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PERGAMINHO CIENTÍFICO Nº 3

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Page 1: PERGAMINHO CIENTÍFICO Nº 3

Durante o ano de 2012, estudantes baianos marcaram presença em Feiras Afiliadas ao 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia (3º EJCB). A Feira dos Municípios e Mostra de Iniciação Científica (Femmic), promovida pelo Campus Catu do Instituto Federal Baiano (IF Baiano), e a Ciência Jovem, promovida pelo Espaço Ciência de Pernambuco, receberam os estudantes e os seus trabalhos, que nestes quatro dias de 3º EJCB, estão distribuídos pelas categorias do evento. Em setembro, ocorreu a Femmic, realizada no período entre os dias 24 a 26 deste mês. Em sua 12ª edição a feira reuniu não só estudantes de diversos municípios baianos, mas chegou a ter repercussão nacional, recebendo trabalhos de outros estados como Pernambuco e Santa Catarina. Sete participantes do Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica “Ciência, Arte & Magia” (Cam/Ufba), projeto promotor do 3º EJCB, apresentaram trabalhos em forma de pôster na Femmic. A participação na Femmic rendeu ao trabalho de Josenai Penha, participante do Cam/Ufba, o 7º lugar na categoria Ensino Médio, tendo como premiação a publicação de um artigo na revista

Durante o ano de 2012, estudantes baianos marcaram presença em Feiras Afiliadas ao 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia (3º EJCB). A Feira dos Municípios e Mostra de Iniciação Científica (Femmic), promovida pelo Campus Catu do Instituto Federal Baiano (IF Baiano), e a Ciência Jovem, promovida pelo Espaço Ciência de Pernambuco, receberam os estudantes e os seus trabalhos, que nestes quatro dias de 3º EJCB, estão distribuídos pelas categorias do evento. Em setembro, ocorreu a Femmic, realizada no período entre os dias 24 a 26 deste mês. Em sua 12ª edição a feira reuniu não só estudantes de diversos municípios baianos, mas chegou a ter repercussão nacional, recebendo trabalhos de outros estados como Pernambuco e Santa Catarina. Sete participantes do Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica “Ciência, Arte & Magia” (Cam/Ufba), projeto promotor do 3º EJCB, apresentaram trabalhos em forma de pôster na Femmic. A participação na Femmic rendeu ao trabalho de Josenai Penha, participante do Cam/Ufba, o 7º lugar na categoria Ensino Médio, tendo como premiação a publicação de um artigo na revista

ESTUDANTES BAIANOS MARCAM PRESENÇA EM FEIRAS AFILIADAS

EDIÇÃO ESPECIAL PARA O 3º ENCONTRO DE JOVENS CIENTISTAS DA BAHIA

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Em 2012, o Encontro de JovensCientistas da Bahia realiza a suaterceira edição, fruto de grandetrabalho e muito planejamento. Aprimeira edição, em 2006, ocorreu no mesmo local deste ano, a Faculdade de Medicina da Bahia, e a segunda edição, em 2009, foi realizada no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, ambos em Salvador. Estes dois eventos abarcaram apenas trabalhos do Ciência, Arte & Magia, programa de educação científica da Universidade Federal da Bahia (Ufba) promotor destes e de outros encontros de populariza-ção da ciência produzidos por jovens baianos. O Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica Ciência, Arte & Magia foi idealiza-do pela bióloga Rejâne Lira, professora do Instituto de Biologia da Ufba. A pesquisadora contou com o apoio das educadoras Rosimere Lira e Rosely Lira para submeter o programa à Financiado-ra de Estudos e Projetos (Finep), que foi contemplado em 2005 com o fomento de quatro Centros Avançados de Ciências (Cac) em duas escolas públicas da capital baiana e duas do interior do Estado, localizados nas cidades de Feira de Santana e Seabra. Os Cac do projeto Ciência, Arte & Magia foram instituídos como experimentotecas para funcionar como laboratórios escolares intensivos de ciências dentro das escolas públicas contempladas. Dentro destes laboratórios, os jovens selecionados para participar do projeto desenvolvem dois tipos de pesquisa. A primeira, é o desenvolvimento de experimentos nas áreas de química, física, biologia ou matemática. Já a segunda, é uma pesquisa teórica denominada “Linha do Tempo”, na qual escrevem sobre a história das profissões que desejam seguir no futuro, ressaltando os principais

nomes que influenciaram no de- senvolvimento da área escolhida. O objetivo final é que o estudante desenvolva um plano de trabalho na área escolhida com base no conhecimento histórico adquirido. Desde a sua criação até hoje, o Ciência, Arte & Magia já atuou em sete escolas de Salvador e interior, desenvolvendo trabalhos com quase 700 estudantes. A equipe de orientadores do projeto, composta por físicos, químicos, biólogos, pedagogos e outros profissionais, dentre eles graduandos, mestrandos e doutorandos de diversas áreas: ciências exatas, humanas, sociais aplicadas e biomédi-cas, contam com o apoio de professores das escolas contem-pladas na orientação dos trabalhos dos estudantes. Todos aprendem a desenvol-ver uma pesquisa científica com as características principais: pesquisa bibliográfica sobre o tema, definição de objetivo e da metodologia da pesquisa, organização da execução do trabalho, procedimentos de

coleta dos dados e organiza-ção dos resultados, todo o processo sendo documentado num diário de bordo. “Preten-demos contribuir para carreiras científicas e mostrar para crianças e adolescentes que a ciência é dinâmica e está presente no dia a dia”, ressalta Rejâne Lira.VÍDEOS - As atividades nos Cac acontecem sempre no turno oposto às aulas. Além da produção dos trabalhos, outras atividades fazem parte da programação nesses centros de ciências. Alguns exemplos são as oficinas de produção de vídeos de ciências, promo-vidas todos os anos pelo projeto por meio de uma parceria com a Faculdade de Comunicação da Ufba, e a visita a museus e instituições de pesquisa da cidade. Os trabalhos dos estudantes são apresentados em ativida-des de popularização da ciência em várias épocas do ano, desde eventos científicos como as reuniões da Socieda-de Brasileira para o Progresso

REALIZAÇÃO PATROCÍNIO APOIO

PARCEIROSCEP- Nilton Sucupira

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Entrevista com Aleixo Belov

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da Ciência (SBPC Jovem) a eventos locais como feiras de ciências e ações educativas em escolas. Exemplos desses eventos são as três edições do Encontro de Jovens Cientistas da Bahia (2006, 2009 e 2012), o Laboratório do Mundo: o jovem e a ciência (2007), o Ciência Lúdica: brincando e aprendendo com jovens sobre ciências (2008) e o Ciência Jovem nas Esferas (2010), todos com livros publicados contendo artigos dos estudantes e DVD’s que reúnem os vídeos de ciência e jogos eletrônicos produzidos por eles em oficinas e projetos de pesquisa.

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Ciência Júnior, do IF Baiano. A pesquisa premiada, intitulada “Avaliação do jogo Curando a Febre do Planeta como ferramenta lúdica de ensino sobre aquecimento global”, será apresentada em forma de comunicação oral no 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia. No período entre os dias 24 a 26 de outubro, estudantes baianos também participaram da 18ª Ciência Jovem, realizada pelo Espaço Ciência, museu interativo de ciêncas do estado de Pernambuco. Dois participantes do Cam/Ufba levaram o experimento

Ciência Júnior, do IF Baiano. A pesquisa premiada, intitulada “Avaliação do jogo Curando a Febre do Planeta como ferramenta lúdica de ensino sobre aquecimento global”, será apresentada em forma de comunicação oral no 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia. No período entre os dias 24 a 26 de outubro, estudantes baianos também participaram da 18ª Ciência Jovem, realizada pelo Espaço Ciência, museu interativo de ciêncas do estado de Pernambuco. Dois participantes do Cam/Ufba levaram o experimento

“Prevenindo Desastres Naturais: enxurradas e erosão”, que foi apresentado durante os três dias do evento e também está na programação de trabalhos inscritos no 3º EJCB. Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer trabalhos de todos os estados brasileiros e entraram em contato com uma vasta programação científica e cultural. Exemplo disto foi a visita a todas as esferas do Espaço Ciência, que compreendem grandes estátuas, monumentos, planetário e área de apresentação de experimentos.

