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_________________________________________________________________________________________ PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012 EMEB GRACILIANO RAMOS PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DEPARTAMENTO DE AÇÕES EDUCACIONAIS SEÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012 EMEB “GRACILIANO RAMOS” “A construção de uma pedagogia especialmente voltada para a primeira etapa da educação básica, aponta para alguns momentos nos quais muitas lacunas são percebidas entre o velho e o novo, o que sempre fizemos e o que estamos aprendendo ou temos que aprender a fazer para produzir diferente.” (Maria Aparecida Gobbi)

Projeto Político Pedagógico da EMEB Graciliano Ramos 2012

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Page 1: Projeto Político Pedagógico da EMEB Graciliano Ramos 2012

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO BERNARDO DO CAMPO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE AÇÕES EDUCACIONAIS

SEÇÃO DE EDUCAÇÃO INFANTIL

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB “GRACILIANO RAMOS”

“A construção de uma pedagogia especialmente voltada para a primeira

etapa da educação básica, aponta para alguns momentos nos quais

muitas lacunas são percebidas entre o velho e o novo, o que sempre

fizemos e o que estamos aprendendo ou temos que aprender a fazer para

produzir diferente.”

(Maria Aparecida Gobbi)

Page 2: Projeto Político Pedagógico da EMEB Graciliano Ramos 2012

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

SUMÁRIO

I. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR .......................................... 5

1. QUADRO DE IDENTIFICAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS ............................ 6

2. QUADRO DE ORGANIZAÇÃO DE MODALIDADES ............................... 8

II. CARACTERIZAÇÃO E PLANO DE AÇÃO PARA OS SEGMENTOS DE

ATUAÇÃO DA ESCOLA .......................................................................... 9

1. CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA ............................................................... 9

1.1. ESCOLA – TERRITÓRIO DA INFÂNCIA .................................... 12

1.2. ALUNO – CRIANÇA/INFÂNCIA ............................................... 13

1.3. COMUNIDADE – COMO ENTENDEMOS O TRABALHO COM AS

FAMÍLIAS .......................................................................................... 16

1.4. PROFESSORES – EDUCADORES E SEUS PAPÉIS

DIFERENCIADOS ................................................................................ 18

1.5. EQUIPE GESTORA – A GESTÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ....... 20

1.6. O CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................ 22

1.7. PERÍODO INTEGRAL – POSSIBILIDADES E DESAFIOS ........... 26

1.7.1. INFANTIL II – CRIANÇAS ENTRE 2 E 3 ANOS................... 26

1.8. SEMI – MANHÃ E TARDE ........................................................ 30

1.8.1. A CRIANÇA ENTRE 3 E 6 ANOS ......................................... 30

2. INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS EDUCATIVOS ............................... 33

2.1. PRINCÍPIO – DIVERSIDADE E SINGULARIDADE .................... 35

2.2. PRINCÍPIO – SUSTENTABILIDADE, DEMOCRACIA E

PARTICIPAÇÃO .................................................................................. 37

2.3. INDISSOCIABILIDADE ENTRE EDUCAR E CUIDAR .................. 39

2.4. PRINCÍPIO – LUDICIDADE E BRINCADEIRA .......................... 40

2.5. PRINCÍPIO – ESTÉTICO COMO EXPERIÊNCIA INDIVIDUAL

E COLETIVA ....................................................................................... 43

3. CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE ............................................. 46

3.1. RECURSOS DA COMUNIDADE ................................................. 48

4. COMUNIDADE ESCOLAR ................................................................. 50

4.1. CARACTERIZAÇÃO ................................................................. 50

Page 3: Projeto Político Pedagógico da EMEB Graciliano Ramos 2012

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

5. CONSELHO DE ESCOLA ................................................................... 53

5.1. CARACTERIZAÇÃO ................................................................. 53

5.2. OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO DE ESCOLA ......... 54

5.3. QUADRO DO CONSELHO DE ESCOLA ...................................... 55

6. ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES ................................................. 55

6.1. CARACTERIZAÇÃO DA APM .................................................... 55

6.2. OBJETIVOS GERAIS DA APM .................................................. 56

6.3. COMPOSIÇÃO DO QUADRO DA APM ....................................... 57

6.4. AVALIAÇÃO ............................................................................ 57

7. PLANO DE AÇÃO COM AS FAMÍLIAS ............................................... 58

7.1. ORGANIZAÇÃO DOS EVENTOS COM A COMUNIDADE .............. 61

8. EQUIPE ESCOLAR ........................................................................... 64

8.1. PROFESSORES ....................................................................... 64

8.1.1. CARACTERIZAÇÃO ........................................................... 64

8.2. FUNCIONÁRIOS ..................................................................... 65

8.2.1. CARACTERIZAÇÃO ........................................................... 65

9. PLANO DE FORMAÇÃO DOS EDUCADORES, QUALIDADE NA

EDUCAÇÃO INFANTIL ........................................................................ 67

10. PLANO DE FORMAÇÃO DOS EDUCADORES .................................... 74

10.1. PROJETO “APRENDIZES DA NOSSA BRASILIDADE” ............. 74

11. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO ............................... 81

12. LEVANTAMENTO DOS OBJETIVOS E CONTEÚDOS POR ÁREA DE

CONHECIMENTO ................................................................................ 84

12.1. ÁREA: LINGUA PORTUGUESA ............................................... 84

12.1.1. CONTEÚDO: ESCRITA ..................................................... 84

12.1.2. CONTEÚDO: ORALIDADE ................................................ 87

12.2. ÁREA: MATEMÁTICA ............................................................. 90

12.3. ÁREA: CORPO E MOVIMENTO ............................................... 95

12.3. ÁREA: CORPO E MOVIMENTO ............................................... 95

12.3.1. O BRINCAR .................................................................... 99

12.4. ÁREA: CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................ 104

12.5. ÁREA: ARTES ..................................................................... 109

Page 4: Projeto Político Pedagógico da EMEB Graciliano Ramos 2012

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

12.5.1. CONTEÚDO: ARTES VISUAIS ........................................ 109

12.5.2. ÁREA: MÚSICA ............................................................. 112

13. ROTINA ..................................................................................... 114

13.1. PERÍODO DE ADAPTAÇÃO .................................................. 114

13.2. ENTRADA E SAÍDA DOS ALUNOS ........................................ 116

13.3. ROTINA DA EQUIPE GESTORA ............................................ 117

13.3.1. DIRETORA ................................................................... 117

13.3.2. PROFESSORA DE APOIO À DIREÇÃO ............................ 118

13.3.2. COORDENADOR PEDAGÓGICO ..................................... 119

13.4. ROTINA DOS PROFESSORES .............................................. 121

13.4.1. ORGANIZAÇÃO DOS MOMENTOS DE HTPC ................... 121

13.4.2. TEMPOS E ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM ..................... 123

13.4.2.1. BIBLIOTECA .......................................................... 123

13.4.1.2. PARQUE E PRAÇA .................................................. 125

13.4.1.3. ATELIÊ .................................................................. 127

13.4.1.4. QUADRA ................................................................ 129

13.4.1.5. REFEITÓRIO – SELF-SERVICE ................................ 131

13.4.1.6. ATIVIDADE DIVERSIFICADA ................................. 134

13.4.1.7. RODA DE CONVERSA ............................................. 137

13.4.1.8. HORA DA HISTÓRIA .............................................. 139

14. ATIVIDADE EXTRACLASSE E ESTUDO DO MEIO .......................... 141

15. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS ....................... 142

15.1. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ................................ 144

16. ACOMPANHAMENTO DOS INSTRUMENTOS METODOLÓGICOS .... 145

V. ANEXOS ....................................................................................... 147

1. HISTÓRICO DA ESCOLA ............................................................... 147

1.1. NOSSO PATRONO ................................................................. 148

1.2. DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA .................. 150

1.3. MATERIAIS PEDAGÓGICOS E EQUIPAMENTOS ..................... 151

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................ 152

CALENDÁRIO ESCOLAR – EDUCAÇÃO BÁSICA - 2012 ....................... 154

Page 5: Projeto Político Pedagógico da EMEB Graciliano Ramos 2012

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

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I. IDENTIFICAÇÃO DA UNIDADE ESCOLAR

EMEB Graciliano Ramos

Rua João D’Ângelo, 71 – Riacho Grande

São Bernardo do Campo – SP – CEP 09830-350

Telefones: 4354-9917/ 4101-6090/ 4354-0804

Email: [email protected]

Blog: blogdogracilianoramos.blogspot.com

Código CIE: 050805

Equipe Gestora

Diretora: Elenir Fagundes Santos Freitas

PRD: Filomena Cabral Pais Jasiulonis

PAD: Tatiana Moreira Barbosa

Coordenador Pedagógico: Francisco de Assis Fagundes de Oliveira

Orientadora Pedagógica: Sandra Regina Brito de Macedo

Modalidades de ensino

Infantil II – 01 Turma

Infantil III – 03 Turmas

Infantil IV – 04 Turmas

Infantil V – 05 Turmas

SEMI – 02 Turmas

Horário de funcionamento da escola

Manhã: das 07h30m às 11h30m

Tarde: das 13h00m às 17h00m

Obs.: são observados 10 minutos de tolerância para os atrasos na

entrada e na saída das crianças.

Page 6: Projeto Político Pedagógico da EMEB Graciliano Ramos 2012

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

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Período Integral

Temos duas turmas de período integral divididas em dois horários.

Semi A – das 07h00m às 17h00m

Semi B – das 07h30m às 17h30m

Infantil II

Nossa turma do infantil II possui o seguinte horário:

Entrada: a partir das 07h00m até as 08h00m

Saída: a partir das 17h00m até as 18h00m

Horário de atendimento da secretaria

07h00m às 18h00m

1. QUADRO DE IDENTIFICAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS

Nome Matrícula Cargo/

Função

Horário de trabalho

Período de férias

Aldinete Nogueira Matos 19.840-4 Aux. Limpeza 08h15m – 18h00m Março

Andrea Gois Koslosky 34.850-0 Prof. Ed. Básica

Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro

Alexandre Barasino 37.590-9 Aux. Educação 08h00m – 17h00m Janeiro

Cleide Lima Rosa 36.039-6 Prof. Ed. Básica

Infantil 07h00m – 15h00m Janeiro

Cristiane Moro 35.549-0 Prof. Ed. Básica

Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro

Débora Renata Nunes

Lourenção 32.858-8

Prof. Ed. Básica Infantil

07h30m – 11h30m Janeiro

Dina Aparecida Pereira

Perone 60.777-8 Aux. Limpeza 09h00m – 18h00m Novembro

Ederli Soares Ferreira 35.158-5 Prof. Ed.

Básica Infantil 07h30m – 11h30m Janeiro

Elena Marson Favero 20.210-2 Prof. Ed. Básica

Infantil 07h30m – 11h30m Janeiro

Eliane Correia da Silva 37.798-5 Prof. Ed.

Básica Infantil

2ª, 4ª e 6ª

11h30m – 17h30m

3ª e 6ª

08h00m – 17h30m

Janeiro

Eliane Pereira Mendes 35.472-9 Prof. Ed. Básica

Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro

Page 7: Projeto Político Pedagógico da EMEB Graciliano Ramos 2012

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

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Fernanda Soares Gonçalves 38.196-6 Prof. Ed.

Básica infantil 10h00m – 18h00m Janeiro

Fernanda Feliciano Andrade 32.533-6 Prof. Ed. Básica

Infantil 07h30m – 11h30m Janeiro

Filomena Cabral Pais

Jasiulonis 9.499-5 PRD 07h00m – 16h30m Janeiro

Francisca Maria Oliveira Felix 33.633-5 Prof. Ed. Básica

Infantil 07h30m – 11h30m Janeiro

Francisco de Assis Fagundes 35.112-9 Coordenador pedagógico

07h00m – 17h00m Janeiro

Isabel Cristina de Souza 35.190-9 Prof. Ed. Básica

Infantil

2ª, 4ª e 6ª

07h00m – 13h00m

3ª e 5ª

07h00m – 16h30m

Janeiro

Leia Chaves Alves - Cozinheira 07h00m – 16h48m Janeiro

Ligia Melo Morita 35.568-6 Prof. Subst. Ed. Básica Infantil

13h00m – 17h00m Janeiro

Márcia Lima Santos - Aux. Cozinha 07h00m – 16h48m Janeiro

Maria Isabel de Farias Leal 27.689-8 Prof. Ed. Básica

Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro

Maria Iraneide Silva 35.555-5 Prof. Ed.

Básica Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro

Neli Marques da Silva 34.580-3 Aux. Educação 08h00m – 17h00m Janeiro

Patrícia Fusari Stella 61.439-1 Prof. Subst. Ed.

Básica Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro

Paula Ishikawa 35.554-7 Prof. Ed. Básica

Infantil 13h00m – 17h00m Janeiro

Rafaella Simões Demai 38.397-6 Prof. Ed. Básica

Infantil 07h30m – 17h00m Janeiro

Rosemary Amador - Aux. Cozinha 06h30m – 15h00m Janeiro

Rosilene de Andrade - Aux. Cozinha 07h00m – 16h48m Janeiro

Sandra de Jesus Alves 60.016-6 Aux. Limpeza 08h15m – 18h00m Janeiro

Silvia Helena Morais Dias 19.661-4 Aux. Limpeza 06h30m – 16h15m Janeiro

Tatiana Moreira Barbosa 28.824-1 PAD 09h00m – 18h00m Janeiro

Terezinha de Sousa Martins 60.146-3 Aux. Limpeza 06h10m – 15h42m Janeiro

Wellington Oliveira Buosi 35.898-5 Aux. Educação 07h30m – 17h00m Janeiro

Wilton Fujinaga Takeda 32.938-0 Oficial de escola 08h30m – 17h30m A combinar

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

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2. QUADRO DE ORGANIZAÇÃO DE MODALIDADES

Período Agrupamento/

Ano Turma Professora(s)

Total de

alunos por

turma

Total de

alunos por

período

Integral Infantil II A Cleide/

Fernanda 19 19

Manhã

Semi A Isabel 25

146

Infantil III A Francisca 23

Infantil IV A Debora 24

Infantil IV B Ederli 24

Infantil V A Maria Isabel 17

Infantil V B Elena 17

Infantil V C Fernanda 16

Tarde

Semi B Eliane 26

185

Infantil III B Andrea 27

Infantil III C Maria Iraneide 25

Infantil IV C Paula 30

Infantil IV D Ligia 28

Infantil V D Cristiane 26

Infantil V E Eliane 23

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

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II. CARACTERIZAÇÃO E PLANO DE AÇÃO PARA OS

SEGMENTOS DE ATUAÇÃO DA ESCOLA

1. CONCEPÇÃO PEDAGÓGICA

Nossa concepção de Desenvolvimento e de Aprendizagem está

baseada nos teóricos que defenderam a concepção dialética, na qual o

sujeito modifica o mundo e é modificado por este. Concordamos com eles

quando afirmam:

“Conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo,

apreendendo os mecanismos dessa transformação

vinculados com as ações transformadoras. Conhecer é,

pois, assimilar o real às estruturas de transformações,

e são as estruturas elaboradas pela inteligência

enquanto prolongamento direto da ação.” (Piaget)

“Ao conseguir conhecer alguma coisa, o aprendiz

transforma o real, o mundo, e a si mesmo.” (Piaget)

“O aprendizado é o que possibilita o despertar de

processos internos de desenvolvimento que, não fosse

o contato do indivíduo com certo ambiente cultural, não

ocorreriam.” (Vygotsky)

“A estrutura fisiológica humana, aquilo que é inato, não

é suficiente para produzir o indivíduo humano, na

ausência do ambiente social. As características

individuais (modo de agir, de pensar, de sentir, valores,

conhecimentos, visão de mundo, etc.) depende da

interação do ser humano com o meio físico e social.”

(Vygotsky)

Um ponto de reflexão

“A escola dos pequeninos em de ser um ambiente livre,

onde o princípio pedagógico deve ser o respeito à

liberdade e à criatividade das crianças. Nela, os

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

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pequeninos devem poder se locomover, ter atividades

criativas que permitam sua auto suficiência, e a

desobediência e a agressividade não devem ser

coibidas e, sim, orientadas, por serem condições

necessárias ao sucesso das pessoas.” (Antônio Márcio

Junqueira)

Nosso objetivo é apresentar um panorama geral quanto a varias

concepções, e configurar as tendências que tem prevalecido

pedagogicamente, assim conceituaremos: escola; infância; comunidade;

professores, equipe gestora e currículo, entendendo que todas essas

concepções relacionam-se, porém trataremos dividindo por assuntos.

Entendemos que a organização do trabalho pedagógico na Educação

Infantil deve ser orientada pelo princípio básico de procurar proporcionar,

à criança, o desenvolvimento da autonomia, isto é, a capacidade de

apropriarem-se das regras construídas historicamente pela sociedade,

construir as suas próprias regras e ações, que sejam flexíveis e possam

ser negociadas com outras pessoas, sejam eles adultos ou crianças.

Obviamente, esta construção não se esgota no período do 0 aos 5 anos de

idade, devido às próprias características do desenvolvimento infantil. Mas

tal construção necessita ser iniciada na Educação Infantil.

Pensamos a educação das crianças pequenas, como um processo

relevante em uma sociedade contemporânea, pois de um lado vivemos

uma confusa identidade da escola e, de outro, uma busca pela

compreensão e pela proposição de formas, espaços e processos

educacionais que procuram uma educação sem escolarização.

Salientamos que a ênfase na Educação não deve estar colocada em

como se ensina, na transmissão de conhecimentos culturalmente

produzidos, concordamos com Freire quando disse “Desta maneira, a

educação se torna um ato de depositar, em que os educandos são os

depositários e o educador o depositante” (1987. pg. 58).

A aprendizagem e o desenvolvimento das crianças e jovens já não

se dão como outrora, o conhecimento está por toda parte, em lugares

diferentes e espaços distintos, há tempos o livro didático já não é mais o

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

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único recurso pedagógico de trabalho do professor. Acreditamos na

concepção de desenvolvimento interacionista, que considera os aspectos

biológicos e sociais importantes, ambos interferindo e contribuindo para o

desenvolvimento do sujeito. Nesta perspectiva, o sujeito interfere, atua,

modifica o ambiente e é por ele modificado. Esta concepção

desenvolvimentista entende a aquisição de conhecimento como uma

construção permanente, isto é, o sujeito nem nasce pronto, como

acreditava a concepção inatista, nem é passivo diante do meio, como

acreditava a concepção ambientalista.

Portanto, nossa concepção de aprendizagem é a construtivista,

definida por Solé e Coll 2003 “o construtivismo é um conjunto articulado

de princípios em que é possível diagnosticar, julgar e tomar decisões

fundamentais sobre o ensino” (2003 p.35).

Concluímos que, o conhecimento não é concebido como uma cópia

do real, incorporado diretamente pelo sujeito, não é uma impressão que o

mundo externo realiza na mente, um processo de fora para dentro. A

construção do conhecimento pressupõe uma atividade, por parte do

sujeito, que organiza e integra os novos conhecimentos aos já existentes,

sendo, portanto, o protagonista do seu próprio processo de aprendizagem,

é alguém que vai produzir a transformação que converte informação em

conhecimento próprio. Construção que se dá a partir de situações nas

quais o sujeito possa agir sobre o que é objeto de estudo, pensar sobre

ele, recebendo ajuda, sendo desafiado a refletir, interagindo com outras

pessoas.

Baseado nisso, adotamos o modelo de ensino relacionado ao

construtivismo que segundo Wilson (1992), definiu como “Planejar,

proporcionar e avaliar o currículo, ótimo para cada aluno, no contexto de

uma diversidade de indivíduos que aprendem” (2001 p. 54). Nossa

aprendizagem é estabelecida através da resolução de problemas, e

pressupõe uma intervenção pedagógica de natureza própria. Um modelo

de ensino que reconhecendo o papel da ação do aprendiz e a

especificidade da aprendizagem de cada conteúdo, propõe que a didática

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

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construa situações em que o aluno precise pôr em jogo o que sabe no

esforço de realizar a tarefa proposta, mobilizando conhecimentos que já

possui, usando-os para construir novos conhecimentos.

1.1. ESCOLA – TERRITÓRIO DA INFÂNCIA

Primeiramente trataremos da escola como fator essencial, como um

valioso espaço que contribui nas práticas do ensino-aprendizagem, no

desenvolvimento de valores essências para o convívio humano. Nesse

sentido, cabe a escola proporcionar oportunidades que ofereça igualdade

de condições para o acesso e permanência na escola, inspirada no

principio de liberdade de aprender, no pluralismo de ideias e de

concepções pedagógicas e nos ideais de solidariedade humana, garantindo

as crianças num processo de aprendizagens interativo, acesso a cultura,

ao conhecimento cientifico, artístico e tecnológico.

Acreditamos em uma escola constituída num ambiente aberto, de

transformações, pautada nos princípios de igualdade e liberdade para

aprender; no pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas e

permanência. Todavia, promover ideais de solidariedade humana na

escola é um dever a comunidade escolar nos dias de hoje,

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

13

Cabe à escola, zelar pela inclusão social de nossas crianças,

mantendo-se atenta as necessidades e formas de aprendizagens que

permeiam uma educação contemporânea, com suas especificidades de

como aprende e desenvolve. Nesse sentido Carvalho explicita que:

“Essas concepções não nos autorizam a pensar numa

escola centrada em si mesma, como uma ilha e

distante dos interesses dos alunos. A escola deve ser

também, o espaço da alegria onde os alunos possam

conviver desenvolvendo sentimentos sadios em relação

ao “outro”, a si mesmos e em relação ao conhecimento.

Para tanto a pratica pedagógica deve ser inclusiva, no

sentido de envolver a todos e a cada um, graças ao

interesse a motivação para a aprendizagem.” (2010,

p.32)

Numa perspectiva dialógica salientamos que a escola se coloca como

espaço privilegiado para o domínio dos conhecimentos básicos e

avançados e, sobretudo com fins de complementaridade à educação da

família. Enfim, nossa escola tem como princípio fundamental a construção

da aprendizagem e do desenvolvimento levando em conta e valorizando

as diferenças, a singularidade, heterogeneidade e subjetividade da

criança, fator fundamental para potencializar o desenvolvimento de um

processo coletivo de aprendizagem.

1.2 ALUNO – CRIANÇA/INFÂNCIA

Num processo de construção de conceitos teóricos nos

embasaremos na concepção de criança, como protagonista no processo da

educação infantil. Orientamo-nos pelos princípios básicos do

desenvolvimento, da autonomia da interação e inclusão social, assim

objetivamos o pleno desenvolvimento integral da criança e a construção

da autonomia infantil.

Em um breve histórico, verificamos que foi no início do século XV

que surge às primeiras as primeiras preocupações com a educação das

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

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crianças pequenas. Nesta época, a criança era considerada um pequeno

adulto, que executava as mesmas atividades dos mais velhos. O

importante era a criança crescer rápido para entrar na vida adulta. No

século XVI e XVII os colégios existentes eram dirigidos pela igreja e

estavam reservados para um pequeno grupo de cléricos (principalmente

do sexo masculino), de todas as idades.

Enfim, a educação entra no século XVIII um pouco mais pedagógica,

porem, é nessa época que surge o castigo corporal como forma de

educação disciplinar, por considerar a criança frágil, incompleta que

precisa a prender obedecer a determinadas regras impostas pela

sociedade da época. Também surgem nos países mais desenvolvidos, ou

seja, no velho continente, as primeiras creches para abrigar filhos de

mães trabalhadoras da indústria.

No Brasil, a educação infantil é muito nova, sendo aplicada

realmente a partir dos anos 30 com os mesmos propósitos que nos

demais países e principalmente, como um fator necessário para apoiar a

formação de mão de obra qualificada para a industrialização do país, pois

o intuito da escola de educação infantil era único e exclusivamente tomar

conta dos filhos das mães trabalhadoras. Por volta de 1970 ocorreu uma

crescente evasão escolar e repetência das crianças das classes pobres no

primeiro grau. Por causa disso, foi intitulada a educação pré-escolar

(chamada de educação compensatória) para crianças de 4 a 6 anos.

Nos anos 80, a perspectiva pedagógica vê a criança como um ser

social, histórico, pertencente a uma determinada classe social e cultural.

Ela desmascara a educação compensatória, que delegava à escola a

responsabilidade de resolver os problemas da miséria entre outros. A

educação compensatória começou no século XIX com Pestalozzi, Froebel,

Montessori e McMillan. A pré-escola era encarada por esses pensadores

como uma forma de superar a miséria, a pobreza, a negligência das

famílias. As primeiras iniciativas á criança tiveram um caráter higienista,

cujo trabalho era realizado por médicos e demais profissionais da saúde.

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Diante disso, é fato e notório que a educação infantil está

contaminada de concepções, princípios e ideias que ao longo dos tempos

foram sendo criadas e se aprimorando, levando em consideração os

posicionamentos dos adultos, seus interesses pessoais, das instancias

religiosas e mercadologia. Contrapomo-nos a esse modelo educacional,

entendendo que infância e criança estão imbricadas, associam-se

historicamente e culturalmente.

Discordamos da ideia de criança culturalmente defendida pelos

adultos de outrora, onde defendiam que criança é o ser da falta de razão,

de juízo, de controle do corpo. Para essa sociedade “adultocêntrica”,

crianças boas são crianças que permanecem sentadas, são

“comportadinhas”, andam em filas; não se sujam, voltam das escolas

limpinhas e são reconhecidas como um ser imaturo, dependente, que

nada sabe e que precisa, portanto, ser “moldado” para se tornar um

“futuro” cidadão. Uma imagem quase sempre marcada pelo caráter pueril,

ingênuo, simples e prematuro, como afirma Kohan (2005, p. 233).

Assim sendo, vemos as crianças não como falta, mas como sujeitos

sociais e históricos, que produzem cultura e também são produtos desta.

Compreendemos que a ausência não é falta. Neste sentido, não

posicionamos a criança como aquele que não tem voz, mas sim aquele/a

que está aprendendo a falar, que está se constituindo como sujeito na e

pela linguagem. Recorremo-nos então ao conceito de infância defendido

por Agamben (2005), infância como condição da existência humana, e

não apenas como uma etapa passageira do desenvolvimento.

Nessa linha de pensamento entendemos que a escola deve

proporcionar situações nas quais as crianças em seus momentos,

vivenciem diversas experiências, façam escolhas, tomem decisões,

socializem-se e se descubram. Vale ressaltar que não se trata apenas de

uma abordagem sociológica da infância precisamos ir além das relações

das famílias, pensando numa sociedade mais ampla de forma a construir-

se interativamente, criando vínculos afetivos em coletividades. Assim a

infância é uma construção social, histórica e cultural, onde a criança deve

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ser vista como sendo um ser ativo, face ao seu mundo próprio e à

sociedade; construtores e modificadores de novos paradigmas, sendo elas

protagonistas da história.

Entendemos a criança como ser de linguagem, verbal e não verbal,

em constante construção e interação, período em que se começa a ler o

mundo e em diferentes formas, na brincadeira, no faz de conta, na

ludicidade, no simbolismo de forma aberta, inocente, ampla e critica.

Concluímos que no tempo de criança temos o tempo da infância que deve

ser visto como único e prazeroso, tempo de aprender, e de aprender como

crianças.

