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PLANEJAMENTO E POLÍTICA EDUCACIONAL PROF. JOSÉ ARNALDO DA SILVA

Planejamento e política educacional

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Page 1: Planejamento e política educacional

PLANEJAMENTO E POLÍTICA

EDUCACIONAL

P R O F . J O S É A R N A L D O D A S I L V A

Page 2: Planejamento e política educacional

POLÍTICA, PLANEJAMENTO E LEGISLAÇÃO

EDUCACIONAL: QUE RELAÇÃO É ESSA?

Política

Planejament

o

legislaçã

o

Page 3: Planejamento e política educacional

Política, Planejamento e Legislação e educacional:

Que Relação é Essa?

Política

Pública

Política

social

Política

educacion

alPolíticas Públicas – como o próprio nome diz, são aquelas políticas mais

amplas definidas pelo Estado e que devem ser estendidas a todos os

cidadãos, independentemente de cor, raça, sexo, idade, classe social ou

qualquer outro critério.

Política Social – pode ser entendida como a ação do governo numa

determinada área de atendimento à população. Políticas sociais

correspondem a uma fração das políticas públicas.

Para que esta política se efetive é preciso que o poder público elabore,

implemente e avalie planos visando ao atendimento das necessidades do

povo, focalizando certas áreas, como a educacional.

Políticas educacionais – correspondem a diretrizes, também

governamentais, que têm como objetivos melhor orientar as ações na área

de educação.

Page 4: Planejamento e política educacional

Módulo educadores e educandos:

Tempos históricos

A organização e mobilização dos grupos ajudam a estabelecer os padrões da política

social e da própria educação;

A definição das políticas sociais sofre influência de movimentos sociais diversos;

Obs.: Filme: Central do BrasilNo caso da educação, quando os planejamentos decorrentes das políticas sociais são

desenvolvidos, temos a política educacional, que em geral, reflete os anseios, os

interesses e as contradições presentes em uma determinada sociedade.

Page 5: Planejamento e política educacional

Planejamento Educacional

O ato de planejar faz parte da história do ser humano.

O planejamento pode ser entendido como processo no qual são envolvidas uma ou

mais pessoas com o propósito de pensar sobre os melhores meios de se realizar uma

determinada tarefa.

Como processo, o planejamento leva os indivíduos que dele participam a

discutirem suas próprias concepções acerca do que é planejar, estabelecer suas

metas, debater e escolher as melhores formas de alcançá-las. Fazendo isso, os

indivíduos participam da elaboração de determinado planejamento (Paro, 1997).

Page 6: Planejamento e política educacional

Níveis de planejamento educacional

Tipos Características

Planejamento

Educacional

É o planejamento de maior abrangência, correspondendo ao planejamento

que é feito em nível nacional, estadual e municipal. (Vasconcellos, 1997, p.

13)

Planejamento

Curricular

É o processo de tomada de decisões sobre a dinâmica da ação escolar. É a

previsão sistemática e ordenada de toda a vida escolar do aluno. (

Vasconcellos, 1997, p. 56)

Planejamento

Escolar

É o planejamento global da escola, envolvendo o processo de reflexão e

decisões sobre a sua organização, o funcionamento e a proposta

pedagógica. (Libâneo, 1992,p.221)

Planejamento

de Ensino

Processo de decisão sobre a atuação concreta do professor, em constante

interação com seus alunos. (Padilha, 2001, p. 33)

Plano É o planejamento colocado no papel. Consta: o que se pensa fazer, como,

quando, com que e com quem fazer.

Projeto Produto do planejamento , trata-se do registro das decisões mais concretas

de propostas que se deseja realizar.

Programa Conjunto de um ou mais projetos de órgãos ou áreas, com período de

tempo definido.

Page 7: Planejamento e política educacional

Observações

Na formulação do planejamento educacional, devem ser observados vários

elementos tais como: as políticas educacionais e seus resultados em um

determinado período de tempo; o contexto social mundial, nacional, regional e local;

indicadores de matrícula, evasão, aprovação/repetência; recursos materiais e

humanos dos sistemas escolares. A compreensão das relações existentes entre a

formulação de políticas públicas para a educação e o planejamento educacional é de

fundamental importância para todos aqueles que atuam na escola.

Page 8: Planejamento e política educacional

Legislação Educacional

Conjunto de normas educacionais, legais e infralegais, leis e regulamentos, com

instrução jurídica, relativas ao setor educacional.