“Prevenindo Desastres Naturais: enxurradas e erosão”, que foi apresentado durante os três dias do evento e também está na programação de trabalhos inscritos no 3º EJCB. Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer trabalhos de todos os estados brasileiros e entraram em contato com uma vasta programação científica e cultural. Exemplo disto foi a visita a todas as esferas do Espaço Ciência, que compreendem grandes estátuas, monumentos, planetário e área de apresentação de experimentos.

Coordenadores e estudantes do projeto Ciência, Arte & magia presentes no evento Ciência Jovem nas Esferas, realizado no Centro Cultural da Barroquinha, na Praça Castro Alves, em 2010

CONHEÇA O CIÊNCIA, ARTE & MAGIA, REALIZADOR DOS ENCONTROS DE JOVENS CIENTISTAS DA BAHIA

Quer saber ainda mais sobre o Ciência,

Arte & Magia? Acesse o site:

cienciaartemagia.ufba.br

Afiliadas ao 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia, a Femmic (esq.), promovida pelo IF Baiano de Catu, e a Ciência Jovem (dir.), promovida pelo Espaço Ciência de Pernambuco,

receberam trabalhos de pesquisa dos estudantes integrantes do Projeto Ciência, Arte & Magia

Page 2: PERGAMINHO CIENTÍFICO Nº 3

Neste terceiro e penúltimo dia do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia, espero que todos, palestrante, estudantes apresentadores e visitantes sintam-se calorosamente acolhidos neste evento onde a programação tem sido tão diversificada e criativa, tanto em atividades como nos temas das palestras dos nossos ilustres convidados. Permitam-me compartilhar que nesses últimos anos na coordenação pedagógica do Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica Ciência, Arte & Magia acompanhando o desenvolvimento das atividades dos estudantes tenho sido testemunha do quanto um momento como este é significativo, o quanto esta experiência é importante e os fazem crescer. Infelizmente, há pouco investimento para educação científica na Bahia e, pela experiência ao longo desses anos, sei o quanto os jovens estão sedentos por desafios que a educação básica já não os oferece. Apresentar o produto de meses de pesquisa, leituras, discussões tão produtivas e avaliações podem agora, apesar do nervosismo e ansiedade, ser expresso. Nosso dia se inicia com as apresentações das comunicações orais na categoria “Vida de Jovem Cientista” pelos jovens estudantes, concomitante a essa atividade teremos as apresentações de jogos de tabuleiro a “Biologia Lúdica”, local onde as crianças, ao interagirem, costumam dizer “vamos brincar de biologia!”. Em seguida, teremos a honra de receber o navegador baiano Aleixo Belov para nos contar sua trajetória e maravilhosas experiências pelos mares. À tarde, teremos o “Gabinete de Curiosidades Científicas” com as apresentações de experimentos por estudantes da educação básica. Para finalizar nosso dia, encerraremos com uma atividade cultural, a peça “Vamos a la playa, oh, oh, oh, oh!”. Desejo a todos um excelente e produtivo dia!

Editorial

PERGAMINHO CIENTÍFICO – Informativo oficial do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia. TIRAGEM: 300 exemplares/edição. ENDEREÇO: Rua Barão de Geremoabo, 147, Campus de Ondina, Instituto de Biologia. Cep.: 40.170-290 –

Salvador/BA. TEL.: (71) 3283-6564. E-MAIL: [email protected]. BLOG: jovenscientistasdabahia.wordpress.com FOTO CAPA: Mariana Alcântara. COMISSÃO ORGANIZADORA: Rejâne Maria Lira-da-Silva (Coordenadora);

Rosely Cristina Lira da Silva; Josefa Rosimere Lira da Silva; Jorge Lúcio Rodrigues das Dores; Yukari Figueroa Mise; Bárbara Rosemar Nascimento Araújo; Maria Dulcinéia Sales dos Santos. ASSESSORIA DO EVENTO: Anne Evelyn Cerqueira Gomes.

QUE TIPO DE JOVEMCIENTISTA VOCÊ É?

Olá! Meu nome é Calebe Lopes, tenho 16 anos e estudo no Colégio da Polícia Militar, Unidade Dendezeiros. Estou aqui para falar que tipo de cientista sou, mas pasmem: não me considero um cientista, nem coisa mais próxima! Sou apenas um admirador da ciência, um cinéfilo nerd que desde pequeno começou a apreciar as diversas formas de tecnologia e robótica por causa de filmes e séries como Star Wars e Star Trek. Aliás, é isto que sou mesmo: um nerd apreciador da ciência. Me inscrevi no Encontro porque

Olá! Meu nome é Calebe Lopes, tenho 16 anos e estudo no Colégio da Polícia Militar, Unidade Dendezeiros. Estou aqui para falar que tipo de cientista sou, mas pasmem: não me considero um cientista, nem coisa mais próxima! Sou apenas um admirador da ciência, um cinéfilo nerd que desde pequeno começou a apreciar as diversas formas de tecnologia e robótica por causa de filmes e séries como Star Wars e Star Trek. Aliás, é isto que sou mesmo: um nerd apreciador da ciência. Me inscrevi no Encontro porque

QUAL A DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO?

DR. BERINJELA EXPLICA!

Na verdade, não existe nenhuma diferença qualitativa entre tristeza e depressão, isto é, o que acontece na depressão é a mesma coisa que aconte-ce na tristeza. A diferença entre elas é quantitativa, ou seja, de intensidade com que acontecem os sentimentos, pensa-mentos e ações negativas. Todo mundo às vezes fica triste e pensa que tudo dá errado ou não sente vontade de sair de casa ou de se levantar, mas na depres-são isso acontece com maior intensidade e maior frequência, chegando a compro-meter a saúde, os relacionamentos e o trabalho. A depressão não ocorre devido a um fator isolado, mas a uma interação de fatores de ordem biológica, psicológica, histórica e ambiental. Apesar de ainda gerar dúvidas, a depressão é relativa-mente comum. Na depressão acontece

Na verdade, não existe nenhuma diferença qualitativa entre tristeza e depressão, isto é, o que acontece na depressão é a mesma coisa que aconte-ce na tristeza. A diferença entre elas é quantitativa, ou seja, de intensidade com que acontecem os sentimentos, pensa-mentos e ações negativas. Todo mundo às vezes fica triste e pensa que tudo dá errado ou não sente vontade de sair de casa ou de se levantar, mas na depres-são isso acontece com maior intensidade e maior frequência, chegando a compro-meter a saúde, os relacionamentos e o trabalho. A depressão não ocorre devido a um fator isolado, mas a uma interação de fatores de ordem biológica, psicológica, histórica e ambiental. Apesar de ainda gerar dúvidas, a depressão é relativa-mente comum. Na depressão acontece

O MESTRE DOS MARESO navegador baiano Aleixo Belov conta a sua história de vida e avisa aos jovens que para realizar sonhos é preciso ouvir a voz do coração

A terceira edição do Pergaminho Científico para o 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia apresenta a história do engenheiro e navegador Aleixo Belov, palestrante nas conferências "O Ser Humano da Ciência". Antes de chegar ao Brasil, Aleixo Belov, que nasceu na Ucrânia em 1943, passou por diversos países como Polônia, Alemanha e Itália, até se fixar na Bahia aos seis anos de idade. Em 1981, Belov obteve o reconheci-mento da Marinha do Brasil como o primeiro navegador brasileiro a completar, em solitário, uma viagem de circunavegação. Para esta jornada, o engenheiro passou por dezessete portos onde pôde aprender um pouco sobre os costumes e as tradições de cada localidade.E a paixão por aventura não parou por aí! Ele ainda empreendeu mais três grandes viagens marítimas. Em outubro de 2011 o navegador completou sua 4ª volta ao mundo, a bordo do veleiro-escola "Fraternidade". Desta vez, ele foi acompanhado por jovens alunos biólogos, engenheiros e cineastas, tendo zarpado de Salvador em janeiro de 2010. Confira a entrevista!

