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Princípio da Dignidade Princípio da Dignidade da Pessoa Humana da Pessoa Humana George Marmelstein Lima George Marmelstein Lima

Principios da dignidade da pessoa humana

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Page 1: Principios da dignidade da pessoa humana

Princípio da Dignidade da Princípio da Dignidade da Pessoa HumanaPessoa Humana

George Marmelstein LimaGeorge Marmelstein Lima

Page 2: Principios da dignidade da pessoa humana

Objetivos:Objetivos:

Compreender o princípio da Compreender o princípio da dignidade da pessoa humana, a dignidade da pessoa humana, a

partir de uma análise jurídicapartir de uma análise jurídica

Page 3: Principios da dignidade da pessoa humana

O legado pós-45O legado pós-45

O desrespeito à dignidade humana como O desrespeito à dignidade humana como um crime contra a humanidade: o nazismo um crime contra a humanidade: o nazismo

e o Tribunal de Nuremberge o Tribunal de Nuremberg

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A concepção de direitos A concepção de direitos humanos para Hittlerhumanos para Hittler

““Os direitos humanos estão acima dos direitos Os direitos humanos estão acima dos direitos do Estado.do Estado.

Se, porém, na luta pelos direitos humanos, uma Se, porém, na luta pelos direitos humanos, uma raça é subjugada, significa isso que ela pesou raça é subjugada, significa isso que ela pesou muito pouco na balança do destino para ter a muito pouco na balança do destino para ter a felicidade de continuar a existir neste mundo felicidade de continuar a existir neste mundo terrestre, pois quem não é capaz de lutar pela terrestre, pois quem não é capaz de lutar pela vida tem o seu fim decretado pela providência.vida tem o seu fim decretado pela providência.

O mundo não foi feito para os povos covardes” O mundo não foi feito para os povos covardes” Adolf Hitler, no livro “Minha Luta”.Adolf Hitler, no livro “Minha Luta”.

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A solução final para a A solução final para a questão judaica: a questão judaica: a banalização do malbanalização do mal

O holocausto O holocausto

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O HolocaustoO Holocausto

““Fui comandante de Auschwitz durante quatro anos, de Fui comandante de Auschwitz durante quatro anos, de maio de 1940 a 1º de dezembro de 1943.” Perguntei maio de 1940 a 1º de dezembro de 1943.” Perguntei quantas pessoas foram executadas em Auschwitz durante quantas pessoas foram executadas em Auschwitz durante aquela época. “O número exato não dá para saber. Estimo aquela época. “O número exato não dá para saber. Estimo que uns 2,5 milhões de judeus”. Somente judeus?. “Sim.” que uns 2,5 milhões de judeus”. Somente judeus?. “Sim.” Mulheres e crianças também? “Sim.”Mulheres e crianças também? “Sim.”

Page 7: Principios da dignidade da pessoa humana

O HolocaustoO Holocausto““No verão de 1941, fui chamado a Berlim para me encontrar com No verão de 1941, fui chamado a Berlim para me encontrar com Himmler. Recebi a ordem de erigir campos de extermínio. Himmler. Recebi a ordem de erigir campos de extermínio. Consigo repetir praticamente as palavras exatas de Himmler, Consigo repetir praticamente as palavras exatas de Himmler, que foram: ‘O Führer ordenou a solução final do problema que foram: ‘O Führer ordenou a solução final do problema judaico. Nós, da SS, precisamos executar esses planos. É uma judaico. Nós, da SS, precisamos executar esses planos. É uma tarefa difícil, mas se a ação não for imediatamente realizada, em tarefa difícil, mas se a ação não for imediatamente realizada, em vez de nós exterminarmos os judeus, serão eles que vez de nós exterminarmos os judeus, serão eles que exterminarão os alemães no futuro’. exterminarão os alemães no futuro’.