O reconhecimento da educação como um direito não foi algo meramente concedido

ao povo, mas, sobretudo, é produto de lutas, debate e mobilização na sociedade

brasileira. Os resultados dessas lutas, ainda que algumas vezes parciais, vêm sendo

assegurado pela legislação educacional brasileira, em seus mais variados níveis de

definição e aplicação.

Page 9: Planejamento e política educacional

POLÍTICA EDUCACIONAL

Breve história da educação nacional

Page 10: Planejamento e política educacional

A CONSTRUÇÃO DOS SISTEMAS NACIONAL DE

EDUCAÇÃO

Os sistemas de ensino expressam um conjunto de mudanças sociais, políticas eeconômicas ocorridas na modernidade:

Da sociedade feudal à sociedade capitalista. Na modernidade a educação passado ensino individual ministrado no espaço doméstico para o ensino coletivoministrado em espaços públicos;

As mudanças sociais e culturais trouxeram consigo a necessidade de difundir ainstrução a todos os membros da sociedade, o que foi traduzido na bandeira daescola pública, gratuita, universal, laica e obrigatória;

Coube ao Estado o dever de organizar, manter e mesmo de impor a educação atoda a população.

A partir século XIX temos a consolidação dos Estados nacionais o que se fezacompanhar da implantação dos sistemas nacionais de ensino nos diferentespaíses.

Os países que implantaram seus sistemas nacionais de ensino equacionaram oproblema do analfabetismo na passagem do século XIX para o XX – Europa,américa do Norte e países da américa latina como Argentina, Chile e Uruguai;

O Brasil, contudo, foi retardando essa iniciativa e, com isso, foi acumulando umdéficit no campo educacional. O Brasil já ingressou no século XXI e continuaprotelando a dupla meta sempre proclamada de universalizar o ensinofundamental e eliminar o analfabetismo.

Page 11: Planejamento e política educacional

PROCESSO DE CONSTITUIÇÃO DO SISTEMA

EDUCACIONAL BRASILEIRO

Período Jesuítico (1549 – 1759)

A Companhia de Jesus: Missão, difundir a fé católica;

Objetivos: Conversão dos indígenas, por meio da catequese e instrução;

As escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio de

Loiola, o Ratio Studiorum;

A obra educacional desenvolvida pelos jesuítas era mantida pela coroa;

Estrutura

Adminsitração: Reitor e Prefeito dos estudos;

Currículo: As classes correspondentes a cada uma das disciplinas ministradas;

Método: Ensino mnemônico (memorização do conhecimento).

Page 12: Planejamento e política educacional

Estrutura do Sistema Educacional

Jesuítico no Brasil Colonial

OFÍCIOS

(ARTES

MECÂNICAS)

ESCOLA DE BÊ-A-BÁ

(LER, ESCREVER E

CONTAR

EM PORTUGÊS)

DOUTRINA CRISTÃ

(CATECISMO BILÍNGUE E

PORTUGUÊS-TUPI)

ESCOLA SECUNDÁRIA

DE

HUMANIDADES

(GRAMÁTICA

LATINA+RETÓRIA+FILOS

OFIA+

TEOLOGIA)

CÂNTICO ORFÊNICO+

MÚSICA

INSTRUMENTAL+

TEATRO

CONTINUAÇÃO DOS

ESTUDOS

NA EUROPA

(DIREITO E MEDICINA)

Fonte: Bittar & Ferreira Jr. (2007).

Page 13: Planejamento e política educacional

Período Pombalino (1760 – 1808)

Reforma Pombalina:

Expulsão do jesuítas – 1759

Motivos:

Enriquecimento dos Jesuítas no Brasil;

Formação do chamado Império Temporal Cristão;

Educação Cristã para a Companhia e não para os interesses do país;

Objetivo: criar uma escola útil aos fins do Estado;

Novidade: educação laica;

Retrocesso: o sistema jesuítico foi demolido e nada que pudesse chegar

próximo dele foi criado para dar continuidade ao trabalho educativo;

Para o Brasil, a expulsão dos jesuítas significou: a destruição do único

sistema de ensino existente no país. Para Fernando de Azevedo, foi “a

primeira grande e desastrosa reforma de ensino no Brasil”.

Page 14: Planejamento e política educacional

Da organização do ensino

Aulas régias: autônomas e isoladas, com professor único e uma não se

articulava com as outras;

Resulta da reforma: as aulas régias pouco alterou a realidade educacional

no Brasil, tampouco se constituiu numa oferta de educação popular, ficando

restrita às elites locais;

Financiamento da Educação Em 1772, é instituído o “subsídio literário”;

A dificuldade de cobrança desse tributo na colônia não permitiu a adequada

manutenção do ensino;

Alguns avanços: a educação passou a ser laica, bem como uma questão

de Estado..

