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CURSO DE PEÇAS PROCESSUAIS AGU-2007 Prof. José Carlos Machado Júnior [email protected]

Peças agu

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CURSO DE

PEÇAS PROCESSUAIS

AGU-2007Prof. José Carlos Machado Jú[email protected]

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CURSO DE

PEÇAS PROCESSUAIS

AGU-2007

ROTEIRO BÁSICOAPRESENTAÇÃO ............................................................................................................ 1 ANÁLISE DO EDITAL .................................................................................................... 2 PRIMEIRAS DICAS PARA A PROVA ESCRITA ......................................................... 7 ORIENTAÇÕES PARA PEÇAS ESCRITAS – GERAL ................................................. 8 PARECER ....................................................................................................................... 10 MODELO DE PARECER. REDAÇÃO OFICIAL DA “ANA” ..................................... 11 ESQUEMA GERAL DE PEÇAS JUDICIAIS ................................................................ 13 USO DO VERNÁCULO E DE ABREVIATURAS ....................................................... 24 DA CONTESTAÇÃO ..................................................................................................... 25 DO AGRAVO ................................................................................................................. 29 RECURSO EXTRAÓRDINÁRIO E ESPECIAL ........................................................... 37 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ................................................................................ 49 SUGESTÃO – PARÁGRAFO INICIAL E FECHO - CONTESTAÇÃO ...................... 53 SUGESTÃO – PARÁGRAFO INICIAL - APELAÇÃO ................................................ 55 SUGESTÃO– PARÁGRAFO INICIAL – RECURSO EXTRAÓRDINÁRIO .............. 56 JEF - RECURSO INOMINADO ..................................................................................... 59 JEF - RECURSO ............................................................................................................ 62 JEF - PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO ............................... 63 RECURSOS POSSÍVEIS NO JEF .................................................................................. 66 TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO – REGIMENTO INTERNO .............. 67 RECLAMAÇÃO ............................................................................................................. 72 NATUREZA JURÍDICA DA RECLAMAÇÃO ............................................................. 76 DO EMBARGOS À EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA ...................... 77 APLICABILIDADE NO JEF DO ART. 741, P. ÚNICO ............................................... 83 MANDADO DE SEGURANÇA ..................................................................................... 84 MANDADO DE SEGURANÇA - SÚMULAS .............................................................. 88 AÇÃO RESCISÓRIA ...................................................................................................... 92 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ................................................. 100 EXEMPLO - PARÁGRAFOS – ADIN COM PEDIDO - MEDIDA CAUTELAR .... 108

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APRESENTAÇÃOPrezado amigo, Prezada amiga,

As Procuradorias Federais representam uma oportunidade extraordinária de aprendizado, crescimento e realização pessoal e profissional.

Fui Procurador Federal por aproximadamente cinco anos. Foi uma experiência notável! Agradeço por essa experiência profissional (e também a da Procuradoria do Município de Juiz de Fora), que tanto me auxiliou e auxilia na Magistratura Federal.

Os concursos públicos exigem, cada vez mais, dedicação, treinamento e preparo específico. Esse concurso da AGU não é diferente. Mais preparação, dedicação, estratégia e metodologia.

Não desista jamais!Você será e ocupará o cargo que quiser!Siga em frente, sempre!

Nos últimos 16 anos acompanhei inúmeros alunos, candidatos aos cargos mais diversos. Hoje tenho a felicidade de trabalhar com ex-alunos que são Juizes Federais, Procuradores da República, Procuradores Federais, Procuradores da Fazenda, Analistas, Oficiais etc. Alguns passaram muito rapidamente: em menos de dois anos conseguiram o cargo que desejavam, outros demoraram um pouco mais. Em todas as situações, em todos os casos, há um traço comum, que percebo e identifico sempre: todos eles avançaram sempre; aprenderam com os próprios erros, lamentaram os momentâneos insucessos, e prosseguiram!

É conhecido o brocado, utilizado em programas de televisão, em revistas e em campanhas publicitárias: "Nada substitui o talento!".

Meu amigo, minha amiga, isso está errado!

Sorte é o outro nome para trabalho.Talento é o outro nome para esforço.Destino é o outro nome para determinação.Nada substitui o trabalho, o esforço e a determinação!

Vale lembrar o provérbio Chinês, adotado como lema de vida por muitas personalidades de “sucesso”: "Sou uma pessoa com muita sorte: quanto mais trabalho, mais sorte tenho!". Ou essa versão atribuída a Thomas Jefferson: "Eu acredito demais na sorte. E tenho constatado que, quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho".

Espero com esse curso ajudá-los, por pouco que seja, a conquistar esse cargo, essa oportunidade, essa experiência!

Vamos em frente! Vamos juntos!Um grande abraço,

José Carlos Machado JúniorBelo Horizonte, julho/2007.

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ANÁLISE DO EDITALVAGAS: 404 vagas distribuídas nas unidades da Procuradoria Geral Federal.

REMUNERAÇÃO INICIAL: subsídio: R$ 10.497,565 DAS INSCRIÇÕES NO CONCURSO PÚBLICO

QUADRO DE PROVAS Grupo IDireito Administrativo Direito Constitucional Direito Econômico e Financeiro Direito Tributário Legislação sobre Ensino Legislação sobre Seguridade Social

Grupo IIDireito Agrário Direito Ambiental Direito Civil Direito Comercial Direito do Trabalho e Processual do Trabalho Direito Internacional Público Direito Penal e Processual Penal Direito Processual Civil

PROVAS DISCURSIVAS( P 3 )Grupo I - Parte I - Elaboração de Parecer Grupo I - Parte II - Três Questões Discursivas

( P 4 )Grupo I e II - Parte I - Elaboração de Peça Judicial Grupo I e II - Parte II - Três Questões Discursivas

(*) Um item poderá abordar mais de uma área de conhecimento.

DAS PROVAS DISCURSIVAS

Cada prova discursiva terá valor máximo de 10,00 pontos e será composta de duas partes.

A prova discursiva P2 , cujo objeto são as matérias constantes do Grupo I da prova objetiva, consistirá na elaboração de:

a) parecer sobre institutos jurídicos, com valor máximo de 7,00 pontos;

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b) três questões discursivas, com valor máximo de 1,00 ponto cada uma.

A prova discursiva P3 , cujo objeto são as matérias constantes dos Grupos I e II da prova objetiva, consistirá na elaboração de:

a) peça judicial, com valor máximo de 7,00 pontos;b) três questões discursivas, com valor máximo de 1,00 ponto cada uma.

Cada prova discursiva deverá ser feita pelo próprio candidato, à mão, em letra legível, com caneta esferográfica de tinta preta confeccionada em material transparente.

Nenhuma das folhas de textos definitivos das provas discursivas poderá ser assinada, rubricada ou conter, em outro local que não o apropriado, qualquer palavra ou marca que as identifiquem, sob pena de anulação do respectivo texto. A detecção de qualquer marca identificadora no espaço destinado à transcrição de texto definitivo acarretará a anulação do texto/questão correspondente.

A avaliação de cada prova discursiva será feita do seguinte modo:

Cada texto das provas discursivas será avaliado quanto ao domínio do conteúdo - demonstração de conhecimento jurídico aplicado - e à modalidade escrita de Língua Portuguesa.

Nos casos de fuga ao tema, de texto definitivo escrito a lápis, de não haver texto ou de identificação em local indevido, o candidato receberá nota no texto igual a ZERO.

Para os textos relativos à Parte I (parecer e peça judicial)

a) A apresentação e a estrutura textuais e o desenvolvimento do tema (domínio do conhecimento jurídico) totalizarão a nota relativa ao domínio do conteúdo (NC), limitada a 7,00 pontos, em cada prova.

b) A avaliação do domínio da modalidade escrita totalizará o número de erros (NE) do candidato, considerando-se aspectos tais como: acentuação, grafia, morfossintaxe e propriedade vocabular.

c) Será computado o número total de linhas (TL) efetivamente escritas pelo candidato.

d) Será desconsiderado, para efeito de avaliação, qualquer fragmento de texto que for escrito fora do local apropriado e/ou que ultrapassar a extensão máxima de linhas estabelecidas no caderno de provas.

e) Será calculada, então, para cada candidato, a nota na parte I de cada prova discursiva (P2 e P3 ) como sendo igual a NC menos quatro vezes o resultado do quociente NE / TL .

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NOTA = NC – (4 x NE/TL)

f) Se a nota obtida no item anterior for menor que zero, então ela será igual a ZERO.

Para os textos relativos a Parte II – (questões)

a) Em cada questão, a apresentação textual, a estrutura textual e o desenvolvimento do tema (domínio do conhecimento jurídico) totalizarão a nota relativa ao domínio do conteúdo (NC), limitada ao valor máximo de 1,00 ponto.

b) A avaliação do domínio da modalidade escrita de Língua Portuguesa totalizará o número de erros (NE) do candidato, considerando-se os aspectos gramaticais, tais como: acentuação, grafia, morfossintaxe e propriedade vocabular.

c) Será desconsiderado, para efeito de avaliação, qualquer fragmento de texto que for escrito fora do local apropriado e/ou que ultrapassar a extensão máxima de linhas estabelecidas no caderno de prova.

d) Será calculada, então, para cada candidato, a nota na questão (NQ), como sendo igual a NC menos o resultado do quociente NE / (2 X TL), em que TL é o número de linhas efetivamente escritas pelo candidato na resposta à questão.

NOTA = NC – (NE / (2 x TL))

e) Se NQ i , i = 1, 2 ou 3, for menor que zero, então considerar-se-á NQ i = ZERO.

A nota na parte II de cada prova discursiva (P 2 e P 3 ) será a soma das notas obtidas nas respectivas questões. A nota em cada prova discursiva será igual à soma das notas obtidas nas partes I e II.

ANULAÇÃO e ELIMINAÇÃOAs provas discursivas serão anuladas se o candidato não devolver alguma de suas

folhas de textos definitivos.

Será eliminado do concurso público o candidato que obtiver:a) nota inferior a 5,00 pontos em qualquer uma das provas discursivas ; b) pontuação inferior a 12,00 pontos no somatório das notas referentes às duas provas

discursivas.

Serão convocados para a avaliação de títulos todos os candidatos aprovados nas provas discursivas.

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Todos os cálculos citados neste edital serão considerados até a segunda casa decimal, arredondando-se para o número imediatamente superior, se o algarismo da terceira casa decimal for igual ou superior a cinco.

Será eliminado do concurso o candidato que, durante a realização das provas, for surpreendido portando aparelhos eletrônicos, tais como bip, telefone celular, walkman, agenda eletrônica, notebook, palmtop, receptor, gravador, máquina de calcular, máquina fotográfica, controle de alarme de carro etc., bem como relógio de qualquer espécie, óculos escuros ou quaisquer acessórios de chapelaria, tais como chapéu, boné, gorro etc. e, ainda, lápis, lapiseira e/ou borracha.

O CESPE/UnB recomenda que o candidato não leve nenhum dos objetos citados no subitem anterior no dia de realização das provas.

O CESPE/UnB não ficará responsável pela guarda de quaisquer dos objetos supracitados.

Terá suas provas anuladas e será automaticamente eliminado do concurso público o candidato que, durante a sua realização:

e) fizer anotação de informações relativas às suas respostas no comprovante de inscrição ou em qualquer outro meio, que não os permitidos;

O prazo de validade do concurso será de um ano a contar da data de homologação do resultado final, podendo ser prorrogado por igual período, a critério do Advogado-Geral da União.

EXEMPLOS DE PONTUAÇÃO

I) Parecer: NC = 5 NE = 5 TL = 60Questão 1: NC = 1 NE = 2 TL = 20Questão 2 NC = 0,8 NE = 1 TL = 20Questão 3 NC = 0,5 NE = 2 TL = 20

Nota Parecer = 5 – (4 X 0,0833) => 4,67Nota Questão 1 = 1 – (2 / 40) => 0,95Nota Questão 2 = 0,8 – (2 / 40) => 0,78Nota Questão 3 = 0,5 – (2 / 40) => 0,45TOTAL => 6,83

II)Parecer: NC = 5 NE = 5 TL = 50Questão 1: NC = 1 NE = 2 TL = 15Questão 2 NC = 0,8 NE = 1 TL = 15

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Questão 3 NC = 0,5 NE = 2 TL = 15

Nota Parecer => 4,60Nota Questão 1 = 1 – (2 / 40) => 0,94Nota Questão 2 = 0,8 – (2 / 40) => 0,77Nota Questão 3 = 0,5 – (2 / 40) => 0,43TOTAL => 6,80

OBS: Com a alteração da fórmula para cálculo da nota, os NE – número de erros - adquiriram mais peso proporcional do que o número de linhas.

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PRIMEIRAS DICAS PARA A PROVA ESCRITA

1. Tente escrever parágrafos pequenos, utilizando, sempre que possível, os termos e expressões

contidas nos textos legais.

2. No caso de prova sem consulta a legislação, faça sempre referência à legislação

(Constituição Federal, Código de Processo Civil, Código Civil) e aos princípios que

orientam a resposta ou o raciocínio exposto.

3. Se necessário e possível faça, ao final do parecer, uma síntese. A síntese poderá igualmente

ser feita ao final um conjunto de parágrafos que tratem do mesmo tema.

4. Quando estiver em dúvida quanto à grafia de determinada palavra, utilize uma expressão

equivalente (exatamente conforme a piada: na dúvida altere o dia da reunião de sexta-feira

para sábado!)

5. Escreva apenas com o vernáculo. Não utilize expressões latinas, giras.

6. Naum use “internetês” (vc naum ta tc! : )

7. Leia e releia o que você escreveu. Se não entendeu na primeira leitura, se não foi

completamente claro, se lhe pareceu truncado qualquer parágrafo, reescreva de modo mais

simples e de modo mais direto.

8. ROTEIRO : Elabore um roteiro antes de começar a responder. Enumere os temas que irá

abordar, os argumentos principais, os princípios que poderá citar, as controvérsias existentes

e a sua resposta ou conclusão. O roteiro pode ser por parágrafo ou por temas. Mas, atenção

para não gastar muito tempo na elaboração do roteiro. Gaste de cinco a dez minutos,

dependendo da extensão da questão.

9. RECORR A. Há muitos exemplos de candidatos que foram classificados após recursos

quanto à correção gramatical. Lembre-se que a banca não é composta por professores de

português e que o nosso idioma é repleto de regras e de exceções e de muitas discordâncias

entre os gramáticos.

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ORIENTAÇÕES PARA PEÇAS ESCRITAS – GERAL

CLAREZA, PRECISÃO, COERÊNCIA, CONCISÃO E CONSISTÊNCIA

CLAREZA: 1 - do uso de palavras e expressões em seu sentido comum, salvo quando o assunto for de

natureza técnica, hipótese em que se empregarão a nomenclatura e a terminologia próprias da

área;

2 - da construção de orações na ordem direta, evitando preciosismos, neologismos,

intercalações excessivas, jargão técnico, lugares comuns, modismos e termos coloquiais;

3 - do uso do tempo verbal, de maneira uniforme, em todo o texto;

4 - do emprego dos sinais de pontuação de forma judiciosa, evitando os abusos estilísticos.

PRECISÃO:

complementa a clareza e que se caracteriza pela:

1 - articulação da linguagem comum ou técnica para a perfeita compreensão da idéia veiculada

no texto;

2 - manifestação do pensamento ou da idéia com as mesmas palavras, evitando o emprego de

sinonímia com propósito meramente estilístico;

3 - escolha de expressão ou palavra que não confira duplo sentido ao texto;

4 - escolha de termos que tenham, sempre que possível, o mesmo sentido ou significado em

todo o território nacional ou na maior parte dele, evitando o emprego de expressões regionais

ou locais.COERÊNCIA:

Implica a exposição de idéias bem elaboradas, que tratam do mesmo tema do início ao fim do

texto em seqüência lógica e ordenada. Vale dizer, o texto deve conter apenas as idéias

pertinentes ao assunto proposto.