1.3 COMUNIDADE – COMO ENTENDEMOS O TRABALHO

COM AS FAMÍLIAS

“As famílias são elementos constituintes das relações

que acontecem na instituição educativa, afinal as

crianças são pequenas e para se sentirem acolhidas na

creche dependem da sintonia entre a família e os

profissionais da escola. Essa é mais uma das

especificidades dos estabelecimentos de educação

infantil. Nesse sentido, complementariedade e partilha

são palavras decisivas na relação, escola criança e

família.” (BARBOSA, p. 33, 2009)

Que relação é essa entre escola, criança e família?

O que cabe a cada um dos participantes dessa relação?

Essas perguntas nos fazem refletir que a criança, peça chave do

contexto educacional onde essa relação acontece, cabe ser cuidada,

protegida e provocada. Já as duas instituições escola e família precisam

interagir estabelecendo conversas e trocas que possibilitem que ambas se

conheçam dentro de uma perspectiva de respeito e escuta do ponto de

vista do outro.

Concebemos que a base de uma relação cordial e de respeito é

fundamental e se estabelece no cotidiano da escola. Pode ser dentro de

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situações conflitantes ou harmoniosas, mas sempre pautadas e

reconhecidas através do diálogo.

“A família é o lugar onde se ouvem as primeiras falas,

com as quais se constrói a autoimagem e a imagem do

mundo exterior. Assim, é fundamental como lugar de

aquisição de linguagem, que a família define seu

caráter social. Nela, aprende- se a falar e por meio da

linguagem a ordenar e dar sentido as experiências

vividas. A família, seja como for composta, vivida e

organizada, é o filtro através do qual se começa a ver e

a significar o mundo.” (SARTI, p. 14, 2004)

Conhecer as necessidades, potencialidades e individualidades das

famílias, permite que o significado de mundo de cada uma delas, ou seja,

a linguagem construída se torne a base do nosso trabalho na escola. É

preciso que a escola junto com a família defina o âmbito de atuação de

cada uma tendo sempre em vista o contexto sociocultural em que estão

inseridas. Assim juntas poderão propor formas de participação

condizentes com a realidade.

Para a autora Heloiza Szymanski (2007) a aproximação como forma

de participação entre escola e família é sempre enriquecedora, pois

garante a família o direito de conhecer o que é feito na escola, como é

feito e para que. Entendemos que quando a escola abre com acolhimento

e clareza as portas e com objetividade nas ações, a tendência das famílias

é sempre colaborar a manter um diálogo que ajuda a conhecer as

particularidades das crianças.

Acreditamos que considerar as expectativas das famílias em relação

ao desenvolvimento das crianças durante o ano letivo, dividindo as

conquistas, os anseios, os passeios enfim as aprendizagens é uma

maneira de compartilhar o acompanhamento do desenvolvimento infantil.

Outra maneira que possibilita às famílias uma participação efetiva no

desenvolvimento nas ações e decisões da escola em geral é o Conselho de

Escola e a Associação de Pais e Mestres, que se reúnem toda primeira

terça-feira de cada mês.

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Investimos nesses encontros, pois nessa relação de parceria e troca

de conhecimentos com as famílias, somos formadores e somos formados,

informamos e somos informados. E essa troca nos dá subsídios com

apontamentos preciosos na tentativa de melhorar nossa qualidade de

ensino junto às crianças e fortalecer a relação com as famílias.

“[...] Assumir um trabalho de acolhimento as diferentes

expressões e manifestações das crianças e suas

famílias significa valorizar e respeitar a diversidade, não

implicando a adesão incondicional aos valores do outro.

Cada família e suas crianças são portadoras de um

vasto repertório que se constitui em material rico e

farto para o exercício do diálogo, da aprendizagem com

a diferença, a não discriminação e as atitudes não

preconceituosas.” (MEC/ SEF, Referencial Curricular

Nacional para a Educação Infantil, V. 1, p.77, 1998)

1.4. PROFESSORES – EDUCADORES E SEUS PAPÉIS

DIFERENCIADOS

A educação infantil, que há tempos foi caracterizada pelo cuidar

como função assistencialista, atualmente traz como demanda a

necessidade dos profissionais da educação que trabalham com crianças

pequenas de terem uma formação especifica e contínua, pois não se trata

apenas de uma tarefa de guarda, mas de responsabilidade educacional, o

que torna a necessidade de cuidar e de educar indissociáveis.

Concordamos com Barbosa quando afirma que:

“Trabalhar com crianças pequenas exige formação, pois não

é apenas uma tarefa de guarda ou proteção, mas uma

responsabilidade educacional na qual são necessárias

proposições teóricas claras, planejamento e registros.”

(BARBOSA, 2009, p.35).

Atendendo a essa necessidade, a formação continuada dos

professores deve ser um dos principais focos da gestão, levando em conta

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as atribuições que ocupam e o constante processo de construção de sua

identidade profissional. Neste aspecto, a formação pautada na “Qualidade

na Educação Infantil”, visa refletir sobre práticas e posturas associadas a

fundamentações teóricas que tratam desta modalidade de ensino.

Contudo, refletir sobre as posturas que educam, o papel do adulto a

concepção de infância entre outras especificidades do trabalho na

educação infantil, requer momentos de formação não apenas para os

professores, mas também com todos os adultos que atuam no ambiente

escolar. Afinal, todos têm papel importante na formação das crianças

através das relações que se estabelecem desde o portão até a sala de

aula. Priorizamos assim momentos de formação em que todos da equipe

escolar participem, refletindo através de leituras, dinâmicas de

sensibilizações que tragam o universo da infância para ser compartilhado

com o grupo.

Reconhecendo-se parte do grupo de educadores da escola, todo o

funcionário quer sejam auxiliares em educação, da equipe de apoio, da

equipe da cozinha, da secretaria, são convidados a compreenderem-se

como profissionais que cuidam e educam as crianças na escola, gerando a

necessidade de formação do coletivo da escola “[...] objetivando a

construção de consensos pedagógicos, ainda que provisórios, que

explicitem a proposta pedagógica, pensando e amadurecendo as decisões

sobre a vida coletiva na escola” (BARBOSA, 2009, p. 39). Ainda como

afirma Barbosa:

“Todos os adultos que participam da escola são educadores.

Pois, mesmo quando executando suas funções específicas,

ensinam as crianças o respeito às suas tarefas profissionais

e o cuidado com os outros.” (BARBOSA, 2009, p.40).

Os momentos de reflexão e discussão do grupo acerca da formação foram

registrados através da produção de cartazes, com escritas e imagens

representativas de um percurso de construção de saberes acerca da

infância e suas especificidades. Neste movimento, que ocorreu com o

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coletivo da escola em momentos de Reunião Pedagógica e em HTPCs,

destacamos a fala de Léia, cozinheira da escola, registrada em cartaz

produzido por seu grupo e que sintetiza as discussões, em que os adultos

se colocam no papel de aprendizes frente às descobertas da criança. Léia

afirma que:

“Somos educadores e somos educados através das

experiências vividas com eles.” (Léia, cozinheira)

1.5. EQUIPE GESTORA – A GESTÃO NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Advindo de um processo continuo de construção, de reflexão,

discutindo e conceituando: escola, criança e infância, comunidade e

professores, trataremos em especial da equipe gestora, cuja função se

focaliza em direcionar a escola em seus aspectos práticos, pedagógicos,

de ordem funcional e administrativa. Entendemos o trabalho da equipe

gestora como de inovação, de sempre estar com propostas de mudança,

pois o hoje é diferente do ontem e o amanhã diferente dos dois.

Qual o papel de um gestor num processo de mudança ou de

inovação escolar? Podemos dizer que como os processos de inovação não

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se desenvolvem sozinhos a liderança é essencial na construção do sentido

de mudança. Nesse sentido, podemos afirmar que o sucesso é mais

garantido quando a liderança é cooperativa, quando o poder é

compartilhado, quando a cultura do individualismo dá lugar á cooperação,

as relações hierárquicas são substituídas pelo trabalho em equipe, a super

visão evolui para animação das práticas e a abordagem contratual

negociada entre parceiros substitui as decisões autoritárias.

Assim, uma equipe de gestão escolar deve ter em seu quadro,

profissionais com conhecimentos e habilidades para exercer uma liderança

compartilhada e responsável, capacidade de trabalhar em equipe e de

comunicação para saber lidar com conflitos, iniciativa, deve saber se

distanciar da lógica burocrática que padroniza as escolas, com ações

democráticas e projetos desenvolvidos em comum acordo, este deve ter

uma visão de conjunto e uma atuação que apreenda a escola nos seus

aspectos pedagógicos, culturais, administrativos, financeiros.

Conceituamos gestão pedagógica segundo Luck “como

entendimento do conceito, de gestão pedagógica, portanto, por assentar-

se sobre a maximização dos processos de mudanças, já pressupõe, em si,

a ideia de participação, isto é, do trabalho associado e cooperativo de

pessoas na analise de situações, na tomada de decisões sobre seu

encaminhamento e na ação sobre elas, em conjunto, a partir de objetos

organizacionais entendidos e abraçados por todos” Luck (2010, p. 17).

Ressalta-se que a gestão educacional, em caráter amplo e

abrangente, do sistema de ensino, e a gestão escolar, referente à escola,

constituem-se em áreas estrutural de ação na determinação da dinâmica

e da qualidade do ensino. Isso porque é pela gestão que se estabelece

unidade, direcionamento, ímpeto, consistência e coerência à ação

educacional, a partir do paradigma. Ideário e estratégias adotadas para

tanto, a gestão deve visar por meio de suas ações e processos

educacionais, melhoria da aprendizagem dos alunos, ressaltando a

formação, garantindo equidade e maximizando as oportunidades e

aprendizagem dos educandos.

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Em se tratando de uma gestão pedagógica da aprendizagem e do

desenvolvimento, é necessário que a gestão pedagógica estabeleça

formas de participação em processo de gestão, de forma a alcançar a

participação de todos, assim entendemos como necessário: participação

de toda comunidade escolar na discussão de ideias com contribuições

visando uma aprendizagem melhor, promover reuniões pedagógicas na

escola com professores, pais e alunos; proporcionar estudos do

conhecimento sobre a realidade escolar; visão global do processo social;

dimensão pedagógica entre outros itens que se faz necessário na gestão

escolar.

1.6. O CURRÍCULO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Quanto ao currículo, a discussão visará trata-lo na escola e sua

relação com o sujeito da aprendizagem, as crianças, assim, todo o foco do

trabalho estará nas habilidades e competências a serem desenvolvidos

através dos conteúdos a serem trabalhados com as crianças, respeitando

o tempo, o espaço e o jeito de como cada um aprende.

Para tanto, ao pensar em currículo, cabe pensar em planejamento,

em ações coordenadas, em atividades significativas e desafiadoras cuja

finalidade seja impulsionar o desenvolvimento das crianças, ampliando

seu conhecimento para que produzam experiência nas práticas sociais.

Dessa forma, conceituaremos currículo segundo Moreira e Candau

(2008, p. 18): "[...] currículo como as experiências escolares que se

desdobram em torno do conhecimento, em meio a relações sociais, e que

contribuem para a construção de identidades de nossos estudantes”.

Dessa forma, ao currículo se relacionam todas as atividades pedagógicas

intencionais que contribuem para a construção de saberes dos alunos na

instituição escolar.

È interessante ressaltar que o professor deve se posicionar como um

mediador entre a proposta curricular e as crianças, numa interação

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constate com o conhecimento, num movimento de equilíbrio, desequilíbrio

e reequilíbrio do que se aprende. Essa mediação deve ocorrer através de

atividades significativas para criança.

Enfim, por intermédio do currículo, devemos potencializar uma

aprendizagem contextualizando seu conteúdo, através de práticas

pedagógicas que garantam o desenvolvimento e aprendizagem. Nesse

sentido, um professor que acredita no potencial das crianças e vê o

currículo como uma ferramenta do seu trabalho, deve se atentar a

algumas providências tais como:

Disponibilizar materiais que possibilitem a interação de todas

as crianças;

Promover situações compatíveis para a idade;

Criar contextos inteligentes para as diversas formas de

comunicação e expressão infantil;

Promover trocas e descobertas entre as crianças;

Ressaltar os cuidados, carinhos e afetos entre adulto e

criança;

Estabelecer um clima de confiança para que as crianças se

sintam seguras e construam uma auto-imagem positiva;

Partir dos conhecimentos que os pequenos já possuem e

propor desafios que os façam avançar;

Planejar atividades nas quais as crianças possam confrontar

suas hipóteses espontâneas com hipóteses e conceitos

convencionais;

Preparar diariamente o ambiente para recebê-las;

Coordenar rodas de conversa, nas quais se privilegia a voz da

criança;

Analisar as produções infantis sistematicamente e selecionar

com as crianças, aqueles que serão expostos;

Manter comunicação aberta com os familiares a fim de

conhecer melhor as crianças;

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Articula diferentes áreas do conhecimento com projetos

interdisciplinares e transdisciplinar;

Favorecer a expressão por meio da linguagem interagindo com

as crianças e proporcionando a conversação entre elas;

Fundamentar-se nos princípios pré-estabelecidos pela escola e

conforma estabelece as diretrizes curriculares nacionais.

Concluímos, explicitando a importância de se trabalhar o currículo

no contexto escolar, possibilitando a construção de saberes de forma

construtiva e interativa. Contudo cabe ressaltar a criança como sujeito

ativo, capaz de pensar, simbolizar, agir e transformar suas ações em

conhecimento, em linguagem e pela linguagem, construindo e interagindo

coletivamente e individualmente.

O currículo como instrumento que define o que se considera o

conhecimento válido, deverá se organizar de forma que os alunos

construam as seguintes capacidades de:

Brincar, ampliando suas capacidades expressivas e simbólicas,

reelaborando significados sobre o mundo, sobre os contextos e as relações

entre os seres humanos;

Ampliar o conhecimento sobre seu corpo, suas possibilidades de

atuação no espaço, bem como desenvolver e valorizar hábitos de cuidado

com a saúde e bem estar;

Construir uma imagem positiva de si, com confiança em suas

capacidades, atuando cada vez mais de forma autônoma nas situações

cotidianas;

Conhecer diferentes manifestações culturais como constitutivas de

valores e princípios, demonstrando respeito e valorização a diversidade;

Construir e ampliar as relações sociais, aprendendo a articular

seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando as

diferenças e desenvolvendo atitudes cooperativas;

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Valorizar e desenvolver atitudes de preservação do meio

ambiente, reconhecendo-se como integrante dependente e agente

transformador do mesmo;

Construir e apropriar-se do conhecimento organizado nas

diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita),

utilizando-as para expressar suas ideias, sentimentos, necessidades e

desejos, ampliando sua rede de significações;

Aprender a buscar informações de forma autônoma, exercitando

sua curiosidade frente ao objeto de conhecimento.

Neste ano de 2012 prosseguiremos com o trabalho de formação do

grupo iniciada em 2011 e voltada para “Qualidade na Educação Infantil”,

destacando a função social (acolher, para educar e cuidar), função

política ( respeitando os direitos sociais e políticos, de participação,

visando a formação para a cidadania) e função pedagógica da escola

(lugar privilegiado de convivência, ampliação de saberes e conhecimentos

de diferentes naturezas entre crianças e adultos). (BARBOSA, 2009)

Para isso, utilizaremos como referência para a formação e o debate

sobre a concepção do trabalho com criança pequena na educação infantil

o Referencial “Práticas cotidianas na educação Infantil – bases para a

reflexão sobre as orientações curriculares” de Maria Carmen Silveira

Barbosa, publicado pelo Ministério da Educação (2009). Embasados nesta

fonte, nosso trabalho buscará compreender que...

“A educação infantil, em sua especificidade de primeira

etapa da educação básica, exige ser pensada na

perspectiva da complementaridade e da continuidade.

Os primeiros anos de escolarização são momentos de

intensas e rápidas aprendizagens para as crianças. Elas

estão chegando ao mundo aprendendo a compreender

seu corpo e suas ações, a interagir com diferentes

parceiros e gradualmente se integrando com e na

complexidade de sua(s) cultura(s) ao corporalizá-la(s)”.

(BARBOSA, 2009, p.20.)

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1.7. PERÍODO INTEGRAL – POSSIBILIDADES E DESAFIOS

1.7.1. INFANTIL II – CRIANÇAS ENTRE 2 E 3 ANOS

Uma história recente...

Era uma vez, em 2010 o início desta história...

“[...] nossa preocupação era atender com qualidade

crianças de uma faixa etária inferior a que atendemos

em nossa unidade há 42 anos (4 a 6 anos), respeitando

suas especificidades, necessidades, diante de um

espaço que em nada se assemelhava a estrutura da

creche.” (PPP 2011)

Para o ano de 2011:

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“[...] a preocupação com a formação das professoras e

do auxiliar também fazem parte das ações

permanentes que objetivam um olhar voltado para a

infância e principalmente para as especificidades desta

faixa etária mediante a intencionalidade educativa do

fazer pedagógico.” (PPP 2011)

Essa formação esteve voltada o tempo todo para a adequação dos

espaços e para a rotina “[...]A organização do ambiente é uma parte

construtiva e irrenunciável do projeto educacional, já que ela traduz uma

maneira de compreender a infância do papel da educação e do professor”

(BARBOSA, 2009, p.94). Assim, com algumas adequações no espaço

desenvolvemos temáticas voltadas para ações de educar e cuidar como:

conquista da autonomia, construção da identidade, das manifestações

corporais e expressivas da criança e da ludicidade. Mas por que discutir

sobre educar e cuidar na creche?

Segundo Carvalho (2006), a palavra “cuidar” pode ser definida por

inúmeros significados, “ reparar, prestar atenção em, preocupar-se com,

interessar-se por, tratar da saúde e do bem estar de alguém, ter muita

atenção consigo mesmo, zelar diligentemente pelo outro, e ainda

ponderar, pensar, projetar”. Só reparar, prestar atenção não é o

suficiente, com crianças pequenas é preciso ter uma intencionalidade

pedagógica nestas ações, nessa linha de pensamento que incorporamos o

educar, ou seja, unimos as ações do cotidiano como tratar do bem estar

das crianças com o que chamamos de um contexto pedagógico.

Com esses estudos realizados durante o ano de 2011 com as

professoras e com o educador foi possível descobrir que em relação as

nossas crianças o contexto pedagógico precisava estar repleto de

expressividade e ludicidade. O convívio com os adultos não se reduzia a

cuidar, proteger e esperar. Era muito mais precioso. Cuidar sim, sempre,

pois as crianças precisavam de alimentação, higiene e conforto. Mas não

era só isso, cuidar e educar é indissociável e uma ação complexa.

De acordo com Barbosa:

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“[...] cuidar e educar significa afirmar na educação

infantil a dimensão de defesa dos direitos das crianças,

não somente aqueles vinculados a proteção da vida, a

participação social, cultural e política, mas também aos

direitos universais de aprender a sonhar, a duvidar, a

pensar, a fingir, a não saber.” (2009, p. 69)

Nessa perspectiva, as reflexões que ocorreram durante o ano

ficaram voltadas para as práticas cotidianas como os momentos das

conversas, histórias, brincadeiras, experimentações, repouso,

investigações, leituras e cantorias de modo que essas ações provocassem

o desejo de explorar e descobrir das crianças. Os educadores ficaram mais

atentos para as falas das crianças, colhendo suas opiniões sobre os

momentos das rotinas sobre suas preferências e seus descontentamentos

e choros.

Mas o trabalho não parou por aí! Tem mais! Para o ano de 2012 com

a dupla de professoras novas alguns conhecimentos foram explorados e

socializados. Pensamos para este ano descortinar alguns conceitos tão

importantes e atuais para a educação das crianças pequenas. São eles: a

fala ou melhor dizendo o desenvolvimento da linguagem, o desenho, e a

brincadeira.

Na faixa etária de 2 a 3 anos a aquisição da linguagem é a maior

conquista da primeira infância. Podemos afirmar que segundo Mello (p.9)

“as crianças viram perguntadeiras e conversadeiras”. Mais do que uma

necessidade individual a apropriação da linguagem é uma necessidade no

coletivo, no convívio com o outro.

Assumindo uma postura de provocar e manter essa conversação

durante este ano refletiremos sobre as possibilidades das crianças em

construir linguagens, termo este muito utilizado na literatura acadêmica

no que se refere a expressão cultural, a diferentes manifestações

artísticas e científicas da vida.

Conforme afirma Barbosa:

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“Nas crianças pequenas as linguagens são aprendidas

nas ações, corporais, gestuais e verbais que acontecem

no encontro entre crianças e crianças, entre crianças e

adultos e entre adultos e adultos, propiciadas através

de ações como correr, falar, chorar, cantar ou ainda

atividades mais integradas com a presença de

fantoches, do teatro de sombras, de diálogos, de

maquiagens e de outros materiais que favoreçam o

encontro entre o movimento do corpo e as linguagens

para a produção de significados.” (2009, p. 85)

Nessa linha de pensamento elaboramos já no início deste ano a ideia

de que quando as crianças desenham, brincam de roda, com palavras, ou

apenas brincam livremente pelo pátio, significa que estão elaborando suas

capacidades linguísticas e cognitivas e suas capacidades de argumentação

e explicação, ampliando assim o seu conhecimento de mundo.

Investir na brincadeira e ampliar as possibilidades de expressão,

considerando que as crianças pensam e investigam, pois “[...] passam os

dias brincando, transformando e inventando coisas com prazer”

(CARVALHO, 2006, p. 31), será uma de nossas tarefas da educação.

Resgatando os escritos da autora Sueli Amaral Mello (p.9) nos

apropriamos de algumas tarefas da educação que acreditamos serem

fundamentais para o professor nesta faixa etária, são elas:

“Aprofundar as experiências das crianças com

movimentos (andar, subir e descer escadas, correr,

pular, mover o corpo com mais desenvoltura) por

meio de passeios, pular de pequena altura, subir e

descer de pneus e caixas, engatinhar por baixo e

por meio de coisas.

Ensinar a independência em relação atos simples

(reconhecer suas coisas na creche, guardar seus

pertences na mochila, guardar o chinelo/ sapato,

encontrar seus sapatos no final das atividades, lavar

as mãos... mais tarde, cuidar da sua própria

higiene: vestir-se e desvestir-se, escovar os dentes,

pentear-se.

Ensinar (quem ainda não sabe) a usar sozinho

objetos de uso diário.

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Ensinar a explorar e usar brinquedos e guardar no

final das atividades.

Estimular a linguagem oral (falando com as crianças

e ouvindo-as).

Aperfeiçoar a percepção visual, auditiva e tátil no

manuseio de livros de história e revistas, a atenção

por meio de histórias, passeios e materiais

diversificados.

Aproveitar as situações para exercitar a fala, a

memória e o pensamento das crianças.

Ensinar a conviver com os amigos, dividindo,

compartilhando, esperando e brincando muito.”

1.8. SEMI – MANHÃ E TARDE

1.8.1. A CRIANÇA ENTRE 3 A 6 ANOS

Estes dois agrupamentos possuem a característica de atender

crianças com diferentes idades no contra turno do período regular, ou

seja, as duas turmas são compostas por crianças de diferentes

agrupamentos. Acreditamos que essas características contribuem para a

ampliação de vivências entre as crianças, para a construção de saberes e

superação de dificuldades.

Um dos objetivos das professoras para o trabalho com as crianças

destas faixas etárias é o de desenvolver um trabalho de valorização das

diversidades e respeito às necessidades individuais, considerando as

diferentes idades que compõem estas turmas, a fim de que as

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experiências e saberes dos grupos possam ser compartilhados e

ampliados.

Um dia em uma escola de educação infantil é recheado de

conhecimentos muito importantes. Podemos dizer que o cotidiano é cheio

de coisas de criança.

“O que existe dentro da Pirâmide

– Muitas pedras.

– Diversos monstros

– Mas Lá não tem janela, será que ele não morre, sem

respirar?

– É mesmo, Divani, ele vira múmia e vai dormir lá.

– E como eram feitas as múmias?

– Ah!!! Eles pegavam um morto e colocavam panos até

a pessoa ficar bem dura.

– Mas, se você apenas enfaixar essa pessoa, será que

não fica cheirando mal?

– Eles usavam álcool para que o morto não morresse.”

(CARVALHO, 2006, p. 28)

Coisas de criança são histórias, conversas, brincadeiras,

imaginações, investigações, amizades, contemplações e muito mais. É o

acesso a um mundo grande, interessante e ao alcance das crianças. Este

mundo que nos referimos tem relação com alguns conceitos que serão

focos de estudo no acompanhamento da formação das professoras e dos

educadores durante este ano de 2012. São eles: tempos e espaços,

imaginação, identidade e brincadeiras. Estes temas serão estudados e

refletidos através de práticas pedagógicas que envolvam as crianças e os

adultos.

Com relação às práticas pedagógicas, tomamos como referência

acadêmica a autora Sueli Amaral Mello (p.18) quando afirma que para a

faixa etária de 3 a 6 anos as tarefas da educação são:

Relacionar- se com os outros.

Aprender os hábitos e costumes culturais

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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Interpretar o que vão conhecendo, buscando

explicações para as situações e fenômenos que

vivenciam, expressando- se através das diferentes

linguagens (desenho, modelagem, fala, dança,

dramatização e pintura)

Desenvolver uma atitude de cuidado em relação a

natureza, as outras pessoas, a si mesmas.

A partir destas tarefas serão pensadas atividades para que as

crianças eduquem os sentidos, o pensamento, a estética e também

atividades que favoreçam uma educação científica. Essas atividades

estarão sustentadas nos conteúdos que farão sentido para as crianças.

“[...] tudo o que elas queiram conhecer, com tudo o

que trouxermos para a sala e para a escola (livros,

vídeos, objetos da natureza, brinquedos, material

reciclável, música) e situações (leitura de histórias,

brincadeiras modernas e brincadeiras dos tempos dos

avós, contato com a natureza, passeios pelos arredores

da escola, picnics, idas a biblioteca...).” (p. 19)

Enfim é um consenso entre os educadores que estarão envolvidos

nestes estudos durante este ano, que as crianças passam a maior parte

de seu tempo na escola, então será nossa tarefa descobrir que tempo é

este? Que coisas de criança são criadas e transformadas neste espaço?

Esse será o nosso desafio: perseguir os caminhos das crianças, na busca

pelo conhecimento.

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2. INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS EDUCATIVOS

Objetivando discutir a qualidade na educação infantil, elaboramos

conjuntamente, nós, equipe gestora, professores, funcionários,

orientadora pedagógica, princípios educacionais que promovam a

igualdade de condições para o acesso e permanência na escola, bem como

melhor qualidade de aprendizagem e desenvolvimento da criança.

Contudo, ressaltamos a diversidade presente em nossa comunidade em

aspectos, sociais, econômicos e culturais, aspectos esses que de certa

forma, potencializam nosso trabalho.

Primeiramente, entendemos ser relevante conhecer o conceito do

termo principio, que segundo o Dicionário Aurélio define como “preceitos,

regras” (2000, p. 557), assim, ressaltamos que, ao tratar de princípios

enfatizaremos uma coadunação entre educação e os princípios aqui

explorados, pois entendemos que ambos estão relacionados. Segundo

Luckesi (1990, p. 21):

“A educação é uma prática humana direcionada por

uma determinada concepção teórica. A pratica

pedagógica está articulada com uma pedagogia, que

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nada mais é que uma concepção filosófica da educação,

tal concepção ordena os elementos que direcionam a

prática educacional.”

