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SENAC Unidade Aclimação Pós-graduação em Cozinha Brasileira Autores: Alberto Andrade Leite Ingled Anderson Ramos dos Santos Danilo Alves Bezerra Jean Paul Chasseraux Título: Proposta de Certificação Orgânica para Frutos de Plantas das Florestas Autóctones Brasileiras. São Paulo 2015

Proposta de Certificação Orgânica para Frutos de Plantas das Florestas Autóctones Brasileiras

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SENAC – Unidade Aclimação

Pós-graduação em Cozinha Brasileira

Autores:

Alberto Andrade Leite

Ingled Anderson Ramos dos Santos

Danilo Alves Bezerra

Jean Paul Chasseraux

Título: Proposta de Certificação Orgânica para Frutos de Plantas das

Florestas Autóctones Brasileiras.

São Paulo

2015

SENAC – Unidade Aclimação

Pós-graduação em Cozinha Brasileira

Autores:

Alberto Andrade Leite1

Ingled Anderson Ramos dos Santos2

Danilo Alves Bezerra3

Jean Paul Chasseraux4

Título: Proposta de Certificação Orgânica para Frutos de Plantas das

Florestas Autóctones Brasileiras.

Projeto apresentado ao Curso de Pós Graduação

em Cozinha Brasileira do Centro de Estudos

SENAC Aclimação, como requisito do Trabalho de

Conclusão de Curso.

Orientador: Profº Esp. Guilherme Bonamigo.

São Paulo

2015

1 LEITE, A. A. - E-mail: [email protected]

2 SANTOS, I. A. R. dos - E-mail: [email protected]

3 BEZERRA, D. A. - E-mail: [email protected]

4 CHAZZERAUX, J. P. - E-mail: [email protected]

RESUMO

O intuito da elaboração deste trabalho de conclusão do curso de pós-graduação na

Cozinha Brasileira está voltado para a simulação de Certificação Orgânica para

Frutos oriundos das Florestas Autóctones Brasileiras (Florestas Nativas). Atualmente

no Brasil, esta certificação é concedida para produtos ou serviços com

características voltadas para orgânicos e, foi idealizada pelo Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento (M.A.P.A.), em conjunto com Associações de

Produtores em Orgânicos, onde foi determinado um conjunto de leis para o

segmento. Esses produtores e prestadores de serviços são enquadrados dentro

dessas leis e, são orientados sobre procedimentos e padronizações, evitando que

desrespeitem e descredibilizem o que se é preconizado para produtos e serviços

com características orgânicas, concomitantemente, protegendo o consumidor final e

o ecossistema.

Palavras-Chave: Cozinha Brasileira. Certificação Orgânica. Frutos Autóctones.

ABSTRACT

The purpose of writing this work completion of the postgraduate course in Brazilian

cuisine is facing the Organic Certification simulation for fruits coming from the

Brazilian Indigenous Forests (Native Forests). Currently in Brazil, this certification is

awarded to products or services with features focused on organic and was designed

by the Ministry of Agriculture, Livestock and Supply (MAPA), in conjunction with

producers' associations in Organic, which was given a set of laws to the segment.

These producers and service providers are framed within these laws and are

instructed on procedures and standards, preventing disrespect and descredibilizem

what is recommended for products and services with organic characteristics

concomitantly protecting the consumer and the ecosystem.

Keywords: Brazilian cuisine. Organic certification. Indigenous fruits.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO......................................................................................................... 06

OBJETIVOS............................................................................................................. 08

Objetivo Geral.................................................................................................... 08

Objetivos Especificos........................................................................................ 08

METODOLOGIA...................................................................................................... 08

1 - FLORESTAS AUTÓCTONES BRASILEIRAS................................................... 09

2 - O CAMBUCI (Campomanesia phaea)............................................................... 12

3 - ALIMENTOS ORGÂNICOS: CONSCIENTIZAÇÃO E OBRIGATORIEDADE PARA

CERTIFICAÇÃO...................................................................................................... 15

3.1 - Certificação Orgânica...................................................................................... 17

CONSIDERAÇÔES FINAIS.................................................................................... 21

REFERÊNCIAS....................................................................................................... 22

Sites.................................................................................................................. 23

ANEXOS................................................................................................................. 25

6

INTRODUÇÃO

Tema: Proposta de Certificação Orgânica para Frutos de Plantas das Florestas

Autóctones Brasileiras.

Este trabalho de conclusão do curso de Pós-graduação sobre a Cozinha

Brasileira tem o objetivo de simular a elaboração do processo de Certificação

Orgânica para Frutos de plantas originários das Florestas Autóctones (floresta

nativas com árvores originárias do próprio território) e, para exemplificar o processo

de certificação para esses frutos vamos utilizar o Cambuci.

O Cambuci é um fruto tipicamente paulista do cambucizeiro (arvore

conhecida da Mata Atlântica) e, nos últimos anos vem apresentando destaque na

dieta da população paulista por ser um produto rico em elementos biodisponives

para a saúde, além de sua historiografia rica e colaborativa na alimentação secular

brasileira de índios, bandeirantes e sertanejos.

Segundo Dória (2014), os índios sempre estiveram presentes no território

brasileiro. Criaram vínculos afetivos e mutualismo com as florestas nativas e,

concomitantemente, utilizam seus frutos para a alimentação. Nativos, flora e fauna

se valiam de um favoritismo de comensalidade para que todos sobrevivessem em

harmonia sem causas prejudiciais permanentes no ecossistema.