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CONCISÃO

Alcançada quando se apresenta a idéia com o mínimo de palavras possível, o que importa no

uso de frases breves, na eliminação dos vocábulos desnecessários e na substituição de palavras

e termos longos por outros mais curtos;

CONSISTÊNCIA

Decorrente do emprego do mesmo padrão e do mesmo estilo na redação do texto, o que evita a

contradição ou dubiedade entre as idéias expostas.

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PARECER

1. Noção geral :

Parecer é uma opinião fundamentada, um juízo de valor motivado.

2. Objetivos:

Orientar a Administração Pública; informar as opções válidas para uma conduta ou

procedimento pretendido; interpretar dispositivos legais na ausência de atos administrativos

normativos ou ordinatórios.

3. Formatação : Para fins da prova pode-se utilizar a seguinte formatação:

referência, assunto, endereçamento, histórico/fatos; fundamentos; conclusão, fecho.

* O padrão da AGU inclui uma ementa. Se houver facilidade ou se a questão exigir deve ser

redigida de modo simples e objetivo.Neste caso a formatação será a seguinte:

referência, assunto, ementa, endereçamento, histórico/fatos; fundamentos; conclusão, fecho.

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MODELO DE PARECER. REDAÇÃO OFICIAL DA “ANA”

MODELO DE PARECER (MANUAL DE REDAÇÃO OFICIAL DA ANA)(ME= 3 cm; MD= 1,5 cm; MS= 2cm; MI= 2 cm)

PARECER nº 809/2004-XXXX

Processo nº 02501.001452/2004-25

(1,5 cm)

Pedido de outorga de direito de uso de recursos hídricos. Captação de água. Reservatório da Usina Hidrelétrica de Porto Colômbia. Irrigação. Análise de sua regularidade e legalidade. Deferimento. Prazo de cinco anos.

(1,5 cm)

1 (2,5 cm) Trata-se de processo encaminhado a esta ..................................., para análise da

regularidade e legalidade do pedido de outorga de direito de uso de recursos hídricos para captação de

água do Reservatório da Usina Hidrelétrica de Porto Colômbia, localizado no Rio Grande, por

Francisco Antônio Pugliesi, com a finalidade de irrigação para o cultivo de feijão e milho, utilizando o

método de aspersão por pivô central, em uma área de 45,90 ha (quarenta e cinco hectares e noventa

ares), na propriedade denominada Fazenda Barra do Sapucaí ou Prata, localizada no Município de

Miguelópolis, Estado de São Paulo.

2 Em cumprimento ao disposto no art. 8º da Lei nº 9.984, de 17 de julho de 2000,

verifica-se que foi cumprida a exigência legal com a publicação do pedido no Diário Oficial da União,

de 2 de agosto de 2004 (fls. 28) e em jornal de grande circulação, Diário Oficial do Estado de São

Paulo, de 31 de julho de 2004 (fls. 29).

3. No requerimento observa-se o cumprimento das obrigações insertas no art. 16 da

Resolução nº 16, de 8 de maio de 2001, do Conselho Nacional de Recursos Hídricos – CNRH.

4. Às fls. 22/24 consta a Nota Técnica nº 405/SOC, datada de 11 de agosto de 2004,

da lavra do Especialista em Recursos Hídricos, que procedeu à análise dos requisitos técnicos exigidos

para o deferimento do pleito, considerando a legislação pertinente, e recomendou a sua aprovação pelo

prazo de cinco anos, o que foi ratificado pelo Superintendente de Outorga e Cobrança (fls. 27).

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5. Vale assinalar que várias condicionantes para a concessão do ato administrativo da

outorga, muito embora previstas em lei, envolvem aspectos técnicos, sob os quais não tem este órgão

condições de opinar.

6. Por esta razão, e tendo em vista a documentação apresentada, bem como o

resultado da análise do pedido, consubstanciado na Nota Técnica acima mencionada, a qual foi

atestada por profissional qualificado desta Agência, conclui-se que a proposta, incluindo a minuta de

Resolução acostada aos autos, encontra-se em condições de ser aprovada.

(1,5 cm)

É o parecer. Encaminhe-se à Secretaria-Geral.

Brasília-DF, 19 de outubro de 2004.

(2,5 cm )

(Nome em maiúsculas)

(cargo do signatário com iniciais em maiúsculas)

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ESQUEMA GERAL DE PEÇAS JUDICIAIS

1. Endereçamento – destinatário do recurso 1. O enunciado da questão indicará qual o destinatária da peça judicial.

2. Observações:

i. Apelação : é dirigida ao juiz, embora contenha, por praxe, contenha também

uma segunda parte, endereçada ao tribunal competente.

Art. 514. A apelação, interposta por petição dirigida ao juiz, conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes;

II - os fundamentos de fato e de direito;

III - o pedido de nova decisão.

ii. Agravo : dirigido ao juiz ou ao tribunal, caso seja agravo retido ou de

instrumento.

Art. 524. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, através de petição com os seguintes requisitos:

I - a exposição do fato e do direito;

II - as razões do pedido de reforma da decisão;

III - o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do processo.

Embargos de declaração: “Art. 536. Os embargos serão opostos, no prazo

de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação

do ponto obscuro, contraditório ou omisso, não estando sujeitos a

preparo.

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2. Identificação partes do processo 1. O enunciado da questão indicará quem são as partes no processo.

2. Normalmente as linhas para a prova escrita são numeradas e limitadas. Prefira se

for este o caso identificar partes e número do processo no próprio texto,

normalmente no primeiro parágrafo após o endereçamento.

3. Atenção para o número do processo não caracterizar identificação indevida

(exemplo: no. de um celular ou RG). Melhor simplesmente utilizar a expressão

“processo no “, exceto se no enunciado foi citado um determinado número.

3. Objeto ou finalidade da peça : finalidade deve estar clara. Dê preferência por uma

redação que permita inserir o nome da peça judicial:

O Município de Belo Horizonte, pelo procurador que esta

subscreve, vem à presença de V. Ex.a, nos autos do processo

em epígrafe, não se conformando com a sentença de fls.,

interpor recurso de apelação, com fundamento no artigo 513

e seguintes do Código de Processo Civil, consubstanciado

nas razões em anexo.

4. Fundamentação legal da peça 1. Não sendo possível consultar a legislação, cite apenas o “nome” ou número da lei:

código de processo civil, constituição federal etc.

Instrumento de mandato: mencione a existência e juntada.

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5. Fatos ou histórico:

Postulou a parte autora a condenação do INSS a pagar

R$ 2.000,00 de indenização pelo dano moral que alega ter

sofrido por ter sido supostamente preterida na nomeação para

o cargo de procurador do município.

6. Fundamentos jurídicos dos pedidos contidos na peça

7. Pedidos

Por todo o exposto, requer o agravante a

reforma da decisão que impediu a retenção das

contribuições correntes do município agravado.

Requer, finalmente, a intimação do

agravado para responder.

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8. Outros pedidos : dependendo do enunciado da questão ou da peça a ser elaborada pode ser necessário mencionar custas, honorários, juros de mora , correção monetária, a condenação da parte contrária nos ônus da sucumbência e a produção de provas.

Na improvável hipótese de condenação, requer o réu, desde já, a manifestação expressa sobre a matéria prequestionada, evitando-se a interposição de embargos declaratórios e requer, obedecido o lapso prescricional, que seja a verba honorária fixada com respeito ao art. 20, § 4º, do CPC, e que os juros sejam fixados à taxa legal de 0,5% (meio por cento) ao mês a partir da citação; a isenção de custas processuais.

OBSERVAÇÕES - CUSTASLei nº 9.289, de 4 de julho de 1996. Art. 4° São isentos de pagamento de custas :I - a União, os Estados, os Municípios, os Territórios

Federais, o Distrito Federal e as respectivas autarquias e fundações;

Parágrafo único. A isenção prevista neste artigo não alcança as entidades fiscalizadoras do exercício profissional, nem exime as pessoas jurídicas referidas no inciso I da obrigação de reembolsar as despesas judiciais feitas pela parte vencedora.

Código de Processo CivilArt. 511. .........§ 1º São dispensados de preparo os recursos interpostos

pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.

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DESPESAS - OBSERVAÇÃOCPC – Art. 27Art. 27. As despesas dos atos processuais, efetuados a requerimento do Ministério Público ou da Fazenda Pública, serão pagas a final pelo vencido.STJ - RECURSO ESPECIAL. FAZENDA PÚBLICA. INSS.CUSTAS E DESPESAS PROCESSUAIS. ART. 27 DO CPC.

I - A Fazenda Pública está dispensada do prévio depósito de custas e despesas processuais, que serão pagas ao final pela parte vencida, a teor do disposto no art. 27 do CPC.

II - A disposição do art. 27 do CPC não trata de isenção do pagamento de custas ou despesas processuais, mas de dispensa à Fazenda Pública de efetuá-lo antecipadamente.Recurso especial provido.(REsp 897.042/PI, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado em 03.04.2007, DJ 14.05.2007 p. 396)TRIBUTÁRIO – PROCESSUAL CIVIL – CUSTAS PROCESSUAIS E DESPESAS PROCESSUAIS – DIFERENÇA – OFICIAL DE JUSTIÇA – EXECUÇÃO FISCAL – RECOLHIMENTO APENAS POR OCASIÃO DA REALIZAÇÃO DA DILIGÊNCIA.

1. A querela cinge-se a averiguar qual o momento em que devem ser apresentadas pela exeqüente, na execução fiscal, as despesas com as diligências do meirinho. Ora, ".. a citação postal constitui-se ato processual cujo valor está abrangido nas custas processuais, e não se confunde com despesas processuais, as quais se referem ao custeio de atos não abrangidos pela atividade cartorial, como é o caso dos honorários de perito e diligências promovidas por Oficial de Justiça." (EREsp 453792/RS, Rel. Min. JOSÉ DELGADO).

2. Custas e despesas processuais são institutos diversos, pode-se inferir que as segundas, por absoluta ausência de previsão legal, não necessitam ser apresentadas por oportunidade da propositura da ação. As custas processuais sim é que precisam ser ofertadas no momento de ajuizamento da ação, sob pena de atração da cominação inserta no art. 257 do CPC.

3. Nesta senda, percebe-se que somente quando da imperiosidade de realização da citação por oficial de justiça é que se torna cabível o adimplemento das despesas processuais correlativas.

4. Sustente-se que não se afasta a incidência da Súmula 190 desta Corte, assim vazada: "na execução fiscal, processada perante a justiça estadual, cumpre à Fazenda Pública antecipar o numerário destinado ao custeio dasdespesas com o transporte dos oficiais de justiça.". Apenas, tem-se que tal antecipação não ocorre por oportunidade da propositura da ação, mas, na verdade, no momento em que surge a determinação para realização do ato empreendido pelo meirinho do juízo.

Recurso especial provido. (REsp 867.427/GO, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 01.03.2007, DJ 12.03.2007 p. 212)

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OBSERVAÇÕES – HONORÁRIOSCódigo de Processo CivilArt. 20......§ 3º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez por cento (10%) e o máximo de vinte por cento (20%) sobre o valor da condenação, atendidosa) o grau de zelo do profissional;b) o lugar de prestação do serviço; c) a natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

§ 4o Nas causas de pequeno valor, nas de valor inestimável, naquelas em que não houver condenação ou for vencida a Fazenda Pública, e nas execuções, embargadas ou não, os honorários serão fixados consoante apreciação eqüitativa do juiz, atendidas as normas das alíneas a, b e c do parágrafo anterior.

PROCESSUAL CIVIL. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FAZENDA PÚBLICA. ART. 20, § § 3º E 4º DO CPC. VALOR FIXADO EM PERCENTUAL INFERIOR AO DO ART. 20, § 3º DO CPC. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. DECISÃO MONOCRÁTICA. POSSIBILIDADE DO RELATOR NEGAR SEGUIMENTO AO RECURSO COM BASE NO ART. 557, DO CPC. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

I - Consoante jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, na ação condenatória contra a Fazenda Pública, cujo pedido tenha sido julgado procedente, os honorários advocatícios devem ser calculados nos termos do art. 20, § 4º do Código de Processo Civil, devendo ser observadas as regras previstas nas alíneas do parágrafo 3º do referido dispositivo, podendo, inclusive, ser fixado em percentual inferior ao estipulado neste parágrafo. Precedentes.

II - Nos termos do artigo 557 do Código de Processo Civil, o relator poderá negar seguimento a recurso manifestamente inadmissível, improcedente, prejudicado ou em confronto com jurisprudência dominante no respectivo tribunal.

III - Agravo interno desprovido. (AgRg no REsp 869.523/PR, Rel. Ministro GILSON DIPP, QUINTA TURMA, julgado em 22.05.2007, DJ 29.06.2007 p. 705)

Súmula 111 do STJOs honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre as prestações vencidas após a sentença.

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OBSERVAÇÕES - JUROSCódigo CivilArt. 405. Contam-se os juros de mora desde a citação inicialArt. 406. Quando os juros moratórios não forem convencionados, ou o forem sem taxa estipulada, ou quando provierem de determinação da lei, serão fixados segundo a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional.

Lei nº 9.494, de 10 de setembro de 1997 Art. 1o-F. Os juros de mora, nas condenações impostas à Fazenda Pública para pagamento de verbas remuneratórias devidas a servidores e empregados públicos, não poderão ultrapassar o percentual de seis por cento ao ano. (NR) (Artigo incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 24.8.2001)

SÚMULA: 39 da TNUNas ações contra a Fazenda Pública, que versem sobre pagamento de diferenças decorrentes de reajuste nos vencimentos de servidores públicos, ajuizadas após 24/08/2001, os juros de mora devem ser fixados em 6% (seis por cento) ao ano (art. 1º-F da Lei 9.494/97).

Enunciado 20 do Egrégio Conselho da Justiça FederalEnunciado 20 - Art. 406: a taxa de juros moratórios a que se refere o art. 406 é a do art. 161, § 1º, do Código Tributário Nacional, ou seja, 1% (um por cento) ao mês.

Súmula: 188 do STJOs juros moratórios, na repetição do indébito tributário, são devidos a partir do transito em julgado da sentença.

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OBSERVAÇÕES – CORREÇÃO MONETÁRIA

1) Súmula 14 do STJ Arbitrados os honorários advocatícios em percentual sobre o valor da causa, a correção monetária incide a partir do respectivo ajuizamento.

2) Súmula 43 do STJ Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo.

Pedido de deferimento: A peça é um requerimento. O pedido

final de deferimento, com a expressão usual: “Nestes termos,

pede deferimento” não é imposição legal ou lógica, uma vez

que já há pedidos expressos na peça. Contudo, por cautela, a

praxe deve ser seguida também na prova.

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OBSERVAÇÕES – PRERROGATIVAS PROCESSUAIS

1) Intimação e notificação pessoal

Procuradores Federais serão intimados e notificados pessoalmente, nos termos do art. 17 da Lei n.° 10.910, de 15 de julho de 2004.(publicado no DOU – Seção 1 No 136-A, Edição Extra, sexta-feira, 16 de julho de 2004)

Art. 17. Nos processos em que atuem em razão das atribuições de seus cargos, os ocupantes dos cargos das carreiras de Procurador Federal e de Procurador do Banco Central do Brasil serão intimados e notificados pessoalmente.

Lei Complementar 73, de 10 de fevereiro de 1993Art. 38. As intimações e notificações são feitas nas pessoas

do Advogado da União ou do Procurador da Fazenda Nacional que oficie nos respectivos autos.

2) Custas* ver observação acima *

3) Preparo de recursos

Art. 511. .........