Page 15: Planejamento e política educacional

Estrutura do Sistema Educacional Gerado pelas

Reformas Pombalinas

REAL MESA

CENSORIA

(EXAMES)

PROFESSOR

(NOMEADO PELO DIRETOR DE

ESTUDOS)

DIRETOR DE

ESTUDOS

(NOMEADO PELO

REI)

AULA RÉGIA

DE LER E

ESCREVER

AULA RÉGIA

DE

GRAMÁTICA

PORTUGUESA

AULA RÉGIA

DE

GRAMÁTICA

LATINA

AULA RÉGIA

DE

GRAMÁTICA

GREGA

AULA RÉGIA

DE RETÓRICA

AULA RÉGIA

DE FILOSOFIA

Page 16: Planejamento e política educacional

Síntese da Educação no Brasil Colonial

1549 1599 1759 1808

Chegada dos

primeiros padres

da Companhia de

Jesus

Expulsão da

Companhia de Jesus

dos domínios

ultramarinos

portugueses

Chegada

da família

real

portugues

a

ao Brasil

Promulgação

do Ratio

Studiorum

Pedagogia brasileira

Casas de bê-a-bá

Catequese

Teatro

Bilinguismos

Língua Geral

(nheengatu)

Português

Primeiros Colégios

Jesuíticos (São Vicente +

Rio de Janeiro + Bahia)

Predomínio dos Colégios

Jesuíticos regidos pelos

preceitos pedagógicos

contidos no

Ratio Studiorum

Declínio da

catequese indiana

Aulas régias

(grega + latina +

retórica + filosófica)

Escolas

para poucos

Fonte: FERREIRA Jr., Amarilio; BITTAR, Marisa, 2004.

Page 17: Planejamento e política educacional

Período Joanino (1808 --1821)

A partir de 1808, com a vinda da coroa para o Brasil – a colônia virou

metrópole – houve a valorização do ensino técnico;

D. João VI abriu Academias Militares, Escolas de Direito e Medicina;

Preocupação: formar os dirigentes do país;

Foco no ensino superior;

Escolas de primeiras letras esquecida.

Page 18: Planejamento e política educacional

Período Imperial (1822 – 1888)

Processo de Independência do Brasil;

Dívida externa: Inglaterra;

Em 1824 é outorgada a primeira Constituição brasileira.

Sobre a educação, o Art. 179 da Constituição afirmava que a "instrução

primária é gratuita para todos os cidadãos;

Prática pedagógica: para suprir a falta de professores institui-se o Método

Lancaster, (ensino mútuo), em que um aluno treinado (decurião) ensina um

grupo de dez alunos decúria) sob a rígida vigilância de um inspetor.

Page 19: Planejamento e política educacional

Lei de Primeiras Letras 1827

O Império aprovou em 1827, a lei das escolas de primeiras letras, cujo

artigo primeiro estabelecia: “em todas as cidades, vilas e lugares mais

populosos haverá escolas de primeiras letras”;

Mas essa lei permaneceu letra morta;

Um Ato Adicional à Constituição promulgado em 1834, colocou o ensino

primário sob a responsabilidade das Províncias, desobrigando o Estado

Nacional de cuidar desse nível de ensino;

Em 1835 surgiu a primeira Escola Normal do país, em Niterói.

Page 20: Planejamento e política educacional

Período da Primeira República (1889 – 1929)

A Constituição de 1891, pouco tratou da educação, pois cabia aos estados legislarsobre a educação primária e secundária;

Até a década de 1930, os assuntos ligados à educação eram tratados peloDepartamento Nacional do Ensino ligado ao Ministério da Justiça. Somente em1931 foi criado o Ministério da Educação.

Período da Segunda República (1930 – 1936) A Revolução de 30 foi o marco referencial para a entrada do Brasil no mundo

capitalista de produção.

Mudanças sociais;

A nova realidade brasileira passou a exigir uma mão-de-obra especializada e paratal era preciso investir na educação;

É a partir da década de 1930 que a educação passa a ser tratada como questãonacional.

Em 1932 um grupo de educadores lança à nação o Manifesto dos Pioneiros daEducação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e assinado por outrosconceituados educadores da época.

