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JONES L. AIRES

Os implícitos textuais

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J O N E S L . A I R E S

Leitura:

Num primeiro momento, a leitura

é apenas a decifração do código

linguístico. É a leitura das séries

escolares iniciais.

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A leitura efetiva, que depende da

maturidade linguística do aluno, só ocorre a

partir do entendimento, não só das mensagens

explícitas (o que está dito), mas também (e

principalmente) do entendimento dos

implícitos textuais, do que deve ser entendido

(pressuposto), mas que não está dito

textualmente, e do que pode ser entendido

(subentendido) em decorrência da relação

entre o texto e o contexto, pela perspectiva do

receptor.

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MENSAGENS EXPLÍCITAS

Aquilo que está dito no texto, que aparece nas

perguntas de compreensão do texto. O que é

ensinado nas séries iniciais do fundamental.

Para assegurar uma boa leitura, é preciso estar

atento a situações em que apenas a apreensão do

sentido literal não é o bastante para compreensão do

texto.

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MENSAGENS IMPLÍCITAS

O que não está dito aparece de duas formas:

O que deve ser entendido a partir de “marcas” que estão

no texto: os pressupostos.

O que pode ser entendido, a partir de relações entre o texto

e o contexto, pela perspectiva do receptor: os subentendidos.

A incapacidade de compreensão de implícitos faz com que

o leitor fique preso ao nível literal do enunciado, aquele em que

as palavras valem apenas pelo que são, não pelo que sugerem

ou podem dar a entender.

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AS INFERÊNCIAS

Podemos depreender informações a partir de

um texto. Fazer uma inferência significa concluir

alguma coisa a partir de outra já conhecida.

Fazer inferências é uma habilidade

fundamental para a interpretação adequada dos

textos e dos enunciados.

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PRESSUPOSTOS

Repare que as informações pressupostas

estão marcadas através de palavras e

expressões presentes no próprio enunciado e

resultam de um raciocínio lógico.

os pressupostos são partilhados por

enunciadores e receptores.

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O tempo continua chuvoso. (Ainda chove.)

João deixou de fumar. (João fumava antes.)

Os resultados da pesquisa ainda não chegaram.

(Pressupõe-se que os resultados já deveriam ter

chegado ou que os resultados vão chegar mais tarde.)

Desde que Ricardo casou, não cumprimenta mais as

amigas. (Pressupõe-se que Ricardo cumprimentava

as amigas antes de se casar.)

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SUBENTENDIDOS

As informações subentendidas não são

marcadas no próprio enunciado, são

apenas sugeridas, ou seja, podem ser

entendidas como insinuações. Os

subentendidos são de responsabilidade do

receptor. Há sempre, portanto, uma forma

de escamotear o raciocínio ímplicito por

subentendidos.

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Nossa! Está muito calor aqui dentro!

Meu Deus, que exagero!

O que você vai fazer hoje à tarde?

Amanhã tenho o dia todo livre.

Gostei muito desse brinquedo.

Faz tempo que não ganho presente.

Minha mãe sempre compra sorvete.

Se eu tivesse dinheiro, comprava essa camiseta.

Quando eu trabalhar, vou poder comprar esse tênis.

Sempre sonhei ter um brinco assim.

Meu amigo sempre vai lá com a namorada.

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“Eles (os subentendidos)só podem ser

entendidos por um trabalho de conjectura, a partir

da análise de uma avaliação global da situação

comunicativa, em que o ouvinte tenta recuperar a

intenção do falante a partir de dados

circunstanciais.

Essas mensagens são tidas como indiretas, o

que permite ao ouvinte indagar: o que será que se

quis dizer com isso?”

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Há uma diferença básica entre os dois tipos de

raciocínio de que se está tratando aqui.

Enquanto nos pressupostos a informação é

estabelecida como indiscutível, portanto não pode ser

negada e serve de base para uma posterior

argumentação, nos subentendidos, há somente

raciocínios indiretos, que podem não ser aceitos ou

reconhecidos pelo ouvinte.

Enfim, conclui-se que se podem negar os

subentendidos, enquanto que não se negam os

pressupostos.

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FONTES CONSULTADAS:

Foram consultados os seguintes autores:

José Carlos Fiorin. (Para entender o texto: leitura e redação)

Francisco Platão Savioli. (Para entender o texto: leitura e redação)

José Carlos de Azeredo.(Gramática Houaiss da Língua Portuguesa)

Maria Aparecida Linus Pauliukonis (Texto e discurso: os

processos de desvendamento inferencial)

Célia Maria Gonçalves Nunes Lobo (A inferência no livro didático:

análise de atividades de compreensão e interpretação textual)

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