Conte-nos um pouco sobre a sua história. Como veio parar aqui em Salvador?Eu saí da Ucrânia por causa da guerra. Meu pai já tinha curiosidade de conhecer o mundo. Como ele era agrônomo, disseram pra ele que valia a pena vir para o Brasil, pois aqui tinha muita terra. Mas na, Ucrânia, toda agricultura era mecanizada e, quando ele chegou aqui, todo mundo trabalhava na enxada. O clima também era diferente, então ele não fez grande sucesso na agronomia. Foi aí que ele passou a ser professor de matemática. Ele não tinha terminado a faculdade antes de vir para o Brasil, pois passava muita fome. Mesmo assim deu aula a toda a sociedade baiana, a filhos de artistas, governadores, inclusive, no Palácio da Aclamação. Mais tarde eu me tornei engenheiro e ganhei de presente um óculos de mergulho naquele tempo em que não existia televisão. Me apaixonei pelo mar e me tornei mergulhador. Cada dia eu mergulhava mais longe. Fui para Porto Seguro mergulhar e fiquei impressionado como era bonito! A natureza ainda era intacta e eu me apaixonei! Fiquei pensando em como o mundo deveria ser lindo e misterioso. Então, decidi que queria conhecer o mundo velejando. Li um livro da Expedição Moana em que quatro pessoas davam a volta ao mundo mergulhando em todos os oceanos. Eu não tinha dinheiro, nem barco. Não sabia construir barco e nem sabia navegar. Eu só tinha o sonho e bastou. Levei 15 anos me preparando para sair no meu próprio barco. Li vários livros, aprendi diversas línguas, a

A terceira edição do Pergaminho Científico para o 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia apresenta a história do engenheiro e navegador Aleixo Belov, palestrante nas conferências "O Ser Humano da Ciência". Antes de chegar ao Brasil, Aleixo Belov, que nasceu na Ucrânia em 1943, passou por diversos países como Polônia, Alemanha e Itália, até se fixar na Bahia aos seis anos de idade. Em 1981, Belov obteve o reconheci-mento da Marinha do Brasil como o primeiro navegador brasileiro a completar, em solitário, uma viagem de circunavegação. Para esta jornada, o engenheiro passou por dezessete portos onde pôde aprender um pouco sobre os costumes e as tradições de cada localidade.E a paixão por aventura não parou por aí! Ele ainda empreendeu mais três grandes viagens marítimas. Em outubro de 2011 o navegador completou sua 4ª volta ao mundo, a bordo do veleiro-escola "Fraternidade". Desta vez, ele foi acompanhado por jovens alunos biólogos, engenheiros e cineastas, tendo zarpado de Salvador em janeiro de 2010. Confira a entrevista!

Conte-nos um pouco sobre a sua história. Como veio parar aqui em Salvador?Eu saí da Ucrânia por causa da guerra. Meu pai já tinha curiosidade de conhecer o mundo. Como ele era agrônomo, disseram pra ele que valia a pena vir para o Brasil, pois aqui tinha muita terra. Mas na, Ucrânia, toda agricultura era mecanizada e, quando ele chegou aqui, todo mundo trabalhava na enxada. O clima também era diferente, então ele não fez grande sucesso na agronomia. Foi aí que ele passou a ser professor de matemática. Ele não tinha terminado a faculdade antes de vir para o Brasil, pois passava muita fome. Mesmo assim deu aula a toda a sociedade baiana, a filhos de artistas, governadores, inclusive, no Palácio da Aclamação. Mais tarde eu me tornei engenheiro e ganhei de presente um óculos de mergulho naquele tempo em que não existia televisão. Me apaixonei pelo mar e me tornei mergulhador. Cada dia eu mergulhava mais longe. Fui para Porto Seguro mergulhar e fiquei impressionado como era bonito! A natureza ainda era intacta e eu me apaixonei! Fiquei pensando em como o mundo deveria ser lindo e misterioso. Então, decidi que queria conhecer o mundo velejando. Li um livro da Expedição Moana em que quatro pessoas davam a volta ao mundo mergulhando em todos os oceanos. Eu não tinha dinheiro, nem barco. Não sabia construir barco e nem sabia navegar. Eu só tinha o sonho e bastou. Levei 15 anos me preparando para sair no meu próprio barco. Li vários livros, aprendi diversas línguas, a

construir barco e tudo mais. Quando saí sozinho para dar a volta ao mundo, eu tinha 37 anos. Tudo meu foi mais tarde porque demorei muito tempo me preparando. Eu não tinha dinheiro nem era sócio de clube nenhum! Hoje eu já dei quatro voltas ao mundo!

A experiência dessas viagens lhe proporcio-nou o conhecimento de diversas culturas. Chegar em terras distantes e conhecer a fauna, a flora... Existiu algum lugar específico em que você conheceu animais ou plantas que você nunca imaginou que existiriam?Tem muitas coisas, mas observei mais o ser humano, a diferença do ser humano de um lugar para outro. Nós, aqui, somos muito escravos. Nós não temos tempo para viver. A sociedade moderna não resolveu o problema do homem. Nessas ilhas, lá nos mares do sul, como na Polinésia, a vida é muito mais primitiva, mas a qualidade dela é muitas vezes melhor! Você está vendo que hoje não podemos nem andar na rua por causa de assaltos. Nós estamos, infelizmente, voltando para a selva. E lhe digo uma coisa com muita tristeza: se não fizerem o controle da natalida-de, o ser humano vai ser uma praga na face da Terra. Esse capim que nasce em qualquer lugar sem ninguém plantar, que todo mundo só quer arrancar. O ser humano vai ser isso.

Em quais conhecimentos está baseada a ciência da navegação?Está ligada à astronomia, à astrofísica. Criaram o GPS, que lhe dá o posicionamento o tempo todo. E também à oceanografia, que estuda correntes marinhas, profundidades, o clima, tudo! A gente junta também a mecânica, a hidrodinâmica do casco, a aerodinâmica do barco à vela, a mecânica dos motores dos navios. Isso tudo junto permite que se construam os barcos que naveguem bem e com seguran-ça e que a alcancemos os nossos sonhos através da técnica.

Um jovem precisa de quais conhecimentos para se tornar um navegador no futuro?Ele precisa fazer o curso de Arraes, depois de Mestre Amador e depois de Capitão Amador. Lá, ele vai aprender a ciência da navegação e a meteorologia. Desse modo, ele receberá uma carteira de habilitação, assim como um motorista recebe a sua carteira. No entanto, no mar é mais complicado, ele tem que saber um pouco mais. Primeiro, então, ele tem que aprender a nadar e amar o mar. Depois, seria bom ele ter óculos de mergulho para conhecer o mar por baixo, pois isso também ajuda a entender o mar por cima. Em seguida, ele entraria como tripulante de alguém que tenha

construir barco e tudo mais. Quando saí sozinho para dar a volta ao mundo, eu tinha 37 anos. Tudo meu foi mais tarde porque demorei muito tempo me preparando. Eu não tinha dinheiro nem era sócio de clube nenhum! Hoje eu já dei quatro voltas ao mundo!

A experiência dessas viagens lhe proporcio-nou o conhecimento de diversas culturas. Chegar em terras distantes e conhecer a fauna, a flora... Existiu algum lugar específico em que você conheceu animais ou plantas que você nunca imaginou que existiriam?Tem muitas coisas, mas observei mais o ser humano, a diferença do ser humano de um lugar para outro. Nós, aqui, somos muito escravos. Nós não temos tempo para viver. A sociedade moderna não resolveu o problema do homem. Nessas ilhas, lá nos mares do sul, como na Polinésia, a vida é muito mais primitiva, mas a qualidade dela é muitas vezes melhor! Você está vendo que hoje não podemos nem andar na rua por causa de assaltos. Nós estamos, infelizmente, voltando para a selva. E lhe digo uma coisa com muita tristeza: se não fizerem o controle da natalida-de, o ser humano vai ser uma praga na face da Terra. Esse capim que nasce em qualquer lugar sem ninguém plantar, que todo mundo só quer arrancar. O ser humano vai ser isso.