Page 21: Planejamento e política educacional

O Manifesto dos Pioneiros (1932)

Fernando de Azevedo (ABE)

Definia a educação como “uma função essencialmente pública”,

propugnava pela escolaridade de todas as crianças de 7 a 15 anos, no

âmbito de uma escola única e com formação idêntica para todos, laica

e gratuita.

OBS.: a educação pública e obrigatória para todos continua sendo um

problema social não resolvido pela sociedade brasileira contemporânea,

particularmente do ponto de vista da qualidade do ensino que oferece.

Page 22: Planejamento e política educacional

A Educação na Constituição De 1934

A nova Constituição dispõe, pela primeira vez, de uma capítulo especial sobre a

Educação, estabelecendo que: “a educação é direito de todos, devendo ser

ministrada pela família e pelos Poderes Públicos”.

A Constituição de 1934 determinou que a União e os municípios deveriam aplicar

nunca menos de 10% e os estados 20% da arrecadação de impostos na

manutenção e desenvolvimento dos sistemas educacionais (art. 156);

Tentativa de criar um sistema nacional de

educaçãoA Constituição de 1934 dedicou um capítulo inteiro ao tema, trazendo à União a

responsabilidade de "traçar as diretrizes da educação nacional" (art. 5º) e "fixar o plano

nacional de educação, compreensivo do ensino em todos os graus e ramos, comuns e

especializados e coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o território do País. "

(art. 150º);

Page 23: Planejamento e política educacional

Período do Estado Novo (1937 – 1945)

Com o Estado Novo é outorgada uma nova Constituição (1937);

Essa Constituição, desobriga o Estado, em nível federal, estadual e municipal,

da manutenção e expansão do ensino público;

A Constituição enfatiza o ensino pré- vocacional e profissional – servir ao

mercado;

“As conquistas do movimento renovador, influenciando a Constituição de 1934,

foram enfraquecidas nessa nova Constituição de 1937. Marca uma distinção

entre o trabalho intelectual, para as classes mais favorecidas, e o trabalho

manual, enfatizando o ensino profissional para as classes mais

desfavorecidas”(Romanelli) .

Reforma Capanema

Subdividiu o ensino médio de segundo ciclo somente em científico e clássico,

pois o ensino médio, que anteriormente era de três cursos (complementares

para Medicina, Direito e Engenharia), passou a ser de dois com apenas três

séries cada um. Além disso, segundo Otaíza Romanelli (1986), a Reforma

Capanema não rompeu com “a velha tradição do ensino secundário acadêmico,

propedêutico e aristocrático” (ROMANELLI, 1986, p. 157).OBS.: A novidade das “Leis Orgânicas do Ensino” foi ter consagrado a

dualidade entre educação propedêutica e instrução para o mundo do

trabalho, isto é, a divisão da educação segundo a extração social dos alunos.

Page 24: Planejamento e política educacional

Leis Orgânicas do Ensino Profissional (Normal, Industrial e Comercial)

2º CICLO DO CURSO

NORMAL (TRÊS

SÉRIES)

– FORMAÇÃO DE

PROFESSORES DA

ESCOLA PRIMÁRIA

2º CICLO DO

CURSO COMERCIAL

(TRÊS SÉRIES)

– TÉCNICO EM:

COMÉRCIO,

PROPAGANDA,

ADMINISTRAÇÃO,CONTABILIDADE,

ESTATÍSTICA OU

SECRETARIADO

2º CICLO DO

CURSO INDUSTRIAL

(UMA SÉRIE) -

FORMAÇÃO

DE PROFESSORES

1º CICLO DO CURSO

NORMAL (QUATRO

SÉRIES)

– FORMAÇÃO DE

REGENTES DE ENSINO

DA ESCOLA PRIMÁRIA1º CICLO DO

CURSO COMERCIAL

(QUATRO SÉRIES)

– BÁSICO

1º CICLO DO

CURSO INDUSTRIAL

(DUAS SÉRIES)

– MESTRIA

2º CICLO DO

CURSO INDUSTRIAL

(TRÊS OU QUATRO

SÉRIES)

– TÉCNICO

ENSINO PRIMÁRIO ELEMENTAR DE QUATRO SÉRIES (ANOS)

E ENSINO PRIMÁRIO SUPLETIVO DE DUAS SÉRIES

1º CICLO DO

CURSO INDUSTRIAL

(QUATRO SÉRIES)

– BÁSICO

Page 25: Planejamento e política educacional

Problemas na prática

O processo acelerado de modernização autoritária do capitalismo brasileiro

em curso necessitava da formação de mão de obra especializada em grande

quantidade e de forma rápida ( os cursos eram de longa duração);

A dualidade do sistema educacional imposta pelas “Leis Orgânicas do

Ensino”, coerente com a lógica condicionada pela origem social dos alunos,

vetava o acesso ao ensino superior àqueles que eram egressos dos cursos

profissionais;

A interdição que impedia a passagem do ensino profissional para o

propedêutico e permitia o acesso aos cursos universitários apenas pelos

filhos das elites somente foi revogada no início da década de 1950.

