Texto Há seis descritores neste tópico. D2 - Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou substituições que contribuem para a continuidade de um texto Trata-se de uma habilidade fundamental para o entendimento do texto: relacionar as partes de um texto, tanto nas relações entre parágrafos, quanto nas relações dentro do parágrafo. Embora requeira do leitor um conhecimento gramatical das funções que um sintagma nominal e um pronome, por exemplo, podem exercer na frase, não se trata – é importante enfatizar – de uma identificação de palavras, mas de identificação de relações semânticas a que se pode atribuir coerência de sentidos no texto. D7 - Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa Neste descritor, vamos nos ater mais especificamente ao tipo de texto (narrativo) e a seus componentes fundamentais. Portanto, diz respeito à construção da coerência entre os elementos da narrativa em relação ao conflito que gera o enredo. D8 - Estabelecer relação de causa/ consequência entre partes e elementos do texto A coesão sequencial diz respeito aos procedimentos linguísticos por meio dos quais se estabelecem, entre segmentos do texto, diversos tipos de relações semânticas, responsáveis por fazer o texto progredir. Neste caso específico, a relação é de causa/consequência: a busca dos porquês nas relações textuais. D12 - Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções, advérbios, etc. De forma mais ampla, este descritor visa à ampliação dos descritores anteriores no que tange ao papel que as diferentes palavras exercem na língua. Trata-se de relação de coesão, ou seja, de ligação entre partes do texto, mas, neste caso, estabelecidas por palavras que substituem outras, como, por exemplo, os advérbios e as

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conjunções. Aqui está um bom exemplo do que é um processamento textual e um conteúdo em sala de aula. Neste caso, não basta o estudante reconhecer o advérbio de tempo, modo ou lugar, por exemplo, mas entender como este advérbio une um parágrafo e outro, por exemplo, ou que relação de sentido estabelece entre uma ideia e outra dentro do parágrafo. Tópico V – Relação entre recursos expressivos e efeitos de sentido Há dois descritores de habilidades neste tópico. D13 - Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados A proficiência leitora requer do leitor a capacidade de perceber os envolvidos no texto e também suas intenções. Neste sentido, o uso de determinadas palavras e expressões constituem pistas linguísticas que levam o leitor a perceber, por exemplo, um traço de humor do texto. Neste descritor, o leitor proficiente deve perceber o efeito que a palavra, expressão ou a construção de uma ideia, de forma irônica ou humorística podem causar no texto. D14 – identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações Este descritor visa ao reconhecimento discursivo do uso dos sinais de pontuação, ou seja, que efeito provocam no texto, indicando uma pista linguística para entender a intenção comunicativa. Aqui se faz necessário marcar a diferença entre o que é gramatical: saber usar os sinais de pontuação, e o que é discursivo: saber avaliar o efeito decorrente do uso em dado contexto. Esta é outra contribuição importante da matriz de referência: não basta o estudante conhecer os termos gramaticais. É fundamental que o estudante saiba relacionar o uso dos recursos gramaticais ao contexto discursivo. É neste sentido que vimos enfatizando que a matriz de referência apresenta um cunho textual, que investiga, efetivamente, o processo das informações a partir dos recursos disponíveis na língua. Tópico VI – Variação Linguística Há, apenas, um descritor de habilidade neste tópico. D10 - Identificar as marcas linguísticas que evidenciam o locutor e o interlocutor de um texto Partindo de uma concepção dialógica do texto, o descritor 10 visa à identificação das marcas que podem caracterizar os interlocutores, em diferentes momentos, espaços, etc. já que sabemos que usamos a mesma a língua, mas a usamos de forma diferente, quer pelas nossas próprias características, quer pelo nosso nível de escolarização, informalidade ou formalidade do quê e como queremos dizer, nossos regionalismos, etc. Deve-se lembrar que os parâmetros da variação são diversos. Entretanto, estão imbricados, pois, no ato de interagir verbalmente, o falante acionará a variante linguística relativa ao contexto em que está inserido, de acordo com as intenções do ato de comunicação.

Língua Portuguesa: orientações para o professor, SAEB/Prova Brasil, 4ª série/5º ano, ensino fundamental. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009.