Considerando ser esse momento um fato histórico e relevante, não

apenas pelo assunto apresentado, mas pela significação do contexto na

contemporaneidade e das conquistas nessa primeira etapa na Educação

Básica, trataremos de alguns princípios relacionados à educação infantil.

Diante do exposto, apresentaremos os princípios que regem a

educação infantil em nossa escola, observando que os mesmos foram

organizados em cinco tópicos, cujo objetivo foi o de facilitar o manuseio,

leitura e compreensão, realizável pelos leitores. Explicitamos que segundo

Barbosa (2009, p. 59) os princípios que trataremos são:

Diversidade e singularidade;

Sustentabilidade e participação;

Indissociabilidade entre educar e cuidar;

Ludicidade e brincadeira;

Estética como experiência individual e coletiva.

Assim, esperamos que, esses princípios se constituam como mais

um passo na direção transformadora, entre práticas reais do cotidiano

educacional, bem como sendo parâmetros de qualidade, garantindo os

direitos das crianças de dois a seis anos na educação infantil. Para tanto

se faz necessário, refletir a cerca de como se constrói a aprendizagem,

rever práticas cotidianas, bem como consensos entre pares buscando

sempre melhorias no processo de aprendizagem, que ao nosso ver devem

ser sempre revistos e renovados, de forma democrática, contemplando as

necessidades sócio-educacionais, culturais em constantes mudanças,

incorporando novos conhecimentos relacionados às crianças pequenas.

Importa salientar o desenvolvimento em instituições educacionais, bem

como os diversos ambientes familiares e sociais que interagem e se

desenvolvem bem como suas variadas formas de expressão.

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Clarificamos que todas essas informações devem estar em

congruência com o que abordaremos a seguir, assim sendo,

explicitaremos os princípios, detalhadamente.

2.1. PRINCÍPIO – DIVERSIDADE E SINGULARIDADE

Entendendo ser diversidades, diferenças, semelhanças, variedades

em aspectos sociais, culturais, linguísticas, entre outros, buscamos

abordar a diversidade em todos os seus aspectos. Quanto à singularidade,

ressaltamos a mesma como individual, contudo, trataremos da

diversidade humana enfatizaremos a diversidade de características:

Físicas, psíquicas, sociais, culturais e biológicas do ser humano presentes

na escola.

Logo se faz importante estudarmos esse princípio na escola,

esclarecemos haver dois lados, o positivo e o negativo. O lado negativo da

diversidade na escola, não se dá pelo fato da existência da diversidade, e

sim, pela não aceitação do diverso, pelo não entendimento de que somos

diferentes, pela falta de formação para compreendermos como cada

criança aprendi, seus tempos, seus ritmos e suas necessidades

individuais. Reiteramos que trataremos o lado positivo da diversidade,

cujas diferenças possam vir acrescentar conhecimentos e não gerar

exclusão.

Assim, nos apoiamos numa educação sócio-construtivista, cujo

objetivo está focado no estudo do passado para entender o presente e

transformar o futuro. Distanciando-nos de um passado recente, onde o

objetivo da escola era apenas o de preparar a criança para o ensino

fundamental, ou um preparo para o seguimento seguinte, propomos uma

educação infantil voltado para o desenvolvimento das aprendizagens para

criança pequena, como um ser em desenvolvimento integral, em seu

tempo, espaço e possibilidades específicas.

Após a constituição federal de 1988,o Estatuto da Criança e

Adolescente e lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional LDB de

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1996 entre outros documentos de nível nacional e mundial, surge à

preocupação no sentido de compreender que todas as crianças brasileiras

são diversas e tem direito a uma escolarização que valorize essa

diversidade. Quanto à singularidade, a qualidade do que é singular, a

unicidade, ressaltamos práticas que respeitem as particularidades das

crianças em todos os seus aspectos, pois na diversidade produzem

mediante sua individualidade.

Assim, entendemos que, toda criança merece ser respeitada,

preservada e compreendida em sua singularidade, nas práticas

educativas. Contudo, consideramos que devem ser ouvidas, devem se

expressar, interagir, devem ser respeitadas em sua singularidade e

sentimentos, pois de acordo com o exposto, cada criança tem sua forma

de ser e se manifestar diversificadamente, socialmente e culturalmente.

Dessa forma, é importante garantir o respeito à singularidade numa

diversidade, tanto familiar, quanto na comunidade ou em ambientes

escolares, preservando o convívio social, entretanto a escola deve ensinar

a viver conjuntamente, se desenvolver solidariamente. Torna-se

importante, reflexões a esse respeito, discussões e metodologias que

tratem desse principio fundamental a humanidade.

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2.2. PRINCÍPIO – SUSTENTABILIDADE, DEMOCRACIA E

PARTICIPAÇÃO

Na qualidade de definir, de investir na concepção sustentável,

democrática e participativa de gestão, envolvemos todos os segmentos

presentes no processo educacional: crianças, pais, professores, gestores e

funcionários. Afinal, a educação das crianças pequenas é uma

responsabilidade a ser compartilhada.

Primeiramente trataremos da gestão relacionada ao princípio

democrático, pois entendemos que surge como condição, segundo

Barbosa (2009, p.65).

“Na gestão, o principio democrático surge como

condição para o encontro das combinações e dos

conflitos entre equipe diretiva e demais membros das

escolas. Trata-se de garantir para o estabelecimento

educacional de crianças pequenas um lugar de

formação de projetos e de experiências de vida

integradas a partir da promoção de condições de

existência e de iniciativa para cada um dos

participantes que são, ao mesmo tempo, diferentes de

todos, mas, como sujeitos, iguais a todos.”

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Assim, é fundamental observar as práticas pedagógicas, observar

que cabe a gestão organizar e gerir as escolas, dar ênfase a democracia e

a participação. É importante ressaltar que as crianças devem ser

protagonistas em suas interações no coletivo, portanto, também com

direito a participarem de algumas definições políticas e pedagógicas da

vida escolar.

Segundo convenção Internacional sobre os Direitos da Criança da

(ONU, 1989) a criança passa a ter o direito à participação em diversas

situações sociais, elas podem “falar” em seu próprio interesse. Isto é, as

crianças podem participar de decisões, desenvolver suas opiniões,

participar das escolhas no ambiente escolar, ou seja, participar como

protagonista da sua aprendizagem,e do seu processo de desenvolvimento.

Assim, afirmamos os direitos das crianças, e reconhecemos esses

direitos como direitos absolutos, porem, não devem ser impostos nem tão

pouco estáticos.

É imprescindível numa sociedade contemporânea, a mobilização de

toda a sociedade civil organizada para a construção de novos direitos e a

reflexão e manutenção dos já existentes, condicionando-os as

experiências, aos processos de aprendizagens e desenvolvimento da

criança, condicionados aos direitos e deveres dos pais ou responsáveis, as

responsabilidades de toda a equipe escolar, bem como por leis.

Segundo Barbosa (2009, p.67), a participação das crianças na

escola não se reduz à atenção, aos desejos individuais e interesses

momentâneos de um grupo, muito menos à espera dos adultos pela

“clareza” das “palavras” que comunica interesses ou opiniões naquilo que

as afeta no coletivo”.

Logo a seguir, trataremos de sustentabilidade como principio,

explicitaremos o imbrincamento da sustentabilidade com a democracia na

gestão educacional. Clarificamos que uma instituição escolar necessita ser

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sustentável economicamente, socialmente e culturalmente. Enfim,

concluímos que, sustentabilidade, democracia e participação como

princípios políticos se encarregam de direcionar e organizar a gestão

escolar, devendo estar comprometidas com os princípios éticos e estéticos

no cotidiano, com os que compõem a escola, crianças, professores,

famílias, gestores, entre outros.

Concluímos que, esse princípio deve ser articulado na vida escolar,

não devendo estar e permanecer estático, no currículo, mas inseridos na

vida, na interação.

2.3. INDISSOCIABILIDADE ENTRE EDUCAR E CUIDAR

Sabendo que o termo dissociar vem especificamente para significar

“separar o que estava associado; desunir; desagregar. v. t.” assim

partimos para entender que com a junção do prefixo “in” na palavra

dissociar caracteriza uma outra base de significação, alterando o

significado,então (in+dissociabilidade) conceituaremos como qualidade

indissociável, ou seja, de não separar, contudo, cabe ressaltar que educar

e cuidar são indissociáveis, não se separam. No inicio da educação infantil

a função da escola era apenas cuidar, para que mães trabalhassem. Essa

visão arcaica propunha um trabalho com foco no atendimento às

necessidades físicas, como alimentação, higiene, conforto. Conforme o

passar do tempo, a educação infantil passou a ser considerada a 1ª etapa

da educação básica, ou seja, a ter caráter educativo e com isso, foi

necessário interrogar e pensar suas especificidades.

Assim, se faz necessário primeiramente, o que nos traz WINNICOT

(1982, p. 214)

A função da escola maternal não é ser um substituto

para uma mãe ausente, mas suplementar e ampliar o

papel que, nos primeiros anos da criança, só a mãe

desempenha. Uma escola maternal, ou jardim de

infância, será possivelmente considerado, de modo

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mais correto, uma ampliação da família „para cima‟, em

vez de uma extensão „para baixo‟ da escola primária.

Entendemos que o cuidar ultrapassa processos ligados a proteção e

ao atendimento das necessidades físicas. Cuidar inclui acolher, garantir

segurança, alimentação, incentiva a curiosidade e a expressividade infantil

em um movimento de educação através do cuidado. Nesse sentido, cuidar

é educar, é dar condições para o pleno desenvolvimento das crianças

explorarem ambientes e se desenvolverem, portanto cuidar e educar são

dimensões indissociáveis de todas as ações dos educadores, implica entre

outros:

Acolher nos momentos difíceis, fazê-la se sentir confortável e

segura.

Garantir experiência bem sucedida de aprendizagem, sem

discriminação.

Cuidados mútuos, autonomia, trabalhar na perspectiva de que as

crianças aprendam a se cuidar mutuamente, respeitando as

diferenças, provendo autonomia.

Concluímos que, cuidar e educar parte das relações da escuta, do

afeto, dos desejos, inquietações e da necessidade de aprender a se

desenvolver. Educar e cuidar sempre devem estar juntos, imbricados,

misturados.

2.4. PRINCÍPIO - LUDICIDADE E BRINCADEIRA

“Quanto tempo leva uma passagem de afetos, o tempo

para encontrar uma alegria da vida?” (Pablo Neruda)

O quarto princípio, ludicidade e brincadeira pressupõe que

entendamos o que seja e como acontece, por conseguinte entendemos

que o brincar pressupõe regras, possibilidades, tempo, espaço e inovação,

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é um campo de ação, de experimentação, rumo a uma construção

significativa, prazerosa no processo de aprendizagem e desenvolvimento.

Segundo Baron, “a brincadeira é um campo de ação, tensão, de

construção e de abertura para a aprendizagem carreie o desenvolvimento;

é uma zona de experimentação é criação” (2002, p.53).

Contudo, o respeito é incondicional ao brincar, sendo esse principio

essencial a criança, e uma das atividades mais importante para a

construção das funções psicossuperiores na educação infantil. Portanto,

compreendemos que as funções psicossuperiores, exemplificando como

fala, a imaginação, a memória, o autocontrole da conduta; desenvolvem-

se através das relações interpessoais onde o brincar se faz de

fundamental importância. Dessa forma a criança se relaciona consigo

mesma e interage socialmente com outras crianças, ou melhor, com o

meio que se dispõe na brincadeira.

Assim, ao brincar, a criança necessita de: cuidados corporais,

atenção, diálogo cooperação e de estabelecimento de regras, pois a

brincadeira perpassa pelo campo da confiança, cuidados, atenção e

segurança, num ambiente que favoreça o êxito das ações desenvolvidas

pela criança.

É interessante ressaltar a autonomia, como direito pessoal, pois são

suas primeiras experiências, brincar requer gostar de brincar, requer

experiências sensoriais e motoras, é uma experiência criativa.

Como pratica cultural, percebemos o brincar como uma atividade

lúdica e universal, que supõe aprendizagens e o desenvolvimento de

repertórios, pois é por meio da brincadeira que a criança adquire as

primeiras representações do mundo, artefatos, se expande

linguisticamente, observa e se desenvolve com o auxílio dos adultos.

Consideramos que num contexto lúdico, a brincadeira e a ludicidade

se mostram correlacionadas por meio de muitas ações sendo as crianças

protagonistas, realizando ações não apenas para comunicar ideias e sim

para brincar sem compromisso, contudo, o planejamento das situações

lúdicas e demais atividades, requer o preparo de materiais (recurso),

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organização de espaços, tempo, estratégias e ação, com o intuito de

garantir um contexto que ofereçam oportunidades para as crianças.

Quanto à ludicidade, Zaporozhets ressalta que “É indispensável o

desenvolvimento amplo e o enriquecimento máximo das formas

especificamente infantis de atividade lúdica, pratica e também da

comunicação das crianças entre si e com os adultos “(1987, p.247).

Tendo em vista os aspectos observados, ressaltamos o ambiente,

como fundamental, dessa forma enfatizamos a importância do ambiente

ser seguro, limpo e confortável propiciando atitude e o descanso,

movimento a atividade exploratória, minuciosa, num pertencimento social

na tentativa de representando o papel do adulto.

Brincar e brincadeira são uma experiência inaugural de sentir-se,

aprender a criar e aprender linguagens, nesse sentido enfatizamos a

importância do Planejamento, organização de espaços, tempos e

materiais, preparação do ambiente físico que converta ao lúdico, ás

descobertas e á diversidade. No entanto devemos nos preocupar que esse

ambiente deva ser seguro, limpo, confortável, propiciando atividades e

descanso, movimento e exploração, bem como lugares desafiadores para

o desenvolvimento das brincadeiras.

Concluímos que, ao brincar a criança constrói, desenvolve

repertório, vocabulário, artefatos, experiências, sentimentos, expressões,

fantasias, sonhos e ideia; Assim, entendemos a Brincadeira como

experiência vivida, interpretada, construídas por cada criança e cada

grupo de crianças em seu contexto cultural dado por tradições. Cabe

destacar que o ato de brincar não é preparação para nada, é fazer o que

se faz em total aceitação da brincadeira não mantendo apenas relação

com o futuro, mas um bem viver no presente.

Dado o exposto, é imprescindível que professores reflitam,

reaprendam, maravilhe-se, sensibilize-se, atente-se para transformar o

ambiente escolar em local onde predomina o lúdico, cabendo esse desafio

aos educadores.

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2.5. PRINCÍPIO – ESTÉTICO COMO EXPERIÊNCIA

INDIVIDUAL E COLETIVA

Ao abordar o principio estético, nos apoiaremos em Mattos e

Ferreira (2004, p. 50) que afirma.

“Ora, se morar em uma residência fixa, trabalhar

formalmente e constituir família são padrões sociais

que caracterizam os indivíduos normais, logo, sem

residência fixa, sem família e trabalho formal, as

pessoas em situação de rua são alvos de investidas

ideológicas que acentuam suas anormalidades.”

O texto nos faz refletir sobre os perigos da estética que nem

sempre tem um sentido positivo, falamos aqui da estética do igual, da

padronização, do normal quê se vincula erroneamente a aceitação do

outro como ser humano, essa estética quando vinculada a padrões sociais,

estabelece regras para viver numa determinada classe social, e quem não

está dentro dessa estética imposta por essa classe esta dentro de uma

anormalidade, pois, para essa sociedade o normal é ter família com pai,

mãe, irmãos e etc, enfim, podemos concluir que a estética familiar como

aponta o texto, é determinante para dividir a sociedade em classes,

valorizando e potencializando a exclusão social.

Mas vamos avançar e entender mais sobre esse princípio que é tão rico?

Filosoficamente, o termo “estética”, designa uma dimensão

humana, caracterizando algo como belo, agradável, sublime, grandioso,

alegre, gracioso, poético ou então como feio, desagradável, inferior,

desgracioso, trágico. O termo “estética” pode ser utilizado em diferentes

sentidos, nomeadamente enfatizaremos o sentido positivo, rumo ao belo,

ao gracioso, estética do fazer bem feito, perfeito, com qualidade, assim

entendemos que parte do estimulo, da criatividade, do espírito inventivo,

da curiosidade pelo inusitado.

É importante salientar que grandes aliados da estética como os

fatores físicos e mecânicos,são determinantes nos modos de produzir,

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desenvolver, aprender e conviver, pois desenvolvidos e usados de forma

errada, desestimulam a criatividade, bem como a compreensão,

desvalorizam a delicadeza e sutileza, assim sendo, entendemos que a

busca da beleza do fazer bem feito, da alegria pelo que se faz,deve esta

vinculado a fatores físicos e mecânicos do desenvolvimento das

atividades. Conquanto, em se tratando de estética, um termo nos chama

a atenção por significar o “sentimento do belo”, é a estesia. A estesia

internalizada de forma correta pode potencializar nossos sentidos, e por

meio desse podemos ser capazes de uma percepção mais intima, intensa,

detalhada, nos aproximando do figurativo, do que aparece nas

entrelinhas, ver por traz do texto, da foto... Entendemos que a estética

está na relação entre os saberes, que emergem das situações corporais,

dos sons, das cores, dos sabores, das texturas, dos odores, dos toques,

dos olhares, entre outros aspectos sentidos.

Diante do exposto, é fundamental ressaltar que, o principio estético

requer experienciação com as coisas do mundo, visando prazer

intelectual, porém cabe enfatizar que:

“Compreender o ato de educar crianças pequenas como

ação simultaneamente ética e estética significa afirmá-

lo como promoção criativa dos seres humanos.

Criatividade expressa na interação de prosseguir

cotidianamente uma vida mais bonita, mais inventiva,

mais apaixonada, alegre, poética, inteligentes, fundada

em valores coletivos mais sensíveis, menos excludentes

e sectários, menos indiferentes e violentos.”

(BARBOSA, 2009, p. 76).

Nessa perspectiva, entendemos que se faz necessário um trabalhar

com projetos pedagógicos, cujo objetivo centraliza-se no reconhecimento

da beleza e dos detalhes, na valorização do útil funcionalmente.

Ressaltamos educacionalmente quanto a esse principio o olhar da criança,

reflexo transformador, pois parte dele “a possibilidade de bem viver

intelectualmente e socialmente”.

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Assim, consideramos fatores importantes como compreender,

valorizar humanamente, culturalmente, sentimentalmente e

reflexivamente a natureza, o universo e o ambiente. Esses são fatores

primordiais para uma relação com o mundo e com a humanidade e para

que possamos entender nossa relação com o mundo.

Clarificamos que esse princípio, segundo Barbosa (2009, p. 78)

define que:

“Trata-se, portanto de favorecer experiências estéticas

que promovam a complexificação do sentir e do pensar,

da imaginação e da percepção, de todos os envolvidos

com um projeto de educação infantil comprometido

com a valorização das produções culturais que

significam a existência em sociedade.”

Finalizamos salientando que, pedagogicamente a estética está

integrada na ludicidade, na diversão, na alegria e no senso de humor,

numa dimensão de vida, muitas vezes consideradas afetivamente. Assim

cabe entender a estética como sensibilidade para saber fazer bem feito,

pois um país portador da riqueza de cores, sons e sabores, com uma

fauna e flora diversa, necessita de uma sensibilidade estética que valorize

e explore essa riqueza.

Acreditamos num princípio estético com foco na sensibilização no

trato com o outro, na investigação de conteúdos ou atividades que

expressem esse posicionamento estético, estando presente no

desenvolvimento do currículo e na gestão escolar, haja visto que esses

fatores, não se dissociam das dimensões éticas

Enfim, defendemos que esse principio, potencialize a transformação

do espaço como de ambiente transformador e do tempo como um tempo

para o conhecimento de todos,de modo que esses dois fatores devam ser

planejados para acolher e expressar a diversidade dos alunos,

potencializando um posicionamento estético, oportunizando trocas de

significados, estimulação pelas palavras, imagens, sons, gestos e

expressões de pessoas que buscam incansavelmente superar a

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fragmentação das aprendizagens e o isolamento que essa fragmentação

escolar provoca. Deixando de lado uma concepção adultocêntrica dos

planejamentos.

3. CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE

(Arvore da família Atlântica – Romero Brito)

Ancorada na perspectiva da educação inclusiva, a inclusão social e a

organização de práticas não excludentes tornam-se imprescindíveis para

que a escola tenha pleno conhecimento do seu entorno, utilizando seus

equipamentos e espaços como fonte de aprendizagem e aproximação da

comunidade. Essa ação propicia a elaboração de uma proposta pedagógica

pautada em projetos interdisciplinares e transversais, que incorporem

ações, pessoas que convivem nesse entorno (como familiares,

profissionais, equipamentos públicos, comerciantes, trabalhadores locais,

etc.), e que conheça com maior abrangência, o modo de vida das pessoas

da comunidade buscando referencias no seu cotidiano e estabelecendo

uma relação dialógica comunidade/escola. Nesse sentido, buscamos

aproximar a equipe escolar dos familiares e crianças e proporcionamos no

ano de 2011, com a maioria dos funcionários que ainda permanecem em

2012, um passeio pelos bairros: Estoril, Capelinha, Cocaia, Parque das

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Garças, Parque rio Grande Vila Pele e Parque do lago de onde provém

nossa comunidade.

Naquela ocasião, durante o passeio, alguns questionamentos foram

feitos aos nossos educadores, como proposta de reflexão, os mesmos

demonstraram estarem impressionados com alguns aspectos como

moradia, carências locais referentes à infraestrutura e principalmente as

distâncias até a escola. Com a proposta de reflexão solicitamos aos

educadores um registro do que observaram durante o passeio, através da

resposta de três questionamentos: Quem é essa comunidade? O que lhe

chama a atenção neste lugar? E o que mais você observa?

“Poucas mudanças ocorreram.” (Elena e Mª Isabel);

“A situação neste Bairro (Capelinha) é bem precária.”

(Naomy);

“Há casas sem rede de esgoto e falta água.” (Patrícia);

“Não tem espaços para as crianças brincarem.”

(Isabel);

“A população é bastante grande.” (Isabel);

“Um bairro muito pacato só tem chácaras e pesqueiros

comércio nenhum...” (Talita)

“É difícil, só mato, terra, bichos e pássaros fiquei com o

coração doendo de ver onde as crianças moram.”

(Welington);

“Precisam de muita ajuda.” (Cleide);

“Devemos dar assistência.” (Cristiane)

(Principais relatos dos educadores após o passeio)

Poucas crianças moram próximo à escola e a grande maioria é

atendida pelo transporte escolar, serviço oferecido pela Prefeitura pelo

fato de a mesma não poder construir escolas nos bairros supracitados,

que ficam em áreas de mananciais. Verificamos a precária oferta de

espaços de lazer e cultura oferecido pelo município nos locais mais

distantes, não existindo praças, posto de saúde próximo ou até mesmo

um pronto socorro.

Fazendo uma analise conjuntural, fica a responsabilidade para a

escola (através de toda a equipe) de proporcionarmos além de

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aprendizagem nas diversas áreas de conhecimentos, aspectos que

envolvem a relação entre crianças e adultos que habitam este espaço, de

alegria, diversão e de inserção na cultura infantil.

Como pensar a comunidade e suas muitas imagens ou faces? Na

tentativa de buscar alguns caminhos, lembramos Cunha (1998, p.80),

afirmando que “... ainda são as diferenças o que move as sociedades

desse planeta”.

A diversidade não está apenas em rostos e olhos, e sim na busca

de uma identidade própria, em um fazer histórico, onde o reconhecimento

se traduz no direito a igualdade e ao respeito às diferenças. Neste aspecto

as diferenças promovem uma convivência verdadeira e gratuita entre as

pessoas na expressão de suas formas de ser, pensar e agir compondo

assim uma realidade democrática.

3.1. RECURSOS DA COMUNIDADE

Biblioteca Municipal Machado de Assis, com a qual mantemos

parceria nas atividades desenvolvidas voltadas para a participação de

nossas crianças no momento da hora de conto;

Unidade de Pronto Atendimento (UPA), ao qual encaminhamos os

casos de crianças acidentadas na escola;

Unidade Básica de Saúde;

Escolas Municipais de Educação Básica: Suzete Aparecida de

Campos (Fundamental); Cecília de Oliveira Turbay (Creche) e Graciliano

Ramos (infantil de 2 a 5 anos);

Escola Estadual Antonio Caputo (ensino fundamental II e ensino

médio);

Poliesportivo Municipal, que oferece alguns cursos gratuitos para a

comunidade em geral relacionados a práticas esportivas, coordenados

pela secretaria de Esportes da Prefeitura.

Quadra de esportes do bairro, que oferece cursos de judô, balet,

artesanato mediante taxas cobradas de seus participantes. Conta

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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também com a sede da Associação Riacho Grande que faz atendimento na

área assistencial;

Sede dos Escoteiros do Riacho;

Lazer: o Bairro é procurado aos finais de semana por conta da

represa, tornando-se um bairro turístico. Os turistas vêm em busca da

pesca e de banhar-se nas águas da represa, em torna da qual estão

instalados quiosques e vendedores ambulantes que fazem deste comércio

um meio de sobrevivência. A represa também é utilizada por nossa escola

como recurso para os estudos sobre a água e questões ambientais;

Outro ponto de atração turística, que está situado relativamente

próximo à escola, é o Parque Estoril, alguns de nossos alunos residem nas

proximidades deste parque e vem até a escola a pé ou de transporte

escolar particular;

O comércio local está muito voltado para a venda de artigos para

pesca, visando atender a procura dos turistas, que utilizam a represa para

este fim, não só aos finais de semana;

A orla da represa também oferece aos turistas, principalmente à

noite, restaurantes, que são procurados por pessoas de várias regiões;

Outro atrativo é a Feira de Artesanato chamada pelos moradores

desta região de “Feirinha do Verde”. Ela ocorre na praça em frente à

Biblioteca Machado de Assis aos domingos e é organizada pelo Rotary

Clube e Sub Prefeitura do Riacho;

Dados observados a partir da avaliação da comunidade do ano de

2011 apontam para a existência de um bom relacionamento entre a

equipe escolar e os familiares, e também para a satisfação da maioria das

famílias em relação à aprendizagem das crianças e ao trabalho realizado

pela escola e pela equipe que a compõe. Um dado importante apontado

pela comunidade durante a pesquisa, e que se assemelha ao apontado em

2010, refere-se às condições do prédio da escola, consideradas boas, mas

com ressalvas em relação à necessidade de reformas e adaptações. Sobre

esta situação, a APM da escola empenhará a verba de manutenção deste

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ano para sanar alguns dos problemas mais urgentes como conserto do

piso que rodeia o prédio, vazamentos no telhado, adequação do tamanho

dos brinquedos do parque (rebaixamento) a fim de garantir a segurança

das crianças. Porém, é consenso também entre os membros deste

colegiado, a necessidade de uma reforma mais incisiva do prédio, a fim de

que os problemas possam ser sanados em definitivo.

A comunicação entre a escola e a família também foi avaliada

satisfatoriamente. Essas informações são importantes para nossa equipe,

uma vez que validam ações e apontam para um investimento constante

nas ações da equipe em relação ao constante aprimoramento do serviço

prestado à comunidade.