OBS.: para atender a demanda por mão de obra com qualificação profissional

exigida pela sociedade urbano-industrial que se modernizava de forma acelerada,

o governo possibilitou a criação de um sistema de ensino técnico paralelo, mantido

pelos sindicatos patronais, que formasse os trabalhadores de acordo com a

necessidades imediatas dos vários ramos econômicos da indústria e do comércio.

Page 26: Planejamento e política educacional

Criação do SENAI e SENAC

Em 1942, foi publicado o Decreto-lei no 4.048 que

criava o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial

(SENAI). Quatro anos depois, criava-se, por meio do

Decreto-lei no 8.621, o Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial (SENAC). O “Sistema S”

logo se transformaria na maior rede de escolas

profissionais do Brasil, pois a lógica do processo de

modernização acelerada e autoritária do capitalismo

brasileiro determinava.

OBS.: Romanelli (1986, p. 169), “as escolas de aprendizagem

(profissional) acabaram por transformar-se, ao lado das escolas

primárias, em escolas das camadas populares”.

Page 27: Planejamento e política educacional

Síntese dos Acontecimentos Educacionais Republicanos

(1889-1945)

1889 1930 1945

Proclamaç

ão da

República

Marco principal da

Revolução

Burguesa

Fim do

Estado

Novo

As instituições

emblemáticas do

período Grupos

Escolares e

As Escolas

Normais

As reformas

educacionais

estaduais

(SP, DF, CE,

RN,

PE, PA, MG,

BA)A criação da Associação

Brasileira de Educação

(ABE) e as Conferências

Nacionais de

Educação (década de

1920)

As reformas

Gustavo

Capanema

(1942-1946)

A publicação do

Manifesto dos

Pioneiros da

Educação Nova (1932)

A reforma

Francisco

Campos (1931)

+ A criação do

Ministério da

Educação

+ A instituição do

ensino religioso

facultativo

Nas escolas

públicas

Page 28: Planejamento e política educacional

Período da Nova República (1946 – 1963)

Volta a figurar a vinculação orçamentária;

Na Carta de 1946, voltou a figurar a vinculação orcamentária que fixou em

20% a obrigação mínima dos estados e municípios e 10% da União.

Volta a figurar na Constituição que “a educação é direito de todos”;

Em 1946, tivemos uma segunda lei nacional de ensino primário;

A nova Constituição determina a obrigatoriedade de se cumprir o ensino

primário e dá competência à União para legislar sobre as diretrizes e bases

da educação nacional.

Em 1948 foi encaminhado à Câmara Federal o anteprojeto da LDB –

aprovado em 1961.

Com a 1º LDB tivemos a chance de organizar o sistema nacional de

educação - mas essa oportunidade foi perdida, pois a LDB fixou como

sistema apenas os estaduais.

Essa lei garantiu a educação como um direito de todos, porém o Estado

não era obrigado a ofertar a educação básica.

Page 29: Planejamento e política educacional

Características da Primeira LDB da História da

Educação Brasileira ( Dez/1961)

Institucionalização do Conselho Federal de Educação;

O fim da discriminação entre a educação propedêutica e a profissional;

Elaboração periódica do Plano Nacional de Educação, a Lei no 4.024 manteve

intacta a estrutura dos diferentes graus e ramos da educação nacional instituídos

pelas “Leis Orgânicas do Ensino” iniciadas no ministério de Gustavo Capanema

(Brasil, 1960).

OBS.: A Lei no 4.024 não rompeu o binômio do elitismo e da exclusão que se

manifestava na educação brasileira desde o período colonial.

