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RENASCIMENTO: “Que obra de arte é o homem.” ( W. Shakespeare) Prof. Evaldo Lima

Renascimento

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Arquivo sobre o Renascimento, elaborado pelo Professor Evaldo Lima, do Curso de "Ensino Avançado de História", do Colégio Espaço Aberto - Fortaleza - Ceará - Brazil

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RENASCIMENTO:“Que obra de arte é o homem.”( W. Shakespeare) Prof. Evaldo Lima

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O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se

desenvolveu entre 1300 e 1650.

Além da inspiração na antiga cultura greco-romana, ocorreram nesse período muitos

progressos e incontáveis realizações no campo das artes, da literatura e das ciências.

O ideal do humanismo foi o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito do

Renascimento. Trata-se da proposta da ressurreição consciente (o re-nascimento) do

passado, considerado agora como fonte de inspiração e modelo de civilização. Num

sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem

(Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que

haviam impregnado a cultura da Idade Média. 

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O Renascimento abandonou Deus?Eram ateus os Homens do Renascimento?

Deus criador – Homem criaturaQual a relação entre o Renascimento e a

Burguesia?Por que a Itália foi o berço do

Renascimento?Quais os maiores expoentes do

Renascimento?As massas tiveram acesso à revolução

cultural renascentista?O Renascimento abandonou a Escolástica e

os fundamentos do Concílio de Nicéia?

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Engels informa que em momentos de grave crise histórica a humanidade produz gênios. O Renascimento pode ser compreendido a partir deste princípio, uma vez tratar-se de momento gravíssimo de crise terminal do Modo de Produção Feudal.   

A nova ética, a nova moral da burguesia, enfim, exigia o fim do cavalheirismo medieval. Exigia personagens capazes de simular serem o que não são, de dissimular serem o que são, capazes, enfim, de erigir o blefe, a fraude e a pecúnia como seus tópicos principais de comportamento e adoração. O Homem do Renascimento, segundo Agnes Heller, era aquele que se comportava de acordo com as frases de Shakespeare ou Leonardo da Vinci, como:

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“Posso sorrir, e matar enquanto sorrio,E proclamar-me feliz com o que me aflige o coração,Molhar as minhas faces com lágrimas fingidasE acomodar a minha cara a todas as ocasiões...Posso acrescentar cores ao camaleão,Mudar de forma mais depressa que ProteuE mandar para a escola o sanguinário Maquiavel!”Ricardo II,  Ato 3, Cena 5         “Vede aqueles que podem ser chamadosSimples condutores de comida,Produtores de estrume, enchedores de latrinas,Pois deles nada mais se vê no mundoNem qualquer virtude se observa no seu trabalho,Nada deles restando além de latrinas cheias” Anotações, Leonardo da Vinci

Os cambistas, Quentim Metsys, Museu do Louvre, séc. XVI

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O homem dos novos tempos burgueses além de ser capaz de simular, dissimular, mentir e atraiçoar deveria ser capaz também de obter fama e fortuna em vida, o que seria impensável durante o feudalismo.

A seguir o pensamento do genial Leonardo da Vinci, era preciso deixar a sua marca na história, fosse em que campo da existência fosse. Somente era criticado aquele que nada mais fazia do que trabalhar, comer, dormir e, no máximo, reproduzir-se, coisa que outros animais são capazes de fazer – o que enfatiza o humanismo renascentista.

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Renascimento significou uma nova arte, o advento do pensamento científico e uma nova literatura. Nelas estão presentes as seguintes características:

a- antropocentrismo : Para os renascentistas o homem era visto

como a mais bela e perfeita obra da natureza, com capacidade

criadora e poder de explicar os fenômenos à sua volta.

b- otimismo: os renascentistas acreditavam no progresso e na

capacidade do homem de resolver problemas. Por essa razão

apreciavam a beleza do mundo e tentavam captá-la em suas obras

de arte.

c- racionalismo: tentativa de descobrir pela observação e pela

experiência as leis que governam o mundo. A razão humana é a

base do conhecimento. Isto se contrapunha ao conhecimento

baseado na autoridade, na tradição e na inspiração de origem

divina que marcou a cultura medieval.

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d- humanismo: o humanista era o indivíduo que traduzia e estudava os

textos antigos, principalmente gregos e romanos. Foi dessa inspiração

clássica que nasceu a valorização do ser humano. Uma das características

desses humanistas era a não especialização. Seus conhecimentos eram

abrangentes.

e- hedonismo: valorização dos prazeres sensoriais. Esta visão se opunha à

ideia medieval de associar o pecado aos bens e prazeres materiais.

f- individualismo: a afirmação do artista como criador individual da obra

de arte se deu no Renascimento. O artista renascentista assinava suas obras,

tornando se famoso.

g- inspiração na antiguidade clássica: os artistas renascentistas

procuraram imitar a estética dos antigos gregos e romanos. O próprio termo

Renascimento foi cunhado pelos contemporâneos do movimento, que

pretendiam estar fazendo re nascer aquela cultura, desaparecida durante a

“Idade das Trevas” (Média).

