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PRIMEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO: FECUNDAÇÃO E SEGMENTAÇÃO. Prof. Raimundo Júnior

Primeira e segunda semanas

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PRIMEIRA SEMANA DO DESENVOLVIMENTO

EMBRIONÁRIO: FECUNDAÇÃO E SEGMENTAÇÃO.

Prof. Raimundo Júnior

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CONTEÚDO

FERTILIZAÇAO (FECUNDAÇÃO):

- Etapas prévias à fertilização:

Capacitação;

Reação Acrossômica;

- Fases da fertilização;

Penetração na coroa radiada;

Penetração na zona pelúcida;

Fusão da membrana celular (plasmática) do ovócito e a do espermatozóide;

Reações corticais e da zona;

Retomada da segunda divisão meiótica;

SEGMENTAÇÃO (CLIVAGEM)

Blastomeros;

Mórula;

Embrioblasto e Trofoblasto

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Processo pelo qual os gametas masculino e feminino se fundem

O número de espermatozóides ejaculado varia de 200 a 600 milhões, mas somente 1% dos

penetram no colo do útero, e apenas cerca de 200 alcançam o sítio de fecundação (ampola

das trompas).

Fertilização (Fecundação)

Page 4: Primeira e segunda semanas

Transporte dos espermatozoides nos tratos masculino e feminino

Page 5: Primeira e segunda semanas
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Corona radiata: Também chamada de coroa radiada, consiste de

duas ou três camadas de células foliculares que recobrem o

ovócito.

Zona pelúcida: é uma grossa camada glicoprotéica que envolve o

ovócito e confere aos gametas femininos uma alta especificidade.

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- O movimento dos espermatozóides do colo do útero à

tuba é efetuado principalmente por sua própria propulsão

+ líquidos produzidos pelos cílios uterinos (2-7h);

- Ao chegar ao istmo, os espermatozóides têm sua

motilidade reduzida e cessam sua migração;

- Ao ocorrer a ovocitação os espermatozóides se tornam

novamente móveis.

Etapas que precedem a Fertilização (Fecundação)

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Os espermatozóides não conseguem fertilizar o

ovócito logo que chegam ao trato genital

feminino.

Capacitação

Reação

Acrossômica

1

2

Etapas que precedem a Fertilização (Fecundação)

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A capacitação ocorre durante a passagem dos espermatozoides pelas

secreções do trato reprodutor feminino.

O muco cervical e o fluido folicular causam o desprendimento da

cobertura superficial de glicoproteínas do espermatozoide e de

proteínas oriundas do líquido seminal.

Há também alterações dos componentes da membrana plasmática do

espermatozoide, como a perda de colesterol (sequestrado pela albumina

no epitélio das tubas uterinas.

Essas mudanças aumentam a atividade respiratória e a motilidade

dos espermatozoides.

Capacitação

Etapas que precedem a Fertilização (Fecundação)

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O que ocorre quando o espermatozoides atingem o

ovócito secundário?

A hialuronidase do espermatozoide degrada o ácido

hialurônico, um glicosaminoglicano da matriz extracelular

da corona radiata.

A galactosil-transferase presente na membrana do

espermatozoide liga-se à galactose terminal da glicoproteína

ZP-3 da zona pelúcida em uma ligação específica da

espécie.

Etapas que precedem a Fertilização (Fecundação)

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Componentes da zona pelúcida (camundongo)

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Primeiro um influxo de cálcio provoca a fusão da membrana

externa do acrossomo com a membrana plasmática do

espermatozoide. Nestes locais, as membranas rompem-se,

liberando as enzimas do acrossomo.

Etapas que precedem a Fertilização (Fecundação)

Reação acrossômica

Ocorre quando os espermatozoides atingem a zona pelúcida.

Page 13: Primeira e segunda semanas

Reação acrossômica

A protease acrosina fica exposta na membrana acrossomal

interna e digere as glicoproteínas da zona pelúcida.

O contato do espermatozoide ao ovócito é tangencial, já

que somente a membrana plasmática da porção posterior da

cabeça permanece intacta após a reação acrossômica.

