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PROJETO PARA REDUO E CONSCIENTIZAO DO COMPORTAMENTO AGRESSIVO CHAMADO BULLYING ENTRE DISCENTES E TODOS OS FUNCIONRIOS DA EMEB-P PROF. JOS BARRETO COELHO
PROJETO BULLYING
TEMA DA MSICA BULLYING
PROJETO PARA REDUO E CONSCIENTIZAO DO COMPORTAMENTO AGRESSIVO CHAMADO BULLYING ENTRE DISCENTES E TODOS OS FUNCIONRIOS DA EMEB-P PROF. JOS BARRETO COELHO
Compromisso de todos mudarem a maneira de tratar o prximo.
Ano: 2011/2012
Orientao:Sandra Capel Soares Pasqua
Coordenao:Maria Ignez Soares MontaniniMaria Rita de Cssia Casteli
1 APRESENTAOA escola EMEB-P Prof. Barreto Coelho, realiza um Projeto que visa diagnosticar e programar aes efetivas para a reduo do comportamento agressivo entre discentes e funcionrios no Municpio de Mococa, com objetivo de sensibilizar educadores, famlias e sociedade para a existncia do problema e suas conseqncias, buscando despert-los para o reconhecimento do direito de toda criana, adolescente e funcionrios a freqentar uma escola segura e solidria, capaz de gerar cidados conscientes do respeito pessoa humana e s suas diferenas.
2 - CONCEITUAO2.A - O que Bullying?O termo BULLYING compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivao evidente, adotadas por um ou mais discentes ou funcionrios contra outro(s), causando dor e angstia, e executadas dentro de uma relao desigual de poder. Portanto, os atos repetidos entre iguais (discentes e funcionrios) e o desequilbrio de poder so as caractersticas essenciais, que tornam possvel a intimidao da vtima.
Por no existir uma palavra na lngua portuguesa capaz de expressar todas as situaes de BULLYING possveis, o quadro, a seguir, relaciona algumas aes que podem estar presentes:
Colocar apelidosChutarEncarnarZoarPerseguirExcluirEmpurrarDominarSacanearOfender (atos e palavras)AssediarIgnorarHumilharIsolarAterrorizarAgredirRoubarBaterFazer sofrerGozarAmedrontarIntimidarQuebrar pertencesTiranizarDiscriminar
2.B - Tipos de bullyingO bullying, de acordo com Gabriel Chalita14, pode ser dividido de forma direta ou indireta. A forma direta utilizada com maior freqncia entre agressores meninos. E as atitudes mais usadas pelos bullies so os insultos, xingamentos, apelidos ofensivos por um perodo prolongado, comentrios racistas, agresses fsicas empurres, tapas, chutes roubo, extorso de dinheiro, estragar objetos dos colegas e obrigar a realizao de atividades servis.
A indireta, por sua vez, mais comum entre o sexo feminino, tendo como caractersticas atitudes que levam a vtima ao isolamento social, podendo acarretar maiores prejuzos, visto que pode gerar traumas irreversveis ao agredido. O bullying indireto compreende atitudes de difamaes, realizao.De fofocas e boatos cruis, intrigas, rumores degradantes sobre a vtima e seus familiares e atitudes de indiferena.
Importante salientar que quando se trata da forma indireta do bullying, os meios de comunicao tm grande relevncia como forma mais rpida de propagao de comentrios cruis e maliciosos sobre determinada pessoa pblica. Esse modo de intimidao, ora mencionado, chama-se de cyberbullying, pois se trata da utilizao dos meios de comunicao, tais como mensagens de correio eletrnico, blogs, torpedos, fotoblogs e sites de relacionamento. 15; desde que sejam annimos, para adoo de comportamentos produzidos de forma repetitiva, por um perodo prolongado de tempo, de um indivduo ou grupo contra uma mesma vtima, com a inteno de causar danos.
