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Sobre Jequitibás e Eucaliptos: reflexões sobre a escola e alguns processos Carlos, Letícia e Paula B. (Marisa Eizirik) (Marisa Eizirik)

Repensando o papel do educador

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"Não é uma aula de Agronomia, nem de Engenharia Florestal, mas é de ecologia. Ecologia Humana". Assim começamos nossa apresentação à disciplina de Psicologia Escolar. "Sobre jequitibás e eucaliptos: reflexões sobre a escola e alguns processos" de Marisa Eizirik fala sobre as diferenças entre ser educador e professor - a partir de Rubem Alves -, sobre a ética do encontro nesse ambiente sócio-institucional, sobre o processo de aprendizado. Enriquecido com entrevistas de Tião Rocha e Zé Pacheco, educadores de Brasil e Portugal, e do mundo, podemos pensar sobre novas formulações desse espaço a que somos expostos, em diferentes momentos de nossas vidas.

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Sobre Jequitibás e Eucaliptos: reflexões sobre a escola e alguns processos

Carlos, Letícia e Paula B.

(Marisa Eizirik)(Marisa Eizirik)

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Reflexões sobre a escola

Ética Prática reflexiva da liberdade;

Escola Instância social e institucional;

Apropriação de códigos e sinais do seu tempo

Ruptura processual

Reformulação, invenção

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Escola

Reformulação,invenção;

POISPOIS

“É muito mais cômodo para um educador ser autoritário em classe porque a prepotência não exige competência (…)” (FREIRE apud Eizirik, 2001, p.68)

de autoridade e disciplina para o diálogo e intercâmbio

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Prazer x Aprendizado

• Produto?

• Dividendo?

• Soma?

• Subtração?

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“(...) educadores são como velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma 'estória' a ser contada. (…) E a educação é algo para acontecer neste espaço invisível e denso, que se estabelece a dois. (…) Mas os 'professores', onde o 'educador' pouco importa, pois o que interessa é um critério cultural,(...) para fins institucionais, nenhuma diferença faz aquele que ministra (…) professores são entidades 'descartáveis'.”

(EIZIRIK, 2001, p. 69)(EIZIRIK, 2001, p. 69)

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• Proposta para repensar a desordem!

• o processo!

• envolver o corpo inteiro no aprendizado!

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Relação

Relação Viagem dangerosíssima de Drummond;

Moral x Ética

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Moral x Ética

Moral mais ampla do que ética;Moral oposta ao físico (ciências morais – produções do espírito);

Dimensão ética da existência abarca as relações com o outro;

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Ética

Ethos Convite

Morada Troca

Cuidado

Está sempre em construção;

Desafio!Desafio!

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Morada

Escola:

Ponto aglutinador de hábitos, costumes, formas de ser, constituir sujeitos;Influencia aluno, que, por sua vez, atinge a família.

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Ética Construção de saberes e poderes sobre si e os outros;

relações de forças

Ponto estratégico nas relações interpessoais

Escolhas!

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Ponto de partida

Assumir Condimentoresponsa- vitalbilidades

Prática reflexiva da liberdade

ESCOLHAS

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Sua Majestade, o folclore

• Sebastião Rocha é antropólogo, folclorista e educador popular. Usa jogos e brincadeiras em aulas de matemática, geografia, história...e o folclore em aulas de cidadania e sexualidade;

• Quando criança, Tião como é conhecido, sofria preconceito por gostar de compartilhar particularidades de sua família e vivência, como a história da “tia rainha”.

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Conhecimento tradicional x Conhecimento tradicional x Conhecimento CientíficoConhecimento Científico

• A partir disso, ousou quando teve possibilidade de usar novas abordagens, inclusive o folclore, que era considerado sem valor de aprendizado por não ser de estudo científico.

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Terceirizar problemasTerceirizar problemas

Tião sempre questiona se todos os métodos já foram tentados: “Só no dia em que esgotarem as oportunidades de educar seus alunos é que a escola pode terceirizar sua função social e dizer que o problema é do desempenho ou da crise."

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"Só é livre quem faz escolhas”

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Escola da Ponte

A EBI Aves/São Tomé de Negrelos, popularmente referida apenas como Escola da Ponte, é uma instituição pública de ensino, localizada em Vila das Aves, no Distrito do Porto em Portugal.