HimmlerHimmler

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O HolocaustoO HolocaustoO que você acha disso? Hoess pareceu confuso e apático. O que você acha disso? Hoess pareceu confuso e apático. Repeti a pergunta e indaguei se ele aprovava o que acontecera Repeti a pergunta e indaguei se ele aprovava o que acontecera em Auschwitz. “Eu recebia minhas ordens pessoais de em Auschwitz. “Eu recebia minhas ordens pessoais de Himmler.” Você alguma vez chegou a protestar? “Eu não podia. Himmler.” Você alguma vez chegou a protestar? “Eu não podia. Tinha que aceitar as razões dadas por Himmler”. Em outras Tinha que aceitar as razões dadas por Himmler”. Em outras palavras, você acha que se justificava matar 2,5 milhões de palavras, você acha que se justificava matar 2,5 milhões de homens, mulheres e crianças? “Não se justificava – mas homens, mulheres e crianças? “Não se justificava – mas Himmler me disse que, se os judeus não fossem exterminados Himmler me disse que, se os judeus não fossem exterminados àquela altura, o povo alemão seria exterminado para sempre àquela altura, o povo alemão seria exterminado para sempre pelos judeus”.pelos judeus”.

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O HolocaustoO Holocausto““Cortávamos os cabelos das mulheres depois de Cortávamos os cabelos das mulheres depois de exterminadas nas câmaras de gás. Os cabelos eram então exterminadas nas câmaras de gás. Os cabelos eram então enviados para fábricas, onde eram trançados em ajustes enviados para fábricas, onde eram trançados em ajustes especiais para vedações”. especiais para vedações”.

Page 10: Principios da dignidade da pessoa humana

O HolocaustoO HolocaustoVocê supervisionava os assassinatos nas câmaras de Você supervisionava os assassinatos nas câmaras de gás? “Sim, eu fazia toda a supervisão daquele negócio. gás? “Sim, eu fazia toda a supervisão daquele negócio. Estava muitas vezes, mas nem todas, presente quando as Estava muitas vezes, mas nem todas, presente quando as câmaras de gás estavam sendo usadas”. Você deve ser câmaras de gás estavam sendo usadas”. Você deve ser homem durão. “Você se torna durão quando cumpre tais homem durão. “Você se torna durão quando cumpre tais ordens”. Acima de tudo, você me parece durão. “Bem, ordens”. Acima de tudo, você me parece durão. “Bem, você não pode ter coração mole, seja ao fuzilar pessoas você não pode ter coração mole, seja ao fuzilar pessoas ou ao matá-las em câmaras de gás”.ou ao matá-las em câmaras de gás”.

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O Tribunal de NurembergO Tribunal de Nuremberg

““Já pensou quão impossível seria processar Já pensou quão impossível seria processar por meios legais os atos do hitlerismo?” Hans por meios legais os atos do hitlerismo?” Hans

Frank, advogado pessoal de HitlerFrank, advogado pessoal de Hitler

Page 12: Principios da dignidade da pessoa humana

O Tribunal de NurembergO Tribunal de Nuremberg

O Tribunal de Nuremberg introduziu a O Tribunal de Nuremberg introduziu a concepção de que a dignidade da pessoa concepção de que a dignidade da pessoa

humana é um valor que está acima da própria humana é um valor que está acima da própria lei. Portanto, a violação à dignidade de lei. Portanto, a violação à dignidade de

qualquer ser humano é um crime contra a qualquer ser humano é um crime contra a própria humanidade. própria humanidade.

Para saber mais (em inglês):

http://www.law.umkc.edu/faculty/projects/ftrials/nuremberg/nuremberg.htm

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O Legado Pós-45: Pós-O Legado Pós-45: Pós-PositivismoPositivismo

- Crise da legalidade: o fim da crença na - Crise da legalidade: o fim da crença na

neutralidade normativa de Kelsenneutralidade normativa de Kelsen

- Restauração dos valores/princípios- Restauração dos valores/princípios

- Constitucionalização dos valores/princípios- Constitucionalização dos valores/princípios

- Os princípios como normas jurídicas- Os princípios como normas jurídicas

- A supremacia da dignidade da pessoa humana- A supremacia da dignidade da pessoa humana

DworkinDworkinAlexyAlexy

KelsenKelsen

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O que é a dignidade da O que é a dignidade da pessoa humanapessoa humana

O homem, pelo simples fato de sua O homem, pelo simples fato de sua condição humana, é titular de direitos que condição humana, é titular de direitos que devem ser reconhecidos e respeitados por devem ser reconhecidos e respeitados por seus semelhantes e pelo Estado. seus semelhantes e pelo Estado.