4. COMUNIDADE ESCOLAR

4.1. CARACTERIZAÇÃO

Nossa escola está localizada no centro do Riacho Grande, distrito

que abrange diferentes bairros como: Centro, Parque Rio Grande, Vila

Pelé, Vila Tozzi, Jardim Jussara, Balneária, Capelinha, Areião, Yara Praia,

Estoril, Banespa, Canal Schimdt, Km 40 da Anchieta, Jardim Borda do

Campo, Varginha, Xiboca, Cocaia, Parque das Garças, Zanzala, Boa Vista,

Fincos, Sabesp, Alto da Serra. Todos estes bairros possuem características

peculiares, mas todos com um aspecto em comum, todos em área de

manancial.

O distrito do Riacho Grande está distante do centro do município de

São Bernardo do Campo, por isso o mesmo possui uma subprefeitura

onde faz atendimento aos munícipes de segunda à sexta–feira das

8h30min às 17h30m. Este atendimento refere-se a qualquer solicitação,

reclamação ou sugestão referente a ações do poder público, que são

encaminhadas às respectivas Secretarias de competência.

O centro do Riacho Grande também possui Posto de Saúde, Unidade

de Pronto Atendimento (UPA), Centro de Referência e Assistência Social

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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(CRAS), Biblioteca Municipal Machado de Assis, Associações de Bairro e

como todo bairro grande e populoso oferece a comunidade supermercado,

farmácia, escolas e lojas.

A nossa unidade escolar atualmente atende um total de 306 alunos

vindos destes diferentes bairros citados acima.

Alguns destes bairros apresentam uma considerável distancia até a

escola impossibilitando que os familiares tragam seus filhos até o portão

todos os dias. Este aspecto é um dos pontos que enfatizam a

caracterização da nossa comunidade, pois temos uma pequena

porcentagem de familiares que se mostram presentes fisicamente nas

ações da escola e uma grande porcentagem que se mostra presente nas

ações da escola através de outros veículos de comunicação como: caderno

de comunicados, telefonemas, e-mails, blog, bilhetes, etc.

Em nossa visita aos bairros, realizada principalmente com o

objetivo de apresentá-la aos novos educadores que iniciam na escola após

o último processo de remoção, foi observado que em nossa comunidade

ainda há falta de infraestrutura básica para as famílias, ou seja, apenas os

Bairros mais próximos da escola como Centro do Riacho, Parque Estoril,

Parque Rio Grande, Vila Pelé e Jardim Boa Vista possuem água encanada,

rede de esgoto e ruas pavimentadas. Outra surpresa para o grupo novo é

procedência das crianças, que vêm de bairros muito distantes, diferente

da idéia que muitos tinham de uma escola de atendimento central do

Riacho Grande.

No Bairro Capelinha, de onde vem grande parte de nossas crianças,

ainda nos deparamos com a falta de água encanada e com o esgoto

correndo a “céu aberto”, em meio a ruas não pavimentadas. A água é

levada por caminhões pipa no Bairro Capelinha e retirada de poços em

bairro como Parque das Garças, Cocaia, Alto da Serra. Outro fato que nos

chamou a atenção foi a falta de opção de lazer e as condições precárias

das ruas, que impossibilitam às crianças de brincarem com segurança,

sem se expor a riscos.

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Esses observáveis continuam apontando para a necessidade de

investimento da escola no trabalho voltado para a importância do brincar,

bem como nas questões da área de corpo e movimento. Em nossos

encontros de formação teremos a oportunidade de refletir sobre esta

necessidade, além de abordarmos outras questões elencadas a partir

desta experiência com o grupo.

Esses dados reforçam também a necessidade de investimento em

políticas publicas em alguns dos bairros do distrito do Riacho Grande.

É importante também que a escola invista em conjunto com o Posto

de Saúde em ações que visem à melhoria da qualidade de vida destas

famílias e consequentemente a qualidade de vida de nossas crianças. Em

contatos mantidos após a visita e observações, estabelecemos com a UBS

do Riacho a parceria na divulgação de ações no combate à dengue,

tuberculose e saúde bucal. Divulgaremos entre as famílias os dias e os

temas de palestras que ocorrerão nos bairros de nossa comunidade

escolar, bem como disponibilizaremos o espaço para a realização destas

palestras em nossa escola, durante encontro com os pais nas reuniões de

familiares e de Conselho de Escola e APM.

Atendemos algumas crianças dos bairros: Areião, Jardim Jussara e

Vila Balneária que embora tenham escola em seus bairros não há vagas

suficientes para atendê-las, principalmente aquelas que precisam do

período integral, ou ainda procuram a escola por preferência da família.

As comunidades dos bairros Borda do Campo, Cocaia, Canal

Schmidt, Parque das Garças e Alto da Serra tem muitas características em

comum, temos casas em um mesmo local formando pequenos vilarejos e

outras isoladas, distantes umas das outras com características rurais.

Muitos dos familiares trabalham como caseiros em chácaras e sítios.

“Cada bairro/ comunidade na sua organização e

sobrevivência construiu respostas particulares para as

suas necessidades na superação, ou não, das

desigualdades.” (Conversando sobre projetos Políticos

Pegagógicos – SE)

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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Chama-nos a atenção a distância destes bairros até a escola, pois

temos vilarejos que ficam aproximadamente a 18 km de distância. No ano

de 2009, através das ações do Conselho de escola, conseguimos que mais

bairros tivessem acesso ao transporte escolar da Prefeitura. Neste ano,

cerca de 64% de nossas crianças utilizam o transporte escolar do

município. Apenas 10% das crianças vêm até a escola acompanhadas

pelos familiares e 26% utilizam o transporte particular.

Diante destes dados, nosso grande desafio continua sendo o de

ampliar e efetivar a participação destas comunidades nas ações da escola,

reconhecendo nelas um instrumento que possibilita a ampliação dos

conhecimentos acumulados na sociedade.

Por fim, temos como direcionamento de trabalho, levar para as

reuniões de Conselho de Escola e APM os observáveis em relação aos

Bairros visitados, buscando encaminhamentos e reflexões sobre as

realidades vivenciadas pelas nossas crianças e familiares e como a escola

pode contribuir para as mudanças e melhorias.

“Cada comunidade é de um jeito. É necessário respeitar

o contexto histórico e social onde a escola está

inserida”. (Conversando sobre projetos Políticos

Pedagógicos – SEC)

5. CONSELHO DE ESCOLA

5.1 CARACTERIZAÇÃO

Acreditamos no velho princípio latino “as palavras comovem, mas os

exemplos se arrastam”. Transferindo esse princípio para o cotidiano da

escola podemos dizer que, construímos mais cidadania nas crianças pelas

atitudes que cultivamos do que pelas palavras que dizemos. Este princípio

reforça o laço da efetivação da cidadania no coletivo da unidade escolar,

através da participação das comunidades escolar e local.

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Pensando nisso, podemos nos perguntar: Como essa participação se

revigora nas decisões das ações do coletivo da unidade escolar? Como

redefinir a participação dos diferentes segmentos da escola?

A efetiva defesa da participação popular no interior da unidade

escolar está pautada na implementação do Conselho de Escola. Os

Conselhos de Escola na educação, concebidos pela LDB como uma das

estratégias de gestão democrática da escola pública, tem como

pressuposto o exercício de poder pela participação, das comunidades

escolares e locais (LDB, art. 14). Para nós a democratização da gestão da

escola, está na partilha de sentimentos, compartilhamento de decisões

com a comunidade, na idéia de melhores trajetórias para o gerenciamento

da unidade escolar. O Conselho de escola tem por finalidade deliberar

decisões coletivas e traduzir os anseios e os votos dos diferentes atores

internos e externos da escola.

“Os conselhos escolares são acima de tudo um espaço

de participação e, portanto de exercício de liberdade.”

(Programa Nacional de fortalecimento dos Conselhos

Escolares)

5.2. OBJETIVOS E ATRIBUIÇÕES DO CONSELHO DE

ESCOLA

Elaborar o regimento interno do Conselho de Escola;

Acompanhar a efetivação do calendário escolar;

Discutir e avaliar o Projeto Político Pedagógico da escola;

Garantir a participação das comunidades escolar e local na

definição do projeto político pedagógico da unidade escolar;

Promover relações pedagógicas que favoreçam o respeito ao

saber das crianças e que valorizem a cultura da comunidade

local;

Propor e coordenar alterações em relação ao aproveitamento

significativo do tempo e dos espaços pedagógicos na escola;

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Elaborar o plano de formação continuada dos conselheiros

escolares, visando ampliar a qualificação de sua atuação;

Aprovar o plano financeiro anual, elaborado pela gestão da escola

e APM sobre a programação e a aplicação de recursos

financeiros;

Acompanhar a gestão administrativa e pedagógica da unidade

escolar.

5.3. QUADRO DO CONSELHO DE ESCOLA

MEMBRO NATO – Filomena Cabral Pais Jasiulonis

COORDENADORA – Andrea Esteves Gomes Silvério

SECRETÁRIA – Maria Aparecida Tenório

MEMBRO – Francisco de Assis de Oliveira Fagundes

SUPLENTE – Silvia Helena Morais Dias

MEMBRO – Zuleide Cassiano Silva Santos

SUPLENTE – Sandra de Jesus Alves

MEMBRO – Pamela Fabíola Bernine Calunga

SUPLENTE - Isabel Cristina de Souza

6. ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES

6.1. CARACTERIZAÇÃO DA APM

Acreditamos que democratizar a gestão é partilhar decisões com a

comunidade, possibilitando encontrar melhores caminhos para o

gerenciamento da Unidade Escolar. Ampliando o número de pessoas que

participam da rotina escolar é possível estabelecer relações mais flexíveis

e menos patrimonialista entre os atores que atuam no interior e no

exterior da escola.

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Em nossa unidade escolar temos dois órgãos colegiados, ou seja,

duas formas legais de participação e envolvimento de todos os

segmentos, que nos auxiliam a gerir as ações da escola, são elas:

Conselho de Escola APM. A associação de pais e mestres tem por

finalidade aprimorar as ações e planejar as aplicações de recursos

financeiros destinados a escola.

Esse objetivo só poderá ser contemplado se pautado em discussões

e levantamentos de prioridades em parceria com o Conselho de Escola.

Para que esse diálogo aconteça ficou acordado que as reuniões dos dois

órgãos colegiados durante este ano acontecerão na primeira quinta-feira

do mês no horário das 15: 00h.

6.2. OBJETIVOS GERAIS DA APM

Propiciar o interjogo entre as pessoas, facilitando a troca de

idéias, revisão de matrizes, concepções e crenças, incorporando

novos dados, elementos e conhecimentos;

Favorecer que a escola cumpra seus objetivos e princípios co

qualidade e responsabilidade, tendo na parceria com o Conselho

de Escola o objetivo de conhecer melhor o conjunto das

necessidades de opiniões e melhorar o bem-estar das crianças;

Efetivar o plano financeiro anual elaborado em parceria com a

gestão sobre a programação e aplicação de recursos financeiros;

Socializar com a comunidade local o direcionamento dos recursos

financeiros através de planilhas, tabelas e prestação de contas.

Acreditamos que, democratizar a gestão da escola é partilhar

decisões com a comunidade, possibilitando encontrar melhores caminhos

para o gerenciamento da unidade escolar.

Após uma primeira conversa com este novo grupo do Conselho de

Escola, foi realizado um levantamento das expectativas e ideias perante o

trabalho a ser realizado. Estabelecemos então que a participação na rotina

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escolar, principalmente no planejamento de algumas ações pedagógicas

garante uma relação mais flexível entre educadores e comunidade.

6.3 COMPOSIÇÃO DO QUADRO DA APM

CONSELHO DELIBERATIVO

NOME CARGO CATEGORIA

Cleide Lima Rosa Presidente Professor

Alexandra Francisca das

Neves Primeiro Secretário Mãe de aluno

Talita Leão Mantovani Segundo Secretário Mãe de aluno

Renata Carla Nascimento Membro Mãe de aluno

Isabel Cristina de Sousa Membro Professora

DIRETORIA EXECUTIVA

NOME CARGO CATEGORIA

Adriana Soares Strole Diretor Executivo Pai de aluno

Francisca Sonia Vieira

Ricardo

Vice Diretor

Executivo Mãe de aluno

Andrea de Vasconcelos

Correa Primeiro Tesoureiro Mãe de aluno

Adriana Alves Gomes Segundo

Tesoureiro Mãe de aluno

Ligia Mello Morita Primeiro Secretário Professor

Fernanda Feliciano

Andrade Segundo Secretário Professor

CONSELHO FISCAL

NOME CARGO CATEGORIA

Antonio Valdi da Silva presidente Mãe de aluno

Rosana Rosa Pereira Membro Mãe de aluno

Maria Isabel de Farias Leal Membro Professor

6.4 AVALIAÇÃO

Refletiremos com os membros da APM acerca das estratégias,

periodicidade e possíveis instrumentos a serem utilizados durante o

processo de avaliação do plano de formação da APM e Conselho, que

serão incorporados a este documento durante o ano.

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7. PLANO DE AÇÃO COM AS FAMÍLIAS

Justificativa

A necessidade de trabalho dos familiares que na maioria das vezes

ocorre concomitantemente ao período escolar, a distância física presente

entre a escola e os bairros dos quais provem nossas crianças, são fatores

que dificultam a vinda das famílias até a escola, e, consequentemente um

contato direto sem intermediação com a equipe escolar. Diante desta

constatação, faz-se necessário investir em canais de comunicação que

garantam o acesso das famílias ao que ocorre em nosso cotidiano, a fim

de que participem, compreendam e acompanhem o processo de

aprendizagem e desenvolvimento proporcionado por nossa escola. Nesse

sentido, a comunicação entre família e escola pode se dar através de

bilhetes colados ou recados escritos pela professora nas agendas, cartazes

colados no portão da escola, blog da escola, por telefone entre outros.

Outra ação que envolverá nossa comunidade, estará voltada para o

conhecimento e reconhecimento da criança enquanto sujeito produtor de

cultura, identificando os saberes por ela produzidos, frutos de suas

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experiências no meio cultural onde habita e estuda. Essa ação dará

margem à transformação do olhar das famílias sobre a infância e suas

especificidades.

Objetivos gerais

No trabalho com as famílias, um dos pontos primordiais será semear

os desejos e objetivos traçados por toda a equipe escola, bem como seus

projetos, atividades sequenciadas e tudo o que envolver a aprendizagem e

o desenvolvimento das crianças, no intuito de poder contar com a

participação e empenho de todos, família e escola em um só proposito.

Nesse sentido, clarificar para as famílias nossos princípios educativos, bem

como nossas concepções de criança/infância, espaço/tempo,

diversidade/singularidade, ludicidade entre outros, é um ponto

fundamental para o êxito do nosso trabalho e da formação familiar.

Enfim, a equipe escolar através de reuniões com familiares em sala,

com a equipe gestora ou em conversas pontuais, terá além dos objetivos

supracitados os que se seguem:

Envolver a comunidade nas ações e projetos;

Garantir a comunicação entre a escola e a família acerca das

ações que ocorrem na escola;

Investir em meios de comunicação que garantam a

comunicação entre a escola e as famílias;

Viabilizar a participação das famílias em encontros que

abordem temas de interesse da comunidade escolar;

Envolver as famílias nos projetos que ocorrem na escola a fim

de que acompanhem o processo educativo vivenciado pelas

crianças;

Valorizar os saberes da comunidade identificando e

valorizando as experiências culturais, socializando-as com toda

a comunidade escolar;

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Ações propostas

Encontros com familiares: Nosso objetivo é que os encontros

possam ser planejados com mais cuidado e com um tempo maior para o

contato entre as famílias e a escola. As famílias serão convidadas a

participarem através de bilhete em forma de convite na agenda, cujo

conteúdo será elaborado pela professora e com as crianças, que informará

sobre os assuntos a serem abordados através de uma pauta. Os temas

serão definidos de acordo com os interesses e necessidades da escola e da

família, que durante os encontros poderão indicar os assuntos que

gostariam fossem abordados nas próximas reuniões.

Socialização do trabalho realizado em sala: para que as

famílias possam acompanhar o processo de ensino aprendizagem que

ocorre na escola, as professoras organizarão os materiais produzidos nos

projetos e sequenciadas enviando-os para casa ao término dos mesmos.

Dessa forma, pretendemos que as famílias conheçam o trabalho ocorrido

na escola, acompanhando o desenvolvimento global de suas crianças

através de suas produções. Os sábados letivos serão momentos de

socialização e participação das famílias, divulgando as ações sobre o

Projeto de 2012, “As crianças percorrendo os caminhos da Cultura

Brasileira”.

Melhoria dos canais de comunicação entre a escola e a

família: Realizaremos a catalogação dos e-mails dos familiares e a

socialização do e-mail da escola, estabelecendo assim outro canal de

comunicação possível entre as famílias que possuem este recurso

tecnológico. Criado no ano de 2009, o “Blog” da nossa escola será um dos

veículos de informação para socializar as ações que aqui acontecem.

A verificação diária da agenda das crianças, principal veículo de

informação entre as famílias e a escola, por parte das professoras é uma

ação importante para que a comunicação seja efetivada, principalmente

entre as famílias que não dispõe de recursos tecnológicos necessários ao

acompanhamento via internet.

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A divulgação das ações que ocorrem na escola, como concebemos a

educação, as rotinas que aqui acontecem e temas voltados à educação,

concepção de infância e divulgação da cultura são expostas nos murais de

entrada da escola e em biombos, para que a comunidade que até aqui

vem possa apreciar. Na entrada da secretaria há um espaço de

“instalação”, através de diversas de diversas linguagens, fotos, poesias,

imagens que retratam o cotidiano de nossa escola

7.1. ORGANIZAÇÃO DOS EVENTOS COM A COMUNIDADE

Eventos

04 de fevereiro– 1ª reunião com as famílias na escola.

12 de junho – 44º Aniversário da EMEB ”Graciliano Ramos” –

Exposição do Histórico para a Comunidade

23 de junho – Encontro com os familiares para o início do

projeto “As Crianças Percorrendo os Caminhos da Cultura Brasileira”

15 a 19 de outubro- Semana da Educação:Exposição de

trabalhos das turmas e homenageado: Compositor e Maestro Heitor Villa

Lobos

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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19 a 23 de novembro - Semana da consciência Negra:

exposição de atividades produzidas com as crianças sobre o tema

08 de dezembro- Finalização do Projeto “As Crianças

Percorrendo a Cultura Brasileira”

Reunião com familiares

As nossas reuniões têm como objetivo construir parcerias com os

familiares nas questões referentes às crianças, bem como a formação dos

mesmos;

Entendemos que o diálogo com os familiares nos ajuda a conhecer

as particularidades de cada criança, o que fazem, com quem convivem

fora da escola, como é sua rotina e outros dados para melhor direcionar o

olhar em relação a cada uma, contemplando a diversidade;

Temos também conversas individualizadas com os familiares

agendadas a partir da necessidade sugerida pelo professor, trio gestor,

famílias, ou EOT. Neste caso, um responsável pela criança é chamado em

horário a combinar entre professor, familiar e um representante do trio

gestor, costumeiramente o diretor ou coordenadora pedagógica;

Quando a família não pode comparecer no horário de aula,

marcamos as quintas-feiras no horário dos HTPC’s para que possa

encontrar-se com a professora;

O encontro será planejado no HTPC, quando definiremos um tema

a ser trabalhado com os pais, referente às ações que ocorrem na escola. A

pauta do encontro será socializada com a família através de um convite,

que será colocado na agenda;

Para as famílias dos alunos novos, organizamos uma reunião que

acontece no mês de dezembro, com o objetivo de acolher melhor os que

aqui chegam, apresentando a escola, seus espaços, alguns membros da

equipe, bem como próprio o Projeto Político Pedagógico que nos

fundamenta.

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Responsáveis

A responsabilidade pelas ações que ocorrerão no Plano de Ação com

a Comunidade Escolar estará a cargo da Equipe Gestora, que contará com

a participação direta de toda a equipe escolar, que se co-responsabilizará

pela efetivação das tomadas de decisões coletivas, viabilizando o sucesso

das ações planejadas.

Prazo/ periodicidade

As ações planejadas ocorrerão ao longo do ano de 2012, durante

encontros entre as famílias e a escola: reuniões de pais, eventos com a

participação da família, envio de calendários mensais através das

agendas, verificação diária das agendas, Jornal da Escola...

Avaliação

A avaliação se dará de forma contínua, partindo da observação das

mudanças no cotidiano escolar que ocorrerão a partir da efetivação das

ações, através da avaliação da participação da comunidade nos eventos e

reuniões organizados pela escola e ao longo do processo, quando a equipe

escolar poderá em encontros de formação individual e coletiva, refletir

sobre o andamento dos projetos e sobre a participação da comunidade

nas ações da escola.

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8. EQUIPE ESCOLAR

8.1. PROFESSORES

8.1.1. CARACTERIZAÇÃO

NOME SITUAÇÃO

FUNCIONAL

ESCOLARIDADE TEMPO

NA

PMSBC

TEMPO

NA

ESCOLA

OBSERVAÇÃO GRADUAÇÃO/

FORMAÇÃO

PÓS-

GRADUAÇÃO

Isabel Professora Cursando

jornalismo -

3 anos e

3 meses 1 ano -

Cleide Professora Letras Educação Infantil

2 anos 2 anos -

Débora

Renata Professora

Pedagogia

Incompleta - 5 anos 2 anos -

Elena Professora Magistério - 22 anos 4 anos -

Francisca Professora Pedagogia Educação Infantil

4 anos 1 ano Profª Jornada suplementar

Maria

Iraneide Professora Pedagogia

Educação Infantil

4 anos 4 meses -

Fernanda

Feliciano Professora Pedagogia

Educação Tecnológica

5 anos 4 anos -

Filomena Professora

Respondendo

pela Direção

Pedagogia/ Letras

Gestão Escolar 26 anos 24 anos -

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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Fernanda

Soares Professora Pedagogia Psicopedagogia 1º ano 2 meses -

Cristiane Professora Pedagogia - 10 anos 1 ano -

Maria

Isabel Professora

Pedagogia/ Biblioteconomia

Educação Infantil

11 anos 7 anos -

Patrícia Professora substituta

Magistério Direito

- 5 anos 5 anos -

Rafaella Professora

Fisioterapia/ Magistério

Pedagogia

- Início em

maio

Início em maio

-

Ligia Professora Pedagogia

Gestão de pessoas/ A arte

de contar história/ Educação Infantil

2 ano 1 ano -

Tatiana Professora de

Apoio à Direção

Pedagogia Psicopedagogia/

Educação Infantil

8 anos 7 anos -

Eliane Professora Pedagogia Educação Infantil

7 anos 1 ano -

Andrea Professora Magistério - 8 anos 1 ano -

NOME SITUAÇÃO

FUNCIONAL

ESCOLARIDADE TEMPO

NA

PMSBC

TEMPO

NA

ESCOLA

OBSERVAÇÃO GRADUAÇÃO

PÓS-

GRADUAÇÃO

Alexandre Auxiliar em

Educação

Educação

Artística - 4 meses 4 meses -

Neli Auxiliar em Educação

Administração de Empresa

- 3 anos 1 ano -

Wellington Auxiliar em Educação

Cursando

Psicologia - 2 anos 1 ano -

8.2. FUNCIONÁRIOS

8.2.1. CARACTERIZAÇÃO

NOME SITUAÇÃO

FUNCIONAL ESCOLARIDADE

TEMPO

NA

PMSBC

TEMPO

NA

ESCOLA

OBSERVAÇÃO

Aldinete Aux. Limpeza Ensino Médio 6 anos e 8

meses

2 anos e

dois meses -

Dina Aux. Limpeza Cursando Matemática 6 anos

Início em

maio na unidade

-

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

EMEB GRACILIANO RAMOS

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Sandra Aux. Limpeza Ensino Médio 6 anos e 5

meses 6 anos -

Silvia Aux. Limpeza Pedagogia 7 anos e 8

meses 7 anos e 8

meses -

Terezinha Aux. Limpeza Magistério 6 anos 4 anos -

Wilton Oficial de escola Ciências Contábeis 5 anos 5 anos -

Léia Cozinheira Ensino Médio - 5 anos Funcionária da

Coan

Márcia Aux. Cozinha Ensino Médio - 4 anos Funcionária da

Coan

Rosemary Aux. Cozinha - - Funcionária da

Coan

Rosilene Aux. Cozinha Ensino Médio - 7 anos Funcionária da

Coan

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9. PLANO DE FORMAÇÃO DOS EDUCADORES, QUALIDADE

NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Público alvo: professores, auxiliares e funcionários da escola

Duração: 2 anos

Periodicidade: encontros de htpc e reuniões pedagógicas

Justificativa

Com o propósito de romper com a visão da Educação Infantil como

etapa preparatória para o Ensino Fundamental e considerando a Infância

como uma etapa da vida, há que se seguir uma diretriz baseada em um

conceito da infância voltado para a contemporaneidade, pois conforme

afirma Barbosa( 2009):

“A função da educação infantil nas sociedades

contemporâneas é a de possibilitar a vivência em

comunidade, aprendendo a respeitar, a acolher e a

celebrar a diversidade dos demais, a sair da percepção

exclusiva do seu universo pessoal, assim como a ver o

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mundo a partir do olhar do outro e da compreensão de

outros mundos sociais.” (p.12)

Desse modo, diante das peculiaridades e características da infância,

é evidente a necessidade de refletir sobre os conceitos teóricos e práticas

pedagógicas [...] que pensem em projetos educacionais que possam, em

sua complexidade, dar conta tanto das necessidades de segurança,

proteção e pertencimento, quanto das de liberdade e autonomia.

(BARBOSA, p. 12)

Segundo Karl Marx, assim como para Vygotsky, [...] o homem não

nasce humano. Sua humanidade é externa a ele, desenvolvida ao longo

do processo de apropriação da cultura, que as novas gerações encontram

ao nascer, acumulada pelas gerações precedentes. Barbosa (2009)

acrescenta ainda que:

“Não nascemos sabendo nos relacionar com os demais.

Embora sejamos biologicamente sociais, precisamos, no

convívio, aprender as formas de relacionamento. Essa é

a grande tarefa da educação da primeira infância e é

realizada nas suas práticas cotidianas embasadas

naquilo que a cultura universal oferece de melhor para

as crianças.“ (p. 13)

Partindo desta colocação, temos que a escola é tida como o lugar da

cultura elaborada, ou seja, a “[...] cultura histórica e socialmente

acumulada constitui a fonte do desenvolvimento humano, uma vez que

guarda o conjunto das qualidades humanas criadas ao longo da história

(MELLO). Neste sentido, a função do professor é , como parceiro mais

experiente no processo de aprendizagem, conhecer a cultura “ [...] para

mediatizar seu acesso às crianças.” (MELLO), mediando os saberes

construídos pela humanidade, considerando a capacidade das crianças em

aprender, ampliando-os de modo a apropriar-se da própria cultura, agindo

assim como sujeitos que criam e podem também provocar intervenções

no mundo, se constituindo como produtores de cultura.

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Apoiados na afirmação de Leontiev (in MELLO, 2003), temos que a

apropriação da cultura por parte da criança ocorre através das relações

estabelecidas com outras pessoas, no convívio social que lhe permite

desenvolver aptidões, capacidades e habilidades humanas na medida em

que se relaciona com os objetos e materiais da cultura: linguagem,

ciência, costumes e instrumentos (objetos). Temos então que a criança

não é um “ser de aptidões” e sim “um ser criador de aptidões”, pois [...]

criam a partir das condições concretas de vida e educação, do acesso que

a sociedade lhe permite à cultura acumulada que possibilita ao ser

humano ser “uno” e “diverso” (MELLO).

