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Platão, que se interessava pelos efeitos da música nas pessoas, afirmava que ela “é o
remédio da alma e tem poder de transformar.”
A música erudita, em especial, é considerada por suas propriedades de acalmar, promover elevação espiritual, harmonizar sentimentos.
Mas, atualmente, poucas pessoas consideram que
conhecem a música erudita e, também, é reduzido o número
daqueles que a apreciam.
Entretanto, as pessoas que afirmam desconhecer ou desgostar da música erudita já devem ter ouvido mais música orquestral e devem ter se emocionado com ela muito mais
do que imaginam.
A música erudita está presente em filmes, em programas de televisão, para dar o tom da emoção a uma cena ou evento...
...o medo e o terror em filmes como Psicose, de Alfred Hitchcock
o humor em desenhos animados
o clima de amor em filmes românticos
o sentimento de ação em jogos de video-game
Se você prestar atenção perceberá que composições eruditas estão por toda a parte.
A primeira coisa que as pessoas normalmente notam quando ouvem música sinfônica é a sua
GRANDIOSIDADE e a sua complexidade.
A produção de música erudita tem uma longa história, que se inicia
no período Barroco, de 1600 a 1750.
Nessa época, a música era concebida para os
reis, a nobreza e a Igreja.
Assim como a arquitetura, a pintura e a escultura dessa época, a música era cheia de
detalhes, pode se dizer exagerada e impactante.
Em Veneza, na Itália, compositores compunham músicas para serem tocadas na Catedral de São
Marcos.
Os músicos se colocavam nos balcões perto do altar e por toda igreja, para envolver os ouvintes
na música. Assim nasceu a música orquestral.
Entre os músicos dessa época estão Vivaldi e Bach.
Antônio Vivaldi era um padre e músico veneziano, com grande talento para o violino.
Seus concertos ficaram famosos na Europa e o formato que ele desenvolveu serviu de modelo para concertos compostos por todo o mundo.
Ele combinava 3 partes, chamadas movimentos, cujo andamento variava de rápido, para o lento e novamente para o rápido.
Vivaldi compôs cerca de 500 concertos para instrumentos solo e orquestras, mas sua obra
mais famosa é “As Quatro Estações”, uma série de quatro concertos para violino.
Um concerto é uma peça musical de média duração, que consiste na oposição de um ou
mais instrumentos solistas a uma orquestra ou a um grupo instrumental que executa o
acompanhamento.
Outro compositor importante foi Johann SebastianBach, um grande músico na sua época e ainda hoje comemorado.
Apesar de não ter sido conhecido mundialmente em vida, depois de quase 100 anos de sua morte, quando outro músico, Mendelssohn, o descobriu.
Uma de suas composições mais famosas foi um peça composta para músicos que tocam instrumentos de teclas, chamada “O cravo bem-temperado”.
O período da música clássica iniciou aproximadamente em 1770 e se estendeu até 1830.
As músicas eram mais simples que aquelas do Barroco, pois objetivavam agradar a pessoas
comuns, como comerciantes e professores que lecionavam a crianças.
Essa era a época chamada Idade da Razão, da invenção da eletricidade, das grandes edificações.
Havia muitos comerciantes que financiavam a produção artística, o que era chamado de
mecenato, em homenagem a Caio Mecenas, conselheiro do imperador romano César.
Um dos grandes compositores dessa época é Haydn, que viveu de 1732 a 1809.
Fanz Joseph Haydn foi um compositor austríaco, excelente professor, que teve como alunos
Mozart e Beethoven.
Compôs 104 sinfonias, óperas e peças religiosas, lançando as bases da música produzida após sua
obra.
Mozart, outro músico da época clássica, foi considerado um menino-prodígio, pois desde
criança, aos 5 anos, apresentava talento excepcional para a música.
Ele era capaz de compor uma música ‘de uma vez’, como se tivesse ‘inteira na cabeça’. Certa
vez ele disse:
“Eu componho música como um porco faz xixi.”
Beethoven (1770-1827) foi outro músico clássico importante, não apenas por seu talento e gênio, mas também porque sua música refletia a arte e
pensamento da era clássica.
Ele foi o responsável por lançar os elementos do romantismo na música, fazendo uma ponte
entre os dois períodos.
Uma das obras mais marcantes de Beethoven também foi uma das últimas, a Nona sinfonia.
O impacto que essa obra teve sobre o público de sua época e até hoje é impressionante.
O coro da Nona de Beethoven pode ser composto por 35 vozes, mas muitas vezes se apresentam
como se fossem mais de 100. Com vozes humanas cantando “Ode à alegria”, do poeta Schiller,
Beethoven conseguiu transmitir uma mensagem de paz e fraternidade da forma mais eficaz do que
seria possível por qualquer outro meio.
No período romântico a música orquestral já havia avançado muito. Era dotada de floreados e
profusão de notas como no barroco, mas com a simplicidade reflexiva da era clássica.
Os compositores românticos aceitaram de bom grado as lições dos períodos anteriores e deram à
música paixão e dramaticidade.
Usavam a música para imprimir paixão, tristeza e outros sentimentos arrebatadores. Os músicos
nessa época eram vistos como estrelas, assim como são hoje.
Entre os compositores dessa época estão:
Wagner (1813-1883)
Tchaikovsky (1840-1893)
Brahms (1833-1897)
Na era moderna, a música orquestral passa por muitas mudanças. Os compositores passam a
explorar novos tipos de músicas e instrumentos, além de diversificar as formas de compor e executar
as obras musicais.
A pintura, a poesia e até os caubóis passam a ser inspiração para músicas.
Elementos de todos os períodos anteriores se fundem, além de incorporar músicas de outras épocas, locais, culturas.