Artigo 1o da Declação Universal dos Direitos Humanos:

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos”.

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O que é a dignidade da O que é a dignidade da pessoa humanapessoa humana

A dignidade da pessoa humana é violada sempre A dignidade da pessoa humana é violada sempre que o indivíduo seja rebaixado a objeto, a mero que o indivíduo seja rebaixado a objeto, a mero instrumento, tratado como uma coisa, em outras instrumento, tratado como uma coisa, em outras palavras, sempre que a pessoa venha a ser palavras, sempre que a pessoa venha a ser descaracterizada e desconsiderada como sujeito de descaracterizada e desconsiderada como sujeito de direitos (Düring).direitos (Düring).

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O que é a dignidade da O que é a dignidade da pessoa humanapessoa humana

Onde não houver respeito pela vida e pela integridade Onde não houver respeito pela vida e pela integridade física e moral do ser humano, onde as condições física e moral do ser humano, onde as condições mínimas para uma existência digna não forem mínimas para uma existência digna não forem asseguradas, onde não houver uma limitação do asseguradas, onde não houver uma limitação do poder, enfim, onde a liberdade e a autonomia, a poder, enfim, onde a liberdade e a autonomia, a igualdade em direitos e dignidade e os direitos igualdade em direitos e dignidade e os direitos fundamentais não forem reconhecidos e assegurados, fundamentais não forem reconhecidos e assegurados, não haverá espaço para a dignidade da pessoa não haverá espaço para a dignidade da pessoa humana (Ingo Sarlet).humana (Ingo Sarlet).

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humanahumana

1. Respeito ao outro1. Respeito ao outro

2. Respeito à integridade física e moral2. Respeito à integridade física e moral

3. Respeito à autonomia da vontade3. Respeito à autonomia da vontade

4. Não-coisificação do ser humano (o 4. Não-coisificação do ser humano (o homem não é um objeto, mas um fim em si homem não é um objeto, mas um fim em si mesmo - Kant)mesmo - Kant)

5. Respeito ao mínimo existencial5. Respeito ao mínimo existencial

Page 18: Principios da dignidade da pessoa humana

A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana - normatizaçãohumana - normatização

Art. 1Art. 1° da CF/88: A República ° da CF/88: A República Federativa do Brasil (...) tem como Federativa do Brasil (...) tem como fundamento: fundamento: III – a dignidade da pessoa III – a dignidade da pessoa humanahumana

(Cláusula Geral de Proteção à (Cláusula Geral de Proteção à Pessoa Humana)Pessoa Humana)

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – normas correlatashumana – normas correlatas

Art. 5Art. 5° da CF/88: ° da CF/88:

III – ninguém será submetido a tortura ou a III – ninguém será submetido a tortura ou a tratamento desumano ou degradante;tratamento desumano ou degradante;XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em XLVII - não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis;forçados; d) de banimento; e) cruéis;XLIX - é assegurado aos presos o respeito à XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;integridade física e moral;

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casos – humana – casos – respeito respeito

ao outroao outro

O Caso do Lançamento de AnãoO Caso do Lançamento de Anão

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casoshumana – casos

Page 22: Principios da dignidade da pessoa humana

A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casoshumana – casos

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casoshumana – casos

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casoshumana – casos

O Caso do Lançamento de AnãoO Caso do Lançamento de Anão

Autonomia da vontade, direito ao Autonomia da vontade, direito ao trabalho trabalho versusversus dignidade da dignidade da pessoa humanapessoa humana

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casoshumana – casos

O Caso do Lançamento de AnãoO Caso do Lançamento de Anão

Será que a dignidade de todos os anões Será que a dignidade de todos os anões não está sendo violada ao difundir a não está sendo violada ao difundir a idéia de que os anões não passam de idéia de que os anões não passam de objeto de diversão?objeto de diversão?

