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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS COLÉGIO TECNICO CIENCIAS SOCIAIS GEOPOLÍTICA PROF. ELIEZER “OS INIMIGOS ÍNTIMOS DA DEMOCRACIA”, DE TZVETAN TODOROV Turma: 301 Nomes: Alice Freitas, Esther Iolanda, Isabela Conceição, Keslya Jennifer, Julia Alvarenga, Maria Clara. Os inimigos não são mais externos, são internos, íntimos.

Os inimigos intimos da democracia

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Apresentação do livro Os inimigos íntimos da democracia, de Tzvetan Todorov

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Page 1: Os inimigos intimos da democracia

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS COLÉGIO TECNICO CIENCIAS SOCIAIS

GEOPOLÍTICA PROF. ELIEZER

“OS INIMIGOS ÍNTIMOS DA DEMOCRACIA”,

DE TZVETAN TODOROV

Turma: 301 Nomes: Alice Freitas, Esther Iolanda, Isabela Conceição, Keslya Jennifer, Julia Alvarenga, Maria Clara.

Os inimigos não são mais externos, são internos, íntimos.

Page 2: Os inimigos intimos da democracia

O LIVRO E O AUTOR Informações básicas sobre o livro e o seu autor

Page 3: Os inimigos intimos da democracia

• Tzvetan Todorov, o autor do livro, é

um filósofo e linguista búlgaro.

• Frequentou o curso de Filosofia da Linguagem

• Atualmente dirige o Centro de Pesquisa sobre as

Artes e a Linguagem de Paris.

• Publicou um número considerável de obras, que

estão hoje traduzidas em vinte e cinco idiomas

QUESTÃO PRINCIPAL ABORDADA NO LIVRO:

empecilhos que a democracia

encontra em si mesma para sua efetivação.

Page 4: Os inimigos intimos da democracia

CRÍTICA

“O tema é pesado mas o texto é leve, flui.[...] Os conceitos são

densos, mas o olhar é novo, o ângulo é singular.[...] O leitor pode

passear pela religião, pela filosofia, pela história e pela geografia,

pelos interesses e pela alma humana sentindo a mão de Tzvetan a

guiá-lo. O passeio é breve, mas intenso.[...] A abordagem desse

livro é original, consistente e oportuna.”

Segunda opinião

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ASPECTOS PRINCIPAIS DE CADA CAPÍTULO

O livro é composto por 7 capítulos sobdivididos em tópicos. Por esse motivo, os assuntos de cada capitulo serão

subdividido em seus respectivos tópicos.

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O MAL-ESTAR NA DEMOCRACIA Cap. 1

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I. Os paradoxos da liberdade

• Contexto da Bulgária comunista onde o autor vive grande parte da vida.

• Regime totalitário

• Falta de liberdade

• O que ele achava : “liberdade” = Valor fundamental da democracia.

• O que ele descobre : “liberdade” = Perigo para a democracia.

II. Inimigos externos e internos • Choque entre regimes democrático e totalitário (2ª Guerra Mundial)

• Fim da ameaça comunista

• Novo inimigo: Islamismo integralista (ataque às torres gêmeas)

• Reação exagerada ao terrorismo

• Situação paradoxal “O Mal surgindo do Bem” – A democracia produz nela mesma, forças que a ameaçam.

Page 8: Os inimigos intimos da democracia

III. A democracia espreitada pelo descomedimento

• O que é a democracia:

– O poder é do povo

1-Não promete a população a salvação;

2- Recusam atitudes fatalistas de resignação;

3- Princípios de igualdade e liberdade;

4- Pluralismo.

• Extinção do direito divino

• O povo, a liberdade e o progresso devem andar juntos, o perigo surge quando um desses elementos é isolado e absolutizado.

• Surgem os inimigos íntimos da democracia.

(um dos aspectos da democracia sobressai o outro)

• A palavra chave é: Pluralismo

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UMA CONTROVÉRSIA ANTIGA Cap. 2

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I. Os personagens

• Contexto Roma do século IV

• PELÁGIO, um pregador vindo das Ilhas Britânicas.

• AGOSTINHO nasce na África, se converte ao catolicismo na Itália.

