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Projeto interdisciplinar do primeiro semestre de Negócios da Moda em São Paulo, na Anhembi Morumbi, ano de 2007.
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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
Desconstrução e Construção de uma peça de vestuário Retro baseado nos anos 60 primavera/verão 2008
São Paulo 2007
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Danielle Paiva Laís Barbosa
Paola Trebbi Dietzold Rosendo Miguel Marvulo Martins
Thaís Vaz
Desconstrução e Construção de uma peça de vestuário Retro baseado nos anos 60 primavera/verão 2008
Trabalho Interdisciplinar de Conclusão do primeiro semestre apresentado como exigência parcial para a obtenção de título de Graduação do Curso de Negócios da Moda na Universidade Anhembi Morumbi.
Abril 2007
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Sumário
1. Nota Explicativa ................................................................................... 4 2. Problemática 3. Hipóteses 4. Tema
5.Retrô ....................................................................................................... 5 5.1 Releitura ...............................................................................................6 6. Anos 60
Glossário Bibliografia / Webgrafia
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1. Nota Explicativa Ao falar do subtema retro, foi necessário selecionarmos uma década para nos
aprofundarmos nela, portanto dentre as influencias para a coleção verão de
2008 escolhemos a década de 60 para atuarmos, não só pelos aspectos do
vestuário, mas também pelo comportamento social relacionando a década de
60 e os tempos atuais. Tais como a liberdade de expressão do jovem e da
mulher, a força da mídia sobre a sociedade.
2. Problemática A míni-ssaia foi símbolo da revolução feminina da década de 60 e continua
sintetizando o comportamento liberal das mulheres de hoje?
3. Hipóteses A míni-ssaia foi uma revolução de liberdade corporal. Chegaram a ser
encurtadas até trinta centímetros, dando liberdade de movimento e
simbolizando uma mudança no comportamento feminino.
4. Tema (Des) Construir – (Re) Construir Ao separar trechos de um texto, vemos uma desconstrução. Um olhar
diferente, de vários ângulos sobre um aspecto. A reconstrução seria ver o que
o autor pesquisou, suas inspirações, vendo o texto como um todo,
entendendo-o.
Todo e qualquer texto, à primeira vista, passará a idéia de algo concreto, a
desconstrução atua nesta idéia, pois o autor se prende às regras de linguagem.
Porém, se analisarmos isoladamente as partes, ou parágrafos, do texto,
conseguiremos outras possibilidades de interpretação e compreensão, pois as
idéias serão livres, não havendo um todo que as prendam, fluirão livremente,
para que o sentido final tenha várias hipóteses e quem sabe, assim, se
aproximando da real intenção do autor ao redigir o texto.
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A moda originalmente usada nos anos 60 tinha como características próprias,
que por acaso, são as tendências de nossos dias atuais. Todas essas
características de um modo geral, foram desconstruídas, para serem
reconstruídas aplicando-as em nossa realidade, com as idéias fundamentais
dos anos 60, mas com atualizações necessárias à nossa época.
Ou seja, os anos 60 foram desconstruídos para que somente seus princípios
fundamentais fossem usados atualmente, para que não haja um “retrocesso”,
apenas uma “reconstrução” (Edgard, Sedgwick, 2003).
5. Retrô Ao falar de Retrô, antes, é necessário saber seu significado, pois seu conceito
é bastante abrangente. Callan, denomina retrô como uma
Palavra usada para descrever roupas de épocas anteriores, no
mínimo vinte anos passados. Muitos estilistas apresentam trajes
retrô em suas coleções. Essas roupas, embora tenham uma
proposta reformista, são revividos para funcionar com o visual do
momento nos anos 90, calças bocas- de- sinos e crochês, duas
idéias características dos anos 60, reapareceram nas coleções, mais
de forma sofisticada e na corrente em voga. (CALLAN, 2002)
Já Caldas diz que o Retrô “compreende o conjunto de criações da Alta Costura,
e também as modas que a precederam. São roupas que pertencem a uma
época e, por isso, são facilmente localizáveis no tempo.” (CALDAS, 1999)
Entendemos então que Retrô é uma “inspiração do passado”, focalizado em
uma certa época.
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5.1 Releitura
“A releitura ou recriação implica em criar novamente partindo de um
pressuposto já existente”. Trata-se, portanto de “uma reelaboração
ou mudança com interferência significativa em relação ao original”.
O processo de releitura parte-se, sempre, de uma referência, “de
uma obra preexistente, em que o autor que a relê mantém um
vínculo com ela” (MOURA,p.79, 1996).
De acordo com a citação de Moura, podemos considerar a releitura da moda
como uma reciclagem da época, trazendo em seus detalhes do vestuário
vestígios de uma memória na própria roupa, mas sem ignorar as mudanças
que ocorreram e as tendências atuais.
6. Anos 60
Antes de falar da moda nos anos 60, é necessário, primeiramente falar sobre a
própria moda.
A moda é um fenômeno complexo, que faz funcionar uma das mais antigas e
poderosas indústrias da nossa civilização, que faz com que a roupa seja vista
como portadora de mensagens, que falam sobre a pessoa que a veste e sobre
a sociedade que a produziu. É necessário reavaliar a diferença entre, a moda
enquanto mudanças no vestir, e as diversas modas, entendidas como padrões
estéticos e de comportamento de uma sociedade.
A “Moda é a mudança obrigatória do gosto.”, disse Simmel, de uma maneira da
qual podemos entender como a constante substituição do velho pelo novo,
definindo a moda como “o império efêmero”(Lipovetsky, 1987).
