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Os combustíveis alternativos no Brasil 1. Introdução Biocombustível é todo e qualquer material proveniente de matéria viva o qual pode ser diretamente aproveitado como combustível na obtenção de energia. Contudo, a característica principal que define este tipo de combustível é a possibilidade de sequestro de carbono atmosférico o que anula a emissão do gás carbônico (CO2). Isso também não significa que será uma fonte de energia 100% limpa, já que de um ponto de vista mais amplo pode-se dizer que existe um mito sobre a ideia de biocombustível totalmente limpo. Gases de nitrogênio, monóxido de carbono dentre outros também são liberados quando ocorre a queima de qualquer biocombustível. Legislação Brasileira (Lei nº 9.478/97, art. 6º, inciso XXIV). Combustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna ou, conforme regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil. Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Qualquer combustível líquido, gasoso ou sólido, produzido a partir de matéria orgânica animal ou vegetal, como, por exemplo, o óleo de soja, o álcool da fermentação do açúcar, o licor negro como combustível proveniente do processo de fabricação do papel, da madeira, entre outros. Todo combustível sólido, líquido, gasoso de origem biológica renovável, não fóssil. Todo material orgânico gera energia, mas o biocombustível é fabricado em escala comercial a partir de produtos agrícolas, como: Cana-de-açúcar Mamona Soja Girassol Dendê Biomassa florestal Resíduo orgânico

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Os combustíveis alternativos no Brasil

1. Introdução

Biocombustível é todo e qualquer material proveniente de matéria viva o qual pode ser diretamente aproveitado como combustível na obtenção de energia. Contudo, a característica principal que define este tipo de combustível é a possibilidade de sequestro de carbono atmosférico o que anula a emissão do gás carbônico (CO2). Isso também não significa que será uma fonte de energia 100% limpa, já que de um ponto de vista mais amplo pode-se dizer que existe um mito sobre a ideia de biocombustível totalmente limpo. Gases de nitrogênio, monóxido de carbono dentre outros também são liberados quando ocorre a queima de qualquer biocombustível.Legislação Brasileira (Lei nº 9.478/97, art. 6º, inciso XXIV). Combustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna ou, conforme regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil.

Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC). Qualquer combustível líquido, gasoso ou sólido, produzido a partir de matéria orgânica animal ou vegetal, como, por exemplo, o óleo de soja, o álcool da fermentação do açúcar, o licor negro como combustível proveniente do processo de fabricação do papel, da madeira, entre outros.

Todo combustível sólido, líquido, gasoso de origem biológica renovável, não fóssil.

Todo material orgânico gera energia, mas o biocombustível é fabricado em escala comercial a partir de produtos agrícolas, como:• Cana-de-açúcar• Mamona• Soja• Girassol• Dendê• Biomassa florestal• Resíduo orgânico

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2. Desenvolvimento2.1. Historia dos combustíveis através do tempo.

A busca do homem por melhores condições de vida acabou trilhando o desenvolvimento dos vários combustíveis que marcam a história humana. Nesse percurso, podemos destacar que a mais recente preocupação de cientistas e estudiosos é desenvolver fontes de energia com impacto ambiental reduzido ou nulo.

A madeira é a mais antiga fonte de energia que se tem conhecimento. Nos tempos pré-históricos, a lenha era instrumento fundamental afastar as temperaturas extremas do inverno, afugentar animais ferozes e incrementar o preparo dos alimentos. Apesar de muito poluente, a madeira ainda é largamente utilizada em países que apresentam um tímido desenvolvimento industrial.

Com a Revolução Industrial, a exploração das fontes de energia sofreu uma de suas mais importantes guinadas. O desenvolvimento de novas tecnologias e a produção em larga escala motivou a busca por novos combustíveis. Nesse contexto, entre os séculos XVIII e XIX, o carvão mineral se tornou indispensável para o funcionamento dos primeiros motores movidos a vapor. Nos dias de hoje, após sofrer uma acentuada queda em seu uso, o carvão mineral dá sinais de recuperação com as crises do setor petrolífero.

Nos primeiros anos do século XX, a popularização dos automóveis ampliou ainda mais a demanda internacional por combustíveis de alto desempenho. Dessa forma, os combustíveis fósseis (então somente empregados na obtenção do querosene) passaram a ser fonte de obtenção da gasolina. Algumas décadas mais tarde, essa mesma tendência transformou o diesel em um combustível de grande uso a partir da Segunda Guerra Mundial.