Em quais conhecimentos está baseada a ciência da navegação?Está ligada à astronomia, à astrofísica. Criaram o GPS, que lhe dá o posicionamento o tempo todo. E também à oceanografia, que estuda correntes marinhas, profundidades, o clima, tudo! A gente junta também a mecânica, a hidrodinâmica do casco, a aerodinâmica do barco à vela, a mecânica dos motores dos navios. Isso tudo junto permite que se construam os barcos que naveguem bem e com seguran-ça e que a alcancemos os nossos sonhos através da técnica.

Um jovem precisa de quais conhecimentos para se tornar um navegador no futuro?Ele precisa fazer o curso de Arraes, depois de Mestre Amador e depois de Capitão Amador. Lá, ele vai aprender a ciência da navegação e a meteorologia. Desse modo, ele receberá uma carteira de habilitação, assim como um motorista recebe a sua carteira. No entanto, no mar é mais complicado, ele tem que saber um pouco mais. Primeiro, então, ele tem que aprender a nadar e amar o mar. Depois, seria bom ele ter óculos de mergulho para conhecer o mar por baixo, pois isso também ajuda a entender o mar por cima. Em seguida, ele entraria como tripulante de alguém que tenha

um barco e iria aprendendo com essas pessoas. Existem alguns cursos no Centro Náutico, de velas e outras coisas, mas ele pode inicialmente ir com um pescador e assim vai aprendendo os caminhos do mar. E aí ele vai trabalhando e se desenvolvendo.

Você pode deixar um recado aos jovens cientistas que participarão do evento?O sonho é tudo! O pessoal pergunta quanta força eu fiz para dar as quatro voltas ao mundo. Eu não fiz força nenhuma! Esse caminho nasceu naturalmente. Eu ouvi a voz do meu coração e não consegui fugir desse caminho. Quando a coisa nasce dentro de você, ela flui muito simplesmente. Um filósofo chinês chamado Confúcio disse 500 anos antes de Cristo: “Escolha bem a sua profissão que você não vai trabalhar um só dia na sua vida”, vai ser só lazer! Não fiz força nenhuma, só me distraí, foi só lazer tudo que eu fiz. Isso tem que estar no seu coração. Cada um tem que seguir aquilo que o seu coração manda, ninguém progride no que não gosta!

um barco e iria aprendendo com essas pessoas. Existem alguns cursos no Centro Náutico, de velas e outras coisas, mas ele pode inicialmente ir com um pescador e assim vai aprendendo os caminhos do mar. E aí ele vai trabalhando e se desenvolvendo.

Você pode deixar um recado aos jovens cientistas que participarão do evento?O sonho é tudo! O pessoal pergunta quanta força eu fiz para dar as quatro voltas ao mundo. Eu não fiz força nenhuma! Esse caminho nasceu naturalmente. Eu ouvi a voz do meu coração e não consegui fugir desse caminho. Quando a coisa nasce dentro de você, ela flui muito simplesmente. Um filósofo chinês chamado Confúcio disse 500 anos antes de Cristo: “Escolha bem a sua profissão que você não vai trabalhar um só dia na sua vida”, vai ser só lazer! Não fiz força nenhuma, só me distraí, foi só lazer tudo que eu fiz. Isso tem que estar no seu coração. Cada um tem que seguir aquilo que o seu coração manda, ninguém progride no que não gosta!

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CRÉDITO: MARIANA ALCÂNTARA

WEBDESIGN: Mariana Alcântara – Jornalista (DRT BA 2962) e Mariana Sebastião – Jornalista (DRT BA 4260). IDENTIDADE VISUAL: David Marques. PROJETO GRÁFICO/PAGINAÇÃO: Thais Mota e Daniel Pita.

Calebe Lopes, aluno do Colégio da Polícia Militar, Unidade Dendezeiros,participa do concurso de vídeo Jovens Repórteres Científicos

fui informado de que havia uma categoria que sempre me chamou a atenção nosmais diversos concursos ou festivais: o audiovisual. E como amante do cinemaque sou, decidi criar um curta-metragem digno de um Jovem Cientista e me inscre-ver. E cá estamos nós! Como nerd, adoro filmes, livros, quadrinhos e games. Amo filmes clássicos, como ‘Casablanca’, e todos os filmes de Alfred Hitchcock, entre eles ‘Psicose’ e ‘Um Corpo que Cai’. Adoro os livros de Agatha Christie, Sir Arthur Conan Doyle e, principalmente, Edgar

fui informado de que havia uma categoria que sempre me chamou a atenção nosmais diversos concursos ou festivais: o audiovisual. E como amante do cinemaque sou, decidi criar um curta-metragem digno de um Jovem Cientista e me inscre-ver. E cá estamos nós! Como nerd, adoro filmes, livros, quadrinhos e games. Amo filmes clássicos, como ‘Casablanca’, e todos os filmes de Alfred Hitchcock, entre eles ‘Psicose’ e ‘Um Corpo que Cai’. Adoro os livros de Agatha Christie, Sir Arthur Conan Doyle e, principalmente, Edgar

um ciclo vicioso entre pensamentos e ações que acaba sustentando e agravan-do a própria depressão. De uma maneira simplificada, uma pessoa que está deprimida pode acreditar, por exemplo, que é rejeitada pelos outros, então alguns acontecimentos tendem a confirmar essa crença, levando a pessoa a se retrair e passar a sentir mais os sintomas da depressão (por exemplo, vontade de chorar ou perda de interesse), o que gera mais pensamentos e atitudes negativas e agrava a situação. Romper com este ciclo é difícil e requer muito empenho por parte do psicólogo e, principalmente, da pessoa que passa pela depressão. No entanto, a melhora e a superação são possíveis e a parceria entre psicoterapeu-ta e cliente tem mostrado bons resultados.Artigo retirado do site do Instituto de Psicologia Comportamental

um ciclo vicioso entre pensamentos e ações que acaba sustentando e agravan-do a própria depressão. De uma maneira simplificada, uma pessoa que está deprimida pode acreditar, por exemplo, que é rejeitada pelos outros, então alguns acontecimentos tendem a confirmar essa crença, levando a pessoa a se retrair e passar a sentir mais os sintomas da depressão (por exemplo, vontade de chorar ou perda de interesse), o que gera mais pensamentos e atitudes negativas e agrava a situação. Romper com este ciclo é difícil e requer muito empenho por parte do psicólogo e, principalmente, da pessoa que passa pela depressão. No entanto, a melhora e a superação são possíveis e a parceria entre psicoterapeu-ta e cliente tem mostrado bons resultados.Artigo retirado do site do Instituto de Psicologia Comportamental

ATENÇÃO: TEMPO DAS APRESENTA-ÇÕES ORAIS DEVE SER REDOBRADA

A Comissão Científica do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia chama a atenção dos estudantes que irão participar do evento na modalidade “Comunicação Oral” para que atentem ao tempo de suas apresentações. Cada exposição deve durar, impreterivelmen-te, dez minutos. Os apresentadores dos trabalhos serão avisados com placas de sinalização de tempo aos cinco, três e um minuto para que finalizem a comunicação oral. Uma dica para controle do tempo é a seguinte: as apresentações em power point devem ter em média de dez a quinze slides. Um modelo de apresentação ideal para este tipo de evento está disponível para download no blog: Jovenscientistasdabahia.wordpress.com.br

ATENÇÃO: TEMPO DAS APRESENTA-ÇÕES ORAIS DEVE SER REDOBRADA

A Comissão Científica do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia chama a atenção dos estudantes que irão participar do evento na modalidade “Comunicação Oral” para que atentem ao tempo de suas apresentações. Cada exposição deve durar, impreterivelmen-te, dez minutos. Os apresentadores dos trabalhos serão avisados com placas de sinalização de tempo aos cinco, três e um minuto para que finalizem a comunicação oral. Uma dica para controle do tempo é a seguinte: as apresentações em power point devem ter em média de dez a quinze slides. Um modelo de apresentação ideal para este tipo de evento está disponível para download no blog: Jovenscientistasdabahia.wordpress.com.br

leia e ouça a entrevista na íntegra em:jovenscientistasdabahia.wordpress.com

Nós, aqui, somos muito escravos. Nós não temos tempo para viver. A sociedade moderna não resolveu o proble-ma do homem ALEIXO BELOVNAVEGADOR

Josefa Rosimere Lira da SilvaComissão Organizadora do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia

Page 3: PERGAMINHO CIENTÍFICO Nº 3

Neste terceiro e penúltimo dia do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia, espero que todos, palestrante, estudantes apresentadores e visitantes sintam-se calorosamente acolhidos neste evento onde a programação tem sido tão diversificada e criativa, tanto em atividades como nos temas das palestras dos nossos ilustres convidados. Permitam-me compartilhar que nesses últimos anos na coordenação pedagógica do Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica Ciência, Arte & Magia acompanhando o desenvolvimento das atividades dos estudantes tenho sido testemunha do quanto um momento como este é significativo, o quanto esta experiência é importante e os fazem crescer. Infelizmente, há pouco investimento para educação científica na Bahia e, pela experiência ao longo desses anos, sei o quanto os jovens estão sedentos por desafios que a educação básica já não os oferece. Apresentar o produto de meses de pesquisa, leituras, discussões tão produtivas e avaliações podem agora, apesar do nervosismo e ansiedade, ser expresso. Nosso dia se inicia com as apresentações das comunicações orais na categoria “Vida de Jovem Cientista” pelos jovens estudantes, concomitante a essa atividade teremos as apresentações de jogos de tabuleiro a “Biologia Lúdica”, local onde as crianças, ao interagirem, costumam dizer “vamos brincar de biologia!”. Em seguida, teremos a honra de receber o navegador baiano Aleixo Belov para nos contar sua trajetória e maravilhosas experiências pelos mares. À tarde, teremos o “Gabinete de Curiosidades Científicas” com as apresentações de experimentos por estudantes da educação básica. Para finalizar nosso dia, encerraremos com uma atividade cultural, a peça “Vamos a la playa, oh, oh, oh, oh!”. Desejo a todos um excelente e produtivo dia!

Editorial

PERGAMINHO CIENTÍFICO – Informativo oficial do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia. TIRAGEM: 300 exemplares/edição. ENDEREÇO: Rua Barão de Geremoabo, 147, Campus de Ondina, Instituto de Biologia. Cep.: 40.170-290 –

Salvador/BA. TEL.: (71) 3283-6564. E-MAIL: [email protected]. BLOG: jovenscientistasdabahia.wordpress.com FOTO CAPA: Mariana Alcântara. COMISSÃO ORGANIZADORA: Rejâne Maria Lira-da-Silva (Coordenadora);

Rosely Cristina Lira da Silva; Josefa Rosimere Lira da Silva; Jorge Lúcio Rodrigues das Dores; Yukari Figueroa Mise; Bárbara Rosemar Nascimento Araújo; Maria Dulcinéia Sales dos Santos. ASSESSORIA DO EVENTO: Anne Evelyn Cerqueira Gomes.

QUE TIPO DE JOVEMCIENTISTA VOCÊ É?

Olá! Meu nome é Calebe Lopes, tenho 16 anos e estudo no Colégio da Polícia Militar, Unidade Dendezeiros. Estou aqui para falar que tipo de cientista sou, mas pasmem: não me considero um cientista, nem coisa mais próxima! Sou apenas um admirador da ciência, um cinéfilo nerd que desde pequeno começou a apreciar as diversas formas de tecnologia e robótica por causa de filmes e séries como Star Wars e Star Trek. Aliás, é isto que sou mesmo: um nerd apreciador da ciência. Me inscrevi no Encontro porque

Olá! Meu nome é Calebe Lopes, tenho 16 anos e estudo no Colégio da Polícia Militar, Unidade Dendezeiros. Estou aqui para falar que tipo de cientista sou, mas pasmem: não me considero um cientista, nem coisa mais próxima! Sou apenas um admirador da ciência, um cinéfilo nerd que desde pequeno começou a apreciar as diversas formas de tecnologia e robótica por causa de filmes e séries como Star Wars e Star Trek. Aliás, é isto que sou mesmo: um nerd apreciador da ciência. Me inscrevi no Encontro porque

QUAL A DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO?

DR. BERINJELA EXPLICA!

Na verdade, não existe nenhuma diferença qualitativa entre tristeza e depressão, isto é, o que acontece na depressão é a mesma coisa que aconte-ce na tristeza. A diferença entre elas é quantitativa, ou seja, de intensidade com que acontecem os sentimentos, pensa-mentos e ações negativas. Todo mundo às vezes fica triste e pensa que tudo dá errado ou não sente vontade de sair de casa ou de se levantar, mas na depres-são isso acontece com maior intensidade e maior frequência, chegando a compro-meter a saúde, os relacionamentos e o trabalho. A depressão não ocorre devido a um fator isolado, mas a uma interação de fatores de ordem biológica, psicológica, histórica e ambiental. Apesar de ainda gerar dúvidas, a depressão é relativa-mente comum. Na depressão acontece

Na verdade, não existe nenhuma diferença qualitativa entre tristeza e depressão, isto é, o que acontece na depressão é a mesma coisa que aconte-ce na tristeza. A diferença entre elas é quantitativa, ou seja, de intensidade com que acontecem os sentimentos, pensa-mentos e ações negativas. Todo mundo às vezes fica triste e pensa que tudo dá errado ou não sente vontade de sair de casa ou de se levantar, mas na depres-são isso acontece com maior intensidade e maior frequência, chegando a compro-meter a saúde, os relacionamentos e o trabalho. A depressão não ocorre devido a um fator isolado, mas a uma interação de fatores de ordem biológica, psicológica, histórica e ambiental. Apesar de ainda gerar dúvidas, a depressão é relativa-mente comum. Na depressão acontece

O MESTRE DOS MARESO navegador baiano Aleixo Belov conta a sua história de vida e avisa aos jovens que para realizar sonhos é preciso ouvir a voz do coração

A terceira edição do Pergaminho Científico para o 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia apresenta a história do engenheiro e navegador Aleixo Belov, palestrante nas conferências "O Ser Humano da Ciência". Antes de chegar ao Brasil, Aleixo Belov, que nasceu na Ucrânia em 1943, passou por diversos países como Polônia, Alemanha e Itália, até se fixar na Bahia aos seis anos de idade. Em 1981, Belov obteve o reconheci-mento da Marinha do Brasil como o primeiro navegador brasileiro a completar, em solitário, uma viagem de circunavegação. Para esta jornada, o engenheiro passou por dezessete portos onde pôde aprender um pouco sobre os costumes e as tradições de cada localidade.E a paixão por aventura não parou por aí! Ele ainda empreendeu mais três grandes viagens marítimas. Em outubro de 2011 o navegador completou sua 4ª volta ao mundo, a bordo do veleiro-escola "Fraternidade". Desta vez, ele foi acompanhado por jovens alunos biólogos, engenheiros e cineastas, tendo zarpado de Salvador em janeiro de 2010. Confira a entrevista!

Conte-nos um pouco sobre a sua história. Como veio parar aqui em Salvador?Eu saí da Ucrânia por causa da guerra. Meu pai já tinha curiosidade de conhecer o mundo. Como ele era agrônomo, disseram pra ele que valia a pena vir para o Brasil, pois aqui tinha muita terra. Mas na, Ucrânia, toda agricultura era mecanizada e, quando ele chegou aqui, todo mundo trabalhava na enxada. O clima também era diferente, então ele não fez grande sucesso na agronomia. Foi aí que ele passou a ser professor de matemática. Ele não tinha terminado a faculdade antes de vir para o Brasil, pois passava muita fome. Mesmo assim deu aula a toda a sociedade baiana, a filhos de artistas, governadores, inclusive, no Palácio da Aclamação. Mais tarde eu me tornei engenheiro e ganhei de presente um óculos de mergulho naquele tempo em que não existia televisão. Me apaixonei pelo mar e me tornei mergulhador. Cada dia eu mergulhava mais longe. Fui para Porto Seguro mergulhar e fiquei impressionado como era bonito! A natureza ainda era intacta e eu me apaixonei! Fiquei pensando em como o mundo deveria ser lindo e misterioso. Então, decidi que queria conhecer o mundo velejando. Li um livro da Expedição Moana em que quatro pessoas davam a volta ao mundo mergulhando em todos os oceanos. Eu não tinha dinheiro, nem barco. Não sabia construir barco e nem sabia navegar. Eu só tinha o sonho e bastou. Levei 15 anos me preparando para sair no meu próprio barco. Li vários livros, aprendi diversas línguas, a