• Autor do livro “As confissões”

II. Pelágio: vontade e perfeição

• O ser humano não pode ser dotado de uma natureza inteiramente má.

• O homem dispõe de uma vontade livre “Deus criou o homem e o entregou ao poder de sua própria decisão”.

• Não a submissão e humildade, e sim ao caráter e autonomia (não é necessário ser cristão para obter a salvação)

• A perfeição é acessível aos humanos, nenhum esforço é excessivo “Sereis perfeitos como o pai celeste é perfeito”

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III. Agostinho: Inconsciente e pecado original

• O homem não é dono de si, sua consciência/vontade não é acessível

• O Pecado original é o motivo da fraqueza de todos os indivíduos (se deve a desobediência -> opção pelo orgulho em detrimento da humildade)

• Caminhos para a salvação:

1- força da fé (e não da vontade/razão),

2- a graça divina (e não pela liberdade de escolhas).

• Visão pessimista: a iniciativa pessoal é inútil (o homem é impotente)

• Maior tolerância. Não convém ser excessivamente severo. A igreja acolhe a todos.

IV. O resultado do debate

• Na época, Agostinho vence o debate e os seguidores de Pelágio são expulsos da Igreja.

• Agostinianos e pelagianos • Humanistas: defesa das

capacidades humanas; e Iluministas: defesa da razão; se aproximam das teses pelagianas.

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O MESSIANISMO POLÍTICO Cap. 3

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I. O momento revolucionário

• Atitude moderada passa por críticas. Com empenho, o mal pode ser erradicado.

De atitude passiva → ativismo inflamado

• Projeto Palagiano sofre duas mudanças:

1- Se desloca do individual para o coletivo.

2- Se liberta da moldura religiosa.

• Messianismo político. Necessidade de perpetuação do Bem através da violência. “Para alcançar o Bem supremo todos os caminhos são bons”

• OBJETIVO: Estabelecer o paraíso na Terra.

• MEIOS → Revolução e terror.

II. A primeira onda: guerras revolucionárias e coloniais

•Revolução → guerra em domicilio.

•Guerra → continuação da revolução em outros

países.

•Levar a fraternidade e o socorro a todos os povos

(se necessário através da força)

•-Liberdade Universal.

•Conquistas napoleônicas

•Franceses se sentem superiores – No topo da

civilização.

•Tirar as populações da barbárie é seu dever de

civilizado, se elas não tiverem consciência

•disso é preciso coagi-las - “civilizá-las ou fazê-las

desaparecer”

Page 14: Os inimigos intimos da democracia

III. A segunda onda: o projeto comunista •Transformação do projeto messiânico original (Interior → exterior)

•Conspiração dos iguais (a favor da retomada do projeto messiânico

original)

•São propostas variantes do socialismo: a mais aceita é a de Karl Marx

e Friedrich Engels – fundadores do comunismo.

•Livro “Manifesto do partido comunista” - formulação de uma

sociedade perfeita.

•Nova fase do messianismo.

Contexto → admiração geral pelas conquistas da ciência.

Revolução Industrial.

•“O marxismo é onipotente porque é verdade” Por ser baseado nas leis

da ciência são intolerantes a qualquer opinião divergente.

OBJETIVO: acabar com todas as diferenças entre os grupos “A

existência da burguesia não é mais compatível com a sociedade”.

IV. A terceira onda: impor a democracia pelas bombas •Messianismo político nas democracias modernas, após a queda comunista. • Impor democracia e princípios (direitos humanos) pela força → ameaça interna • OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) - Primeira intervenção na Iugoslávia.

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V. A guerra do Iraque •“Direito de ingerência”, tomada de decisões pelos EUA. •Impor o Bem, com o pretexto de garantir segurança internacional, “polícia” •Impor os valores através de guerra, contra os que não compartilham do mesmo ideal → menos dignidade para os povos •“Triunfo da liberdade sobre os inimigos” → freio do próprio ser humano. •Superioridade da causa, “missão”. Impor vontade dos EUA no planeta •2003 – 2011, cai ditadura de Saddam, 100:1 vítimas iraquianas x americanas

VI. Danos internos: tortura •Tortura nas prisões, não só no Iraque •Não provocadas pela urgência do momento, a tortura é a norma •Procedimentos fixados e detalhados •Vários graus de intensidade, e participação de vários grupos de profissionais •Um Estados que legaliza a tortura não é mais uma democracia •Na guerra, há maior aceitação; impõe submissão •Chefes de Estados, sem freio externo → camuflagem de intenções •Ameaça à democracia: sociedade de segurança absoluta.