Tendo em vista ser a educação infantil um espaço pautado pelo

encontro entre diferentes saberes, vivências e pessoas e que [...] oferece

à criança o contato com o contexto cultural ao qual pertence. (BARBOSA,

2009, p.58), defendemos que temas como educar para a igualdade

(racial, de gênero, de crença e valores) de modo que a criança possa

vivenciar diferentes culturas também será foco das reflexões durante a

formação com o grupo.

Objetivos

Repensar as práticas pedagógicas presentes no cotidiano da escola,

identificando e problematizando as práticas tradicionais;

Estudar os instrumentos legais que orientam e embasam a prática

pedagógica na Educação Infantil pensando na adequação de um

currículo efetivamente voltado para a educação infantil;

Resgatar as concepções de infância, criança, de adulto (frente ao

conceito de infância) e escola, dentro da abordagem histórica,

refazendo sua relação no cotidiano escolar;

Resgatar os fundamentos teóricos que embasam a pedagogia da

infância identificando elementos que mostram a voz da criança e

sua ação no projeto educativo;

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Reconhecer as crianças como agentes ativos da cultura infantil, que

constroem as próprias culturas e contribuem para a produção do

mundo adulto;

Refletir sobre o perfil do educador da criança pequena e da escola

dentro de uma visão humanizadora.

Conteúdos

Correntes pedagógicas: Tradicional, crítica e pós-crítica (2011);

Concepção de infância à luz dos teóricos: Vygotsky, Piaget, Freinet;

A educação infantil no Brasil – uma abordagem histórica (2011);

Culturas infantis;

Práticas pedagógicas: organização da vida cotidiana (rotina, tempo,

espaço, materiais, projetos, sequências didáticas, atividades

permanentes) (2012);

Perfil do educador da criança pequena (2011/12);

Pedagogia da Infância: Princípios educativos, gestão compartilhada,

os adultos responsáveis: papéis diferenciados, currículo da educação

infantil (2011/12).

Ações Previstas

Socialização do plano de formação “Qualidade na Educação Infantil”

com o grupo de trabalho (Reunião pedagógica/2011);

Leitura e reflexões de textos que embasarão teoricamente o

desenvolvimento do plano de formação (HTPC);

Organização de uma “caixa de textos” que subsidiará as possíveis

reflexões no grupo, através de textos voltados para os temas

discutidos (Reunião pedagógica/2011);

Abordagem histórica da infância e da Educação Infantil – linha do

tempo (HTPC);

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Abordagem dos princípios educativos que embasam o documento

“Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil” (Reunião

pedagógica/ HTPC);

Estudo e reflexão sobre propostas pedagógicas a partir dos

instrumentos legais voltados para a Educação Infantil (HTPC);

Utilização de elementos da Arte para sensibilizar olhares,

percepções, sentimentos e linguagens em relação à infância através

dos tempos (Reunião pedagógica);

Reflexões acerca da cultura e da linguagem da infância através da

abordagem do movimento Modernista da Arte, onde a visão da

criança é concebida como “Inspiradora dos mais velhos no processo

de criação e concepção do mundo” (GOBBI) (Reunião pedagógica);

Estudo acerca das ideais de alguns autores contemporâneos que

abordaram a infância à luz dos teóricos: Vygotsky, Piaget, Freinet

(Reunião pedagógica e HTPC);

Tematizar conceitos de infâncias, culturas infantis através de filmes,

imagens, músicas, passeios compartilhados com o grupo (Reunião

pedagógica e HTPC);

Reflexões a partir de cenas do cotidiano relacionadas ao espaço

escolar e sua disponibilização e adequação para as crianças que nele

habitam, através de filmagens, fotos e relatos orais e escritos de

observações por parte dos membros do grupo (Reunião pedagógica

e HTPC);

Observação e reflexão através de relatos e filmagens dos momentos

que ocorrem na escola onde oportunizamos a escuta da “fala” das

crianças referentes a diferentes temas através de roda de conversa,

plenárias, etc. (HTPC);

“Papéis que educam”: levantamento e tematização das práticas

pedagógicas que já ocorrem na escola e envolvem a relação entre

educadores e crianças, refletindo acerca do perfil do educador de

criança pequena (Reunião pedagógica e HTPC);

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Leitura dos teóricos que abordam o perfil da escola como espaço de

infância e do educador de criança pequena (HTPC);

Observação de outros espaços que atendem a educação infantil

(creche) através de registros fotográficos, escritos, orais,

socializando práticas e ampliando referencias (HTPC);

Organização de uma “mala literária”, constituída por textos, livros,

que serão socializadas (HTPC);

Sistematização das discussões através de sínteses realizadas pelos

participantes da formação (Reunião pedagógica e HTPC).

Avaliação do plano de formação

A avaliação das ações do plano se dará durante o processo de

formação, nos encontros de reuniões pedagógicas e htpc, e será feita por

todos os envolvidos.

A equipe gestora terá um olhar focado para práticas que revelem

mudanças de posturas dos adultos em relação às crianças relacionadas a

falas, atitudes que demonstrem o quanto a questão da infância vai sendo

compreendida como uma etapa de aprendizados importantes e como o

papel do adulto é fundamental para que a infância seja acolhida e

respeitada em suas especificidades.

O grupo avaliou ao final de 2011 que a formação trouxe importantes

reflexões acerca da infância,o contato com teóricos que, para alguns,

ainda não eram conhecidos, permitindo estabelecer uma relação mais

significativa entre teoria e a prática. Avaliou ainda como sendo

importante a participação de todos os segmentos da escola no momento

da formação em reunião pedagógica, aproximando todos dos

conhecimentos, reflexões e saberes construídos durante a formação. Foi

unânime a idéia de que esta formação devesse continuar no ano de 2012,

aprofundando as discussões e ampliando os saberes que favorecerão a

qualidade do ensino em nossa unidade.

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Referências bibliográficas

BARBOSA, Maria Carmen Silveira, “Práticas cotidianas na educação

Infantil – bases para a reflexão sobre as orientações curriculares”

Ministério da Educação (2009).

GOBBI, Marcia Aparecida, Ver com olhos livres: Arte e educação na

primeira infância, in FARIA, A.L. O coletivo infantil em creches e pré-

escolas. São Paulo, Ed.Cortez, 2007

_______O fascínio indiscreto: crianças pequenininhas e a criação de

desenhos, in MELO S e FARIA, A.L. – Territórios da infância:linguagens,

tempos, relações para uma pedagogia para crianças pequenas.

Araraquara, Junqueira e Marins Editora. 2007

Indicadores de Qualidade para a Educação Infantil e Diretrizes

Curriculares para Educação Infantil/ Ministério da Educação/Secretaria da

Educação Básica – Brasília: MEC/SEB, 2009

Parâmetros de qualidade para a Educação para a Educação Infantil

(vol. 1 e 2), Ministério da Educação, Brasília, 2008.

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10. PLANO DE FORMAÇÃO DOS EDUCADORES

10.1. PROJETO “APRENDIZES DA NOSSA BRASILIDADE”

Justificativa

Em algumas comunidades africanas, não se começa um encontro

sem cantar. E como um momento de leitura é, para nós, um momento de

encontro vamos tentar com algumas canções entender o significado do

projeto: Aprendizes da nossa brasilidade.

Milagres do Povo (Caetano Veloso)

“O povo negro entendeu que o grande vencedor

Se ergue além da dor

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Tudo chegou sobrevivente num navio

Quem descobriu o Brasil?

Foi o negro que viu a crueldade bem de frente

E ainda produziu milagres de fé no Extremo Oriente.”

É a partir do vínculo com essa dimensão do povo negro, um povo de

força, luta, superação e criatividade, cujo coração não coube na

escravidão, e que disse sim a vida que o projeto: Aprendizes da nossa

brasilidade, convida você a mergulhar no universo da História e da Cultura

africana e afro-brasileira. Com um olhar curioso, com um olhar de

aprendiz de corpo inteiro.

Aprendizes de corpo inteiro, porque seremos convidados, desafiados

a aguçar todos os nossos sentidos para perceber a presença negra

africana em nossa vida, em nosso entorno, em nosso próprio corpo.

Precisamos enxergá-la desprovidos de estereótipos, preconceitos e

racismos. É preciso uma mudança de atitude, de visão e de percepção de

mundo.

Necessitamos nos colocar no lugar do outro para compreender, por

exemplo, a vontade de viver de um povo que imigra involuntariamente

para o Brasil, sob a marca de maior crueldade da história da humanidade:

a escravidão. Um povo que atravessa o atlântico e produz milagres de fé,

de vida, de civilização em terras brasileiras. E, nessa perspectiva,

devemos olhar nossa brasilidade e nossa africanidade com encantamento.

Sim, sermos capazes de olhar no espelho e ter orgulho da nossa

ascendência negra/africana, de olhar nossos alunos brancos e negros e

refletir sobre que memórias africanas seus corpos carregam. O mesmo

pode ocorrer para nós que precisamos convocar nossas histórias de vida e

deixar emergir delas nossa dimensão africana de uma maneira positiva,

com toda a sua riqueza cultural, existencial.

A dimensão de educação que queremos enfatizar com o projeto:

Aprendizes da nossa brasilidade envolve o corpo inteiro na sua

complexidade e não na sua compartimentalização (intelectual de um lado,

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afetiva de outro, cognitiva de outro). Nosso corpo, nossa memória, nossa

história e nossos sentidos serão convidados pelo projeto para que

coletivamente, seja possível aprender/ensinar sobre a nossa africanidade

brasileira e sobre a nossa brasilidade africana.

Considerando o curto espaço de tempo das reflexões sobre esta

temática, optamos por usar a leitura de histórias, a arte, apreciação de

músicas e imagens como instrumentos de sensibilização. Organizaremos

diferentes elementos da arte que auxiliarão a construção de um olhar que

considera se valoriza a diversidade étnico-racial.

Por meio de apreciação e diferentes objetos artísticos brasileiros e

de uso cotidiano na África, será proposto à discussão, de como nosso

olhar é formado socialmente e padronizado por informações que

desconsideram a diversidade cultural e racial. Assim sendo, as escolhas

estéticas que fazemos são impregnadas pelo preconceito e pela falta de

contato com o repertório cultural de diferentes povos. Nesta situação a

apreciação da cultura africana trará um novo olhar sobre a capacidade de

produção estética dos povos africanos e ampliará o conhecimento e o

repertório dos educadores da escola.

Objetivos

Valorizar a história e cultura afro-brasileira e africana com

repercussões pedagógicas na formação dos educadores da

escola;

Compreender que a sociedade é formada por pessoas que

pertencem a grupos étnico-raciais distintos, que possuem cultura

e histórias próprias, igualmente valiosas que em conjunto

constroem a história da nação brasileira;

Ampliar o acesso a história e informações sobre a diversidade da

nação brasileira enfatizando a recriação das identidades,

provocada por relações étnico-raciais;

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Valorizar a oralidade, a corporeidade e a arte, a dança, marcas

da cultura de matriz africana;

Colaborar para que a temática das relações étnico-raciais na

educação infantil apareça nas pautas de reflexões dos educadores

da escola e nas ações do cotidiano de forma transversal.

Conteúdos

História e cultura africana e afro-brasileira;

Relações étnico-raciais na sociedade;

Diversidade identitária da nação brasileira.

Orientações didáticas

O ensino de história e cultura afro-brasileira e africana se fará por

diferentes meios em que: se explicite, busque compreender e interpretar,

na perspectiva de quem o formule diferentes formas de expressão e de

organização de raciocínios e pensamentos da cultura africana; promovam-

se oportunidades de diálogo em que se conheça, se ponham em

comunicação diferentes sistemas simbólicos e estruturas conceituais, bem

como se busquem formas de convivência respeitosa, além da construção

de projetos de sociedade em que todos se sintam encorajados a expor,

defender sua especificidade étnico-racial e a buscar garantias para que

todos o façam, sejam incentivadas atividades em que as pessoas

integrantes da comunidade escolar de diferentes culturas interatuem e se

interpretem reciprocamente, respeitando os valores, visões de mundo,

raciocínios e pensamentos de cada um.

Etapas previstas

As etapas previstas deste projeto serão divididas mensalmente por

temáticas realizadas em HTPCS (encontros de prática pedagógica

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realizada por professores, auxiliares em educação e gestores) e reuniões

pedagógicas (encontros de reflexões pedagógicas realizado por todos os

educadores da escola). Nesses encontros de HTPCS as temáticas serão

discutidas, utilizando a “roda de ideias” como estratégia de inclusão de

todas as opiniões e apontamentos de todos. Já nas reuniões pedagógicas

utilizaremos a leitura de histórias como estratégia de sensibilização para a

temática da cultura africana.

As temáticas realizadas em HTPCS estarão separadas da seguinte

forma:

ABRIL

Apresentação do projeto

Início do passeio pela cultura africana através do livro: Batuque de Cores.

MAIO

Introdução e esclarecimentos em torno da lei 10639/03 e 11645/08.

JUNHO

TEMA: A educação infantil e a formação identitária

JULHO

Tema: Corpo e Memória

AGOSTO

Tema: Afeto

SETEMBRO

Tema: Circularidade

OUTUBRO

Tema: Raízes e Estética

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NOVEMBRO

Tema: Heróis de Todo Mundo

DEZEMBRO

Tema: Músicas e Brincadeiras - Encerramento do Projeto.

Avaliação

A cada encontro será proposto, sobre os conceitos e a temática

trabalhada uma reflexão em volta de três questões, são elas: Que ideias

foram trabalhadas no encontro de hoje, Como essas ideias mexem com as

minhas ideias, Como essas ideias mexem com a minha prática. Ao final do

projeto essas reflexões serão expostas em um grande mural junto com os

trabalhos desenvolvidos nos encontros incluindo desenhos, fotos,

imagens, livros, painéis, letras de músicas e vídeos.

Produto final

No final do projeto os educadores da escola receberão um CD

contendo todas as histórias e as imagens utilizadas nos encontros,

compondo assim um acervo estético e literário sobre a cultura africana e

afro-brasileira. Também será proposta para toda a comunidade escolar a

visita a primeira mostra de vídeos infantis sobre a temática da cultura

africana.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Caderno de textos – saberes e fazeres números 1, 2, 3 do projeto A

COR DA CULTURA. MEC – Brasília, 2006.

Jogando com as diferenças: educando o olhar para a igualdade na

educação da criança pequena brasileira. Eliana de Oliveira.

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Orientações e Ações para a educação das relações étnico- raciais

MEC- Brasília, 2006.

Orientações Curriculares – expectativas de aprendizagem para a

educação étnico-racial, Prefeitura de São Paulo.

Relações etnicorraciais em espaço de Educação Infantil, Cristina

Teodoro Trinidad, Revista Avisá-la nº 42, maio/2010.

Diferença que faz diferença – Paulo Alberto dos Santos Vieira

Presença Pedagógica v.16 n.93 mai/jun, 2010.

Por que os brasis não conhecem os brasis – Moisés de Melo Santana

– Presença Pedagógica v.16 n.94 jul/ago, 2010.

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações

Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro – Brasileira e

Africana. MEC – Brasília jun/2005.

A valorização da pluralidade étnica na educação. Cisele Ortiz,

Revista Avisa-lá nº 23 – julho, 2005.

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11. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

Objetivos

Objetivo da Educação Básica

LDB 9.394 de 20/12/1996:

Título V – Dos níveis e das Modalidades da Educação e Ensino

Capitulo II – Seção I – Das disposições Gerais

“Art. 22º. A Educação Básica tem por finalidade desenvolver o

educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o

exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e

nos estudos posteriores.”

Objetivo da Educação Infantil, definidos na Proposta

Curricular do Município de São Bernardo do Campo

A educação infantil deverá se organizar de forma que os alunos

construam as seguintes capacidades:

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Brincar, ampliando suas capacidades expressivas e simbólicas,

reelaborando significados sobre o mundo, sobre os contextos e as relações

entre os seres humanos;

Ampliar o conhecimento sobre seu corpo, suas possibilidades de

atuação no espaço, bem como desenvolver e valorizar hábitos de cuidado

com a saúde e bem estar;

Construir uma imagem positiva de si, com confiança em suas

capacidades, atuando cada vez mais de forma autônoma nas situações

cotidianas;

Conhecer diferentes manifestações culturais como constitutivas de

valores e princípios, demonstrando respeito e valorização a diversidade;

Construir e ampliar as relações sociais, aprendendo a articular

seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando as

diferenças e desenvolvendo atitudes cooperativas;

Valorizar e desenvolver atitudes de preservação do meio

ambiente, reconhecendo-se como integrante, dependente e agente

transformador do mesmo;

Construir e apropriar-se do conhecimento organizado nas

diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita),

utilizando-as para expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e

desejos, ampliando sua rede de significações;

Aprender a buscar informações de forma autônoma, exercitando

sua curiosidade frente ao objeto de conhecimento.

Levantamento de objetivos gerais e específicos

Objetivos gerais da escola

Tendo em vista que a educação é um dos direitos garantidos pela

Constituição Federal, pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9.394/96), pelo

Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e indo ao encontro da

Proposta Curricular da Rede Municipal de Educação de São Bernardo do

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Campo, nossa escola tem a função de possibilitar o desenvolvimento da

criança em todos os seus aspectos (físico, psicológico, social, cultural,

emocional), reconhecendo-a como pessoa em condição peculiar de

desenvolvimento, procurando desenvolver a autonomia, o espírito crítico

construtivo para o efetivo exercício da cidadania, pautado nos princípios

de democracia e solidariedade. A fim de cumprir as finalidades de que nos

propomos deveremos:

Oportunizar a aprendizagem em todos os momentos em que a

criança estiver na escola, respeitando e interagindo com todos os seus

saberes e conhecimentos;

Favorecer a construção de conhecimentos, procedimentos,

atitudes e valores que se fazem necessários para o pleno exercício da

cidadania;

Socializar e equalizar, os conhecimentos culturalmente

construídos, adequando-o aos interesses e necessidades de nossos

alunos;

Instrumentalizar o aluno com saberes que o possibilite ser um

agente transformador da realidade em que está inserido, permitindo-lhe o

exercício reflexivo de atitudes, conceitos e valores;

Respeitar cada uma das pessoas envolvidas no ato educativo

considerando suas competências, habilidades e diferenças.

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12. LEVANTAMENTO DOS OBJETIVOS E CONTEÚDOS POR

ÁREA DE CONHECIMENTO

12.1. ÁREA: LINGUA PORTUGUESA

12.1.1. CONTEÚDO: ESCRITA

Objetivos

Conhecer a função social da escrita e o que ela representa, sendo

capazes de comunicar-se através de seu uso;

Conhecer as características textuais dos diversos portadores;

Produzir e revisar textos, respeitando a estrutura do gênero

escolhido;

Escrever segundo as hipóteses de escrita que possui e avançar na

construção de novas hipóteses;

Escrever o próprio nome, dos colegas e outros que lhe sejam

significativos;

Considerar e respeitar as variações lingüísticas que fazem parte

do Português falado.

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Conteúdo

Valorização da leitura e da escrita como fonte de entretenimento,

de informação, de comunicação, etc.;

Prática de escrita de próprio punho utilizando o conhecimento de

que dispõe no momento, sobre o sistema de escrita;

Participação de leitura e escrita de diferentes tipos de textos a

partir de sua intencionalidade comunicativa como fonte de informação e

pesquisa;

Reconhecimento e escrita do próprio nome e de outros que lhe

sejam significativos;

Participação em situações em que as crianças leiam;

Reconto de histórias com aproximação das características do

gênero, inseridos no próprio portador;

Produção de textos individuais e ou coletivos, a partir de sua

intencionalidade comunicativa, considerando o destinatário, a finalidade

do texto e as características do gênero;

Busca de informações e consultas a diferentes portadores.

Orientações didáticas

Utilizar o conhecimento a respeito da psicogênese da língua

escrita, possibilitando a compreensão deste processo;

Reconhecimento da capacidade de escrita da criança, dando

legitimidade às escritas iniciais;

Oferecer situações em que seja trabalhado o nome próprio

através da marcação de pertences e produções da criança, identificando

nesta ação uma das funções da escrita: representação de algo ou alguém;

Trabalhar com as crianças suas hipóteses de leitura e escrita,

intervindo em sua produção para que haja o avanço nos níveis conceituais

da escrita;

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Propor a revisão de textos, ampliando os conhecimentos,

permitindo-lhes a articulação da leitura e da escrita;

Garantir o trabalho com a leitura e escrita de diversos portadores

de textos pelo aluno, levando-o à compreensão da escrita, não somente

como código que representa a fala, mas como fonte de entretenimento,

comunicação e expressão de sentimentos;

Considerar os alunos como leitores desde sempre, promovendo

situações que favoreçam o gosto pela leitura possibilitando,possibilitando

que observem o comportamento leitor e aprendam algo sobre ele;

Apresentar diferentes tipos de textos (jornal, textos científicos,

histórias, calendários, agenda carta, bilhetes, avisos, receitas, músicas,

parlendas, etc.) lendo-os em voz alta e colocando-os a disposição dos

alunos;

Realizar agrupamentos para a construção de textos, segundo as

hipóteses de escrita das crianças, visando promover avanços a partir das

intervenções que surgirão por parte da professora ou dos parceiros;

Propor atividades de escritas significativas para que as crianças

saibam para que e para quem estão escrevendo;

Propor situações de escrita coletiva, nas quais o professor faz o

papel de escriba, levando a criança a recuperar palavras e expressões

literais do texto ditado; controlar o ritmo do ditado, percebendo a

diferença da fluência da fala em relação à escrita, atentando para o

tamanho da emissão ditada;

Propor situações de reescrita de textos, onde as crianças podem

criar novas cenas, novos personagens ou até alterar o final da história.

Critérios de avaliação

Observar se a criança escreve seu nome e dos colegas;

Se utiliza seu nome para identificar suas produções;

Se ajusta sua produção a algumas características dos diferentes

gêneros;

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Se utiliza as hipóteses de escrita que dispõe no momento;

Se, ao ditar para o professor ou para outra criança, acomoda os

segmentos da língua falada ao que está sendo escrito;

Observar se há uma sistematização de ações que promovam a

prática de escrita pela criança, segundo suas hipóteses.

12.1.2. CONTEÚDO: ORALIDADE

Objetivos

Utilizar a linguagem oral como recurso de comunicação de idéias e

expressão de sentimentos, a fim de melhorar suas relações pessoais;

Utilizar a linguagem como instrumento para ter acesso às

informações, perguntando e respondendo, comunicando e ampliando seu

vocabulário;

Recontar textos narrativos com fluência, aproximando-os das

características do texto original;

Recitar textos memorizados, observando as características

sonoras de cada um.

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Conteúdos

Adequação do discurso oral de acordo com as várias situações

comunicativas;

Relato de experiências vividas, participação em diálogos e

conversas;

Reconto de histórias;

Ampliação do vocabulário;

Situações de utilização e adequação da linguagem oral aos

diversos gêneros discursivos e literários;

Textos memorizados.

Orientações didáticas

Não falar de forma infantilizada com a criança;

Criar momentos em que as crianças possam expressar seus

sentimentos e idéias, comunicando-se com outras pessoas em situações

de diálogos;

Garantir a participação em momentos onde as crianças narrem

fatos e experiências do seu cotidiano;

Organizar situações em que as crianças formulem perguntas que

gostariam de fazer, buscando expressar sua curiosidade sobre algum

tema ou objeto de estudo;

Propiciar atividades simbólicas em que necessitem de recursos

orais específicos a cada vivência. Ex: Falar ao telefone; diálogos em

consultório médico; etc.;

Trabalhar a leitura pela criança e pelo adulto de histórias, poesias,

bilhetes e outros gêneros que possibilitem a comparação entre a maneira

de falar e escrever;

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Organizar momentos de reconto de histórias, recitação de

poesias, instruções orais sobre jogos e brincadeiras, em que a criança seja

desafiada a observar as características orais de cada portador textual;

Recitar poesias, trava-línguas, parlendas, músicas, sons de

animais e objetos para ter contato com a forma como são verbalizados

esses textos.

Critérios de avaliação

Observar a participação em situações de diálogos e atividades

orais;

Se expõem suas ideias, sentimentos, desejos e necessidades

oralmente;

Se constroem um vocabulário variado, incorporando novas

expressões;

Se identificam as características e funções da linguagem escrita e

da falada;

Observar se as ações que envolvem a oralidade garantem que as

crianças tenham oportunidade de verbalizar, efetivamente, suas idéias.

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12.2. ÁREA: MATEMÁTICA

Objetivos

Construir o significado do número, atribuindo à função social que

possui;

Interpretar e produzir escritas numéricas, segundo suas

hipóteses, utilizando-as em registros convencionais ou não;

Utilizar a linguagem oral para explicitar hipóteses, processos e

resultados desenvolvidos em contextos matemáticos;

Utilizar elementos da linguagem matemática ou próximo dela

(símbolos numéricos, marcas ou signos alternativos) para registro de

quantidades, sinais de operações, representação de figuras e formas;

Utilizar a contagem oral para estabelecer o valor posicional do

número (ordinal e cardinal);

Utilizar instrumentos de medida, usuais ou não, expressando-os

de maneira convencional ou não;

Resolver situações-problema, construindo a partir delas

significados para as operações matemáticas, desenvolvendo estratégias

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de raciocínio lógico, para resolver situações do cotidiano, de seu interesse

e do grupo;

Explorar e identificar propriedades geométricas de objetos e

figuras;

Perceber semelhanças e diferenças entre objetos no espaço,

identificando formas bi e tridimensionais, em situações que envolvam

descrições orais, construções e representações;

Descrever e representar pequenos percursos e trajetos,

observando pontos de referência;

Construir procedimentos para coletar, organizar, comunicar e

interpretar dados utilizando-se de tabelas, gráficos e representações que

apareçam freqüentemente em seu dia a dia.

Conteúdos

Sistema de numeração (contagem oral, noções de cálculo mental

e estimativa);

Notação numérica, registro convencional ou não;

Identificação de números em uma série, compreendendo a noção

de ordinalidade;

Operações matemáticas (adição e subtração);

Sistema de medida (peso, tamanho, cumprimento, distância,

largura), estabelecendo comparações;

Espaço e forma: pontos de referência, percursos e trajetos;

Identificação de propriedades geométricas como formas,

contornos, mapas, etc.;

Utilização de diferentes fontes de informações, como calendários

para contagem do tempo, marcação de datas de aniversários, eventos,

etc.;

Representação, leitura e interpretação de dados apresentados de

maneira organizada por meio de listas, tabelas, diagramas, gráficos,

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mapas, caminhos e itinerários, código de barras, código de

endereçamento postal (CEP), etc.