A terceira edição do Pergaminho Científico para o 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia apresenta a história do engenheiro e navegador Aleixo Belov, palestrante nas conferências "O Ser Humano da Ciência". Antes de chegar ao Brasil, Aleixo Belov, que nasceu na Ucrânia em 1943, passou por diversos países como Polônia, Alemanha e Itália, até se fixar na Bahia aos seis anos de idade. Em 1981, Belov obteve o reconheci-mento da Marinha do Brasil como o primeiro navegador brasileiro a completar, em solitário, uma viagem de circunavegação. Para esta jornada, o engenheiro passou por dezessete portos onde pôde aprender um pouco sobre os costumes e as tradições de cada localidade.E a paixão por aventura não parou por aí! Ele ainda empreendeu mais três grandes viagens marítimas. Em outubro de 2011 o navegador completou sua 4ª volta ao mundo, a bordo do veleiro-escola "Fraternidade". Desta vez, ele foi acompanhado por jovens alunos biólogos, engenheiros e cineastas, tendo zarpado de Salvador em janeiro de 2010. Confira a entrevista!

Conte-nos um pouco sobre a sua história. Como veio parar aqui em Salvador?Eu saí da Ucrânia por causa da guerra. Meu pai já tinha curiosidade de conhecer o mundo. Como ele era agrônomo, disseram pra ele que valia a pena vir para o Brasil, pois aqui tinha muita terra. Mas na, Ucrânia, toda agricultura era mecanizada e, quando ele chegou aqui, todo mundo trabalhava na enxada. O clima também era diferente, então ele não fez grande sucesso na agronomia. Foi aí que ele passou a ser professor de matemática. Ele não tinha terminado a faculdade antes de vir para o Brasil, pois passava muita fome. Mesmo assim deu aula a toda a sociedade baiana, a filhos de artistas, governadores, inclusive, no Palácio da Aclamação. Mais tarde eu me tornei engenheiro e ganhei de presente um óculos de mergulho naquele tempo em que não existia televisão. Me apaixonei pelo mar e me tornei mergulhador. Cada dia eu mergulhava mais longe. Fui para Porto Seguro mergulhar e fiquei impressionado como era bonito! A natureza ainda era intacta e eu me apaixonei! Fiquei pensando em como o mundo deveria ser lindo e misterioso. Então, decidi que queria conhecer o mundo velejando. Li um livro da Expedição Moana em que quatro pessoas davam a volta ao mundo mergulhando em todos os oceanos. Eu não tinha dinheiro, nem barco. Não sabia construir barco e nem sabia navegar. Eu só tinha o sonho e bastou. Levei 15 anos me preparando para sair no meu próprio barco. Li vários livros, aprendi diversas línguas, a

construir barco e tudo mais. Quando saí sozinho para dar a volta ao mundo, eu tinha 37 anos. Tudo meu foi mais tarde porque demorei muito tempo me preparando. Eu não tinha dinheiro nem era sócio de clube nenhum! Hoje eu já dei quatro voltas ao mundo!

A experiência dessas viagens lhe proporcio-nou o conhecimento de diversas culturas. Chegar em terras distantes e conhecer a fauna, a flora... Existiu algum lugar específico em que você conheceu animais ou plantas que você nunca imaginou que existiriam?Tem muitas coisas, mas observei mais o ser humano, a diferença do ser humano de um lugar para outro. Nós, aqui, somos muito escravos. Nós não temos tempo para viver. A sociedade moderna não resolveu o problema do homem. Nessas ilhas, lá nos mares do sul, como na Polinésia, a vida é muito mais primitiva, mas a qualidade dela é muitas vezes melhor! Você está vendo que hoje não podemos nem andar na rua por causa de assaltos. Nós estamos, infelizmente, voltando para a selva. E lhe digo uma coisa com muita tristeza: se não fizerem o controle da natalida-de, o ser humano vai ser uma praga na face da Terra. Esse capim que nasce em qualquer lugar sem ninguém plantar, que todo mundo só quer arrancar. O ser humano vai ser isso.

Em quais conhecimentos está baseada a ciência da navegação?Está ligada à astronomia, à astrofísica. Criaram o GPS, que lhe dá o posicionamento o tempo todo. E também à oceanografia, que estuda correntes marinhas, profundidades, o clima, tudo! A gente junta também a mecânica, a hidrodinâmica do casco, a aerodinâmica do barco à vela, a mecânica dos motores dos navios. Isso tudo junto permite que se construam os barcos que naveguem bem e com seguran-ça e que a alcancemos os nossos sonhos através da técnica.

Um jovem precisa de quais conhecimentos para se tornar um navegador no futuro?Ele precisa fazer o curso de Arraes, depois de Mestre Amador e depois de Capitão Amador. Lá, ele vai aprender a ciência da navegação e a meteorologia. Desse modo, ele receberá uma carteira de habilitação, assim como um motorista recebe a sua carteira. No entanto, no mar é mais complicado, ele tem que saber um pouco mais. Primeiro, então, ele tem que aprender a nadar e amar o mar. Depois, seria bom ele ter óculos de mergulho para conhecer o mar por baixo, pois isso também ajuda a entender o mar por cima. Em seguida, ele entraria como tripulante de alguém que tenha

construir barco e tudo mais. Quando saí sozinho para dar a volta ao mundo, eu tinha 37 anos. Tudo meu foi mais tarde porque demorei muito tempo me preparando. Eu não tinha dinheiro nem era sócio de clube nenhum! Hoje eu já dei quatro voltas ao mundo!

A experiência dessas viagens lhe proporcio-nou o conhecimento de diversas culturas. Chegar em terras distantes e conhecer a fauna, a flora... Existiu algum lugar específico em que você conheceu animais ou plantas que você nunca imaginou que existiriam?Tem muitas coisas, mas observei mais o ser humano, a diferença do ser humano de um lugar para outro. Nós, aqui, somos muito escravos. Nós não temos tempo para viver. A sociedade moderna não resolveu o problema do homem. Nessas ilhas, lá nos mares do sul, como na Polinésia, a vida é muito mais primitiva, mas a qualidade dela é muitas vezes melhor! Você está vendo que hoje não podemos nem andar na rua por causa de assaltos. Nós estamos, infelizmente, voltando para a selva. E lhe digo uma coisa com muita tristeza: se não fizerem o controle da natalida-de, o ser humano vai ser uma praga na face da Terra. Esse capim que nasce em qualquer lugar sem ninguém plantar, que todo mundo só quer arrancar. O ser humano vai ser isso.

Em quais conhecimentos está baseada a ciência da navegação?Está ligada à astronomia, à astrofísica. Criaram o GPS, que lhe dá o posicionamento o tempo todo. E também à oceanografia, que estuda correntes marinhas, profundidades, o clima, tudo! A gente junta também a mecânica, a hidrodinâmica do casco, a aerodinâmica do barco à vela, a mecânica dos motores dos navios. Isso tudo junto permite que se construam os barcos que naveguem bem e com seguran-ça e que a alcancemos os nossos sonhos através da técnica.

Um jovem precisa de quais conhecimentos para se tornar um navegador no futuro?Ele precisa fazer o curso de Arraes, depois de Mestre Amador e depois de Capitão Amador. Lá, ele vai aprender a ciência da navegação e a meteorologia. Desse modo, ele receberá uma carteira de habilitação, assim como um motorista recebe a sua carteira. No entanto, no mar é mais complicado, ele tem que saber um pouco mais. Primeiro, então, ele tem que aprender a nadar e amar o mar. Depois, seria bom ele ter óculos de mergulho para conhecer o mar por baixo, pois isso também ajuda a entender o mar por cima. Em seguida, ele entraria como tripulante de alguém que tenha

um barco e iria aprendendo com essas pessoas. Existem alguns cursos no Centro Náutico, de velas e outras coisas, mas ele pode inicialmente ir com um pescador e assim vai aprendendo os caminhos do mar. E aí ele vai trabalhando e se desenvolvendo.