A fusão das membranas é promovida pela fertilina, uma

glicoproteína transmembrana do espermatozoide, que se liga

à integrina do ovócito.

O núcleo e a cauda do espermatozoide entram no ovócito.

Etapas que precedem a Fertilização (Fecundação)

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Sequência de eventos

na penetração dos

revestimentos e da

membrana plasmática

do ovócito secundário

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Reação do ovócito à entrada do espermatozoide, impedindo a entrada

de outros espermatozoides.

1. Inicialmente há a despolarização da membrana do ovócito devido a

um influxo de cálcio e de sódio: o potencial de repouso muda de -

70mV para +10mV.

2. Com a membrana plasmática positiva, outro espermatozoide não

consegue inserir a proteína fusogênica, também de carga positiva.

3. Este bloqueio tem curta duração, cerca de 1min, mas é o tempo

suficiente para um bloqueio definitivo ser desencadeado: a reação

cortical.

Bloqueio à poliespermia

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4. O aumento dos níveis citoplasmáticos de cálcio provoca a exocitose

dos grânulos corticais. Dos grânulos são liberados enzimas e

glicosaminoglicanos.

5. As enzimas removem a galactose da ZP-3, impedindo a ligação de

outro espermatozoide. Elas ainda clivam a ZP-2, modificando a

estrutura da zona pelúcida, que se torna a membrana hialina, de difícil

penetração.

6. Os glicosaminoglicanos atraem íons de sódio, que, por sua vez,

atraem água, aumentando o espaço entre a membrana hialina e a

membrana plasmática.

Bloqueio à poliespermia

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Cariogamia

- A entrada do espermatozoide faz com que o ovócito

secundário complete a segunda meiose, liberando o segundo

corpúsculo polar.

- O material genético do espermatozoide desespiraliza-se,

devido à substituição das protaminas* pelas histonas

acumuladas no citoplasma do ovócito.

- Os envoltórios nucleares desintegram-se, e os

cromossomos pareiam-se.

- A fusão do pronúcleo masculino com o pronúcleo

feminino origina o núcleo diploide do zigoto.

*As protaminas são proteínas básicas encontradas no núcleo do espermatozóide

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Resumo dos principais eventos envolvidos na fertilização

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Resultados da Fertilização

• Estimula o ovócito secundário a completar a segunda divisão meiótica (produzindo o segundo corpúsculo polar)

• Restauração do número diplóide de cromossomos ( 2n = 46 cromossomos)

• Variação da espécie: herança biparental, o evento do crossing over, mistura dos genes, produzindo recombinação aleatória do material genético

• Determinação primária do sexo: óvulo X e espermatozóide X ou Y (óvulo X + espermtz X = zigoto; óvulo X + espermtz Y = zigoto )

• Ativação do zigoto início das clivagens

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SEGMENTAÇÃO

(CLIVAGEM)

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SEQUÊNCIA

SEGMENTAÇÃO

ZIGOTO

MÓRULA

BLÁSTULA

GÁSTRULA

NEURULA

ORGANOGÊNESE

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MÓRULA

Constitui a forma embrionária encontrada após sucessivas divisões celulares. Caracteriza-se,

fundamentalmente, pela forma esférica e por apresentar-se maciça, isto é, formada inteiramente por

células embrionárias. Só ocorre no tipo de segmentação holoblástica igual.

BLÁSTULA

Caracteriza-se, de um modo geral, pela forma globosa e por apresentar uma única camada de células

(blastoderma), delimitando uma cavidade completamente fechada (blastocele).

GASTRULAÇÃO

Processo de formação da gástrula. Caracteriza-se pela presença de duas camas celulares; pode

ocorrer por embolia - formação da gástrula por invaginação de um dos pólos da blástula (como se vê o

anfioxo) - ou por epibolia - formação da gástrula nos vertebrados a partir do recurvamento do disco

embrionário.

NEURULAÇÃO

Fase do desenvolvimento embrionário dos animais ditos cordados, imediatamente posterior à

gástrula, durante o qual se forma o tubo neural. É o estágio em que se intensifica a diferenciação

celular.