Orientações didáticas

Propor atividades onde o jogo possa levar a criança a pensar o

número e as estratégias para chegar aos resultados;

Propor atividades que levem em conta ações do cotidiano da

criança. O professor deve dar condições para que as crianças busquem

informações sobre números (calendário, régua, materiais que tenham

números escritos em seqüência), organizando o espaço de maneira a

facilitar a consulta e utilização dos recursos necessários. Deve também

observar e promover a troca de informações entre as crianças;

Dar ao calendário o uso social, ou seja, recorrer a ele para situar-

se quanto ao dia e se há algum evento que o destaque, se há alguma

comemoração ou passeio, quantos dias faltam para o evento, em qual dia

da semana estamos e em qual dia da semana ocorrerá algum evento em

especial, etc.;

Montagem de uma tabela oferecendo informações numéricas

referentes a peso, altura, idade, numeração de roupas e sapatos,

promovendo a partir daí questões que permitam comparar, fazer

estimativas, construir gráficos, etc.;

Trabalhar com jogos, ressaltando o registro de pontuação, mesmo

que de forma não convencional por parte do aluno (boliche, varetas,

dados, etc.);

Trabalhar com coleções que permitam buscar informações sobre

quantidades conseguidas do objeto de estudo (folhas de plantas, pedras,

cartões telefônicos, etc.);

Confecção de álbuns de figurinha, possibilitando o contato com os

números na tabela de controle e na própria figura, marcando os números

que já foram conseguidos e os que ainda faltam;

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Representação de quantidades: aceitar as representações das

crianças (desenhos, símbolos ou números);

Confecção de livros, pesquisando sua organização: índice,

numeração de páginas, mostrando para as crianças a função social destes

números: facilitar a localização;

Comparação de quantidades: utilizar como apoio materiais como

palito, botões, etc., para ajudar na contagem, auxiliando as

representações de cálculos mentais. Poderão comparar com os amigos,

contribuindo para que descubram o melhor procedimento para cada caso

e que existem várias formas de solucioná-los. Este trabalho se evidencia

durante a resolução das situações-problema;

Propor brincadeiras simbólicas que envolvam números: escritório

(telefone, lista telefônica, agenda, calculadora) mercado: pesquisando os

preços em folhetos, colocando preços nas mercadorias, brincar de

comprar e vender com “dinheirinho”, pesquisar placas de carro, números

de casas onde moram, organizar estes números como se morassem na

mesma rua, brincar com relógios, etc.;

Nas atividades de culinária, as crianças terão oportunidade do

contato com diferentes unidades de medida como: tempo de cozimento,

quantidade de ingredientes (litro, colher, xícara);

Explorar diferentes instrumentos de medição: balanças, réguas,

fitas métricas, metro, etc.;

Explorar a utilização de unidades de medida não convencional:

barbante, palitos, palmos, para que percebam a necessidade de uma

medida comum;

Percepção do espaço: propor que observem e realizem desenhos

de objetos de vários ângulos;

Observação de formas geométricas na natureza, obras de arte,

arquitetura, etc.;

Trabalhar mapas, fotos, imagens, etc.

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Critérios de avaliação

Observar a regularidade na contagem: omissão de números, se a

criança pára na dezena e continua na dezena seguinte; percepção da

regularidade do sistema (dez um, dez dois);

Observar se estabelece correspondência um a um;

Observar se as crianças utilizam de forma espontânea a contagem

para resolver problemas como: entregar objetos aos amigos e como

realizar esta tarefa; contam os amigos e pegam quantidade necessária de

objetos, pega qualquer quantidade e distribui;

Observar se, ao contar, sincroniza a fala aos gestos; deixa de

contar objetos; conta duas vezes o mesmo objeto; ao terminar a

contagem conclui com um número e volta a contar novamente;

Observar se a criança se a criança possui a noção de sucessor ao

incluir um objeto na coleção, conta tudo novamente ou anuncia a próxima

quantidade;

Fazem-se a leitura de números em diferentes contextos, nos

números de dois dígitos lêem separadamente (21-dois um), falam

baixinho toda a série para depois identificar o número em questão,

confundem números;

Observar se ao registrar quantidades faz o desenho do objeto,

desenham marcas, um número para cada objeto ou se utilizam um único

número para registrar o total;

Verificar se as crianças, frente a um problema, utilizam como

recurso instrumentos mais indicados de medida;

Se fazem estimativas de tamanho, altura e peso em objetos à

distância;

Se percebem a posição de um objeto em relação a si mesma e a

outros pontos de referência (embaixo, ao lado de, mais perto de)

descrevendo.

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12.3. ÁREA: CORPO E MOVIMENTO

Objetivos

Que as crianças possam desenvolver progressivamente as seguintes

capacidades:

Conhecer diferentes culturas corporais, por meio do contato com

jogos e brincadeiras;

Expressar-se nas brincadeiras e nas demais situações de

interação, por meio da exploração de gestos, sentimentos e ritmos

corporais;

Perceber suas possibilidades e limites de ação através da

exploração de diferentes qualidades e dinâmicas do movimento, como

força, velocidade, trajetória, resistência e flexibilidade;

Conhecer e aperfeiçoar diferentes possibilidades de movimento

(preensão, encaixe, lançamento, etc.), aprendendo a controlá-lo para a

utilização em jogos, brincadeiras, danças e demais situações,

compreendendo os movimentos como forma de expressão;

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Explorar os movimentos individuais e em grupos para perceber

suas diferentes possibilidades em cada situação;

Valorizar suas conquistas corporais e as do outro;

Desenvolver a capacidade de construção e o respeito às regras

que organizam as diferentes atividades.

Conteúdos

Ampliação do conhecimento e respeito pelas culturas corporais,

considerando a cultura local, nas diversas épocas da história e por

diferentes grupos sociais, por meio do resgate de jogos, brincadeiras e

danças;

Compreensão dos movimentos corporais – gestos e ritmos;

Reconhecimento das suas possibilidades e limites de ação por

meio da exploração de diferentes qualidades e dinâmicas do movimento-

força, velocidade, trajetória, flexibilidade e resistência;

Ampliação da capacidade de manuseio dos diferentes materiais e

objetos, utilizando movimentos de preensão, encaixe, lançamento nas

situações de jogos;

Conhecimento e aperfeiçoamento das diferentes possibilidades de

movimento, aprendendo a controlá-lo para utilização em jogos,

brincadeiras, danças e demais situações;

Valorização das conquistas corporais e do outro;

Valorização das regras de organização das atividades de jogos.

Orientação didática

Proporcionar atividades com jogos e brincadeiras de diferentes

grupos culturais, socializando e ampliando o repertório das crianças;

Propor jogos e brincadeiras envolvendo a interação, imitação e

conhecimento do próprio corpo e do ritmo e cada um;

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Introduzir diferentes materiais para estimular movimentos

variados em consonância com o ritmo;

Construir coreografias com as crianças, aproveitando a

diversidade da sua expressão corporal no contato com a música;

Proporcionar atividades com danças e brincadeiras cantadas, com

repertório das próprias crianças, ampliado pelas pesquisas dos

professores;

Possibilitar exercícios de imaginação e criatividade, reiterando a

importância do movimento para expressar idéias e emoções (derreter

como sorvete, cair como um raio, balançar como folhas, vivenciar

situações de histórias contadas, imitar imagens observadas em obras de

arte, etc.);

Propor brincadeiras simbólicas que envolvam a expressividade de

movimentos observados em situações do cotidiano com adultos e outras

crianças;

Propor atividades nas quais as crianças tenham maior autonomia

para circular, criar e escolher as que mais lhe interessem, possibilitando

ao professor acompanhá-las mais de perto, intervir nas atividades ou ficar

junto das crianças que solicitarem ajuda em propostas que ofereçam

desafios mais arriscados;

Ao propor atividades de circuito, evitar movimentos de espera,

possibilitando que todas as crianças participem ao mesmo tempo;

Possibilitar a realização de movimentos de diferentes qualidades

expressivas e rítmicas (dançar, brincadeiras de roda, etc.). A brincadeira

de roda aperfeiçoa a percepção de um ritmo comum, a noção de conjunto

e sentido estético;

Possibilitar a participação em brincadeiras e jogos que envolvam o

correr, subir descer, escorregar, pendurar-se, movimentar-se, dançar,

etc., ampliando o conhecimento e o controle sobre o corpo;

Propor brincadeiras que envolvam movimentos de preensão,

encaixe, lançamento, etc., ampliando as possibilidades de manuseio dos

diferentes materiais e objetos;

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Elaborar atividades nas quais sejam privilegiadas a cooperação, a

superação de desafios sem estimular a comparação e a competição

acirrada entre os participantes;

Considerar a expressividade de cada um no momento das

brincadeiras e orientar os alunos nos momentos de conflito, para que eles

desenvolvam atitudes de respeito com o próximo, não permitindo

qualquer situação que cause constrangimento e humilhação a qualquer

membro do grupo;

Orientar as crianças quanto ao uso dos materiais, para obter delas

melhores resultados;

Organizar o ambiente com recursos e materiais que serão

utilizados nas atividades que envolvam movimento, garantindo a

integridade física dos alunos;

Adequar as regras, os espaços, os materiais e as formas de

atuação de acordo com o seu grupo e suas especificidades (faixa etária,

interesse, capacidades individuais);

Considerar que em todas as atividades, as regras podem ser

socializadas e/ ou construídas com antecedência (e, algumas, até no

decorrer do jogo) e, que as próprias crianças podem criar novas regras;

Acompanhar as atividades, observando e intervindo quando julgar

necessário para propor novas questões, situações e desafios, pois é por

meio dessa ação que as crianças estruturam novos conhecimentos,

estratégias e habilidades;

Valorizar o esforço pessoal e as conquistas corporais dos alunos,

incentivando-os a participarem das atividades propostas;

Garantir a constância do trabalho com corpo e movimento dentro

da rotina, refletindo sobre os tempos de espera e as filas desnecessárias,

bem como sobre o envolvimento e a participação das crianças em todas

as propostas.

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Critérios de avaliação

Observar se as crianças reconhecem e utilizam o movimento

como linguagem expressiva;

Observar a participação em jogos e brincadeiras envolvendo

habilidades motoras diversas;

Através da observação constante ao registro, a professora poderá

propor intervenções no espaço e nas propostas que ali ocorrem tanto de

sua parte quanto das próprias crianças. Assim, terá condições de

alimentar e enriquecer este ambiente, acrescentando elementos que o

componham enquanto espaço de aprendizagem.

12.3.1. BRINCAR

“A brincadeira é uma situação privilegiada de

aprendizagem infantil onde o desenvolvimento pode

alcançar níveis mais complexos, exatamente pela

possibilidade de interação entre os pares em uma

situação imaginária e pela negociação de regras de

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convivência e de conteúdos temáticos.” (Gisela

Wajskop)

Esta concepção de brincadeira vem sendo trabalhada junto a nosso

grupo de educadores desde 2006. A partir da formação com Gisela

Wajskop, da leitura da Proposta Curricular, passamos a refletir sobre o

papel da brincadeira que, mesmo sendo uma atividade relacionada à

infância, é uma situação privilegiada de aprendizagem, pois possibilita a

interação entre os pares, a imaginação, a imitação e a construção de

regras. Nesse movimento, o brincar proporciona ainda que a criança possa

tomar decisões, elabore e coloque em prática suas fantasias e

conhecimentos acerca de experiências anteriores vividas no convívio social

e que socializa com os demais parceiros. Assim como a criança aprende a

se comunicar expressando seus desejos e vontades, aprende também a

brincar, interiorizando modelos pertencentes ao grupo sócio cultural em

que está inserida.

Segundo Gilles Brougere, na educação infantil, as crianças

modificam, transformam e renegociam as regras da brincadeira com seus

parceiros, construindo um universo de faz de conta que gira em torno das

decisões das próprias crianças.

O papel do educador nesta atividade, ainda segundo Gilles Brougere

“é a observação, porque é preciso respeitá-la bastante para poder

intervir: conhecer bem o jogo da criança, sua cultura, como brinca, de que

maneira, do que, de que jeito e ver quando o jogo pode se desenvolver

dentro de sua própria lógica, quando é interessante intervir.” A própria

organização das propostas, observando os desafios, os materiais

oferecidos e a interação que podem ocorrer entre crianças de idades

diferentes também é uma intervenção possível. Esta interação entre as

diferentes idades no momento da brincadeira permite que as crianças

maiores compartilhem seus conhecimentos com os menores,

desenvolvendo a cooperação e o repertório lingüístico. Vale dizer que os

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mais novos também contribuem com suas experiências, socializando-as

com os mais velhos.

A partir do estudo sobre o brincar, passamos a refletir sobre os

espaços dedicados a esta atividade na rotina e nas propostas de

brinquedos e brincadeiras planejadas para nossas crianças em nosso

cotidiano escolar. Levamos em conta então algumas orientações para o

desenvolvimento deste trabalho junto às crianças:

Organizar propostas que despertem o interesse e desejos nas

crianças, voltadas para as diferentes modalidades do brincar;

Realizar intervenções a partir das observações do brincar da

criança nos diferentes espaços, intervindo sem “destruir” a brincadeira e

sim favorecendo o enredo e o desenrolar das tramas que ocorrerão;

Proporcionar às crianças, através do espaço da brincadeira, a

possibilidade de criação de novas relações com o meio, criando novas

interpretações sobre o mesmo e sobre sua realidade;

Promover a participação das crianças na construção, organização

e reorganização dos espaços das brincadeiras;

Expressar-se através do brincar, estruturando seu pensamento

frente às situações do cotidiano;

Ao propor a brincadeira, considerar que a criança utiliza deste

espaço para fazer a articulação entre a imaginação e a realidade, ou seja,

ela enfrenta a realidade por meio da brincadeira, construindo ai um

universo particular, que permita a compreensão e tomada de consciência

do mundo real. É este o olhar que devemos ter ao observarmos nossas

crianças enquanto interagem com o espaço da brincadeira;

O ambiente precisa ser atraente, convidativo, organizado, flexível,

que instigue a criar e recriar, que possibilite também a mobilidade das

crianças;

É importante estar atentos para a coerência na organização dos

materiais oferecidos, garantindo que o que pertence aos “cantos

temáticos” esteja próximo a eles, compondo-os em sua utilidade. Temos

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que ter claro que a criança nem sempre atribui aos objetos a função que

os mesmos têm na brincadeira proposta. Um secador de cabelo pode virar

uma arma na mão de um policial, por exemplo. Estes diferentes

significados que a criança atribui aos objetos, fazem parte do caráter

imprevisível que a mesma atribui do brincar, devendo, portanto ser

compreendido e respeitado pela professora, que utilizará este momento

como subsídio para o enriquecimento das propostas;

Propor a participação das crianças na organização e reorganização

dos espaços da brincadeira, a partir dos temas que surgirão, alimentando

o imaginário sem direcioná-lo, enriquecendo a brincadeira;

Inserir objetos que possam compor as variações de cenários e

temas propostos pelas crianças, avaliando constantemente sua utilização

e funcionalidade dentro dos temas propostos pelas professoras e pelas

crianças;

Temos que estar atentas às condições dos objetos, substituindo-

os sempre que necessário;

Garantir a diversidade dos materiais, acrescentando bonecos de

diferentes etnias, super heróis, monstros, objetos que representem

elementos de guerra, de ficção científica, entre outros;

Possibilitar exercícios de imaginação e criatividade, reiterando a

importância do movimento para expressar idéias e emoções (derreter

como sorvete, cair como um raio, balançar como folhas, vivenciar

situações de histórias contadas, imitar imagens observadas em obras de

arte, etc.);

Para efetivarmos nossa proposta de brincar, organizamos a

atividade chamada de intersala, que ocorre quinzenalmente às sextas

feiras com a participação de todas as turmas, buscando a interação entre

as diferentes idades. Esta proposta ocorreu após uma formação com o

grupo de educadores da escola, incluindo aí a equipe de apoio, onde

tematizamos uma filmagem feita durante a intersala da EMEB “Dom

Jorge”, cuja proposta já ocorria há mais tempo. Realizamos então a

análise desta filmagem, observando os objetivos e a proposta em seus

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aspectos estruturais e pedagógicos, adequando-a à formação trabalhada

durante o curso em parceria com Gisela Wajskop, a qual apontou alguns

aspectos a serem considerados na organização das propostas por temas

que permitam às crianças vivenciarem situações da realidade, materiais a

serem utilizados, a importância da participação na organização e

reorganização do espaço, o olhar para a interação das crianças, a

intervenção da professora neste momento, etc.. Levantamos junto a

nossa equipe escolar, combinados para este momento em nossa rotina.

Assim, após esta formação, as professoras elencaram o material que

comporia os temas, formando os kits que se destinariam somente a este

fim. As propostas que surgiram foram: escritório, fantasia, casinha, meios

de transporte, médico, cabeleireiro e animais. As crianças decidem qual

sala participarão e recebem uma ficha que é entregue na entrada para a

professora responsável. Após a brincadeira, as crianças ajudam a

reorganizar o material e o espaço e se dirigem para sua sala de origem. A

proposta dura cerca de uma hora desde a organização inicial até o retorno

das crianças para suas respectivas salas. Todos os funcionários da escola

participam deste momento agilizando a organização para que o mesmo

aconteça e auxiliando as crianças quando necessário. Ainda estamos

avaliando este momento e buscando, através das observações das

professoras e da equipe de apoio durante a participação das crianças nas

propostas, formas de ampliar as possibilidades utilização dos materiais e

do espaço.

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12.4. ÁREA: CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Pesquisa sobre focos da dengue feitos pelo infantil V

Objetivos

Observar se os alunos adquiriram as seguintes capacidades:

Mostrar interesse e curiosidade em compreender o meio físico e

social, formulando perguntas, fazendo interpretações e manifestando

opiniões próprias sobre os acontecimentos relevantes e significativos que

ocorrem, desenvolvendo sua espontaneidade e originalidade;

Observar e explorar seu entorno físico e social, ordenando sua

ação em função das informações que recebe e que observa, estabelecendo

relação entre sua própria ação e as conseqüências que delas derivam;

Desenvolver, gradualmente, postura de aprendizagem através da

formulação de hipótese, da busca de informações através de pesquisa, da

seleção de materiais, da observação intencional, do registro sistematizado

e da comunicação de conclusões;

Conhecer e valorizar as manifestações culturais de sua

comunidade como parte do patrimônio cultural da humanidade;

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Compreender cada vez mais que os objetos e as relações sociais

são resultados da interação e do trabalho humano acumulado e coletivo,

reconhecendo gradativamente a capacidade humana de utilizar e

transformar a natureza;

Estabelecer algumas relações entre o meio físico e as formas de

vida que aí se estabelecem, valorizando sua importância para a

preservação das espécies e a qualidade da vida humana;

Conhecer os modos de vida de alguns grupos sociais e povos,

valorizando as manifestações observadas como elementos enriquecedores

das vivências e conhecimentos individuais e coletivos;

Ampliar gradativamente seu conhecimento sobre o meio físico e

social, compreendendo-o cada vez mais como um todo onde se inter-

relacionam fatores sociais, físicos e culturais;

Estabelecer, gradativamente, relações de cooperação,

participação e compartilhamento em diferentes situações de interação;

Observar as várias tecnologias existentes que o homem criou para

auxiliá-lo a identificar e solucionar.

Conteúdo

Participação em atividades que envolvam histórias, brincadeiras,

jogos e canções que digam respeito às tradições culturais de sua

comunidade e de outras;

Valorização do patrimônio cultural e de seu meio e interesse por

conhecer diferentes formas de expressão cultural;

Identificação de algumas contribuições de diferentes culturas em

sua própria cultura;

Participação em atividades sociais que lhe sejam significativas;

Respeito e valorização de atitudes de manutenção e preservação

dos espaços coletivos;

Identificação de algumas características das diversas paisagens,

com ênfase nas paisagens brasileiras;

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Investigação e uso de diferentes meios de comunicação, de suas

funções e características;

Investigação de diferentes meios de transporte e sua utilização

nos diferentes tempos e espaços;

Representação em diferentes linguagens, das experiências diretas

realizadas através da confecção de textos, mapas, registros concretos,

desenhos, maquetes, etc.;

Observação atenta e intencional sobre o meu físico como fonte de

pesquisa e coleta de dados;

Conhecimento sobre diferentes espaços físicos utilizados pelo

grupo de crianças;

Atuação sobre o meio ambiente de forma a preservá-lo,

enfatizando a questão da coleta seletiva;

Identificação de algumas transformações processadas no meio

através da ação de agentes físicos e sociais;

Identificação de diferentes propriedades e características de

objetos de materiais;

Identificação da ação humana na transformação da natureza

através de recursos tecnológicos;

Origem de diversos materiais: areia, madeira, papel. Vidro,

plástico, ferro, água, etc., e sua utilização. Materiais disponíveis na

natureza e materiais que necessitam de alguma intervenção humana para

que sejam produzidos;

Identificações de algumas características especificam dos seres

vivos e seus ciclos vitais;

Percepção dos cuidados necessários à preservação da vida e do

meio ambiente;

Relação entre a presença da água e as características do meio

com a preservação das espécies;

Identificação de alguns animais brasileiros;

Estabelecimento de algumas relações entre diferentes espécies de

seres vivos, suas características e suas necessidades vitais;

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Valorização da vida através de situações que impliquem em

cuidados prestados a animais e plantas;

Respeito e valorização de atitudes de cooperação e participação;

Investigação sobre situações de plantio e de criação de animais,

considerando os cuidados que devem ser praticados;

Mudanças que as plantas acarretam para o meio: sua importância

para a vida;

Cuidados que todas as espécies necessitam para se

desenvolverem e sobreviverem: tipo de alimentação, habitat, etc., relação

entre suas necessidades e o meio em que vivem;

Conhecimento das influencias dos fenômenos da natureza sobre o

meio ambiente e a sua importância para o desenvolvimento das

sociedades humanas;

Participação em diferentes atividades envolvendo a observação e

pesquisa sobre os recursos tecnológicos: força, equilíbrio, peso,

resistência, velocidade e movimento.

Orientações didáticas

Partir de boas perguntas:

Questionamentos interessantes, dúvidas que mobilizam o

processo de indagação acerca dos elementos, objetos e fatos;

Considerar os conhecimentos prévios, os quais oferecem

explicações provisórias e incompletas para as questões que as preocupam,

desencadeando o planejamento de seqüência de atividades pelo educador,

possibilitando a aprendizagem significativa;

Utilizar diferentes estratégias de busca de informações: coleta de

dados (pesquisas, entrevistas, etc.), e leitura de imagens e objetos (é

importante que a criança aprenda a ler objetos e imagens através de

desenhos, fotos, pinturas, filmagens, etc.), vídeo sobre o mundo animal,

expedições em lugares distantes, sobre fenômenos da natureza, também

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são fontes para a obtenção de informações e experiência direta: passeios

que possibilitem a exploração do meio físico e social, observação de

animais plantas acompanhadas de informações adicionais, permitem

construir uma serie de conhecimentos;

Participar de ações de atuação sobre o meio ambiente (coleta

seletiva, preservação da fauna, uso consciente dos recursos naturais);

Participação em projetos relacionados a meio ambiente e

preservação da natureza;

Possibilitar as crianças o conhecimento de hábitos e costumes

sócio-culturais diversos (tipo de alimentação, vestimenta, música, jogos,

brincadeiras, etc.);

Trabalhar com material da educação tecnológica para explorar

conceitos de força, equilíbrio, movimento, etc., visando à resolução de

problemas.

Critérios de avaliação

Observar se as crianças reconhecem e valorizam algumas

manifestações culturais de sua comunidade;

Observar se as crianças manifestam opiniões, hipóteses e idéias

sobre os diversos assuntos trabalhados na Área;

Observar se as crianças reconhecem a importância dos cuidados

com a natureza e consigo mesmo enquanto seres vivos que necessitam de

cuidados.

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12.5. ÁREA: ARTES

12.5.1. CONTEÚDO: ARTES VISUAIS

Trabalho em argila SEMI período da tarde

Objetivos

Expressar e comunicar-se em artes, utilizando as diferentes

linguagens de expressão e comunicação;

Conhecer e comparar diferentes modalidades artísticas- desenho,

pintura, escultura, colagem, entre outras;

Apreciar a produção artística de diferentes grupos sociais e

movimentos artísticos, além de imagens de objetos presentes no

cotidiano, suas próprias produções e as dos colegas;

Utilizar, conhecer e diferenciar diversos meios, suportes os

instrumentos e recursos próprios da linguagem artística, para utilizá-los

em suas produções;

Ampliar o repertório imagético, acrescentando-o em seu fazer

artístico;

Desenvolver o prazer na realização do trabalho em artes visuais;

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Realizar apreciações dos trabalhos em artes visuais, valorizando a

própria produção e dos colegas;

Descobrir diferentes possibilidades e experimentar combinações

na utilização dos materiais plásticos nos planos bi e tri dimensionais;

Conhecer lugares que expõem trabalhos em arte – museus,

galerias, arte pública, a fim de reconhecer conteúdos trabalhados em sala

de aula.

Conteúdos

Manipulação e exploração de diferentes materiais;

Cuidados com os materiais usados, bem como, trabalhos

individuais e coletivos;

Exploração dos elementos da linguagem visual, como composição,

forma, luz cor, textura, volume, linha, ponto;

Apreciação e valorização das produções artísticas de diferentes

grupos sociais (arte infantil, indígena, popular, de diferentes épocas e

imagens do cotidiano);

Representação imagética de sensações, emoções e expressões;

Observação do próprio percurso de criação e dos colegas;

Observação, narração, descrição e interpretação, por meio de

leituras de obras de arte;

Orientações didáticas

Adequar o conteúdo a ser trabalhado em artes à faixa etária dos

alunos;

Organizar e expor o material produzido em artes, em exposições

pela escola e organizando-os em pasta com todas as produções, para que

possam acompanhar suas produções e seu percurso criador, bem como o

dos colegas;

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Considerar os objetivos e conteúdos para melhor direcionar seu

trabalho junto aos alunos, buscando a intencionalidade nas ações;

Organizar e expor os materiais que serão utilizados, levando em

conta a acessibilidade dos alunos no momento de escolha;

Organizar e reorganizar após o uso os espaços de criação junto

com os alunos;

Promover momentos de apreciação das produções artísticas

próprias e do grupo;

Considerar a aprendizagem de procedimentos para a realização de

atividades, também no ateliê;

Fazer um estudo da história da arte, elencando alguns artistas a

serem trabalhados, através de projetos;

Criar no ateliê um espaço de apreciação de obras de arte de

diferentes artistas e linguagens;

Expor os trabalhos das crianças no ateliê e no mural da escola,

proporcionando momentos de apreciação do fazer artístico dos mesmos;

Variar as possibilidades de uso dos materiais, oferecendo suportes

de vários tamanhos e formas, tintas de várias cores e texturas, sucatas

para o trabalho com bi e tridimensionais, etc.

Critérios de avaliação

Observar se a criança é capaz de:

Expressarem-se com diferentes materiais, recursos, suportes,

movimentos gráficos em seu fazer artístico;

Ampliar a representação de figuras ou objetos;

Demonstrar interesse frente a objetos de artes visuais;

Conhecer alguns artistas e suas produções.

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12.5.2. ÁREA: MÚSICA

Objetivos

Explorar e identificar elementos da música para se expressar,

interagir com os outros e ampliar seu conhecimento de mundo;

Perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por

meio de improvisações, composições e interpretações musicais;

Explorar os sons produzidos pelo corpo;

Ampliar e diversificar o repertório musical.

Conteúdos

Exploração de materiais e escuta de obras musicais a fim de

propiciar o contato e experiências com a matéria-prima da linguagem

musical: o som (e suas qualidades) e o silêncio;

A vivência da organização dos sons e silêncios em linguagem

musical pelo fazer e pelo contato com obras diversas;

Exploração de sons com o corpo e com objetos diferenciados;

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A reflexão sobre a música como produto cultural do ser humano é

importante forma de conhecer e representar o mundo.

