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Realismo naturalismo

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2. O Realismo
O movimento realista surgiu primeiro nas artes plsticas, como relao produo excessivamente idealista e imaginativa do Romantismo. Da sua primeira e mais marcante caracterstica: registrar uma poca pelo que se v, no pelo que se imagina ou se deseja que seja real, valorizando a representao fiel da realidade.
O mundo de cavaleiros destemidos, de virgens ingnuas e frgeis, e o ideal de uma vida primitiva, distante da civilizao, tudo isso terminara
A arte e a literatura refletem essas mudanas. Em lugar do egocentrismo romntico, verifica-se um enorme interesse em descrever, analisar e at em criticar a realidade.
3. O Realismo, o Naturalismo e o parnasianismo
Na Europa, esses movimentos tiveram incio, respectivamente, com a publicao do romance realista Madame Bovary (1857), de Gustave Flaubert, do romance naturalista ThrseRaquin, de mile Zola (1867), e das antologias parnasianas intituladas ParnasceContemporain(a partir de 1866).
O Realismo na literatura representa um perodo de renovao esttica afinado com as tendncias filosficas, polticas e cientficas que impregnaram o pensamento europeu na segunda metade do sculo XIX.
4. O Realismo no Brasil
Foi um perodo de muita riqueza para os grandes comerciantes e fazendeiros. Alm do caf, tambm o cacau e a borracha alcanavam alto valor no mercado externo. Nessa poca o centro comercial deslocou-se do Nordeste, onde a produo aucareira entrava em crise, par o Sudeste, com suas plantaes de caf.
A Base porm ainda era a mo-de-obra escrava. Isso colocava muitos intelectuais em uma situao incmoda: Como aceitar um enriquecimento e um progresso que se fundamentavam na explorao desumana de parte da populao? Assim, ao lado das ideias republicanas, o abolicionismo foi uma das grandes motivaes para que escritores da poca negassem o esprito romntico e buscassem novas formas de exercer a literatura.
5. Caractersticas do Realismo e do Naturalismo
Determinismo Para Hippolyte Taine, criador da teoria determinista, o comportamento humano depende das caractersticas fisiolgicas do indivduo, do meio e do momento histrico. Influenciados por essa teoria, os romances realistas tm enredos presos ideia de que as leis naturais so as nicas responsveis pelo destino do indivduo. As personagens agem guiadas pelos instintos e so resignadas, j que seu destino no depende de sua vontade ou interferncia.
6. Positivismo De acordo com essa doutrina, criada por Auguste Comte, apenas os conhecimentos baseados em fatos e dados da experincia seriam vlidos. Para entender o mundo, bastaria observ-lo, experiment-lo e compar-lo, como em um procedimento cientfico. Na literatura, o positivismo influenciou a criao das personagens, fazendo o escritor realista se sentir no dever de revelar o que leva suas personagens a agirem como agem (comparando as atitudes de umas com as outras), qual a verdade por trs de seu comportamento em sociedade.
7. A arte como bandeira -A arte realista era engajada, visava soluo dos problemas sociais.
Realidade -Apresentar a realidade a misso do escritor realista. E ele procura cumprir esse papel de forma objetiva, sem julgamentos. As personagens devem ser construdas com base nos tipos reais, e os fatos narrados devem traduzir fatos concretos da vida, sem idealizaes.
Descrio O escritor realista descreve as personagens e os ambientes com todos os pormenores, deixando clara a inteno de denunciar a sociedade real. Ao mesmo tempo, busca manter-se neutro, isto , no revelar sua opino.
8. Socialismo O socialismo surgiu no sculo XIX como reao s profundas desigualdades entre os grupos sociais. Est presente na literatura realista no desejo de reformar a sociedade e democratizar o poder poltico.
Evolucionismo Em sua obra A origem das espcies, de 1859, Charles Darwin apresenta a teoria da seleo natural, segundo a qual sobrevivem espcies que melhor se adaptam ao meio ambiente. Darwin apresenta o ser humano como uma espcie entre outras tantas, uma ideia que causou escndalo, pois contradizia a noo da criao divina (criacionismo). No caso da literatura, o darwinismo se manifesta nas personagens que, agindo movidas pelos instintos, e no pela razo, se igualam a outras espcies.
9. NATURALISMO
O Naturalismo apresenta as mesmas caractersticas do Realismo, porm acentuadas. A viso naturalista essencialmente cientificista e determinista: O ser humano age por instinto, no tem o poder de interferir em seu destino por meio da razo e da vontade. O autor naturalista pretende, com suas obras, mostrar ao leitor que o meio determina o comportamento das pessoas.