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VII- A Guerra do Afeganistão

• Consequência do 11 de Setembro ataques

• Emoção intervenção de legítima defesa

• Objetivo: transformar o país numa democracia que respeite os DH segurança do país não alcançado

• Ambiente hostil bombardeios pelos ocupantes morte de inocentes + inimigos Menos eficácia

• “Talibãs” pela mídia na realidade é um grupo heterogêneo mas com um inimigo em comum

• Objetivos declarados x realidade da população afegã como contar com apoio da população?

• Terrorista sensível à humilhação ataque pelos americanos através da internet no Ocidente

• Agressões deveriam chocar os Ocidentais; orçamento dos aliados

VIII- A tentação do orgulho e do poder • Obama justifica como uma “guerra

justa” legítima defesa, força

proporcional, população civil poupada

• Objetivo declarado x perseguido

• “Missão” de garantir segurança mundial,

crença coletiva

• Justificativa da força como autodefesa

impor o Bem

• Superioridade militar + busca ao poder

legitimação da guerra

Page 17: Os inimigos intimos da democracia

IX. A Guerra da Líbia: a decisão

• Mais recente (2011), linchamento de Kadhafi

• Única com resolução que autorizou a intervenção do Conselho de Segurança da ONU

• “Responsabilidade de proteger”: ONU tem direito de intervir no país sem solicitar a autorização do governo; princípio de proteção Intervenção militar de outro Estado; substituição do governo privilegiando os interventores

• Membros permanentes acima da lei, justiça seletiva encorajavam ingerências na Líbia x países da Arábia também podiam decidir intervir sem autorização da ONU imposição aos mais fracos de acordo com força, poder, direito (“missão” dos EUA) desigualdade no governo dos países

• Retirada das tropas até final de 2014

x. A Guerra da Líbia: a execução

• Esquema da mídia: “tirano sanguinário” x “cavaleiros brancos”, orgulho dos aliados. Para intervir: matar

• Objetivo inicial: ↓perigo para a população no regime. Realidade: sentido amplo da proteção, novo chefe de Estado

• Mira da OTAN (poder militar):

Kadhafi apoio de um lado na guerra. 30 mil vítimas dos bombardeios

• Pretexto utilizado: considerar um povo de democratas

• Líbia: ausência de partidos, políticos, eleições, “sociedade civil”

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XI- Idealistas e realistas

• Novo governante na Líbia e acesso ao petróleo pelo “povo”: controle de orientação política

• Obama: “polícia” da ordem internacional (missão do Bem no mundo), através da eliminação de Kadhafi

• Superioridade das nações mais fortes

• França e Grã-Bretanha: potências médias aproveitam para elevar poder

• Intervencionismo brutal dos EUA em nome de ideais democráticos tenta seduzir o povo sem vítimas na população americana

• Antes havia alianças das potências com o regime

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XII- Política ante moral e justiça • Messianismo político: única superpotência; “polícia

planetária”, guerras em nome do Bem

• Difusão de intenções morais/universais coletivo rumo ao progresso depois, percebe-se os interesses dos estimuladores

• Violência: em nome do Bem mortes partidários inconseqüentes movidos por próprios interesses foge do que foi planejado

• Submissão dos países mais fracos princípios nobres x desigualdade perda de valores democráticos, ataques militares

• Distorção do uso dos DH; a quem pertencem?; Tomada de decisões no Conselho de Segurança

• Necessidade das intervenções x imposição para alcançar interesses

•Moral e justiça de acordo com interesses dos Estados mais fortes impor ordem por intervenções ignora os fracos direito submete-se aos mais fortes Democracia utilizada para obter interesses e perda de princípios

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A TIRANIA DOS INDIVÍDUOS Cap. 4

Page 21: Os inimigos intimos da democracia

II. Explicar as condutas humanas

• Descobertas de Newton afetaram todo o

século XVIII

• Liberais: Trazem sua doutrina como

submetida à natureza; uma natureza

benéfica que conduzirá ao progresso;

rejeitam ações voluntárias. Sendo a

vontade um aspecto da natureza humana:

Natureza X vontade, que não deveriam se

opor, gerando uma contradição. Uma

economia livre não seria menos

espontânea que uma economia

totalmente controlada pelo Estado.

