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Redação – Prof. João Mendonça Blog - http://profjcmendonca.blogspot.com O REALISMO NO BRASIL O REALISMO NO BRASIL CRONOLOGIA DO REALISMO/NATURALISMO Período: Séc. XIX Início: 1881 publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (Realismo), e de O Mulato, de Aluísio Azevedo (Naturalismo). Término: 1893 publicação de Missal e Broqueis, de Cruz e Sousa, obras que iniciam o Simbolismo.

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O REALISMO NO BRASILO REALISMO NO BRASIL

CRONOLOGIA DO REALISMO/NATURALISMOPeríodo: Séc. XIX

Início: 1881 – publicação de Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis (Realismo), e de O Mulato, de Aluísio Azevedo (Naturalismo).

Término: 1893 – publicação de Missal e Broqueis, de Cruz e Sousa, obras que iniciam o Simbolismo.

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DIFERÊÇAS ENTRE O REALISMO E O NATURALISMODIFERÊÇAS ENTRE O REALISMO E O NATURALISMO

REALISMOQuanto à forma Quanto ao conteúdo

__ Objetivismo;__ Descrições e adjetivação;__ Linguagem culta e direta;__ Narrativa lenta, acompanhando o tempo psicológico;__ Universalismo;__ Deixa as conclusões para o leitor.

__ personagens trabalhadas psicologicamente;__ herói problemático, cheio de fraquezas, manias e incertezas;__ casamento como instituição falida; contrato de interesses e conveniências;__ amor e outros sentimentos subordinados aos interesses sociais;__ mulher não idealizada, mostrada com defeitos e qualidades;__ evidencia os defeitos e vícios da burguesia urbana.

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NATURALISMO

Quanto à forma Quanto ao conteúdo

__ linguagem simples;__ clareza, equilíbrio e harmonia na composição;__ preocupação com minúcias;__ presença de palavras regionais;__ descrição e narrativas lentas;__ impessoalidade;__ expõe conclusões extraídas dos fatos apresentados.

__ Determinismo;__ objetivismo científico;__ observação e análise da realidade;__ ser humano descrito sob a ótica do animalesco e do sensual;__ despreocupação com a moral;__ literatura engajada;__ procura descrever as classes inferiores (proletários, marginais, etc.

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MACHADO DE ASSIS – O BRUXOMACHADO DE ASSIS – O BRUXO

Principais características literárias de Machado de Assis

Antecipação da modernidade literária; Enredo não-linear; Microcapítulos digressivos; Metalinguagem; Estilo antirretórico; Análise psicológica/psicanalítica das personagens; Humor sutil e permanente; Ironia fina e corrosiva; Visão metafísica relativista d todos os valores

humanos (pessimismo).

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Principais obras de Machado de Assis Poesias (em que desenvolveu o estilo parnasiano): Crisálidas

(1864); Falenas (869); Americanas (1875); Poesias completas (1901).

Romance I – fase romântica: Ressurreição (1872); A mão e a luva (1874);

Helena (1876); Iaiá Garcia (1878);II – fase realista: Memórias póstumas de Brás Cubas (1881);

Quincas Borba (1891); Dom Casmurro (1899); Esaú e Jacó (1904); Memorial de Aires (1908).

Conto: Contos fluminenses (1869); Histórias da meia-noite (1873); Papéis avulsos (1882); Histórias sem data (1884); Várias histórias (1896); Páginas recolhidas (1899); Relíquias da casa velha (1906).

Teatro: Desencantos (1863); Quase ministro (1866); Os deuses de casaca (1870); Tu, só tu, puro amor (1896).

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Memórias póstumas de Brás Cubas

Dedicando a obra “ao verme que primeiro roeu as frias carnes” de seu cadáver, Brás Cubas apresenta-se como um “defunto autor”. Nos primeiro capítulos do livro, ele conta sua morte, aos 64 anos; depois, volta ao passado, narrando sua infância, juventude e vida adulta.De família rica, Brás Cubas havia sido um menino mimado e jovem esbanjador, conforme revela seu namoro como Marcela, prostituta de luxo com a qual dissipa grande parte de sua fortuna. Não consegue concretizar os planos matrimoniais e políticos que o pai havia traçado para ele. Perde o cargo político que almejava e também a noiva, Virgília, que mais tarde se tornará sua amante. Assim, a vida de Brás Cubas transforma-se numa sucessão de fiascos, nem sempre narrados de modo imparcial, porém freqüentemente com o desencanto e cinismo que caracterizam a personagem.No final, sua companhia mais constante é Quincas Borba, antigo colega de classe, com quem entretém longas conversas sobre a teoria filosófica criada por este e chamada de Humaninistismo – idéia fixa que terminaria por levar Quincas à loucura e à morte.