Na década de 1940, o desenvolvimento da física possibilitou que a energia nuclear fosse explorada por conta do potencial de produção energética. Mesmo com este argumento atrativo, a construção de usinas nucleares gerou grande preocupação entre as autoridades políticas e ambientais. A manutenção desse tipo de unidade energética envolve um rigoroso controle e qualquer acidente pode promover um impacto de sérias proporções.

Ao longo da década de 1970, as duas crises do petróleo instigaram a busca por novas fontes de energia, incluindo o Brasil. Por meio da fermentação da sacarose, o álcool anidro passou a ser empregado em veículos e oferecia índices menores na emissão de gases poluentes. Obtido pela cana-de-açúcar, esse tipo de combustível teve grande demanda até a década de 1980. Atualmente, a sua presença no mercado internacional ganhou novo impulso com o desenvolvimento dos veículos bicombustíveis.

Nas últimas décadas, a preocupação com os impactos ambientais causados pela emissão de gases poluentes demarcou uma fase inédita na história dos combustíveis. A construção das usinas hidrelétricas, as placas de captação da energia solar e a energia eólica ganharam destaque enquanto fontes limpas de energia. Apesar de seu alto custo de produção, esses recursos alternativos respondem à emergência de problemas muito mais urgentes.

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2.2. A prática de Cartéis no BrasilA economia de mercado visa o bem estar do consumidor e a concorrência

saudável entre os concorrentes ou produtores, a fim de maximizar seu lucro a uma limitação tecnológica e orçamentária de acordo com sua produtividade na política de livre mercado implantada no início do plano real onde prevalece a lei da oferta e da demanda, extinguindo o controle de preços até então.

Um dos aspectos que prejudicam este bem estar do consumidor e causa uma ineficiência no mercado econômico é a prática de cartéis, onde um conjunto de vendedores supostamente concorrentes se junta secretamente para trabalhar com preços combinados acima do previsto evitando ou até eliminando a concorrência e consequentemente protegendo-se da força do mercado.Os cartéis podem ser considerados como falhas no sistema econômico devido à sua ação e difícil identificação efetiva no mercado brasileiro, pois essa prática já é conhecida e mais investigada nos Estados Unidos onde o comércio afetado é muito maior. 

Alguns setores identificados no Brasil como o do aço, o farmacêutico em relação aos genéricos, o de jornais, o de transporte coletivo urbano e o de postos de combustíveis podem servir de exemplo, porém, a punição precisa ser efetivada e mais contundente pelos órgãos responsáveis que vem se desenvolvendo, e também se aprofundando para lidar com a sofisticação do método de atuação dos cartéis.

Casos de maior incidência de cartéis no Brasil ocorrem nos postos de combustíveis onde casos como de Florianópolis, Belo Horizonte, Salvado, Brasília e Rio de Janeiro foram descobertos e alguns deles já julgados pela prática ilícita de fixação de preços combinados que ferem a política de demanda e oferta instituída no lugar do controle de preços, porém continuam prevalecendo sobre as práticas aderidas por alguns setores em questão.

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3. Veículos automotores e seus combustíveisA pesquisadora Ermínia Maricato, com passagem pela USP e pelo governo

federal, aponta que os carros são responsáveis por 76% da poluição nas cidades.Enquanto mais velho, o carro tende a poluir em proporção maior. Estudos indicam que veículos com 15 ou mais anos de fabricação chegam a poluir 28 vezes a mais que os novos.

Nessa matemática, um bom transporte coletivo teria efeito positivo para se reduzir a poluição. Isso porque um carro polui 17 vezes a mais do que o ônibus.

Uma moto polui 23,2 vezes a mais do que um ônibus. Os sistemas para filtrar os gases poluentes das motos estão aquém dos produzidos para os outros veículos.

Imaginar o mundo sem carro é tarefa difícil para a maioria de nós. Afinal, deslocamentos diários, como ir ao trabalho e levar os filhos a escola, são facilitados pelos automóveis.

3.1. Gás natural (GN)O Gás Natural é uma mistura estável de gases em que o constituinte principal é o

Metano – CH4 (83 a 99%). Trata-se de um combustível fóssil mais limpo do que o petróleo e o carvão, e um dos combustíveis mais seguros: não é tóxico e é mais leve que o ar.

Daí que as vantagens do gás natural (GN) como combustível para o transporte são várias, seja a nível económico, quer ambiental e de segurança, ou em termos de abundância deste recurso.