Orientações didáticas

Reconhecer e utilizar expressivamente, em contextos musicais

das diferentes características geradas pelo silêncio e pelos sons: Altura

(graves ou agudos), duração (curtos e longos), intensidade (fracos ou

fortes) e timbre (característica que distingue e “personaliza” cada som);

Promover o reconhecimento e utilizar as variações de velocidade e

densidade na organização e realização de algumas produções musicais;

Propiciar a participação das crianças em jogos e brincadeiras que

envolvam a dança, a improvisação musical e a sonorização de histórias;

Promover situações onde a criança tenha contato com repertório

de canções para desenvolver memória musical;

Propiciar a escuta de obras musicais de diversos gêneros, estilos,

épocas e culturas, da produção musical brasileira e de outros povos e

países;

Propiciar situações em que as crianças possam explorar sons com

o corpo e com objetos.

Critérios de avaliação

Observar e avaliar se a criança é capaz de:

Reconhecer e utilizar a música como linguagem expressiva,

conscientes de seu valor como meio de comunicação e expressão;

Através de gravações de suas produções, se elencam músicas de

suas preferências, se conseguem distinguir os sons dos materiais

utilizados para produção musical, etc.;

Ter atenção para ouvir, responder ou imitar;

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Ter capacidade de expressar-se musicalmente por meio da voz,

do corpo e com diversos materiais sonoros.

13. ROTINA

13.1. PERÍODO DE ADAPTAÇÃO

“Em geral, a criança convive com poucas pessoas em

casa. Está habituada com o ambiente, com os objetos

que possui os cômodos da casa e as pessoas que ali

vivem. Ao entrar na escola terá que conviver com um

número grande de pessoas, materiais, rotina e espaços

novos e ainda ficar separada de seus pais e conhecidos.

Esta mudança pode gerar em algumas crianças

sentimentos de insegurança e até medo. São

sentimentos que precisam ser acolhidos pela escola, a

fim de que a criança se sinta segura em relação ao

enfrentamento do novo.

Para as famílias este é, igualmente, um período de

inquietações. Além de alterar sua rotina, precisa lidar

com o questionamento: “será que estou fazendo uma

boa coisa para meu filho?”, e sentimentos

contraditórios passam a fazer parte da cena familiar: de

um lado a alegria de ter conseguido a vaga (...) e de

outro a dúvida se este é o melhor a fazer. (...)

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As educadoras, da mesma forma, precisam se adaptar

precisam conhecer cada criança e suas famílias, acolher

cada uma delas, investigar o que sabem, seus

interesses, descobrindo pouco a pouco estas novas

pessoas que estão chegando.” (Validação – Caderno de

Educação Municipal)

Durante o período de adaptação, nosso olhar está voltado para a

acolhida de nossas crianças e de seus familiares, levando em conta as

diferentes formas e tempo como cada um se adapta ao novo.

Este período é indicado pela Secretaria da Educação, que determina

no calendário escolar a duração do mesmo, bem como a quantidade de

horas que as crianças devem permanecer na escola (duas horas).neste

ano, a Secretaria abriu a possibilidade de que este período reduzido de

aula fosse dedicado apenas aos alunos com dificuldade de adaptação.

Porém, por conta da realidade de nossas crianças que utilizam o

transporte escolar por morarem distante da escola e que tiveram

disponibilizado este serviço desde o início das aulas, o qual atenderia em

horário reduzido de duas horas. Assim, optamos por manter a redução

para todos, o que foi bem avaliado pela maioria dos familiares, com

exceção de alguns que, por motivo de trabalho, sentiram dificuldades

nesta organização. Este tema será retomado pela equipe para avaliação

das ações para o próximo ano.

Em nossa escola, no primeiro dia da adaptação, planejamos

atividades para as crianças e para seus familiares. Organizamos as salas

com algumas atividades da rotina, realizada pelos alunos no decorrer do

ano, para que os pais possam vivenciar nossas ações e dar segurança às

crianças.

Para as crianças que necessitam de um tempo maior de adaptação,

seus familiares são solicitados a ficarem na escola acompanhando-as, até

que se sintam seguras no ambiente escolar. O mesmo critério de

adaptação é seguido para as crianças que são matriculadas durante o ano

letivo.

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Em 2012, a Secretaria de Educação solicitou um instrumento

avaliativo voltado para o período de Adaptação nas escolas. Após

formação junto aos gestores no início do ano, várias reflexões e ações

ocorreram no grupo a partir de textos e imagens trabalhadas na formação

e que subsidiaram as discussões feitas neste período, refletindo no

trabalho de acolhimento das famílias, funcionários e crianças.

Optamos por deixar registrada a avaliação enviada para a Chefia,

que remetem às reflexões e alterações na proposta para o próximo ano.

Os dados pesquisados junto à comunidade também compõem o

documento e estão arquivados na escola para serem melhor analisados e

tematizados nos encontros de formação.

13.2. ENTRADA E SAÍDA DOS ALUNOS

O momento da entrada é sempre muito aguardado pelas crianças.

Podemos observar em seus sorrisos e movimento agitado de seus corpos

o quanto a espera torna ainda mais aguardado. Nestes momentos, um

membro da equipe de gestão está sempre presente, acolhendo as crianças

e as famílias tornando esta transição da casa para a escola, e vice versa,

mais segura e acolhedora possível.

Receber as crianças com um “Bom dia” ou “Boa tarde” e tendo o

mesmo desejo devolvido por ela, traz sempre muita satisfação àqueles

que participam pessoalmente deste momento.

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13.3. ROTINA DA EQUIPE GESTORA

A rotina da equipe de gestão está assim organizada:

13.3.1. DIRETORA

Rotina diária Rotina semanal

Entre as atividades da rotina

diária da diretora podemos elencar:

Acompanhamento da entrada

e saída do período da manhã;

Observação do espaço

escolar, sua organização,

condições e necessidades de manutenção;

Ler os informativos e redes vindos da Secretaria de Educação

e socializá-los com a equipe da

escola;

Atendimento a famílias

pessoalmente ou por telefone;

Atendimento às demandas administrativas em parceria com

a PAD e Oficial de Escola

Estabelecimentos de contatos telefônicos com a

Secretaria de Educação, Equipe Técnica, outras Unidades

escolares, Conselho Tutelar,etc.

Escrita no livro de comunicado sobre os assuntos de

interesse da equipe escolar;

Realização de encontros individuais com professores e

demais funcionários sistematizados ou sempre que

houver necessidade de intervenção formativa;

Acompanhamento da

utilização dos espaços da escola

A rotina semanal está assim

organizada:

Leitura dos registros dos professores, em parceria com o

coordenador;

Organização dos momentos

de formação da equipe escolar;

Reuniões com chefias

Encontros de formação dos profissionais da escola individuais

e coletivos

Encontros com a equipe técnica na escola ou setorizada;

Encontro com a Orientadora

Pedagógica;

Acompanhamento do trabalho

referente à inclusão

Agendamento com familiares para tratar de assuntos referentes

às crianças

Envio de solicitações de reparos e manutenção

Controle de folha de

freqüência e presença dos funcionários

Compra de materiais

pedagógicos e de manutenção

Organização do trabalho da APM em parceria com a PAD

Idas ao Banco para questões relacionadas à APM;

Leitura do jornal Notícias do

Município, disponibilizando suas

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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por parte das turmas, avaliando suas necessidades.

Registros escritos ou

fotográficos sobre o cotidiano escolar, que proporcionarão

encaminhamentos para ações tomadas a partir do observado.

informações para a equipe escolar;

Registro das ocorrências referentes a crianças e famílias em

livro próprio

Verificação da caderneta de

chamada

Efetivação das parcerias com os serviços públicos do Município

existente no Bairro: Biblioteca Machado de Assis e UBS

Ida à Biblioteca Machado de

Assis com as crianças, acompanhando-as no trajeto e

durante as atividades desenvolvidas.

13.3.2. PROFESSORA DE APOIO À DIREÇÃO

Rotina diária Rotina semanal

Acompanhamento do

momento da entrada e saída do período da tarde;

Observação do espaço escolar,

sua organização, condições e necessidades de manutenção;

Encaminhamento da demanda

administrativa em parceria com o oficial e diretora;

Organização do material de

uso das professoras (listagens, cadernetas de chamada, bilhetes,

etc.);

Organização e distribuição do material pedagógico às professoras

Estabelecimentos de contatos telefônicos com a Secretaria de

Educação, Equipe Técnica, outras

Unidades escolares, Conselho Tutelar, etc.

Organização e documentação

das ações da APM e Conselho de escola;

Atendimento às necessidades

das crianças e das professoras;

Participação de reuniões com chefia;

Atendimento às famílias

Elaboração de bilhetes para as famílias;

Escrita no livro de

comunicados

Participação nos encontros de formação;

Realização de orçamentos

para compra de materiais pedagógicos e de manutenção,

passeios, compra de equipamentos;

Organização dos encontros de

Conselho de escola e APM, em parceria com a diretora;

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Organização do mural da escola, com atividades das

crianças, imagens ou fotos para apreciação da comunidade.

Registro das ocorrências

referentes a crianças e famílias em livro próprio

Ida à Biblioteca Machado de

Assis com as crianças, acompanhando-as no trajeto e

durante as atividades desenvolvidas.

13.3.3. COORDENADOR PEDAGÓGICO

Rotina diária Rotina semanal

Entre as atividades da rotina

diária do coordenador, podemos elencar:

Acompanhamento da entrada e saída do período da manhã e

entrada do período da tarde;

Registros dos observáveis em sala diariamente;

Participação dos encontros

com as equipes de educação especial, orientadora pedagógica,

professores e de gestão da escola;

Leitura dos cadernos de

registros das professoras com foco na aprendizagem dos alunos

a cada a cada quinze dias;

Conversas com as professoras com horários

previamente marcados;

Acompanhar a execução de atividades de aprendizagem em

sala;

Acompanhar os alunos em momentos da rotina como parque,

escovação e brincadeiras;

Envolver a equipe docente na

elaboração do projeto político pedagógico, bem como no

planejamento e execução de suas ações, articulados a Proposta

Curricular e Metas da Secretaria.

Elaborar estratégias formativas destinadas às professoras de

acordo com as necessidades observadas:

Acompanhar os registros das

professoras, fazendo a leitura e devolutivas por escrito, que

remetam à reflexão sobre a prática pedagógica;

Realizar encontros

individuais, a partir do acompanhamento das leituras de

registro, observações de práticas em sala de aula e necessidades

formativas observadas;

Refletir junto à equipe docente sobre os objetivos

específicos para cada faixa etária, embasados nos conteúdos

do PPP;

Coordenar e organizar as

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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Escrita de devolutivas após leitura dos registros;

Escrita das conversas com as

professoras;

Conversas com pais ou

responsáveis para orientação e

esclarecimentos de fatos que envolvem seus filhos;

Participação nas reuniões de conselho e APM todas primeiras

quintas-feiras do mês;

Elaboração e execução do plano de formação dos

professores e demais membros da comunidade escolar juntamente

com a equipe gestora;

Elaboração e coordenar as HTPCs juntamente com a equipe

gestora;

Subsidiar as professoras com materiais didáticos pedagógicos

que venham a contribuir na formação dos alunos;

Verificar diariamente as

condições de trabalho das professoras, oferecendo apoio;

ações pedagógicas junto à equipe escolar nos momentos de HTPC e

Reuniões Pedagógicas, considerando o plano de

formação da unidade;

Acompanhar e orientar os Projetos Didáticos das

professoras, refletindo e avaliando suas etapas e objetivos

durante sua realização;

Subsidiar a equipe docente quanto à seleção e organização

dos estudos do meio;

Acompanhar e subsidiar as ações referentes à aprendizagem

das crianças, bem como daquelas com NEE realizando

caminhamentos no âmbito da escola e junto ao EOT e

Orientadora pedagógica;

Apropria-se do PPP da escola na medida em que se torna

parceira nas ações pedagógicas que envolvem o uso dos espaços;

Participação em curso de

formação para coordenadores às 3ª feiras.

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13.4. ROTINA DOS PROFESSORES

Diariamente a rotina dos professores está voltada para o

desenvolvimento com as crianças de atividades que envolvam diferentes

momentos da Educação Infantil, nos diferentes espaços da escola. Outra

atividade diária para algumas é a escrita dos registros. Algumas optam

pela escrita semanal do registro das observações e reflexões sobre o

cotidiano da sala de aula e das aprendizagens nela contidas.

Na rotina semanal duas vezes na semana há os momentos de

encontro com a equipe gestora para devolutivas de registros e demais

intervenções necessárias em relação à prática e acompanhamento das

crianças.

Os momentos de formação também são garantidos semanalmente

durante os HTPC’s.

13.4.1. ORGANIZAÇÃO DOS MOMENTOS DE HTPC

Os encontros de HTPC ocorrem às 5ª feiras no horário das

18h40min às 20h40min para as professoras de 24 horas e até às

21h40min para as professoras de 40 horas (período integral e infantil II)

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As ações do plano de formação para a equipe docente ocorrerão nos

espaços de HTPC, que estão assim divididos para contemplar as

necessidades formativas do grupo:

02 encontros dedicados ao Plano de Formação.

Nestes encontros, o plano de formação da unidade será posto em

prática, junto ao grupo e avaliado durante as ações do mesmo através dos

planejamentos, registros e observações da prática.

01 encontro para tematizarmos outras demandas de formação nas

demais áreas ou temas, de acordo com as observações através da leitura

dos registros e encontros individuais e coletivos.

01 encontro a cada quinze dias para planejamento por turmas dos

conteúdos, atividades e projetos que serão desenvolvidos no mês. Trata-

se de um momento reivindicado pelo grupo, que terá como objetivo

garantir a troca de saberes, socializar projetos e atividades que serão

trabalhadas pelas turmas, mediante as possibilidades de cada uma. Neste

momento, haverá a presença do trio gestor junto aos grupos, que serão

divididos pela faixa etária das turmas, acompanhando o processo e

intervindo sempre que houver necessidade junto às práticas das

professoras. É um momento muito rico para a construção do grupo, onde

todas têm a oportunidade, ainda que enquanto parceiras de turmas, de

intervir nos conhecimentos, trocando e aprimorando o fazer pedagógico

entre as educadoras desta unidade.

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13.4.2. TEMPOS E ESPAÇOS DE APRENDIZAGEM

13.4.2.1. BIBLIOTECA

Nosso espaço de biblioteca é uma adaptação da Biblioteca escolar

Interativa (BEI), que conta com um acervo de livros e vídeos pertencentes

à REBI. Desenvolvemos um plano para o uso do espaço, definindo nele

objetivos, conteúdos e orientações didáticas para o trabalho com as

crianças.

Objetivos

Conhecer o espaço da biblioteca, para dele fazer uso, conhecendo

o acervo e localizando os livros de sua escolha de forma autônoma,

desenvolvendo procedimentos de pesquisa;

Promover a participação e envolvimento das crianças,

demonstrando seus próprios interesses e gosto pela leitura, colocando-as

na postura de leitores;

Incentivar as crianças a terem uma relação prazerosa e criativa

com o texto escrito, desenvolvendo o gosto pelo ato de ler;

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Propiciar o trabalho com a diversidade textual, com a linguagem

literária e expressiva;

Incentivar a busca de novos referenciais, incentivando a pesquisa

e a ampliação da sua leitura de mundo.

Conteúdos

Contato com o espaço da biblioteca com orientações para sua

utilização;

Leitura de livros de diferentes gêneros;

Pesquisa em diversas fontes literárias.

Orientações didáticas

Conhecer o espaço da biblioteca e os materiais que estão

disponíveis para a professora e para os alunos;

Fazer um planejamento para o uso da biblioteca, facilitando sua

utilização;

O espaço da biblioteca poderá ser usado para roda de leitura,

conversa, vídeo, história com fantoche, CD, roda de música, apreciação de

livros pela criança e para pesquisas;

Alguns procedimentos são essenciais para o uso adequado da

biblioteca;

Na roda de conversa, orientar para a organização, cuidados e

importância da preservação dos materiais disponíveis;

Ao utilizar a biblioteca para roda de leitura, tendo o cuidado de

selecionar e fazer a leitura antecipada do livro ou material escolhido;

Os fantoches disponíveis no espaço da biblioteca são recursos

para que crianças e adultos utilizem ao contar histórias, desenvolvendo

outras linguagens expressivas como dramatizações, mímicas, gestos, etc.;

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Para roda de música, verificar com antecedência se o aparelho

encontra-se no armário, assim como o CD (em caso de música

específica);

Para utilizar o vídeo, é importante verificar a manutenção do

mesmo ou do DVD e se o filme escolhido está disponível (no caso de fita

VHS é preciso verificar se a mesma foi rebobinada, devendo fazê-lo

também após a apresentação). Essas medidas impedem que ocorra

momentos de espera com as crianças até que os problemas técnicos

sejam solucionados;

Empréstimos de material da biblioteca serão anotados em caderno

específico de empréstimos;

Os horários de uso da biblioteca estão contemplados na rotina das

turmas e ocorrem duas vezes por semana.

13.4.2.2. PARQUE E PRAÇA

Parque e praça são dois espaços onde o olhar para o “brincar” deve

estar presente enquanto momento de aprendizagem. Através da

observação destes momentos da rotina das crianças e como elas os

utilizam, a professora terá condições de enriquecê-los com outros

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materiais que auxiliarão na composição de temas durante as brincadeiras.

Objetos como pneus, caixas, tecidos, cordas entre outros, permitirão o

estabelecimento de relações no imaginário das crianças, alimentando-o,

ampliando a possibilidade de interação e envolvimento com as propostas

que ali surgirão, para além a exploração dos brinquedos que o compõem,

atribuindo-lhe novos sentidos.

É fundamental que estes espaços, bem como os demais espaços da

escola destinados ao brincar, possam ser avaliados constantemente de

modo a torná-los instigantes e provocativos para as crianças, podendo ali

promover momentos de imaginação, afetividade, gestualidade,

autonomia, criação e enfrentamento da realidade através da brincadeira,

contribuindo para a construção efetiva de um olhar sensível, crítico e

brincante em todos da comunidade escolar.

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13.4.2.3. ATELIÊ

Objetivos

Explorar os recursos que o espaço oferece, ampliando as

possibilidades do fazer artístico;

Estar inserido em uma rotina de trabalho em artes, vivenciando

experiências significativas de aprendizagem em artes;

Ter contato com a linguagem artística, apropriando-se dela

durante os momentos de criação;

Participar de atividades de percurso criador em artes, construindo

seu próprio percurso criador;

Ter oportunidade de apreciar diversas obras de arte, ampliando

seu repertório de imagem enriquecendo seu fazer artístico.

Conteúdos

Exploração do espaço e dos recursos que o ateliê oferece;

Rotina do trabalho em artes;

Linguagem artística;

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Percurso criador;

Apreciação de trabalhos artísticos.

Orientações didáticas

Utilização de instrumentos, meios e suportes diversos como lápis,

pincéis, tintas, papéis, cola, etc., para o fazer artístico, através da

aprendizagem de procedimentos e exploração destes recursos;

Manusear diferentes materiais, perceber marcas, gestos e

texturas;

Explorar o espaço físico;

Trabalhar com estruturas tridimensionais através da colagem,

montagem, justaposição de sucatas previamente selecionadas, limpas e

organizadas, provenientes de embalagens diversas, elementos da

natureza, tecidos, entre outros;

Oferecer suportes variados de diferentes tamanhos, formas e

texturas nas atividades de desenho e pintura;

Apresentar atividades variadas em que trabalhem uma mesma

informação de diferentes formas;

Trabalhar com as crianças os cuidados necessários com o próprio

corpo e com o corpo dos outros, principalmente com os olhos, boca, nariz

e pele, durante o manuseio de diferentes materiais e recursos;

Evitar a utilização de materiais tóxicos, cortantes ou aqueles que

apresentem a possibilidade de machucar ou provocar algum dano à saúde

das crianças;

Organizar os diversos materiais para uso da criança em suas

produções de modo que estejam de fácil acesso;

Possibilitar o contato, uso e exploração de materiais como caixas,

latinhas, diferentes pincéis, papelões, copos plásticos, embalagens de

produtos, pedaços de pano, etc.;

Propor às crianças que façam desenhos a partir da observação

das mais diversas situações, cenas, pessoas, objetos, obras de arte, etc.;

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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As criações tridimensionais devem ser feitas em etapas, pois

exigem diversas ações como Guardar e reorganizar o espaço,

documentando as produções são ações que podem colagem, pintura,

montagem e apreciação;

Ajudar cada criança na percepção de seu processo evolutivo e do

desenrolar das etapas de trabalho. Essa é uma tarefa que a professora

poderá realizar junto ao grupo;

A exposição dos trabalhos realizados é uma forma de propiciar a

apreciação e valorização destes, e ficarão em varais colocados no ateliê;

Enriquecer o espaço com a exposição de obras de arte de

diferentes artistas ou daqueles que fazem parte dos projetos estudados

pelas turmas;

Disponibilizar quebra cabeças de reproduções de obras para

manuseio das crianças neste espaço;

Os horários de utilização do ateliê constam da rotina e ocorrerão

uma vez por semana.

13.4.2.4. QUADRA

Neste ano estamos vivenciando a reforma do espaço da quadra,

com a cobertura do mesmo, o que otimizará sua utilização em dias de

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chuva e garoa, tão freqüentes nesta região, garantindo assim o trabalho

com corpo em mais momentos da rotina.

Objetivos

Participar de atividades que trabalhem o corpo e o movimento;

Explorar diversos materiais, conhecendo as possibilidades que

oferecem;

Participar de ações que envolvam a exploração de movimentos de

diferentes qualidades expressivas e rítmicas.

Conteúdos

Exploração de jogos e brincadeiras;

Conhecimento do corpo, identificando limites e habilidades;

Exploração dos movimentos.

Orientações didáticas

Ao propor a atividade na quadra, a professora deve ter um

planejamento do que será trabalhado, organizando os materiais e

recursos que serão utilizados;

Propor jogos, brincadeiras envolvendo a interação, a imitação e o

reconhecimento do corpo;

Participação em brincadeiras e jogos que envolvam correr, subir,

descer, escorregar, pendurar-se movimentar-se, dançar, etc., para

ampliar gradualmente o conhecimento e controle sobre o corpo e o

movimento durante a exploração do espaço e dos materiais utilizados;

Organizar e explorar circuitos com materiais de uso da quadra,

seguindo uma proposta de seqüência de desafios a serem vencidos

durante a atividade. Esta atividade também pode ser estendida, em sua

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organização, para o espaço do gramado, utilizando cordas presas às

árvores como desafio;

Utilizar bolas, cordas, bambolês, etc. propondo atividades de

jogos e brincadeiras que envolvam a exploração destes materiais;

Propor atividades de brincadeira de roda, ampliando as

possibilidades estéticas do movimento;

Propor a participação em jogos de regras, oportunizando as

primeiras situações competitivas e cooperativas;

Incluir a atividade na quadra na rotina da classe, sistematizando

seu uso, frente a objetivos propostos.

13.4.2.5. REFEITÓRIO – SELF-SERVICE

Objetivos

Oferecer oportunidades para que a criança possa servir-se;

Trabalhar as competências de “pinçar” os alimentos, manipular

objetos, quantificar quantidades, estabelecer peso, usar talheres, mastigar

e saborear os alimentos;

Aprender a evitar desperdício;

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Estabelecer vínculos com os colegas;

Desenvolver hábitos de higiene pessoal e cuidados com a saúde;

Reconhecer a importância dos alimentos para a saúde;

Ter contato e conhecer o uso adequado dos talheres.

Conteúdos

Desenvolvimento de hábitos de higiene pessoal e alimentar;

Importância do ato de comer para a saúde;

Exploração dos nutrientes de cada alimento oferecido na

merenda;

Importância de dosar os alimentos e líquidos, evitando o

desperdício;

Desenvolvimento da autonomia no momento de servir-se;

Noções de bom relacionamento com os colegas.

Orientação didática

Trabalhar com as crianças os diferentes combinados para o

momento da refeição;

Assegurar a beleza, o aconchego e a harmonia na mesa;

Confeccionar com as crianças jogos americanos a partir de um

trabalho em artes;

Propor atividades que fortaleçam a musculatura e no ganho do

movimento do pinçar;

O professor precisa encarar o momento do self-service na rotina

da escola como sendo de extrema importância no processo de ensino

aprendizagem e que contribui para o processo de construção da cidadania

dos alunos, pois, ao ter a oportunidade de escolher seus próprios

alimentos, a criança é estimulada a pensar, agir e refletir. Terá também a

oportunidade de troca de experiências com os colegas, ampliando as

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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relações com o outro e estabelecendo novas amizades à medida que

interagem com crianças de outras turmas;

Construir gradativamente com as crianças o significado do ato de

comer, ressaltando sempre a importância da qualidade dos alimentos e a

necessidade de ingerir apenas o necessário;

Pesquisar com as crianças sobre a necessidade de ingerir todos os

tipos de alimentos, evitando que deixem de comer legumes e verduras,

para que, ao escolher, ela saiba qual a importância dos alimentos que

coloca em seu prato;

Observar diariamente se a criança controla a quantidade de

alimento e líquido a ser ingerido, intervindo diretamente quando houver

desperdício, orientando o aluno sobre a quantidade a ser colocada por ele;

Evitar que elas comam em mesas fórmicas, sem toalhas, frias,

impessoais, empobrecidas, típicas de ambientes coletivos. Procurando

sempre manter o refeitório num ambiente limpo, decorado afim de que as

refeições fiquem mais divertidas e prazerosas;

O trabalho pedagógico tem que ser realizado constantemente pelo

professor em sala de aula, bem como capacitações de merendeiras e

equipe de apoio em reuniões pedagógicas, afim de que também

contribuam de forma consciente neste momento junto aos alunos.

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13.4.2.6. ATIVIDADE DIVERSIFICADA

Orientações para a realização da proposta

Ao apresentarmos a proposta pela primeira vez, explicamos a

dinâmica de desenvolvimento dos trabalhos e a possibilidade de escolha

de cada um. Pode acontecer que muitas crianças prefiram uma

determinada atividade e assim, falte cadeira na mesa para todos. Nesse

caso, intervimos propondo um acerto entre as crianças e a possibilidade

de trocarem de mesa num outro momento ou num outro dia, até mesmo

realizando inscrição antecipada para os cantos “disputados” pelas

crianças.

Para que a proposta tenha sucesso, ficamos atentas para que todos

os cantos apresentem atividades significativas para as crianças,

selecionando previamente os materiais para a atividade, deixando-os

acessíveis para a organização. Ao organizarmos os cantos com diferentes

propostas, buscamos ter claros os objetivos que desejamos atingir e os

conteúdos/ aprendizagens que estão envolvidos em cada atividade.

Buscamos sempre privilegiar a oportunidade de escolha pela

criança, evitando direcionar as decisões. Se isto acontecer, que seja

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realizado em forma de sugestão pela professora, com base na observação

das características individuais dos seus alunos.