• Convidam o indivíduo a iniciativas

pessoais (voluntarismo).

I. Proteger os indivíduos • Conflito com o totalitarismo: Coletivo

acima das liberdades individuais; esse mesmo coletivo sob o domínio de um pequeno grupo de dirigentes “tirânicos”.

• Hoje, mundo ocidental: Fortalecimento ilimitado de certos indivíduos, ameaça a democracia e o coletivo.

• Limitação recíproca dos poderes é um meio

para se chegar à proteção das liberdades individuais.

• Segundo o indivíduo preste serviço ou não, ele é encarado ora como ajuda, ora como obstáculo.

• França e Inglaterra, século XVIII: economia começa a ser pensada separadamente do contexto social.

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III. Comunismo e neoliberalismo • Comunismo: passa de teoria a prática na Rússia,

em 1917. Concretizam os temores dos pensadores liberais: Submissão da sociedade e da economia ao Estado.

• Neoliberalismo passa a ser formulado em oposição ao totalitarismo em construção (Rússia).

• Doutrina Neoliberal: Revindica a total submissão à natureza apenas no campo coletivo; nas questões individuais fomenta a liberdade o espírito de iniciativa. Nova aproximação aos socialistas. Marxismo crê em uma força histórica inelutável, à qual todos devem se submeter junto a uma intervenção voluntarista que permite acelerar a história.

• Neoliberalismo também compartilha com o Marxismo: Ideia de que a existência social dos homens depende essencialmente da economia. Atribuição à economia de um papel dominante.

IV. A tentação integrista • O Neoliberalismo se assemelha ainda ao

comunismo em seu radicalismo e maniqueísmo

• Neoliberais: apenas individualismo.

• Globalização: Indivíduos dotados de poder econômico escapam facilmente do controle dos governos locais.

• Economia global: a economia saiu do controle dos Estados, que hoje se põem a serviço da economia.

• Economia é capaz de mudar a realidade de um país controlando o capital.

• Estado entra apenas com um controle mínimo sobre a economia.

• Ulitraliberalismo : Constituição de oligarquias Político-econômicas e condenação dos “perdedores”.

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V. Os pontos cegos do neoliberalismo

• Neoliberais invocam valores abstratos, cuja atração eles mesmos postulam, como a “Liberdade”. Liberdade individual ilimitada é defendida, porém há contradição com Montesquieu, que diz que se um poder não é limitado, não pode ser legítimo.

• Os homens guiam-se apenas por suas necessidades materiais, outra abstração abusiva.

• Exaltar unicamente a liberdade individual faz com que surja a ideia de um ser humano inexistente, na prática.

VI. Liberdade e apego

• Doutrina humanista (Rousseau): O apego é inerente à condição humana; O apego restringe a liberdade; a liberdade não pode ser um ideal da existência humana.

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OS EFEITOS DO NEOLIBERALISMO Cap. 5

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• Nos anos 80, Ulrich Beck, um sociólogo alemão, sugeriu que as sociedades ocidentais deixassem a 1° modernidade e chegariam à 2°.

Ex:Terapia gênica embrionária, OGM, Bombas nucleares, nanotecnologias.

• Aos avanços científicos são controlados por quem as financia e não só pelo conhecimento, se revelando, ao mesmo tempo, promissores e ameaçadores. São controlados pela lógica Neoliberal

I. A culpa é da ciência?

Page 26: Os inimigos intimos da democracia

• Vínculos presentes na sociedade

contemporânea ocidental:

1. IMPESSOAL: relação regida pela lei, pela burocracia. Usado pelo Estado.

2. PESSOAL:

a. envolvimento emocional (eu e você); b. envolvimento profissional (vendedor e

comprador, professor e aluno).