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Itália: o Berço do Renascimento a- A vida urbana e as atividades comerciais, mesmo durante a Idade Média,

sempre foram mais intensas na Itália do que no resto da Europa. Como

vimos, o Renascimento está ligado à vida urbana e à burguesia. Basta lembrar

que Veneza e Gênova foram duas importantes cidades portuárias italianas,

ambas com uma poderosa classe de ricos mercadores.

b- A Itália foi o centro do Império Romano e por isso tinha mais presente a

memória da cultura clássica. Como vimos, o Renascimento inspirou-se na

cultura greco-romana.

c- O contato com árabes e bizantinos, por meio do comércio, deu condições

para que os italianos tivessem acesso às obras clássicas preservadas por esses

povos. Quando Constantinopla foi conquistada pelos turcos, em 1453, vários

sábios bizantinos fugiram para Itália levando manuscritos e obras de arte.

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• d- O grande acúmulo de riquezas obtidas no comércio com o Oriente, formou uma poderosa classe de ricos mercadores, banqueiros e poderosos senhores. Esse grupo representava um mercado para as obras de arte, estimulando a produção intelectual. Muitos pensadores, pintores, escultores e arquitetos se tomaram protegidos dessa poderosa classe. À essa prática de proteger artistas e pensadores deu-se o nome de mecenato. Entre os principais mecenas podermos destacar os papas Alexandre II, Júlio II e Leão X. Também ricos mercadores e políticos foram importantes mecenas, como, por exemplo, a família Médici.

• e - Além desses fatores, a ausência de Estado centralizado, o aparecimento das universidades, a invenção da imprensa também favoreceram ao Renascimento italiano.

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Fases do Renascimento ItalianoI – TRECENTO

- Gênese do Renascimento Século XIV – Renascimento Comercial e Urbano Aparecimento das Universidades – Escolástica e

Humanistas Principais expoentes: Boccaccio, Giotto e ...

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Dante Alighieri – A Divina Comédia

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• II - Quatrocento – Apogeu do Renascimento

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Renascimento: um fenômeno florentino?A importância da Família Médicis.Maiores expoentes: Leonardo da Vinci

e Michelangelo.

Veja agora algumas obras desses gênios da Renascença:

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Leonardo da Vinci: A polêmica em torno da Última Ceia.

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Michelangelo

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A Decadência do Renascimento Italiano

• A natureza elitista do movimento;• A Contra-Reforma Católica: Inquisição e Index Librorum Proibitorum.• As lutas políticas internas entre as diversas cidades-estados e a intervenção das potências políticas da época (França, Espanha e Sacro Império Germânico), consumiram as riquezas da Itália. • Ao mesmo tempo, o comércio das cidades italianas entrou em franca decadência depois que a Espanha e Portugal passaram a liderar, através da rota do Atlântico, o comércio com o Oriente.

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Maquiavel e as Razões do Estado: Fortuna e Virtude na Política.

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O Renascimento em outras partes da Europa

• Nos Países Baixos, uma classe de ricos comerciantes e banqueiros estava ligada

ao consumo e à produção de obras de arte e literatura. Um dos grandes pinto res

flamengos foi Brueghel, que viveu em Antuérpia. Ele pintou, principalmente, cenas

da vida cotidiana, retratando o estilo de vida da classe burguesa em ascensão (A

Dança do Casamento, de 1565). Destacaram-se ainda os irmãos pintores Hubert e

Jan van Eyck (A Virgem e o Chanceler Rolin).

• A crítica à intolerância do pensamento religioso medieval foi feita por Erasmo de

Roterdan (1466-1529) com sua obra Elogio da Loucura.

• Na França, o Renascimento teve importantes expoentes: a- na literatura e

filosofia, Rabelais (1490-1 553), autor de Gargantua e Pantagruel, obra na qual

critica a educação e as táticas militares medievais. Montaigne (1533-1592), autor

de estudos filosóficos céticos intitulados Ensaios, nos quais o principal objeto de

crítica é o clero.

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Na Espanha, Nas artes plásticas destacou-se El Greco (1575-1614), o grande pintor

espanhol do Renascimento (O Enterro do Conde de Orgaz e A Visão Apocalíptica). Na

literatura, a Espanha produziu um dos maiores clássicos da humanidade. Trata-se de D.

Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes, obra na qual o personagem principal

(D.Quixote) é um cavaleiro romântico que imagina estar vi vendo em plena Idade Média. A

metáfora é referente à decadência da cavalaria e ao conflito entre a mentalidade moderna e a

medieval.

Na Inglaterra, um dos principais expoentes do Renascimento foi Tomas Morus (1475-1535),

autor de Utopia, obra que descreve as condições de vida da população de uma ilha imaginária,

onde não havia classes sociais, pobreza e propriedade privada.

É também inglês o maior dramaturgo de todos os tempos, William Sheakspeare (1564-1616).

Destaca-se ainda no Renascimento inglês, o filósofo Francis Bacon (1561-1626), autor de

Novun Organun. Esse autor pode ser considerado um dos precurso es do Iluminismo (ver

capítulo 9).

Em Portugal, o grande representante do renascimento literário foi Luís Vaz de Camões

(1525-1580), autor de Os Lusíadas, poema épico que narra os grandes feitos da navegação

portuguesa.

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