Você pode deixar um recado aos jovens cientistas que participarão do evento?O sonho é tudo! O pessoal pergunta quanta força eu fiz para dar as quatro voltas ao mundo. Eu não fiz força nenhuma! Esse caminho nasceu naturalmente. Eu ouvi a voz do meu coração e não consegui fugir desse caminho. Quando a coisa nasce dentro de você, ela flui muito simplesmente. Um filósofo chinês chamado Confúcio disse 500 anos antes de Cristo: “Escolha bem a sua profissão que você não vai trabalhar um só dia na sua vida”, vai ser só lazer! Não fiz força nenhuma, só me distraí, foi só lazer tudo que eu fiz. Isso tem que estar no seu coração. Cada um tem que seguir aquilo que o seu coração manda, ninguém progride no que não gosta!

um barco e iria aprendendo com essas pessoas. Existem alguns cursos no Centro Náutico, de velas e outras coisas, mas ele pode inicialmente ir com um pescador e assim vai aprendendo os caminhos do mar. E aí ele vai trabalhando e se desenvolvendo.

Você pode deixar um recado aos jovens cientistas que participarão do evento?O sonho é tudo! O pessoal pergunta quanta força eu fiz para dar as quatro voltas ao mundo. Eu não fiz força nenhuma! Esse caminho nasceu naturalmente. Eu ouvi a voz do meu coração e não consegui fugir desse caminho. Quando a coisa nasce dentro de você, ela flui muito simplesmente. Um filósofo chinês chamado Confúcio disse 500 anos antes de Cristo: “Escolha bem a sua profissão que você não vai trabalhar um só dia na sua vida”, vai ser só lazer! Não fiz força nenhuma, só me distraí, foi só lazer tudo que eu fiz. Isso tem que estar no seu coração. Cada um tem que seguir aquilo que o seu coração manda, ninguém progride no que não gosta!

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CRÉDITO: MARIANA ALCÂNTARA

WEBDESIGN: Mariana Alcântara – Jornalista (DRT BA 2962) e Mariana Sebastião – Jornalista (DRT BA 4260). IDENTIDADE VISUAL: David Marques. PROJETO GRÁFICO/PAGINAÇÃO: Thais Mota e Daniel Pita.

Calebe Lopes, aluno do Colégio da Polícia Militar, Unidade Dendezeiros,participa do concurso de vídeo Jovens Repórteres Científicos

fui informado de que havia uma categoria que sempre me chamou a atenção nosmais diversos concursos ou festivais: o audiovisual. E como amante do cinemaque sou, decidi criar um curta-metragem digno de um Jovem Cientista e me inscre-ver. E cá estamos nós! Como nerd, adoro filmes, livros, quadrinhos e games. Amo filmes clássicos, como ‘Casablanca’, e todos os filmes de Alfred Hitchcock, entre eles ‘Psicose’ e ‘Um Corpo que Cai’. Adoro os livros de Agatha Christie, Sir Arthur Conan Doyle e, principalmente, Edgar

fui informado de que havia uma categoria que sempre me chamou a atenção nosmais diversos concursos ou festivais: o audiovisual. E como amante do cinemaque sou, decidi criar um curta-metragem digno de um Jovem Cientista e me inscre-ver. E cá estamos nós! Como nerd, adoro filmes, livros, quadrinhos e games. Amo filmes clássicos, como ‘Casablanca’, e todos os filmes de Alfred Hitchcock, entre eles ‘Psicose’ e ‘Um Corpo que Cai’. Adoro os livros de Agatha Christie, Sir Arthur Conan Doyle e, principalmente, Edgar

um ciclo vicioso entre pensamentos e ações que acaba sustentando e agravan-do a própria depressão. De uma maneira simplificada, uma pessoa que está deprimida pode acreditar, por exemplo, que é rejeitada pelos outros, então alguns acontecimentos tendem a confirmar essa crença, levando a pessoa a se retrair e passar a sentir mais os sintomas da depressão (por exemplo, vontade de chorar ou perda de interesse), o que gera mais pensamentos e atitudes negativas e agrava a situação. Romper com este ciclo é difícil e requer muito empenho por parte do psicólogo e, principalmente, da pessoa que passa pela depressão. No entanto, a melhora e a superação são possíveis e a parceria entre psicoterapeu-ta e cliente tem mostrado bons resultados.Artigo retirado do site do Instituto de Psicologia Comportamental

um ciclo vicioso entre pensamentos e ações que acaba sustentando e agravan-do a própria depressão. De uma maneira simplificada, uma pessoa que está deprimida pode acreditar, por exemplo, que é rejeitada pelos outros, então alguns acontecimentos tendem a confirmar essa crença, levando a pessoa a se retrair e passar a sentir mais os sintomas da depressão (por exemplo, vontade de chorar ou perda de interesse), o que gera mais pensamentos e atitudes negativas e agrava a situação. Romper com este ciclo é difícil e requer muito empenho por parte do psicólogo e, principalmente, da pessoa que passa pela depressão. No entanto, a melhora e a superação são possíveis e a parceria entre psicoterapeu-ta e cliente tem mostrado bons resultados.Artigo retirado do site do Instituto de Psicologia Comportamental

ATENÇÃO: TEMPO DAS APRESENTA-ÇÕES ORAIS DEVE SER REDOBRADA

A Comissão Científica do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia chama a atenção dos estudantes que irão participar do evento na modalidade “Comunicação Oral” para que atentem ao tempo de suas apresentações. Cada exposição deve durar, impreterivelmen-te, dez minutos. Os apresentadores dos trabalhos serão avisados com placas de sinalização de tempo aos cinco, três e um minuto para que finalizem a comunicação oral. Uma dica para controle do tempo é a seguinte: as apresentações em power point devem ter em média de dez a quinze slides. Um modelo de apresentação ideal para este tipo de evento está disponível para download no blog: Jovenscientistasdabahia.wordpress.com.br

ATENÇÃO: TEMPO DAS APRESENTA-ÇÕES ORAIS DEVE SER REDOBRADA

A Comissão Científica do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia chama a atenção dos estudantes que irão participar do evento na modalidade “Comunicação Oral” para que atentem ao tempo de suas apresentações. Cada exposição deve durar, impreterivelmen-te, dez minutos. Os apresentadores dos trabalhos serão avisados com placas de sinalização de tempo aos cinco, três e um minuto para que finalizem a comunicação oral. Uma dica para controle do tempo é a seguinte: as apresentações em power point devem ter em média de dez a quinze slides. Um modelo de apresentação ideal para este tipo de evento está disponível para download no blog: Jovenscientistasdabahia.wordpress.com.br

leia e ouça a entrevista na íntegra em:jovenscientistasdabahia.wordpress.com

Nós, aqui, somos muito escravos. Nós não temos tempo para viver. A sociedade moderna não resolveu o proble-ma do homem ALEIXO BELOVNAVEGADOR

Josefa Rosimere Lira da SilvaComissão Organizadora do 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia

Page 4: PERGAMINHO CIENTÍFICO Nº 3

Durante o ano de 2012, estudantes baianos marcaram presença em Feiras Afiliadas ao 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia (3º EJCB). A Feira dos Municípios e Mostra de Iniciação Científica (Femmic), promovida pelo Campus Catu do Instituto Federal Baiano (IF Baiano), e a Ciência Jovem, promovida pelo Espaço Ciência de Pernambuco, receberam os estudantes e os seus trabalhos, que nestes quatro dias de 3º EJCB, estão distribuídos pelas categorias do evento. Em setembro, ocorreu a Femmic, realizada no período entre os dias 24 a 26 deste mês. Em sua 12ª edição a feira reuniu não só estudantes de diversos municípios baianos, mas chegou a ter repercussão nacional, recebendo trabalhos de outros estados como Pernambuco e Santa Catarina. Sete participantes do Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica “Ciência, Arte & Magia” (Cam/Ufba), projeto promotor do 3º EJCB, apresentaram trabalhos em forma de pôster na Femmic. A participação na Femmic rendeu ao trabalho de Josenai Penha, participante do Cam/Ufba, o 7º lugar na categoria Ensino Médio, tendo como premiação a publicação de um artigo na revista