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Obs.: Escritas após sua morte por um narrador-personagem, Brás Cubas, estas

Memórias póstumas constituem um grandioso romance, de leitura difícil, mas profundamente enriquecedora. O fato de Brás Cubas colocar-se como um “defunto autor”, isto é, como alguém que conta a sua vida além-túmulo, dá-nos a impressão d que este relato seria caracterizado pela isenção, pela imparcialidade de quem já não tem necessidade de mentir, pois deixou o mundo e todas as suas ilusões. Entretanto, esta é uma das famosas armadilhas machadianas contra a credulidade do leitor ingênuo e romântico de sua época.

A figura de Brás Cubas constitui uma inversão da travessia dos heróis burgueses, tematizados pela literatura realista. Além da negação do herói e da estrutura tradicionais da literatura realista, a obra questiona os modelos literários ideológicos importados pelo Brasil, fazendo a paródia das doutrinas positivistas e deterministas, por exemplo, através da filosofia do Humanitismo e de seu criador, o filósofo maluco Quincas Borba, que reaparece em Quincas Borba.

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Dom Casmurro

Dom Casmurro é o apelido que recebe o narrador, Bento Santiago, ao tornar-se um velho ensimesmado, solitário e melancólico.Ele narra seu passado, desde a adolescência. De família rica, Bentinho – como era chamado na juventude – perdeu o pai cedo e foi criado por D. Glória, sua mãe, numa casa confortável, que dividiam com alguns parentes, como seu tio Cosmo e a prima Justina, e ainda um agregado, José Dias.Para atender a uma promessa de D. Glória, eu perdera o filho primeiro, Bentinho deveria tornar-se padre, se sobrevivesse. Na adolescência, entretanto, apaixona-se pro Capitu, vizinha com quem convivia desde a infância . alertada por José Dias sobre o namoro do filho, D. Glória decide enviar logo Bentinho ao seminário. Aí, ele torna-se amigo de Escobar, que sugere a solução, afinal aceita, para desonerá-lo da promessa da mãe: D. Glória adotaria um menino pobre, que se tornaria padre em seu lugar.

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Bentinho forma-se em Direito e casa-se com Capitu. Escobar desposa Sancha, amiga de Capitu, com quem tem uma filha. Depois de alguns anos, nasce Ezequiel, para alegria de Bentinho e Capitu.Em episódio trágico interrompe a rotina em que viviam. Nadando numa manhã de ressaca, isto é, com o mar muito agitado, Escobar morre afogado. No velório, Bentinho fica com ciúme do modo como Capitu olha para o morto. E desde então começa a observar no filho as mesmas características do falecido amigo. O fantasma do adultério povoa a imaginação de Bentinho, a ponto de decidir se separar. Capitu muda-se para a Suíça com o filho. Anos depois, com a morte dela, Ezequiel volta para o Rio, onde fica por seis meses. Durante uma viagem de pesquisa arqueológica no Egito, contrai febre tifóide e morre. No final da vida, Bentinho – agora Com Casmurro – mora sozinho em uma casa que mandou construir, semelhante àquela onde havia passado a infância e a adolescência.

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Obs.: Dom Casmurro é a história, contada pelo marido, de um adultério a

seu ver cometido pela mulher... Narrado em 1ª pessoa, por um narrador-personagem que se autointitula Dom Casmurro e que conta a vida de Bentinho, o jovem que foi, este romance significou, por mais de 60 anos, mais um exemplo de adultério feminino explorado pela literatura realista.

Entretanto, em 1960, uma professora americana, Helen Cadwel, propôs a sua releitura, apontando Bentinho, e não a esposa, Capitu, como o problema central a se desvendado. Desde então o romance vem sendo lido e relido, com novas chaves que cada vez mais comprovam tratar-se de um enigma elaborado pelo mestre Machado de Assis. Entre tais chaves destaca-se a não confiabilidade do narrador, aqui umbilicalmente envolvido com o que conta por sua personalidade ciumenta, invejosa, cruel e perversa a ponto de destruir aqueles que ama por suspeitas que o leitor atento percebe serem no mínimo discutíveis.