ORGANOGÊNESE

Fase em que há formação dos órgãos do animal; estágio em que as células que compõem os

respectivos tecidos se apresentarão especializadas.

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SEGMENTAÇÃO

Page 24: Primeira e segunda semanas

SEGMENTAÇÃO

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Zigoto = Célula-ovo

• Vitelo é uma reserva de nutrientes existente nas célula-ovos dos animais para alimentar o embrião, enquanto o novo ser não conseguir alimentar-se sozinho.

Células-ovo e a quantidade de vitelo

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Classificação quanto ao vitelo

A) ISOLÉCITOS OU OLIGOLÉCITOS: OVOS COM PEQUENA QUANTIDADE DE VITELO,

DISTRIBUÍDOS UNIFORMEMENTE PELO CITOPLASMA. ENCONTRADOS EM EQUINODERMOS,

PORÍFEROS, CNIDÁRIOS E MAMÍFEROS PLACENTÁRIOS (QUE POSSUEM DESENVOLVIMENTO

EMBRIONÁRIO LONGO E CUJOS EMBRIÕES SÃO NUTRIDOS PELA MÃE, POR INTERMÉDIO DA

PLACENTA).

B) HETEROLÉCITOS OU HETEROLÉCITO INCOMPLETO: POSSUEM MÉDIA QUANTIDADE DE

VITELO, PODENDO SER CONHECIDOS POR MEDIOLÉCITOS. O VITELO DISTRIBUI-SE

IRREGULARMENTE, CONCENTRANDO-SE EM UM DOS PÓLOS. ANFÍBIOS, MOLUSCOS E

ANELÍDEOS.

C) TELOLÉCITO COMPLETO OU MEGALÉCITO: TEM GRANDE QUANTIDADE DE VITELO, QUE

OCUPA QUASE TODO O OVO. OCORRE EM PEIXES, RÉPTEIS , AVES E MAMÍFEROS OVÍPAROS

D) CENTROLÉCITOS: O VITELO, NESTES OVOS, CIRCUNDA O NÚCLEO. É TÍPICO DE

ARTRÓPODOS.

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TIPOS DE OVOS QUANTO AO VITELO

ANFIBIOS

AVES, REPTEIS

PEIXAE E

MOLSCOS

CEFALOPODES

DE PLATELMINTOS

A CORDADOS

MAIORIA DOS

ARTROPODES

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TIPOS DE SEGMENTAÇÃO

1. Holoblástica ou total

2. Meroblástica ou parcial

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TIPOS DE SEGMENTAÇÃO 1. Holoblástica ou total: a segmentação envolve todo o ovo.

a) Holoblástica igual: o ovo se divide em blastômeros de mesmo tamanho. Ocorre

nos ovos oligolécitos (de mamíferos placentáros, equinodermos e anfioxo)

b) Holoblástica desigual: ocorre no ovo heterolécito ou telolécito incompleto

(anelídeos, moluscos e anfíbios), onde, pela distribuição desigual do vitelo, os

blastômeros resultantes têm tamanho diferente. No pólo animal (com pouco

vitelo) surgem células pequenas (micrômeros), e no pólo vegetativo surgem

células maiores (macrômeros).

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TIPOS DE SEGMENTAÇÃO

2. Meroblástica ou parcial: apenas uma parte do ovo se envolve na segmentação.

a) Meroblástica discoidal: no ovo telolécito completo ( megalécito ou macrolécito: répteis, aves e peixes), o vitelo enche quase todo o seu interior, exceto o pólo animal (disco germinativo). Somente nesse ponto ocorrem mitoses, e a região vitelínica não se divide.

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TIPOS DE SEGMENTAÇÃO

b) Meroblástica superficial: nos ovos centrolécitos( artrópodos), o núcleo se

divide várias vezes, os núcleos resultantes migram para a superfície do ovo e continuam a se dividir.

