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PROBLEMAS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Professora: Claudia Mônica Cendretti Figueiredo

Problemas e dificuldades 31.08 (2)

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Professora Claúdia Cendretti

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PROBLEMAS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Professora: Claudia Mônica Cendretti Figueiredo

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PROBLEMAS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

O distúrbio ou problema de aprendizagem vai além da simples dificuldade na aprendizagem escolar, uma vez que todas as modificações da conduta constituem-se num processo de aprendizagem, o que explica que tais alunos encontrem também dificuldades fora da escola. Já as dificuldades de aprendizagem podem ser classificadas como: problemas gerais de aprendizagem e transtorno específico de aprendizagem.

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Os problemas gerais de aprendizagem instalam-se no organismo do aluno quando existe um atraso geral de toda aprendizagem, como por exemplo: lentidão para aprender, desinteresse geral, dificuldade na atenção e na concentração, afetando o rendimento global, atraso mental, dificuldade auditiva severa e alteração na psicomotricidade.

Já, os transtornos específicos de aprendizagem manifestam-se em crianças com inteligência normal ou próxima do normal, que manifestam alterações sensomotoras e emocionais severas.

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Embora convivendo em um ambiente sociocultural e educacional satisfatórios, não têm um rendimento escolar normal. Apresentam dificuldades repetidas em certas áreas de aprendizagem, funcionando bem em algumas e saindo-se mal em outras. Estas dificuldades manifestam-se por alterações no desenvolvimento, no amadurecimento psíquico e neurológico.

É importante ressaltar, também, que os problemas de aprendizagem podem ser condicionados pela escola; pela situação familiar;

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por características da personalidade da criança, como ansiedade excessiva, temperamento difícil, desconfiança exacerbada, perfeccionismo, sentimento de inadequação; por dificuldades de educação, caracterizadas pela falta de oportunidades pedagógicas eficientes, despreparo de professores para atender à demanda da população educacional, falta de compromisso docente com as etapas de desenvolvimento da criança e do adolescente; ou por deficiências orgânicas, fisiológicas, provenientes de carga hereditária, as quais interferem na capacidade de aprender,

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lembrar e raciocinar. Além disso, podem ser desencadeados pelos seguintes fatores:

● Orgânicos: saúde física deficiente, falta de integridade neurológica (sistema nervoso doentio), alimentação inadequada etc.

● Psicológicos: inibição, ansiedade, angústia, inadequação à realidade, sentimento generalizado de rejeição etc.

● Ambientais: o tipo de educação familiar, o grau de estimulação que a criança recebeu desde os primeiros dias de vida, a influência dos meios de comunicação.

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● As crianças, com problemas de aprendizagem, apresentam distúrbios em um ou vários dos processos básicos envolvidos na compreensão ou no uso da linguagem falada ou escrita, podendo manifestar-se por dificuldades no pensar, falar, ler, escrever, calcular, incluindo condições referidas com incapacidades perceptivas, lesão cerebral, disfunção cerebral mínima, dislexia, dislalia; não incluindo problemas de deficiências mentais ou sensorias graves, nem distúrbios psíquicos. Esses alunos, geralmente, apresentam hiperatividade, distúrbios perceptivos e motores, deficiência de coordenação geral, distúrbios de atenção, impulsividade, distúrbios de linguagem, de memória e de pensamento.

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PROBLEMAS E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Problemas de Aprendizagem

Para Alicia Fernández, apud Pena & Modesto (1996), os problemas de aprendizagem podem ser de ordem sintomática ou reativa. Os de ordem sintomática são as inibições e, para entendê-las, é necessário descobrir a história familiar do sujeito; utilizar um tratamento psicopedagógico clínico que liberte a inteligência e mobilize a circulação patológica do conhecimento em seu grupo familiar. Os problemas reativos afetam o sujeito sem afetar a inteligência – os bloqueios, que podem acontecer devido a um choque entre o aprendente e a sua instituição educativa.

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Já, para Dunn (1993), um problema de aprendizagem é um transtorno permanente, que afeta a maneira pela qual os indivíduos com inteligência normal ou acima da média selecionam, retêm e expressam informações. As informações que entram e saem ficam desordenadas, conforme viajam entre sentidos e cérebro.

Segundo, Fonseca (1995), os problemas de aprendizagem podem ser divididos em três categorias:

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● Os problemas primários, considerados como os verdadeiros transtornos de aprendizagem. Não correspondem à comorbidade de nenhuma patologia, não havendo comprometimento da inteligência (endógena primária). A criança com transtorno de aprendizagem vê e ouve bem, comunica-se, normalmente, e não possui inferioridade mental global. É uma criança normal, que aprende de uma forma diferente apresentando discrepância entre o potencial atual e o esperado. Pode acusar problemas de comportamento, na linguagem e na psicomotricidade, aprendendo a um ritmo mais lento.

