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O Mercado de Bens Simbólicos Pierre Bourdieu UFPE dDesign Mestrado em Design Arte contra a Arte Rodrigo [email protected] Camilla [email protected] Sebba [email protected]

Pierre Bourdieu: Mercado de Bens Simbólicos

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Slides do seminário sobre o artigo de Pierre Bourdieu entitulado "Mercado de Bens Simbólicos", na disciplina de Arte contra a Arte do Prof. Gentil Porto no Mestrado em Design da Universidade Federal de Pernambuco.

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O Mercado deBens Simbólicos

Pierre Bourdieu

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Pierre Bourdieu

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1970, Centro de Sociologia Européia.

Formação do Campo Erudito;Formação do Campo da Industria Cultural;Relações entre estes Campos;Arte e Sociedade;

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O Texto

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O Mercado deBens Simbólicos

Pierre Bourdieu

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Sociólogo, 1930 - 2002.Inicio: Educação, cultura, literatura e a arte.Fim: Meios de comunicação e política.

Poder Simbólico; Campo; Habitus;

Obra maior: La Distinction (1979), Sociologia da Cultura, Arte, Condições Sociais.

Desejo de liberdade, mestre da descon�ança, ironia implacável, denuncia as negações e decepções com que seus ideais se confrontam.

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Pierre Bourdieu

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A vida muda de acordo com a transformação da função do sistema de produção de bens simbólicos e da estrutura destes bens.

A autonomização progressiva do sistema de relações de produção, circulação e consumo de bens simbólicos.

O campo se constitui (com seu corpo de agentes correspondente) de�nindo-se em oposição ao campo econômico, político e religioso.

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Processo de Autonomização

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A arte na idade média era legitimada pela aristocracia e a igreja. Libertou-se progressivamente (Florença, XV), tanto econômica, quanto socialmente:

Tradição e Predecessores (aconteceu no direito e na religião).

Público de consumidores virtuais cada vez mais extenso. Legitimação paralela.

Corpo crescente de produtores e empresários de�nindo normas da pro�ssão.

A multiplicação das instâncias que legitimam a arte: salões, academias, etc.

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Processo de Autonomização

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Revolução Industrial: aceleração do movimento de autonomia.A industria cultural nasce da relação da imprensa com a literatura.

Diferenciação a partir da diversi�cação dos públicos.Mercadorias (valor mercantil) x Signi�cações (valor cultural).

Produção em série de obras semi-industriais como o folhetim;

Extensão do público devido ao ensino elementar (mulheres), acesso aos romances;

O jornalismo (intelectuais marginais encontram espaço).

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Processo de Autonomização

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A Industria Cultural (categoria de produtos voltados para o mercado) propicia condições favoráveis a uma teoria pura da arte enquanto tal.

Apreciação desinteressada e irredutível a mera posse material.

Características do romantismo: A representação da cultura como realidade superior e irredutível a necessidade vulgar da economia, criação livre, espontaneidade, o gênio.

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Processo de Autonomização

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De�nição: Sistema de relações entre instâncias, pela função que cumprem na divisão do trabalho de produção, reprodução e difusão de bens simbólicos.

Campo Erudito: produz ele mesmo suas normas de produção e critérios de avaliação.

Industria Cultural: obedece a lei da concorrência para conquista de maior mercado. É bom porque vende?

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Estrutura do Campo Erudito

O campo de produção erudita produz para produtores de bens culturais (a industria).

A industria cultural produz para não-produtores de bens culturais (o grande público).

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O Campo Erudito rompe com o público de não-produtores.

A crítica (recrutada no corpo de produtores) atribui a si próprio a tarefa de fornecer uma interpretação “criativa” da arte erudita. Sociedades de admiração mútua a serviço do artista.

Há qualidades que nos chegam unicamente pelo juízo dos outros.