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TIPOS DE SEGMENTAÇÃO

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FOMAÇÃO DA BÁSTULA

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Células foliculares

Fusão dos pró-núcleos

Grânulos corticais

Zigoto

Zona pelúcida

Vagina

Fecundação

Útero Ovulação

Ovário

Cervix

Trompa de falópio

Segmentação (Clivagem)

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IMPLANTAÇÃO

(NIDAÇÃO)‏

Por volta do sexto dia o blastocisto adere (nidação ou

implantação) ao epitélio endometrial.

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Implantação (Nidação)‏ Trompa de falópio

Implantação Endométrio

Fecundação

2º dia

5 - 9º dia

4º dia

3º dia

1º dia

Massa celular interna

Camada superficial de células

Parede uterina Trofoblasto

Cavidade uterina

Estádio de Mórula

Cavidade do blastocisto

Botão embrionário Estádio de

Blastocisto

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Implantação (Nidação)‏

Trofoblasto Parede uterina

Cavidade uterina

Para que ocorra é necessário que:

-A mucosa uterina tenha sido preparada pelos hormônios ovarianos (moléculas da matriz extracelular laminina e fibronectina);

-O blastocisto tenha atingido o estágio de desenvolvimento necessário para se poder implantar (tofroblasto – integrinas).

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Implantação (Nidação)‏

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Implantação (Nidação)‏

A proliferação do trofoblasto resulta em:

- Citotrofoblasto

-Sinciciotrofoblasto

- Trofoblasto: Formará a parte

embrionária da placenta. Produz o

Fator Inicial da Gravidez.

- Embrioblasto: Dará origem ao

embrião.

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SEGUNDA SEMANA DO

DESENVOLVIMENTO

- Formação da Cavidade Amniótica e do Disco Embrionário

- Desenvolvimento do Saco Coriônico

- Sítios de implantação do Blastocisto

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Implantação (Nidação)‏

A implantação do blastocisto completa-se durante a segunda

semana de desenvolvimento (6-

10 dias)

Page 49: Primeira e segunda semanas

Mudanças morfológicas no Embrioblasto

(DISCO EMBRIONÁRIO)

Formação de estruturas extraembrionárias

(cavidade aminiótica, âmnion, saco vitelino, o

pedículo de conexão e o saco coriônico)

1

2

Implantação

Mudanças morfológicas no Trofoblasto

(sinciciotrofoblasto e citotrofoblasto)

3

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Implantação (Nidação)‏

Blastocisto parcialmente imerso no estroma endometrial

Secretam glicogênio e muco em abundância

Dia 8

Céls. Endometriais sofrem apoptose

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Implantação (Nidação)‏

“Reação decidual”:

-As células do conjuntivo em torno do sítio de implantação se tornam poliédricas e repletas de glicogênio e lipídio;

-As células deciduais degeneram na região de penetração do sinciotrofoblasto e fornecem uma rica fonte para a nutrição embrionária;

-Tais alterações se limitam inicialmetne à área imediatametne em torno do local de implantação, mas logo ocorrem em todo o endométrio.

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Implantação (Nidação)‏ O blastocisto encontra-se mais profundamente incrustado no endométrio. A lesão no epitélio superficial é fechado por um coágulo de fibrina. Estágio lacunar

Dia 9

Page 53: Primeira e segunda semanas

Implantação (Nidação)‏ Dia 11-12

O blastocisto já produz uma ligeira protuberância na luz do útero.

Circulação uteroplacentária primitiva

Mesoderma extraembrionária

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Implantação (Nidação)‏

8 dias após a fecundação

e tamanho de 0,1 mm.

9 dias após a fecundação

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Implantação (Nidação)‏ Dia 13

A lesão no epitélio superficial já se consolidou, entretanto podem ocorrer sangramentos.

Com o desenvolvimento dos vasos sanguíneos, o pedículo se torna o cordão umbilical

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Implantação (Nidação)‏

10 dias

12 dias

13 dias

14 dias

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Sítios de implantação do Blastocisto

Normalmente ocorre no endométrio, na porção superior do corpo do útero, e um

pouco mais frequentemente na parede posterior do que na anterior.

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