§ 1º São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo

Ministério Público, pela União, pelos Estados e Municípios e

respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.

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4) Autenticações de cópias reprográficas:

De igual modo, é ainda desobrigado de autenticar as cópias reprográficas de quaisquer documentos que apresente em juízo, de acordo com o artigo 24 da Lei no. 10.522, de 19 de julho de 2002:

Art. 24. As pessoas jurídicas de direito público são dispensadas de autenticar as cópias reprográficas de quaisquer documentos que apresentem em juízo.

5) Mandato legal: Lei 9.469, de 10 de julho de 1997Art. 9º A representação judicial das autarquias e fundações públicas por seus procuradores ou advogados, ocupantes de cargos efetivos dos respectivos quadros, independe da apresentação do instrumento de mandato.

Lei Complementar 73, de 10 de fevereiro de 1993Art. 17 - Aos órgãos jurídicos das autarquias e das fundações públicas compete:I - a sua representação judicial e extrajudicial;

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6) Citação - União

LEI COMPLEMENTAR Nº 73, DE 10 DE FEVEREIRO DE 1993

Art. 35. A União é citada nas causas em que seja interessada, na condição de autora, ré, assistente, oponente, recorrente ou recorrida, na pessoa:I- do Advogado-Geral da União, privativamente, nas hipóteses de competência do Supremo Tribunal Federal;II - do Procurador-Geral da União, nas hipóteses de competência dos tribunais superiores;III - do Procurador-Regional da União, nas hipóteses de competência dos demais tribunais;IV - do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da União, nas hipóteses de competência dos juízos de primeiro grau.

Art. 36. Nas causas de que trata o art. 12, a União será citada na pessoa:I - (Vetado);II - do Procurador-Regional da Fazenda Nacional, nas hipóteses de competência dos demais tribunais;III - do Procurador-Chefe ou do Procurador-Seccional da Fazenda Nacional nas hipóteses de competência dos juízos de primeiro grau.

Art. 37. Em caso de ausência das autoridades referidas nos arts. 35 e 36, a citação se dará na pessoa do substituto eventual.

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USO DO VERNÁCULO E DE ABREVIATURAS

CPC

Art. 156. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso do vernáculo.

Art. 169. Os atos e termos do processo serão datilografados ou escritos com tinta escura e indelével, assinando-os as pessoas que neles intervieram. Quando estas não puderem ou não quiserem firmá-los, o escrivão certificará, nos autos, a ocorrência.Parágrafo único. É vedado usar abreviaturas.

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DA CONTESTAÇÃO

CONTESTAÇÃO – REQUISITOS

CPC – Art. 300-301

CONTESTAÇÃO - REQUISITOSREQUISITO PARA PETIÇÃOALEGAR TODA MATÉRIA DE DEFESARAZÕES DE FATO E DE DIREITOESPECIFICAR PROVAS QUE PRETENDE PRODUZIRArt. 300. Compete ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

PRELIMINARREQUISITO PARA PETIÇÃO – ANTES DO MÉRITOArt. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o mérito, alegar:I - inexistência ou nulidade da citação;II - incompetência absoluta; III - inépcia da petição inicial;IV - perempção; V - litispendência; Vl - coisa julgada; VII - conexão; Vlll - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; IX - convenção de arbitragem;X - carência de ação; Xl - falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar.

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CPC – Art. 300-301

MANIFESTAÇÃO SOBRE TODOS OS FATOS NARRADOSREQUISITO PARA PETIÇÃO – MANIFESTAÇÃO PRECISAArt. 302. Cabe também ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial.

Presumem-se verdadeiros os fatos não impugnados, salvo:I - se não for admissível, a seu respeito, a confissão;II - se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento público que a lei considerar da substância do ato;III - se estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto.Parágrafo único. Esta regra, quanto ao ônus da impugnação especificada dos fatos, não se aplica ao advogado dativo, ao curador especial e ao órgão do Ministério Público.

DIREITOS INDISPONÍVEIS – FAZENDA PÚBLICAArt. 351. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis.

RESOLUÇÃO DE MÉRITO – DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃOArt. 269. Haverá resolução de mérito: I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;II - quando o réu reconhecer a procedência do pedido;III - quando as partes transigirem; IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a prescrição; V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se funda a ação.

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DA APELAÇÃO

APELAÇÃO – REQUISITOS

CPC – Art. 513-514-515

Art. 513. Da sentença caberá apelação (arts. 267 e 269).

REQUISITOS PARA PETIÇÃOArt. 514. A apelação, interposta por petição dirigida ao juiz, conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes;II - os fundamentos de fato e de direito;III - o pedido de nova decisão.

APELAÇÃO – EFEITO DEVOLUTIVOArt. 515. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que a sentença não as tenha julgado por inteiro.§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.§ 3o Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento.§ 4o Constatando a ocorrência de nulidade sanável, o tribunal poderá determinar a realização ou renovação do ato processual, intimadas as partes; cumprida a diligência, sempre que possível prosseguirá o julgamento da apelação.

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CPC – Art. 516-517 - 523

DEVOLUÇÃO – QUESTÕES ANTERIORES A SENTEÇAArt. 516. Ficam também submetidas ao tribunal as questões anteriores à sentença, ainda não decididas.

DEVOLUÇÃO – QUESTÕES DE FATO Art. 517. As questões de fato, não propostas no juízo inferior, poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

AGRAVO RETIDO – PRELIMINARREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 523. Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação.

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DO AGRAVO

DO AGRAVO

CPC – ART. 522

Art. 522. Das decisões interlocutórias caberá agravo, no prazo de 10 (dez) dias, na forma retida, salvo quando se tratar de

1) decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação,

2) bem como nos casos de inadmissão da apelação

3) e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, quando será admitida a sua interposição por instrumento.

Parágrafo único. O agravo retido independe de preparo.

=> O agravo de instrumento DEPENDE de PREPARO, => A FAZENDA PÚBLICA É DISPENSADA DE PREPARO

Art. 511..... § 1o São dispensados de preparo os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelos Estados e Municípios e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.

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CPC – ART. 523

REQUISITO - APELAÇÃO

Art. 523. Na modalidade de agravo retido o agravante requererá que o tribunal dele conheça, preliminarmente, por ocasião do julgamento da apelação.

§ 1o Não se conhecerá do agravo se a parte não requerer expressamente, nas razões ou na resposta da apelação, sua apreciação pelo Tribunal.

REQUISITO PARA PROVAPEDIDO DE INTIMAÇÃO DO AGRAVADO – 10 DIAS

§ 2o Interposto o agravo, e ouvido o agravado no prazo de 10 (dez) dias, o juiz poderá reformar sua decisão.

§ 3o Das decisões interlocutórias proferidas na audiência de instrução e julgamento caberá agravo na forma retida, devendo ser interposto oral e imediatamente, bem como constar do respectivo termo (art. 457), nele expostas sucintamente as razões do agravante.

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CPC – ART. 524-525

PETIÇÃO DO AGRAVO DE INTRUMENTOREQUISITOS PARA A PROVA (4)Art. 524. O agravo de instrumento será dirigido diretamente ao tribunal competente, através de petição com os seguintes requisitos:I - a exposição do fato e do direito; II - as razões do pedido de reforma da decisão;III -o nome e o endereço completo dos advogados, constantes do processo

INSTRUÇÃO DO AGRAVO REQUISITOS PARA PROVAArt. 525. A petição de agravo de instrumento será instruída:I -obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, dacertidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;II -facultativamente, com outras peças que o agravanteentender úteis.

§ 1o Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos,conforme tabela que será publicada pelos tribunais.

§ 2o No prazo do recurso, a petição será protocolada no tribunal, ou postada no correio sob registro com aviso de recebimento, ou, ainda, interposta por outra forma prevista na lei local.

=> O Procurador Federal exerce mandato legal! <=

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CPC – ART. 526

COMPROVANTE DE INTERPOSIÇÃO DO AGRAVO

Art. 526. O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso.

Parágrafo único. O não cumprimento do disposto neste artigo, desde que argüido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo

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CPC – ART. 527

Art. 527. Recebido o agravo de instrumento no tribunal, e distribuído incontinenti, o relator: I -negar-lhe-á seguimento, liminarmente, nos casos do art. 557; II -converterá o agravo de instrumento em agravo retido, salvo quando se tratar de decisão suscetível de causar à parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão da apelação e nos relativos aos efeitos em que a apelação é recebida, mandando remeter os autos ao juiz da causa;

REQUISITO PARA PROVA III -poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso (art. 558), ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;

IV -poderá requisitar informações ao juiz da causa, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;

REQUISITO PARA PROVA V -mandará intimar o agravado, na mesma oportunidade, por ofício dirigido ao seu advogado, sob registro e com aviso de recebimento, para que responda no prazo de 10 (dez) dias (art. 525, § 2o), facultando-lhe juntar a documentação que entender conveniente, sendo que, nas comarcas sede de tribunal e naquelas em que o expediente forense for divulgado no diário oficial, a intimação far-se-á mediante publicação no órgão oficial;

REQUISITO PARA PROVA VI -ultimadas as providências referidas nos incisos I a V, mandará ouvir o Ministério Público, se for o caso, para que se pronuncie no prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput deste artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a reconsiderar.

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CPC – ART. 528

Art. 528. Em prazo não superior a 30 (trinta) dias da intimação do agravado, o relator pedirá dia para julgamento.

Art. 529. Se o juiz comunicar que reformou inteiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo

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AGRAVO DE INSTRUMENTOREQUISITOS DA PETIÇÃO PARA A PROVA

1) dirigido diretamente ao tribunal competente – Presidente do Tribunal

2)exposição dos fatos e do direito3)razões do pedido de reforma da decisão4) nome e endereço completo dos advogados5)pedido de reforma da decisão6)menção a cópias da decisão agravada7)menção a certidão da respectiva intimação8)menção a procuração outorgada a outra parte 9) menção que o procurador federal tem mandato legal10)menção a isenção de custas e preparo11)menção que requererá a juntada ao processo no prazo de 3

dias de cópia da petição do agravo e do comprovante de interposição

12)pedido de efeito suspensivo em antecipação de tutela total13)requerimento para que se requisite informações ao juiz da

causa14)pedido de intimação do agravado15)pedido de oitiva do MP

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RECURSO EXTRAÓRDINÁRIO E ESPECIAL

CONSTITUIÇÃO FEDERALART. 102

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO - HIPÓTESES a) contrariar dispositivo desta Constituição; b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta

Constituição. d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (EC-45)

§ 1.º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal.

REPERCUSSÃO GERAL

§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (EC-45)

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CPC –alterações da Lei nº 11.341, de 2006

Seção IIDo Recurso Extraordinário e do Recurso Especial

CPC – ART. 541

ENDEREÇAMENTO: (VICE-)PRESIDENTE TRIBUNAL RECORRIDOPETIÇÕES DISTINTAS Art. 541. O recurso extraordinário e o recurso especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas, que conterão:

REQUISITOS DA PETIÇÃO I - a exposição do fato e do direito; Il - a demonstração do cabimento do recurso interposto; III - as razões do pedido de reforma da decisão recorrida.

PROVA DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL Parágrafo único. Quando o recurso fundar-se em dissídio jurisprudencial, o recorrente fará a prova da divergência mediante certidão, cópia autenticada ou

pela citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que tiver sido publicada a decisão divergente, ou ainda pela reprodução de julgado disponível na Internet, com indicação da respectiva fonte,

mencionando, em qualquer caso, as circunstâncias que identifiquem ou assemelhem os casos confrontados. (Redação dada pela Lei nº 11.341, de 2006)

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CPC – ART. 542

INTIMAÇÃO DO RECORRIDO – REQUISITO PARA PETIÇÃO Art. 542. Recebida a petição pela secretaria do tribunal, será intimado o recorrido, abrindo-se-lhe vista, para apresentar contra-razões.

ADMISSÃO DO RECURSO - REQUISITO PARA PETIÇÃO – § 1o Findo esse prazo, serão os autos conclusos para admissão ou não do recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, em decisão fundamentada.

EFEITO – DEVOLUTIVO - REQUISITO PARA PETIÇÃO § 2o Os recursos extraordinário e especial serão recebidos no efeito devolutivo

RECURSO EXTRAORDINÁRIO OU ESPECIAL RETIDO § 3o O recurso extraordinário, ou o recurso especial, quando interpostos contra decisão interlocutória em processo de conhecimento, cautelar, ou embargos à execução ficará retido nos autos e somente será processado se o reiterar a parte, no prazo para a interposição do recurso contra a decisão final, ou para as contra-razões.

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CPC – ART. 543

REMESSA AO STJ - AMBOS OS RECURSOS Art. 543. Admitidos ambos os recursos, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.

REMESSAO AO STF PELO STJ– SE NÃO PREJUDICADO § 1o Concluído o julgamento do recurso especial, serão os autos remetidos ao Supremo Tribunal Federal, para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.

AO STF => SE RECURSO EXTRAORDINÁRIO PREJUDICIAL § 2o Na hipótese de o relator do recurso especial considerar que o recurso extraordinário é prejudicial àquele, em decisão irrecorrível sobrestará o seu julgamento e remeterá os autos ao Supremo Tribunal Federal, para o julgamento do recurso extraordinário.

DEVOLUÇÃO AO STJ => NÃO CONSIDERADO PREJUDICIAL § 3o No caso do parágrafo anterior, se o relator do recurso extraordinário, em decisão irrecorrível, não o considerar prejudicial, devolverá os autos ao Superior

Tribunal de Justiça, para o julgamento do recurso especial.

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CPC – ART. 543-A

SEM REPERCUSSÃO GERAL: NÃO CONHECIMENTO Art. 543-A. O Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão geral, nos termos deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

CARACTERIZAÇÃO DA REPERCUSSÃO GERAL REQUISITO PARA PETIÇÃO

§ 1o Para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista

econômico, político, social ou jurídico, que

ultrapassem os interesses subjetivos da causa. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

PRELIMINAR PARA APRECIAÇÃO EXCLUSIVA - STFREPERCUSSÃO GERAL – PRELIMINAR DO RECURSO

§ 2o O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão geral. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

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CPC – ART. 543-A - §3º

REPERCUSSÃO GERAL - CRITÉRIO OBJETIVODECISÃO CONTRÁRIA A SÚMULA OUJURISPRUDÊNCIA DOMINANTEREQUISITO PARA PETIÇÃO

§ 3o Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

§ 4o Se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro) votos, ficará dispensada a remessa do recurso ao Plenário. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

§ 5o Negada a existência da repercussão geral, a decisão valerá para todos os recursos sobre matéria idêntica, que serão indeferidos liminarmente, salvo revisão

da tese, tudo nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

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CPC – ART. 543-A - §6º

REPERCUSSÃO GERAL – MANIFESTAÇÃO DE TERCEIROS

§ 6o O Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

§ 7o A Súmula da decisão sobre a repercussão geral constará de ata, que será publicada no Diário Oficial e valerá como acórdão. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

Observação – Petição – MANIFESTAÇÃO DE TERCEIROS

1) Petição dirigida ao relator do RE – ...Excelentíssimo Senhor Ministro Relator do Recurso Especial número XYXY

2) Manifestação sobre a repercussão geral3) Procurador habilitado por instrumento ou legalmente (AGU)

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CPC – ART. 543-B

Art. 543-B. Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a análise da repercussão geral será processada nos termos do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, observado o disposto neste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

§ 1o Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

§ 2o Negada a existência de repercussão geral, os recursos sobrestados considerar-se-ão automaticamente não admitidos. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

§ 3o Julgado o mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declará-los prejudicados ou retratar-se. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

§ 4o Mantida a decisão e admitido o recurso, poderá o Supremo Tribunal Federal, nos termos do Regimento Interno, cassar ou reformar, liminarmente, o acórdão contrário à orientação firmada. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

§ 5o O Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal disporá sobre as atribuições dos Ministros, das Turmas e de outros órgãos, na análise da

repercussão geral. (Incluído pela Lei nº 11.418, de 2006).