Nossas sugestões se dão de forma a privilegiar a “constância” e a

“diversidade” ao observarmos as preferências das crianças. Por exemplo,

algumas crianças precisam ser incentivadas a diversificarem suas

escolhas, para que ampliem suas potencialidades em relação a

determinados conteúdos e até mesmo para que se autorizem a enfrentar

outros desafios. Outras crianças precisam ser incentivadas a repetirem

determinadas propostas, porque são por demais ansiosas, abandonando

os desafios na metade do caminho, o que dificulta seu processo de

aprendizagem.

Algumas observações importantes sobre a classe podem ser feitas

nesse momento: envolvimento na atividade, preferências individuais,

lideranças, interações, escolha dos parceiros, atitudes de cooperação/

competição, estratégias de registros, hipóteses das crianças em relação a

diversos conteúdos, exploração e uso dos materiais, tomadas de decisão,

resolução de problemas.

Aproveitamos este rico momento, no qual as crianças estão

organizadas de acordo com suas preferências e interesses, para

realizarmos intervenções mais personalizadas e pontuais junto aos

diferentes grupos e crianças individualmente, de acordo com os desafios

específicos propostos em cada canto, o que não significa privilegiar um

grupo ou criança, mas proceder de forma a contemplar intervenções

específicas para cada situação proposta, de acordo com os objetivos que

se pretende alcançar.

Observarmos os cantos que provocam maior interesse das crianças

para apresentá-los com mais freqüência ou para incrementar os desafios.

Por exemplo, se o canto da leitura é muito procurado, diversificar cada

vez mais os portadores e os gêneros. Se as crianças gostam muito de

jogos de percurso, trazemos jogos com desafios gradativamente mais

difíceis.

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Planejamos um canto para intervenções específicas com

determinado grupo ou aluno, de acordo com a necessidade observada. No

entanto, esta prática não deve ser uma constante, por que descaracteriza

um aspecto muito importante das atividades diversificadas que é a opção

de escolha pela criança.

Quando optamos por ensinar um jogo novo num dos cantos, damos

atenção especial para essa mesa, garantindo para as demais mesas

atividades já conhecida pelas crianças. Este tipo de proposta também

aparece como uma possibilidade de adequação da atividade diversificada,

mas que ao ser usada, observamos alguns cuidados: não dá para garantir

que todos passem pela mesa do jogo, pois se perde a característica de

escolha da atividade pela criança, não devemos utilizá-la com freqüência,

exatamente pelo fato de se perder as outras tantas possibilidades de

observação e de intervenção mais específicas deste momento da rotina.

Ao organizarmos “kits” com objetos para a brincadeira simbólica,

por exemplo, médico, cabeleireiro, banco, restaurante, casinha, etc.,

evitamos que sejam guardados em caixas erradas, porque na prática

social real, os objetos do médico não ficam na cozinha do restaurante e o

secador não aparece no caixa do banco. Esse cuidado se refere à

manutenção e organização dos brinquedos nas caixas. Porém no momento

da brincadeira, esses materiais podem se misturar e compor o enredo das

demais propostas, assumindo outras representações na brincadeira.

Organizamos ainda, um canto que seja alvo de uma observação

avaliativa do trabalho realizado em outros momentos da rotina, por

exemplo, no canto de leitura podemos introduzir os livros já lidos na hora

da história e observarmos como as crianças se utilizam os mesmos: se

reconhece a história, se contam para o colega, se fazem a leitura de

imagens (texto-contexto), se acompanham a escrita buscando indícios

para leitura do código, se procedem como narrador e personagem (tom de

voz utilizado e interpretações realizadas), etc.

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13.4.2.7. RODA DE CONVERSA

As rodas de conversa ocorrem na rotina diariamente e buscamos

sempre ter claro o objetivo da roda de conversa daquele dia.

Organizamos o espaço, adequando-o para a realização da atividade

(crianças dispostas em círculo).

Temos um olhar atento para as crianças caladas, aparentemente

desatentas, já que as mesmas podem estar atentas, interagindo na

conversa através da escuta ativa. Assim, devemos observar alunos que

pouco se expressam , procurando valorizar suas falas através de

intervenções que os insiram na conversa, retomando sua fala de outros

momentos, atribuindo-lhe alguma responsabilidade (ex: trazer uma

notícia, fazer um reconto, etc.).

Ao coordenar a roda, temos o cuidado para não produzir monólogos,

principalmente de nossa parte. Falas em coro ou revezamento seqüencial

na roda não são boas para que as crianças falem, pois estes movimentos

artificializam o conversar em grupo e centralizarmos a conversa. Devemos

deixar que as falas surjam da criança nos momentos em que fazem

sentido para as mesmas.Temos que fazer deste, um momento prazeroso

e significativo para todo o grupo. Sabemos que nossa postura, nosso

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“olhar” para a criança, diz muito mais do que sua fala, ou seja, as crianças

captam quando dizemos uma coisa e o seu olhar, seu corpo diz outra.

Portanto, procuramos estar inteiros neste momento, pois o prazer é

sentido, e não dito.

Não devemos fazer deste espaço de conversa um momento de se

trabalhar com “lições de moral”. Isto desmotiva a conversar, além de não

ser produtivo em termos de construção de valores pela criança.

Buscamos realizar intervenções cuidadosas, de forma a não tolher a

liberdade expressiva das crianças, ou seja, não ignoramos algumas falas,

procurando compreender os “regionalismos” e mesmo algumas

expressões tidas como “pouco adequadas”, entendendo que estas fazem

parte do repertório da criança. Quando nos deparamos com chamado

“palavrão”, procuramos não nos espantarmos diante dele, não o

reforçando através de risadas, pois isto estimula a continuidade de seu

uso. Solicitamos à criança diga a mesma coisa de um jeito diferente, ou

complementamos a idéia trazendo outro modelo de fala para aquela

expressão, sem, contudo dar muito destaque ao que foi dito.

Estamos atentos para o fato de que as falas das crianças não devem

ser somente dirigidas a nós e sim ao grupo e que, em alguns momentos,

podem existir comentários entre as crianças, vinculados direta ou

indiretamente ao assunto tratado.

Cada professora recebeu um rol de sugestões de temas para

trabalharem na roda como, por exemplo: entrevistas, notícias, caixa

surpresa, advinhas, apreciações de imagens, etc.

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13.4.2.8. HORA DA HISTÓRIA

Através deste momento, buscamos promover a participação e

envolvimento das crianças, demonstrado através do interesse e gosto pela

leitura, colocando- as crianças na postura de leitores, pois, embora não

saibam ler formalmente, eles são leitores na medida em que interpretam

a história que o adulto lhes contam. Quando as crianças descobrem o

mundo encantador do livro, vão construindo essa atitude atenta.

Procuramos favorecer o silencio durante a roda de história e a não

interrupção da mesma Para que isto ocorra temos como sugestão colocar

uma placa na porta: “HORA DA HISTÓRIA”, “MOMENTO DA LEITURA”,

“NÃO INTERROMPA: ESTAMOS OUVINDO HISTÓRIA”, que é construída e

elaborada com a participação dos alunos, além do combinado com todos

os funcionários da escola no sentido de respeitar este momento não

solicitando a professora ou as crianças da classe.

Uma vez que o clima propício para a leitura da história foi criado e

que as crianças estejam dispostas a ouvi-la, começamos a ler.

Procuramos conhecer a história e realizar uma leitura adequada ao tipo de

texto e ao grupo de crianças que está ouvindo. Podemos ler uma história

completa (para isso selecionamos uma que possa ler no tempo que

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dispomos), lê-la em duas partes ou em capítulos. Caso seja longa,

interrompemos a leitura no momento de maior suspense, usando a

interrupção como estratégia para criar nos alunos o desejo de continuar.

Informarmos as crianças do por que da escolha do livro e

mostramos outros dados que consideramos pertinentes para

contextualizar a leitura, não necessariamente antes do início da mesma,

mas no momento que for oportuno, se houver interesse da criança e lhes

for assimilável. Procuramos falar com as crianças sobre o autor e

ilustrador do livro, para que saibam que quem escreve ou ilustra é alguém

tão comum quanto eles.

Após a leitura, colocamos o livro à disposição das crianças para que

possam folheá-lo e deter-se naquilo que lhes chame mais atenção.

Há várias opções para a maneira de lermos o texto: ler o texto todo

e mostrar as gravuras no final, ler somente o texto, sem ilustração ou, ler

e mostrar as figuras simultaneamente.

Achamos importante diversificarmos os recursos para contar

histórias: usar fantoches, slides, gravuras, etc. Contar e ler histórias são

dois momentos diferentes e fundamentais. Contar historias lhe permite

criar e escolher as palavras; ao lermos, somos fiéis ao texto, o que

permite a diferenciação por parte das crianças destas duas modalidades

de apresentar as histórias. Contando ou lendo é necessário que haja

expressividade, enriquecendo através da entonação, criando um clima

para a história, fazendo sonorizações, destacando as falas dos

personagens, e a história. A leitura, ao mesmo tempo em que perde na

criatividade de quem conta ganha ao desvelar o texto literário. Já o

contar, permite-lhe maior expressividade.

Procuramos recontar as histórias preferidas das crianças, solicitando

às mesmas que o façam em alguns momentos, utilizando o próprio livro

ou recursos como fantoches, por exemplo. Podemos nos deter em algum

momento, em algum trecho lido, para fazermos com que as crianças

notem a beleza de uma expressão; imaginem-se num outro lugar ou

situação, partindo do que o autor descreve.

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Terminada a leitura, proporcionamos momentos de troca de

comentários com as crianças para que possam mostrar seu entendimento

ou gosto pela mesma, da mesma forma que o leitor adulto comenta suas

leituras, por exemplo: quem gostou? De que parte? De que personagens

mais gostaram? O que acharam do final da história? Quem daria outro

final para a história?

Ao lermos, procuramos garantir uma entonação de voz diferenciada

para cada personagem, para que as crianças atentem às mudanças de

interlocutores da história, dando-lhes vida e proporcionando-lhes um

melhor entendimento do conteúdo.

Na sala de aula, temos livros à disposição das crianças em lugares

acessíveis.

Podemos ainda convidar outras pessoas para contarem histórias

para as crianças. Caso tenhamos conhecimento de algum familiar de aluno

ou alguém da comunidade que goste de contar histórias, poderemos

convidá-lo. Pode acontecer, por vezes, um intercâmbio com os próprios

professores de nossa escola (um conta história na sala de aula do outro).

Propomos às crianças criarem personagens da história com sucatas

ou fantoches, estimulando a imaginação. Para isso, utilizamos objetos

disponíveis na classe.

Temos claro que, ao lermos histórias para os alunos, devemos ter o

objetivo não só de informar as crianças sobre a linguagem que se escreve,

mas também de incentivá-las a ter uma relação prazerosa e criativa com

o texto escrito.

14. ATIVIDADE EXTRACLASSE E ESTUDO DO MEIO

A atividade extraclasse e estudo do meio em nossa escola têm como

objetivo o cumprimento de mais uma etapa do projeto pedagógico da

escola.

Entendemos que a escola é um dos espaços que socializa o

conhecimento sistematizado na sociedade e que há uma infinidade de

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outros locais onde o conhecimento também é socializado. Para tanto

entendemos os passeios como possibilidade de ampliar o horizonte

cultural de nossos alunos e nossas alunas.

A impossibilidade de a criança participar das atividades extraclasses

somente ocorrerá na falta de autorização dos pais. Cumprimos

rigorosamente a orientação da SE, quanto à gratuidade dos passeios,

preservando o direito de participação de todos.

Para que isso não aconteça, a autorização é colada na agenda de

cada criança com vários dias de antecedência que deverá ser assinada

pelos familiares.

Será permitida a participação nos passeios apenas de funcionários

de apoio e mães previamente convidadas.

Neste ano a Secretaria de Educação enviou verba apenas para três

passeios com todas as crianças orientando que não poderemos solicitar

dos pais pagamento para o transporte e realização dos passeios. São eles:

01 passeio específico de um projeto desenvolvido por cada turma;

01 passeio cultural ou de lazer

Para os alunos e alunas do período Integral temos a compreensão

de que a sua especificidade na questão do tempo destinado para ficarem

na escola possibilita um número maior de saídas. Portanto, elencamos

como possibilidade de que hajam passeios pelo bairro, com idas às

margens da Represa e à Biblioteca Machado de Assis para participarem da

contação de histórias oferecida pela bibliotecária .

15. AVALIAÇÃO DAS APRENDIZAGENS DOS ALUNOS

Entendemos que o ato de avaliar é uma ação contínua que abrange

todos os segmentos envolvidos em nossa escola (aluno, professoras,

equipe gestora, quadro de apoio e comunidade).

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Com relação à aprendizagem dos alunos, cabe à professora revestir-

se do papel de investigadora dos saberes dos mesmos, a partir do que

promoverá intervenções adequadas a cada necessidade. Em nossa

unidade escolar, recorremos aos instrumentos da professora para avaliar

o processo de aprendizagem vivenciado pelos alunos, bem como o

acompanhamento do trabalho desenvolvido.

Um dos autores que nos subsidiam quanto à questão da avaliação é

Jussara Hoffmann que diz que “O desenvolvimento global da criança se dá

num espaço pedagógico onde se articulam objetivos, áreas de

conhecimento e temas de estudo desenvolvidos sob a forma de atividades

adequadas às diferentes faixas de interesse das crianças. Dessa forma, a

avaliação da criança se dá num contexto rico de oportunidades,

espontâneo e diversificado, onde, observá-la e acompanhá-la em suas

descobertas, exige, sobretudo, um olhar atento e abrangente do

professor. Um dia de atividades em Educação Infantil é suficiente para

revelar uns cem números de descobertas de um grupo de crianças, mas

essas observações se dão num contexto próprio que dão sentido aos

fatos, às vivencias das crianças.”

Outro momento avaliativo do Projeto Pedagógico será realizado

durante o ano letivo com a comunidade escolar, mediante o

acompanhamento das ações nele contidas. Temos ainda um momento

específico junto à equipe escolar, realizado ao final do ano, que nos

permite avaliar as ações ocorridas durante o ano letivo, visando ampliar e

adequar os encaminhamentos futuros.

A avaliação realizada junto à comunidade acontece ao final de cada

ano, quando encaminhamos aos pais uma pesquisa com questões

referentes ao andamento da escola. Os resultados são tabulados e servem

para planejar ações para o ano seguinte.

O ato de avaliar ocorre também nas reuniões do Conselho e APM, ao

verificarmos se as ações decididas durante os encontros atingiram os

objetivos planejados.

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15.1. AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Na Educação Infantil a avaliação do processo de aprendizagem dos

alunos se dá através de observações individuais, de observações nos

registros dos professores e da elaboração de relatórios individuais

semestrais, que relatam o processo pelo qual passam os alunos em sua

aprendizagem, planejando ações a serem seguidas.

Esses relatórios são entregues aos familiares na última reunião do

semestre e fazem parte da história da criança na escola, contando sobre o

trabalho desenvolvido pelas turmas, o processo de construção de

aprendizagem das crianças, seus avanços e desafios que demandam

investimentos por parte dos professores.

Outro instrumento organizado para o acompanhamento do processo

de construção de saberes pela criança é o portfólio. Este instrumento

avaliativo é composto por atividades, retratando os avanços e dificuldades

observadas durante o processo, apontando para intervenções e

encaminhamentos prováveis para o avanço das crianças. Através dele,

professora, equipe de gestão, alunos e familiares podem acompanhar este

processo desde o início do ano, compartilhando os avanços observados, os

encaminhamentos propostos e as estratégias elaboradas pelo professor a

fim de conseguir que os avanços ocorram.

Ao final do ano, relatórios e portfólios são entregues à equipe de

gestão, os quais são encaminhados às escolas de ensino fundamental (no

caso das turmas de seis anos) e para as professoras do ano seguinte

daqueles que aqui permanecerem e para outras unidades e para aqueles

que daqui se transferirem.

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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16. ACOMPANHAMENTO DOS INSTRUMENTOS

METODOLÓGICOS

Planejamento

Este é um momento reivindicado pelo grupo, garantindo a troca de

saberes, socialização de projetos e atividades que serão trabalhadas pelas

turmas, mediante as possibilidades de cada uma. Ocorre duas vezes por

mês, distribuído em uma hora no primeiro HTPC e uma hora no terceiro

HTPC. Nestes momentos, há sempre a presença do trio gestor junto aos

grupos, que serão divididos pela faixa etária das turmas, acompanhando o

processo e intervindo sempre que houver necessidade junto às práticas

das professoras. É um momento muito rico para a construção do grupo,

onde todas têm a oportunidade, ainda que enquanto parceiras de turmas,

de intervir nos conhecimentos, trocando e aprimorando o fazer

pedagógico entre as educadoras desta unidade.

Registro

Documento que conta a história do grupo, que fala das

intervenções, dos saberes construídos, das expectativas de aprendizagem,

das posturas desejos e anseios que cercam o fazer pedagógico na sala de

aula, das conquistas e desafios dos envolvidos no processo de ensinar e

aprender. Para tal, necessita que o educador sistematize sua elaboração a

fim de que este instrumento metodológico possa contribuir com a reflexão

sobre a prática em sala de aula, subsidiando as ações a serem planejadas

a partir desta reflexão.

Através de sua leitura e acompanhamento, o formador tem a

possibilidade identificar o processo de aprendizagem pelo qual alunos e

professores constroem seus saberes, identificando concepções, posturas,

interesses e dificuldades, que serão seu objeto de estudo e intervenção

junto à prática educativa.

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PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 2012

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São focos de observação ainda os conteúdos trabalhados, a

organização estrutural da aula, a intencionalidade nas atividades

planejadas e o planejamento das ações pensadas para o desenvolvimento

do trabalho em sala.

O acompanhamento será realizado através da leitura semanal da

equipe gestora, com devolutiva por escrito ou nos encontros individuais e/

ou coletivos de formação. Para tanto, as professoras disponibilizarão seu

registro para que sejam lidos e devolvidos pela equipe de gestão.

Organização dos registros da ação formativa da equipe

gestora: os registros por parte da equipe gestora serão organizados em

pasta com pautas de observação para a leitura dos registros das

professoras; através da escrita em cadernos identificados para o

acompanhamento de ocorrências com os alunos e equipe escolar, reuniões

de conselho de escola e APM; em cadernos de sínteses para os momentos

de HTPC e Reunião Pedagógica (sínteses estas elaboradas pelas

professoras) e em cadernos de registros da própria equipe gestora, que

será compartilhado entre seus membros e com a Orientadora Pedagógica,

parceira que é das ações formativas da escola.

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IV. ANEXOS

1. HISTÓRICO DA ESCOLA

A EMEB “GRACILIANO RAMOS” iniciou suas atividades em 12 de

junho de 1968, nomeada na época Parque Infantil Riacho Grande. Sua

diretora era a sra. Marilda Ferreira Machado que recebeu as chaves da

escola das mãos do Vereador Omar Bassani e do então sub prefeito do

Riacho Grande Álvaro Landi.

Antes da construção do prédio da escola, havia no local um sobrado

pertencente à missionária americana dona Margareth, que ligada ao

Seminário Prebiteriano,que ainda existe próximo à escola. Com a ajuda da

senhora Isabel Mizuoti, moradora do bairro, cuidava de algumas crianças

carentes que estudavam na EEPG Antonio Caputo e vinham para este local

após as aulas para se alimentarem e aprenderem a lidar com a terra. Isso

ocorreu por volta de 1965 e, com o retorno da missionária para os

Estados Unidos, a idéia foi suspensa e o terreno loteado.

Inaugurada, a escola passou a funcionar com quatro turmas pela

manhã e quatro turmas à tarde com aproximadamente quarenta alunos

por turma, além de atender a 95 crianças que estudavam na EE Antonio

Caputo, que vinham para cá no período contrário às aulas, chamados de

semi internos. A proposta para os alunos “semi-internos” era o de fazer as

lições de casa, alimentar-se, em alguns casos, banharem-se, tudo com o

acompanhamento de professoras, chamadas de “tias”.

Em 01 de junho de 1974 a escola passou a se chamar Núcleo de

Educação Infantil Riacho Grande. Seu prédio passou por ampliações para

atender a demanda de crianças, inicialmente dos Bairros próximos à

escola, que iniciavam seu processo de crescimento,

Em 23/01/1979 passou a se chamar Escola Municipal de Educação

Infantil Riacho Grande e no mesmo ano em 23 de agosto foi denominada

através do decreto nº 6260, pelo então Prefeito Tito Costa, Escola

Municipal de Educação Infantil “Graciliano Ramos”, e atualmente, dentro

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das novas normatizações da educação chama-se Escola municipal de

Educação Básica “Graciliano Ramos”.

1.1. NOSSO PATRONO

A escolha do nome dado à nossa escola foi uma homenagem ao

escritor e jornalista Graciliano Ramos, nascido em Quebrangulo, Alagoas

em 27 de outubro de 1892 e falecido em 20 de março de 1953, no Rio de

Janeiro. É considerado um dos maiores escritores brasileiros do século XX

e proeminente representante do romance da década de 30.

Primogênito de dezesseis filhos do casal Sebastião Ramos de

Oliveira e Maria Amélia Ramos, viveu os primeiros anos em diversas

cidades do nordeste brasileiro. Terminando o segundo grau em Maceió,

seguiu para o Rio de Janeiro, onde passou um tempo trabalhando como

jornalista. Volta para o nordeste em setembro de 1915, fixando-se junto

ao pai, que era comerciante em Palmeira dos Índios, Alagoas. Neste

mesmo ano casa-se com Maria Augusta Barros.

Foi eleito prefeito de Palmeiras dos Índios em 1927, tomando posse

no ano seguinte. Manteve-se no cargo por dois anos, renunciando a 10 de

abril de 1930. Segundo uma de suas auto-descrições, “(...) Quando

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prefeito de uma cidade do interior, soltava os presos para construírem

estradas. Os relatórios da Prefeitura que escreveu nesse período

chamaram a atenção de Augusto Schimidt, editor carioca que o animou a

publicar Caetes (1933). Entre 1933 e 1936 viveu em Maceió, trabalhando

como diretor da Imprensa Oficial e diretor da Instituição Pública do

estado. Em 1934 havia publicado São Bernardo e quando se preparava

para publicar o próximo livro, foi preso em decorrência do pânico insuflado

por Getúlio Vargas, após a Intentona Comunista de 1935. Com a ajuda de

amigos, entre os quais José Lins do Rego, consegue publicar Angústia

(1936), talvez sua melhor obra.

É libertado em janeiro de 1937. As experiências da cadeia,

entretanto, ficaram gravadas em uma obra publicada postumamente,

Memórias do Cárcere (1953), relato franco dos desmandos e incoerências

da ditadura a que estava submetido o Brasil.

Em 1938 publicou Vidas Secas. Em seguida estabeleceu-se no Rio

de Janeiro, como inspetor federal de ensino. Em 1945 ingressou no

Partido Comunista Brasileiro (PCB), de orientação soviética e sob o

comando de Luís Carlos Prestes; nos anos seguintes, realizaria algumas

viagens a países europeus, retratadas no livro Viagem (1954). Ainda em

1945 publicou Infância, relato autobiográfico.

Adoeceu gravemente em 1952. No começo de 1953 foi internado,

mas acabaria falecendo em 20 de março de 1953, aos 60 anos, vítima de

câncer no pulmão.

O estilo formal de escrita e a caracterização do eu constante conflito

(até mesmo violento) com o mundo, a opressão e a dor seria marcas de

sua literatura.

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1.2. DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA FÍSICA DA ESCOLA

A EMEB” GRACILIANO RAMOS” possui: 09 salas de aula; 01 quadra;

01 refeitório; 01 horta; 01 parque; 01 biblioteca; 01 diretoria/01

secretaria; 04 banheiros para alunos; 02 banheiros para funcionários; 01

cozinha escolar; 01 sala de aula adaptada para ateliê e 01 sala de

professores.

Por ser uma escola com 44 anos de existência, é visível a

necessidade de vários reparos por falta de uma reforma mais adequada e

que atenda a comunidade nos padrões de qualidade desejáveis. Contatos

com a Secretaria de Obras e solicitações tem sido feitas a fim de suprir

algumas das necessidades mais urgentes de manutenção. Neste ano

tivemos a presença da consultora de obras Sra. Patricia, que observou e

registrou as demandas de reforma e reparos necessários e nos informou

que a demanda seria avaliada pela Secretaria de Educação. Estas

questões continuam sendo acompanhadas pelo Conselho de Escola e APM.

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No ano de 2011, no mês de setembro, conseguimos ver realizada a

construção da cobertura da quadra para enfim podermos oferecer espaços

mais adequados à realização de atividades físicas com as crianças. O

acesso à ela nos dias de chuva e mau tempo ainda fica impedido por

conta da não existência de uma cobertura.

1.3. MATERIAIS PEDAGÓGICOS E EQUIPAMENTOS

Materiais pedagógicos: brinquedos de encaixe, jogos, brinquedos

de montar, materiais para brincadeira simbólica, materiais para

exploração em quadra, brinquedos de areia e parque, etc.

02 Data shows para uso em reuniões e exibições de filmes para a

comunidade escolar;

Retroprojetor;

Mobiliário;

03 Televisores e 03 DVDs;

01 aparelho de som de grande potência;

07 aparelhos de som portáteis;

02 computadores;

01 notebook;

03 linhas telefônicas;

01 aparelho de fax;

01 máquina de Xerox

01 impressora multifuncional;

01 impressora matricial

03 máquinas fotográficas digitais;

01 filmadora VHS;

01 filmadora digital;

02 Pen drives;

01 MP4;

Livros e materiais didáticos.

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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil,

Ministério da Educação, Brasília, 2010.

BRASIL, Parâmetros de qualidade para a Educação para a Educação

Infantil (vol. 1 e 2), Ministério da Educação, Brasília, 2008.

BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação

infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

CARVALHO, Silvia Pereira de, KLISYS, Adriana, AUGUSTO, Silvana.

Bem vindo mundo! Criança, cultura e formação de educadores.

Editora Petrópolis, 2006.

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PINAZZA, Appezzato Mônica. Pedagogia(s) da Infância dialogando

com o passado construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Cortez,

1997.

GOBBI, Marcia Aparecida, Ver com olhos livres: Arte e educação

na primeira infância, in FARIA, A.L. O coletivo infantil em creches e pré-

escolas. São Paulo, Ed.Cortez, 2007

Indicadores de Qualidade para a Educação Infantil e Diretrizes

Curriculares para Educação Infantil/ Ministério da Educação/Secretaria da

Educação Básica – Brasília: MEC/SEB, 2009

KRAMER, Sônia (org.). Com a pré-escola nas mãos: uma

alternativa curricular para a educação infantil. São Paulo: Ática,

1999, 13 ed.

KRAMER, Sônia. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do

disfarce. São Paulo: Cortez, 1995, Volume 5.

KRAMER, Sônia; SOUZA, Solange Jobim e (org.). Educação ou

tutela? A criança de 0 a 6 anos.

LISBOA, Antônio Márcio Junqueira. O seu filho no dia-a-dia: dicas

de um pediatra experiente. Vol. 3.

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LUCKESI, CARLOS CIPRIANO. Filosofia da Educação. São Paulo:

Cortez, 1990.

MELLO, Suely Amaral. A Educação das Crianças de 0 a 6 anos:

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PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento e

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SÃO BERNARDO DO CAMPO, Proposta Curricular do Município de

São Bernardo do Campo, Volume II , Cadernos 1 e 2; Secretaria de

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