SUGESTÃO DE ATIVIDADES Atividade 01)

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Observar o ambiente letrado é importantíssimo para que possamos entender as práticas da cultura escrita e transformar o nosso conhecimento. Assim, professor, você poderá desenvolver uma atividade de observação dos ambientes em que os alunos vivem, desenvolvendo atividades de escrita e análise linguística. 1- Divida a turma em grupos de 5 ou 6 membros; 2- Dê uma tarefa de coleta de informações sobre o ambiente letrado para cada grupo (casa, rua, outdoors, trânsito, igrejas, escolas, jornais, mensagens de caminhão, etc.). Escolha os ambientes que ache mais representativos, aqueles que são mais comuns ou os que você e os alunos acham mais interessantes de acordo com o tamanho da turma, a localidade, etc.; 3- Cada grupo vai colher informações sobre os usos da escrita em cada ambiente a ele designado; 4- As informações devem ser organizadas em cartazes; 5- Cada grupo apresenta para a turma seus achados. Durante a apresentação oral, leve-os a refletir sobre as construções textuais, frases e termos utilizados, elementos verbais, não verbais e a pontuação. Se for necessário, use o dicionário. Se aparecerem palavras em língua estrangeira, explique-as para os alunos e, se você não as compreender, pode sempre pedir ajuda e desenvolver um trabalho conjunto com a professora de língua inglesa ou espanhola. 6- Conclua a aula ou seqüência de aulas com uma sistematização do conhecimento observado e discutido e uma apreciação dos cartazes. Deixe-os à disposição para que possam compor, por um período de tempo, o ambiente letrado de sala de aula.

Atividade 02) Planeje uma aula diferente para a prática de escrita. 1- Sente-se com seus alunos num círculo e faça uma proposta para a escrita: que eles escolham um tema para a escrita relacionado a algo que eles façam durante o dia e que queiram contar para a classe; 2- Explique que o tema da redação não deve ser nada muito complicado, mas algo corriqueiro que eles conheçam e saibam contar; 3- Dê um exemplo de coisas que você faz durante o dia e foque seu tema em algo nessa parte do dia. Por exemplo, eu poderia pensar em escrever um pequeno texto sobre um episódio no meu dia, como um momento em que desci para passear com o meu cachorro e ele brincou com outro cachorro. Dê um exemplo do seu dia-a-dia, para encorajá-los; 4- Em seguida, peça para eles conversarem em duplas ou trios, tentando encontrar exemplos de coisas que façam no dia a dia e conversem um com o outro sobre isso. Enquanto isso vá de grupo em grupo, ouça e converse, fazendo perguntas, tentando não direcionar para aquilo que ache bom, mas deixando-os se expressarem; 5- Peça então que anotem os temas em seus cadernos e pensem neles para a próxima aula;

6- Na aula seguinte, organize-os em círculos novamente para que contem aos seus colegas no que pensaram escrever; 7- Então, se houver tempo, peça que escrevam um breve texto narrando um caso que escolheram contar. Se não houver tempo, que façam mais algumas anotações com suas ideias e pensem para escreverem na aula seguinte; 8- Na avaliação do texto, enfatize a construção da coerência relacionando o título com o resto do texto;

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9- Ao devolver os textos para seus autores, comente sobre a coerência e como é importante sempre relerem o texto durante a produção para que eles mantenham a lógica das ideias.

Atividade 03)

Admirável mundo louco

Eles moram, quase todos, amontoados nuns lugares muito feios, que eles chamam de cidades. Esses lugares cheiram muito mal por causa de umas porcarias que eles fabricam e de umas nuvens

escuras que saem de uns tubos muito grandes que por sua vez saem de dentro de umas caixas que eles chamam de fábricas.

Parece que eles vivem dentro de outras caixas. Algumas dessas caixas são grandes, outras são pequenas. Nem sempre moram mais freguetes nas caixas maiores. Às vezes acontece o contrário: nas caixas grandes

moram pouquinhos freguetes e nas caixas pequenininhas moram um monte deles. Nas cidades existem muitas caixas amontoadas umas nas outras. Parece que dentro desses amontoados há um tubo, por onde corre um carrinho na direção vertical,

chamado elevador, porque eleva as pessoas para o alto dos amontoados. Não ouvi dizer que eles tenham descedores, o que me leva a acreditar que eles pulem lá de cima até embaixo, de alguma maneira que eu não sei explicar.