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casos – humana – casos – respeito respeito

ao outroao outroCaso Peep-Show (Alemanha)Caso Peep-Show (Alemanha)

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana humana

Caso Peep-Show (Alemanha)Caso Peep-Show (Alemanha)

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casos – humana – casos – integridade moralintegridade moral

Revista Íntima no Ambiente de TrabalhoRevista Íntima no Ambiente de Trabalho

““RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL. REVISTA RECURSO DE REVISTA. DANO MORAL. REVISTA VEXATÓRIA. A atividade patronal, qualquer que seja, VEXATÓRIA. A atividade patronal, qualquer que seja, não justifica expor o empregado a revista vexatória, não justifica expor o empregado a revista vexatória, apalpando-o e, até mesmo, despindo-o; prática esta apalpando-o e, até mesmo, despindo-o; prática esta abusiva que excede o poder diretivo do empregador, abusiva que excede o poder diretivo do empregador, pois atinge a intimidade e dignidade do ser humano, pois atinge a intimidade e dignidade do ser humano, direitos pessoais indisponíveis, previstos nos direitos pessoais indisponíveis, previstos nos incisos III e X do artigo 5º da Lei Maior. Recurso incisos III e X do artigo 5º da Lei Maior. Recurso conhecido e provido” (TST RR 735991).conhecido e provido” (TST RR 735991).

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casos – humana – casos – integridade físicaintegridade física

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integridade físicaintegridade física

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casos – humana – casos – integridade físicaintegridade física

Nos EUA, a Suprema Corte entendeu, no Caso Ingraham, por 5 votos contra 4, que é possível a punição corporal em escolas, para fins disciplinares, pois a proibição de castigo cruel (Oitava Emenda) somente deve ser aplicada em casos criminais, não se aplicando nas relações particulares.

No Brasil, certamente, a solução seria outra, tendo em vista a expressa proibição da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do Adolescente.

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casos – mínimo humana – casos – mínimo

existencialexistencial““A assistência aos necessitados integra as obrigações A assistência aos necessitados integra as obrigações essenciais de um Estado Social. (...) Isso inclui, essenciais de um Estado Social. (...) Isso inclui, necessariamente, a assistência social aos concidadãos, necessariamente, a assistência social aos concidadãos, que, em virtude de sua precária condição física e mental, que, em virtude de sua precária condição física e mental, se encontram limitados nas suas atividades sociais, não se encontram limitados nas suas atividades sociais, não apresentando condições de prover a sua própria apresentando condições de prover a sua própria subsistência. A comunidade estatal deve assegurar-lhes subsistência. A comunidade estatal deve assegurar-lhes pelo menos as condições mínimas para uma existência pelo menos as condições mínimas para uma existência digna e envidar os esforços necessários para integrar digna e envidar os esforços necessários para integrar estas pessoas na comunidade, fomentando seu estas pessoas na comunidade, fomentando seu acompanhamento e apoio na família ou por terceiros, bem acompanhamento e apoio na família ou por terceiros, bem como criando as indispensáveis instituições como criando as indispensáveis instituições assistenciais” (Corte Constitucional alemã)assistenciais” (Corte Constitucional alemã)

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casos – mínimo humana – casos – mínimo

existencialexistencial

Levantamento de FGTS em caso de penúria (TRF 3)Levantamento de FGTS em caso de penúria (TRF 3)

CONSTITUCIONAL - PROCESUUAL - APELAÇÃO CÍVEL - EXPEDIÇÃO DE CONSTITUCIONAL - PROCESUUAL - APELAÇÃO CÍVEL - EXPEDIÇÃO DE ALVARÁJUDICIAL - LEVANTAMENTO DO SALDO DO PIS-PASEP - ESTADO ALVARÁJUDICIAL - LEVANTAMENTO DO SALDO DO PIS-PASEP - ESTADO DE PENÚRIADA AUTORA - PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA DE PENÚRIADA AUTORA - PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 1. As hipóteses de levantamento do saldo do PIS-PASEP são taxativas, 1. As hipóteses de levantamento do saldo do PIS-PASEP são taxativas, porém, não se exaurem. 2. A nova ordem constitucional coroou como um porém, não se exaurem. 2. A nova ordem constitucional coroou como um dos fundamento da República Federativa do Brasil o Princípio da Dignidade dos fundamento da República Federativa do Brasil o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. 3. O estado de penúria da Autora justifica o da Pessoa Humana. 3. O estado de penúria da Autora justifica o levantamento de seu benefício, ainda que sua situação não esteja levantamento de seu benefício, ainda que sua situação não esteja expressamente prevista.4. Apelação improvida.expressamente prevista.4. Apelação improvida.