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CPC – ART. 544

AGRAVO DE INSTRUMENTO – NÃO ADMITIDO O RECURSO Art. 544. Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo de instrumento, no prazo de 10 (dez) dias, para o Supremo Tribunal Federal ou para o Superior Tribunal de Justiça, conforme o caso.

INSTRUÇÃO DO AGRAVO DE INSTRUMENTOREQUISITO PARA PETIÇÃO§ 1o O agravo de instrumento será instruído com as peças apresentadas pelas partes, devendo constar obrigatoriamente, sob pena de não conhecimento, cópias do

acórdão recorrido, da certidão da respectiva intimação, da petição de interposição do recurso denegado, das contra-razões, da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado.

As cópias das peças do processo poderão ser declaradas autênticas pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal.

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Curso de Peças Processuais – AGU/2007 José Carlos Machado Júnior 45

CPC – ART. 544 - §2º

ENDEREÇAMENTO:PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE ORIGEMINDEPENDE DE CUSTAS E DESPESAS POSTAISINTIMAÇÃO DO AGRAVADOREQUISITO PARA PETIÇÃO § 2o A petição de agravo será dirigida à presidência do tribunal de origem, não dependendo do pagamento de custas e despesas postais. O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta, podendo instruí-la com cópias das peças que entender conveniente. Em seguida, subirá o agravo ao tribunal superior, onde será processado na forma regimental.

§ 3o Poderá o relator, se o acórdão recorrido estiver em confronto com a súmula ou jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça, conhecer do agravo para dar provimento ao próprio recurso especial; poderá ainda, se o instrumento contiver os elementos necessários ao julgamento do mérito, determinar sua conversão, observando-se, daí em diante, o procedimento relativo ao recurso especial.

§ 4o O disposto no parágrafo anterior aplica-se também ao agravo de instrumento contra denegação de recurso extraordinário, salvo quando, na mesma causa, houver recurso especial admitido e que deva ser julgado em primeiro lugar.

Art. 545. Da decisão do relator que não admitir o agravo de instrumento, negar-lhe provimento ou reformar o acórdão recorrido, caberá agravo no prazo de cinco dias, ao órgão competente para o julgamento do recurso, observado o disposto nos §§ 1o e 2o do art. 557.

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CPC – ART. 546

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA *

Art. 546. É embargável a decisão da turma que: I - em recurso especial, divergir do julgamento de outra turma, da seção ou do órgão especial;Il - em recurso extraordinário, divergir do julgamento da outra turma ou do plenário.

Parágrafo único. Observar-se-á, no recurso de embargos, o procedimento estabelecido no regimento interno.

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO E ESPECIALREQUISITOS DA PETIÇÃO PARA A PROVA

1. petições distinta – não redija 2 recursos em uma petição!

2. endereçamento ao Presidente ou vice do tribunal recorrido

3. exposição do fato e do direito;

4. mencionar que atendido o requisito do prequestionamento (*)

5. (RE) em preliminar exclusiva: caracterizar a repercussão geral:

econômica, política, social ou jurídica que ultrapassam os interesses

subjetivos da causa.

6. (RE) preliminar exclusiva objetiva – depende da questão – quando

contraria súmula ou jurisprudência dominante do STF, conforme for

recurso extraordinário ou especial.

7. demonstração do cabimento do recurso interposto (RE);

- contrariar dispositivo da Constituição, declarar a

inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, julgar válida lei ou ato de

governo local contestado em face da Constituição ou julgar válida lei

local contestada em face de lei federal;

8. as razões do pedido de reforma da decisão recorrida.

9. prova da divergência – se for o caso – conforme enunciado da questão.

10.requerer intimação do recorrido.

11. fecho : efeito devolutivo, admissão do recurso e remessa ao STJ ou STF

12. retido nos autos : apenas se interposto contra decisão interlocutória.

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

CPC – ART. 535 - 536

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CABIMENTO

Art. 535. Cabem embargos de declaração quando:I - houver, na sentença ou no acórdão, obscuridade ou contradição;II - for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se o juiz ou tribunal.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – REQUISITOS

PRAZO DE 5 DIAS – PRAZO EM DOBROPETIÇÃO DIRIGIDA AO JUIZ OU RELATORINDICAÇÃO DO PONTO OBSCURO, CONTRADITÓRIO OU OMISSONÃO ESTÃO SUJEITOS A PREPARO *REQUISITOS PARA PETIÇÃO

Art. 536. Os embargos serão opostos, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz ou relator, com indicação do ponto obscuro,

contraditório ou omisso, não estando sujeitos a preparo.

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CPC – ART. 537 – 538

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

PRAZO PARA JULGAMENTOArt. 537. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias; nos tribunais, o

relator apresentará os embargos em mesa na sessão subseqüente, proferindo voto.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EFEITO INTERRUPTIVOREQUISITO PARA PETIÇÃO

Art. 538. Os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

MANIFESTAMENTO PROTELATÓRIOS - MULTA

Parágrafo único. Quando manifestamente protelatórios os embargos, o juiz ou o tribunal, declarando que o são, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente de 1% (um por cento) sobre o valor da causa. Na reiteração de embargos protelatórios, a multa é elevada a até 10% (dez por cento), ficando condicionada a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do valor respectivo.

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Juizados Especiais Federais Lei nº 9.099/95 – Lei nº 10.259/01

EMBARGOS DE DECLARAÇÃOAPLICAÇÃO DA LEI nº 9.099/95Lei nº 10.259/01Art. 1º São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – CABIMENTOOBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO, OMISSÃO OU DÚVIDALei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.Art. 48. Caberão embargos de declaração quando, na sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida.Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTERPOSIÇÃOPRAZO – COMUMQUESTÃO PARA PROVALei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.Art. 49. Os embargos de declaração serão interpostos por escrito ou oral-mente, no prazo de cinco dias, contados da ciência da decisão.

Lei nº 10.259/01VEDA PRAZO DIFERENCIADOArt. 9º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de trinta dias.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – EFEITO SUSPENSIVOREQUISITO PARA PETIÇÃOLei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.Art. 50. Quando interpostos contra sentença, os embargos de declaração sus-penderão o prazo para recurso.

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃOREQUISITOS PARA A PROVA

Nº Requisito Lei/Art ObsEMBARGOS DECLARATÓRIOS – GERAL

1 Petição dirigida ao Juiz/Relator

CPC, 536

2 Menção a tempestividade – 5 dias -

CPC, 536 Prazo em dobro para recorrer

3 Indicação da obscuridade e/ou contradição e/ou omissão

CPC, 536 Depende do enunciado

4 Menção a interrupção do prazo de outros recursos

CPC, 538

5 Requerimento para que seja sanada o(s) ponto(s) indicados no item 3.

Decorrência Lógica

APENAS JUIZADO ESPECIAL FEDERAL6 Indicação da obscuridade

e/ou contradição e/ou omissão e/ou dúvida

Lei 9.099/95, art. 48

7 Pode ser interposto por escrito ou oralmente

Lei 9.099/95, art. 49

Oral – apenas como questão de prova. Deve ser atermado.

8 Prazo de 5 dias, sem contagem em dobro.

L.9.099/95, art. 49 c/c art. 9º da L. 10.259/01

Não há prazo diferenciado no Juizado Especial Federal

9 Menção ao efeito suspensivo Lei 9.099/95, art. 50

Efeito suspensivo – quando interposto da sentença

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SUGESTÃO – PARÁGRAFO INICIAL E FECHO - CONTESTAÇÃO

CONSTESTAÇÃO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da 3ª Vara Federal Cível de Brasília da Seção Judiciária do Distrito Federal

O Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, com sede em Brasília, através do seu procurador, com mandato por força de lei, nos autos número xxxx, em que é autor Pedro Álvares Cabral, brasileiro, casado, navegador, residente na rua r, no número xx, no bairro b, na cidade de c, vem à presença de Vossa Excelência, tempestivamente, apresentar a sua contestação, requerendo desde já que seja julgado improcedente o pedido inicial pelas razões que abaixo declina.

Preliminarmente deve ser extinto o processo sem julgamento do mérito uma vez que....

Da Seção Judiciária do Distrito Federal

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da 3ª Vara Federal de Brasília

O Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, isento de custas e de preparo nos termos da lei, com sede em Brasília, através do seu procurador, constituído por expressa previsão legal, nos autos número xxxx, em que é autor Pedro Álvares Cabral, de nacionalidade “nacionalidade”, estado civil “estado civil”, profissão “profissão”, residente na rua “rua”, no número “xx”, no bairro “bairro”, na cidade de “cidade”, tempestivamente apresentar a sua contestação, requerendo que seja julgado improcedente o pedido inicial pelas razões que se seguem.

Preliminarmente deve ser extinto o processo sem julgamento do mérito uma vez que....

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Curso de Peças Processuais – AGU/2007 José Carlos Machado Júnior 53

CONTESTAÇÃO – FECHO

Requer a produção da prova pericial e o depoimento pessoal do autor.Pelo exposto, requer a parte ré que seja extinto o processo sem

julgamento do mérito ou que seja julgado improcedente o pedido, com a condenação do autor ao pagamento de custas e honorários advocatícios. Requer ainda, em homenagem ao princípio da eventualidade, que caso seja sucumbente, que seja reconhecida a prescrição qüinqüenal sobre parcelas devidas, que os honorários advocatícios da parte autora sejam fixados com modicidade, que a correção monetária observe os índices legais e que os juros de mora sejam fixados após a condenação, em percentual legal. Requer ainda, a sua isenção ao pagamente de custas, conforme previsão legal.

Pede deferimento.Cidadedaprova, datadaprova.Procurador FederalMatrícula XXXXOAB YYY

Requer a produção da prova pericial, documental e o depoimento pessoal do autor.

Pelo todo o exposto, requer o réu que sejam acolhidas a preliminares e julgado extinto o processo sem julgamento do mérito.

Se houver apreciação do mérito, requer o réu que seja julgado improcedente o pedido, com a condenação do autor ao pagamento de custas e honorários advocatícios.

Requer ainda, em homenagem ao princípio da eventualidade, que caso seja sucumbente, que seja reconhecida a prescrição qüinqüenal sobre parcelas devidas, que os honorários advocatícios da parte autora sejam fixados com modicidade, em percentual não superior a cinco por cento, que a correção monetária observe os índices legais e que os juros de mora sejam fixados após a condenação, em percentual não superior a seis por cento ao mês. Requer ainda, a sua isenção ao pagamente de custas, conforme previsão legal.

Pede deferimento.Cidadedaprova, datadaprova.Procurador Federal

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SUGESTÃO – PARÁGRAFO INICIAL - APELAÇÃO

APELAÇÃO

Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz Federal da 3ª Vara Federal de Brasília

O Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, com sede em Brasília, isento de custas e de preparo nos termos da lei, através do seu procurador, constituído por mandato legal, em face da sentença proferida nos autos número xxxx, em que é autor Pedro Álvares Cabral, de nacionalidade “nacionalidade”, estado civil “estado civil”, profissão “profissão”, residente na rua “rua”, no número “xx”, no bairro “bairro”, na cidade de “cidade”, vem, tempestivamente, à presença de Vossa Excelência apresentar a sua apelação, requerendo desde já que seja essa recebida nos efeitos devolutivo e suspensivo e que, após a intimação do apelado, seja remetida ao tribunal competente, para que nova decisão seja proferida.

Pede Deferimento.Egrégio Tribunal Regional Federal, a decisão apelada merece ser

reformada, pois não observou....

Da Seção Judiciária do Distrito Federal

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Curso de Peças Processuais – AGU/2007 José Carlos Machado Júnior 55

SUGESTÃO– PARÁGRAFO INICIAL – RECURSO EXTRAÓRDINÁRIO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal Presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª Região

O Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, com sede em Brasília, isento de custas e de preparo nos termos da lei, através do seu procurador, constituído por mandato legal, em face do acórdão proferido nos autos número xxxx, em que é autor Pedro Álvares Cabral, de nacionalidade “nacionalidade”, estado civil “estado civil”, profissão “profissão”, residente na rua “rua”, no número “xx”, no bairro “bairro”, na cidade de “cidade”, vem, tempestivamente, à presença de Vossa Excelência apresentar recurso extraordinário, requerendo que este seja recebido no efeito devolutivo e que após a intimação do recorrido, seja o recurso admitido e remetido ao Supremo Tribunal Federal.

Egrégio Supremo Tribunal Federal, presente o prequestionamento na decisão recorrida, preliminarmente...

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RECURSO EXTRAORDINÁRIOPEDIDO DE LIMINAR

Excelentíssimo Senhor Juiz Federal Presidente da Turma Recursal da Seção Judiciária de Goiáis

O Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, com sede em Brasília, isento de custas e de preparo nos termos da lei, através do seu procurador, constituído por mandato legal, em face do acórdão proferido nos autos número xxxx, em que é autor Pedro Álvares Cabral, de nacionalidade “nacionalidade”, estado civil “estado civil”, profissão “profissão”, residente na rua “rua”, no número “xx”, no bairro “bairro”, na cidade de “cidade”, vem à presença de Vossa Excelência tempestivamente apresentar recurso extraordinário com pedido de liminar, requerendo que após a intimação do recorrido, seja o recurso admitido e remetido ao Supremo Tribunal Federal para que seja a decisão recorrida reformada.

Pede deferimento.Egrégio Supremo Tribunal Federal, presente o prequestionamento na decisão recorrida,

preliminarmente o recorrente demonstra a existência da repercussão geral pela existência de questão relevante do ponto de vista jurídico e econômico, uma vez que a decisão recorrida determinou o pagamento de (....).

Impõe-se de outro lado o deferimento de liminar para sobrestar todos os processos nos quais a mesma controvérsia jurídica dos presentes autos esteja em discussão, nos termos da Lei número 10.259/01, a denominada Lei dos Juizados Especiais Federais (....).

LEI No 10.259, DE 12 DE JULHO DE 2001.Art. 14. ....§ 4o Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em questões de direito material, contrariar

súmula ou jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça -STJ, a parte interessada poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.

§ 5o No caso do § 4o, presente a plausibilidade do direito invocado e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.

RE-QO 519394 / PB – PARAÍBAQUESTÃO DE ORDEM NO RECURSO EXTRAORDINÁRIORelator(a): Min. GILMAR MENDESJulgamento: 28/02/2007 Órgão Julgador: Tribunal Pleno Parte(s) RECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS ADV.(A/S) : FLODOALDO CARNEIRO DA SILVA RECDO.(A/S) : ADILES MOTA SILVEIRA ADV.(A/S) : JEAN CÂMARA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S)

EMENTARecurso Extraordinário. 2. Efeito suspensivo. 3. Decisão monocrática concessiva. Referendum do Plenário. 4. Existência de plausibilidade jurídica da pretensão e ocorrência do periculum in mora. 5. Cautelar, em questão de ordem, referendada. Decisão O Tribunal, por maioria, referendou a decisão de acordo com o voto do Ministro-Relator, vencido o Senhor Ministro Marco Aurélio, que negava o referendo. Votou a Presidente, Ministra Ellen Gracie. Plenário, 28.02.2007.

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO – MODELO COM PREQUESTIONAMENTO

Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal Presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª RegiãoO Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, com sede em Brasília, isento de custas e

de preparo nos termos da lei, através do seu procurador, constituído por mandato legal, em face do acórdão proferido nos autos número xxxx, em que é autor Pedro Álvares Cabral, de nacionalidade “nacionalidade”, estado civil “estado civil”, profissão “profissão”, residente na rua “rua”, no número “xx”, no bairro “bairro”, na cidade de “cidade”, tempestivamente apresenta recurso extraordinário com pedido de liminar, requerendo que após a intimação do recorrido, seja o recurso admitido e remetido ao Supremo Tribunal Federal para que seja a decisão recorrida reformada.