Quando fica claro, eles saem das caixas deles e todos começam a ir pra outro lugar e ficam nisso de ir daqui pra lá o tempo todo, até que fica escuro e todos voltam pro lugar de onde vieram.

Não sei como é que eles encontram o lugar de onde eles saíram, mas encontram; e entram outra vez nas caixas.

Assim que eu cheguei era um pouco difícil compreender o que eles diziam. Mas logo, logo, graças aos meus estudos de flóbitos, consegui aprender uma porção das línguas que eles falam.

Ah, porque eles falam uma porção de línguas diferentes. E como é que eles se entendem? E quem disse que eles se entendem?

ROCHA, R. Este admirável mundo louco. São Paulo: Salamandra, 2003.

Se você gostou do texto de Ruth Rocha, aproveite-o com sua turma. 1- Se possível, leve o livro para a sala de aula. Mesmo antes de ler o texto, explore as ilustrações expressivas de um dos maiores ilustradores brasileiros, Walter Ono: elas são tão críticas e divertidas quanto o texto da autora. 2- Se não puder fazer isso, comece perguntando sobre Ruth Rocha. Possivelmente eles passaram pelo menos por textos dela, nos livros didáticos. Se não relacionarem o nome da autora às suas obras, procure puxar pela memória deles: o Marcelo, o Alvinho e a Gabriela são personagens bem conhecidos e de muitos livros de Ruth. Os reizinhos também. Use da melhor forma possível o conhecimento que tenha da autora, naquilo que ajude a criar expectativas sobre o texto. 3- Escreva o título do conto na lousa e faça perguntas sobre o que pode conter uma obra com esse título. 4- Depois de ouvir as hipóteses dos alunos, faça a leitura em voz alta do texto, e ouça o que eles querem dizer sobre ele, ainda de forma vaga e assistemática. 5- Distribua o texto para todos os alunos e sugira que proponham perguntas sobre o texto, para a resposta dos colegas. Dê um tempo razoável para isso. Se achar melhor, peça um número determinado de perguntas: 1 ou 2. Vá seguindo o trabalho dos grupos. 6- Peça a cada grupo que faça a pergunta para a turma e discuta a resposta dada. 7- Peça que a própria turma avalie as perguntas: ajudavam a entender o texto? eram claras? não tinham nada a ver com o texto?

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8 - Se achar que alguma coisa importante não foi abordada, faça você algumas perguntas. Veja que as perguntas formuladas pelos alunos dão uma ideia bastante clara dos procedimentos que eles usam para ler, o que pode ajudá-lo na proposição de outros procedimentos que você considere mais adequados.

Atividade 04) Propomos-lhe a seguinte experiência: 1- Faça um levantamento com sua turma: quais são os assuntos que mais mobilizam cada um? 2- Discuta com eles sobre esses assuntos: por que o interesse, quantos alunos estão ligados a ele, etc. 3- Proponha que cada grupo de interessados faça uma pesquisa sobre um dos assuntos, para posterior apresentação e discussão com a turma. 4- Discuta com eles as fontes e materiais mais adequados para se obter informação sobre cada assunto: outros professores, livros informativos, jornais e revistas, profissionais ou estudiosos ligados ao assunto, Internet, livros de literatura, outras obras de arte. 5- Todos os dias, estipular um tempo para uma reunião em grupo e apresentação de resultados e definição de novos avanços. (Você estará acompanhando as decisões de cada grupo, naturalmente.) 6- Defina com cada grupo data e forma de apresentação dos resultados. Dê liberdade a cada um deles para planejar sua apresentação de forma criativa. 7- Após a apresentação de cada grupo, ouça a opinião da turma: ajude-a a avaliar de forma adequada, com objetividade e respeito a cada trabalho. 8- Peça à turma que avalie a experiência, sintetizando os ganhos em termos de leitura (que material foi mais útil a seus objetivos) e conhecimentos (como seus horizontes foram alargados). Avalie você mesmo a experiência, ressaltando os avanços do grupo em todos os campos.