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"Contei sobre a escola com que sempre sonhei, sem imaginar que pudesse existir. Mas existia, em Portugal...Quando a vi, fiquei alegre e repeti, para ela, o que Fernando Pessoa havia dito para uma mulher amada: 'Quando te vi, amei-te já muito antes...' "

Rubem AlvesRubem Alves

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Escola da Ponte e Nova Escola

• José Pacheco, educador português não é o primeiro - e nem será o último - a desejar uma escola que fuja do modelo tradicional;

• O professor Zé, como gosta de ser chamado, é que trata a entrevista concedida à NOVA ESCOLA em São Paulo, abril/2004.

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A Escola da Ponte é bem diferente das tradicionais. Como ela funciona? JOSÉ PACHECO Lá não há séries, ciclos, turmas, anos, manuais, testes e aulas.

Existem salas de aula? PACHECO Não há salas de aula, e sim lugares onde cada aluno procura pessoas, ferramentas e soluções, testa seus conhecimentos e convive com os outros.

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A arquitetura mudou para acompanhar o sistema de ensino? PACHECO Não. Aliás, isso é um problema. Nosso sonho é um prédio com outro conceito de espaço.

Os professores precisam de formação específica para lecionar lá? PACHECO Não. Eles têm a mesma formação que os de outras instituições.

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Como os novos professores se adaptam à proposta da escola? PACHECO Há profissionais que estiveram sozinhos em sala durante anos e quando chegam constatam que sua formação e experiência servem para nada.

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Qual o perfil dos alunos atendidos pela Escola da Ponte? PACHECO Eles têm entre 5 e 17 anos. Cerca de 50 (um quarto do total) chegaram extremamente violentos, com diagnósticos psiquiátricos e psicológicos.

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Como os estudantes vindos de outras escolas se integram a um sistema tão diferente? PACHECO Não é fácil. Há crianças e jovens que chegam e não sabem o que é trabalhar em grupo. Não conhecem a liberdade, e sim, a permissividade.

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A escola nem sempre seguiu uma proposta inovadora. Como ocorreu a transformação? PACHECO Até 1976, a escola era igual a qualquer outra de 1ª a 4ª série. Cada professor ficava em sua sala, isolado com sua turma e seus métodos. Não havia comunicação ou projeto comum. O trabalho escolar era baseado na repetição de lições, na passividade.

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...Qual é a relação dos pais com a escola?

PACHECO Eles participam conosco de todas as decisões. Se nos rejeitarem, teremos de procurar emprego em outro lugar.

Como sua escola é vista em Portugal? PACHECO Há uma grande resistência em aceitar o nosso modelo, que é baseado em três grandes valores: a liberdade, a responsabilidade e a solidariedade.

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Qual é o segredo de sucesso da proposta seguida pela Ponte? PACHECO Nós acreditamos que um projeto como o nosso só é viável quando todos reconhecem os objetivos comuns e se conhecem.

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O modelo da Escola da Ponte pode ser seguido por outras escolas? PACHECO Não defendo modelos. A Escola da Ponte fez o que as outras devem e podem fazer, que é produzir sínteses e não se engajar em um único padrão.

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Hoje a escola pode funcionar sem o senhor? PACHECO Fui e continuo sendo um intermediário. Não tenho mérito por isso, apenas cumpro a minha missão.

"Percebi que na engenharia teria menos a descobrir, enquanto na educação ainda estava tudo por fazer.” (José Pacheco)(José Pacheco)

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"Será indispensável alterar a organização das escolas, interrogar práticas educativas dominantes. É urgente interferir humanamente no íntimo das comunidades humanas, questionar convicções e, fraternalmente, incomodar os acomodados“

(José Pacheco)(José Pacheco)

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Referências Bibliográficas

EIZIRIK, M. Educação e escola: a aventura institucional. Porto Alegre: AGE, 2001, p. 67-75

José Pacheco e a Escola da Ponte. Disponível em <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/jose-pacheco-escola-ponte-479055.shtml>. Acesso em: 28 set 2012

Sua Majestade, o folclore. Disponível em <http://www.educacional.com.br/entrevistas/entrevista0071.asp>. Acesso em: 28 set 2012