Este destaque que o Cambuci vem ganhando na dieta da população

paulista atualmente são retornos dos esforços de produtores familiares e

associações que, estão empreendendo na plantação e conservação das plantas. O

fruto apresenta uma capacidade nutricional benéfica à saúde do homem e tem se

tornado um modelo de alimentos com promoção sustentável para o Brasil, em

especial no desenvolvimento econômico da região Paulista de Rio Grande da Serra,

que criou uma indústria para o beneficiamento e comercialização de produtos do

Cambuci.

Nos últimos anos com a crescente ocupação populacional paulista

desordenada, onde foi gerado um significativo aumento da densidade demográfica,

ocasionou um compactamente irreversível na floresta nativa (Mata Atlântica) e,

consequentemente a isto, muitas das árvores frutíferas nativas chegaram à extinção.

O cambucizeiro foi uma dessas espécies nativas que sofreu com esses maus tratos,

7

além de ser “quase” esquecido com o tempo. Sua reabilitação na culinária brasileira

se deu com o apoio de associações, prefeituras e o governo do Estado de São

Paulo, que uniram forças para promoverem e reverter a tendente ameaça de

extinção da planta.

O Cambuci já foi nutricionalmente estudado a respeito dos elementos

biodisponives para a alimentação do homem, além de corresponder às

características que um produto apresenta para ser considerado orgânico, tanto

quanto cultivado ou quando colhido no habitat natural. Atualmente o mercado da

alimentação orgânica no Brasil encontra-se em crescimento, e a procura por

produtos de origem orgânica vem atraindo cada vez mais consumidores que buscam

qualidade alimentar com certificações sérias. Essas certificações são concedidas

pelo M.A.P.A. e fiscalizada por Associações credenciadas, onde os empreendedores

que comercializaram produtos dentro das especificações para orgânicos, necessitam

se adequarem as leis que preconizam conceitos e padronizações.

A escolha deste título, foi entender sobre os requisitos necessários

para a obtenção da Certificação Orgânica para os Frutos das Florestas Autóctones,

onde o Cambuci, por ser um fruto endêmico do Estado de São Paulo, será utilizado

nas exemplificações.

A partir do pensamento analítico deste trabalho, poderá se fazer uso

desta simulação para a regulamentação de outros frutos originários deste tipo de

floresta, além de notificar o uso consciente geograficamente desses biomas que

agregam a flora e a fauna, valorizando a conservação e a utilização dos frutos

autóctones e, como melhor aproveitar os elementos biodisponives desses frutos.

8

Objetivo Geral:

Investigar sobre quais são os procedimento para se criar certificação

orgânica para Frutos Autóctones Brasileiros. Verificar quem pode pedir esta

certificação e, como ocorre. Entender se esta certificação dará garantias para o

mercado brasileiro de exportação e, sobre quais benefícios são agregados ao

produto certificado.

Metodologia:

Para confecção teórica deste trabalho de conclusão de curso, serão

utilizados como ferramentas de pesquisas, livros didáticos, artigos e paper’s com

embasamentos científicos e empíricos como testemunhos, jornais e revistas

abordando assuntos sobre o segmento e documentos publicados em site

acadêmicos/cientifico que trazem informações sobre a proposta do tema.

Serão detalhadas no corpo do trabalho, informações sobre as Florestas

Autóctones e seus frutos, em especial o Cambuci. Sua importância na culinária

paulista. Também serão detalhadas informações sobre o consumo consciente de

produtos orgânicos com sua contribuição para o ecossistema, e informações sobre o

uso desorganizado de agrotóxicos por produtores e indústrias alimentícias dentro da

agricultura paulista. E investigar se existem informações especificas dentro das leis

para alimentos orgânicos vigentes no território brasileiro, informações que atribuem

aos frutos autóctones esta característica.

9

1 - Florestas Autóctones Brasileiras.

As florestas são sistemas complexos, naturalmente constituídos por

diversas espécies vegetais e animais, além da presença dos seres heterótrofos

(fungos). As florestas autóctones5 também denominadas de florestas nativas são

sistemas essenciais para o bioma onde estão estaladas.

Segundo o documento divulgado em Portugal em 2011, pelo projeto

“Floresta Comum”, ás floresta naturais são mais adaptáveis às condições originais

de seu habitat, como por exemplo, as condições do solo, do clima (seco, ou com

intensidade de chuvas), naturalmente ocorrem simbiose entre às espécies da flora,

fauna e outros organismos, estabelecendo uma relação duradora e

autossustentável, além de conseguirem maior facilidade de regeneração em caso de

acidentes naturais, ou incêndios causados. Esses conjuntos de fatores favorecem a

formação de um ecossistema perfeito, praticamente isentando da intervenção

humana, pois são biomas multifuncionais por apresentar características

bioecológicas, onde são conservados recursos naturais (ambientais e biológicos).

De acordo com o Projeto Floresta Comum (2011), florestas naturais são

essenciais à vida do bioma6 que a integra, pois fornecem elementos importantes

para o ecossistema como: A transformação de CO2 em O2 (importante para

respiração), viabiliza o arrefecimento da temperatura local e dispersão dos gases

que promovem o efeito estufa. Também favorece a infiltração da água no solo

reabastecendo os lençóis subterrâneos (freáticos e aquíferos), além de suas raízes

se fixarem no solo impedindo a erosão prejudicial. Essas florestas produzem

alimentos para a fauna e outros seres dependentes do ecossistema, além de

propiciar uma paisagem naturalmente atrativa.

