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Parnasianismo Olavo Bilac Alberto de Oliveira Raimundo Correia A Tríade Parnasiana

Parnasianismo brasileiro

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Parnasianismo

Olavo Bilac Alberto de Oliveira Raimundo Correia

A Tríade Parnasiana

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PARNASIANISMO

O Parnasianismo foi contemporâneo do Realismo-Naturalismo, estando, portanto, marcado pelos ideais cientificistas e

revolucionários do período.

Período: 2ª metade do século XIX

Início: 1882, publicação do livro Fanfarras de Teófilo Dias Término: 1893, início do Simbolismo no Brasil

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PARNASIANISMOO nome Parnasianismo vem de Parnaso, que era um monte situado na Grécia e habitado por Apolo, deus da arte e do sol, e pelas musas, local de inspiração para os poetas.

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PARNASIANISMOO Parnasianismo foi um movimento essencialmente poético, que reagiu contra os abusos sentimentais dos românticos. A escola adota uma linguagem mais trabalhada, empregando palavras sofisticadas e incomuns, dispostas na construção de frases, atendendo às necessidades da métrica e ritmo regulares, que dificultam a compreensão, mas que lhes são característicos. Para os parnasianos, a poesia deve pintar objetivamente as coisas sem demonstrar emoção.

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CONTEXTO HISTÓRICO• A abolição da escravatura (1888);• No ano seguinte houve a queda do regime imperial com a Proclamação da República.• Fim do regime militar e desenvolvimento dos governos civis;• Restauração das finanças; impulso ao progresso material.

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Depois das agitações do início da República, o Brasil atravessou um período de paz política e de prosperidade econômica. Um ano após a proclamação da República, instalou-se a primeira Constituição e, em fins de 1891, Marechal Deodoro dissolve o Congresso e renuncia ao poder, sendo substituído pelo "Marechal de Ferro", Floriano Peixoto.

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Características do Parnasianismo • Arte pela arte: Os parnasianos ressuscitam o preceito latino de que a

arte é gratuita, que só vale por si própria. Ela não teria nenhum valor

utilitário, nenhum tipo de compromisso. Seriam autossuficientes.

Justificada apenas por sua beleza formal. Qualquer tipo de investigação

do social, referência ao prosaico, interesse pelas coisas comuns a todos

os homens seria ‘matéria impura’ a comprometer o texto.

Restabelecem, portanto, um esteticismo de fundo conservador que já

vigorava na decadência romana.

• Impessoalidade: a visão do escritor não

interfere na abordagem dos fatos;

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• Culto da forma: A busca pelo poema perfeito, rimas raras, palavras perfeitas, a forma do poema é vista como uma deusa. O resultado imediato dessa visão seria o endeusamento dos processos formais do poema. A verdade de uma obra residiria em sua beleza. E a beleza seria dada pela elaboração formal. Essa mitologia da perfeição formal e, simultaneamente, a impotência dos poetas em alcançá-la de maneira definitiva é o tema do soneto de Olavo Bilac intitulado "Perfeição".

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• Objetividade: objetividade no tratamento dos temas abordados. O escritor parnasiano trata os temas baseando na realidade, deixando de lado o subjetivis-mo e a emoção; • Preciosismo vocabular: O poeta evita a utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar as rimas esteticamente ricas, o que torna as obras parnasianas de difícil compreensão; • Descritivismo: Descreve detalhadamente um objeto, uma cena;

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ESTRUTURA E PRINCIPAIS TEMAS DA POESIA PARNASIANA ;

• Preferência pelos sonetos; • Valorização da metrificação: o mesmo número de sílabas poéticas é usado em cada verso; •Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas; •Visão carnal do amor: em oposição à visão espiritual dos românticos. Vênus é citada como modelo de mulher.•Em vários poemas, os parnasianos apresentam suas teorias de escrita e sua obsessão pela "Deusa Forma".

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PRINCIPAIS POETASA TRÍADE PARNASIANA

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OLAVO BILAC (1865-1918)Considerado o “Príncipe dos Poetas”, consegue fugir um pouco da frieza do

Parnasianismo• Reflexão da existência;• Temática da perfeição;• Nacionalismo;• Mitologia;• Sensualismo (leve);

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Profissão de fé (trecho)"Invejo ourives quando escrevoImito o amorCom que ele, em ouro, o alto relevoFaz de uma flor.(...)

Por isso, corre por servir-meSobre o papelA pena, como em prata firmeCorre o cinzel(...)

Torce, aprimora, alteia, limaA frase; e, enfimNo verso de ouro engasta a rimaComo um rubi(...)

Temática da perfeição formal

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Satânia"Nua, de pé, solto o cabelo às costas,Sorri. Na alcova perfumada e quente,Pela janela, como um rio enormeProfusamente a luz do meio-diaEntra e se espalha, palpitante e viva (...)

Como uma vaga preguiçosa e lentaVem lhe beijar a pequenina pontaDo pequenino pé macio e brancoSobe... Cinge-lhe a perna longamente;Sobe ... e que volta sensual descrevePara abranger todo o quadril! - prossegueLambe-lhe o ventre, abraça-lhe a cinturaMorde-lhe os bicos úmidos dos seiosCorre-lhe a espádua, espia-lhe o recôncavoDa axila, acende-lhe o coral da boca (...)

