2
O filme Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro, do diretor José Padilha, transmite a ideia de como funciona um determinado sistema, baseado em interesses altamente econômicos. O filme é focado na crítica de uma realidade de subordinação em que comunidades de morros do Rio de Janeiro estão a mercê, principalmente dos órgãos de Segurança Pública, que têm suas funções destinadas a outros fins, atendendo a necessidades de grupos que manipulam o sistema para garantir benefícios próprios. Essa relação fica evidente à medida que o governo manda a Polícia combater o tráfico de drogas nas favelas, com o intuito de abrir espaço para os chamados milicianos. Os "milicianos" são geralmente policiais corruptos ou ex-policiais que cobram dinheiro de uma determinada comunidade em troca de uma falsa sensação de segurança. Contudo, fica evidente como tudo se volta para uma questão econômica: os milicianos querem mais dinheiro e se veem impedidos pela "concorrência", o que resulta na eliminação dos traficantes, que inicialmente comercializavam drogas, pagavam o suborno aos policiais, em troca do serviço de proteção, e votos para garantia de segurança no “negócio”. Após essa dominação pela milícia, o governo auxilia com o braço armado, querendo os votos dos moradores das comunidades. Também negociam nesta mesma comunidade venda de gás de cozinha, serviços como TV a cabo pirata, Internet, e água etc. Com o poder que estes

Resenha crítica do Filme "Tropa de Elite 2"

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Resenha crítica do Filme "Tropa de Elite 2"

O filme Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro, do diretor José

Padilha, transmite a ideia de como funciona um determinado sistema,

baseado em interesses altamente econômicos. O filme é focado na crítica

de uma realidade de subordinação em que comunidades de morros do Rio

de Janeiro estão a mercê, principalmente dos órgãos de Segurança Pública,

que têm suas funções destinadas a outros fins, atendendo a necessidades

de grupos que manipulam o sistema para garantir benefícios próprios. Essa

relação fica evidente à medida que o governo manda a Polícia combater o

tráfico de drogas nas favelas, com o intuito de abrir espaço para os

chamados milicianos. Os "milicianos" são geralmente policiais corruptos ou

ex-policiais que cobram dinheiro de uma determinada comunidade em troca

de uma falsa sensação de segurança.

Contudo, fica evidente como tudo se volta para uma questão

econômica: os milicianos querem mais dinheiro e se veem impedidos pela

"concorrência", o que resulta na eliminação dos traficantes, que inicialmente

comercializavam drogas, pagavam o suborno aos policiais, em troca do

serviço de proteção, e votos para garantia de segurança no “negócio”.

Após essa dominação pela milícia, o governo auxilia com o braço

armado, querendo os votos dos moradores das comunidades. Também

negociam nesta mesma comunidade venda de gás de cozinha, serviços

como TV a cabo pirata, Internet, e água etc. Com o poder que estes têm

nas comunidades em que atuam, seria mais fácil para os corruptos

conseguirem votos para continuarem no poder.

A falsa ação dos policiais é transmitida através dos meios de

comunicação de massa querendo mais audiência, e o povo, alienado aos

acontecimentos, achando que está tudo bem. Vale ressaltar que o povo

também faz Economia, já que se utiliza dos serviços ilegais dos milicianos,

dentro da comunidade.

Há uma cena interessante, já no final do filme, na qual vislumbramos

Brasília, o centro do Poder no País. Aí os interesses são maiores e a

Economia praticamente devora o Direito.