Pede deferimento.Egrégio Supremo Tribunal Federal, presente o prequestionamento na decisão recorrida, prelimi-

narmente o recorrente demonstra a existência da repercussão geral pela existência de questão relevante do ponto de vista jurídico e econômico, uma vez que a decisão ora atacada determinou o pagamento de (....).

Impõe-se de outro lado o deferimento de liminar para sobrestar todos os processos nos quais a mesma controvérsia jurídica dos presentes autos esteja em discussão, nos termos da Lei número 10.259/01, a denominada Lei dos Juizados Especiais Federais (....).

Excelentíssimo Senhor Desembargador Federal Presidente do Tribunal Regional Federal da 1ª RegiãoO Instituto Nacional do Seguro Social, autarquia federal, com sede em Brasília, isento de custas e

de preparo nos termos da lei, através do seu procurador, constituído por mandato legal, em face do acórdão proferido nos autos número xxxx, em que é autor Pedro Álvares Cabral, de nacionalidade “nacionalidade”, estado civil “estado civil”, profissão “profissão”, residente na rua “rua”, no número “xx”, no bairro “bairro”, na cidade de “cidade”, ajuíza tempestivamente recurso extraordinário com pedido de liminar, requerendo que após a intimação do recorrido, seja o recurso admitido e remetido ao Supremo Tribunal Federal para que seja a reformada a decisão recorrida..

Pede deferimento.Egrégio Supremo Tribunal Federal, uma vez que atendido o pressuposto do prequestionamento,

preliminarmente o recorrente demonstra a existência da repercussão geral pela existência de questão relevante do ponto de vista jurídico e econômico, uma vez que a decisão ora atacada determinou o pagamento de (....).

Impõe-se de outro lado o deferimento de liminar para sobrestar todos os processos nos quais a mesma controvérsia jurídica dos presentes autos esteja em discussão, nos termos da Lei número 10.259/01, a denominada Lei dos Juizados Especiais Federais (....).

STF – RECURSO EXTRAORDINÁRIO

SÚMULA: 282É inadmissível o recurso extraordinário, quando não ventilada, na decisão recorrida, a questão federal suscitada.

SÚMULA: 356O ponto omisso da decisão, sobre o qual não foram opostos embargos declaratórios, não pode ser ob-jeto de recurso extraordinário, por faltar o requisito do prequestionamento.

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JEF - RECURSO INOMINADO

Juizados Especiais Cíveis e CriminaisJuizados Especiais Federais

Lei nº 9.099/95 – Lei nº 10.259/01

RECURSO DE SENTENÇA DEFINITIVARECURSO INOMINADO

Lei no 10.259, de 12 de julho de 2001Art. 5º Exceto nos casos do art. 4o, somente será admitido recurso de sentença definitiva.

Lei nº 10.259/01 – APLICAÇÃO DA LEI Nº 9.099/95Art. 1º São instituídos os Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Justiça Federal, aos quais se aplica, no que não conflitar com esta Lei, o disposto na Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995.

RECURSO INOMINADO – REQUISITOS – PRAZOREQUISITO PARA PETIÇÃO

Lei nº 9.099/95Art. 42. O recurso será interposto no prazo de dez dias, contados da ci-ência da sentença, por petição escrita, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

Lei nº 10.259/01 - VEDA PRAZO DIFERENCIADO - NÃO HÁ REEXAME NECESSÁRIOArt. 9º Não haverá prazo diferenciado para a prática de qualquer ato processual pelas pessoas jurídicas de direito público, inclusive a interposição de recursos, devendo a citação para audiência de conciliação ser efetuada com antecedência mínima de trinta dias.Art. 13. Nas causas de que trata esta Lei, não haverá reexame necessário.

RECURSO INOMINADO – EFEITOSREQUISITO PARA PETIÇÃO

Lei nº 9.099/95Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparável para a parte

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Curso de Peças Processuais – AGU/2007 José Carlos Machado Júnior 59

.Juizados Especiais Cíveis e CriminaisJuizados Especiais Federais

Lei nº 9.099/95 – Lei nº 10.259/01

RECURSO INOMINADOÓRGÃO JULGADOR - TURMA RECURSALREQUISITO PARA PETIÇÃO

Lei nº 9.099/95Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo ar-bitral, caberá recurso para o próprio Juizado.§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado.

RECURSO INOMINADO REPRESENTAÇÃO POR ADVOGADOQUESTÃO PARA PROVA

Lei nº 9.099/95Art. 41.§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por ad-vogado.

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Curso de Peças Processuais – AGU/2007 José Carlos Machado Júnior 60

RECURSO INOMINADOREQUISITOS PARA A PROVA

Nº Requisito Lei/Art Obs1 Petição dirigida ao Juiz Lei 9.099/95, art. 42 e 43 Para juízo de

admissibilidade e declaração dos efeitos

2 Menção a tempestividade – 10 dias

Lei 9.099/95, art. 43 Não há contagem especial de prazo.

3 Requerer efeitos devolutivo e suspensivo

Lei 9.099/95, art. 43

4 Pedido de remessa para a Turma Recursal - destinatário das razões

Lei 9.099/95, art. 41 Turma Recursal do Juizado Especial Federal da Seção Judiciária de Brasília / Minas Gerais / Bahia ...

5 Razões e pedido do recorrente

Lei 9.099/95, art. 42 Depende do enunciado

6 Pedido de nova decisão CPC– Decorrência lógica

7 Demais requisitos da apelação

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JEF - RECURSO

Juizados Especiais FederaisLei nº 10.259/01

RECURSO DE MEDIDAS CAUTELARES E ANTECIPATÓRIASLei no 10.259, de 12 de julho de 2001Art. 4º O Juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, deferir medidas cautelares no curso do processo, para evitar dano de difícil reparação.

Art. 5º Exceto nos casos do art. 4o, somente será admitido re-curso de sentença definitiva.

OBSERVAÇÃO Recurso contra o deferimento de medidas cautelares:Não tem denominação ou rito próprio. Utiliza-se subsidiariamente o rito do agravo de instrumento, dirigindo-se o recurso diretamente ao Presidente da Turma Recursal. Com pedido liminar de reforma da decisão recorrida, concessão de efeito suspensivo. Pode-se também endereçar o recurso ao juiz monocrático com o pedido para que seja processado o recurso e remetido a Turma Recursal.Não há exigência lógica para informar o endereço de advogados, pois no JEF.

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JEF - PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO

Juizados Especiais Federais - Lei nº 10.259/01 – Art. 14

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERAL

PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO – CABIMENTODIVERGÊNCIA ENTRE TURMAS RECURSAISREQUISITO PARA PETIÇÃO – OBJETO

Art. 14. Caberá pedido de uniformização de interpretação de lei federal quando houver divergência entre decisões sobre questões de direito ma-terial proferidas por Turmas Recursais na interpretação da lei.

ORGÃO JULGADORREUNIÃO CONJUNTA DAS TURMAS

§ 1o O pedido fundado em divergência entre Turmas da mesma Região será julgado em reunião conjunta das Turmas em conflito, sob a presi-dência do Juiz Coordenador.

ORGÃO JULGADORTURMA (NACIONAL) DE UNIFORMIZAÇÃOREQUISITOS PARA PETIÇÃO - OBJETO

§ 2o O pedido fundado em divergência entre decisões de turmas de diferentes regiões ou da proferida em contrariedade a súmula ou jurisprudência dominante do STJ será julgado por Turma de Uniformização, integrada por juízes de Turmas Recursais, sob a presidência do Coordenador da Justiça Federal.§ 3o A reunião de juízes domiciliados em cidades diversas será feita pela via eletrônica.

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Curso de Peças Processuais – AGU/2007 José Carlos Machado Júnior 63

Juizados Especiais Federais - Lei nº 10.259/01 – Art. 14

RECURSO DA DECISÃO DA TNURECURSO AO STJ – PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO REQUISITOS PARA PETIÇÃO - OBJETO§ 4o Quando a orientação acolhida pela Turma de Uniformização, em questões de direito material, contrariar súmula ou jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça -STJ, a parte interessada poderá provocar a manifestação deste, que dirimirá a divergência.

ORGÃO JULGADOR - STJ – POSSIBILIDADEMEDIDA LIMINAR – SUSPENSÃOREQUISITOS PARA PETIÇÃO§ 5o No caso do § 4o, presente a plausibilidade do direito invocado e havendo fundado receio de dano de difícil reparação, poderá o relator conceder, de ofício ou a requerimento do interessado, medida liminar determinando a suspensão dos processos nos quais a controvérsia esteja estabelecida.

Juizados Especiais Federais - Lei nº 10.259/01 – Art. 14

ORGÃO JULGADOR - STJ – POSSIBILIDADESUSPENSÃO DE PEDIDOS SEMELHANTES

§ 6o Eventuais pedidos de uniformização idênticos, recebidos subseqüentemente em quaisquer Turmas Recursais, ficarão retidos nos autos, aguardando-se pronunciamento do Superior Tribunal de Justiça.

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Curso de Peças Processuais – AGU/2007 José Carlos Machado Júnior 64

Juizados Especiais Federais - Lei nº 10.259/01 – Art. 14

ORGÃO JULGADOR - STJ – POSSIBILIDADEPEDIDO DE INFORMAÇÕES E MPREQUISITOS PARA PETIÇÃO – OITIVA DO MP – PRAZO

§ 7o Se necessário, o relator pedirá informações ao Presidente da Turma Recursal ou Coordenador da Turma de Uniformização e ouvirá o Ministério Público, no prazo de cinco dias. Eventuais interessados, ainda que não sejam partes no processo, poderão se manifestar, no prazo de trinta dias.

ÓRGÃO JULGADOR - STJ – POSSIBILIDADERITO

§ 8o Decorridos os prazos referidos no § 7o, o relator incluirá o pedido em pauta na Seção, com preferência sobre todos os demais feitos, ressalvados os processos com réus presos, os habeas corpus e os mandados de segurança.

§ 9o Publicado o acórdão respectivo, os pedidos retidos referidos no § 6o serão apre-ciados pelas Turmas Recursais, que poderão exercer juízo de retratação ou declará-los prejudicados, se veicularem tese não acolhida pelo Superior Tribunal de Justiça.

§ 10. Os Tribunais Regionais, o Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal, no âmbito de suas competências, expedirão normas regulamentando a compo-sição dos órgãos e os procedimentos a serem adotados para o processamento e o julga-mento do pedido de uniformização e do recurso extraordinário.

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RECURSOS POSSÍVEIS NO JEF

1 Recurso da sentença (recurso inominado).2 Recurso contra decisão que defere medida cautelar.3 Embargos de declaração opostos aos seus acórdãos4 Mandado de Segurança contra ato de juiz de Juizado

Especial Federal e de Turma Recursal Especial Federal e de Turma Recursal

5 Pedido de Uniformização de Jurisprudência – TRU (Turma Regional de Uniformização)

6 Pedido de Uniformização de Jurisprudência – TNU (Turma Nacional de Uniformização)

7 Agravo de instrumento quando não admitido o Recurso Extraordinário

8 Incidente de Uniformização ao STJ (não cabe Recurso Especial)

9 Recurso Extraordinário ao STF

- DISCUSSÃO: AGRAVO DE INSTRUMENTO

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TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO – REGIMENTO INTERNO

TNU – REGIMENTO – RECURSOS – RITOCJF - RESOLUÇÃO Nº 390, DE 17 DE SETEMBRO DE 2004

COMPOSIÇÃO - PRESIDÊNCIAArt. 1º A Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Jui-zados Especiais Federais, presidida pelo Coordenador-Geral da Justiça Federal, compõe-se de dez juízes federais, sendo dois de cada região.

COMPETÊNCIA – JULGAR INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE INTERPRETAÇÃO DE LEI FEDERALREQUISITO PARA PROVADIVERGÊNCIA ENTRE DECISÕES - TURMAS RECURSAIS - SÚ-MULA - JURISPRUDÊNCIA DO STJ

Art. 2º Compete à Turma Nacional julgar o incidente de uniformização de interpretação de lei federal em questões de direito material fundado em divergência entre decisões de turmas recursais de diferentes regiões ou em contrariedade à súmula ou jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça.

TURMA REGIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO – POSSIBILIDADEQUESTÃO PARA PROVA

§ 1º O incidente de uniformização poderá ser suscitado de decisão de Turma Regional de Uniformização.

MP – OFICIA O SUBPROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA

Art. 4º Junto à Turma Nacional oficiará o Subprocurador-Geral da Re-pública designado pelo Procurador-Geral da República.

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TNU – REGIMENTO – RECURSOS – RITOCJF - RESOLUÇÃO Nº 390, DE 17 DE SETEMBRO DE 2004

ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA TNUArt. 5º São atribuições do presidente da Turma Nacional de Uniformiza-ção: .... IV – determinar a devolução, mesmo antes da distribuição eletrônica, dos feitos que versarem sobre questão já julgada, bem como sobrestar os que tratarem de questão sob apreciação da Turma Nacional de Uni-formização ou em vias de lhe ser submetida. Retornando os autos à ori-gem, a turma recursal fará a devida adequação;

V – decidir, a requerimento da parte, sobre a admissibilidade do inci-dente que tenha sido indeferido pelo presidente da turma recursal, regi-onal ou pelo relator;

VI – decidir sobre a admissibilidade do processamento do requerimento de incidente de uniformização dirigido ao Superior Tribunal de Justiça;

VII – decidir sobre a admissibilidade do processamento de recurso ex-traordinário ao Supremo Tribunal Federal;

XI – prestar informações ao ministro-relator dos incidentes de uniformi-zação submetidos ao Superior Tribunal de Justiça e dos recursos extra-ordinários ao Supremo Tribunal Federal, acompanhar o seu processa-mento e inclusão em pauta.

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TNU – REGIMENTO – RECURSOS – RITOCJF - RESOLUÇÃO Nº 390, DE 17 DE SETEMBRO DE 2004

ATRIBUIÇÕES DO RELATORRECURSO DO INDEFERIMENTO MONOCRÁTICO DO INCIDENTE

Art. 6º São atribuições do relator: I – ordenar e dirigir o processo; II – requisitar informações; III – submeter à Turma questões de ordem; IV – dar vista ao Ministério Público, quando for o caso; V – determinar a suspensão do processo que lhe tenha sido distribuído, enquanto em outro, sobre o mesmo tema ou questão prejudicial, aguar-da-se julgamento de incidente pela Turma de Uniformização, de recurso extraordinário enviado ao Supremo Tribunal Federal ou de incidente de uniformização suscitado perante o Superior Tribunal de Justiça; VI – proferir decisão monocrática indeferindo o pedido ou julgando pre-judicado aquele cuja matéria já tenha sido objeto de uniformização, po-dendo, neste caso, determinar o retorno dos autos à origem, para que lá seja realizada a devida adequação. § 1º Em caso de indeferimento, a parte poderá requerer nos próprios au-tos, em dez dias a contar da publicação da decisão recorrida, que a deci-são seja submetida ao Presidente da Turma Nacional, o qual decidirá de modo irrecorrível.

DO PROCESSAMENTO DO INCIDENTE - NA ORIGEM ENDEREÇAMENTO: PRESIDENTE DA T. RECURSAL (OU TRU)PRAZO – 10 DIASREQUISITO – CÓPIA DOS JULGADOS

Art. 8º O incidente dirigido à Turma Nacional será apresentado ao presi-dente da turma recursal que proferiu a decisão, no prazo de dez dias, a contar da publicação, com cópia dos julgados divergentes e demonstra-ção sucinta do dissídio.