Em nível de economia, o gás natural custa cerca de 70% menos que o gasóleo e ainda consomem um combustível de queima limpa, que reduz a necessidade de manutenção no que diz respeito a trocas de óleo.

Sendo o gás natural o combustível fóssil menos poluente de todos, as vantagens ambientais diretas são várias. Várias fontes indicam que as emissões de dióxido de carbono(CO2) dos veículos a GN podem ser até 20% inferiores; as emissões de óxidos de azoto(NOx) 40% inferiores; não emite dióxidos de enxofre(SOx), e sua contribuição para a formação de ozono troposférico é muito inferior. Além disso, o processo de transformação do metano em combustível é muito menos exigente em termos

energéticos do que o processo de transformação dos combustíveis convencionais derivados do Petróleo. Assim, o GN é um combustível ambientalmente mais limpo, quer em nível de produção, quer em nível de consumo.

Os veículos movidos a GN são tão seguros quanto os veículos que operam com combustíveis tradicionais como a gasolina. O gás natural, ao contrário dos combustíveis líquidos e do GPL, dissipa-se na atmosfera

em caso de acidente, evitando-se os riscos de incêndio criados por poças de gasolina ou gasóleo no chão.

Relativamente à abundância, o número de anos de consumo das reservas de GN é muito superior ao do petróleo. Há quem refira que mesmo depois de acabarem as reservas de petróleo recuperáveis do planeta ainda haverá GN disponível para 30 a 40 anos de consumo.

Na ausência de uma rede de abastecimento convencional, tem vindo a ser usado preferencialmente em frotas cativas, com pouca exigência de autonomia e com abastecimento centralizado.

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Outra desvantagem do GN relaciona-se com o facto de os reservatórios ocupam 4 a 5 vezes mais espaço que os combustíveis tradicionais (nos autocarros localizam-se no tejadilho).

Diversos veículos a gás natural circulam já pelas nossas cidades. A Carris (Lisbos), por exemplo, tem ao seu serviço, desde Setembro de 2001, 20 autocarros de piso rebaixado, VOLVO B10L a gás natural comprimido, dispondo de motores de 244 cv (às 2000 r.p.m.), tendo em 2004, adquirido mais 20 autocarros a gás natural, no âmbito da renovação da sua frota.

3.2. Veículos a Hidrogénio (pilha de combustível)Este elemento químico além de abundante, permite através de pilhas de

combustível produzir electricidade e retornar vapor de água, reduzindo a emissão poluentes na produção de electricidade. O rendimento é elevado, da ordem dos 50 a 60%, são silenciosas, não dispõem de órgãos mecânicos, o que faz reduzir os custos de manutenção, e também não produzem vibrações. O Hidrogénio, por outro lado, é praticamente inesgotável.

O princípio da pilha de combustível "fuel cell", baseia-se no processo electroquímico que combina directamente Hidrogénio com Oxigénio do ar, a uma temperatura da ordem dos 100ºC, produzindo electricidade e vapor de água.

O maior problema é o facto de não se encontrar hidrogénio isoladamente na natureza, pois encontra-se sempre combinado com outros elementos: oxigénio, carbono, etc. sob a forma de água, metanol, gasolina, ou gás natural. Assim, é necessário possuir uma unidade para reformar o combustível e extrair o hidrogénio. Este processo, embora mais eficiente que a combustão dos combustíveis fósseis liberta gases de efeito estufa (é certo que em menor quantidade).

Apesar dos esforços recentes, existem ainda muitos obstáculos ao desenvolvimento desta tecnologia, que se relacionam com o custo de produção e armazenagem elevado; a pilha de combustível ainda tem um custo muito elevado, e o peso e volume por kw é ainda muito elevado; a autonomia do veículo é reduzida; e o custo do autocarro é também elevado.

As células de combustível em Portugal ainda estão em fase de projecto, a nível dos Institutos de Investigação ou Departamentos universitários, como o INETI (Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial), o IST (Instituto Superior Técnico) o INEGI (Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial) e a faculdade de Engenharia do Porto.

Um dos projectos com mais relevância nestas instituições é o Projecto CUTE (Clean Urban Transport for Europe), cujo objectivo é desenvolver e demonstrar um sistema de transporte livre de emissões e com baixo ruído que, incluindo a respectiva infra-estrutura energética, tem um grande potencial para reduzir a emissão de gases de efeito de estufa. O projecto CUTE prevê a experiência de 3 autocarros com célula de combustível abastecidos a hidrogénio durante 2 anos em 10 cidades Europeias.