2.C - E onde o Bullying ocorre?O BULLYING um problema mundial, sendo encontrado em toda e qualquer escola e no convvio social, no estando restrito a nenhum tipo especfico de instituio: primria ou secundria, pblica ou privada, rural ou urbana. Pode-se afirmar que as escolas que no admitem a ocorrncia de BULLYING entre seus alunos, ou desconhecem o problema, ou se negam a enfrent-lo.
2.D - De que maneira os indivduos se envolvem com o Bullying?Seja qual for a atuao de cada individuo, algumas caractersticas podem ser destacadas, como relacionadas aos papeis que venham a representar:Alvos de Bullying - so os indivduos que s sofrem BULLYING;Alvos/autores de Bullying - so os alunos que ora sofrem, ora praticam BULLYING;Autores de Bullying - so os indivduos que s praticam BULLYING;Testemunhas de Bullying - so os indivduos que no sofrem nem praticam Bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre.
Os autores so, comumente, indivduos que tm pouca empatia. Freqentemente, pertencem a famlias desestruturadas, nas quais h pouco relacionamento afetivo entre seus membros. Seus pais exercem uma superviso pobre sobre eles, toleram e oferecem como modelo para solucionar conflitos o comportamento agressivo ou explosivo. Admite-se que os que praticam o BULLYING tm grande probabilidade de se tornarem adultos com comportamentos anti-sociais e/ou violentos, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes delinqentes ou criminosas.
Os alvos so pessoas ou grupos que so prejudicados ou que sofrem as conseqncias dos comportamentos de outros e que no dispem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. So, geralmente, pouco sociveis. Um forte sentimento de insegurana os impede de solicitar ajuda. So pessoas sem esperana quanto s possibilidades de se adequarem ao grupo. A baixa auto-estima agravada por intervenes crticas ou pela indiferena dos adultos sobre seu sofrimento. Alguns crem ser merecedores do que lhes imposto. Tm poucos amigos, so passivos, quietos e no reagem efetivamente aos atos de agressividade sofridos. Muitos passam a ter baixo desempenho escolar, resistem ou recusam-se a ir para a escola, chegando a simular doenas. Trocam de colgio com freqncia, ou abandonam os estudos. H jovens que estrema depresso acabam tentando ou cometendo o suicdio.
As testemunhas, representadas pela grande maioria dos indivduos, convivem com a violncia e se calam em razo do temor de se tornarem as "prximas vtimas". Apesar de no sofrerem as agresses diretamente, muitas delas podem se sentir incomodadas com o que vem e inseguras sobre o que fazer. Algumas reagem negativamente diante da violao de seu direito a aprender em um ambiente seguro, solidrio e sem temores. Tudo isso pode influenciar negativamente sobre sua capacidade de progredir acadmica e socialmente, (A omisso faz mal a todos!).
2.E - E o Bullying envolve muita gente?
A pesquisa mais extensa sobre BULLYING, realizada na Gr Bretanha, registra que 37% dos alunos do primeiro grau e 10% do segundo grau admitem ter sofrido BULLYING, pelo menos, uma vez por semana.
2.F - Quais so as conseqncias do Bullying sobre o ambiente escolar?Quando no h intervenes efetivas contra o BULLYING, o ambiente escolar torna-se totalmente contaminado. Todas as crianas, sem exceo, so afetadas negativamente, passando a experimentar sentimentos de ansiedade e medo. Alguns alunos, que testemunham as situaes de BULLYING, quando percebem que o comportamento agressivo no trs nenhuma conseqncia a quem o pratica, podero achar por bem adot-lo.
Merecem destaque algumas reflexes sobre isso:
Depois de muito sofrerem, esses alunos utilizaram a arma como instrumento de "superao do poder que os subjugava.
Seus alvos, em praticamente todos os casos, no eram os alunos que os agrediam ou intimidavam. Quando resolveram reagir, o fizeram contra todos da escola, pois todos teriam se omitido e ignorado seus sentimentos e sofrimento.
As medidas adotadas pela escola para o controle do BULLYING, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar, contribuiro positivamente para a formao de uma cultura de no violncia na sociedade.