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Possui sinais difusos de ordem neurológicas, provocados por fatores obscuros, os quais podem incluir índices psicofisiológicos, irregularidades bioquímicas, que interferem no desenvolvimento e na maturação do Sistema Nervoso Central (SNC). A Neurologia da aprendizagem ou processo sensorio-neuropsicológico em que ele opera, provavelmente, foi afetado, resultando uma “disability”, e não uma incapacidade na aprendizagem. Inexistem perturbações globais de inteligência, da personalidade, motoras ou sensoriais; potencial de aprendizagem intacto; inexistem deficiências (dislexia, disgrafia, disortografia, discalculia).

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● Os secundários são chamados de dificuldades de aprendizagem, pois não têm causas em si mesmo, sendo desenvolvidos enquanto uma comorbidade (endógena secundária), podendo, neste caso, a inteligência estar comprometida. Os problemas secundários são aqueles consequentes a alterações biológicas, comportamentais e emocionais específicas e bem esclarecidas. Em relação às alterações biológicas, (neurológicas), teríamos as lesões cerebrais, Paralisia Cerebral, Epilepsia e Deficiência Mental. Envolvem, também, os sistemas sensoriais, através da Deficiência Auditiva, deficiência visual.

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E, ainda dentro das causas biológicas, as situações de Desordem Auditiva (DA), consequentes de outros problemas perceptivos, que afetam a descriminação, síntese, memória, relação espacial e visualização; todos associados à noção de incapacidade. Em relação aos problemas de comportamento, um dos fatores mais marcantes para desenvolvimento de DA são os quadros classificados como Comportamento Disruptivo e, dentro deles, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e o Transtorno Desafiador e Opositivo. Ainda dentro da categoria dos problemas secundários, existem as chamadas dificuldades escolares ou de ensinagem,

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que são aquelas de origem exógena ao indivíduo, correspondendo a dificuldades na aprendizagem por motivos metodológicos, didáticos, culturais e sociais em geral.

Fonseca (1995) traz uma listagem dos principais fatores etiológico-social dos problemas de aprendizagem:

● Carências afetivas;● Deficientes condições habitacionais,

sanitárias, de higiene e nutrição;● Pobreza da estimulação precoce;● Fraca interação sociolinguística● Ambientes repressivos;

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● Nível elevado de ansiedade;● Relações interfamiliares;● Hospitalismo;● Métodos de ensino impróprios e

inadequados Os conflitos afetivos provocam, também, problemas na aprendizagem dos alunos e acarretam dificuldades de adaptação escolar, uma vez que a carga de hostilidade e agressividade reprimida dificultam o processo do relacionamento. Nesse caso, família e escola são responsáveis tanto pelas alternativas aos obstáculos naturais, quanto pela aplicação dos recursos pedagógicos para as soluções. Todo o trabalho direcionado à criança visa, a priori, à sua autonomia e ao equilíbrio social.

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Na instituição, a psicopedagogia vem contribuir para a superação de tais dificuldades, ou amenizando-as, ou ajudando o aluno a conviver com suas limitações e a conhecer seu potencial de superação e conquista. O clima institucional deverá afetar a disponibilidade dos alunos para aprendizagem, sua participação e comprometimento nos processos de descoberta, de abertura e de estruturação cognitiva, chegando-se à conclusão de que o aluno consegue aprender alguma coisa “apesar de”, e não devido às “situações de ensino”, na maioria das vezes, pouco estimuladoras, não facilitadoras e nem, adequadamente, planejadas. É preciso que a escola favoreça um clima facilitador dos processos de aprendizagem e de adaptação dos seus membros.

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A presença das dificuldades acontece em diferentes momentos de aprendizagem: assimilação, retenção e criatividade em relação à sua idade mental, sem ausência de alterações sensoriais graves. Aprendem em quantidade e qualidade inferior ao esperado em relação á sua capacidade. Este desnível, entre o potencial e a capacidade de aprendizagem, acontece devido a alterações psiconeurológicas.

Como intervir, então, nas dificuldades de aprendizagem?

De um modo geral, os pais devem observar, durante os 4 e 5 primeiros anos de vida, dificuldades no desenvolvimento de seus filhos.

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É importante levar à professora da pré-escola suas observações e as possíveis dúvidas que tiver. Se necessário solicitar uma avaliação psicopedagógica, a qual permitirá um diagnóstico para esclarecer às dúvidas e orientar o processo escolar desde o início, adequando a criança num ambiente que responda às suas necessidades. De acordo com os resultados da avaliação, em necessidades. De acordo com os resultados da avaliação, em alguns casos é possível indicar o tratamento psicopedagógico, e em outros, encaminha o aluno a outras instituições educativas próprias para atendê-lo em sua dificuldade.

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Quando as dificuldades são observadas no início do período escolar da criança, a intervenção psicopedagógica seria orientada no sentido de estimular funções e habilidades no processo da leitura e escrita, nos primeiros anos, cálculo e estratégias de pensamentos. As crianças com dificuldades de aprendizagem requerem ações ativas e eficientes, por parte de todos os que, direta ou indiretamente, intervêm em suas vidas.