A moda consumada vive de paradoxos: sua inconsciência favorece a
consciência; suas loucuras, o espírito de tolerância; seu mimetismo,
o individualismo; sua frivolidade, o respeito pelos direitos do homem.
No filme acelerado da história moderna, começa-se a verificar que,
dentre todos os roteiros, o da Moda é o menos pior.
(Lipovetsky, 1987)
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Nos anos 60, a moda deixa de ser conservadora e passa a ser, mais do que
nunca, uma forma de expressão.
Nos anos 60, pela primeira vez, a moda focaliza os jovens, ampliando a massa
consumidora. Estes foram os anos "do último grito da moda" - o início da
escravidão de garotas com as novidades da moda. Correm nas lojas todo mês
para atualizar o look.
Conscientes desse novo mercado consumidor e de sua voracidade, as
empresas criaram produtos específicos para os jovens, que, pela primeira vez,
tiveram sua própria moda, não mais derivada dos mais velhos. Aliás, a moda
era não seguir a moda, o que representava claramente um sinal de liberdade, o
grande desejo da juventude da época.
A esse conjunto de manifestações que surgiram em diversos países deu-se o
nome de contracultura. Uma busca por um outro tipo de vida, underground, à
margem do sistema oficial. Faziam parte desse novo comportamento, cabelos
longos, roupas coloridas, misticismo oriental, música e drogas. Os jovens
vestiam jeans bordados de flores, pantalonas tipo "Oxford" e saias longas e
vaporosas até o chão.
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Os criadores
Courrèges utilizava materiais jamais utilizados no meio da moda, como tecidos
sintéticos em coloridos primários, branco ótico e cores. Enquanto Mary Quanto
transformava vestidos em míni vestidos em 1966, Courrèges cria uma nova
coleção, da qual parecia ter sido feita por um geômetra.
O modernismo da “safra” de 1960 se deve principalmente a uma
nova concepção de “distinção”. A geração mais nova deixava de
considerar o chique sofisticado como valor supremo, mas continua
valorizando a distinção já modernizada. (RICARD, 1989)
O vestido tubinho, de Pierre Cardin, torna-se micro vestido com bolsos e com
formas geométricas coloridas, a roupa dos pescadores se transforma em capa
de chuva, os trajes-marinheiro em duffle-coats, dando um ar mais moderno à
alta costura.
Já Paco Rabanne, cria de maneira provocante, em 1965, o primeiro vestido de
plástico. Em 1967, usa couro, papel e non-tissé para produzir um cota de
malha inteiramente transparente.
...os novos interlocutores ganham espaço na produção do mundo
fashion. Misturando-se as estéticas da alta, média e baixa costura,
contribuindo para este fato, a importância da dissemação do prêt-à-
porter, da revolução feminina e da dos jovens. A alta costura começa
a dialogar com a rua e a moda entra definitivamente no universo
cultural, enquanto lugar onde a produção de sentido ganha espaço.
A moda torna-se atitude de comportamento. (VILLAÇA, 2006)
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Glossário
Baby Boom (ingl.): fenômeno do período pós-guerra (anos 40 e 50),
caracterizado pelo aumento da taxa de natalidade nos países industrializados.
(Caldas, 1999)
Duffle-coats: casaco, com ou sem capuz, usado durante a Segunda Guerra
Mundial pelos homens da Marinha britânica. De comprimento no quadril ou
pelo joelho, era feito de lã pesada e abotoado com pinos em forma de
varetinhas que passavam através de alças de couro ou corda. Excedentes
desses casacos foram vendidos ao público depois da guerra, tornando-se
populares como agasalho de inverno para homens e mulheres. (VINCENT-
RICARD, 1996)
Linha Trapézio: evolução da linha “A”, proposta por Dior em 1955, muito
difundida nos anos 60. (Caldas, 1999)
Referências Bibliográficas
BRAGA, João. História da Moda. , Anhembi Morumbi, 2005.
CALDAS, Dario – Universo da Moda. , Anhembi Morumbi, 1999.
CALLAN, Georgina O’ Hara- Enciclopédia da moda, 2002.
Companhia das Letras, páginas 267 e 268.
CATELLANI, Regina Maria.- Dicionário da Moda A-Z, 2002.
EDGARD, A ; SEDGWICK, P – Teoria Cultural de A a Z. Conceitos-Chave para
entender o mundo contemporâneo, Contexto, 2003.
Editora Anhembi Morumbi-Paginás 79 e 80.
LEHNERT, Gertrud – História da Moda Século XX, 2001.
LIPOVETSKY, Gilles – O Império do Efêmero, 1987.
MOUTINHO, Maria Rita - A moda no Século XX, 2003.
SEELING, Charlotte – MODA: O Século dos Estilistas, 2000.
VILLACA, Nizia – Plugados na Moda, 2006.
VINCENT-RICARD, Françoise – As Espirais da Moda, 1996.
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Webgrafia
http://almanaque.folha.uol.com.br/anos60 http://www.arqnet.pt/portal/biografias/warhol http://gonline.uol.com.br/site/arquivos/estatico/gnews_estilo http://informefashionbrasil.terra.com.br/arquivos/quant http://informefashionbrasil.terra.com.br/arquivos/quant http://www.jornalcontexto.com.br/mulheres http://www.uol.com.br/modabrasil (Diana Galvão : sub-editora.)