2.G - Quais so as conseqncias possveis para os alvos?As crianas que sofrem BULLYING, dependendo de suas caractersticas Individuais e de suas relaes com os meios em que vivem, em especial as famlias, podero no superar, parcial ou totalmente, os traumas sofridos na escola. Podero crescer com sentimentos negativos, especialmente com baixa auto-estima, tornando-se adultos com srios problemas de relacionamento. Podero assumir, tambm, um comportamento agressivo. Mais tarde podero vir a sofrer ou a praticar o BULLYING no trabalho. Em casos extremos, alguns deles podero tentar ou a cometer suicdio.
2.H - E para os autores?Aqueles que praticam Bullying contra seu colega podero levar para a vida adulta o mesmo comportamento anti-social, adotando atitudes agressivas no seio familiar (violncia domstica) ou no ambiente de trabalho.Estudos realizados em diversos pases j sinalizam para a possibilidade de que autores de Bullying na poca da escola venham a se envolver, mais tarde, em atos de delinqncia ou criminosos.
2. I - E quanto s testemunhas?
As testemunhas tambm se vem afetadas por esse ambiente de tenso, tornando-se inseguras e temerosas de que possam vir a se tornar as prximas vtimas.
3 - ESTRATGIAS SUGERIDAS PELO PROGRAMA DE REDUO DO BULLYING NAS ESCOLAS
3. A - Quais so as estratgias mais adequadas para a reduo do Bullying nas escolas?
No existem solues simples para se combater o BULLYING. Trata-se de um problema complexo e de causas mltiplas. Portanto, cada escola deve desenvolver sua prpria estratgia para reduzi-lo.A escola deve agir precocemente contra o BULLYING. Quanto mais cedo o BULLYING cessar, melhor ser o resultado para todos os alunos. Intervir imediatamente, to logo seja identificado existncia de BULLYING na escola e manter ateno permanente sobre isso a estratgia ideal. A nica maneira de se combater o BULLYING atravs da cooperao de todos os envolvidos: professores, funcionrios, alunos e pais.
3.B - Quais so as etapas a serem cumpridas para se implantar um programa anti-Bullying?
Primeira etapa: PESQUISANDO A REALIDADEEste o primeiro passo a ser dado e resume-se na aplicao de um questionrio de pesquisa com a participao de todos os alunos da escola e funcionrios, antes de receberem qualquer tipo de informao sobre o BULLYING. Apenas um pequeno texto, apresentado no momento da aplicao, tenta situar os indivduos dentro de conceitos sobre os quais se deseja obter opinies.Os resultados dessa aplicao vo determinar a prevalncia, incidncia e conseqncias do BULLYING em cada escola. Seus dados caracterizam a percepo espontnea dos alunos sobre a existncia de BULLYING e seus sentimentos sobre isso.Nem mesmo os professores devem estar cientes sobre o tema. O questionrio deve ser aplicado simultaneamente em todas as turmas de um mesmo turno, evitando-se a troca de informaes nos corredores, ou a possvel intimidao de alguns alunos-alvos de Bullying.
Segunda etapa: EM BUSCA DE PARCERIAS
Uma vez analisados os resultados, todo o corpo docente deve ser informado e incentivado a discutir suas implicaes.
Terceira etapa: FORMANDO UM GRUPO DE TRABALHO
Esse grupo deve ser composto por representantes de todos os segmentos da comunidade escolar, incluindo professores, funcionrios, alunos e pais. Com base na realidade percebida por seus membros e com o auxlio dos dados da pesquisa, sero definidas coletivamente as aes a serem priorizadas e as tticas a serem adotadas.
Quarta etapa: OUVINDO OPINIES
As propostas definidas pelo Grupo de Trabalho podero ser submetidas a todos os alunos e funcionrios, permitindo-se que sejam dadas sugestes sobre os compromissos e aes que a comunidade escolar dever adotar para a preveno e o controle do BULLYING.