Relação regida por regras estabelecidas entre os envolvidos (contrato). Usada pela economia.

• O neoliberalismo faz com que a economia domine a vida social e política, dominando toda a sociedade.

II. Recuo da lei III. Perda de sentido • Os atos realizados, seja para produzir bens quer seja para proporcionar serviços, trazem àqueles que os executam uma contrapartida para seu equilíbrio físico e corporal. • O trabalhador realiza seu trabalho, que gera remuneração à ele e gratificação pessoal, por sentir que foi útil para aquele processo. Nesse caso, o indivíduo faz parte de uma comunidade, o reconhecimento dos colegas revigora seu sentimento de existir • “O bom empregado, que receberá promoções, é aquele que se dispõe a sacrificar suas noites para participar de reuniões urgentes, ou seus fins de semana em casa adiantando ou fazendo trabalho-extra.”

Page 27: Os inimigos intimos da democracia

IV. Técnicas de management

• O termo “managemt” designa, em geral, o conjunto das técnicas de organização e de gestão de uma empresa, destinada a torná-la mais eficaz, gerando mais lucro.

• Elas são:

1. Fragmentação de tarefas

(Taylorismo e Fordismo)

2. Objetividade dos resultado

(evitar distrações [Relações impessoais])

3. Programação das mentes

(compromisso de corpo e mente)

4. Dissimulação das hierarquias

• O Lucro é considerado mais importante que as relações pessoais na empresa, no mercado e consequentemente na sociedade.

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V. O poder das mídias • Poderes atuais: legislativo, executivo, judiciário, midiático e econômico.

• Liberdade de expressão gera desunião, indo contra a democracia. Deve ser relativa e regrada.

• A mídia controla o que devemos saber. Quem controla a mídia, • controla a opinião pública.

(Ex: Presidente brasileiro Collor de Melo)

• “Uma pessoa absorve mais uma propaganda política de 30 segundos com slogan marcante do que um livro, artigo ou reportagem sobre o candidato”.

• A mídia abusa da preguiça da massa.

• Em países onde a mídia é controlada pelo estado, novas tecnologias servem como uma alternativa para a passagem de informações pela censura. Ex: Primavera Árabe.

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VI. A liberdade da palavra pública

• A democracia é ameaçada constantemente pela demagocia. O bem-falante, o bom orador, pode obter a convicção (e o voto) da maioria.

• Quem tem mais voz na mídia, tem mais controle, mais poder sobre a opnião pública.

• Acreditamos tomar sozinhos nossas decisões; mas se todas as grandes mídias, desde manhã até a noite e dia após dia, nos envia a mesma mensagem, a margem da liberdade de que dispomos para formar nossas opiniões fica muito restrita. • Pensamos o que a mídia quer que pensamos

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V. OS LIMITES DA LIBERDADE

• É preciso manter limites saudáveis à liberdade para evitar abuso de poder.

a) Quando o estado abusa do poder. Ex: Nazismo.

b) Quando o individuo abusa do poder. Ex: Ataque de 11 de setembro de 2001, aos Estados Unidos.

• O anarquismo pleno não é possível na sociedade, pois “O homem é o lobo do próprio homem.”

• Na política, é preciso haver equilíbrio entre a direita (apoia a livre circulação de capitais) e a esquerda (apoia a livre circulação de pessoas).

• Abandonar a alternativa do

“tudo ou nada”.

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POPULISMO E XENOFOBIA Cap. 6

Page 32: Os inimigos intimos da democracia

I- A ascensão dos populismos

• Com o fim da guerra fria, a Europa Ocidental não tinha mais um adversário, um contraste para fixar seus medos, inquietações e suas rejeições. Como forma de resolver isso, eles optaram por descontar esses sentimentos em estrangeiros, em especial os muçulmanos, provocando impulsos de xenofobia e islamofobia.

• Fortalecimento dos partidos populistas nas últimas décadas → substituição do rival comunista após o fim da Guerra fria.