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Estrutura do Campo Erudito

Sartre

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Manifestar ruptura com as demandas externas;A forma sobre a função;O modo de representar sobre o objeto da representação;A maneira de dizer sobre a coisa dita;Sacri�car o assunto;Forçar a linguagem para forçar a atenção a linguagem;A�rmar o caráter insubstituível do produto e do produtor.

Todos os temas tornam-se bons pelo mérito do autor.

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Estrutura do Campo Erudito

Delacroix

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Obras do campo erudito são:

Puras - Princípios de produção e estética;Abstratas - Exigem enfoques especí�cos;Esotéricas - Estrutura complexa que exige referências.

Função de distinção social; Exigem o código necessário; Disposições para adquirir tal código.

Museus - Conservar o passado;Sistema de Ensino - Reprodução, Legitimação “póstuma”.

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Reprodução e Consagração

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Níveis de Consagração:

Produtores para produtores;Produtores e instâncias especí�cas: academias, museus, revistas;Posição hierárquica: dominante ou dominada.

Relação de oposição e complementaridade entre os campos; Os sistemas e consagração impõem à sociedade os valores;

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Reprodução e Consagração

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A relação entre o campo erudito e a industria cultural está nas respectivas instâncias de consagração.

Industria Cultural - Obedece a concorrência pela conquista do mercado. A estrutura do seu produto decorre de condições econômicas e sociais de sua produção. Efeitos estéticos, exclusão de temas controversos, busca pela rentabilidade e extensão de público. Transações e compromissos entre as diferentes categorias de agentes.

Arte Erudita - Exprimir os vaores e a visão do mundo de uma categoria particular de clientes.

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Relações entre os Campos

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Os dois campos coexistem no mesmo sistema.

A Arte pela Arte e a Arte Média - ambas produzidas por artistas e intelectuais pro�ssionalizados - valorizam a técnica, na Arte pela a Arte no sentido da busca pelo efeito produzido sobre o público e na Arte Média no sentido ao culto da forma pela forma.

A cultura média é de�nida pelo fato de estar condenada a de�nir-se em relação a cultura legítima. A arte média só renova suas técnicas tomando empréstimo a cultura erudita de uma ou duas gerações passadas. A Arte Média não tem autonomia pelo fato do seu encanto resultar das referências a cultura erudita.

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Relações entre os Campos

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Devoção a Arte Erudita;Não devoção a Arte Média;

Arte Erudita: Um campo de produção que fornece a si mesmo seu próprio mercado e depende de um sistema de ensino que legitima novas obras.

Arte Média: Um campo que se organiza em relação a uma demanda exterior, culturalmente inferior.

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Relações entre os Campos

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As relações dependem da posição:

Que ocupam no sistema de produção;Que ocupam na hierarquia da consagração;

Na industria cultural são emitidos muitos juízos divergentes, pois não tem garantia institucional.

Na Industria Cultural se quer conquistar legitimidade cultural manifestando-se contra as instituições e sistema de ensino, mas sem força su�ciente.

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Posições e Tomada de Posição

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Alguns Eruditos tem o fascínio pelo “sucesso”;Mas podem ser encarados como trá�co de in�uência;

A lógica do funcionamento do Campo Erudito, mais que proibições, protege a integridade do campo.

Aqueles mais conformados com as normas é que se aventuram, pois não sofrem in�uência.

Até matemáticos, físicos, acostumados com experimentos, compõem alguma obra �losó�ca como fecho de uma carreira especializada, para atingir um mercado mais amplo.

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Posições e Tomada de Posição

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Se a legitimidade cultural é a “norma fundamental” da produção Erudita, seria estranho esperar nela uma “teoria pura”. Pois esta construção formal é o produto da abstração das relações que unem o campo Erudito. O fundamento da legitimidade cultural reside onde reinam outros poderes.

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Pensamento Final

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O Mercado deBens Simbólicos

Vamos ao debate. :-)Pierre Bourdieu

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