Quinta etapa: DEFININDO OS COMPROMISSOS
A definio da relao final dos compromissos e prioridades poder ser feita em assemblia geral contando com todos os alunos, professores e funcionrios ou, apenas, pelo Grupo de Trabalho.
Sexta etapa: DIVULGANDO O TEMA
Os compromissos e prioridades devero ser amplamente divulgados.Diversas cpias sero afixadas em vrios locais da escola.
Stima etapa: INFORMANDO AOS PAISOs pais sero informados sobre os objetivos do projeto por meio de carta ou utilizando-se espaos dentro de reunies organizadas pelas escolas.
4 - Aspectos legaisFaz-se notrio que a violncia e a agressividade entre aluno X aluno uma realidade no mbito escolar e cresce de forma veloz. Diante dessa situao, os indivduos podem se valer de mecanismos legais, como a Constituio Federal, Declarao Universal dos Direitos Humanos, o Cdigo Penal Brasileiro, o Estatuto da Criana e do Adolescente e o Cdigo de Defesa do Consumidor, para que seus direitos possam ser preservados.
Constituio federal
A Constituio Federal Brasileira32 elenca como um de seus objetivos fundamentais e que deve ser respeitado o seguinte, in verbis:
Art. 3, inc. IV, CF: promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao.
Prev ainda, os direitos e garantias fundamentais que devem ser resguardados a todos, in verbis:
Art. 5, caput, CF: Todos so iguais perante a lei, sem distino de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade, igualdade, segurana e propriedade,nos termos seguintes.
Art. 5, inc. III, CF: ningum ser submetido tortura nem a tratamento desumano ou degradante.
Art. 5, inc. X, CF: so inviolveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito indenizao pelo dano material ou moral decorrente de sua violao.
Art. 5, inc. XLI, CF: a lei punir qualquer discriminao atentatria dos direitos e liberdades fundamentais.
Por outro lado, tem-se a proteo do direito social, no que diz respeito Infncia, in verbis:
Art. 6, CF: So direitos sociais a educao, a sade, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia, a assistncia aos desamparados, na forma desta Constituio.
A mesma Constituio estabelece ainda algumas garantias essenciais em relao criana:
Art. 227, CF: dever da famlia, da sociedade e do Estado assegurar criana e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito vida, sade, alimentao, educao, ao lazer, profissionalizao, cultura, dignidade, ao respeito, . liberdade e convivncia familiar e comunitria, alm de coloc-los a salvo de toda forma de negligncia, discriminao, explorao, violncia, crueldade e opresso.
Declarao dos direitos humanosA Declarao dos Direitos Humanos33, por sua vez, adotada e proclamada pela resoluo 217 A (III) da Assemblia Geral das Naes Unidas desrespeitada quando a escola permite a existncia do bullying no ambiente escolar, ou seja, entre os alunos, uma vez que a mencionada Declarao prev em seu Prembulo que os direitos humanos sejam protegidos pelo Estado de Direito, para que o homem no seja compelido, como ltimo recurso, rebelio contra a tirania e a opresso.
Acrescenta-se, ademais, que em seus diversos artigos, a Declarao dos Direitos Humanos ratifica a garantia de tais direitos, como por exemplo, toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declarao, sem distino de qualquer espcie, seja de raa, cor, sexo, lngua, religio, opinio poltica ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condio (art. II).
Outra violao Declarao dos Direitos Humanos que pode ser mencionada ocorre quando h, por parte do agressor em relao vtima, espcies de humilhaes e agresses, fazendo com que a suposta vtima se sinta torturada diante de tal situao (art. V).
Cdigo penalO bullying pode estar associado a diversas causas e no se confunde com o ato praticado. O fenmeno ultrapassa os limites da percepo isolada da ao que pode receber um tratamento penal como o caso da leso corporal, da injria, do dano, que pode ser percebido no Cdigo Penal Brasileiro. 34
Leso Corporal Art. 129, CP: Ofender a integridade corporal ou a sade de outrem:Pena deteno, de trs meses a um ano.