Atividade 05) 1. Leia com seus alunos a biografia de Carlos Drummond de Andrade, ou de outro autor cujos textos já tenham sido trabalhados em sala de aula. 2. Procure, com seus alunos, em livros didáticos, ou outros ao seu alcance, outros textos biográficos. 3. Analise os textos para que eles identifiquem que tipos de informações constituem um texto biográfico. 4. Proponha que cada um dos alunos elabore sua própria biografia, na terceira pessoa, como foi feita a de Carlos Drummond de Andrade. Obs. Uma variação sobre essa atividade pode ser, se houver possibilidade, os alunos elaborarem a biografia de alguém importante na escola ou na comunidade. Atividade 06)

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1. Leia abaixo uma terceira versão da fábula A CIGARRA E A FORMIGA com seus alunos. 2. Proponha exercícios de interpretação do texto e reflexão sobre os conceitos de trabalho da cigarra e da formiga. 3. Destaque a forma poética, com rima, métrica e ênfase no plano sonoro para comparar com os textos de Monteiro Lobato, que estão em prosa. Focalize, principalmente, a semelhança no tema e a diferença na composição linguística. Assim os alunos começam a ficar atentos para dois dos critérios em que se baseia a classificação de gêneros textuais. 4. Proponha que os alunos escrevam uma ou duas frases sobre a ―moral da história‖ que cada uma das versões admite. 5. Explicite, no quadro negro, as características que fazem desses textos uma fábula: personagens, temas, intenções do autor, conclusões do leitor. 6. Se seus alunos já podem interpretar textos mais densos, ou se você preferir trabalhar com outros gêneros, você poderá escolher um dos outros gêneros que foram objeto de nossas reflexões nesta unidade. O importante é que você ofereça aos alunos dois ou mais textos para que as características de um determinado gênero sejam detectadas a partir da comparação entre textos.

A cigarra e a formiga (La Fontaine) A cigarra, sem pensar em guardar a cantar passou o verão. Eis que chega o inverno, e então, sem provisão na despensa, como saída, ela pensa em recorrer a uma amiga: sua vizinha, a formiga, pedindo a ela, emprestado, algum grão, qualquer bocado até o bom tempo voltar. - Antes de agosto chegar, pode estar certa a Senhora: pago com juros, sem mora. Obsequiosa, certamente, a formiga não seria. - Que fizeste até outro dia? perguntou à imprevidente. - Eu cantava, sim Senhora, noite e dia, sem tristeza. - Tu cantavas? Que beleza? Muito bem: pois dança, agora...

Sobre o autor: Jean de La Fontaine foi um poeta francês que viveu entre 1621 e 1695. Tornou-se famoso por escrever fábulas inspiradas em clássicos gregos e latinos, como Esopo, Fedro e Horácio (que também tinham escrito fábulas). Em suas histórias entram elementos de comédia e narrativa dramática, com propósitos moralizantes. Seus personagens, na maioria animais que se comportam como seres humanos, servem para ridicularizar os defeitos humanos, apontando a natureza como exemplo a seguir na conquista da felicidade.

Atividade 07)

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1. Leve aos seus alunos uma letra musicada – que você considere atraente para a idade deles – e cante com eles, acompanhando a música e seguindo a letra por escrito. 2. Faça com eles uma interpretação do texto, em termos de tema, autor/leitor/ouvinte, formas de expressão, aspectos na construção dos sentidos, ideias sugeridas e/ou explícitas, e tudo o mais que achar interessante e pertinente – inclusive as razões por que os alunos gostam, ou não, da canção. 3. Compare com algum outro texto que tenha sido trabalhado sobre o mesmo tema, ou com o mesmo aspecto formal (poesia). 4. Provoque uma reflexão sobre a compatibilidade entre oralidade e escrita e sobre o fato de que alguns gêneros podem ser realizados pelas duas modalidades enquanto outros só ocorrem por escrito, ou oralmente. 5. Identifique com eles quem é o autor (ou autores) e quem são os ouvintes/leitores a que se destina o texto-canção. 6. Identifique algum traço linguístico que marque o destinatário da canção, como, por exemplo, gírias ou terminologia específica. 7. Leve-os, sobretudo, a reconhecer que gêneros textuais estão em toda parte, não apenas na escola.