Dentro da denominação “florestas”, é necessário exemplificar a presença

da “Floresta de Produção”, as quais são sistemas florestais com uma “tipificação

artificial”, onde são plantadas mudas ou lançadas sementes pelo homem em

terrenos degradados ou desmatados a fim de restaurar criando um “pseudo”

5 Autóctone: (Dic. Michaelis) – adj m+f (do grego: autókhthon) – O que é natural do país em que se habita;

Proveniente das raças que sempre habitaram o local de origem. Também se aplica o termo para fenômenos,

técnicas, hábitos (costumes) e tradições de um povo.

6 Bioma: Exemplo de grande comunidade estável e desenvolvida, adaptada às condições ecológicas de certa

região.

10

ecossistema e, para que esses sistemas progridam, são realizados estudos a fim de

minimizar possível desorganização sistêmica entre a fauna, a flora e outros

organismos. A EMBRAPA7 junto com o Ministério da Agricultura trabalha para o

desenvolvimento de vários projetos de reflorestamentos de áreas desmatadas nas

florestas nativas brasileiras, uma dessas técnicas é a silvicultura8, onde são

estudados métodos naturais e artificiais para recuperar e diagnosticar melhorias a

fim de minimizar possíveis danos causados ao bioma. Mas, se faz necessário

salientar que a técnica de silvicultura beneficia muito mais à agricultura e as

indústrias alimentícias que, nos tempos atuais com o crescimento populacional

precisam atender ao aumento do consumo alimentar e a necessidade de produção

de materiais naturais para as indústrias madeireiras.

Segundo a FAPESP, 2006 (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado

de São Paulo), o Brasil possui uma das mais ricas diversidades ambientais naturais

em espécies de flora e fauna do planeta, indo do Amazonas aos Campos Sulinos

(Pampas).

[...] a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), uma das

principais agências brasileiras de financiamento à pesquisa científica e tecnológica,

tem tido um papel de destaque nesse esforço de mapeamento da biodiversidade

essencial à sobrevivência da espécie humana. Além de apoiar projetos individuais

de pesquisa que conduzem a uma melhor compreensão da natureza brasileira,

como tem feito há quatro décadas, a FAPESP participa do financiamento de projetos

multi-institucionais como a Flora Brasiliensis On-line, que deve facilitar no mundo

inteiro as pesquisas sobre as plantas do Brasil. Outras vezes, a FAPESP financia

projetos de pesquisa coletivos de longa duração como o Flora Fanerogâmica do

Estado de São Paulo e o programa Biota-FAPESP [...] (FAPESP, 2006).

Das florestas nativas brasileiras exemplificadas, a Mata Atlântica tem

papel importante dentro deste trabalho simulado de certificação por congregar na

região paulista, o Cambuci, em especial o território regional de Rio Grande da Serra

no Estado de São Paulo, onde é plantado, tem estímulos para o cultivo e

beneficiamento para preparações de alimentos e bebidas. O Cambuci é um fruto

7 EMBRAPA – Empresa Brasileira de Agropecuária.

8 Silvicultura: É a arte ou a ciência de manipular um sistema dominado por árvores e seus produtos, com base no

conhecimento das características ecológicas do sítio, com vista a alcançar o estado desejado, e de forma

economicamente rentável (Louman et al., 2001).

11

autóctone desta floresta e passou por períodos de desprezos em sua utilização,

chegando a ponto de entrar para o time dos frutos prestes a extinção.

Segundo a Ong SOS Mata Atlântica (2015), o ecossistema da Mata

Atlântica possui uma extensão territorial aproximadamente de 1.300.000 Km²,

passando por dezessete Estados brasileiros, indo do Rio Grande do Sul até o Piauí.

Nos últimos séculos, esta extenção territorial sofreu enorme degradação ambiental

devido ao aumento populacional nesses estados.

É interessante detalhar que, no inicio da colonização brasileira, nativos e

florestas autóctones tinham um convívio simbiótico. Um sempre ajudando a

sobrevivência do outro, gerando uma associação de mutualismo entre homem, flora

e fauna. De acordo com Doria (2014) o encontro de culturas no território brasileiro

tornou-se impossível criar uma uniformidade linear na nação constituída, porém, ao

longo de cinco séculos o mundo foi assimilando nossa cultura e produtos, assim

como nos fomos assimilando a cultura e os produtos do mundo, ocorrendo

transação de elementos autóctones entre essas nações.

De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente (2016) até o inicio do

século XX, São Paulo possuía a mais completa biodiversidade (biogeocenose,

biossistema, holocenose) dentre os Estados brasileiros onde se encontra a Mata

Atlântica e o Cerrado, caracterizando uma diversidade de paisagens e manejos

autóctones, mas devido à ocupação populacional desordenada, boa parte dessa

área foi comprometida para abrigar cidades, causando prejuízos como degradação e

desmatamento.