Maus-tratos Art. 136, CP: Expor a perigo a vida ou a sade de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilncia, para fim de educao, ensino, tratamento ou custdia, quer privando-a de alimentao ou cuidados indispensveis, quer sujeitando o trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correo ou disciplina:
Pena deteno, de dois meses a um ano, ou multa.
1 - Se do fato resulta leso corporal de natureza grave:
Pena recluso, de um a quatro anos.
2 - Se resulta a morte:Pena recluso, de quatro a doze anos.
3 - Aumenta-se a pena de um tero, se o crime praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Includo pela Lei n. 8.069, de 1990).
Calnia Art. 138, CP: Caluniar algum, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:Pena deteno, de seis meses a dois anos, e multa.
1 - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputao, a propaga ou divulga.
2 - punvel a calnia contra os mortos.
Difamao Art. 139, CP: Difamar algum, imputando-lhe fato ofensivo sua reputao:
Pena deteno, de trs meses a um ano, e multa.
Injria Art. 140, CP: Injuriar algum, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena deteno, de um a seis meses, ou multa.
Constrangimento ilegal Art. 146, CP: Constranger algum, mediante violncia ou grave ameaa, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistncia, a no fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela no manda:
Pena deteno, de trs meses a um ano, ou multa.
Ameaa Art. 147, CP: Ameaar algum, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simblico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena deteno, de um a seis meses, ou multa.Pargrafo nico Somente se procede mediante representao.Dano Art. 163, CP: Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:Pena deteno, de um a seis meses, ou multa.
Estatuto da criana e do adolescentePor outro lado, o Estatuto da Criana e do Adolescente35 tem por finalidade proteger integralmente os direitos da criana e do adolescente, alm de ser um manual de medidas scio-educativas, visto que pode ser usado como um guia de orientao para que tais direitos sejam resguardados e devidamente seguidos, como sero abordados a seguir:
Art. 15, ECA: A criana e o adolescente tm direito liberdade, ao respeito e dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituio e nas leis.
Art. 16, ECA: O direito liberdade compreende os seguintes aspectos:
V participar da vida familiar e comunitria, sem discriminao;
Art. 17, ECA: O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade fsica, psquica e moral da criana e do adolescente, abrangendo a preservao da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenas, dos espaos e objetos pessoais.
Art. 18, ECA: dever de todos velar pela dignidade da criana e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatrio ou constrangedor.
Art. 232, ECA: Submeter criana ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilncia a vexame ou a constrangimento:Pena deteno de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.
Art. 245, ECA: Deixar o mdico, professor ou responsvel por estabelecimento de ateno sade e de ensino fundamental, pr-escola ou creche, de comunicar autoridade competente os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmao de maus-tratos contra criana ou adolescente:
Pena multa de 3 (trs) a 20 (vinte) salrios de referncia, aplicando-se o dobro em caso de reincidncia.
Cdigo de defesa do consumidor luz do Cdigo de Defesa do Consumidor36, a escola, como prestadora de servios, responsvel pelos atos de violncia que ocorrem contra os alunos dentro do estabelecimento de ensino, uma vez que ela deve zelar pelo bem-estar e segurana das crianas.A partir do momento que uma escola particular recebe um estudante, ela torna-se responsvel pela preservao da integridade fsica e psquica do aluno, independentemente de culpa ou no, visto que a responsabilidade neste caso objetiva, assim, ela ir responder pelos danos causados, ou seja, as agresses cometidas, como podem perceber no artigo, in verbis:Art. 14 do CDC: O fornecedor de servios responde, independentemente da existncia de culpa, pela reparao dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos prestao dos servios, bem como por informaes insuficientes ou inadequadas sobre sua fruio e riscos.