• Pim Fortuyn: “Contra a Islamização de nossa cultura”

• Pia Kjaersgaard : “A Dinamarca para os dinamarqueses”

• Vlaams Belang : “ O islã é o inimigo número 1 não só da Europa, mas de todo mundo”

• Atualmente, partidos populistas xenofóbicos participam do governo, mas não o dirigem, em nenhum lugar. Porém, devido ao crescente aumento de sua influência, esses partidos podem governar a Europa no futuro.

Page 33: Os inimigos intimos da democracia

II- O Discurso populista • Modo de apresentação do populismo : Demagogia • Demagogia = “identificar as preocupações do maior número de pessoas e propor , para aliviá-las, soluções fáceis de compreender mas impossíveis de aplicar.” Exemplos: “Negros são melhores em esportes, enquanto brancos são mais inteligentes” • Discurso do político “Se eu for eleito, melhorarei tudo e diminuirei os impostos” •Impulso na Demagogia

•Televisão → imagens impactantes e frases curtas, fáceis de reter “ Três milhões de desempregados, 3 milhões de imigrantes” •Sedução sobrepõe argumentação : orador atraente, com boa dicção, e carismático convence mais.

• Conteúdo do discurso populista: • Foca-se no aqui e no agora, aproveitando-se da emoção do momento. • O populista limita-se aos valores e interesses da maioria • Propõe medidas e benefícios imediatos, preferindo continuidade à mudança • Joga com o medo do seu público de ir ao encontro do grupo dos rejeitados • Periferia x centro •O diferente é o inimigo •Extrema direita e Extrema esquerda

Page 34: Os inimigos intimos da democracia

III- A Identidade Nacional • O Populismo influencia diretamente a política dos países • 2009 – Sarkozy , presidente da França, cria o Ministério da Identidade Nacional • “Ministério dos Assuntos Islâmicos” • Dificulta a integração de estrangeiros e seus descendentes • Tranqüiliza parte da população autóctone

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IV- Abaixo o multiculturalismo: o caso alemão •Multiculturalismo → coexistenciade várias culturas dentro de uma mesma sociedade •Atacado por chefes de governos de direita

1. Chanceler Alemã Angela Markel 2. Primeiro Ministro da Grã- Bretanha David Cameron 3. Presidente francês Sarkozy

•Muçulmanos tem mais filhos. •A inteligência é hereditária, os alemães são intelectualmente superiores aos muçulmanos

“Nós nos sentimos ligados aos valores cristãos. Quem não aceita isso não tem lugar aqui” MERKEL, Angela.

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V- Na Grã- Bretanha e na França •David Cameron relaciona a rejeição ao multiculturalismo à prevenção contra o islã. Segundo ele, os jovens islamitas que não se adaptarem ao país e à identidade britânica tem grande tendência a voltar ao grupo de islamitas e desenvolver atitudes terroristas. •Cameron faz uma distinção entre tolerância passiva e democracia ativa. •Na Grã-Bretanha, o “multiculturalismo” pode ter sentido de descrição de um estado existente e como uma política ativa de estimulo à separação de culturas . •O Presidente francês Sarkozy rejeita o multiculturalismo •A única cultura na qual se pensa em recusar é a islã •A Comunidade francesa realmente não quer mudar seu estilo de vida? Ela já foi modificada por diversos fatores

Page 37: Os inimigos intimos da democracia

•VI- Em Torno do véu Islâmico •Exemplos recentes de intervenção do Estado francês para erradicar vestígios de multiculturalismo

•Lei → proibição do uso da burca em locais públicos •Lei→ mulheres portadoras de véu proibidas acompanhar os filhos em excursões escolares

•Argumentos •Libertar as mulheres → E a liberdade de escolher as próprias roupas? •Devido ao laicismo, não se deve exibir sinais religiosos no ambiente escolar → Por que não se proíbe isso nas casas também? •As mulheres poderiam usar as roupas para esconder armas → não há casos registrados

“Seremos tolerantes com vocês desde

que vocês se tornem como nós, tanto em suas convicções íntimas quanto em seus hábitos alimentares ou de

vestimenta”

Page 38: Os inimigos intimos da democracia

VII- Um debate pode esconder o outro • Sentimento de identidade nacional abalada

• Seria a razão a presença de estrangeiros?