A previsão territorial de matas nativas no ano da colonização (1500) no

Estado Paulista segundo o Conselho Nacional Reserva da Biofera da Mata Atlântica

(2004), era em torno de 80%, e aponta como causas para o desmatamento

desorganizado da floresta, a ocupação populacional e a ocupação de monoculturas

agrícolas para abastecimento desta população. Ressaltando que a cultura cafeeira

foi uma das principais agriculturas que ganhou destaques e interesses econômicos.

[...] o Estado de São Paulo tem sua história ambiental marcada por diferentes níveis

de ameaça aos ecossistemas originais da Mata Atlântica... Até 1920 mais da metade

do território estava coberto por florestas nativas. Foi em meio século de

industrialização que a devastação da Mata Atlântica atingiu os níveis mais

alarmantes, quando, em 1973, a floresta primitiva reduziu-se a 8,75% do seu

território, ou cerca de 2 milhões de hectares, concentrados quase exclusivamente na

12

Serra do Mar [...] (CONSELHO NACIONAL RESERVA DA BIOFERA DA MATA

ATLÂNTICA, 2004).

Para Carvalho (2013), é necessária uma reavaliação urgente sobre a

conservação das florestas nativas. Sendo colocado como assunto de extrema

importância para que a cadeia ecológica brasileira seja restaurada e preservada,

pois os biomas que compõem o ecossistema territorial possui uma série de

peculiaridades que a diferenciam das demais florestas autóctones do mundo, assim

como seus frutos.

2 - O CAMBUCI (Campomanesia phaea) – (fig. 2 – Anexos 1).

O Cambuci é um produto bem presente na historia da cidade de São

Paulo e municípios ao redor. Segundo Gabriel Menezes (Presidente as Associação

Holística de Participação Comunitária Ecológica – AHPCE), o Cambucizeiro é uma

arvore endêmica da Serra do Mar Paulista, apresentando características de planta

autóctone e seus frutos foram consumidos por índios, bandeirantes e sertanejos,

que vem a cada ano tornando-se um modelo de alimento que auxilia na

sustentabilidade da região.

O fruto Cambuci emprestou seu nome para um bairro Paulista perto da

região Central de São Paulo o “Bairro do Cambuci”. De acordo com Alves (2016)

este bairro encontra-se registrado historicamente como sendo uns dos mais antigos

da Cidade. Local onde se travou discórdias políticas e choros de despedidas para

quem ia a caminho do mar. Têm registros datados do século XVI e, seu nome

nasceu em função a grande quantidade de cambucizeiros endêmico da região, onde

seus frutos eram consumidos curtidos em aguardente na época e, sua arvore

fornecia ótima madeira para utilizações domestica.

[...] nos primórdios da São Paulo de Piratininga, passava pela região de Cambuci

uma trilha que dava acesso ao Caminho do Mar, utilizado por tropeiros para chegar

em Santos. Aos poucos, principalmente a partir de 1850, desenvolveu-se ao redor

da trilha um pequeno comércio e algumas chácaras, sítios e fazendas... Por registrar

um grande número de manifestações operárias no início do século 20, e por abrigar

numerosos imigrantes italianos, alguns moradores afirmam que o Cambuci é o berço

do anarquismo em São Paulo. O local de encontro político da época era o Cine-

teatro Guarani. (ALVES, 2016).

13

O Cambuci em sua constituição botânica possui intenso perfume cítrico e

sabor levemente adocicado, propiciando na boca uma lembrança da mistura de

jabuticaba com limão e aftertaste de goiaba. Segundo Andrade, Fonseca e Lemos

(2011), do fruto do Cambucizeiro são produzidas geleias, sucos, licores, produto

macerado e molhos para todos os tipos de carnes, além de infusões preparadas

com as cascas do fruto e das folhas da planta. As indústrias alimentícias,

farmacêuticas e cosmeceuticas, procuram utilizar o óleo essencial encontrados em

abundância em toda a planta para fabricações de produtos diversos. Há quem o

consuma in natura, mas, muitos o conhecem como um excelente ingrediente para

ser utilizado em bebidas fermentadas e destiladas, conferindo aroma e sabor único

ao líquido. No período do Brasil colonial, os bandeirantes paulistas preparavam uma

infusão a frio com aguardente, e misturavam outros frutos nativos como uvaia e

orvalho, formando um blend.

Exemplos de outros Frutos Autóctones das Florestas Nativas Brasileiras

(Anexos 1): Cabeludinha (fig. 3), Cereja do Rio Grande (fig. 4), Ameixa da Mata (fig.

5), Pitangetuba (fig. 6), Araçá (fig. 7), Cambucá (fig. 8), Uvaia (fig. 9), Guabiroba (fig.

10), Grumixame (fig. 11), Cambuí (fig.12).

De acordo com Andrade, Fonseca e Lemos (2011), os principais

disseminadores das sementes do cambucizeiro são animais como as pacas, antas,

cachorros do mato, veados campeiros e o próprio homem. Os benefícios do

consumo do Cambuci à saúde do homem estão sendo estudados e padronizados

por pequenos produtores interessados em Agrologia (Agricultura Sustentável), onde

são fabricados xaropes e outros produtos.

[...] o Cambuci, fruta nativa da Serra do Mar, já garante o sustento de pequenas

propriedades do Vale do Paraíba. Em plena safra, a fruta, conhecida por ter seu

xarope adicionado à cachaça, a "pinga de Cambuci", tem bom potencial de se tornar

alternativa de renda e preservar a mata atlântica [...] (O ESTADO DE S.PAULO -

SUPLEMENTO AGRÍCOLA - Quarta-feira, 17 de Março de 2010 - pág.3).