Consideraes finaisEm um primeiro momento, buscamos evidenciar com maior clareza o conceito do termo bullying, para que assim se tivesse a certeza de distingui-lo das brincadeiras de crianas, como vista por alguns professores e pais, reafirmando que a conduta bullying seriam todas as atitudes agressivas, intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivao evidente, de um indivduo mais forte para com um que no apresenta meios de defesa.Posteriormente, trataram-se da evoluo histrica, tipos de bullying, os protagonistas, a identificao dos envolvidos, as caractersticas, as causas e as possveis consequncias do fenmeno em questo. Viram-se tambm os dispositivos legais de que as vtimas podem se valer diante das agresses e violncia que, por ventura, possam estar sofrendo.Observa-se que a escola, ao invs de ser vista como um local de aprendizagem e das primeiras interaes com o outro, tem sido palco para desenrol-lo da violncia, gerando, muitas vezes, graves consequncias no mbito emocional, psquico e comportamental das crianas. Pode-se dizer ainda que, a no superao dos traumas obtidos em decorrncia dos atos de violncia pode gerar diversos resultados, tais como, baixa auto-estima, dificuldades de relacionamento e auto-expresso, dficit de concentrao e de aprendizagem e reprovao.
Todos os envolvidos - agressores, vtimas e espectadores - na prtica do bullying sofrem diante dessa situao. Por um lado, o agressor pode se valer dessa atitude agressiva para descontar no outro o que est vivendo em casa ou at mesmo por no ter a ateno e carinho que gostaria de receber dos seus genitores. A vtima, na maioria das vezes, sofre em silncio, por medo de demonstrar covardia perante os outros amigos ou por temer represlia. E por ltimo, os espectadores no se manifestam, por medo de serem as prximas vtimas.
Diante dessa situao, podemos visualizar que todos sofrem, entretanto de formas diferentes, sem que a escola ou a famlia lhe dem o apoio necessrio. Percebe-se que h um descaso em relao s agresses que tem ocorrido no ambiente escolar e, isso pode criar, no futuro, indivduos, inseguros, apticos, sem poder de deciso.
Outro aspecto importante que foi explanado e corroborado no transcorrer do presente artigo, a parceria da escola juntamente com os pais, uma vez que a famlia impulsionadora, atravs da educao que transmite para os filhos, das atitudes agressivas dos mesmos, quer seja porque so criados em um ambiente super protetor ou em um ambiente autoritrio, fazendo com que os filhos agressores, sejam considerados como vtimas tambm, pois apenas estariam refletindo em outras crianas as situaes vivenciadas em seus lares.
Vale mencionar que, a escola deve propiciar aos alunos um ambiente seguro, sadio e saudvel, onde o mesmo possa desenvolver suas habilidades intelectuais de forma prazerosa e eficaz. A escola, em consonncia com as individualidades e histrico familiar de cada aluno, deve estar atenta para a adoo de estratgias mais adequadas em relao ao combate ou preveno da prtica da violncia em seu espao fsico. Caso contrrio, os alunos, desde a mais tenra idade, carregaro marcas irreversveis provocadas pelas humilhaes, rejeies gozaes, perseguies a que foram submetidas em um dado momento de suas vidas.
Assim, para que a escola seja vista como um ambiente em que a violncia ocorra em pequenas propores deve-se ensinar as crianas a lidarem com suas emoes, para que assim propaguem comportamentos anti-violentos, ou seja, propagadores da paz.
Por fim, este artigo deixa como legado para a experincia dos pesquisadores e como motivao para outros estudos, a percepo de que a violncia nas escolas independe de classe social, cor, sexo ou religio. Em uma sociedade complexa como a atual, em que os valores ficam meio turvos e as referncias para os jovens ficam difusas, a violncia uma das formas que a juventude tem para descarregar suas frustraes. Nesse contexto, necessrio que pais, professores e todos os profissionais responsveis pela formao das crianas e jovens, bem como o Estado, estejam preparados para lidar com os conflitos e atuem em conjunto para minimiz-los. Para isso, necessrio que cada um cumpra, com responsabilidade, o seu papel.
Temas dessa natureza, ento, devem ser colocados em debate com frequncia, para que se construa uma massa crtica que conduza a reflexes srias sobre a importncia do acolhimento das crianas e jovens no meio social.
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