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Quincas BorbaApesar do título, Quincas Borba é uma personagem secundária que morre logo no início do livro. Trata-se do mesmo Quincas Borba que protagonizou algumas cenas ao lado de seu amigo Brás Cubas, em Memórias póstumas. Ao morrer, Quincas deixa toda a sua fortuna a Rubião, seu enfermeiro, com a condição de cuidar de seu cachorro, também chamado Quincas Borba, como se cuidasse de um ser humano.De posse da herança, Rubião parte da cidade mineira de Barbacena para o Rio de Janeiro. No trem conhece um casa, Cristiano e Sofia Palha, que logo percebem estar diante de um novo-rico, ingênuo e simplório, de quem poderão obter vantagens financeiras. Tornam-se amigos. Com a cumplicidade do ambicioso marido, Sofia Palha provoca a paixão de Rubião, fazendo-o acreditar que é correspondido.

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Em pouco tempo, Rubião se vê rodeado de “amigos” que praticamente ocupam sua casa. Obcecado por Sofia, deixa seus negócios aos cuidados de Palha, que enriquece rapidamente.Sem estrutura psicológica, Rubião torna-se esbanjador, tenta sem sucesso ingressar na política e, frustrado pelo amor não concretizado, aos poucos perde a lucidez. Em seus delírios, imagina-se Napoleão e Sofia, sua imperatriz. Abandonado por todos, Rubião é internado em um hospício, tendo por companhia somente o cachorro Quincas Borba, com quem foge para Barbacena. Aí chegando, perambula pelas ruas até ser socorrido por uma antiga conhecida. Exclama a toda hora a célebre afirmação de Quincas Borba: “Ao vencedor as batatas!” Morre poucos dias depois, o mesmo acontecendo ao cão.

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Obs.: Narrada em 3ª pessoa, em Quincas Borba reaparece o filósofo-

maluco amigo de Brás Cubas, a quem este ajudara quando estava na miséria. É mais uma narração irônica do “antimodelo” de Machado de Assis.

O tema central de Quincas Borba é a transformação do homem em objeto do homem, a coisificação. O capitalista Cristiano Palha usa a esposa Sofia para usurpar, que, no entanto, enlouquece de amor. A ruína de Rubião (econômica, moral e física) prova a idéia de que ser fraco é ser culpado. Esse princípio fora aplicado por Charles Darwin ao descrever a seleção natural das espécies. Em Quincas Borba, Machado de Assis faz uma paródia desse processo, mostrando que na sociedade a luta é tão voraz quanto na natureza.

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RAUL POMPÉIA (1863 – 1895)RAUL POMPÉIA (1863 – 1895)O traço mais marcante das obras de Raul Pompéia é seu estilo artístico, voltado para a criação de imagens inesperadas. Em sua principal obra, O O AteneuAteneu, alguns críticos consideram que não há propriamente um enredo, mas, sim, uma sequência de imagens, transmitidas ao leitor. Contribuem para esse efeito as ilustrações de episódios do dia-a-dia feita pelo próprio autor. O Cortiço é considerado por parte da crítica como realista; por outra parte como naturalista.

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ALUISIO AZEVEDO (1857 – 1913)ALUISIO AZEVEDO (1857 – 1913)Aluisio Azevedo é a principal expressão da prosa naturalista no Brasil. Mesmo tendo introduzido o Naturalismo no Brasil (O Mulato, 1881), ele não produziu apenas obras naturalistas. Escreveu também verdadeiros folhetins românticos, bem ao gosto popular, porque estes é que lhe asseguravam a sobrevivência.

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O Cortiço

O Cortiço é habitado por pessoas exploradas em três níveis por João Romão, o proprietário: são seus inquilinos, trabalham em sua pedreira e fazem compras em sua taverna.À medida que vai enriquecendo, João Romão prepara-se para se casar com Zulmira, filha do Miranda, o burguês dono do sobrado no qual sua ambição se espelha, a fim de consolidar a própria ascensão social. No entanto, vive amasiado com Bertoleza, uma escrava supostamente alforriada.Jerônimo, um português sério e conservador, e sua mulher, Piedade, aparecem no cortiço, desencadeando um episódio marcante no livro. Jerônimo apaixona-se por Rita Baiana, a típica mulata sensual e bela, que namora Firmo, um capoeirista, morador do “Cabeça de Gato”, outro cortiço, próximo ao de João Romão.

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No enfrentamento entre os rivais, Jerônimo é ferido com uma navalha; depois, numa emboscada, assassina Firmo. Esse episódio desemboca num confronto entre os cortiços, do qual resulta um incêndio que só trará melhorias e prosperidade a João Romão.Para livrar-se da amante negra, ele a delata aos antigos senhores. Quando estes aparecem para capturá-la, Bertoleza suicida-se com uma faca de cozinha.