O Cambuci possui elementos biodísponíveis que são ótimos para saúde

do homem. De acordo com Andrade, Fonseca e Lemos (2011), o fruto possui altos

teores de lipídios, fibras, quantidade relativas de minerais, carboidratos e a pectina,

o que permite a fabricação de várias preparações de doces e geléias, sem esquecer

o alto teor de vitamina C, por apresenta elevada quantidade de ácido ascórbico.

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O cambucizeiro passou por períodos de esquecimento na culinária

brasileira paulista. Segundo Andrade, Fonseca e Lemos (2011) graças a

associações salvadoras do Cambuci, que contam com patrocínios do Governo do

Estado de São Paulo e a Associação Internacional do Slow Food, esta ultima se

encarregou de colocar o Cambuci na Arca do Gosto9, restabelecendo o convívio com

a alimentação brasileira e um incentivo ao consumo.

O Cambuci tem participações reais no desenvolvimento de algumas

cidades interioranas à Capital Paulista, a exemplo: Paraibuna, Município de

Natividade da Serra, Salesópolis (Cidades do Vale do Paraíba), Paranapiacaba, Rio

Grande da Serra, entre outras. Segundo a AHPCE, nessas cidades os

cambucizeiros são preservados e a população recebe incentivos ao plantio. Isto fica

evidente na região do Rio Grande da Serra, localizada no grande ABC Paulista, no

Estado de São Paulo, onde dificilmente não será encontrada uma casa sem no

mínimo uma árvore de Cambuci. Está atitude tornou-se um incentivo ao

reflorestamento e a preservação da planta. Também é nesta região que foi fundado

a primeira cooperativa do Brasil de produtos do Cambuci e derivados, gerando

emprego e renda, tendo como principio e conduta para melhoria na economia local,

o respeito à natureza e a sustentabilidade a favor do fruto autóctone tanto na Mata

Atlântica como nos sítios locais particulares.

De acordo com a AHPCE na região de Rio Grande da Serra, se fundou a

cooperativa Cooper Cambucy da Serra, que tem parceria com o SEBRAE e a

Prefeitura local. Esta cooperativa é hoje a detentora da marca Cambucy da Serra,

que tem como seu carro chefe, o Cambuci curtido em cachaça, devidamente

legalizado junto a órgãos competentes, onde também é produzido e comercializa a

polpa, geleia e um frisante de Cambuci chamado de Ice. O Sítio do Cambuci

localizado na região do Vale do Paraíba, também promove o uso do Cambuci de

forma a restabelecer um contato maior com a culinária brasileira.

[...] o “Sitio do Cambuci” é um dos grandes responsáveis pela recuperação das

arvores, pois cultiva mais de 800 pés de Cambuci. Além disso, comercializamos uma

variedade de produtos com Cambuci. Estes Produtos são comercializados em nossa

loja online, em feiras e eventos. Também vendemos em nosso endereço em

Caraguatatuba/SP. Dentre os principais produtos comercializados, temos Cachaça

9 Arca do Gosto: Catalogo mundial que identifica, localiza, e divulga sabores esquecidos ou ameaçados de

extinção, que ofertam proposta em potencial produtivo e comercial à alimentação.

15

com Cambuci, Licor, Cerveja Artesanal com Cambuci, Geleia, Xarope de Cambuci,

antepastos, molhos e muito mais [...] (SÍTIO DO CAMBUCI, 2016).

3 - Alimentos Orgânicos: Conscientização e Obrigatoriedade para Certificação.

Tem muito se falado nas últimas décadas sobre alimentos orgânicos e

seus benefícios à saúde do homem. A crescente divulgação sobre a utilização de

produtos orgânicos na mesa do brasileiro e a recriminação ao uso aleatório de

agrotóxicos, traz a tona uma importante discussão sobre as práticas de manejos dos

orgânicos, evocando o aumento em sua produção, e também quais são os

benefícios agregados ao ecossistema.

[...] A denominação orgânico faz alusão a alimentos que não levam em sua

produção nenhum produto químico sintético nem são tratados à base de fertilizantes,

pesticidas ou modificação genética [...] (VEJA – SÃO PAULO – Tendências –

Autores: Daniel Ottaiano e Júlia Leão - Atualizada em 19/07/2012).

No último senso realizado em 2015 pelo IBGE, demonstrou o aumento do

consumo de produtos impregnados com agrotóxico pela população brasileira,

apresentando uma possível dobra nos últimos dez anos (2000 a 2012). Na região

Sudeste foi onde se apresentou o maior aumento de comercialização de produtos

contaminados com agrotóxicos por unidade de área, seguida pela região Centro-

Oeste. Entre os estados que mais utilizam esses produtos estão: São Paulo, Goiás,

Minas Gerais, Amazonas e Ceará, esses dois últimos com ocorrências menores.

O Ministério da Agricultura e Pecuária idealizou leis que estabelecem

normas quanto à produção, embalagem, distribuição e rotulagem para produtos

orgânicos de origem animal e vegetal, onde preconizam um conjunto de

procedimentos e padronização para produções ou serviços com características

voltadas para praticas orgânicas no território brasileiro, onde são estabelecidas

regras aos que buscam a certificação orgânica. Essas leis (quadro 1), possuem

legislações rígidas com punições severas a quem descumprir os requesitos

instituídos para produtos ou serviços, protegendo ao consumido na hora da compra

e ao meio ambiente.