Leitura:

Em 1961, “A inadequacidade de nossa escola primária consiste na sua verbosidade, no

exagero da memorização, na sonoridade da palavra, com que, fugindo à realidade em

que se situa, se superpõe a ela. [...] é uma escola que não infunde esperança. Além da

reprovação em massa [...] a milhares de meninos cedo antecipados em homens [...] se

dão leituras em que se fala de viagens à “fazenda do tio Mário, onde vamos passar as

férias”, viajando de trem e de barco e em cujo percurso “mamãe e papai conversam,

Ângela e Cármen leem revistas infantis. E eu estou na janela gozando a viagem”

(FREIRE,1961, p. 21-24). Assim, Freire ( 1961) enfatiza a não expansão quantitativa da

escola pública obrigatória para todas as crianças em idade escolar e a qualidade dos

conhecimentos escolares.

Page 30: Planejamento e política educacional

Período do Regime Militar (1964 – 1985)

O regime retirou a vinculação orçamentária;

Com o Golpe Militar, o ensino em todas as áreas da educação brasileira

passaram a ser rigidamente vigiadas pelos comandantes das Forças

Armadas;

Professores foram presos e demitidos; - Universidades foram invadidas;

Estudantes foram presos e feridos, nos confronto com a polícia, e alguns

foram mortos; - A União Nacional dos Estudantes proibida de funcionar;

Em 1971 tivemos uma 2ª Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional;

Reformas na educação básica:

1º Grau com duração de 8 anos – antigo Primário e Ginasial.

2 º Grau com duração de três anos – antigo Colegial – Inseriu o ensino

profissionalizante obrigatório – em 1974 essa modalidade foi revogada.

Formação educacional de cunho profissionalizante;

Fim da disciplina de História, Geografia, Filosofia e Sociologia;

Criação dos Estudos Sociais, Educação Moral e Cívica e OSPB –

Organização Social e Política do Brasil;

Fechamento das faculdades de História.

Page 31: Planejamento e política educacional

Exigência do Momento

Criação do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL)

em 1967 (para se contrapor ao movimento de alfabetização

organizado por Paulo Freire);

política de formação e remuneração dos professores;

política de arrocho salarial (proletarizou econômica e

culturalmente a classe).

Page 32: Planejamento e política educacional

Estrutura Do Sistema EducacionalCriado Pela Ditadura Militar

DOUTORADO

CURSO DE GRDUAÇÃO

(BACHARELADO E

LICENCIATURAS

COM 3, 4 E 5 ANOS)

ENSINO DE 2º GRAU

COM TRÊS ANOS

ENSINO DE 1º GRAU

COM OITO SÉRIES (ANOS)

OBRIGATÓRIAS

PÓS-GRADUAÇÃO

EDUCAÇÃO SUPERIOR

EDUCAÇÃO

DE

1º E 2º

GRAUS

MESTRADO

Page 33: Planejamento e política educacional

Período da Abertura Política (1988 – 2003)

Profissionais de outras áreas, distantes dos conhecimentos pedagógicos,

passaram a assumir postos na área da educação;

Determina que é competência da União fixar as diretrizes e bases da educação

nacional;

Exige a aprovação de um novo plano nacional da educação;

Luta era por um sistema nacional de educação sob responsabilidade da União.

No 1º projeto tinha um capítulo chamado: do sistema nacional de educação,

porém foi alterado para: da organização da educação nacional.

Projeto de lei para uma nova LDB foi encaminhado a Câmara Federal

Page 34: Planejamento e política educacional

Estrutura do Sistema Educacional Gerado pela

Constituição de 1988 e Pela Lei de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional 9394/96

Page 35: Planejamento e política educacional

O art. 211 da Constituição Federal de 1988 explicita

quatro tipos de sistemas de ensino no Brasil, são: Federal (União)

Estaduais ( Estados)

Distrital (Distrito Federal)

Municipais (municípios)

Page 36: Planejamento e política educacional

Quanto às Competências

À União

Compete autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, oscursos

das instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

Estados e Distrito FederalOrganizar, manter e desenvolver os órgãos de ensino, bem como autorizar, reconhecer, credenciar,supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação básica e superiore os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

Compete aos MunicípiosOrganizar, manter e desenvolver os órgãos de ensino , bem como baixar normas complementaresa autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino.

Cada Sistema de Ensino tem seus órgãos Administrativos, Pedagógicos,Consultivos e Deliberativos

Sistema Federal MEC e o Conselho Nacional de Educação (CNE);

Sistema Estadual SEED e o Conselho Estadual de Educação (CEE);

Sistema Municipal SME e o Conselho Municipal de Educação (CME).

Obs.: O Sistema Federal de ensino compreende: a) as instituições de ensino mantidas pela União; b) as instituições de

educação superior criadas e mantidas pela iniciativa privada; c) os órgãos federais de educação.

