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Os jovens agora estão órfãos da esquerda (S. Kanitz, SET-2016) E agora? O que um jovem de esquerda deve fazer ou sonhar após o impedimento da Dilma e a desonra por que passa o PT? Vou contar a vocês que 90% dos meus colegas da faculdade de Economia, pelo menos aqueles que se achavam mais inteligentes, eram de esquerda. Eles queriam mudar o mundo, salvar o Brasil, expulsar o FMI e acabar com a pobreza. Cabulavam as aulas, viviam no centro acadêmico com pôsteres do Che Guevara discutindo estratégias para tomar o poder. A ideia de produzir ou ajudar os outros fazendo trabalho voluntário na periferia não lhes passava pela cabeça. Os outros 10% eram de centro. Comunitários, liberais e libertários, mais preocupados em libertar o Brasil da ditadura militar do que em implantar outra, a do proletariado. Para minha surpresa, quando fiz o mestrado em Harvard, a totalidade de meus colegas era apolítica. Eles estavam lá para estudar! Adquirir conhecimentos úteis à sociedade e talvez ficar rico. Por isso estudavam, para meu enorme desespero, estudavam vinte horas por dia. Mas, mesmo com essa carga de estudo, todos faziam trabalho voluntário, pois era um dos requisitos para a admissão no MBA. Quarenta anos se passaram, e na última reunião quinquenal dos ex-alunos de Harvard, constatei que todos ficaram ricos, como pretendiam, eu a única exceção era Professor da USP. Ricos, eles agora devotam a maior parte do tempo a causas sociais e doam bilhões ao terceiro setor. Mesmo eu que não sou rico, pude com pouco dinheiro criar o primeiro site de voluntários, o www.voluntarios.com.br , criei ainda o Prêmio Bem Eficiente para Entidades Beneficentes, coisa que a velha esquerda nunca apoiou, pois estavam ocupados tentando se eleger. A reunião com meus colegas da USP me surpreendeu ainda mais, o mais engajado na época, o que mais pregava a luta de classes, é hoje o economista chefe de um grande banco. João Sayad, meu colega socialista e, portanto menos radical, foi dono de banco, junto com Philippe Reichstull, ex-presidente da Petrobras. Diziam: “Cansei de ajudar os outros” (sic), “estou ficando velho e preciso me preocupar com a aposentadoria“. “Quem não é de esquerda quando jovem não tem coração, quem continua quando velho perdeu a razão“. Essa é uma desculpa esfarrapada e ofensiva para velhos como nós que temos ainda coração. Um dos meus colegas, funcionário público tinha sonhos horríveis. “Sonhei que era um velho mendigo, dormindo na sarjeta“. Foi quando ele aderiu à corrupção. Jovens de esquerda ouçam bem... Vocês ainda não têm competência para mudar o mundo e acabar com a pobreza. Falta-lhes conhecimento para tocar até um botequim, como a Dilma, e muito menos para tocar uma revolução. Estudem!!! Sejam úteis à sociedade, em vez de sonhar com um emprego público só porque é garantido e mais seguro. Antes de mudarem o mundo, mudem antes as coisas no seu bairro via meu www.voluntarios.com.br , para depois mudar seu Estado e o país. Percebam que Dilma, Nelson Barbosa, Luciano Coutinho, Aloizio Mercadante, Guido Mantega, Sergio Gabrielli, João Stédile, todos economistas de esquerda, só pioraram o mundo com sua arrogância, autoritarismo e incompetência administrativa. Sejam de direita pelos menos nos seus primeiros 20 anos, estudem, casem bem, criem filhos honestos, não traiam suas esposas por aí. Passem para a esquerda após os 50 anos de idade, quando poderão distribuirão a sua própria riqueza, trabalhando para os outros ao invés de ficar vomitando regras, fazendo cocô na Avenida Paulista, ou sendo procurados como terroristas. Fonte: http://www.folhamax.com.br/opiniao/aos-jovens-agora-orfaos-da-esquerda/98306

Os jovens estão órfãos da esquerda (S.Kanitz)

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Page 1: Os jovens estão órfãos da esquerda (S.Kanitz)

Os jovens agora estão órfãos da esquerda (S. Kanitz, SET-2016)

E agora? O que um jovem de esquerda deve fazer ou sonhar após o impedimento da Dilma e a desonra por que passa o PT?

