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marquinhos1996
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O filme Tropa de Elite 2 – O inimigo agora é outro, do diretor José
Padilha, transmite a ideia de como funciona um determinado sistema,
baseado em interesses altamente econômicos. O filme é focado na crítica
de uma realidade de subordinação em que comunidades de morros do Rio
de Janeiro estão a mercê, principalmente dos órgãos de Segurança Pública,
que têm suas funções destinadas a outros fins, atendendo a necessidades
de grupos que manipulam o sistema para garantir benefícios próprios. Essa
relação fica evidente à medida que o governo manda a Polícia combater o
tráfico de drogas nas favelas, com o intuito de abrir espaço para os
chamados milicianos. Os "milicianos" são geralmente policiais corruptos ou
ex-policiais que cobram dinheiro de uma determinada comunidade em troca
de uma falsa sensação de segurança.
Contudo, fica evidente como tudo se volta para uma questão
econômica: os milicianos querem mais dinheiro e se veem impedidos pela
"concorrência", o que resulta na eliminação dos traficantes, que inicialmente
comercializavam drogas, pagavam o suborno aos policiais, em troca do
serviço de proteção, e votos para garantia de segurança no “negócio”.
Após essa dominação pela milícia, o governo auxilia com o braço
armado, querendo os votos dos moradores das comunidades. Também
negociam nesta mesma comunidade venda de gás de cozinha, serviços
como TV a cabo pirata, Internet, e água etc. Com o poder que estes têm
nas comunidades em que atuam, seria mais fácil para os corruptos
conseguirem votos para continuarem no poder.
A falsa ação dos policiais é transmitida através dos meios de
comunicação de massa querendo mais audiência, e o povo, alienado aos
acontecimentos, achando que está tudo bem. Vale ressaltar que o povo
também faz Economia, já que se utiliza dos serviços ilegais dos milicianos,
dentro da comunidade.
Há uma cena interessante, já no final do filme, na qual vislumbramos
Brasília, o centro do Poder no País. Aí os interesses são maiores e a
Economia praticamente devora o Direito.