Page 37: Planejamento e política educacional

Níveis e Modalidades de Educação e Ensino

Níveis:

Educação Superior

Educação Básica

– Educação Infantil

– Ensino Fundamental

– Ensino Médio

Modalidades

– EJA

– Educação Especial

– Educação Profissional

Page 38: Planejamento e política educacional

Educação Básica

Objetivos:

Desenvolver o educando e assegurar-lhe a formação comumindispensável para o exercício da cidadania; e

Fornecer ao educando meios para progredir no trabalho e em estudosposteriores

Organização da Educação Básica

Em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, grupos não-seriados,etc...

Calendário Escolar : adequado às peculiaridades locais, inclusiveclimáticas e econômicas;

Mínimo de 800 horas de atividades escolares efetivas, distribuídas em200 dias letivos;

Page 39: Planejamento e política educacional

Critérios de Avaliação do Rendimento Escolar

o desempenho do aluno será medido por um processo de avaliação contínua ecumulativa, prevalecendo os aspectos qualitativos sobre os quantitativos.Valerão mais os resultados obtidos ao longo do período, série, etc... Sobre osde eventuais provas finais;

Os alunos com atraso escolar terão possibilidades de aceleração de estudos;

Os alunos podem avançar nos cursos ou nas séries desde que seja feita aavaliação do aprendizado;

Baixo rendimento escolar – estudos de recuperação, de preferência paralelosao período letivo;

Frequência Mínima para aprovação: 75% das horas ou dias letivos;

Page 40: Planejamento e política educacional

Educação Infantil

Objetivo Geral:

O desenvolvimento integral da crianças em seus aspectos físicos,

psicológico, intelectual e social complementando a ação da família e da

comunidade .

Avaliação

Feita mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento da criança,

sem objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.

Page 41: Planejamento e política educacional

Ensino Fundamental

Direito Público Subjetivo;

Público: Sua satisfação não é direito apenas do individuo, mas, sobretudo

da coletividade;

Subjetivo porque o cidadão, sozinho ou associado a outras pessoas, tem

poderes legais para obrigar o governo (poder público) a garantir (assegurar)

o direito.

Page 42: Planejamento e política educacional

Ensino Fundamental de Nove Anos (Obrigatório dos 6 aos 14 Anos)

Objetivos:

Desenvolver a capacidade de aprender, tendo como meios básicos o plenodomínio da leitura, da escrita e do cálculo;

Compreender o ambiente natural e social, o sistema político, a tecnologia, asartes e os valores em que se fundamenta a sociedade;

Desenvolver a capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição deconhecimentos e habilidades e formação de atitudes e valores;

Fortalecer os vínculos de família, os laços de solidariedade humana e detolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Page 43: Planejamento e política educacional

Ensino Médio

Objetivos:

Consolidar e assegurar os conhecimentos adquiridos no EnsinoFundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos;

Preparar o aluno para a o trabalho e para o exercício da cidadania;

Aprimorar o educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e odesenvolvimento da autonomia intelectual e o pensamento crítico;

Fazer o aluno compreender os fundamentos científico-tecnológicos dosprocessos produtivos, relacionando a teoria com a prática no ensino de cadadisciplina.

Obs.: Duração mínima: 3 anos

Page 44: Planejamento e política educacional

Modalidades

Educação de Jovens e Adultos: destinada aqueles que, na idade própria,

não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e

médio.

Educação profissional

Educação Especial: oferecida, preferencialmente, na rede regular de

ensino, para os educandos portadores de necessidades especiais, desde a

educação Infantil.

Page 45: Planejamento e política educacional

Condições que os sistemas devem oferecer para a

Educação Especial

Currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicapara atender bem aos educandos;

Aos educandos que não conseguirem atingir o nível exigido para a conclusãodo ensino fundamental será oferecida a terminalidade específica de acordocom suas capacidades;

Os superdotados terão oportunidades de terminar o curso em menor tempo;

Professores especializados para atendimentos dos educandos

Page 46: Planejamento e política educacional

Lei de Diretrizes e Bases

9394/96

Educação básica

Educação Infantil

0-6 anos

Creche0-3 anos

Pré – escola4-6 anos

Ensino Fundamental7 – 14 anos

Obrigatório

Ensino Médio

Page 47: Planejamento e política educacional

Conselho Nacional de Educação – Câmara de

Educação Básica

Lei no 11.114, de 16 de maio de 2005 – Estabeleceu a

obrigatoriedade do início do Ensino Fundamental aos seis anos de idade a partir de 2006

Resolução nº 3, de 3 de agosto de 2005 – Define normas nacionais

para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos.