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Obs.: O grande personagem do livro é o próprio cortiço. O cenário, o ambiente, é descrito em toda a sua sujeira, podridão, promiscuidade. O ambiente degredado gera seres degredados, a imunidade do cenário transfere-se para as almas humanas. O Cortiço é quem determina o comportamento dos indivíduos que se moldam, agem e vivem de acordo com suas características. É o determinismo do meio.

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O MulatoSaindo criança de São Luís para Lisboa, Raimundo viajava órfão de pai, um ex-comerciante português, e afastado da mãe, Domingas, uma ex-escrava do pai. Depois de anos na Europa, Raimundo volta formado para o Brasil. Passa um ano no Rio e decide regressar a São Luís para rever seu tutor e tio, Manuel Pescada. Bem recebido pela família do tio, Raimundo desperta logo as atenções de sua prima Ana Rosa que, em dado momento, lhe declara seu amor. Essa paixão correspondida encontra, todavia, três obstáculos: o do pai, que queria a filha casada com um dos caixeiros da loja; o da avó Maria Bárbara, mulher racista e de maus bofes; o do Cônego Diogo, comensal da casa e adversário natural de Raimundo. Todos três conheciam as origens negróides de Raimundo. E o Cônego Diogo era o mais empenhado em impedir a ligação, uma vez que fora responsável pela morte do pai do jovem. Foi assim: depois que Raimundo nasceu, seu pai, José Pedro da Silva, casou-se com Quitéria Inocência de Freitas Santiago, mulher branca. Suspeitando da atenção particular que José Pedro dedicava ao pequeno Raimundo e à escrava Domingas, Quitéria ordena que açoitem a negra e lhe queimem as partes genitais. Desesperado, José Pedro carrega o filho e leva-o para a casa do irmão, em São Luís. De volta à fazenda, imaginando Quitéria ainda refugiada na casa da mãe, José Pedro ouve vozes em seu quarto. Invadindo-o, o fazendeiro surpreende Quitéria e o então Padre Diogo em pleno adultério.

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Desonrado, o pai de Raimundo mata Quitéria, tendo Diogo como testemunha. Graças à culpa do adultério e à culpa do homicídio, forma-se um pacto de cumplicidade entre ambos. Diante de mais essa desgraça, José Pedro abandona a fazenda, retira-se para a casa do irmão e adoece. Algum tempo depois, já restabelecido, José Pedro resolve voltar à fazenda, mas, no meio do caminho, é tocaiado e morto. Por outro lado, devagarzinho, o Padre Diogo começara a insinuar-se também na casa de Manuel Pescada. Raimundo ignorava tudo isso. Em São Luís, já adulto, sua preocupação básica é a de desvendar suas origens e, por isso, insiste com o tio em visitar a fazenda onde nascera. Durante o percurso a São Brás, Raimundo começa a descobrir os primeiros dados sobre suas origens e insiste com o tio para que lhe conceda a mão de Ana Rosa. Depois de várias recusas, Raimundo fica sabendo que o motivo da proibição devia-se à cor de sua pele. De volta a São Luís, Raimundo muda-se da casa do tio, decide voltar para o Rio, confessa em carta a Ana Rosa seu amor, mas acaba não viajando. Apesar das proibições, Ana Rosa e ele concertam um plano de fuga. No entanto, a carta principal fora interceptada por um cúmplice do Cônego Diogo, o caixeiro Dias, empregado de Manuel Pescada e forte pretendente, sempre repelido, à mão de Ana Rosa. Na hora da fuga, os namorados são surpreendidos. Arma-se o escândalo, do qual o cônego é o grande regente. Raimundo retira-se desolado e, ao abrir a porta de casa, um tiro acerta-o pelas costas. Com uma arma que lhe emprestara o Cônego Diogo, o caixeiro Dias assassina o rival. Ana Rosa aborta. Entretanto, seis anos depois, vemo-la saindo de uma recepção oficial, de braço com o Sr. Dias e preocupada com os "três filhinhos que ficaram em casa, a dormir".

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Obs.: O Mulato é um romance que provocou escândalo. Nele, publicado em 1881, em São Luís, Aluísio Azevedo tocou em duas questões muito polêmicas: o racismo e a corrupção dos padres. E isso bastou para que alguns setores da sociedade

maranhense se sentissem ofendidas.