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A dignidade da pessoa humana – A dignidade da pessoa humana – casos interessantescasos interessantes

Abandono afetivoAbandono afetivo

TJMG: “EMENTA – INDENIZAÇÃO DANOS MORAIS – TJMG: “EMENTA – INDENIZAÇÃO DANOS MORAIS – RELAÇÃO PATERNO-FILIAL – PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA RELAÇÃO PATERNO-FILIAL – PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – PRINCÍPIO DA AFETIVIDADE - A dor PESSOA HUMANA – PRINCÍPIO DA AFETIVIDADE - A dor sofrida pelo filho, em virtude do abandono paterno, que o sofrida pelo filho, em virtude do abandono paterno, que o privou do direito à convivência, ao amparo afetivo, moral e privou do direito à convivência, ao amparo afetivo, moral e psíquico, deve ser indenizável, com fulcro no princípio da psíquico, deve ser indenizável, com fulcro no princípio da dignidade da pessoa humana”.dignidade da pessoa humana”.

STJ: “A indenização por dano moral pressupõe a prática de ato STJ: “A indenização por dano moral pressupõe a prática de ato ilícito, não rendendo ensejo à aplicabilidade da norma do art. ilícito, não rendendo ensejo à aplicabilidade da norma do art. 159 do Código Civil de 1916 o abandono afetivo, incapaz de 159 do Código Civil de 1916 o abandono afetivo, incapaz de reparação pecuniária”.reparação pecuniária”.

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A dignidade da pessoa A dignidade da pessoa humana – casos humana – casos

interessantesinteressantesCorte de Água e Energia por InadimplênciaCorte de Água e Energia por Inadimplência““o corte do  fornecimento de serviços essenciais - água e energia o corte do  fornecimento de serviços essenciais - água e energia elétrica - como forma de compelir o usuário ao pagamento de tarifa elétrica - como forma de compelir o usuário ao pagamento de tarifa ou multa, extrapola os limites da legalidade e afronta a cláusula ou multa, extrapola os limites da legalidade e afronta a cláusula pétrea de respeito à dignidade humana, porquanto  o cidadão se pétrea de respeito à dignidade humana, porquanto  o cidadão se utiliza dos serviços públicos posto essenciais para a sua vida” (Min. utiliza dos serviços públicos posto essenciais para a sua vida” (Min. Luiz Fux).Luiz Fux).Sentido contrário: A 1ª Seção do STJ, no julgamento do RESP nº Sentido contrário: A 1ª Seção do STJ, no julgamento do RESP nº 363.943⁄MG, assentou o entendimento de que é lícito à concessionária 363.943⁄MG, assentou o entendimento de que é lícito à concessionária interromper o fornecimento de energia elétrica, se, após aviso prévio, interromper o fornecimento de energia elétrica, se, após aviso prévio, o consumidor de energia elétrica permanecer inadimplente no o consumidor de energia elétrica permanecer inadimplente no pagamento da respectiva conta (Lei 8.987⁄95, art. 6º, § 3º, II).pagamento da respectiva conta (Lei 8.987⁄95, art. 6º, § 3º, II).

Page 37: Principios da dignidade da pessoa humana

A dignidade da pessoa humana – A dignidade da pessoa humana – casos interessantescasos interessantes

Caso do Mestre-CervejeiroCaso do Mestre-Cervejeiro

““Culpa da empresa de cervejas, que submeteu Culpa da empresa de cervejas, que submeteu o seu mestre- cervejeiro a condições de o seu mestre- cervejeiro a condições de trabalho que o levaram ao alcoolismo, sem trabalho que o levaram ao alcoolismo, sem adotar qualquer providência recomendável adotar qualquer providência recomendável para evitar o dano à pessoa e a incapacidade para evitar o dano à pessoa e a incapacidade funcional do empregado” (STJ, RE 242598).funcional do empregado” (STJ, RE 242598).