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Quadro 1 – Fonte: Ministério da agricultura, Pecuária e Abastecimento (M.A.P.A.) – Lei nº 10.831/03 de

23/12/2003 – Decreto nº 6.323/07 – Instruções Normativas.

Nº 19/09 – Mecanismo de Controle e Formas de Organização;

Nº 18/09 – Alterada pela IN 24/11 – Processamento;

Nº 17/09 – Extrativismo Sustentável Orgânico;

Nº 50/09 – Selo do SisOrg;

Nº 46/11 – Produção Vegetal e Animal;

Nº 37/11 – Cogumelos Comestíveis;

Nº 38/11 – Sementes e Mudas Orgânicas;

Nº 28/11 – Produção de Organismos Aquáticos.

[...] Para ser considerado orgânico, o produto tem que ser produzido em um

ambiente de produção orgânica, onde se utiliza como base do processo produtivo os

princípios agroecológicos que contemplam o uso responsável do solo, da água, do

ar e dos demais recursos naturais, respeitando as relações sociais e culturais [...]

(M.A.P.A., 2016).

Segundo Darolt (2015) no seu trabalho – Guia do consumidor orgânico – A

alimentação de uma população precisa ter uma relação diretamente com o

conhecimento de toda a cadeia alimentar e consumo responsável que valorize sua

história, cultura e tradições. Quando nos referimos ao um alimento orgânico,

estamos fomentando sua capacidade de privilegiar todo o ecossistema, pensando

desde a saúde do homem, animais e das plantas até a preservação e tratamento do

solo e das águas.

Segundo o M.A.P.A. a partir de 2011, todos os produtos orgânicos

precisam da identificação do selo SisOrg (Fig. 1 – Anexo 1) (para supermercados e

estabelecimentos de hortifruti), ou por uma Declaração de Cadastro para pequenos

produtores que vendem seus produtos em feiras livres (produtor familiar) e, precisam

apresentar este documento sempre que solicitado por fiscais ou consumidores. Os

hotéis e restaurantes que trabalham com produtos orgânicos, necessitam manter

uma lista atualizada dos produtos e respectivos fornecedores à disposição de fiscais

e consumidores.

Uma das preocupações do Ministério da Agricultura brasileiro e de outros

países que atestam as leis para produção de orgânicos é se precaver da fachada

greenwashing10 (maquiagem verde) que seria o exemplo de propaganda enganosa,

10

Greenwahing: Consiste na estratégia de promover discursos, anúncios, ações, documentos, propagandas e

campanhas publicitárias sobre ser ambientalmente/ecologicamente correto, mas, na verdade, medidas reais

17

onde se é passada uma imagem do produto fornecido por uma empresa certificada

para orgânicos, porém, a realidade é outra. (eCYCLE, 2013)

3.1 - CERTIFICAÇÃO ORGÂNICA.

Não há um termo especifico para frutos oriundos das florestas nativas

brasileiras dentro das leis que preconizam a produção de orgânicos. Segundo o

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (M.A.P.A.), a certificação

orgânica concedida ao empreendedor para seu produto ou serviço, são conjuntos de

procedimentos e normas avaliados por organismos públicos, ou privados

credenciados e acreditados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e

Qualidade (INMETRO). Esses conjuntos de procedimentos estabelecem medidas

que mapeiam desde a origem do produto ou serviço, até atingir o consumo final,

adequando cada empreendimento dentro das conformidades e diretrizes das leis

para produtos orgânicos.

[...] Cabe ao Ministério da Agricultura credenciar, acompanhar e fiscalizar os

organismos de certificação que, mediante prévia habilitação do MAPA, farão a

certificação da produção orgânica e deverão atualizar as informações dos

produtores para alimentar o cadastro nacional de produtores orgânicos. Estes

órgãos, antes de receberem a habilitação do Ministério, passarão por processo de

acreditação do Inmetro [...] (ORGANICSNET, 2016).

A certificação orgânica para um produto, ou, serviço, é necessária para

garantir a qualidade, a padronização ética, descrição distinta e segura dos

processos de produções, manutenção do movimento orgânico, credibilidade do

produto e do produtor, cuidados com o processo tecnológico empregado, além de

toda rastreabilidade até o consumidor. Nas auditorias realizadas nas empresas que

buscam o selo de produto orgânicos SisOrg, são aplicados mecanismos que

preconizam as leis vigentes. Segundo a Organicsnet (2015), no Brasil as empresas

que buscam o selo SisOrg precisam estar no Cadastro Nacional de Produtores

Orgânicos (CNPO), e serem avaliadas por um dos três mecanismos citados a seguir:

que colaborem com a minimização ou solução dos problemas ambientais não são realmente

adotadas e, muitas vezes, as ações tomadas geram impactos negativos ao meio ambiente. (eCycle).