• Causas -> Globalização e individualismo

• A “culpa” cai nos estrangeiros/ islãs

• Evolução da autoridade -> inquietude

•VIII. O Intercâmbio com os estrangeiros • Circulação intensa de pessoas no mundo

• Todo país diferencia estrangeiros de seus cidadãos

• Xenofobia é condenável, mas xenofilia nem por isso é desejável

• Estrangeiro -> dificuldade no reconhecimento social, animosidade dos autóctones

• Desculturação é o verdadeiro perigo

Page 39: Os inimigos intimos da democracia

IX. Viver melhor juntos •O que facilitar a presença dos estrangeiros e torná-la mais benéfica?

Respeito às leis e instituições locais Presença de uma cultura comum

Presença de uma memória comum

•A imigração contribui para rejuvenescer a população e dar um novo ponto de vista no mundo atual, as imigrações só aumentarão, portanto, é bom tirar o melhor disso •A xenofobia está no âmago do populismo, que tende a crescer, devido a adesão do publico às suas soluções milagrosas, mesmo que sejam ilusórias.

Page 40: Os inimigos intimos da democracia

O FUTURO DA DEMOCRACIA Cap. 7

Page 41: Os inimigos intimos da democracia

I. A democracia: sonho ou realidade?

• A democracia é um valor que todos prezam independentemente de sua origem pois nela temos maior liberdade individual e de imprensa, maior controle popular sobre o Estado, maior chance de escapar do domínio dos amigos do poder sobre a economia, prosperidade e pluralismo.

• A democracia deve ser conquistada.

• Antigamente conquistar a democracia significava também unir-se às prósperas nações ocidentais, e hoje não mais.

• Democracia X populismo

• Poderes individuais que escapam a todo controle e limitação - ( O estado é incapaz ou pouco desejoso de deter as multinacionais)

II. O inimigo em nós

• Estado de brutalização ao invés do de civilização

• Populismo, xenofobia, messianismo e ideologia ultraliberal

• “As mutações atuais não resultam de um complô nem de uma intenção maligna, e por isso são difíceis de frear. Elas provém de uma evolução das mentalidades”

Page 42: Os inimigos intimos da democracia

● Recuperar o entusiasmo do projeto democrático e equilibrar melhor seus grandes princípios: poder do povo, fé no progresso, liberdades individuais, economia de mercado, direitos naturais, sacralização do humano

● É necessário levar em conta não só os seres humanos, mas também o ambiente natural em que vivem

● Negociação melhor que dominação, devido às divergências de interesses

● Harmonia Universal

o A Europa agiu unida para responder à crise, uma oportunidade de se unirem (primavera árabe)

o Pluralismo, há uma grande disseminação de culturas pela Europa

Page 43: Os inimigos intimos da democracia

III. Rumo a uma renovação?

• Recuperar o entusiasmo do projeto democrático e equilibrar melhor seus grandes princípios: poder do povo, fé no progresso, liberdades individuais, economia de mercado, direitos naturais, sacralização do humano

• É necessário levar em conta não só os seres humanos, mas também o ambiente natural em que vivem

• Negociação melhor que dominação, devido às divergências de interesses

• Harmônia Universal

• A Europa agiu unida para responder à crise, uma oportunidade de se unirem (primavera árabe)

• Pluralismo, há uma grande disseminação de culturas pela Europa

Page 44: Os inimigos intimos da democracia

“A democracia está doente de seu descomedimento: a liberdade torna-se

tirania, o povo se transforma em massa manipulável, o desejo de

promover o progresso se converte em espírito de cruzada. A economia, o

Estado e o direito deixam de ser meios destinados ao florescimento de

todos e participam agora de um processo de desumanização.

Viver numa democracia continua sendo preferível à submissão a um

Estado totalitário, a uma ditadura militar ou a um regime feudal

obscurantistas. Mas, corroída assim por seus inimigos íntimos,

engendrados por ela mesma, a democracia já não está à altura de suas

promessas.”

Page 45: Os inimigos intimos da democracia

TZVETAN, Todorov. Os inimigos íntimos da democracia. São Paulo, Companhia das Letras, 2012.