Plano de Ensino - API II

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA

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Universidade Federal de Uberlândia – Avenida João Naves de Ávila, no 2121, Bairro Santa Mônica – 38408-144 – Uberlândia – MG

Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design

COLEGIADO DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

PLANO DE ENSINO

1. IDENTIFICAÇÃO

COMPONENTE CURRICULAR: Ateliê de Projeto Integrado II – API 2

UNIDADE OFERTANTE: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo e Design (FAUeD)

CÓDIGO: GAU010 PERÍODO/SÉRIE: 2º período TURMA: A2

CARGA HORÁRIA NATUREZA

TEÓRICA:

30 horas

PRÁTICA:

60 horas

TOTAL:

90 horas OBRIGATÓRIA: ( X ) OPTATIVA: ( )

PROFESSOR(A): Juliano Carlos Cecílio Batista Oliveira, Rita de Cássia Pereira

Saramago e Simone Barbosa Villa

ANO/SEMESTRE:

2014/ 2º semestre

OBSERVAÇÕES: ------

2. EMENTA

Projeto Integrado de Arquitetura, Urbanismo e Paisagem. Introdução da prática do projeto e da pesquisa dos elementos que compõem o vocabulário arquitetônico, através da análise de obras significativas e de diversas experimentações, visando ao desenvolvimento projetual e à representação das intenções plástico-espaciais. Relações entre o objeto arquitetônico e o contexto no qual este está inserido. Desenho como ferramenta para a reflexão e representação do projeto, integrando aspectos funcionais, noções de tipologia, organizações espaciais e propostas de composição formal. Desenvolvimento da expressão e representação gráfica através de croquis, plantas e modelos como instrumentos de investigação e estruturação da forma arquitetônica.

3. JUSTIFICATIVA

Nos últimos anos, o Brasil tem presenciado um crescimento socioeconômico contínuo. Esse fato, aliado a uma maior disponibilidade de subsídios públicos para o financiamento de construções, deu origem a um dos maiores ciclos de crescimento do setor imobiliário nacional. Contudo, apesar de caminharmos em direção a uma diminuição do déficit habitacional, não observamos incrementos no quesito qualidade do ambiente construído. Isso porque, ao se analisar os modelos das unidades habitacionais comumente ofertadas, é possível observar que respondem insatisfatoriamente à demanda existente: aspectos mínimos de habitabilidade, funcionalidade, espaciosidade e privacidade frequentemente não são atendidos, conforme comprovado por estudos de avaliação pós-ocupação (APO). Uma provável justificativa para tanto se refere à repetição da tipologia tripartida (em setores social, íntimo e de serviços), criada para atender à família tradicional nuclear (pai, mãe e filhos) que não mais contempla as necessidades dos novos modos de morar e perfis familiares da sociedade contemporânea. Afinal, várias são as transformações pelas quais passou a sociedade brasileira desde que tal modelo foi inicialmente idealizado, tais como: a inserção da mulher no mercado de trabalho, com a consequente alteração de papéis sociais; o



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aparecimento de diferentes formações familiares, não tradicionais (a exemplo de pessoas vivendo sozinhas e de casais sem filhos); e a introdução de tecnologias e de equipamentos inovadores no ambiente residencial, levando ao surgimento de outras modalidades de lazer doméstico, a transformações nas noções de privacidade e de individualidade e à transferência de atividades laborais para os espaços de morar. Dessa forma, depreende-se a importância de se discutir a produção habitacional brasileira junto aos graduandos do curso de Arquitetura e Urbanismo. Para tanto, inicialmente propomos a revisão do conceito de habitação, retomando sua importância para a formação do indivíduo: “A habitação tem um significado para além da visão utilizada até o presente. A habitação enseja a sensação de identidade do ser humano no mundo – um lar” (RIFRANO, 2006, p.148). Partindo da premissa de que dentro de casa o indivíduo se constrói socialmente, sujeito às variáveis culturais específicas a cada região, justifica-se a necessidade de se prover moradias adequadas para cada perfil e problemática familiar existente. Da mesma forma, além do desenho das unidades habitacionais em si, a própria implantação das mesmas deve ser discutida, investigando o papel que desempenham na construção das cidades contemporâneas e como podem contribuir para melhorar sua qualidade urbana. Visando ao incremento da qualidade do ambiente construído, pretende-se ainda incentivar a concepção de soluções construtivas e de orientação coerentes com as condicionantes climáticas do contexto de implantação. A disciplina API 2 pretende apresentar tais questionamentos, de maneira a preparar os alunos a um exercício projetual crítico, calcado nas atuais necessidades da sociedade brasileira.