E aos mornos beijos, às carícias ternasDa luz, cerrando levemente os cíliosSatânica ... abre um curto sorriso de volúpia."

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Obras Poesias (1888); Tarde (1919); Escreveu poesias com grande habilidade técnica sobre temas greco-romanos. Fez numerosas descrições da natureza, ainda dentro do mito da objetividade absoluta, porém os seus melhores textos estão permeados por conotações subjetivas, indicando uma herança romântica. Bilac tratou do amor a partir de dois ângulos distintos: um platônico e outro sensual. A quase totalidade de seus textos amorosos tendem à celebração dos prazeres corpóreos.

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• Em alguns poemas, contudo, o erotismo perde essa vulgaridade, adquirindo força e beleza com em "In extremis". Na hora de uma morte imaginária, o poeta lamenta a perda das coisas concretas e sensuais da existência. Em um conjunto de sonetos intitulado Via Láctea, Bilac nos apresenta uma concepção mais espiritualizada das relações amorosas. O mais recitado desses sonetos acabou ficando conhecido com o nome do livro

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• Olavo Bilac sonegou o Brasil real e inventou um Brasil de heróis, com a obra épica frustrada, O caçador de esmeraldas:

"Foi em março, ao findar das chuvas, quase à entradaDo outono, quando a terra, em sede requeimada,Bebera longamente as águas da estação,Que, em bandeira, buscando esmeraldas e prata,À frente dos peões filhos da rude mata,Fernão Dias Paes Leme entrou pelo sertão.”

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• Além disso, cantou os símbolos pátrios, a mata, as estrelas, a "última flor do Lácio", as crianças, os soldados, a bandeira, os dias nacionais, etc.

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Alberto de Oliveira (1859-1937) Nasceu em Saquarema, Rio de Janeiro. Diploma-se em farmácia; inicia o curso de Medicina. Ao lado de Machado de Assis, faz parte ativa na Fundação da Academia de Letras. Foi doutor honoris causa pela Universidade de Buenos Aires. Elegem-no "príncipe dos poetas brasileiros" num concurso promovido pela revista Fon-Fon, para substituir o lugar deixado por Olavo Bilac. Faleceu em Niterói, RJ, em 1937.

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Características Estilísticas

Alberto de Oliveira foi, da tríade parnasiana, o que mais se apegou às regras e as características específicas do estilo.• Rigidez formal;• Precisão;• Pobreza temática;• Sem emoção;• Descritivismo;

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Vaso Grego (trecho)Esta, de áureos relevos, trabalhadaDe divas mãos, brilhante copa, um dia,Já de os deuses servir como cansada,Vinda do Olimpo, a um novo deus servia.

Era o poeta de Teos que a suspendiaEntão e, ora repleta ora esvaziada,A taça amiga aos dedos seus tiniaToda de roxas pétalas colmada.

Depois... Mas o lavor da taça admira,Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordasFinas há de lhe ouvir, canora e doce,

Ignota voz, qual se de antiga liraFosse a encantada música das cordas,Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.

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Principais Obras

• Canções românticas (1878); obras que antecipa sua adesão ao Parnasianismo

• Meridionais (1884);• Versos e Rimas (1895);

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Raimundo Correia (1860-1911)Poeta e diplomata brasileiro, foi considerado um dos inovadores

da poesia brasileira.Quando secretário da delegação

diplomática brasileira em Portugal, publica aí uma

coletânea de seus livros na obra Poesia(1898).

De volta ao Brasil, assume a direção do Ginásio Fluminense

de Petrópolis. Com a saúde bastante abalada, retorna à

Europa, vindo a falecer em Paris.

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CARACTERÍSTICAS ESTILÍSTICASTinha como características pessoais o pessimismo, o predomínio da simulação, percepção aguda da transitoriedade da ilusão humana. O gelo descritivista da escola seria quebrado por uma emoção genuína que humanizava a paisagem. •Natureza;•Melancolia;•Pessimismo;•Filosófico;•Moralidade;

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Anoitecer (trecho)Esbraseia o Ocidente na agoniaO sol... Aves em bandos destacados,Por céus de ouro e púrpura raiados,Fogem... Fecha-se a pálpebra do dia...

Delineiam-se além da serranjaOs vértices de chamas aureolados,E em tudo, em torno, esbatem derramadosUns tons suaves de melancolia.

Um mudo de vapores no ar flutua...Como uma informe nódoa avulta e cresceA sombra à proporção que a luz recua.

A natureza apática esmaece...Pouco a pouco, entre as árvores, a luaSurge trêmula, trêmula.... Anoitece.

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Principais ObrasPrimeiros Sonhos(1879)Sinfonias(1883) Versos e Versões(1887) Aleluias(1891)A exemplo dos demais componentes da tríade, Raimundo Correia foi um consumado artesão do verso, dominando com perfeição as técnicas de montagem e construção do poema.

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Outros poetas

Além dos poetas da tríade parnasiana, fizeram parte do Parnasianismo brasileiro:•Vicente de Carvalho, que ficou conhecido como “o poeta do mar”;•Francisca Júlia, considerada a voz poética parnasiana mais próxima da impassibilidade pretendida pelos defensores do estilo;

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PROFª: ANDRÉIA PEIXOTO LICENCIADA EM LETRAS

VERNÁCULAS/PÓS-GRADUADA EM

LITERATURA