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Sugestão para complementação de estudos

1. Artigo “Um olhar sobre a Etiologia das dificuldades de aprendizagem”

A Psicopedagogia considera que toda a educação é especial no sentido de que todos têm direito a uma Educação de qualidade. Para que isso ocorra, o psicopedagogo junta-se a todos os que lutam por uma Educação que transforma condutas, e que leva à sociedade as mudanças significativas para o crescimento e bem-estar integral de cada ser humano.

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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

A Psicopedagogia não procura responsáveis ou culpados pelo fracasso em aprender, tão constante em nossos jovens estudantes. Ela propõe-se a orientar, oferecer subsídios, mecanismos e técnicas, que devolvam ao sujeito aprendente o desejo e as possibilidades para aprender.

O entendimento dos fatores etiológicos das dificuldades, da significação emocional do problema, além de outros fatores, possibilita ao psicopedagogo compreender o que se passa com o sujeito, ajudando-o, no seu processo individual de construção do conhecimento.

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A compreensão do fenômeno de aprendizagem implica conhecer os diferentes estágios do desenvolvimento emocional do ser humano, relacionando-os com fases importantes da aprendizagem. Optamos por apresentar aqui, o estudo feito por Erik H. Erikson do desenvolvimento psicossexual de Freud, mostrando etapas da aprendizagem relacionadas a cada nível do conhecimento. Fase oral – Confiança versus desconfiança

Na fase oral, deve ocorrer o estabelecimento da confiança básica. A primeira tarefa do ego, neste momento, é a solução do conflito entre a confiança básica e a desconfiança.

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A criança adquire esta confiança, se suas necessidades básicas de alimentação, sono, proteção, calor humano etc., forem satisfeitas. A falta desses cuidados básicos leva a criança a sentir-se insegura, com medo e carente. A curiosidade e a capacidade de exploração não se instalam; terá dificuldades de memória e planejamento de ação.

Fase Anal – Autonomia versus vergonha e dúvida

Aqui, a ênfase é dada à aquisição do controle motor de modo geral. O controle das funções fisiológicas deve ser conduzido de forma a não expor a criança ao ridículo. Nesta fase, a criança tem consciência do seu próprio “eu”, sente-se independente.

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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Dificuldades, neste momento, podem gerar um senso geral de vergonha e dúvida e um rebaixamento da autoestima, obstáculos severos para a fluidez da aprendizagem. A dificuldade na organização do trabalho escolar pode ter origem nesta fase, e as noções fundamentais de espaço podem ficar prejudicadas (análise e síntese, integração perceptiva, orientação espacial).

Fase Genital – Iniciativa versus culpaA crescente elaboração da fase edípica leva a

um aumento da consciência e a identificação com papéis. O conflito que se instala, nesta fase, está entre a necessidade de livre iniciativa e a de se submeter às regras sociais e aprender e por compartilhar obrigações com os adultos.

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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

É importante a oportunidade de sucessos em suas iniciativas ao lado de limites firmes e decididos. Condições desfavoráveis podem levar a criança a supercontrolar-se, e sentir-se indesejada. O sentimento de culpa bloqueia a percepção apurada da realidade, leva à diminuição de iniciativa, da criação e do raciocínio.

Período de Latência – Sendo de realização versus senso de inferioridade

A criança quer demonstrar habilidades, criar, aprender, quer ser valorizada em seu meio; prepara-se para a produtividade. Quando seus esforços não são valorizados, passa a evitar competições, a fazer seus trabalhos pela metade, ou recusa-se a produzir inteiramente. Instala-se, aí, um sentimento de inferioridade e impotência.

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DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

De modo geral, a criança com problemas emocionais apresenta os seguintes sintomas:

● Irriquietude, excitação e desatenção;● Bloqueios e má estruturação da

memória;● Incapacidade de planejamento de

trabalho;● Dificuldade para organizar-se frente às

tarefas escolares e terminá-las;● Dificuldade para associar

conhecimentos (letras, palavras, conteúdos etc.)

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ATIVIDADES

1- Será o problema da não-aprendizagem apenas do aluno?

2- Não estará o professor estagnado em relação à busca de novos conhecimentos?

3- Nãos estará a escola sendo, apenas, repetitiva impondo diariamente uma dose de “conhecimentos prontos”, que são “engolidos” pelo aluno e não “digeridos”?

4- A atualização da escola apenas em metodologia de ensino não poderia estar deixando de lado as questões de aprendizagem?

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ATIVIDADES

5- A maioria do aparecimento do fracasso escolar está ligada a questões culturais, sociais e políticas, que regem a instituição escolar e seus diferentes grupos de pertença?

6- Como a família deve lidar com os conflitos de aprendizagem existentes em seu meio?

7- Quais as atitudes mais comuns dos pais frente às dificuldades escolares de seus filhos? Como acolhem o não-aprender em seu processo normal de desenvolvimento?