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TNU – REGIMENTO – RECURSOS – RITOCJF - RESOLUÇÃO Nº 390, DE 17 DE SETEMBRO DE 2004

TRU – ENDEREÇAMENTO: COORDENADOR § 1º No caso de julgado da Turma Regional de Uniformização, a admis-sibilidade será decidida pelo coordenador regional.

REQUISITO PARA PROVAINTIMAÇÃO DO REQUERIDO PARA CONTRA-RAZÕES

§ 2º O requerido será intimado para apresentar contra-razões no mesmo prazo.

ADMISSIBILIDADE: TEMPESTIVIDADE - DIVERGÊNCIAArt. 9º O presidente da Turma ou o coordenador regional decidirá sobre a admissibilidade do incidente, atendendo à sua tempestividade e de-monstração suficiente da divergência.

RECURSO DA INADMISSIBILIDADE – PRAZO - COMPETÊNCIA§ 3º Em caso de inadmissão, a parte poderá requerer, nos próprios autos, em dez dias, a contar da publicação da decisão recorrida, que a decisão seja submetida ao presidente da Turma Nacional.

DECISÃO PRESIDENTE TNU - IRRECORRIBILIDADE - MULTA§ 4º A decisão deste será irrecorrível, e, se mantida a do presidente da Turma, o requerente será condenado à multa de até 20% sobre o valor da causa em favor do requerido.

MEMORIAIS – SUSTENTAÇÃO ORALArt. 23. As partes poderão apresentar memoriais e fazer sustentação oral por dez minutos, prorrogáveis por até mais dez, a critério do presidente.

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TNU – REGIMENTO – RECURSOS – RITOCJF - RESOLUÇÃO Nº 390, DE 17 DE SETEMBRO DE 2004

MEMORIAIS – SUSTENTAÇÃO - AMICUS CURIAE § 1º O mesmo se permite a eventuais interessados, a entidades de classe, associações, organizações não-governamentais, etc., na função de “ami-cus curiae”, cabendo ao presidente decidir sobre o tempo de sustentação oral.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Art. 27. Cabem embargos de declaração, no prazo de dez dias, a contar da publicação da decisão, em petição dirigida ao relator, na qual será in-dicado o ponto obscuro, contraditório ou omisso cuja declaração se im-ponha.

PROCESSAMENTO – RE - INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃOPROCESSAMENTO - ADMISSIBILIDADE

Art. 28. O recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal e o inci-dente de uniformização perante o Superior Tribunal de Justiça serão processados mediante requerimento ao presidente da Turma Nacional, que decidirá sobre sua admissibilidade.

RECURSO DA INADMISSIBILIDADEMULTA

§ 1º Indeferido o pedido, a parte poderá requerer que o feito seja enca-minhado à apreciação do tribunal “ad quem”.

§ 2º Se a decisão de indeferimento for mantida, o presidente da Turma, no retorno dos autos, imporá ao requerente a multa de 20% sobre o va-lor da causa em favor do requerido.

CUSTAS – ISENÇÃO - INCIDENTEArt. 30. Não serão cobradas custas pelo processamento do incidente.

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RECLAMAÇÃO

Constituição Federal – art. 102 e 105

RECLAMAÇÃO AO STF – CABIMENTO - OBJETIVOArt. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe:

I - processar e julgar, originariamente:..................................l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia

da autoridade de suas decisões;

RECLAMAÇÃO STJ – CABIMENTO - OBJETIVOArt. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:..................................f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia

da autoridade de suas decisões;

Súmula nº 734 - STF - Decisão: 26/11/2003 - Publicação: 09/12/2003Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal

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RECLAMAÇÃO - Lei nº 8.038, de 28 de maio de 1990.

RECLAMAÇÃO - LEGITIMADOS – PARTE OU MP - CABIMENTOArt. 13. Para preservar a competência do Tribunal ou garantir a autoridade das suas decisões, caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público.

ENDEREÇAMENTO - PROVA DOCUMENTAL – PEDIDO DE DISTRIBUIÇÃO – RELATORREQUISITOS PARA PETIÇÃOParágrafo único. A reclamação, dirigida ao Presidente do Tribunal, instruída com prova documental, será autuada e distribuída ao relator da causa principal, sempre que possível.

DESPACHO DO RELATORREQUISITO PARA PETIÇÃO - INFORMAÇÕES DA AUTORIDADEREQUISITO PARA PETIÇÃO – PEDIDO DE SUSPENSÃOArt. 14. Ao despachar a reclamação, o relator:I - requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;II - ordenará, se necessário, para evitar dano irreparável, a suspensão do processo ou do ato impugnado.

IMPUGNAÇÃO DE QUALQUER INTERESSADOArt. 15. Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do

reclamante.

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RECLAMAÇÃO - Lei nº 8.038, de 28 de maio de 1990.

VISTA DO MPREQUISITO PARA PROVAArt. 16. O Ministério Público, nas reclamações que não houver formulado, terá vista do processo, por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para informações.

PETIÇÃO – DECISÃO CASSADA – DETERMINAÇÃOREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 17. Julgando procedente a reclamação, o Tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à preservação de sua competência.

IMEDIATO CUMPRIMENTOREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 18. O Presidente determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.

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RECLAMAÇÃO REQUISITOS PARA A PROVA

Nº Requisito Lei/Art Obs1 Petição dirigida ao Presidente do Tribunal L. 8.038/90 – art. 13.p. ún. Parte ou MP2 Identificação do objeto L. 8.038/90 – art. 133 Prova documental anexada L. 8.038/90 – art. 134 Pedido de distribuição ao relator da causa

principalL. 8.038/90 – art. 13

5 Pedido de requisição de informações a autoridade

L. 8.038/90 – art. 14, I Depende do enunciado

6 Pedido de suspensão do processo ou do ato impugnado

L. 8.038/90 – art. 14, II

7 Pedido de oitiva do MP L. 8.038/90 – art. 158 Pedido final (1): pedido de cassação da

decisão ou outra medida adequadaDepende da questão

9 Pedido final (2): Pedido para que o Presidente do Tribunal determine o imediato cumprimento da decisão, com posterior publicação do acórdão

L. 8.038/90 – art. 17

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NATUREZA JURÍDICA DA RECLAMAÇÃO (Adriane Donadel)

Texto diponível em:(http://www.tex.pro.br/wwwroot/curso/recursos/areclamacaonostfenostfadriane..htm)

A natureza jurídica da reclamação é ponto extremamente debatido na doutrina e nos tribunais. As três

correntes de maior relevo a respeito do tema divergem sobre a sua natureza jurídica: incidente processual,

recurso ou ação autônoma de impugnação.

.................

Segundo o entendimento de Moniz de Aragão, “a reclamação, portanto, longe de ser uma ação, ou um

recurso, é um incidente processual, provocado pela parte ou pelo Procurador-Geral, visando a que o Supremo

Tribunal imponha a sua competência quando usurpada, explícita ou implicitamente, por outro qualquer

tribunal ou juiz

......................

O Ministro Amaral Santos, ao discutir sobre a natureza jurídica da reclamação em julgado célebre,

estabeleceu como pressupostos da reclamação: “a) a existência de uma relação processual em curso; b) um ato

que se ponha contra a competência do Supremo Tribunal ou que contrarie decisão deste, proferida nessa

relação processual ou em relação processual que daquela seja dependente”. Diante destes dois pressupostos, o

Ministro se manifesta mais simpático à idéia da reclamação como recurso do que como ação.

....................

Diante desta discrepância, torna-se claro que a reclamação se enquadra mais adequadamente como

ação autônoma de impugnação do que como recurso.

..............

Outro argumento que permite a visualização da reclamação como ação autônoma condiz com a sua

finalidade, que não se amolda aos objetivos buscados quando da interposição de um recurso, qual seja a

revisão e a modificação do julgado.

...............................

Esta também é a compreensão de Ovídio Baptista da Silva: “não é recursal a reclamação prevista no

art. 156 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, predisposta como instrumento destinado a

preservar a competência da Suprema Corte ou garantir a autoridade de suas decisões, sempre que haja indevida

usurpação por parte de outros órgãos de sua competência constitucional”.

Todavia, deve-se relembrar que a questão é bastante controversa, não existindo, até o momento,

posicionamento unânime acerca da natureza jurídica da reclamação no âmbito doutrinário ou jurisprudencial.

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DO EMBARGOS À EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA

CPC – Art. 730DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICAArt. 730. Na execução por quantia certa contra a Fazenda Pública, citar-se-á a devedora para opor embargos em 10 (dez) dias; se esta não os opuser, no prazo legal, observar-se-ão as seguintes regras: I - o juiz requisitará o pagamento por intermédio do presidente do tribu-nal competente; II - far-se-á o pagamento na ordem de apresentação do precatório e à conta do respectivo crédito.

PRAZO PARA FAZENDA PÚBLICA EMBARGAR - 30 DIASQUESTÃO PARA PROVALei nº 9.494, de 10 de setembro de 1997. Art. 1o-B. O prazo a que se refere o caput dos arts. 730 do Código de Processo Civil, e 884 da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, passa a ser de trinta dias" (NR) (Artigo incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 24.8.2001)

STF – INFORMATIVO 461Medida Provisória: Ampliação de Prazo para a Fazenda PúblicaO Tribunal deferiu medida cautelar em ação declaratória de constitucionalidade proposta pelo Governador do Distrito Federal para suspender os processos em que se discute a constitucionalidade do art. 1º-B da Lei 9.494/97, acrescentado pelo art. 4º da Medida Provisória 2.180-35/2001, que ampliou para 30 dias o prazo que os artigos 730 do CPC e 884 da CLT concediam à Fazenda Pública para oferecimento de embargos à exe-cução. Salientando-se que, por força da regra da separação de poderes, o Poder Judiciário dispõe, em caráter excepcional, de competência para examinar os requisitos constitucionais legitimadores da edição de medidas provisórias (CF, art. 62), entendeu-se que, no caso, o Chefe do Poder Executivo, a princípio, não teria trans-posto os limites desses requisitos. Asseverou-se, no ponto, ser dotada de verossimilhança a alegação de que as notórias insuficiências da estrutura burocrática de patrocínio dos interesses do Estado e o crescente volume de execuções contra a Fazenda Pública tornavam relevante e urgente a ampliação do prazo para ajuizamento de embargos. Ressaltou-se, ademais, o longo tempo que o projeto de lei 2.689/96, apresentado com igual propó-sito, aguarda para ser deliberado, enquanto mais um elemento expressivo da relevância e urgência da Medida Provisória 2.180-35, que teve seu art. 1º-D, que exime a Fazenda Pública do pagamento de honorários advo-catícios nas execuções não embargadas, declarado, incidentemente, constitucional no julgamento do RE 420816/PR (DJU de 10.11.2006). Considerou-se presente também o periculum in mora, haja vista que confi-gurada a controvérsia jurisprudencial a respeito da constitucionalidade da norma em questão, e cuja incerteza acarreta riscos evidentes de dano ao interesse público.ADC 11 MC/DF, rel Min. Cezar Peluso, 28.3.2007. (ADC-11)

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CPC – Art. 741

OBJETO –ALEGAÇÃO DOS EMBARGOSArt. 741. Na execução contra a Fazenda Pública, os embargos só poderão versar sobre:I - falta ou nulidade da citação, se o processo correu à revelia;II - inexigibilidade do título;III - ilegitimidade das partes;IV - cumulação indevida de execuções;V - excesso de execução; VI - qualquer causa impeditiva, modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que superveniente à sentença; Vll - incompetência do juízo da execução, bem como suspeição ou impedimento do juiz.

Parágrafo único. Para efeito do disposto no inciso II do caput deste artigo, considera-se também inexigível o título judicial fundado em lei ou ato normativo declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou ato normativo tidas pelo Supremo Tribunal Federal como incompatíveis com a Constituição Federal.

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CPC – Art. 742

EXCEÇÃOINCOMPETÊNCIA – SUSPEIÇÃO – IMPEDIMENTOREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 742. Será oferecida, juntamente com os embargos, a exceção de incompetência do juízo, bem como a de suspeição ou de impedimento do juiz.

EXCESSO DE EXECUÇÃOREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 743. Há excesso de execução:I - quando o credor pleiteia quantia superior à do título;II - quando recai sobre coisa diversa daquela declarada no título;III - quando se processa de modo diferente do que foi determinado na sentença;IV - quando o credor, sem cumprir a prestação que Ihe corresponde, exige o adimplemento da do devedor (art. 582);

V - se o credor não provar que a condição se realizou.

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CPC – Art. 736 - 738

EMBARGOSOPOSIÇÃO INDEPENDENTEMENTE DE PENHORAArt. 736. O executado, independentemente de penhora, depósito ou caução, poderá opor-se à execução por meio de embargos.

EMBARGOS – DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIAAUTUAÇÃO EM APARTADOINSTRUÇÃO COM CÓPIASREQUISITOS PARA PETIÇÃOParágrafo único. Os embargos à execução serão distribuídos por depen-dência, autuados em apartado, e instruídos com cópias (art. 544, § 1o, in fine) das peças processuais relevantes.

EMBARGOS – PRAZOArt. 738. Os embargos serão oferecidos no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da juntada aos autos do mandado de citação.

EMBARGOS – PRAZO – MAIS DE UM EXECUTADO§ 1o Quando houver mais de um executado, o prazo para cada um deles embargar conta-se a partir da juntada do respectivo mandado citatório, salvo tratando-se de cônjuges.

EMBARGOS – EXECUÇÃO POR CARTA PRECATÓRIA§ 2o Nas execuções por carta precatória, a citação do executado será ime-diatamente comunicada pelo juiz deprecado ao juiz deprecante, inclusive por meios eletrônicos, contando-se o prazo para embargos a partir da juntada aos autos de tal comunicação. § 3o Aos embargos do executado não se aplica o disposto no art. 191 des-ta Lei.

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CPC – Art. 739-A

EMBARGOS – EFEITOSREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 739-A. Os embargos do executado não terão efeito suspensi-vo

EFEITO SUSPENSIVOREQUISITO PARA PETIÇÃO § 1o O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente pos-sa causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação, e desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.

§ 2o A decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão fundamentada, cessando as circunstâncias que a motivaram § 3o Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser respeito apenas a parte do objeto da execução, essa prosseguirá quanto à parte restante. § 4o A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por um dos execu-tados não suspenderá a execução contra os que não embargaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao embargante

EXCESSO DE EXECUÇÃO – DECLARAÇÃO DO VALORREQUISITO PARA PETIÇÃO § 5o Quando o excesso de execução for fundamento dos embar-gos, o embargante deverá declarar na petição inicial o valor que entende correto, apresentando memória do cálculo, sob pena de rejeição liminar dos embargos ou de não conhecimento desse fun-damento.

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CPC – Art. 739-A § 6o A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos atos de penhora e de avaliação dos bens. Art. 739-B. A cobrança de multa ou de indenizações decorrentes de litigância de má-fé (arts. 17 e 18) será promovida no próprio processo de execução, em autos apensos, operando-se por compensação ou por execução

OITIVA DO EXEQUENTE – PRAZO DE 15 DIASREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 740. Recebidos os embargos, será o exeqüente ouvido no prazo de 15 (quinze) dias; a seguir, o juiz julgará imediatamente o pedido (art. 330) ou designará audiência de conciliação, instrução e julgamento, proferindo sentença no prazo de 10 (dez) dias. Parágrafo único. No caso de embargos manifestamente pro-telatórios, o juiz imporá, em favor do exeqüente, multa ao embar-gante em valor não superior a 20% (vinte por cento) do valor em execução.

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APLICABILIDADE NO JEF DO ART. 741, P. ÚNICO

Enunciado 56 - FONAJEFAplica-se analogicamente nos JEFs a inexigibilidade do título executivo judicial, nos termos do disposto nos arts. 475-L, par. 1º e 741, par. único, ambos do CPC.