Durante o ano de 2012, estudantes baianos marcaram presença em Feiras Afiliadas ao 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia (3º EJCB). A Feira dos Municípios e Mostra de Iniciação Científica (Femmic), promovida pelo Campus Catu do Instituto Federal Baiano (IF Baiano), e a Ciência Jovem, promovida pelo Espaço Ciência de Pernambuco, receberam os estudantes e os seus trabalhos, que nestes quatro dias de 3º EJCB, estão distribuídos pelas categorias do evento. Em setembro, ocorreu a Femmic, realizada no período entre os dias 24 a 26 deste mês. Em sua 12ª edição a feira reuniu não só estudantes de diversos municípios baianos, mas chegou a ter repercussão nacional, recebendo trabalhos de outros estados como Pernambuco e Santa Catarina. Sete participantes do Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica “Ciência, Arte & Magia” (Cam/Ufba), projeto promotor do 3º EJCB, apresentaram trabalhos em forma de pôster na Femmic. A participação na Femmic rendeu ao trabalho de Josenai Penha, participante do Cam/Ufba, o 7º lugar na categoria Ensino Médio, tendo como premiação a publicação de um artigo na revista

ESTUDANTES BAIANOS MARCAM PRESENÇA EM FEIRAS AFILIADAS

EDIÇÃO ESPECIAL PARA O 3º ENCONTRO DE JOVENS CIENTISTAS DA BAHIA

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Em 2012, o Encontro de JovensCientistas da Bahia realiza a suaterceira edição, fruto de grandetrabalho e muito planejamento. Aprimeira edição, em 2006, ocorreu no mesmo local deste ano, a Faculdade de Medicina da Bahia, e a segunda edição, em 2009, foi realizada no Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, ambos em Salvador. Estes dois eventos abarcaram apenas trabalhos do Ciência, Arte & Magia, programa de educação científica da Universidade Federal da Bahia (Ufba) promotor destes e de outros encontros de populariza-ção da ciência produzidos por jovens baianos. O Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica Ciência, Arte & Magia foi idealiza-do pela bióloga Rejâne Lira, professora do Instituto de Biologia da Ufba. A pesquisadora contou com o apoio das educadoras Rosimere Lira e Rosely Lira para submeter o programa à Financiado-ra de Estudos e Projetos (Finep), que foi contemplado em 2005 com o fomento de quatro Centros Avançados de Ciências (Cac) em duas escolas públicas da capital baiana e duas do interior do Estado, localizados nas cidades de Feira de Santana e Seabra. Os Cac do projeto Ciência, Arte & Magia foram instituídos como experimentotecas para funcionar como laboratórios escolares intensivos de ciências dentro das escolas públicas contempladas. Dentro destes laboratórios, os jovens selecionados para participar do projeto desenvolvem dois tipos de pesquisa. A primeira, é o desenvolvimento de experimentos nas áreas de química, física, biologia ou matemática. Já a segunda, é uma pesquisa teórica denominada “Linha do Tempo”, na qual escrevem sobre a história das profissões que desejam seguir no futuro, ressaltando os principais

nomes que influenciaram no de- senvolvimento da área escolhida. O objetivo final é que o estudante desenvolva um plano de trabalho na área escolhida com base no conhecimento histórico adquirido. Desde a sua criação até hoje, o Ciência, Arte & Magia já atuou em sete escolas de Salvador e interior, desenvolvendo trabalhos com quase 700 estudantes. A equipe de orientadores do projeto, composta por físicos, químicos, biólogos, pedagogos e outros profissionais, dentre eles graduandos, mestrandos e doutorandos de diversas áreas: ciências exatas, humanas, sociais aplicadas e biomédi-cas, contam com o apoio de professores das escolas contem-pladas na orientação dos trabalhos dos estudantes. Todos aprendem a desenvol-ver uma pesquisa científica com as características principais: pesquisa bibliográfica sobre o tema, definição de objetivo e da metodologia da pesquisa, organização da execução do trabalho, procedimentos de

coleta dos dados e organiza-ção dos resultados, todo o processo sendo documentado num diário de bordo. “Preten-demos contribuir para carreiras científicas e mostrar para crianças e adolescentes que a ciência é dinâmica e está presente no dia a dia”, ressalta Rejâne Lira.VÍDEOS - As atividades nos Cac acontecem sempre no turno oposto às aulas. Além da produção dos trabalhos, outras atividades fazem parte da programação nesses centros de ciências. Alguns exemplos são as oficinas de produção de vídeos de ciências, promo-vidas todos os anos pelo projeto por meio de uma parceria com a Faculdade de Comunicação da Ufba, e a visita a museus e instituições de pesquisa da cidade. Os trabalhos dos estudantes são apresentados em ativida-des de popularização da ciência em várias épocas do ano, desde eventos científicos como as reuniões da Socieda-de Brasileira para o Progresso

REALIZAÇÃO PATROCÍNIO APOIO

PARCEIROSCEP- Nilton Sucupira

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Entrevista com Aleixo Belov

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da Ciência (SBPC Jovem) a eventos locais como feiras de ciências e ações educativas em escolas. Exemplos desses eventos são as três edições do Encontro de Jovens Cientistas da Bahia (2006, 2009 e 2012), o Laboratório do Mundo: o jovem e a ciência (2007), o Ciência Lúdica: brincando e aprendendo com jovens sobre ciências (2008) e o Ciência Jovem nas Esferas (2010), todos com livros publicados contendo artigos dos estudantes e DVD’s que reúnem os vídeos de ciência e jogos eletrônicos produzidos por eles em oficinas e projetos de pesquisa.

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Ciência Júnior, do IF Baiano. A pesquisa premiada, intitulada “Avaliação do jogo Curando a Febre do Planeta como ferramenta lúdica de ensino sobre aquecimento global”, será apresentada em forma de comunicação oral no 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia. No período entre os dias 24 a 26 de outubro, estudantes baianos também participaram da 18ª Ciência Jovem, realizada pelo Espaço Ciência, museu interativo de ciêncas do estado de Pernambuco. Dois participantes do Cam/Ufba levaram o experimento

Ciência Júnior, do IF Baiano. A pesquisa premiada, intitulada “Avaliação do jogo Curando a Febre do Planeta como ferramenta lúdica de ensino sobre aquecimento global”, será apresentada em forma de comunicação oral no 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia. No período entre os dias 24 a 26 de outubro, estudantes baianos também participaram da 18ª Ciência Jovem, realizada pelo Espaço Ciência, museu interativo de ciêncas do estado de Pernambuco. Dois participantes do Cam/Ufba levaram o experimento

“Prevenindo Desastres Naturais: enxurradas e erosão”, que foi apresentado durante os três dias do evento e também está na programação de trabalhos inscritos no 3º EJCB. Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer trabalhos de todos os estados brasileiros e entraram em contato com uma vasta programação científica e cultural. Exemplo disto foi a visita a todas as esferas do Espaço Ciência, que compreendem grandes estátuas, monumentos, planetário e área de apresentação de experimentos.

“Prevenindo Desastres Naturais: enxurradas e erosão”, que foi apresentado durante os três dias do evento e também está na programação de trabalhos inscritos no 3º EJCB. Os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer trabalhos de todos os estados brasileiros e entraram em contato com uma vasta programação científica e cultural. Exemplo disto foi a visita a todas as esferas do Espaço Ciência, que compreendem grandes estátuas, monumentos, planetário e área de apresentação de experimentos.

Coordenadores e estudantes do projeto Ciência, Arte & magia presentes no evento Ciência Jovem nas Esferas, realizado no Centro Cultural da Barroquinha, na Praça Castro Alves, em 2010

CONHEÇA O CIÊNCIA, ARTE & MAGIA, REALIZADOR DOS ENCONTROS DE JOVENS CIENTISTAS DA BAHIA

Quer saber ainda mais sobre o Ciência,

Arte & Magia? Acesse o site:

cienciaartemagia.ufba.br

Afiliadas ao 3º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia, a Femmic (esq.), promovida pelo IF Baiano de Catu, e a Ciência Jovem (dir.), promovida pelo Espaço Ciência de Pernambuco,

receberam trabalhos de pesquisa dos estudantes integrantes do Projeto Ciência, Arte & Magia