Vou contar a vocês que 90% dos meus colegas da faculdade de Economia, pelo menos aqueles que se achavam mais inteligentes, eram de esquerda. Eles queriam mudar o mundo, salvar o Brasil, expulsar o FMI e acabar com a pobreza.

Cabulavam as aulas, viviam no centro acadêmico com pôsteres do Che Guevara discutindo estratégias para tomar o poder. A ideia de produzir ou ajudar os outros fazendo trabalho voluntário na periferia não lhes passava pela cabeça.

Os outros 10% eram de centro. Comunitários, liberais e libertários, mais preocupados em libertar o Brasil da ditadura militar do que em implantar outra, a do proletariado.

Para minha surpresa, quando fiz o mestrado em Harvard, a totalidade de meus colegas era apolítica. Eles estavam lá para estudar! Adquirir conhecimentos úteis à sociedade e talvez ficar rico. Por isso estudavam, para meu enorme desespero, estudavam vinte horas por dia. Mas, mesmo com essa carga de estudo, todos faziam trabalho voluntário, pois era um dos requisitos para a admissão no MBA.

Quarenta anos se passaram, e na última reunião quinquenal dos ex-alunos de Harvard, constatei que todos ficaram ricos, como pretendiam, eu a única exceção era Professor da USP.

Ricos, eles agora devotam a maior parte do tempo a causas sociais e doam bilhões ao terceiro setor. Mesmo eu que não sou rico, pude com pouco dinheiro criar o primeiro site de voluntários, o www.voluntarios.com.br, criei ainda o Prêmio Bem Eficiente para Entidades Beneficentes, coisa que a velha esquerda nunca apoiou, pois estavam ocupados tentando se eleger.

A reunião com meus colegas da USP me surpreendeu ainda mais, o mais engajado na época, o que mais pregava a luta de classes, é hoje o economista chefe de um grande banco. João Sayad, meu colega socialista e, portanto menos radical, foi dono de banco, junto com Philippe Reichstull, ex-presidente da Petrobras. Diziam: “Cansei de ajudar os outros” (sic), “estou ficando velho e preciso me preocupar com a aposentadoria“.

“Quem não é de esquerda quando jovem não tem coração, quem continua quando velho perdeu a razão“. Essa é uma desculpa esfarrapada e ofensiva para velhos como nós que temos ainda coração.

Um dos meus colegas, funcionário público tinha sonhos horríveis. “Sonhei que era um velho mendigo, dormindo na sarjeta“. Foi quando ele aderiu à corrupção.

Jovens de esquerda ouçam bem...

Vocês ainda não têm competência para mudar o mundo e acabar com a pobreza. Falta-lhes conhecimento para tocar até um botequim, como a Dilma, e muito menos para tocar uma revolução.

Estudem!!!

Sejam úteis à sociedade, em vez de sonhar com um emprego público só porque é garantido e mais seguro. Antes de mudarem o mundo, mudem antes as coisas no seu bairro via meu www.voluntarios.com.br, para depois mudar seu Estado e o país.

Percebam que Dilma, Nelson Barbosa, Luciano Coutinho, Aloizio Mercadante, Guido Mantega, Sergio Gabrielli, João Stédile, todos economistas de esquerda, só pioraram o mundo com sua arrogância, autoritarismo e incompetência administrativa.

Sejam de direita pelos menos nos seus primeiros 20 anos, estudem, casem bem, criem filhos honestos, não traiam suas esposas por aí. Passem para a esquerda após os 50 anos de idade, quando poderão distribuirão a sua própria riqueza, trabalhando para os outros ao invés de ficar vomitando regras, fazendo cocô na Avenida Paulista, ou sendo procurados como terroristas.

Fonte: http://www.folhamax.com.br/opiniao/aos-jovens-agora-orfaos-da-esquerda/98306