Atividade 08)

1. Solicite a seus alunos que tragam para a sala de aula manuais que acompanham aparelhos e produtos, como, por exemplo, manual de liquidificador, de rádio relógio, de bicicleta, etc. 2. Como precaução, traga você também alguns textos desse gênero para a sala de aula. 3. Separe a turma em grupos de quatro ou cinco alunos. 4. Cada grupo deverá escolher para análise um dos textos trazidos pelos alunos. 5. Escreva no quadro de giz o roteiro para a análise, que pode pautar-se pela seguinte sugestão: (a) Qual o objetivo do texto? (b) A quem se dirige o texto? (c) Procure no texto um trecho que diga ao leitor sobre como deve proceder. (d) Sublinhe os verbos e diga em que tempos e modos verbais estão. (e) Circule palavras e expressões que indicam sequência de ações. 6. Os alunos devem, então, classificar o texto, levando em consideração as características encontradas. 7. Os alunos deverão analisar o texto e decidir sobre o tipo predominante com base nas sequências tipológicas de maior ocorrência. 8. A atividade conclui com uma justificativa por escrito sobre as razões que levam à classificação proposta. Essa justificativa vai incorporar os resultados das análises feitas segundo o roteiro.

Atividade 09)

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MÓDULO I

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

LÍNGUA PORTUGUESA

8º ANO (2010)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 69 LÍNGUA PORTUGUESA

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1. Leve a seus alunos um texto publicitário, que pode ser o seguinte: Ajudamos as pessoas a trabalhar juntas. Mesmo quando não estão juntas. 2. Analise com eles o gênero publicitário em termos de objetivos, destinatário, veículo, etc. 3. Analise com eles o jogo de informações que se estabelece entre a linguagem verbal e a imagem (linguagem não-verbal) 4. Analise com eles as sequências descritivas, narrativas e injuntivas que compõem o texto. 5. Observe com eles que o texto é apenas linguístico, pois as imagens pouco ou nada acrescentam às informações fundamentais do texto 6. Analise com eles o papel da linguagem não verbal nos objetivos sociocomunicativos do texto. 7. Solicite que eles tragam para a sala de aula outros textos publicitários para fazerem análises em grupos, a partir do roteiro já seguido em conjunto. 8. Lembre-se que o nível de profundidade na análise vai depender da maturidade e do nível de escolaridade de seus alunos. Você também pode buscar um nível mais complexo levando para a sala de aula alguns exemplos de textos publicitários mais sutis e elaborados.

Atividade 10) A seguir, apresentamos um texto que mostra a tonalidade emotiva das palavras. Você poderá usá-lo nas turmas de 5ª a 8ª séries, pois certamente o modo como a autora desenvolveu esse ―verbete‖ original vai agradar aos alunos e motivá-los a também apresentar as motivações que sentem nas palavras. Assim, a sala de aula será, mais uma vez, um espaço de interação. Se achar conveniente, faça ajustes na atividade, de modo a torná-la mais significativa para seus alunos. 1. Leia o texto para os alunos. Mostre que as definições de palavra expressam a tonalidade das palavras, o sentimento que cada uma desperta em quem as usa. 2. Peça aos alunos que também citem palavras e as motivações que sentem nelas. Liste-as no quadro e comente as impressões com a turma.

Palavra

As gramáticas classificam as palavras em substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, conjunção, pronome, numeral, artigo e preposição. Os poetas classificam as palavras pela alma porque gostam de brincar com elas e para brincar com elas é preciso ter intimidade primeiro. É a alma da palavra que define, explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e o significado para dizer o que quer, dar sentimento às coisas, fazer sentido. Nada é mais fúnebre do que a palavra fúnebre. Nada é mais amarelo do que o amarelo-palavra. Nada é mais concreto do que as letras c, o, n, c, r, e, t, o, dispostas nessa ordem e ditas dessa forma, assim, concreto, e já se disse tudo, pois as palavras agem, sentem e falam por elas próprias. A palavra nuvem chove. A palavra triste chora. A palavra sono dorme. A palavra tempo passa. A palavra fogo queima. A palavra faca corta. A palavra carro corre.