1) O parágrafo único do art. 741 do CPC, introduzido pela MP nº 2.180-35/2001, criou hipótese excepcional de limitação da coisa julgada, passível de invocação em embargos do devedor, com eficácia rescisória da sentença de mérito, a exemplo do que já existia no inciso I do art. 741 do CPC.

2) A orientação do STJ vem se firmando no sentido de considerar inaplicável o parágrafo único do art. 741 às sentenças transitadas em julgado em data anterior à sua vigência (24.08.2001).

3) O julgamento dos RE ns. 415.454 e 416.827, que tratavam de matéria atinente às cotas de pensão, deu-se nos moldes da técnica de declaração de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto da Lei n. 9.032/95, na medida em que considerou em desconformidade com a Constituição apenas a sua aplicação retroativa, sem afastá-la, todavia, do ordenamento jurídico.

4) O acórdão enquadra-se perfeitamente em uma das hipóteses previstas pelo parágrafo único do art. 741 do CPC, qual seja: título judicial fundado em aplicação (retroativa) de lei (Lei n. 9.032/95) tida pelo STF como incompatível com a Constituição.

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MANDADO DE SEGURANÇA

Constituição FederalLXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líqui-do e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Públi-co; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional;b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;

REQUISITO PARA PETIÇÃODIREITO LÍQUIDO E CERTO REQUISITO PARA PETIÇÃO ATO COMISSIVO OU OMISSIVO DE AUTORIDADEINDICAR EXATAMENTE O ATO/AUTORIDADELEI Nº 1.533, DE 31 DE DEZEMBRO DE 1951. Art. 1º - Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas-corpus, sempre que, ilegalmen-te ou com abuso do poder, alguém sofrer violação ou houver justo receio de sofre-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça.

§ 1º - Consideram-se autoridades, para os efeitos desta lei, os repre-sentantes ou administradores das entidades autárquicas e das pessoas na-turais ou jurídicas com funções delegadas do Poder Público, somente no que entender com essas funções. (Redação dada pela Lei nº 9.259, de 1996)

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REQUISITO PARA PETIÇÃOPEDIDO DE NOTIFICAÇÃO A AUTORIDADE COATORASEGUNDA VIA – MENCIONARDOCUMENTOS - MENCIONARArt. 7º - Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: I - que se notifique o coator do conteúdo da petição entregando-lhe a segunda via apresentada pelo requerente com as cópias dos documen-tos a fim de que no prazo de quinze dias preste as informações que achar necessárias. (Redação dada pela Lei nº 4.166, de 1962) (Prazo: vide Lei nº 4.348, de 1964)

REQUISITO PARA PETIÇÃOSUPENSÃO DO ATO LIMINARMENTE II - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido quando for re-levante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja deferida.

REQUISITO PARA PETIÇÃOOITIVA DO MP APÓS AS INFORMAÇÕES Art. 10 - Findo o prazo a que se refere o item I do art. 7º e ouvido o representante do Ministério Público dentro em cinco dias, os autos serão conclusos ao juiz, independente de solicitação da parte, para a decisão, a qual deverá ser proferida em cinco dias, tenham sido ou não prestadas as informações pela autoridade coatora.

SUSPENSÃO DA SEGURANÇA – PRESIDENTE DO TRIBUNAL Art. 13 - Quando o mandado for concedido e o Presidente do Tribu-nal, ao qual competir o conhecimento do recurso, ordenar ao juiz a sus-pensão da execução da sentença, desse seu ato caberá agravo para o Tri-bunal a que presida.

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RENOVAÇÃO DO PEDIDO - POSSIBILIDADE Art. 16 - O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o mérito.

PRAZO DECADENCIAL – 120 DIAS Art. 18 - O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos cento e vinte dias contados da ciência, pela interessado, do ato impugnado.

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LEI Nº 4.348, DE 26 DE JUNHO DE 1964.Art. 1º Nos processos de mandado de segurança serão observadas as seguin-tes normas: a) é de dez dias o prazo para a prestação de informações de autoridade apontada como coatora VETADO. b) a medida liminar somente terá eficácia pelo prazo de (90) noventa dias a contar da data da respectiva concessão, prorrogável por (30) trinta dias quando provadamente o acúmulo de processos pendentes de julgamento justi-ficar a prorrogação. Art. 2º Será decretada a perempção ou a caducidade da medida liminar "ex officio" ou a requerimento do Ministério Público, quando, concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo, dei-xar de promover, por mais de (3) três dias, os atos e diligências que lhe cum-prirem, ou abandonar a causa por mais de (20) vinte dias.

Art. 3o Os representantes judiciais da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios ou de suas respectivas autarquias e fundações serão intima-dos pessoalmente pelo juiz, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, das deci-sões judiciais em que suas autoridades administrativas figurem como coato-ras, com a entrega de cópias dos documentos nelas mencionados, para even-tual suspensão da decisão e defesa do ato apontado como ilegal ou abusivo de poder. (Redação dada pela Lei nº 10.910, de 2004) Art 4º Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interes-sada e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pú-blicas, o Presidente do Tribunal, ao qual couber o conhecimento do respecti-vo recurso (VETADO) suspender, em despacho fundamentado, a execução da liminar, e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo no prazo de (10) dez dias, contados da publicação do ato. Art. 5º Não será concedida a medida liminar de mandados de segurança impetrados visando à reclassificação ou equiparação de servidores públicos, ou à concessão de aumento ou extensão de vantagens.

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MANDADO DE SEGURANÇA - SÚMULASSTF

SÚMULA: 267Não cabe mandado de segurança contra ato judicial passível de recurso ou correi-ção.

SÚMULA: 268Não cabe mandado de segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado.

SÚMULA: 269O mandado de segurança não é substitutivo de ação de cobrança.

SÚMULA: 271 Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais, em re-lação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.

SÚMULA: 304 Decisão denegatória de mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da ação própria.

SÚMULA: 429 A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do mandado de segurança contra omissão da autoridade.

SÚMULA: 430 Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança.

SÚMULA: 474 Não há direito líquido e certo, amparado pelo mandado de segurança, quando se escuda em lei cujos efeitos foram anulados por outra, declarada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal.

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SÚMULA: 510 Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.

SÚMULA: 512 Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de se-gurança.

SÚMULA: 625 Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.

SÚMULA: 626 A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão de-finitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração.

SÚMULA: 629 A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em fa-vor dos associados independe da autorização destes.

SÚMULA: 630 A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.

SÚMULA: 631 Extingue-se o processo de mandado de segurança se o impetrante não promo-ve, no prazo assinado, a citação do litisconsorte passivo necessário.

SÚMULA: 632 É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para a impetra-ção de mandado de segurança.

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STJ

SÚMULA: 213O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do di-reito à compensação tributária.

SÚMULA: 333Cabe mandado de segurança contra ato praticado em licitação promovida por sociedade de economia mista ou empresa pública.

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MANDADO DE SEGURANÇAREQUISITOS PARA A PROVA

Nº Requisito Lei/Art Obs1 Petição dirigida ao Juiz/Tribunal Depende da autoridade

coatora2 Demonstrar o ato comissivo ou

omissivo de autoridade, indicando o direito que sofreu violação ou o justo receio de sofrê-la por parte de autoridade.

Art 1º Lei nº 1.533

Demonstrar/mencionar que não decorreu o prazo decadencial de cento e vinte dias contados da ciência, pela interessado, do ato impugnado.

3 Pedir liminar quando for relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja deferida.

Inciso II, art.7º, Lei 1.533

4 Pedido de notificação do coator, do conteúdo da petição a fim de que no prazo de dez dias preste as informações que achar necessárias

Inciso I, art.7º, Lei 1.533 e Lei nº 4.348/64

5 Informar ao juízo a juntada da segunda via com as cópias dos documentos

Inciso I, art.7º, Lei 1.533

6 Requerer seja ouvido o representante do Ministério Público dentro em cinco dias.

Art. 10, Lei 1.533

7 Fazer pedido final requerendo a concessão da Segurança.

Não cabe condenação em honorários de advogado na ação de mandado de segurança.

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AÇÃO RESCISÓRIACPC – Art. 485

HIPÓTESES PARA RESCISÃOREQUISITOS PARA PETIÇÃOArt. 485. A sentença de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:I - se verificar que foi dada por prevaricação, concussão ou cor-rupção do juiz;II - proferida por juiz impedido ou absolutamente incompetente;III - resultar de dolo da parte vencedora em detrimento da parte vencida, ou de colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;IV - ofender a coisa julgada;V - violar literal disposição de lei;Vl - se fundar em prova, cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou seja provada na própria ação rescisória;Vll - depois da sentença, o autor obtiver documento novo, cuja existência ignorava, ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de Ihe assegurar pronunciamento favorável;VIII - houver fundamento para invalidar confissão, desistência ou transação, em que se baseou a sentença;IX - fundada em erro de fato, resultante de atos ou de documentos da causa;

§ 1o Há erro, quando a sentença admitir um fato inexistente, ou quando con-siderar inexistente um fato efetivamente ocorrido.

§ 2o É indispensável, num como noutro caso, que não tenha havido controvér-sia, nem pronunciamento judicial sobre o fato.

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CPC – Art. 486-487-488

RESCISÃO – DEMAIS ATOS JUDICIAISArt. 486. Os atos judiciais, que não dependem de sentença, ou em que esta for meramente homologatória, podem ser rescindidos, como os atos jurídicos em geral, nos termos da lei civil.

RESCISÓRIA – LEGITIMIDADEREQUISITO PARA PETIÇÃO – MINISTÉRIO PÚBLICOArt. 487. Tem legitimidade para propor a ação:I - quem foi parte no processo ou o seu sucessor a título universal ou singular;II - o terceiro juridicamente interessado;III - o Ministério Público:a) se não foi ouvido no processo, em que Ihe era obrigatória a inter-venção;b) quando a sentença é o efeito de colusão das partes, a fim de frau-dar a lei.

RESCISÓRIA – PETIÇÃO INICIALREQUISITOS PARA PETIÇÃOArt. 488. A petição inicial será elaborada com observância dos re-quisitos essenciais do art. 282, devendo o autor:I - cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamen-to da causa;II - depositar a importância de 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa, a título de multa, caso a ação seja, por unanimidade de votos, declarada inadmissível, ou improcedente.Parágrafo único. Não se aplica o disposto no II à União, ao Estado, ao Município e ao Ministério Público.

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CPC – Art. 489-490-491-492

RESCISÓRIA – CAUTELAR – ANTECIPAÇÃO DA TUTELAREQUISITOS PARA PETIÇÃOArt. 489. O ajuizamento da ação rescisória não impede o cumpri-mento da sentença ou acórdão rescindendo, ressalvada a conces-são, caso imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei, de medidas de natureza cautelar ou antecipatória de tutela. RESCISÓRIA – INDEFERIMENTO DA INICIALArt. 490. Será indeferida a petição inicial:I - nos casos previstos no art. 295;II - quando não efetuado o depósito, exigido pelo art. 488, II.

RESCISÓRIA – CITAÇÃO DO REÚ – PRAZOREQUISITOS PARA PETIÇÃOArt. 491. O relator mandará citar o réu, assinando-lhe prazo nun-ca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta) para res-ponder aos termos da ação. Findo o prazo com ou sem resposta, observar-se-á no que couber o disposto no Livro I, Título VIII, Capítulos IV e V.

RESCISÓRIA – PROVA – DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIAREQUISITOS PARA PETIÇÃOArt. 492. Se os fatos alegados pelas partes dependerem de prova, o relator delegará a competência ao juiz de direito da comarca onde deva ser produzida, fixando prazo de 45 (quarenta e cinco) a 90 (noventa) dias para a devolução dos autos.

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CPC – Art. 493-494-495 RESCISÓRIA – RAZÕES FINAISREQUISITOS PARA PETIÇÃOArt. 493. Concluída a instrução, será aberta vista, sucessivamente, ao autor e ao réu, pelo prazo de 10 (dez) dias, para razões finais. Em seguida, os autos subirão ao relator, procedendo-se ao julgamento:

I - no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, na forma dos seus regimentos internos;II - nos Estados, conforme dispuser a norma de Organização Judiciária.

RESCISÓRIA – PEDIDO DE NOVO JULGAMETOREQUISITOS PARA PETIÇÃOArt. 494. Julgando procedente a ação, o tribunal rescindirá a sentença, pro-ferirá, se for o caso, novo julgamento e determinará a restituição do depósito; declarando inadmissível ou improcedente a ação, a importância do depósito reverterá a favor do réu, sem prejuízo do disposto no art. 20.

RESCISÓRIA – PRAZOREQUISITOS PARA PETIÇÃO - TEMPESTIVIDADEArt. 495. O direito de propor ação rescisória se extingue em 2 (dois) anos, contados do trânsito em julgado da decisão.

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AÇÃO RESCISÓRIAREQUISITOS PARA A PROVA

Nº Requisito Lei/Art Obs1 Petição dirigida ao Tribunal Inciso I, art.

282, CPC2 Observar os requisitos essenciais do

art. 282.CPC, 488 Incluir pedido de

sucumbência – honorários – custas –provas se necessário

3 Mencionar a tempestividade CPC – art. 495 2 anos4 Mencionar isenção do dépósito prévio Sum. 175/STJ Se há lei estendendo:

todas autarquias5 Demonstrar, juntando provas, a

ocorrência de uma das hipóteses prevista no art. 485 do CPC.

CPC, 485

6 Requerer produção de provas se necessário com a delegação de competência ao juiz singular

CPC – art. 492

7 Requerer julgamento, após razões finais

8 Requerer a citação do réu, para no prazo, nunca inferior a 15 (quinze) dias nem superior a 30 (trinta), para responder aos termos da ação.

Art. 491, CPC

9 Requerer a oitiva do MP CPC, art. 487

10 Em casos imprescindíveis e sob os pressupostos previstos em lei, pedir medidas de natureza cautelar ou antecipatória de tutela, para impedir o cumprimento da sentença ou acórdão rescindendo.

Art. 489, CPC

11 Fazer o pedido final requerendo a rescisão da sentença ou acórdão, e, se for o caso, cumular ao pedido de rescisão com o de novo julgamento da causa.

Inciso I, Art. 488, CPC

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AÇÃO RESCISÓRIA – PRAZO- 2 ANOSPROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA PROPOSTA SOB A ÉGIDE DA MEDIDA PROVISÓRIA, QUE DILARGOU O PRAZO DECADENCIAL EM PROL DA FAZENDA PÚBLICA, NÃO CONVERTIDA EM LEI. PERDA DE EFICÁCIA RETROATIVA À SUA EDIÇÃO. PRECEDENTES DO STF E STJ. DECADÊNCIA ACOLHIDA. INDENIZAÇÃO. DESAPROPRIAÇÃO.

1. O art. 1º da MP n.º 1.798-3, que dilargou para 4 (quatro) anos o prazo para a Fazenda Pública ajuizar ação rescisória, teve sua eficácia suspensa, em sede de liminar na ADIN n.º 1.910-1/DF, pelo STF.

2. Consectariamente, sob o foco do princípio da segurança jurídica, determina a Lei n.º 9.868/99, que regula o procedimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade perante o STF, em seu art. 11, § 1º, que às decisões liminares proferidas em sede de ADIN serão dotadas de efeitos ex nunc, verbis: “Art. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará publicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo. § 1º. A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será concedida com efeitos 'ex nunc', salvo se o Tribunal entender que deva conceder-lhe eficácia retroativa.”

3. Todavia, tendo em vista que a Medida Provisória que previa o prazo em dobro para o ajuizamento da ação rescisória pela Fazenda Pública não foi convertida em lei ou sequer reeditada, o direito nela previsto desapareceu retroativamente.