4. OBJETIVO

Objetivo Geral: Desenvolver projetos integrados de arquitetura, urbanismo e paisagem na escala da edificação/lote, através de leituras projetuais referenciais e utilizando-se como tema de trabalho a habitação. Objetivos Específicos:

Considerar, no exercício projetual, os elementos de análise, discussão e síntese da resolução projetual, relacionando-os as disciplinas do mesmo período (interdisciplinaridade vertical);

Introduzir o aluno à prática do projeto e da pesquisa dos elementos que compõem o vocabulário arquitetônico, através da análise de obras significativas e de diversas experimentações, visando ao desenvolvimento projetual e à representação das intenções plástico-espaciais;

Estabelecer relações entre o objeto arquitetônico e o contexto no qual este está inserido;

Compreender o desenho como ferramenta para a reflexão e representação do projeto, integrando aspectos funcionais, noções de tipologia, organizações espaciais e propostas de composição formal;

Desenvolver a expressão e representação gráfica por meio de croquis, plantas e modelos como instrumentos de investigação e estruturação da forma arquitetônica.

5. PROGRAMA

Módulo 1 – O Partido Arquitetônico: conceituação e leituras

1.1 Habitação: função, materialidade e forma 1.2 Modelos de habitação: evolução da tripartição, bipartição modernista, leituras pós-modernistas 1.3 Habitação para quem e para quê? 1.4 Arquitetura adaptável contemporânea e sua relação com a cidade

Módulo 2 – O Projeto Habitacional: desenvolvimento e representação

2.1 Projeto de arquitetura e processo projetual – critérios de análise e possibilidades de desenvolvimento 2.2 Funcionalidade e Ergonomia: questões antropométricas e ergonômicas relativas à habitação



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2.3 Conforto ambiental na habitação: estratégias construtivas e análise de insolação 2.4 Desenho técnico: representação gráfica de soluções projetuais

6. CRONOGRAMA

OUTUBRO/ 2014

02

Apresentação do programa da disciplina / critérios gerais / blog/ textos

Filme: A Arquitetura da Felicidade

Lançamento do Exercício 1: LEITURAS PROJETUAIS

09 Aula: Habitação – função/ materialidade e forma. Modelos de Habitação 1.

Assessoria ao Exercício 1

16 Aula: Modelos de Habitação 2/ Discussão sobre textos 1 e 2


23 Aula: Modelos físicos como instrumentos de investigação – Noções sobre maquetes


30

Aula: Habitação para quem e para quê? Arquitetura adaptável contemporânea e sua relação com a cidade.


NOVEMBRO/ 2014

06 ENTREGA E APRESENTAÇÃO DO EXERCÍCIO 1

13

Aula: Projeto de arquitetura e processo projetual – critérios de análise e possibilidades de desenvolvimento/ Discussão sobre texto 3

Lançamento do Exercício Rápido: FUNCIONALIDADE E ERGONOMIA NA HABITAÇÃO

20

Discussão sobre Exercício Rápido/ Aula: Funcionalidade e Ergonomia – questões antropométricas e ergonômicas relativas à habitação

Lançamento do Exercício 2: PLANEJAMENTO E ESTUDO PRELIMINAR DE PROPOSTA HABITACIONAL

27 Aula: Conforto ambiental na habitação – estratégias construtivas e análise de insolação


DEZEMBRO/ 2014

04 Assessoria ao Exercício 2



25 RECESSO

JANEIRO/ 2015

01 RECESSO

08 Lançamento do Exercício 3: ANTEPROJETO DE PROPOSTA HABITACIONAL

Aula: Desenho técnico – representação gráfica de soluções projetuais



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FEVEREIRO/ 2014


12 Semana de apresentação dos trabalhos finais de graduação (pré-banca)

19 (Pós feriado de Carnaval) Avaliação da disciplina

7. METODOLOGIA

A disciplina terá como metodologia de ensino, nas questões teóricas, a utilização de aulas expositivas com apoio de farto material iconográfico e a produção de debates e leituras extraclasse. Tal metodologia visa ao desenvolvimento do potencial de reflexão e análise dos alunos, bem como à assimilação do conteúdo exposto. Nas questões práticas, a metodologia utilizada será: 1. Lançamento do exercício, sempre vinculado à aula teórica. 2. Assessorias reflexivas. 3. Exposição do resultado e avaliação coletiva.

8. AVALIAÇÃO

A proposta de avaliação para a disciplina acontecerá de forma contínua durante todas as atividades solicitadas, tanto as de análises de soluções, quanto de apresentação da proposta de intervenção. Todas as entregas por etapas serão avaliadas, assim como as pesquisas e leituras programadas. Ao longo do curso, são estabelecidos ainda momentos específicos para avaliação, quando professores e alunos discutem os degraus alcançados no processo, utilizando-se da auto-avaliação. Todo o processo de desenvolvimento do projeto será acompanhado e registrado na ficha do aluno.