18

1) Certificação por Auditoria: A certificadora pode ser de natureza publica, ou,

privada credenciada no M.A.P.A., onde fará auditoria na requerente da concessão

do selo SisOrg, com base em critérios internacionais (IFOAM11) e requesitos

técnicos da legislação brasileira;

2) Organizar um Sistema Participativo de Garantia (SPG): Precisa ser constituído

por produtores, consumidores e técnicos do M.A.P.A., onde será obrigatoriamente

estabelecido um Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade (Opac), que

providenciará a concessão do selo SisOrg;

3) Agricultura Familiar: O pequeno produtor pode oferecer seus produtos com

características de produto orgânico, desde que esteja credenciado em uma

organização social cadastrada em órgão fiscalizador oficial do M.A.P.A.. A legislação

brasileira que rege as leis para produtos orgânicos abriu esta concessão que é

denominada de Controle Social na Venda Direta.

O Ministério da Agricultura dita quais são as característica minimas para o

enquadramento para se tornar um produtor orgânico. Segundo a Agron (2015),

esses produtores são divididos em dois grupos distintos, onde um agrega os

pequenos produtores com suas agriculturas familiares ligados a associações (são

responsáveis por cerca de 70% da produção e comercialização orgânica brasileira),

e grupos constituídos de 90% de agricultores ligados a 10% de empresas privadas.

No Brasil o termo frutos orgânicos oriundos de florestas autóctones ainda

é raramente utilizado, pois o termo também é usado para práticas de manuseios

empíricos e costumes de uma população nativa, sendo citadas por Doria (2014) Na

Formação da Culinária Brasileira, referências a produtos e práticas autóctones dos

indígenas. São encontrados vários trabalhos científicos publicados com viés

botânico referenciando às florestas nativas brasileiras, relacionando seus frutos

nativos que possuem características peculiares para odor, sabor e método de

preparação ou não, e cada um desses frutos sofrem as influencias do clima local,

solo local e adaptações que acometem o ecossistema. Segundo o Instituto Brasileiro

11

IFOAM - International Federation of Organic Agriculture Movements - Órgão internacional que credencia as

certificadoras – É a federação internacional que congrega os diversos movimentos relacionados com a

agricultura orgânica.

19

de Florestas (I.B.F.), (2015), o território nacional brasileiro apresenta uma das bases

mais rica da flora do mundo com aproximadas 56 mil espécies de plantas.

[...] Estimativas atuais indicam a existência de 5-10 espécies de gimnospermas,

55.000-60.000 espécies de angiospermas, 3.100 espécies de briófitas e 1.200-1.300

espécies de pteridófitos [...] (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – INSTITUTO DE

BOTÂNICA, SP, 1998).

Conforme relata o I.B.F. (2015), todo o processo de conservação e

restauração desses biomas, depende da conscientização da população quanto a

preservação e a coreta utilização da floresta, além de conhecimento afinado sobre

as espécies local, sua importância para o meio ambiente e para o homem.

De acordo com a IBD Certificações (2015), entende-se por agricultura

orgânica, uma ampla e variada visão de práticas agrícolas, que são reorganizadas

conforme a realidade do bioma, seguindo uma normatização corretamente biológica

e ecológica.

O Ministério do Meio Ambiente (2016) descreve que o território brasileiro

possui seis biomas, e cada um deles possuem características especificas, onde são

abrigados diferentes tipos de vegetações, animais vertebrados e invertebrados, além

dos heterotróficos (fungos), como por exemplo: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata

atlântica, Pampa e Pantanal. Entre essas espécies, o componente mais importante

do bioma são os vegetais (fauna), pois é ela que define a continuidade do habitat

para todas as outras espécies.

De acordo com a Organicsnet (2015), a denominação orgânica concedida

a um produto alimentício está atrelada as suas qualidades físicas, principalmente ao

que se refere à ausência de agrotóxicos químicos. O selo de produto orgânico

(SisOrg) apresentado no rótulo da embalagem promove a confiança ao consumir,

pois garante o monitoramento da distancia relativa entre o produtor e o consumidor,

averiguando de fato, se, o produto orgânico tenha sido produzido dentro dos

padrões da agricultura orgânica.

O Brasil já tem uma série de produtos certificados com o selo SisOrg ou

outro selo orgânico, e a tendência neste segmento é crescente tanto para consumo

interno como para exportações.

[...] neste mercado já são encontrados desde sucos, geleias, laticínios, óleos, doces,

palmito, pães, biscoitos, molhos, especiarias, vinho, cachaça, mel, produtos a base

20

de soja orgânica, pratos prontos congelados, frutas desidratadas, óleos essenciais,

açúcar branco e mascavo, café, guaraná em pó, barra de cereais, hortaliças

processadas, extratos vegetais secos, camarão, frango e carnes bovinas, caprinas e

suínas, e para exportações temos: café (Minas Gerais); cacau (Bahia); soja, açúcar,

erva-mate, café (Paraná); suco de laranja, açúcar mascavo e frutas secas (São

Paulo); castanha de caju, óleo dendê e frutas tropicais (Nordeste); óleo de palma e

palmito (Pará); guaraná (Amazônia); Rio Grande do Sul (arroz, soja e frutas cítricas);

Santa Catarina (arroz); Mato Grosso (pecuária), todos seguindo os procedimentos e

pradonizações que preconiza as leis [...] (AGRON, 2015).

Portanto as leis brasileiras para alimentos com características orgânicas

são efetivas e seguem padronizações internacionais para promoção de uma

alimentação saudável e preservação do meio ambiente. Segundo o Ministério da

Agricultura, mesmo para produtos orgânicos importados, há necessidade de

certificação interna, pois existem alguns produtos que recebem normatizações

diferentes das brasileiras em seu país de origem.