4. Aliás, em caso análogo, se pronunciou o Supremo Tribunal Federal no AgRg no AG n.º 278.947/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, publicado no DJ de 02.03.2001, ao assentar: "Intimação pessoal dos procuradores das autarquias e fundações públicas determinada pela M.Prov. 1798-1, de 11.2.99, que lhes estendeu a prerrogativa conferida pela LC 73/93 à Advocacia-Geral da União: não convertida em lei, nem reeditado o § 3º da mencionada medida provisória, desapareceu retroativamente o direito, tornando-se válida a intimação realizada pelo Diário da Justiça."

5. Em assim sendo, tendo em vista que a Medida Provisória que previa o prazo em dobro para o ajuizamento da ação rescisória pela Fazenda Pública não foi convertida em lei, o direito nela consagrado desapareceu retroativamente. Precedentes do STF e do STJ (STF: AgRg/AR nº 1.575/SP; STJ: Edcl/AR nº 1.141/RS, AR nº 735/DF).

6. Recurso especial a que se nega seguimento.(REsp 650.858/MT, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 03.03.2005, DJ 28.03.2005 p. 211)

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AÇÃO RESCISÓRIA – COMPETÊNCIA

Ação rescisória (competência).Questão federal (não-apreciação).

Superior Tribunal (incompetência).

1. Assim como o Superior julga por meio do recurso especial, também julga causas mediante ação rescisória, desde que, no segundo caso, tenha, precedentemente, apreciado a questão federal controvertida.

2. Em suma, é competente o Superior se tiver enfrentado a questão federal, se bem que não tenha conhecido do recurso – especial ou agravo de instrumento.

3. Princípios das Súmulas 249 e 515/STF.

4. O Superior Tribunal não é competente para a ação rescisória quando, em seu âmbito, o recurso tenha deixado de ir para a frente por pretender simples reexame de prova.5. Agravo regimental improvido.(AgRg na AR 3.522/PE, Rel. Ministro NILSON NAVES, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 09.08.2006, DJ 04.12.2006 p. 256)

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AÇÃO RESCISÓRIA – SÚMULAS - STF

SÚMULA: 249 É competente o Supremo Tribunal Federal para a ação rescisória quando, embora não tendo conhecido do recurso extraordinário, ou haven-do negado provimento ao agravo, tiver apreciado a questão federal contro-vertida.

SÚMULA: 515 A competência para a ação rescisória não é do Supremo Tribunal Federal, quando a questão federal, apreciada no recurso extraordinário ou no agravo de instrumento, seja diversa da que foi suscitada no pedido rescisório.

SÚMULA: 343 Não cabe ação rescisória por ofensa a literal dispositivo de lei, quan-do a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais.

SÚMULA: 514 Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se tenham esgotado todos os recursos.

SÚMULA: 338 Não cabe ação rescisória no âmbito da Justiça do Trabalho.

AÇÃO RESCISÓRIA – SÚMULAS – STJ

SÚMULA: 175Descabe o depósito prévio nas ações rescisórias propostas pelo INSS.

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AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTOArt. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, originariamente:a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

LEGITIMADOS ATIVOS – ADIN - ADCArt. 103. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: (EC-45)I - o Presidente da República;II - a Mesa do Senado Federal;III - a Mesa da Câmara dos Deputados;IV - a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; (EC-45)V - o Governador de Estado ou do Distrito Federal; (EC-45)VI - o Procurador-Geral da República;VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional;IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacio-nal.

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Curso de Peças Processuais – AGU/2007 José Carlos Machado Júnior 100

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

OITIVA DO PROCURADOR-GERAL DE REPÚBLICAREQUISITO PARA PETIÇÃO§ 1º - O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de inconstitucionalidade e em todos os proces-sos de competência do Supremo Tribunal Federal.

OMISSÃO – CIÊNCIA AO PODER COMPETENTEREQUISITO PARA PETIÇÃO§ 2º - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Po-der competente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

INCONSTITUCIONALIDADE – DEFESA DO AGUREQUISITO PARA PETIÇÃO§ 3º - Quando o Supremo Tribunal Federal apreciar a inconstitu-cionalidade, em tese, de norma legal ou ato normativo, citará, previamente, o Advogado-Geral da União, que defenderá o ato ou texto impugnado.

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LEI No 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999.

PETIÇÃO INICIAL - REQUISITOS Art. 3º A petição indicará:I - o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fun-damentos jurídicos do pedido em relação a cada uma das impug-nações;II - o pedido, com suas especificações.

PROCURAÇÃO – 2 VIAS – CÓPIAS DA LEI/ATO - DOCU-MENTOS – CÓPIASParágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias da lei ou do ato normativo impugnado e dos documentos necessários para comprovar a im-pugnação.

RECURSO DO INDEFERIMENTO DA INICIALArt. 4º .....Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial.

PEDIDO DE INFORMAÇÕES – ÓRGÃOS/AUTORIDADESREQUISITO PARA PROVAArt. 6º O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trin-ta dias contado do recebimento do pedido.

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LEI No 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999.

PEDIDO DE INFORMAÇÕES – ÓRGÃOS/AUTORIDADESREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 7º§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representati-vidade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades.

OITIVA SUCESSIVA DO AGU E DO PGRREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 8º Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessiva-mente, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da Repú-blica, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze dias.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS – PERICIAS – AUD.PÚBLICAREQUISITO PARA PETIÇÃO§ 1o Em caso de necessidade de esclarecimento de matéria ou cir-cunstância de fato ou de notória insuficiência das informações exis-tentes nos autos, poderá o relator requisitar informações adicionais, designar perito ou comissão de peritos para que emita parecer sobre a questão, ou fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e autoridade na matéria.

INFORMAÇÕES – TRIBUNAIS REQUISITO PARA PETIÇÃO§ 2o O relator poderá, ainda, solicitar informações aos Tribunais Su-periores, aos Tribunais federais e aos Tribunais estaduais acerca da aplicação da norma impugnada no âmbito de sua jurisdição.

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LEI No 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999.

MEDIDA CAUTELARREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros do Tribunal, obser-vado o disposto no art. 22, após a audiência dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.

MEDIDA CAUTELAR – AGU E PGRREQUISITO PARA PETIÇÃO§ 1o O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias.

MEDIDA CAUTELAR- SUSTENÇÃO ORAL§ 2o No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma estabelecida no Regimento do Tribunal.

MEDIDA CAUTELAR – EXCEPCIONAL URGÊNCIAREQUISITO PARA PETIÇÃO§ 3o Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.

MEDIDA CAUTELAR - PUBLICAÇÃOArt. 11. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribunal Federal fará pu-blicar em seção especial do Diário Oficial da União e do Diário da Justiça da União a parte dispositiva da decisão, no prazo de dez dias, devendo solicitar as informações à autoridade da qual tiver emanado o ato, observando-se, no que couber, o procedimento estabelecido na Seção I deste Capítulo.

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LEI No 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999.

MEDIDA CAUTELAR – EFEITO REGULAR EX NUNC § 1o A medida cautelar, dotada de eficácia contra todos, será conce-dida com efeito ex nunc, salvo se o Tribunal entender que deva con-ceder-lhe eficácia retroativa.§ 2o A concessão da medida cautelar torna aplicável a legislação an-terior acaso existente, salvo expressa manifestação em sentido con-trário.

MEDIDA CAUTELARREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 12. Havendo pedido de medida cautelar, o relator, em face da re-levância da matéria e de seu especial significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá, após a prestação das informações, no prazo de dez dias, e a manifestação do Advogado-Geral da União e do Procurador-Geral da República, sucessivamente, no prazo de cin-co dias, submeter o processo diretamente ao Tribunal, que terá a fa-culdade de julgar definitivamente a ação.

JULGAMENTO DA AÇÃO – RESULTADOPROCEDÊNCIA – IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃOREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 24. Proclamada a constitucionalidade, julgar-se-á improcedente a ação direta ou procedente eventual ação declaratória; e, proclamada a inconstitucionalidade, julgar-se-á procedente a ação direta ou im-procedente eventual ação declaratória. COMUNICAÇÃO À AUTORIDADE/ÓRGÃOREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 25. Julgada a ação, far-se-á a comunicação à autoridade ou ao órgão responsável pela expedição do ato.

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LEI No 9.868, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1999.

IRRECORRIBILIDADE DA DECISÃOEMBARGOS DE DECLARAÇÃOArt. 26. A decisão que declara a constitucionalidade ou a inconstitu-cionalidade da lei ou do ato normativo em ação direta ou em ação de-claratória é irrecorrível, ressalvada a interposição de embargos decla-ratórios, não podendo, igualmente, ser objeto de ação rescisória. EFEITO TEMPORALREQUISITO PARA PETIÇÃOArt. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional inte-resse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

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AÇÃO DECLARATÓRIA DE INCONSTITUCIONALIDADEREQUISITOS PARA A PROVA

Nº REQUISITO LEI/ART OBS1 Petição dirigida ao STF – Presidente CF, 1022 Legitimação ativa CF, 103 Demonstração de pertinência

temática se for o caso3 Oitiva prévia do PGR CF, 103, §1º Não se aplica em caso de

cautelar de urgência4 Em caso de inconstitucionalidade por omissão:

ciência ao Poder competente para providências ou órgão administrativo para providências em 30 dias.

CF, 103, §2º Ao Poder competente, apenas ciência. Ao órgão a imposição de cumprir.

5 Citação do AGU – inconstitucionalidade em tese – defesa do ato ou texto

CF, 103, §3º

6 Indicação da lei ou ato normativo Lei 9.868/99, art. 3º, I

7 Fundamentos jurídicos do pedido, em relação a cada uma das impugnações.

Lei 9.868/99, art. 3º, I

8 Pedido e especificações Lei 9.868/99, art. 3º, II

9 Menção a documentação juntada Lei 9.868/99, art. 3º, p. ún.

Instrumento de procuração, se for o caso, em duas vias e cópias da lei e demais documentos

10 Requerimento para que se peça informações, em 30 dias, aos órgãos ou autoridades

Lei 9.868/99, art. 6º

11 Menção a manifestação de outros órgãos ou entidades se entender o relator conveniente

Lei 9.868/99, art. 7º

12 Requerimento para que seja ouvido o AGU e o PGR após as informações.

Lei 9.868/99, art. 8º

13 Menção a possibilidade de pericas, comissão de peritos ou audiências públicas

Lei 9.868/99, art. 8º, §1º

14 Menção a possibilidade de se solicitar informações a Tribunais

Lei 9.868/99, art. §2º

15 Pedido de medida cautelar, com oitiva prévia do AGU e do PGR se necessário

Lei 9.868/99, art. 10 e 10, §1º

16 Pedido de medida cautelar deferida com urgência, se for o caso

Lei 9.868/99, art. 10, §3º

Incluir sempre como pedido alternativo para Fazenda Pública

17 Requerimento para que o processo seja submetido diretamente a turma, pela sua relevância

Lei 9.868/99, art. 12

Após oitiva do AGU e do PGR

18 Pedido de julgamento procedente com a declaração de inconstitucioalidade do ato ou lei

Lei 9.868/99, art. 24

19 Pedido de comunicação a autoridade ou órgão após o julgamento da ação

Lei 9.868/99, art. 25

20 Requerer o efeito temporal adequado ao problema: ex tunc, desde outro momento, etc

Lei 9.868/99, art. 27

Page 109: Peças agu

Curso de Peças Processuais – AGU/2007 José Carlos Machado Júnior 107

EXEMPLO - PARÁGRAFOS – ADIN COM PEDIDO - MEDIDA CAUTELAR

ATENÇÃO PARA AS NECESSÁRIAS ADPTAÇÕES PARA A PROVA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTESUPREMO TRIBUNAL FEDERALBRASÍLIA, DF

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADECOM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR

ASSOCIAÇÃO DOS JUÍZES FEDERAIS DO BRASIL – AJUFE, entidade de classe de âmbito nacional, representativa da cate-goria específica da magistratura federal de 1º e 2º graus, em todos os Estados da Federação, sem fins lucrativos, inscrita no CNPJ/MF sob nº 139.716.68/0001-28, com sede no SRTVS, Quadra 701, Bloco H, Ed. Record, sala 402, nesta Capital Federal, com Estatuto Social devidamente registrado no 2º Cartório de Registro de Títulos, Documentos e Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o nº 5347, em 15 de fevereiro de 2000, representada por seu Presidente, Jorge Antonio Maurique, brasileiro, casado, juiz federal, por seus procuradores abaixo firmados Paulo Roberto Saraiva da Costa Leite, OAB/DF 3.333, que recebe intimações no SHIS, QL 8, conjunto 01, casa 12, CEP 71.620-215, em Brasília, DF, José Luis Wagner, OAB/DF nº 17.183 e Rudi Meira Cassel, OAB/RS nº 49.862, que recebem intimações no Setor Bancário Sul, Quadra 1, Bloco K, Edifício Seguradoras, salas 908/913, em Brasília, DF, com fulcro no art. 103, IX, da Constituição Federal, e no artigo 2°, IX, da Lei n° 9.868/99, vem, respeitosamente, propor a presente AÇÃO DIRE-TA DE INCONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR contra o inciso I do artigo 114 da Constitui-ção Federal, na redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, publicada no Diário Oficial da União em 31 de dezembro de 2004, seção 1 , páginas 9 a 12, sob os fundamentos de fato e de direito expostos a seguir.

I - DOS FATOS E DO DISPOSITIVO IMPUGNADO: INCISO I DO ARTIGO 114 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, NA REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL N° 45/2004

II - DOS PEDIDOS

Em face do exposto, requer:a) com fulcro na letra “p” do inciso I do artigo 102, da CF/88, bem como no § 3º do artigo 10 da Lei nº 9.868/99, presentes os requi -

sitos necessários, a concessão de medida cautelar, inaudita altera parte, para o fim de:a.1) sustar os efeitos do inciso I do artigo 114 da CF/88, inserido pela EC 45/2004, com eficácia ex tunc e até o julgamento final da

ação; oua.2) sustar, com eficácia ex tunc e até o julgamento final da ação, os efeitos do dispositivo impugnado, ressalvando sua inaplicabili-

dade para qualquer exegese que pretenda dar aplicabilidade ao dispositivo impugnado para incluir na competência da Jus-tiça do Trabalho a relação da União, Estados, Distrito Federal e Municípios com os seus servidores ocupantes de cargos criados por lei, de provimento efetivo ou em comissão, incluídas as autarquias e fundações públicas, de cada ente da Fede-ração;

b) solicitação de informações ao Congresso Nacional, para que as preste, no prazo legal;c) citação do Advogado-Geral da União, conforme o § 3º do artigo 102 da CF/88;d) intimação do Procurador-Geral da República, para que se manifeste, no prazo legal;e) conhecimento e processamento da presente ação, com o julgamento final de sua procedência, para os fins de:e.1) declarar a inconstitucionalidade formal do inciso I do artigo 114 da CF/88, inserido pela EC 45/2004, com eficácia ex tunc;e.2) sucessivamente, caso rejeitada a inconstitucionalidade formal, declarar a inconstitucionalidade do inciso I do artigo 114 da

CF/88, com eficácia ex tunc, para que lhe seja dada interpretação conforme, sem redução de texto, reconhecendo-se a in-constitucionalidade da interpretação que inclua na competência da Justiça do Trabalhos a relação da União, Estados, Dis-trito Federal e Municípios com os seus servidores ocupantes de cargos criados por lei, de provimento efetivo ou em comis-são, incluídas as autarquias e fundações públicas, de cada ente da Federação.

Dá-se à causa o valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais), para efeitos fiscais.N.T.P.D.Brasília, DF, 25 de janeiro de 2005.Paulo Roberto Saraiva da Costa LeiteOAB/DF 3.333