Exercício 1 – Leituras projetuais (20 pontos)

O exercício trata da análise de uma obra arquitetônica residencial, em quartetos, a partir dos critérios:

Pesquisa sobre o arquiteto (biografia / histórico / principais obras);

Levantamento completo da obra: localização, cliente, contexto, programa, sistemas construtivos utilizados;

Desenhos da obra – croquis, plantas, elevações, perspectivas s/ escala (necessários para a compreensão dos elementos);

Leitura visual da obra dada a partir da forma (volumes) e da função (plantas);

Identificação dos principais conceitos presentes na obra do arquiteto;

Apresentação de seminário sobre os principais resultados;

Desenvolvimento de maquete física da obra.

Exercício Rápido – Funcionalidade e ergonomia na habitação (5 pontos)

O objetivo desse exercício é preparar a discussão sobre aspectos funcionais e ergonômicos imprescindíveis à concepção de soluções habitacionais. Para tanto, propõe-se inicialmente a medição e representação de ambientes domésticos que serão posteriormente comparados e discutidos em sala de aula.



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Exercício 2 – Planejamento e estudo preliminar de proposta habitacional (25 pontos)

A primeira parte do exercício (planejamento) objetiva coletar e analisar informações relevantes para o desenvolvimento do projeto, contemplando aspectos relativos a condicionantes físicas, socioeconômicas, culturais e conceituais. A partir dos estudos desenvolvidos, a segunda etapa do exercício contempla a elaboração de projeto residencial de até 200 m², localizado na cidade de Uberlândia e que atenda ao perfil familiar especificado. O projeto também deverá considerar as discussões teóricas apresentadas e pesquisadas em etapas anteriores da disciplina, tais como: a diversidade de grupos domésticos, o modo de vida atual dos moradores das cidades médias, a relação das unidades habitacionais com o espaço público e a especificação de estratégias construtivas e de orientação solar condizentes com as condições climáticas do local de implantação. O trabalho deverá ser desenvolvido em duplas em nível de estudo preliminar.

Exercício 3 – Anteprojeto de proposta habitacional (45 pontos)

Este exercício dá continuidade ao anterior, com aprofundamento das soluções propostas, bem como revisão dos aspectos identificados como falhos na avaliação do Exercício 2. O trabalho deverá ser desenvolvimento em nível de anteprojeto.

Resenhas (5 pontos)

Individualmente, os alunos deverão produzir resenhas e participar de discussões sobre os seguintes textos (disponibilizados no blog da disciplina: http://habitarcidade.wordpress.com/api-2/):

Texto 1: NOMADS.USP. 97_07: dez anos de morar urbano no Brasil. Relatório de pesquisa. São Carlos: EESC-Universidade de São Paulo, 2007.

Texto 2: MONTANER, J. M. Arquitetura e política: ensaios para mundos alternativos. São Paulo: Gustavo Gili, 2014.

Texto 3: MAHFUZ, E. da C. Reflexões sobre a construção da forma pertinente. Arquitextos, n. 045.02, ano 04, fev 2004.

9. BIBLIOGRAFIA

Básica

BAKER, G. H. Le Corbusier: analisis de la forma. Barcelona: Gustavo Gili, 1985. HERTZBERGER, H. Lições de arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 1999. SNYDER, J.; CATANESE, A. (Orgs.) Introdução à arquitetura. Rio de Janeiro: Campus, 1984.

Complementar

BITTENCOURT, L. Uso das cartas solares: diretrizes para arquitetos. Maceió: EDUFAL, 2000 CONSIGLIERI, Victor. A morfologia da arquitectura (1920-1970). Lisboa: Estampa, 1999. DEL RIO, V.; DUARTE, C.; RHEINGANTZ, P. (Org.). Projeto do lugar: colaboração entre psicologia, arquitetura e urbanismo. Rio de Janeiro: Contracapa Livraria / Proarq, 2002. FAWCETT, A. Peter. Arquitectura, curso básico de proyectos. Barcelona: Gustavo Gili, 1999. FONATTI, Franco. Principios elementales de la forma en arquitectura. Barcelona: Gustavo Gili, 1988. FRAMPTON, K. História crítica da arquitetura moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1997. MUNARI, B. Das coisas nascem as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1998. NEUFERT, E. Arte de projetar em arquitetura. São Paulo: Gustavo Gili,1976.

http://habitarcidade.wordpress.com/api-2/



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OLGYAY, V. Arquitectura y clima: manual de diseno bioclimatico para arquitectos y urbanistas. Barcelona: Gustavo Gili, 1998. QUARONI, L. Proyectar un edifício: ocho lecciones de arquitectura. Madrid: Xarait, 1980. REBELLO, Y. C. P. A concepção estrutural e a arquitetura. São Paulo: Zigurate, 2003. SERRA, R. Arquitectura y climas. Barcelona: Gustavo Gili, 1999.

10. APROVAÇÃO

Aprovado em reunião do Colegiado realizada em: ____/______/______

Coordenação do Curso de Graduação em: _______________________________________________

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