21

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No Brasil não existe uma certificação especifica para frutos das florestas

autóctones, ou mesmo um termo com orientações dentro das leis que preconizam a

normatização para orgânicos. Talvez seja pelo entendimento do Ministério da

Agricultura que, esses frutos por estarem na natureza não são acometidos por

agrotóxicos ou inseticidas químicos.

Outra observação após a construção deste trabalho foi o descaso com as

florestas nativas até os dias atuais. Pelo que se foi redigido e comentado, o Brasil se

preocupou muito mais em extrair as riquezas naturais e pouco com a

sustentabilidade do ecossistema. As florestas nativas foram invadias pelo progresso

desorganizado e o ecossistema atingido brutalmente pela ação do homem. Várias

Associações, ONGs e uma parcela da população, têm levantado questões sobre a

preservação das matas brasileiras, porém torna-se nítido o descaso por parte de

governantes, diga-se de passagem, por uma grande parcela desses

administradores.

Dar-se a entender que, obras feitas para preservação de nossas matas

nativas não angariam votos para eleições e consequentemente não se cumpre as

leis já existentes no Brasil de proteção ambiental, ocasionando uma displicência com

as boas praticas da epidemiologia e com o sistema autóctone do país.

22

REFERÊNCIAS

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sustentabilidade e gastronomia – 1ª Ed. – Editora: Ourivesaria da Palavra – São

Paulo, 2011.

BRASIL, Instrução Normativa nº1 de 07/01/2000 do Ministério da Agricultura e

Abastecimento – Aprova regulamento técnico geral para a fixação dos padrões de

identidade e qualidade para polpa de frutas – Diário Oficial da União, Brasília, DF.,

Seção 1, pag. 54 até a 58.

Carvalho, Frederico Costa Avaliação de floresta nativa do bioma Mata Atlântica :

uma aplicação da metodologia de custo de reposição / Frederico Costa Carvalho. –

2013. 100 f.

CARVALHO, João; PINTO, Goreti; SILVA, Carlos – Colheita e processamento de

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2014.

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Sul – Ministério do Meio Ambiente – Brasília, 2006.

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consumir alimentos saudáveis – Rio de Janeiro: Sociedade Nacional de Agricultura;

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em Orgânicos, 2015.

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Dados de 2005 a 2010 – Brasília: SFB, 2010.

23

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Comum – Apoio cientifico UTAD – Portugal, 2010.

OLHAR AMPLO SOBRE A BIODIVERSIDADE – Projeto idealizado pela FAPESP, 2006.

SOUZA, Luana Santos de – Enriquecimento com Campomanesia phaea (Berg.)

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secundário. – Botucatu : [s.n.], 2011

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em 07/03/2016.

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http://centrosp.prefeitura.sp.gov.br – Acesso em: 04/02/2016.

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www.cepen.com.br/arv_nat_Myrtaceae – Acesso em 18/10/2015.

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Disponível em: http://economia.terra.com.br/certificacao-de-produtos-organicos-

requer-planejamento,c5085ff3d6f2d310vgncld200000bbcceb0arcrd.html – Acesso

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24

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de-especies-nativas.html - Acesso em 04/02/2016.

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17/03/2010 – pag, 3 – Artigo disponível em http://wwwfauser.com – Cambuci, ideal

para o cultivo ecológico – Acesso em 08/03/2016.

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http://www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/organicos/regularizacao-

producao-organica - Acesso em: 03/02/2016.

SOS MATA ATLÂNTICA – Disponível em: https://www.sosma.org.br/nossa-causa/a-

mata-atlantica - Acesso em 09/03/2016.

Secretaria do Meio Ambiente – Disponível em:

http://portaldabiodiversidade.sp.gov.br/a-biodiversidade-no-estado-de-sao-paulo -

Acesso em 07/03/2016.

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ANEXOS Figura 1 – Selo SisOrg.

Fonte: Organicsnet

Figura 2 – Cambuci

Fonte: autora: Lara Vascouro – http://www.nodeoito.com - 2016

Figura 3 – Cabeludinha

Fonte: autora: Lara Vascouro – http://www.nodeoito.com - 2016

Figura 3 – Cereja do Rio Grande

Fonte: autora: Lara Vascouro – http://www.nodeoito.com - 2016

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Figura 4 – Ameixa da Mata

Fonte: autora: Lara Vascouro – http://www.nodeoito.com - 2016

Figura 5 – Pitangatuba

Fonte: autora: Lara Vascouro – http://www.nodeoito.com - 2016

Figura 6 – Araçá

Fonte: autora: Lara Vascouro – http://www.nodeoito.com - 2016

Figura 7 – Cambucá

Fonte: autora: Lara Vascouro – http://www.nodeoito.com - 2016

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Figura 9 – Uvaia ou Orvalho Silvestre

Fonte: autora: Lara Vascouro – http://www.nodeoito.com - 2016

Figura 10 - Guabiroba

Fonte: autora: Lara Vascouro – http://www.nodeoito.com - 2016 Figura 11 - Grumixana

Fonte: autora: Lara Vascouro – http://www.nodeoito.com - 2016 Figura 11- Cambuí

Fonte: autora: Lara Vascouro – http://www.nodeoito.com - 2016