Page 38: Principios da dignidade da pessoa humana

A dignidade da pessoa humana – A dignidade da pessoa humana – casos interessantescasos interessantes

Decisão absurda (TRT-RO)Decisão absurda (TRT-RO)

EMENTA: DANOS MORAIS. TRANSPORTE INADEQUADO. EMENTA: DANOS MORAIS. TRANSPORTE INADEQUADO. AUSÊNCIA DE OFENSA À DIGNIDADE HUMANA. AUSÊNCIA DE OFENSA À DIGNIDADE HUMANA.

Poder-se-ia questionar no âmbito administrativo uma mera Poder-se-ia questionar no âmbito administrativo uma mera infração das normas de trânsito do Código de Trânsito Brasileiro infração das normas de trânsito do Código de Trânsito Brasileiro quanto ao transporte inadequado de passageiros em carroceria de quanto ao transporte inadequado de passageiros em carroceria de veículo de transporte de cargas, o que não é da competência da veículo de transporte de cargas, o que não é da competência da Justiça do Trabalho. Mas se o veículo é seguro para o transporte Justiça do Trabalho. Mas se o veículo é seguro para o transporte de gado também o é para o transporte do ser humano, não de gado também o é para o transporte do ser humano, não constando do relato bíblico que Noé tenha rebaixado a sua constando do relato bíblico que Noé tenha rebaixado a sua dignidade como pessoa humana e como emissário de Deus para dignidade como pessoa humana e como emissário de Deus para salvar as espécies animais, com elas coabitando a sua Arca em salvar as espécies animais, com elas coabitando a sua Arca em meio semelhante ou pior do que o descrito na petição inicial (em meio semelhante ou pior do que o descrito na petição inicial (em meio a fezes de suínos e de bovinos). meio a fezes de suínos e de bovinos).

Page 39: Principios da dignidade da pessoa humana

A dignidade da pessoa humana – A dignidade da pessoa humana – casos interessantescasos interessantes

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A dignidade da pessoa humana – A dignidade da pessoa humana – casos interessantescasos interessantes

Page 41: Principios da dignidade da pessoa humana

A dignidade da pessoa humana – A dignidade da pessoa humana – casos interessantescasos interessantes

Uso de Algemas e Constrangimento Ilegal - STFUso de Algemas e Constrangimento Ilegal - STF

A utilização de algemas não pode ser arbitrária, uma vez que A utilização de algemas não pode ser arbitrária, uma vez que a forma juridicamente válida do seu uso pode ser inferida a a forma juridicamente válida do seu uso pode ser inferida a partir da interpretação dos princípios jurídicos vigentes, partir da interpretação dos princípios jurídicos vigentes, especialmente o princípio da proporcionalidade e o da especialmente o princípio da proporcionalidade e o da razoabilidade. (...). Entendeu-se, pois, que a prisão não é razoabilidade. (...). Entendeu-se, pois, que a prisão não é espetáculo e que o uso legítimo de algemas não é arbitrário, espetáculo e que o uso legítimo de algemas não é arbitrário, sendo de natureza excepcional e que deve ser adotado nos sendo de natureza excepcional e que deve ser adotado nos casos e com as finalidades seguintes: a) para impedir, casos e com as finalidades seguintes: a) para impedir, prevenir ou dificultar a fuga ou reação indevida do preso, prevenir ou dificultar a fuga ou reação indevida do preso, desde que haja fundada suspeita ou justificado receio de desde que haja fundada suspeita ou justificado receio de que tanto venha a ocorrer; b) para evitar agressão do preso que tanto venha a ocorrer; b) para evitar agressão do preso contra os próprios policiais, contra terceiros ou contra si contra os próprios policiais, contra terceiros ou contra si mesmo. STF, HC 89429mesmo. STF, HC 89429