No âmbito da participação no projecto CUTE, a STCP (Sociedade de Transportes Colectivos do Porto, SA) terá um total de 27 autocarros que circularão no Porto. A alimentação é constituída por uma pilha de combustível com uma potência de 250 kW, que juntamente com o restante do sistema está montado no tecto do autocarro. O módulo de armazenamento consiste em 9 cilindros de 205 litros para uma capacidade total de 44 kg de hidrogénio a 350 bar.

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3.3. Veículos eléctricosOs veículos eléctricos são veículos rodoviários que se diferenciam dos veículos

usuais pelo facto de utilizarem um sistema de propulsão eléctrica. Em alternativa à solução comum, em que a propulsão tem por base um depósito

de combustível, um motor de combustão interna (que converte a energia armazenada no combustível em energia mecânica) e um sistema de transmissão mecânica às rodas, os veículos eléctricos utilizam motores eléctricos, que convertem energia eléctrica na energia mecânica necessária à sua propulsão.

Enquadrado na necessidade de soluções que contrariem a situação criada no sector dos transportes rodoviários, a utilização dos veículos eléctricos rodoviários surgem como uma alternativa para determinadas aplicações de mobilidade e transporte. No mercado, é já hoje possível encontrar desde veículos com duas rodas a veículos pesados com propulsão eléctrica, passando por veículos utilitários, automóveis de passageiros, veículos comerciais, autocarros de passageiros e veículos variados de utilização específica.

3.4. Veículos a BiodieselO Biodiesel é um combustível obtido a partir de óleos vegetais principalmente

de girassol.O Biodiesel é uma energia renovável e, portanto uma alternativa aos

combustíveis tradicionais, como o gasóleo, sendo também um combustível que reduz determinadas emissões poluentes, nomeadamente as de dióxido de carbono. Outra vantagem do Biodiesel é o facto de promover o desenvolvimento da agricultura nas zonas rurais mais desfavorecidas, criando emprego e evitando a desertificação. Além disso, contribui para reduzir a dependência energética do nosso País e a saída de divisas pela poupança feita na importação do petróleo bruto.

O Biodiesel pode utilizar-se em motores Diesel, em mistura com o Gasóleo (geralmente, na proporção de 5 a 30%) ou puro.

A experiência que está a ser levada a cabo em Portugal pretende chamar a atenção para a potencialidade do nosso País na produção de Biodiesel derivado do óleo de girassol, em certas zonas rurais, como o Alentejo, que apresentam condições propícias ao cultivo desta planta (em particular, na zona de regadio proporcionada pela Barragem do Alqueva). Quer-se também provar que o Biodiesel assim obtido é tão aceitável como o derivado do óleo de colza (maioritariamente produzido na Europa Central).

Outro objectivo desta iniciativa é tornar viável o projecto de instalação de uma unidade de produção de Biodiesel, a partir de óleo de girassol.

Assim, já estão em circulação 18 autocarros da Carris com mistura de 10% de Biodiesel.

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4. ConclusãoAfinal de contas, como seriam os meios de transportes no futuro?Se pensarmos nos desenhos e filmes que mostram o futuro, os meios de transportes parecem que serão cada vez mais tecnológicos.Mas, existe uma preocupação mundial em torno do aquecimento global e de encontrar uma forma de produção de combustíveis alternativos que não prejudiquem tanto o meio ambiente no presente e no futuro.As pesquisas com combustíveis alternativos tem avançado cada vez mais, o Brasil tem apostado muito nos biocombustíveis.Estes combustíveis são de vital importância pois diminuem os impactos causados ao meio ambiente, além de poderem ser usados em carros, ônibus, aviões, caminhões, trens, tratores e outros meis de transportes.O preço do barril e a estimativa que o petróleo irá acabar algum dia, também fazem uma aceleração do processo na busca de novas fontes de energia para os meios de transportes.A produção destes combustíveis já é realizada, mais em baixa escala.É necessário um maior investimento na produção destes combustíveis para que haja futuro.A população mundial tem crescido e com ela os meios de transportes para atendê-la, assim como a emissão de gases poluentes na atmosfera.A necessidade do mundo ter combustíveis alternativos é evidente, primordial e essencial.O que falta, então?Atitude.Menos teoria e mais prática.