A palavra palavra diz. O que quer. E nunca desdiz depois. As palavras têm corpo e alma mas são diferentes das pessoas em vários pontos. As palavras dizem o que querem, está dito e pronto. As palavras são sinceras, as segundas intenções são sempre das pessoas. A palavra juro não mente. A palavra mando não rouba. A palavra cor não destoa. A palavra sou não vira casaca.

A palavra liberdade não se prende. A palavra amor não se acaba. A palavra ideia não muda. Palavras nunca mudam de ideia. Palavras sempre sabem o que querem. Quero não será desisto. Sim jamais será não. Árvore não será madeira.

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ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

LÍNGUA PORTUGUESA

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Lagarta não será borboleta. Felicidade não será traição. Tesão nunca será amizade. Sexta-feira não vira sábado nem depois da meia-noite. Noite nunca vai ser manhã. Um não serão dois em tempo algum. Dois não será solidão. Dor não será constantemente.

Semente nunca será flor. As palavras também têm raízes mas não se parecem com plantas, a não ser algumas delas, verde, caule, folha, gota. As células das palavras são as letras. Algumas são mais importantes do que as outras. As consoantes são um tanto insolentes. Roubam as vogais para construírem sílabas e obrigam a língua a dançar dentro. da boca. A boca abre ou fecha quando a vogal manda. As palavras fechadas nem sempre são mais tímidas. A palavra sem-vergonha está aí de prova. Prova é uma palavra difícil. Porta é uma palavra que fecha. Janela é uma palavra que abre. Entreaberto é uma palavra que vaza. Vigésimo é uma palavra bem alta. Carinho é uma palavra que falta. Miséria é uma palavra que sobra. A palavra óculos é séria. Cambalhota é uma palavra engraçada. A palavra lágrima é triste. A palavra catástrofe é trágica. A palavra súbito é rápida. Demoradamente é uma palavra lenta. Espelho é uma palavra prata. Ótimo é uma palavra ótima. Queijo é uma palavra rato. Rato é uma palavra rua.

Existem palavras frias como mármore. Existem palavras quentes como sangue. Existem palavras mangue, caranguejo. Existem palavras lusas, Alentejo. Existem palavras itálicas, ciao.

Existem palavras grandes, anticonstitucional. Existem palavras pequenas, microscópico, minúsculo, molécula, partícula, quinhão, grão, covardia.

Existem palavras dia, feijoada, praia, boné, guarda-sol. Existem palavras bonitas, madrugada. Existem palavras complicadas, enigma, trigonometria, adolescente, casal.

Existem palavras mágicas, shazam, abracadabra, pirlimpimpim, sim e não. Existem palavras que dispensam imagens, nunca, vazio, nada, escuridão. Existem palavras sozinhas, eu, um, apenas, sertão. Existem palavras plurais, mais, muito, coletivo, milhão. Existem palavras que são palavrão. Existem palavras pesadas, chumbo, elefante, tonelada. Existem palavras doces, goiabada, marshmallow, quindim, bombom.

Existem palavras que andam, automóvel. Existem palavras imóveis, montanha. Existem palavras cariocas, Corcovado. Existem palavras completas, elas todas. Toda palavra tem a cara do seu significado.

A palavra pela palavra tirando o seu significado fica estranha. Palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra, palavra não diz nada, é só letra e som.

Falcão, Adriana. Pequeno dicionário de palavras ao vento. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003, p.108-10.

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MÓDULO I

ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS

LÍNGUA PORTUGUESA

8º ANO (2010)

PROJETO (CON)SEGUIR – MÓDULO 1 – 8º ANO 71 LÍNGUA PORTUGUESA

- 2010

BIBLIOGRAFIA FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário de língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,

1986. Língua Portuguesa: orientações para o professor, SAEB/Prova Brasil, 4ª série/5º ano, ensino fundamental.

Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2009. Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 3 -

TP3: gêneros e tipos textuais. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. Programa de Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar II. Língua Portuguesa: Caderno de Teoria e Prática 4 -

TP4: Leitura e processos de escrita I. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008.