Ao escritor naturalista, mais do que registrar o contexto em que se desenvolvia a sociedade nesse momento, interessava analisar o indivduo de temperamento doentio.
10. O Naturalismo no Brasil
O Naturalismo uma corrente literria afim e contempornea do Realismo. Da mesma forma que este, o Naturalismo se volta para a anlise da realidade, porm sob uma tica rigorosamente cientfica.
Nas ltimas dcadas do sculo XIX, como consequncia do esprito racionalista que se disseminava pelo mundo ocidental e dos investimentos da burguesia no campo da cincia e da tecnologia, etc. Sistematizavam-se estudos da Biologia, da Psicologia e da Sociologia, que punham em xeque a cultura impregnada de idealismo e religiosidade crist ainda dominante.
11. Principais escritores Realistas e Naturalistas
Portugal
Antero de Quental(1842-1891) estudou Direito em Coimbra, onde entrou em contato com o socialismo, o darwinismo, o positivismo, etc. Empenhou-se na luta contra o catolicismo, o conservadorismo da monarquia e o moralismo burgus. Seu engajamento foi alm da literatura, tendo colaborado na organizao de associaes operrias e na divulgao de ideias revolucionrias.
Ea de Queirs (1845-1900)Frequentou o internato durante a adolescncia. Distante do mundo social at terminar o curso superior, no participou da Questo Coimbra nem dos conflitos polticos da poca, mas mesmo assim mostrou grande habilidade para retratar os dramas humanos.
12. Principais escritores Realistas e Naturalistas
No Brasil
Machado de Assis (1839-1908) sofria de gagueira e epilepsia, problemas que contriburam para sua timidez e reserva. Obrigado a trabalhar ainda criana, estudou em escola pblica; o mais que aprendeu foi como autodidata.
Alusio de Azevedo (1857-1913) foi cartunista, jornalista e diplomata. Ao retratar a sociedade, mostrou-se mais crtico e contundente romancista da poca, compondo tipos marginalizados e excludos.
Raul Pompeia Em seu nico romance, O Ateneu, Raul Pompeia (1863-1895), de acordo com as preocupaes naturalistas, apresenta de forma mrbida o universo do adolescente Srgio e o meio que o circunda em um internato: O amor do menino pela mulher do diretor do colgio e as brincadeiras sexuais entre os alunos do Ateneu.
13. Na Literatura: Machado de Assis
Memrias Pstumas de Brs Cubas, de Machado de Assis; Brs Cubas conta a histria depois de morto, reconstri a passagem do perodo romntico para o realista de nossa literatura. Tambm temos: Dom Casmurro que relata a histria de amor de Capitu, que ele conhece desde a infncia. Trata-se de um relato intrigante, em que se tenta desvendar o verdadeiro carter da misteriosa Capitu, envolvida pelo Narrador-personagem num romance de traio.
14. Ea de Queirs - O primo Baslio
O romance faz uma crtica a famlia pequeno-burguesa de Lisboa. Lusa, educada sob influncia de frouxos princpios morais e religiosos, romntica e imaginativa por natureza e que sempre tivera uma vida ociosa, casa-se com Jorge, homem bom, inteligente e simptico. Na primeira ausncia do marido, Lusa o tra, seduzida por Baslio, seu primo e antigo namorado, recm chegado a Lisboa.
15. Traio amorosa um tema sempre atual
O adultrio, ou a traio amorosa, sempre foi uma das questes mais delicadas do relacionamento humano. Por isso mesmo, j recebeu diferentes abordagens na literatura, no cinema e no teatro. No cinema, importantes filmes tem refletido sobre o tema, como o caso, entre outros, de A insustentvel leveza do ser(1992), de O Piano(1993), O Paciente Ingls (1996).
16. Tendncias antirromnticas na literatura, que se entrelaam e se influenciam mutuamente: O Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo.
[...] o Realismo era a apoteose do sentimento; o Realismo a anatomia do carter. a crtica do homem. a arte que nos pinta a nossos prprios olhos para nos conhecermos, para que saibamos, se somos verdadeiros ou falsos, para condenarmos o que houve de mau na sociedade.
(Era de Queirs)
17. Bibliografia
Organizador Ricardo Gonalves Barreto, Ser protagonista Portugus Volume 1- Ensino mdio 1 ed. So Paulo: Edies SM, 2010. (Coleo ser protagonista)
Portugus: Linguagens: volume nico/ William Roberto Cereja, Tereza Cochar Magalhes So Paulo: Atual, 2003.
Portugus: ensino mdio, volume 1 / Jos De Nicola. So Paulo: Scipione, 2005.
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