Etapas de ensino :

-Educação Infantil

Creche: até 3 anos de idade - Faixa etária

Pré-escola: 4 e 5 anos de idade - Faixa etária

-Ensino Fundamental de nove anos até 14 anos de idadeAnos iniciais: Faixa etária de 6 a 10 anos de idade - duração 5 anos

Anos finais: Faixa etária de 11 a 14 anos de idade - duração 4 anos

Page 48: Planejamento e política educacional

Reformulação da LDB/96

Lei 11.274 de 06/02/2006

Educação Infantil0-5 anos

Creche0-3 anos

Pré – escola4-5 anos

Ensino Fundamental (9

anos)6-14 anos

OBRIGATÓRIO

Ensino Médio

Page 49: Planejamento e política educacional

CRECHE

0-3 ANOS

JARDIM I

3-4 ANOS

JARDIM I I

4-5ANOS

JARDIM III

5-6 ANOS

NÃO OBRIGATÓRIO

1.º ANO

5-6 ANOS

3.º

7-8

4.º

8-9

5.º

9-10

6.º

10-11

7.º

11-12

8.º

12-13

9.º

13-14

2.º

6-7

OBRIGATÓRIO

Lei 11.274 de 06/02/2006

1ª 2ª 5ª3ª 6ª 7ª 8ª4ª

ESCOLA DA INFÂNCIA

Page 50: Planejamento e política educacional

A inclusão da criança de seis anos (completos

ou incompletos) no Ensino Fundamental exige

formular um novo modelo de escola: Uma

Escola Para a Infância! Em que o diálogo entre

a Educação Infantil e o Ensino Fundamental

esteja presente, diálogo institucional e

pedagógico. Exige, sobretudo, dos profissionais

que atuam na educação, entender que o tempo

da infância é o tempo de aprender para as

crianças e com as crianças.

Page 51: Planejamento e política educacional

A EDUCAÇÃO NO BRASIL NOS DIAS ATUAIS

A política educacional brasileira é marcada fortemente pordescontinuidades;

A marca da descontinuidade na política de educação atual se faz presente nameta, sempre adiada, de eliminação do analfabetismo e universalização doensino fundamental;

O Brasil chegou ao final do século XX sem resolver um problema que osprincipais países resolveram na virada do século XIX para o XX: auniversalização do ensino fundamental, com a consequente erradicação doanalfabetismo.

Para enfrentar esse problema a Constituição de 1988 previu, nas disposiçõestransitórias, que o Poder Público nas suas três instâncias (a União, osestados e os municípios) deveriam, pelos dez anos seguintes, destinar 50%do orçamento educacional para essa dupla finalidade. Isso não foi feito;

Quando esse prazo estava vencendo, o governo criou o FUNDEF com prazode mais dez anos para essa mesma finalidade; e a LDB, por sua vez,instituiu a década da educação; seguiu-se a aprovação em 2001, do PlanoNacional de Educação, que também se estenderia por dez anos. No final de2006, ao se esgotarem os dez anos do prazo do FUNDEF, foi instituído oFUNDEB, com prazo de 14 anos, ou seja, até 2020.

Agora, quando mais da metade do tempo do PNE já passou, vem um novoPlano, o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) estabelecer umnovo prazo, desta vez de quinze anos, projetando a solução do problemapara 2022. Nesse diapasão, já podemos conjecturar sobre um novo Planoque será lançado em 2022 prevendo, quem sabe, mais 20 anos para resolvero mesmo problema.

Page 52: Planejamento e política educacional

REFERÊNCIAS

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da educação. São Paulo: Moderna, 1989.

BREJON, Moysés. (org.) Estrutura e funcionamento do ensino de 1º e 2° graus:

leituras. 7. ed.

São Paulo: Pioneiras, 1976.

PILLETTI, Nelson. Estrutura e funcionamento do ensino de 1º grau.

22. ed. São Paulo: Ática, 1996.

________. História da educação no Brasil. 6. ed. São Paulo: Ática, 1996.

RIBEIRO, Maria Luísa Santos. História da educação brasileira: a organização escolar.

13. ed.

São Paulo: Autores Associados, 1993.

ROMANELLI, Otaíza de Oliveira. História da educação no Brasil. 13. ed. Petrópolis:

Vozes, 1991.

SILVA, Francisco de Assis. História do Brasil. São Paulo: Moderna, 1992.